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BIOSSEGURANÇAE BIOÉTICA-1

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Fatima Maria

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

What is the objective of Unit 1 in the book 'Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde'?

Apresentar informações e conceitos acerca da biossegurança com ênfase nas aplicações dos serviços de saúde.
Apresentar informações sobre a percepção dos riscos presentes nos ambientes em que ocorrem práticas comuns aos serviços de saúde.
Apresentar informações específicas da rotina laboratorial fundamentais para a prática laboral segura e consciente.
Apresentar informações voltadas a transmissão de doenças, medidas de higiene e reflexões sobre a bioética e sua relação com os profissionais de saúde, bem como suas respectivas medidas de prevenção e controle e as medidas de gerenciamento e descarte de resíduos laboratoriais, clínicos e hospitalares.
a) Apenas a afirmativa 1 está correta.
b) Apenas as afirmativas 1 e 2 estão corretas.
c) Apenas as afirmativas 1, 2 e 3 estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

Torna-se impossível discutir biossegurança sem a associarmos aos riscos laborais, sobretudo, quando existem legislações que regulamentam práticas laborais específicas aos trabalhadores da área da saúde. Devido a relevância do assunto, os riscos serão esgotados em outra unidade; entretanto, uma discussão não exaustiva se faz necessária devido à influência dos riscos nas classificações de atividades e também nas esferas de trabalho. O risco denota incerteza em relação a um evento futuro, sendo definido como a probabilidade de ocorrer um acidente causando algum tipo de dano, lesão ou enfermidade. Hirata e Filho (2002) classificam os riscos em: riscos de acidentes, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. A seguir, você conhecerá brevemente cada um dos riscos apresentados: Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios. São exemplos de riscos de acidentes: uso de equipamentos sem proteção, armazenamento ou descartes impróprios de substâncias químicas, instalações elétricas com fios expostos ou com sobrecarga, dentre outros.

Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho, como laboratórios, clínicas e hospitais.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho, como laboratórios, clínicas, hospitais e outros locais.

Qual é o objetivo da Norma Regulamentadora (NR) 32?


a) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.
b) Agrupar o que já existe no país em termos de legislação e favorecer os trabalhadores da saúde.
c) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
d) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral, e agrupar o que já existe no país em termos de legislação e favorecer os trabalhadores da saúde.

Assinale a alternativa que contempla exemplos de equipamentos de proteção individual.

I) Chuveiro de emergência e lava-olhos.
II) Jalecos.
III) Cabine de proteção biológica.
IV) Luvas.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas I, II e III.

Em relação à classificação dos riscos em biossegurança, analise as assertivas e assinale com Verdadeiro (V) ou Falso (F):

) ( Riscos físicos estão associados às substâncias, compostos ou produtos nas formas de gases, vapores, poeiras e fumaças.
) ( Riscos biológicos abrangem a manipulação dos agentes e materiais biológicos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
) ( Riscos ergonômicos são relacionados a ruídos, vibrações, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos.
) ( Riscos químicos são atrelados aos riscos de acidentes ou sinistros envolvendo o manuseio de substâncias químicas, gases e vapores.
) ( Riscos ergonômicos são aqueles associados ao manuseio de microrganismos ou outros seres vivos de interesse biológico.

Conceitue com suas palavras Biossegurança, explicitando acerca de suas aplicações e diferentes áreas de atuação.

Qual é a definição de biossegurança?


a. Conjunto de procedimentos para aumentar os riscos inerentes às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
b. Conjunto de procedimentos, técnicas e condutas capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
c. Conjunto de procedimentos para aumentar os riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
d. Conjunto de procedimentos para minimizar os riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.

Como podemos controlar as radiações ionizantes em ambientes hospitalares?

A proteção radiológica se fundamenta em três princípios conhecidos: a justificativa, a otimização da proteção e a limitação da dose.
A exposição da radiação ionizante pode induzir a efeitos biológicos em órgãos ou tecidos pela produção de íons e disposição da energia, que podem danificar moléculas importantes, como o DNA.
Os profissionais que trabalham com diagnósticos de raios-x, medicina nuclear, radioterapia e odontologia são os mais afetados pelas radiações ionizantes.
A recomendação para a exposição ocupacional é um limite de dose efetiva de 20 mSv (milisieverts) por ano, medidos sobre cinco anos (100 mSv em cinco anos), não podendo exceder a 50 mSv em um único ano qualquer.
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

What are the risks associated with noise exposure in healthcare environments?

I- The noise produced by hospital equipment and alarms can cause physiological and psychological disorders in patients and healthcare workers.
II- The noise levels in hospitals are excessively high due to the conversation of the healthcare team and the numerous equipment and alarms.
III- Noise exposure can cause hearing loss, increase blood pressure, provoke anxiety, irritability, fatigue, and decrease work performance.
IV- The World Health Organization recommends noise levels between 35 and 40 dB for healthcare environments.
a) I and II are correct.
b) II and III are correct.
c) I, II, and III are correct.
d) I, II, III, and IV are correct.

What are the risks associated with inadequate ergonomic conditions in the healthcare environment?
Esforços físicos intensos, levantamento de peso, trabalho em turnos, posturas inadequadas, repetitividade, monotonia, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos e jornada de trabalho prolongada são considerados riscos ergonômicos.
A permanência desses riscos pode gerar prejuízos para as organizações envolvidas, como absenteísmo, perda de produtividade, gastos com afastamentos, indenização pelo dano físico, contingente de trabalhadores com restrição, deterioração nas relações humanas e a pressão do fenômeno LER/DORT sobre a empresa.
As LER/DORT são doenças associadas a atividades que exigem movimentos repetitivos, posturas prolongadas, trabalho muscular estático, monotonia, sobrecarga mental, dentre outros fatores, e podem causar dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso, formigamento, sensação de diminuição de força, edema e enrijecimento articular.

Em relação aos riscos psicossociais em ambiente hospitalar, discorra sobre os fatores atrelados a esse risco.

Qualificação e quantificação da exposição sonora ambiental em uma unidade de terapia intensiva geral.


a) PEREIRA, R. P.; TOLEDO, R. N.; AMARAL, J. L. G.; GUILHERME, A.
b) NORTON, P.; NORTON, M.; XARÁ, D.; PINA, F.
c) KAWAGOE, J. Y.

Quais são os diferentes níveis de biossegurança em laboratórios de serviços de saúde?


a) Nível de Biossegurança 1 (NB-1), Nível de Biossegurança 2 (NB-2), Nível de Biossegurança 3 (NB-3) e Nível de Biossegurança 4 (NB-4).
b) Nível de Biossegurança 1 (NB-1), Nível de Biossegurança 2 (NB-2) e Nível de Biossegurança 3 (NB-3).
c) Nível de Biossegurança 1 (NB-1) e Nível de Biossegurança 2 (NB-2).

What are the primary and secondary barriers adopted in NB-1 laboratories?

Os laboratórios NB-1 exigem proteção menos rigorosa do que os laboratórios de níveis superiores.
Os equipamentos de segurança primários em laboratórios NB-1 incluem jalecos, aventais ou uniformes próprios, luvas e óculos de proteção.
As barreiras secundárias em laboratórios NB-1 incluem pias para lavagem das mãos, bancadas impermeáveis e móveis capazes de suportar cargas e usos previstos.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I, II e III estão corretas.

A Norma Regulamentadora nº 26 (NR-26) é a responsável pela sinalização de segurança, tendo como objetivo a fixação das cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para a prevenção de acidentes. Quais são as cores utilizadas para sinalizar os riscos de acidentes no ambiente de trabalho?


AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA, VERDE e PÚRPURA.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA e PRETA.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA e VERDE.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA, VERDE e ALARANJADA.

Caro(a) aluno(a), agora que aprendemos um pouco mais sobre os riscos em ambientes que trabalham com a saúde e como reconhecer os sinais relacionados a eles, você saberia responder o que vem a ser um Mapa de Riscos (MRs)? Caso a resposta seja não, fique tranquilo, na sequência iremos elucidar esse assunto.


Antes de iniciarmos nossa discussão em relação à transmissão de doenças, deixaremos uma pergunta bem objetiva para você: o que é doença?

Quais são as categorias de doenças segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)?

Doenças infecciosas ou transmissíveis e doenças não infecciosas ou não transmissíveis.

O que é endemia?

É a propagação de doenças infecciosas quando uma área geográfica ou grupo populacional apresenta padrão de ocorrência relativamente estável, com elevada incidência ou prevalência.

Quais são as fases da prevenção?

Prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária.

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Questões resolvidas

What is the objective of Unit 1 in the book 'Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde'?

Apresentar informações e conceitos acerca da biossegurança com ênfase nas aplicações dos serviços de saúde.
Apresentar informações sobre a percepção dos riscos presentes nos ambientes em que ocorrem práticas comuns aos serviços de saúde.
Apresentar informações específicas da rotina laboratorial fundamentais para a prática laboral segura e consciente.
Apresentar informações voltadas a transmissão de doenças, medidas de higiene e reflexões sobre a bioética e sua relação com os profissionais de saúde, bem como suas respectivas medidas de prevenção e controle e as medidas de gerenciamento e descarte de resíduos laboratoriais, clínicos e hospitalares.
a) Apenas a afirmativa 1 está correta.
b) Apenas as afirmativas 1 e 2 estão corretas.
c) Apenas as afirmativas 1, 2 e 3 estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

Torna-se impossível discutir biossegurança sem a associarmos aos riscos laborais, sobretudo, quando existem legislações que regulamentam práticas laborais específicas aos trabalhadores da área da saúde. Devido a relevância do assunto, os riscos serão esgotados em outra unidade; entretanto, uma discussão não exaustiva se faz necessária devido à influência dos riscos nas classificações de atividades e também nas esferas de trabalho. O risco denota incerteza em relação a um evento futuro, sendo definido como a probabilidade de ocorrer um acidente causando algum tipo de dano, lesão ou enfermidade. Hirata e Filho (2002) classificam os riscos em: riscos de acidentes, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. A seguir, você conhecerá brevemente cada um dos riscos apresentados: Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios. São exemplos de riscos de acidentes: uso de equipamentos sem proteção, armazenamento ou descartes impróprios de substâncias químicas, instalações elétricas com fios expostos ou com sobrecarga, dentre outros.

Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho, como laboratórios, clínicas e hospitais.
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos em ambientes de trabalho, como laboratórios, clínicas, hospitais e outros locais.

Qual é o objetivo da Norma Regulamentadora (NR) 32?


a) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.
b) Agrupar o que já existe no país em termos de legislação e favorecer os trabalhadores da saúde.
c) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
d) Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral, e agrupar o que já existe no país em termos de legislação e favorecer os trabalhadores da saúde.

Assinale a alternativa que contempla exemplos de equipamentos de proteção individual.

I) Chuveiro de emergência e lava-olhos.
II) Jalecos.
III) Cabine de proteção biológica.
IV) Luvas.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas I, II e III.

Em relação à classificação dos riscos em biossegurança, analise as assertivas e assinale com Verdadeiro (V) ou Falso (F):

) ( Riscos físicos estão associados às substâncias, compostos ou produtos nas formas de gases, vapores, poeiras e fumaças.
) ( Riscos biológicos abrangem a manipulação dos agentes e materiais biológicos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
) ( Riscos ergonômicos são relacionados a ruídos, vibrações, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos.
) ( Riscos químicos são atrelados aos riscos de acidentes ou sinistros envolvendo o manuseio de substâncias químicas, gases e vapores.
) ( Riscos ergonômicos são aqueles associados ao manuseio de microrganismos ou outros seres vivos de interesse biológico.

Conceitue com suas palavras Biossegurança, explicitando acerca de suas aplicações e diferentes áreas de atuação.

Qual é a definição de biossegurança?


a. Conjunto de procedimentos para aumentar os riscos inerentes às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
b. Conjunto de procedimentos, técnicas e condutas capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
c. Conjunto de procedimentos para aumentar os riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
d. Conjunto de procedimentos para minimizar os riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde humana, animal e ao meio ambiente.

Como podemos controlar as radiações ionizantes em ambientes hospitalares?

A proteção radiológica se fundamenta em três princípios conhecidos: a justificativa, a otimização da proteção e a limitação da dose.
A exposição da radiação ionizante pode induzir a efeitos biológicos em órgãos ou tecidos pela produção de íons e disposição da energia, que podem danificar moléculas importantes, como o DNA.
Os profissionais que trabalham com diagnósticos de raios-x, medicina nuclear, radioterapia e odontologia são os mais afetados pelas radiações ionizantes.
A recomendação para a exposição ocupacional é um limite de dose efetiva de 20 mSv (milisieverts) por ano, medidos sobre cinco anos (100 mSv em cinco anos), não podendo exceder a 50 mSv em um único ano qualquer.
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

What are the risks associated with noise exposure in healthcare environments?

I- The noise produced by hospital equipment and alarms can cause physiological and psychological disorders in patients and healthcare workers.
II- The noise levels in hospitals are excessively high due to the conversation of the healthcare team and the numerous equipment and alarms.
III- Noise exposure can cause hearing loss, increase blood pressure, provoke anxiety, irritability, fatigue, and decrease work performance.
IV- The World Health Organization recommends noise levels between 35 and 40 dB for healthcare environments.
a) I and II are correct.
b) II and III are correct.
c) I, II, and III are correct.
d) I, II, III, and IV are correct.

What are the risks associated with inadequate ergonomic conditions in the healthcare environment?
Esforços físicos intensos, levantamento de peso, trabalho em turnos, posturas inadequadas, repetitividade, monotonia, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos e jornada de trabalho prolongada são considerados riscos ergonômicos.
A permanência desses riscos pode gerar prejuízos para as organizações envolvidas, como absenteísmo, perda de produtividade, gastos com afastamentos, indenização pelo dano físico, contingente de trabalhadores com restrição, deterioração nas relações humanas e a pressão do fenômeno LER/DORT sobre a empresa.
As LER/DORT são doenças associadas a atividades que exigem movimentos repetitivos, posturas prolongadas, trabalho muscular estático, monotonia, sobrecarga mental, dentre outros fatores, e podem causar dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso, formigamento, sensação de diminuição de força, edema e enrijecimento articular.

Em relação aos riscos psicossociais em ambiente hospitalar, discorra sobre os fatores atrelados a esse risco.

Qualificação e quantificação da exposição sonora ambiental em uma unidade de terapia intensiva geral.


a) PEREIRA, R. P.; TOLEDO, R. N.; AMARAL, J. L. G.; GUILHERME, A.
b) NORTON, P.; NORTON, M.; XARÁ, D.; PINA, F.
c) KAWAGOE, J. Y.

Quais são os diferentes níveis de biossegurança em laboratórios de serviços de saúde?


a) Nível de Biossegurança 1 (NB-1), Nível de Biossegurança 2 (NB-2), Nível de Biossegurança 3 (NB-3) e Nível de Biossegurança 4 (NB-4).
b) Nível de Biossegurança 1 (NB-1), Nível de Biossegurança 2 (NB-2) e Nível de Biossegurança 3 (NB-3).
c) Nível de Biossegurança 1 (NB-1) e Nível de Biossegurança 2 (NB-2).

What are the primary and secondary barriers adopted in NB-1 laboratories?

Os laboratórios NB-1 exigem proteção menos rigorosa do que os laboratórios de níveis superiores.
Os equipamentos de segurança primários em laboratórios NB-1 incluem jalecos, aventais ou uniformes próprios, luvas e óculos de proteção.
As barreiras secundárias em laboratórios NB-1 incluem pias para lavagem das mãos, bancadas impermeáveis e móveis capazes de suportar cargas e usos previstos.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I, II e III estão corretas.

A Norma Regulamentadora nº 26 (NR-26) é a responsável pela sinalização de segurança, tendo como objetivo a fixação das cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para a prevenção de acidentes. Quais são as cores utilizadas para sinalizar os riscos de acidentes no ambiente de trabalho?


AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA, VERDE e PÚRPURA.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA e PRETA.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA e VERDE.
AMARELA, VERMELHA, AZUL, BRANCA, CINZA, PRETA, VERDE e ALARANJADA.

Caro(a) aluno(a), agora que aprendemos um pouco mais sobre os riscos em ambientes que trabalham com a saúde e como reconhecer os sinais relacionados a eles, você saberia responder o que vem a ser um Mapa de Riscos (MRs)? Caso a resposta seja não, fique tranquilo, na sequência iremos elucidar esse assunto.


Antes de iniciarmos nossa discussão em relação à transmissão de doenças, deixaremos uma pergunta bem objetiva para você: o que é doença?

Quais são as categorias de doenças segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)?

Doenças infecciosas ou transmissíveis e doenças não infecciosas ou não transmissíveis.

O que é endemia?

É a propagação de doenças infecciosas quando uma área geográfica ou grupo populacional apresenta padrão de ocorrência relativamente estável, com elevada incidência ou prevalência.

Quais são as fases da prevenção?

Prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária.

Prévia do material em texto

Biossegurança
e Bioética
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dra. Michele Putti Paludo
Esp. Mylene Manfrinato dos Reis Amaro
Coordenador de Conteúdo Gustavo Affonso 
Pisano Mateus.
Designer Educacional Aguinaldo Jose Lorca 
Ventura Junior e Janaína de Souza Pontes.
Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira.
Editoração Bruna Stefane Martins Marconato 
e Victor Augusto Thomazini.
Ilustração Marcelo Yukio Goto e Mateus Calmon.
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro 
Naldei e Thiago Surmani.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; MATEUS, Gustavo Affonso; PALUDO, Michele Putti; 
AMARO, Mylene Manfrinato dos Reis. 
Biossegurança e Bioética. Gustavo Affonso P isano; Michele 
Putti Paludo; Mylene Manfrinato dos Reis Amaro.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019. Reimpresso em 2022.
208 p.
“Graduação - EAD”.
1. Biossegurança. 2. Normas. 3. Cuidados. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-65-5615-295-0
CDD - 22 ed. 631.52
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
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Impresso por:
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Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
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NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes 
e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-gra-
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Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristia-
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Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães 
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Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de
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exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo
MEC como uma instituição de excelência, com
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os
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instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao nosso material didático intitu-
lado “Biossegurança e Bioética”. A princípio, o título desta obra nos remete 
a uma série de normas e cuidados especiais no manejo de seres vivos ou, 
ainda, aos cuidados necessários para uma rotina laboral adequada. Entre-
tanto, a partir de uma análise aprofundada, será possível compreender o 
quanto a biossegurança e a bioética influenciam nas mais varias áreas que 
se articulam, se associam e regem a atuação dos profissionais de saúde. Para 
elucidar tal afirmação, estaobra foi dividida em 5 Unidades elaboradas 
almejando contribuir para a construção do conhecimento acerca desta 
temática de forma ampla e generalista.
A Unidade 1 tem por objetivo apresentar informações e conceitos acerca 
da biossegurança com ênfase nas aplicações dos serviços de saúde. Serão 
apresentadas as recomendações usuais para a realização de atividades se-
guras em ambientes laborais, também conhecidas como boas práticas em 
biossegurança. Além disso, serão apresentados os equipamentos de proteção 
individuais e coletivos comuns aos ambientes de trabalho dos profissionais 
da saúde, bem como informações acerca da percepção e avaliação de riscos 
presentes nestes ambientes. 
A Unidade 2 é destinada a percepção dos riscos presentes nos ambientes 
em que ocorrem práticas comuns aos serviços de saúde, sendo eles os ris-
cos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. De forma 
complementar, a Unidade 3 apresenta informações específicas da rotina 
laboratorial fundamentais para a prática laboral segura e consciente, por 
exemplo, as diferentes simbologias aplicadas e o mapa de risco.
E, por fim, as Unidades 4 e 5 apresentam aconteúdos voltados a transmissão 
de doenças, medidas de higiene e reflexões sobre a bioética e sua relação 
com os profissionais de saúde, bem como suas respectivas medidas de 
prevenção e controle e as medidas de gerenciamento e descarte de resíduos 
laboratoriais, clínicos e hospitalares, respectivamente.
Assim, gostaríamos de reforçar o convite para, juntos, percorrermos este 
material e para que seja possível multiplicar os conhecimentos acerca de 
tantos assuntos abordados ao longo deste livro. Muito obrigado e bons 
estudos!
CURRÍCULO DO PROFESSOR
Dra. Michele Putti Paludo
Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos da 
Universidade Federal do Rio Grande (2016), Mestrado pelo mesmo programa (2012) e Gra-
duação em Bacharel em Química de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas (2008). 
Tem experiência na área de alimentos funcionais, principalmente em produtos a base de 
okara e arroz, e Engenharia de Bioprocessos, com ênfase no cultivo de microalgas utilizan-
do coprodutos industriais, isolamento de microrganismos potencialmente produtores de 
lipase, enzimas imobilizadas e síntese de ésteres de aroma frutal. Pós-doutorado na área de 
tratamento de águas contaminadas com pesticidas a partir do desenvolvimento de novos 
adsorventes derivados de grafeno (2017).
Currículo disponível em: <http://lattes.cnpq.br/7239624982564924>.
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Mestre e Doutor em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
Especialização em Docência no Ensino Superior e Análise Ambiental pela mesma instituição 
e Graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar). Expe-
riência nas áreas de Fitossanidade, com ênfase em fungos fitopatogênicos e Tratamentos 
Alternativos de Água e Efluentes, em especial com os temas: processos de separação por 
membranas e coagulantes naturais. Atualmente, é coordenador de cursos de graduação na 
modalidade à distância no EAD da Unicesumar.
Currículo disponível em: <http://lattes.cnpq.br/1379816809384173>.
Me. Mylene Manfrinato dos Reis Amaro
Mestranda em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário de Maringá - UniCesumar. Bolsista 
Taxa do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP/
CAPES). Especialista em Direito Civil pela Uniasselvi. Pós-Graduanda em Docência no Ensino 
Superior – Unicesumar, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologias Ead – Uniasselvi. Membra 
do grupo de Pesquisa “Proteção Integral da Pessoa: Interações dos Direitos Humanos, dos 
Direitos Fundamentais e dos Direitos da Personalidade e Grupo de Pesquisa: Reconhecimento 
e Garantia dos Direitos da Personalidade. Advogada no Paraná. Graduada no Curso de Direi-
to da Instituição de Ensino Superior UNICESUMAR, da cidade de Maringá-PR. Foi estagiária 
no PROCON - SARANDI (2014 - 2015), PROCURADORIA DO MUNICÍPIO DE SARANDI (2015), 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - UNICESUMAR (2017) e CENTRO JUDIÁRIO DE SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS - CEJUSC UNICESUMAR (2017 e 2019). Pesquisadora no Programa Institucional 
de Iniciação Cientifica PIC - UNICESUMAR (2016 - 2017 e 2019). Tem experiência na área de 
Direito, com ênfase em Direitos da Personalidade, Direito de Família e Sucessões e Direito 
Penal. Advogada.
Biossegurança 
Aplicada aos 
Serviços de Saúde
 13
Riscos Ambientais
 49
Especificidades em 
Rotina Laboratorial
 89
Transmissão de 
Doenças, Medidas de 
Higiene e Bioética
125
Gerenciamento 
e Descarte de 
Resíduos 
Laboratoriais e dos 
Serviços de Saúde
175
65 Riscos Biológicos
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
152 Pirâmide Principiológica da Bioética
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Dra. Michele Putti Paludo
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
• Conceituar Biossegurança e conhecer seus campos de 
atuação.
• Compreender as boas práticas laboratoriais voltadas aos 
serviços em saúde. 
• Conhecer os diferentes equipamentos de proteção indi-
vidual e coletivo.
• Entender os principais programas relacionados à percep-
ção e avaliação de riscos em serviços de saúde.
Introdução à 
Biossegurança
Boas Práticas em 
Biossegurança
Percepção e Avaliação 
de Riscos em Serviços 
de Saúde
Equipamentos de 
Proteção Individual 
(EPI) e Coletiva (EPC)
Biossegurança Aplicada 
aos Serviços de Saúde
Introdução à 
Biossegurança
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta 
primeira unidade de nosso material didático da 
disciplina de Biossegurança e Bioética, iremos 
conhecer um pouco sobre as diferentes áreas 
de atuação e as competências da Biossegurança, 
sendo uma delas voltada ao desenvolvimento de 
técnicas e procedimentos inovadores, e a outra 
voltada à segurança ambiental. 
Mediante ao conteúdo apresentado, será pos-
sível inferir acerca da relevância desta disciplina 
em cursos da área da saúde, especialmente no que 
tange aos serviços de atendimento populacional 
em saúde. 
As práticas associadas à Biossegurança per-
meiam boas condutas em ambientes laboratoriais 
voltadas à saúde, mediante às orientações e ins-
truções sobre uso e aplicação dos instrumentos 
de proteção individual e coletiva, indispensáveis 
para a realização das atividades relacionadas aos 
serviços de saúde e que são fundamentais para 
a garantia da saúde dos profissionais e do meio 
ambiente laboral e natural.
15UNIDADE 1
Apresentaremos, também nesta unidade, in-
formações sobre a avaliação dos possíveis riscos 
associados às atividades dos serviços de saúde, 
voltados ao bem estar laboral e ao controle de 
possíveis complicações atreladas a estas ativida-
des, como é o caso das infecções hospitalares, que 
demandam atenção e cuidados especiais em seu 
controle e prevenção. 
Avaliar os riscos inerentes às atividades se faz 
necessário para orientar os padrões de segurida-
de a serem adotados, além de estarem relacio-
nados a classificações e aos níveis de segurança 
laboratoriais. 
Por fim, nesta unidade de estudo, esperamos 
apresentar informações básicas e essenciais para 
fomentar sua atuação como futuro profissional da 
saúde, de forma crítica e ampla, possibilitando o 
desenvolvimento de procedimentos operacionais 
adequados necessários para uma atuação/gestão 
eficaz. 
Antes de nos aventurarmos pelas áreas de ação 
da Biossegurança, é necessário definirmos esse 
campo do conhecimento em função dos inúmeros 
conceitos apresentados na literatura, para tanto, a 
fim de melhor compreendermos, iremos conhecer 
algumas definições de forma simples e objetiva, 
vamos lá?
Inicialmente, biossegurança pode ser definida 
como o conjunto de procedimentos, ações, técni-
cas, metodologias, equipamentos e dispositivos 
capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes 
às atividades de pesquisa, produção, ensino, de-
senvolvimento tecnológico e prestaçãode serviços 
que podem comprometer a saúde do homem, ani-
mais, meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos 
desenvolvidos (TEIXEIRA; VALLE, 2010).
Uma outra definição, apresentada pela Comis-
são Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-
Bio, 2009, on-line)1, está associada à garantia no 
avanço dos processos tecnológicos, bem como 
na proteção da saúde humana, animal e do meio 
ambiente.
Além destes, segundo Alves e Pacheco (2015), 
existem outros conceitos para a biossegurança 
relacionados à prevenção de acidentes em am-
bientes ocupacionais, o que inclui o conjunto de 
medidas técnicas, administrativas, educacionais, 
médicas e psicológicas.
Com esta aproximação de algumas definições, 
verifica-se que o objetivo principal da biossegu-
rança é orientar um ambiente de trabalho no qual 
se promova a contenção dos riscos de exposição 
a agentes potencialmente nocivos ao trabalha-
dor, ao paciente e ao meio ambiente. Os méto-
dos utilizados para obtenção dessa contenção 
representam as bases da biossegurança e são ditos 
primários ou secundários.
A contenção, ou barreira primária, visa a pro-
teção do trabalhador e do ambiente de trabalho 
contra a exposição a agentes infecciosos, podendo 
ser obtida por meio de práticas microbiológicas 
seguras e pelo uso adequado dos equipamentos 
de segurança. Estes evitam casos de contaminação 
nos mais variados ambientes de trabalho, como 
em laboratórios em situações de vacinas (hepatite 
B por exemplo), hospitais, clínicas de podologia, 
clínicas odontológicas, salões de beleza, terapeutas 
capilares, clínicas de estética, clínicas médicas e 
outras, contribuindo na proteção pessoal. 
As barreiras secundárias dizem respeito à 
construção ou reforma de laboratórios, clínicas, 
hospitais e outros, quanto a sua localização e 
instalações físicas, as quais são importantes para 
proporcionar uma barreira de proteção para pes-
soas dentro e, principalmente, fora do ambiente 
de trabalho, bem como para o meio ambiente. 
Os tipos de barreiras secundárias dependerão 
do risco de transmissão dos agentes específicos 
manipulados no local. 
16 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
São alguns exemplos de barreiras secundárias: 
a localização distante do acesso público, a presen-
ça de sistemas de ventilação especializados em 
assegurar o fluxo de ar unidirecionado, sistemas 
de tratamento de ar para a descontaminação ou 
remoção do ar liberado e câmaras pressurizadas 
como entradas de laboratório (BRASIL, 2006a). 
Nas próximas unidades, veremos quais são e que 
riscos essas barreiras previnem. 
Histórico em Biossegurança
O conceito de biossegurança começou a ser mais 
fortemente construído no início de 1970, na Cali-
fórnia, após o surgimento da engenharia genética, 
por meio da transferência e expressão do gene 
da insulina para Escherichia coli. Essa primeira 
experiência, em 1973, provocou forte reação da 
comunidade científica mundial, fato que culmi-
nou na realização da Conferência de Asilomar, em 
1974. Nessa conferência, foram tratadas questões 
acerca dos riscos das técnicas de engenharia gené-
tica e sobre a segurança dos espaços laboratoriais 
(ALBUQUERQUE, 2001).
A partir da Conferência de Asilomar, origina-
ram-se as normas de biossegurança do National 
Institute of Health (NIH), dos EUA. Seu mérito, 
portanto, foi o de alertar a comunidade científica, 
principalmente quanto às questões de biossegu-
rança inerentes à tecnologia de DNA recombinan-
te. Desde então, a maioria dos países centrais viu-se 
diante da necessidade de estabelecer legislações e 
regulamentações para as atividades que envolves-
sem a engenharia genética (ALMEIDA; VALLE, 
1999; ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2000).
Em 1980, a Organização Mundial de Saúde 
conceituou a biossegurança como práticas de pre-
venção para o trabalho em laboratório com agen-
tes patogênicos e, além disso, classificou os riscos 
como biológicos, químicos, físicos, radioativos e 
ergonômicos. Na década seguinte, observou-se a 
inclusão de temas, tais como ética em pesquisa, 
meio ambiente, animais e processos envolvendo 
tecnologia de DNA recombinante em programas de 
biossegurança (COSTA, M. A.; COSTA, M. F., 2002).
No Brasil, de acordo com Shatzmayr (2001), 
a biossegurança só se consolidou como área es-
pecífica nas décadas de 70 e 80, em decorrência 
do grande número de relatos de graves infecções 
ocorridas em laboratórios e também de uma 
maior preocupação em relação às consequências 
que a manipulação experimental de animais, plan-
tas e microrganismos poderia trazer ao homem e 
ao meio ambiente. 
Em 1995, foi implementada a Comissão Téc-
nica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a fim 
de estabelecer normas às atividades que envolvam 
construção, cultivo, manipulação, uso, transpor-
te, armazenamento, comercialização, consumo, 
liberação e descarte relacionados a organismos 
geneticamente modificados (OGMs) em todo o 
território brasileiro (SCHOLZE, 1999). 
Tais normas, além de tratarem da minimiza-
ção dos riscos em relação aos OGMs, envolvem 
os organismos não geneticamente modificados e 
suas relações com a promoção de saúde no am-
biente de trabalho, no meio ambiente e na comu-
nidade (GARCIA; ZANETTI-RAMOS, 2004). 
A CTNBio é composta por membros titulares e 
suplentes, que representam o conhecimento das 
áreas humana, animal, vegetal e ambiental, e está 
vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia 
(SCHOLZE, 1999).
Em 19 de fevereiro de 2002, foi criada a Comis-
são de Biossegurança em Saúde (CBS) no âmbito 
17UNIDADE 1
do Ministério da Saúde. A CBS trabalha com o objetivo de definir 
estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de 
biossegurança, procurando sempre o melhor entendimento en-
tre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com o tema 
(BRASIL, 2006a).
Anos depois, em 2005, o governo brasileiro sancionou a Lei 
de Biossegurança (Lei n° 11.105/2005), a qual trata dos estudos 
científicos envolvendo células-tronco embrionárias e o plantio de 
sementes transgênicas no país (BRASIL, 11.105/2005).
Entretanto, no Brasil, existem duas vertentes acerca da biossegu-
rança, sendo uma relacionada à legislação e a outra voltada à prática 
propriamente dita. A legal está voltada à manipulação de OGMs e 
de células tronco, regulamentada pela Lei n° 11.105/2005. Já a pra-
ticada relaciona-se aos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonô-
micos e de acidentes encontrados nos ambientes laborais, amparada, 
principalmente, pelas normas regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), Resoluções da Agência Nacional de 
Vigilância em Saúde (ANVISA) e do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), entre outras (COSTA, 2005).
Por fim, está pequena perspectiva histórica na variação das abor-
dagens em Biossegurança nos dá uma singela noção da amplitude 
dessa área do conhecimento tão essencial a diversas outras áreas 
relacionadas à saúde ambiental e da população.
Classificação dos Riscos 
Associados à Biossegurança
Torna-se impossível discutir biossegurança sem a associarmos aos 
riscos laborais, sobretudo, quando existem legislações que regula-
mentam práticas laborais específicas aos trabalhadores da área da 
saúde. Devido a relevância do assunto, os riscos serão esgotados 
em outra unidade; entretanto, uma discussão não exaustiva se faz 
necessária devido à influência dos riscos nas classificações de ati-
vidades e também nas esferas de trabalho.
O risco denota incerteza em relação a um evento futuro, sendo 
definido como a probabilidade de ocorrer um acidente causando 
algum tipo de dano, lesão ou enfermidade. Hirata e Filho (2002) 
18 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
classificam os riscos em: riscos de acidentes, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. A seguir, 
você conhecerá brevemente cada um dos riscos apresentados:
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a in-
tegridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios. São exemplos de riscos 
de acidentes:uso de equipamentos sem proteção, armazenamento ou descartes impróprios de 
substâncias químicas, instalações elétricas com fios expostos ou com sobrecarga, dentre outros 
(SANGIONI et al., 2013).
Riscos de acidentes 
Correspondem a qualquer ocorrência que venha a interferir nas características psicofisiológicas 
do indivíduo, podendo gerar desconforto ou afetando sua saúde. É o caso das lesões causadas 
pelo esforço repetitivo (LER) e as doenças ortomusculares relacionadas com o trabalho (DORT) 
(SANGIONI et al., 2013). Para evitá-los, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho, sob 
os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico, modernização de máquinas e equipamen-
tos, entre outras (PEREIRA et al., 2014).
Riscos ergonômicos
Os riscos físicos correspondem às diversas formas de energia que os indivíduos estão expostos, 
podendo ser originadas de equipamentos ou de outras fontes. São os ruídos, vibrações, tempe-
raturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom (SANGIONI et al., 2013).
Riscos físicos
São os riscos associados a todas substâncias, compostos ou produtos nas formas de gases, va-
pores, poeiras, fumaças, fumos, névoas ou neblinas, que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória ou pelo contato por meio da pele ou ingestão (SANGIONI et al., 2013).
Riscos químicos
Esse risco abrange a manipulação dos agentes e materiais biológicos. São considerados agentes 
biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitas, príons, OGMs, além das amostras biológicas prove-
nientes das plantas, dos animais e dos seres humanos (sangue, urina, fezes, tecidos, entre outras) 
(SANGIONI et al., 2013).
Riscos biológicos
19UNIDADE 1
Apesar de todos os riscos expostos se apresentarem relevantes, os 
biológicos ganham destaque. Nesse sentido, os agentes biológicos 
são divididos em classes de 1 a 4 e a classe de risco especial (BRASIL, 
2006b).
a ) Classe de risco 1
Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e 
para a coletividade, conhecidos por não causarem doenças 
em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplos: Lactoba-
cillus sp., Bacillus.
b ) Classe de risco 2
Agentes biológicos de moderado risco individual e limita-
do risco para a comunidade, que provocam infecções no 
homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na 
comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, 
e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas 
eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni (agente da esquis-
tossomose).
c ) Classe de risco 3
Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e 
moderado risco para a comunidade, transmitidos por via 
respiratória e que causam patologias humanas ou animais, 
potencialmente letais, para as quais existem, usualmente, 
medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam 
risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, 
podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus 
anthracis (agente do Anthrax).
d ) Classe de risco 4
Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e para 
a comunidade, com alto poder de transmissibilidade por via 
respiratória ou de transmissão desconhecida. Podem causar 
doenças graves ao ser humano, ainda não existem meios efi-
cazes para a sua profilaxia ou tratamento. Esta classe inclui, 
principalmente, os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
e) Classe de risco especial
Agentes biológicos que oferecem alto risco de causar doença 
animal grave e de disseminação no meio ambiente. Inclui 
agentes biológicos de doença animal não existente no país 
e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de 
importância para o homem, podem gerar graves perdas eco-
nômicas e/ou na produção de alimentos. Exemplo: Vírus da 
influenza A aviária.
20 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Assim, com base na avaliação dos riscos, há a determinação do caminho a ser seguido, rela-
cionados ao desenvolvimento de atividades laborais como forma de alcançar a prevenção, a 
minimização ou a eliminação, evitando-se não somente os acidentes que possam ocorrer, mas 
também a exposição dos profissionais de saúde aos agentes presentes no ambiente de trabalho, 
além da disseminação de microrganismos patogênicos ou de agentes de risco que possam 
impactar na saúde pública. A Figura 1 representa a complexidade das ações de biossegurança, 
segundo Cardoso (2016): 
Serviço
de saúde
Usuário
Serviço
Ambiente
Risco de
acidente
Risco ergonômico
Risco físico
Risco químico
Risco biológico
Vigilância médica
Descontaminação
Equipamentos de
proteção
Projeto e 
construção
de instalações
Boas práticas
Qualidade de 
serviços
Monitoramento
Segurança predial
Figura 1 - Complexidade das ações em Biossegurança
Fonte: adaptada de Cardoso (2016). 
Níveis de Biossegurança
Os níveis de biossegurança ou de biocontenção 
são designados em ordem crescente (NB-1 a NB-
4), de acordo com o grau de proteção proporcio-
nado ao pessoal do laboratório, ao meio ambiente 
e à comunidade. Práticas mais ou menos rígidas 
poderão ser adotadas quando temos uma infor-
mação específica que possa sugerir a virulência, 
patogenicidade, os padrões de resistência aos 
antibióticos e às vacinas e a disponibilidade de 
tratamento ou outros fatores significativamente 
alterados (BRASIL, 2006a). 
Desta forma, para Penna et al. (2010), os la-
boratórios são divididos respeitando os níveis de 
biossegurança:
Nível de biossegurança 1 (NB-1): é o nível 
necessário ao trabalho que envolva agentes biológi-
cos da classe de risco 1. Representa um nível básico 
de contenção, que se fundamenta na aplicação das 
boas práticas laboratoriais (BPLs), na utilização de 
equipamentos de proteção e na adequação das ins-
talações. O Bacillus subtilis e Naegleria gruberi são 
exemplos de micro-organismos que se enquadram 
nesse nível (BRASIL, 2006a).
Nível de biossegurança 2 (NB-2): é o nível 
exigido para o trabalho com agentes biológicos 
da classe de risco 2. O acesso ao laboratório deve 
ser restrito a profissionais da área (professores e 
técnicos) e aos acadêmicos que estejam desenvol-
21UNIDADE 1
vendo atividades de ensino, pesquisa e extensão, 
mediante a autorização do profissional respon-
sável. O vírus da hepatite B, o HIV, a salmonela 
e o Toxoplasma spp. são exemplos de microrga-
nismos designados para esse nível de contenção 
(BRASIL, 2006a).
É importante destacar que os laboratórios 
de ensino de microbiologia vinculados às insti-
tuições de ensino superior equivalem aos níveis 
NB-1 e NB-2. Nas atividades realizadas nestes 
laboratórios, há a manipulação de microrganis-
mos e parasitas de baixo risco biológico, estando 
associadas, principalmente, ao desenvolvimento 
das aulas práticas, das ações de extensão e de pes-
quisa (SANGIONI et al., 2013).
Nível de biossegurança 3 (NB-3): esse nível 
é aplicável aos locais onde forem desenvolvidos 
trabalhos com agentes biológicos da classe de ris-
co 3. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da 
encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetii são 
exemplos de microrganismos determinados para 
esse nível (BRASIL, 2006a).
Nível de biossegurança 4 (NB-4): esse nível 
é exigido às atividades que manipulem os agentes 
biológicos da classe de risco 4 e agentes especiais. 
Nesse tipo de laboratório, o acesso dos profissionais 
deve ser controlado por um sistema de segurança 
rigoroso. Os vírus, como os de Marburg ou da febre 
hemorrágica Criméia-Congo, são manipulados no 
nível de biossegurança 4 (BRASIL, 2006a).
Norma Regulamentadora 
(NR) 32
Para finalizarmos este tópico, é importante des-
tacar uma importante norma de biossegurança 
que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em 
Serviços de Saúde, a NR 32, criada pelo Ministé-
rio do Trabalho e Emprego. O objetivo dessa NR 
é agrupar o que já existe no país em termos de 
legislação e favorecer os trabalhadores da saúde, 
estabelecendo diretrizes para implementação de 
medidas de proteção à saúde e segurança destes.
Essa norma trata, ainda, dos riscos biológicos, 
químicos, das radiações ionizantes, dos resíduos,das condições de limpeza e conservação e da 
manutenção de máquinas e equipamentos em 
serviços que prestam assistência à saúde (BRA-
SIL, 2005).
A Norma Regulamentadora (NR) 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a 
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
Conheça a NR 32 na íntegra no site: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm>.
22 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
A biossegurança envolve a análise dos riscos a que 
os profissionais de saúde estão constantemente 
expostos em suas atividades e ambientes de tra-
balho. A avaliação de tais riscos engloba vários 
aspectos, sejam relacionados aos procedimentos 
adotados, às chamadas boas práticas em labora-
tório, aos agentes biológicos manipulados, à in-
fraestrutura dos laboratórios ou informacionais, 
como à qualificação das equipes (BRASIL, 2006c).
As boas práticas em biossegurança seguem as 
mesmas premissas das boas práticas laboratoriais 
(BPLs), que compreendem um conjunto de nor-
mas, procedimentos e atitudes de segurança, que 
visam minimizar os acidentes que envolvam as 
atividades desempenhadas pelos laboratoristas, 
bem como incrementar a produtividade, assegu-
rar a melhoria da qualidade dos serviços desen-
volvidos e, ainda, auxiliar na manutenção de um 
ambiente seguro. Sendo assim, os cuidados com 
a biossegurança dos espaços de atendimento à 
população, abrange as mesmas prudências utili-
zadas nos laboratórios. 
Ressalta-se que a utilização das BPLs requer 
a aplicação do bom senso e prudência dos pro-
fissionais ao desenvolver cada atividade (MAS-
TROENI, 2005; ARAÚJO et al. 2009; SANGIONI 
Boas Práticas 
em Biossegurança
23UNIDADE 1
et al., 2013). Portanto, a não utilização de forma 
adequada das BPLs pode ocasionar riscos imi-
nentes no âmbito laboratorial.
As BPLs padrões nos laboratórios devem ser 
conhecidas e aplicadas por todos os usuários 
(SANGIONI et al., 2013). Essas medidas, ainda, 
são constituídas por atividades organizacionais 
do ambiente de trabalho e por procedimentos 
básicos, como a utilização de Equipamentos de 
Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de 
Proteção Coletivos (EPCs), limpeza e higieniza-
ção do ambiente laboratorial, dentre outras.
A seguir, vamos apresentar a importância de 
Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e tam-
bém algumas práticas laboratoriais adotadas para 
equipamentos, profissionais, materiais e ambiente 
(MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009; 
PENNA et al., 2010; SANGIONI et al., 2013).
Procedimentos Operacionais 
Padrão (POP)
Com o intuito de garantir a aplicação dos prin-
cípios das BPLs, um dos instrumentos utilizados 
nos laboratórios são os Procedimentos Operacio-
nais Padrão (POP). Segundo Molinaro, Caputo 
e Amendoeira (2009), o POP pode ser definido 
como um documento que expressa o planejamen-
to do trabalho, a fim de padronizar e minimizar a 
ocorrência de desvios na execução das atividades 
e, assim, garantir aos usuários serviços ou produ-
tos livres de variáveis indesejáveis, independen-
temente de quem as realize. Um Procedimento 
Operacional Padrão tem como meta garantir que 
a qualidade seja a mesma em todas as etapas do 
processo em qualquer momento.
O POP descreve cada passo crítico e sequencial 
que deverá ser dado pelo operador para garantir o 
resultado esperado da tarefa. Na área da saúde, os 
POPs ficam contidos em manuais com a finalida-
de de esclarecer dúvidas e orientar a execução das 
ações e devem estar de acordo com as diretrizes e 
normas da instituição, ser atualizados sempre que 
necessário e deverão ser seguidos por todos (médi-
cos, enfermeiros e auxiliares) de forma padronizada 
(GUERRERO; BECCARIA; TREVIZAN, 2011).
Mas como elaboramos um POP?
A figura a seguir informa, de maneira geral, 
alguns passos importantes para a elaboração de 
um Procedimento Operacional Padrão.
Descrição das etapas da tarefa e de seus executadores
e responsáveis
Nome do POP
Objetivo do POP
Documentos de referência
(manuais)
Local de aplicação
Sigla (se houver)
Fluxograma
Local onde poderá ser encontrado e o nome
do responsável pela guarda e atualização
Frequência de atualização
Forma que será gerado ( papel, eletrônico)
Gestor (quem colaborou)
Responsável
Figura 2 - Fluxograma para elaboração de um POP
Fonte: Gourevitch e Morris (2008).
24 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Com base no fluxograma, nota-se que o POP deve 
conter informações suficientes para que todos os 
colaboradores possam utilizá-lo como um guia, 
assim como, em caso de dúvida, saibam onde bus-
car mais informações ou a quem recorrer (GOU-
REVITCH; MORRIS, 2008).
Para Gourevitch e Morris (2008), o POP é um 
instrumento destinado a quem executa a tarefa; este 
deve ser simples, completo e objetivo para que possa 
ser interpretado por todos os colaboradores. Quanto 
a sua aplicação, representa a base para garantir a 
padronização de tarefas e assegurar aos usuários um 
serviço ou produto livre de variações (não confor-
midades) que poderão interferir na qualidade final.
Assim, os POPs são recursos tecnológicos im-
portantes na prática de saúde e, como tal, devem 
ser validados, uma vez que, dessa forma, adqui-
rem credibilidade científica, a ponto de serem 
eficazes no processo de mudança da prática as-
sistencial, bem como na melhoria do resultado do 
desempenho dos profissionais. Os POPs ajudam 
a sintetizar a informação mediante uma estrutura 
concisa e promovem a tradução do conhecimento 
para melhorar a prática (GERAIX; CAMPOS, G. 
CAMPOS, R. 2007; CUNHA; LEITE, 2008).
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Equipamentos
Os equipamentos de laboratório requerem condi-
ções apropriadas para cumprirem sua funcionali-
dade, além de contarem com a conduta ética dos 
profissionais que irão utilizá-los. Os itens a seguir 
descrevem boas práticas laboratoriais e orienta-
ções de utilização destinadas aos manuseio dos 
equipamentos. Portanto, os equipamentos devem:
a. Ser configurados regularmente e estar em 
locais apropriados, livre de interferências 
(corrente de ar, vibrações, umidade, inci-
dência de luz solar e calor).
b. Ser operados apenas por profissionais trei-
nados e capacitados.
c. Estar em condições de utilização e seguir 
um plano rigoroso de validação, qualifica-
ção, calibração, esterilização e manutenção.
d. Possuir orientações em relação a sua utili-
zação presentes nos procedimentos opera-
cionais padrões (POP).
e. Ser inspecionados regularmente e man-
tidos em condições adequadas para ope-
ração por pessoas qualificadas para esse 
trabalho, como profissionais treinados, 
vinculados a empresas do segmento. 
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Profissionais e Usuários
As Boas Práticas são de grande importância 
para os colaboradores e usuários do local, uma 
vez que elas prezam pela segurança e proteção 
de todos. A seguir, estão descritas algumas me-
didas:
a. É proibido a ingestão e/ou o preparo de ali-
mentos e bebidas, fumar, mascar chicletes 
e manipular lentes de contato.
b. Evitar o uso de qualquer tipo de acessórios/
adornos durante as atividades laborato-
riais.
c. Pipetar com a boca é expressamente proi-
bido e jamais se deve colocar na boca ob-
jetos de uso no laboratório (canetas, lápis, 
borrachas, entre outros).
25UNIDADE 1
d. Observar os princípios básicos de higiene, 
como manter as mãos limpas e unhas apa-
radas; sempre lavar as mãos antes e após 
vários procedimentos. Se não existirem 
pias no local, líquidos antissépticos devem 
estar à disposição para limpeza das mãos.
e. Trajar roupas de proteção durante as ativi-
dades laboratoriais, como: jalecos, aventais, 
macacões, entre outros. Essas vestimentas 
não devem ser usadas em outros ambientes 
fora do laboratório ou clínica como: escri-
tório, biblioteca, salas de estar e refeitórios.
f. Usar luvas de procedimentossomente nas 
atividades laborais e evitar tocar em obje-
tos de uso comum.
g. Usar os equipamentos de proteção ade-
quados durante o manuseio de produtos 
químicos.
h. Utilizar calçados fechados, confortáveis e 
antiderrapante.
i. Manter os artigos de uso pessoal fora das 
áreas destinadas às atividades laboratoriais.
j. Manusear, transportar e armazenar mate-
riais (biológicos, químicos e vidrarias) de 
forma segura para evitar qualquer tipo de 
acidente. O manuseio de produtos quími-
cos voláteis, metais, ácidos e bases fortes, 
entre outros, necessita ser realizado em ca-
pela de segurança química. As substâncias 
inflamáveis precisam ser manipuladas com 
extremo cuidado, evitando-se proximida-
de de equipamentos e fontes geradoras de 
calor.
k. Acidentes ocorridos devem ser documen-
tados e avaliados para correções e preven-
ções.
l. Os trabalhadores devem ser devidamente 
treinados e informados.
m. Dependendo do local, evitar trabalhar so-
zinho, como no caso dos laboratórios, e 
jornadas de trabalho prolongadas, como 
em atendimentos em clínicas, em que o 
excesso de atividade diária possa levar a 
lesões por esforços repetitivos ou dores 
osteoarticulares do trabalho.
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Materiais e Reagentes
A seguir, estão apresentadas medidas de Boas Prá-
ticas adotadas para materiais e reagentes:
a. Identificar todos os produtos químicos 
e frascos com soluções, medicamentos, 
princípios ativos, ácidos, cosméticos, cos-
mecêuticos e reagentes, os quais devem 
conter a indicação do produto, condições 
de armazenamento, prazo de validade e 
toxidade do produto.
b. Acondicionar os resíduos biológicos e 
químicos em recipientes adequados, e que 
apresentem condições seguras para enca-
minhá-los ao serviço de descarte.
c. Armazenar adequadamente matérias-pri-
mas, padrões, reagentes e demais insumos, 
avaliando-se o grau de risco, compatibili-
dades, incompatibilidades, bem como as 
condições ideais de luz, umidade e tem-
peratura de armazenamento.
d. O descarte dos materiais cortantes deve ser 
realizado em recipientes de paredes rígidas, 
com tampa e devidamente identificado.
e. No descarte, as agulhas usadas não devem 
ser dobradas, quebradas, reutilizadas, reca-
peadas, removidas das seringas ou mani-
26 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
puladas antes de desprezadas. Seu descarte 
deve ser feito em recipiente adequado a 
material perfurocortante (como caixas de 
papelão específicas para coletar material 
perfurocortante descartável provenientes 
das ações de atenção à saúde - descarpark).
f. Assegurar que os resíduos biológicos sejam 
descontaminados antes de serem descar-
tados.
Vale destacar que, além de todas essas medidas, 
a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) parametrizou símbolos de segurança nos 
rótulos, a fim de lembrar aos usuários o risco do 
manuseio inadequado ou a exposição a um pro-
duto, representando nos pictogramas os primeiros 
sintomas com o contato da substância (MOLINA-
RO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009). 
Boas Práticas Laboratoriais 
Aplicadas ao Ambiente 
Laboratorial
Algumas BPLs aplicadas ao ambiente laboratorial 
estão descritas a seguir:
a. Restringir o acesso de pessoas ao laborató-
rio, isto é, somente os indivíduos autoriza-
dos pelos coordenadores e professores po-
dem ingressar nos ambientes laboratoriais.
b. Visitas de crianças no laboratório é desa-
conselhável.
c. Não é recomendado que haja plantas no 
interior do laboratório.
d. Garantir que a limpeza dos laboratórios 
(bancadas, pisos, equipamentos, instru-
mentos e demais superfícies) sejam reali-
zadas regularmente antes e imediatamente 
após o término das atividades laboratoriais. 
Em caso de derramamentos, dependendo 
do tipo e quantidade de material biológi-
co disseminado, pode-se empregar para a 
descontaminação do local álcool 70% ou 
solução de hipoclorito de sódio a 10%.
e. O descarte de resíduos deve ser feito de 
maneira que não comprometa a saúde dos 
profissionais e do meio ambiente.
f. Todo laboratório deve ser sinalizado de 
forma a facilitar a orientação dos usuários 
e advertir quanto aos potenciais riscos 
presentes no local. A utilização correta e 
o respeito à sinalização de segurança são 
entendidos como barreiras primárias das 
medidas de contenção.
g. Instituir um programa de controle de roe-
dores e vetores nos laboratórios.
h. Disponibilizar kits de primeiros socorros 
e promover a capacitação dos usuários em 
segurança e emergência nos laboratórios.
Segundo Molinaro, Caputo e Amendoeira (2009), 
o Ministério da Saúde recomenda que o símbolo 
de risco biológico seja disposto na entrada do la-
boratório, informando também o microrganismo 
manipulado, a classe de risco, o nome do pesqui-
sador responsável e o telefone de contato. Além 
disso, deve conter a frase: “Proibida a entrada de 
pessoas não autorizadas”. 
Diante do que foi exposto, observa-se que a 
adoção das Boas Práticas Laboratoriais assume 
uma importância primordial para a melhoria da 
qualidade do ambiente de trabalho, asseguran-
do a proteção tanto dos profissionais quanto dos 
usuários do serviço. 
27UNIDADE 1
Como vimos no item anterior, alguns equipamen-
tos são necessários para a realização das BPL, sen-
do eles os equipamentos de proteção individual e 
coletiva. Os equipamentos de proteção são barrei-
ras primárias que visam a proteger o profissional 
(individual) e o ambiente (coletivo). 
A Norma Regulamentadora n° 6, do Ministério 
do Trabalho e Emprego, estabelece que o emprega-
dor é obrigado a fornecer ao trabalhador equipa-
mentos de proteção individual (EPI), orientando e 
treinando sobre o uso adequado, guarda e conser-
vação, realizando periodicamente a higienização e 
a manutenção, substituindo imediatamente sem-
pre que danificado e extraviado (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
Os trabalhadores da área da saúde que atuam 
em hospitais, clínicas e laboratórios são considera-
dos como categoria profissional de alto risco, pois 
estão frequentemente expostos aos riscos bioló-
gicos, em especial, quando manuseiam fluídos 
corpóreos e sangue (NISHIDE; BENATTI, 2004). 
Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI) 
e Coletiva (EPC)
28 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Assim, é fundamental que o profissional da 
saúde utilize os equipamentos de forma correta, 
pois, descartáveis ou não, deverão estar à dispo-
sição e em número suficiente nos postos de tra-
balho, de forma que seja garantido seu imediato 
fornecimento ou reposição (SKRABA; NICKEL; 
WOTKOSKI, 2006). 
Destaca-se, ainda, que tais medidas de prote-
ção tornaram-se alvo de preocupações a partir 
da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência 
Humana (AIDS), com a ocorrência do primeiro 
caso comprovado de contaminação em um hospi-
tal na Inglaterra (TEIXEIRA; VALLE, 2010). Fatos 
como este nos permitem ressaltar a importância 
da biossegurança aplicada à área da saúde.
Os equipamentos de proteção não devem ser 
inseridos de forma autoritária na rotina de 
trabalho. É fundamental que os colaboradores 
e profissionais da saúde receba capacitação para 
utilizá-los e tenha um prazo para se adaptar; 
caso contrário, ao invés de proteger, esses 
equipamentos poderão tornar-se elementos 
geradores de acidentes. Devemos, também, 
levar em consideração o conforto proporcionado 
pelos equipamentos e a qualidade do produto e, 
ainda, exigir, junto ao Ministério do Trabalho, o 
Certificado de Aprovação (CA) (TEIXEIRA; VALLE, 
2010).
Portanto, caro(a) aluno(a), a utilização desses 
equipamentos é de extrema importância, sobre-
tudo em serviços de saúde. E, muitas vezes, eles se 
fazem presentes em nosso cotidiano, mesmo sem 
percebermos. Você sabe quais são os EPIs e EPCs 
utilizados na área da saúde?
Equipamentos de Proteção 
Individual (EPIs)
Os EPIs são todos os dispositivos de uso indivi-
dual destinados a proteger a saúde e a integridade 
física do trabalhador (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009). Segundo Alves e Pache-
co (2015),os EPIs que devem estar disponíveis, 
obrigatoriamente, para todos os profissionais que 
trabalham em ambientes de saúde são: jalecos, 
luvas, máscaras, óculos, protetores faciais e cal-
çados fechados. 
Desta forma, todos esses EPIs são utilizados 
para prevenir o usuário de adquirir doenças em 
virtude do contato profissional-paciente e contra 
riscos de acidentes de trabalho, visando à conser-
vação da sua própria saúde.
Sendo assim, o uso dos EPIs de forma combi-
nada, ou não, objetiva minimizar a disseminação 
de microrganismos e proteger áreas do corpo 
expostas à material infectante, especialmente 
sangue, líquidos corporais, secreções e excretas. 
A seguir, vamos conhecer mais detalhadamente 
cada um desses equipamentos:
a. Jalecos: são de uso obrigatório para todos 
que trabalham nos ambientes laboratoriais 
em que ocorra a manipulação de micror-
ganismos patogênicos, manejo de animais, 
lavagem de material, esterilização e ma-
nipulação de produtos químicos. O uso 
deve ser restrito aos laboratórios, evitando 
a contaminação do ambiente exterior. O 
tecido do jaleco deve, de preferência, ser 
de fibras naturais (100% algodão), uma vez 
que as fibras sintéticas se inflamam com 
facilidade. Mangas compridas, cobrindo 
os braços, o dorso, as costas e a parte su-
perior das pernas são ideais (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009; TEI-
XEIRA; VALLE, 2010).
29UNIDADE 1
b. Luvas: devem ser utilizadas em todos os 
procedimentos, desde a coleta, transporte, 
manipulação até o descarte das amostras, 
uma vez que previnem a contaminação das 
mãos do trabalhador ao manipular, por 
exemplo, material biológico potencialmen-
te patogênico e produtos químicos (MOLI-
NARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009). 
Além disso, as luvas são indicadas sempre 
que houver possibilidade de contato com 
sangue, secreções e excreções, com mucosa 
ou pele não íntegra (GOMES, 2003). 
O Quadro 1 indica os principais materiais de 
composição das luvas utilizadas na área labora-
torial e da saúde. Além destes, outros materiais 
também podem ser utilizados, como as luvas 
sintéticas produzidas em nitrilo e neoprene, cuja 
matéria-prima não é látex (CANUTO; COSTA; 
SILVA, 2007).
Lembre-se que o uso de luvas não substitui a 
necessidade da lavagem das mãos, uma vez que 
elas podem conter pequenos orifícios inaparentes 
ou danificar-se durante o uso, podendo contami-
nar as mãos quando removidas.
Quadro 1 - Tipos de luvas usadas na área laboratorial e da saúde 
Tipo Indicação de uso
Luva de látex São luvas de borracha natural, usualmente disponíveis em laboratórios e áreas da saúde. 
Luva de vinil São luvas feitas de material sintético e são mais resistentes a materiais perfurocortantes.
Luva de borracha 
grossa
São luvas antiderrapantes usadas para a manipulação de resíduos ou lava-
gem de materiais ou procedimentos de limpeza em geral. 
Luvas resistentes à 
temperatura (altas e 
baixas)
Feitas de materiais apropriados para proteção, servem para manipulação 
de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como proce-
dimentos que utilizam estufas para secagem de materiais, banho-maria, 
câmaras frias, freezer para conservação de amostras, além de outros.
Fonte: Brasil (1999).
c. Máscaras: protegem os trabalhadores do contato com material contaminado, como aerossóis ou 
produtos químicos. Pode apresentar filtros mecânicos, que protegem contra partículas suspensas no 
ar, ou filtros químicos, que se destinam à proteção contra gases e vapores orgânicos (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
d. Óculos: têm a função de proteger os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. É importante 
que sejam de qualidade comprovada, a fim de proporcionar ao usuário visão transparente, sem 
distorções e opacidade (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
e. Protetores faciais: oferecem uma proteção à face do trabalhador contra risco de impactos (par-
tículas sólidas, quentes ou frias), de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como 
também das radiações (raios infravermelho e, ultravioleta etc.) (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009). De modo geral, são feitos do mesmo material dos óculos, devendo 
ser ajustáveis à cabeça e cobrir todo o rosto (SKRABA; NICKEL; WOTKOSKI, 2006). Tanto 
os protetores faciais como os óculos são equipamentos reutilizáveis e devem ser desinfetados.
30 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
f. Calçados fechados: são destinados à pro-
teção dos pés contra umidade, respingos, 
derramamentos de materiais infectantes 
e impactos de objetos diversos. Não é 
permitido o uso de tamancos, sandálias 
e chinelos em laboratórios (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
Além dos EPIs descritos, há também os protetores 
auditivos, para trabalhos muito demorados com 
equipamentos considerados prejudiciais ou noci-
vos em longa exposição (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009).
Desta forma, para auxiliar na fixação dos prin-
cipais EPIs, o Quadro 2 descreve sobre os riscos 
evitados e as características de proteção ofereci-
das por cada um deles.
Quadro 2 - Equipamentos de proteção individual, risco evitado e características de proteção
EPI Risco evitado Características de proteção
Jalecos e aventais 
de plástico
Contaminação do 
vestuário
Cobrem o vestuário, no caso dos jalecos e, depen-
dendo do material, podem ser impermeáveis 
Calçados Impactos e salpicos Fechados
Óculos de 
segurança Impactos Lentes resistentes a impactos; e proteções laterais
Viseira de 
proteção facial Impactos e salpicos
Proteção total da face e fácil de tirar em caso de 
acidente
Aparelhos e 
máscaras de 
respiração
Inalação de aerossóis
Existência de diferentes modelos: descartáveis, 
completa ou meia máscara purificadora de ar, de 
capuz com ar filtrado à pressão e com abasteci-
mento de ar
Luvas Contato direto com mi-crorganismos e cortes
Em látex, vinilo ou nitrilo microbiologicamente apro-
vados e descartáveis
Fonte: adaptado de Penna et al. (2010).
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
são utilizados para minimizar a exposição dos 
trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, 
reduzir suas consequências (TEIXEIRA; VALLE, 
2010). Podem ser de uso rotineiro, como as cabi-
nes de segurança biológica e capelas de exaustão 
química, ou para situações emergenciais, como 
os extintores de incêndio, chuveiro e lava-olhos, 
que devem estar instalados em locais de fácil aces-
so e bem sinalizados (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009).
A seguir, vamos conhecer alguns EPC usados 
na área laboratorial e da saúde:
31UNIDADE 1
irritantes, porém muito usado em laboratórios 
clínicos para descontaminação (BRASIL, 2004).
Extintores de incêndio: usados para eliminar 
ou controlar o fogo de um local ou objeto, devem 
apresentar-se em número, tipo e distribuição ade-
quados; sua manutenção e/ou reposição devem 
ser periódicas, bem como o pessoal do laboratório 
deve ser treinado para a sua utilização (SANGIO-
NI et al., 2013).
Chuveiro de emergência e lava-olhos: são 
equipamento utilizados em casos de acidentes em 
que haja projeção de sangue, substâncias químicas 
ou outro material biológico sobre o profissional 
(BRASIL, 2004). Chuveiro e lava-olhos devem es-
tar presentes em todos os laboratórios em perfeito 
estado de funcionamento e higienizados. A água 
para os lava-olhos deve ser preferencialmente fil-
trada (SANGIONI et al., 2013). 
Kit de primeiros socorros: nos laborató-
rios deve constar também kit de primeiros 
socorros, tendo os materiais comumente 
preconizados no socorro imediato 
de pequenos ferimentos e de-
sinfecção, no caso de aciden-
tes com material biológico 
(GARCIA; ZANETTI-RA-
MOS, 2004; SANGIONI et 
al., 2013).
Além disso, o número dos 
telefones do corpo de bom-
beiros e dos responsáveis pela 
segurança das chefias dos labo-
ratórios deve estar em local de 
fácil acesso e à vista de todos 
(ALVES; PACHECO, 2015).
Cabines de Segurança Biológica (CSB): a 
Cabine de Segurança Biológica (CSB) ou Capela 
de Fluxo Laminar é um equipamentoutilizado 
para proteger o profissional e o ambiente labora-
torial de partículas ou contaminantes que podem 
se espalhar durante a manipulação (GARCIA; 
ZANETTI-RAMOS, 2004). É importante que 
as cabines sejam submetidas periodicamente à 
manutenção e a trocas dos filtros e, ainda, o la-
boratório deve possuir relatório da manutenção, 
mantido à disposição da fiscalização do traba-
lho (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 
2009). Existem três tipos de CBSs (BRASIL, 2004): 
a. Classe I - esse tipo de cabine protege o ma-
nipulador e o ambiente, porém não evita a 
contaminação do material que está sendo 
manipulado.
b. Classe II - a CSB classe II protege o ma-
nipulador, o ambiente e o material. Esse 
equipamento é utilizado nos laboratórios 
clínicos, em especial, para procedimentos 
microbiológicos e laboratórios de saúde 
pública.
c. Classe III - essa cabine é completamente 
fechada, o que impede a troca de ar com o 
ambiente e funciona com pressão negativa, 
oferecendo total segurança ao manipula-
dor, ambiente e material; os recipientes e 
o material a serem manipulados entram e 
saem por meio de câmaras de desinfecção. 
Cabine de Exaustão Química: as capelas de 
exaustão química são equipamentos que prote-
gem os profissionais na manipulação de subs-
tâncias químicas que liberam vapores tóxicos e 
32 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Já aprendemos sobre os principais conceitos 
e termos utilizados em biossegurança, as Boas 
Práticas Laboratoriais (BPLs) e os Equipamentos 
de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs). 
Agora, vamos conhecer alguns programas res-
ponsáveis por proteger e prevenir os profissionais 
da incidência de acidentes e problemas de saúde 
provenientes do trabalho?
Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH)
A Comissão de controle de infecção hospitalar 
(CCIH) apresenta grande relevância em ambiente 
hospitalar, sendo de extrema importância não só 
para os colaboradores relacionados a esse seg-
mento, mas também a todos profissionais da saú-
de, uma vez que é necessário um conhecimento 
básico sobre suas funções desempenhadas por 
esta comissão para uma boa formação. Para tanto, 
iremos apresentar breve histórico sobre a CCIH, 
informações relacionadas a sua composição e so-
bre seus membros.
Percepção e Avaliação 
de Riscos em Serviços 
de Saúde
33UNIDADE 1
Um Breve Histórico Sobre as CCIH
Infecções Hospitalares, adaptadas e voltadas para 
a realidade nacional. Outra iniciativa que merece 
ser destacada foi a realização do primeiro Curso 
de Introdução de Controle de Infecção Hospitalar 
para treinamento de profissionais de nível supe-
rior (ANVISA, 2004).
Em 1987, foi constituída, em nível nacional, 
uma comissão de controle de infecções hospita-
lares (IH), com representações de vários estados. 
Em 6 de abril de 1988, a Portaria n° 232 criou o 
Programa Nacional de Controle de IH (PNCIH) 
que, em 1990, transformou-se em Divisão Nacio-
nal de Controle de Infecção Hospitalar por meio 
da Portaria n° 666, de 17 de maio de 1990. Em 
1989, em São Paulo, ocorreu o 1º Congresso Bra-
sileiro sobre Infecção Hospitalar, realizado pela 
Associação Paulista de Estudos e Controle de In-
fecção Hospitalar, com cerca de mil participantes 
e vários convidados estrangeiros (ANVISA, 2004).
Em 1992, a Portaria n° 930 foi substituída pela 
de n° 196, do Ministério da Saúde, recomendan-
do que os programas específicos de controle e 
prevenção de Infecção Relacionada à Assistência 
à Saúde (PCIRAS) realizassem vigilância ativa 
dessas infecções (ANVISA, 2004). Contudo, foi 
apenas em 1997 que o MS tornou obrigatória a 
existência de um programa de controle e pre-
venção dessas infecções nos hospitais, pela Lei 
n° 9.431 (BRASIL, 9.431/1997).
A última portaria publicada pelo Ministério da 
Saúde foi a de n° 2.616, de 12 de maio de 1998, que 
rege o controle de infecção hospitalar e mantém 
a obrigatoriedade de um Programa de Controle 
de Infecções Hospitalares (PCIH) em todos os 
hospitais do país, demandando, em sua estrutura, 
a organização de uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) e um Serviço de Con-
trole de Infecção Hospitalar (SCIH) (ANVISA, 
2004; SILVA; LACERDA, 2011). 
No Brasil, a demanda pelo controle e prevenção 
das Infecções Relacionadas à Assistência Social 
(IRAS), inicialmente denominada Infecção Hos-
pitalar (IH), deu-se em meados dos anos 70 do 
século XX, por recomendação do Ministério da 
Previdência e Assistência Social (MPAS), a partir 
de profissionais que já estudavam e lidavam com 
esse tipo de ocorrência no país, e que haviam cria-
do as primeiras Comissões de Controle e Preven-
ção de Infecções Hospitalares (CCIH) nos locais 
em que trabalhavam (BRASIL, 1998). 
Essa demanda era, em grande medida, decor-
rente da mudança da política de saúde no período 
da ditadura militar, em que a assistência curativa 
passou a ser dominante, com a proliferação de 
hospitais (LACERDA; JOUCLAS; EGRY, 1996).
A década de 80 foi o marco no controle das 
infecções hospitalares no Brasil, quando o Minis-
tério da Saúde criou um grupo de trabalho inte-
grado tanto por seus representantes quanto pelos 
Ministérios da Educação e da Previdência Social. 
Esse grupo elaborou um documento normativo, 
que gerou a Portaria n° 196, de 24 de junho de 
1983, determinando a todos hospitais brasileiros 
a constituição de uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (ANVISA, 2004; OLIVEIRA; 
SILVA; LACERDA, 2016).
Contudo, somente a partir de 1985, com a re-
percussão da morte do ex-presidente Tancredo 
Neves, em consequência de infecção hospitalar, 
essa questão assumiu uma dimensão maior, sen-
sibilizando a população e, principalmente, os pro-
fissionais da área de saúde. Resultou dessa preo-
cupação a realização do “Curso de Introdução ao 
Controle de Infecção Hospitalar”, ministrado em 
todo o País. 
No mesmo ano, foi publicado o “Manual de 
Controle de Infecção Hospitalar”, objetivando 
preconizar medidas de prevenção e controle das 
34 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Vale ressaltar que a referida Portaria também 
define as características desejáveis de formação 
dos profissionais e parâmetros para determinação 
do número dos membros executores da CCIH, 
com base no número de leitos e tipos de unidade 
que se compõe o hospital, além de outros aspectos 
(ANVISA, 2004).
Atualmente, as diretrizes gerais para o Con-
trole das Infecções em Serviços de Saúde são 
delineadas pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, que foi criada em 26 de janeiro de 1999 
(ANVISA, 2004).
Em 2004, a ANVISA instituiu o Sistema de In-
formações para Controle de Infecção em Serviços 
de Saúde (SINAIS). E, em 2012, criou a Comissão 
Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Re-
lacionada à Assistência à Saúde (CNIRAS), com 
a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada 
da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas 
e medidas para prevenção e controle de Infec-
ções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) 
(BRASIL, 2012).
Neste sentido, a CCIH é responsável pela 
normatização das diretrizes para a prevenção e 
controle de exposição a doenças infectoconta-
giosas e a materiais orgânicos, a implementação 
do programa de imunização e planejamento e 
controle de epidemias entre os trabalhadores da 
saúde (SCHEIDT; ROSA; LIMA, 2006).
Membros da CCIH
Como já descrito anteriormente, a CCIH é o órgão 
que presta assessoria ao Programa de Controle de 
Infecções Hospitalares (PCIH), e é composta por 
profissionais da área da saúde com nível supe-
rior e formalmente designados, (BRASIL, 1998). 
A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e 
combater à infecção hospitalar, beneficiando toda 
a comunidade assistida, como também de prote-
ger o hospital e o corpo clínico. Ainda, em uma 
Unidade de Saúde, a CCIH é um apoio a todos 
os profissionais que atuam diretamente com os 
pacientes, a fim de prevenir e controlar as infec-
ções hospitalares e suas prováveis consequências 
(ROCHA; ALVES; BRASILEIRO, 2010).
Conforme a legislaçãovigente, a CCIH deve 
ser constituída de membros executores e con-
sultores, que possuem atividades diferenciadas, 
porém, complementares nas ações da Comissão. 
Vejamos a seguir:
• Membros consultores: são representados 
pelos serviços médicos, enfermagem, far-
mácia e de microbiologia.
• Membros executores: estão relacionados 
ao Serviço de Controle de Infecção Hospi-
talar (SCIH) e formados por, no mínimo, 
2 técnicos da área da saúde ou de nível su-
perior para cada 200 leitos ou fração deste 
número, com carga horária diária mínima 
de 6 horas para o enfermeiro e 4 horas para 
os demais profissionais (BRASIL, 1998).
Portanto, segundo Horr et al. (1978), serão fun-
ções da CCIH:
• Controle do ambiente: elaborar, con-
trolar e atualizar normas e procedimen-
tos referentes à limpeza e desinfecção dos 
ambientes, estabelecendo a frequência e 
tipo de desinfetante empregado, dando 
ênfase especial às áreas críticas: centros 
cirúrgico, obstétrico, berçário, sala de recu-
peração pós anestésica, unidade de terapia 
intensiva, pediatria, isolamento, serviço de 
Nutrição e Dietética, bem como elaborar 
programas de treinamento e atualização 
sobre limpeza e desinfecção de ambiente.
35UNIDADE 1
• Controle do pessoal: supervisionar o 
preparo do campo operatório em pacien-
tes cirúrgicos, elaborar, supervisionar e 
atualizar rotinas referentes às técnicas de 
assepsia: degermação, desinfecção, sani-
ficação, desinfestação, higiene, limpeza, 
esterilização, escovação das mãos, uso de 
aventais, máscaras, pró-pés, manipulação 
de medicamentos, eliminação do material 
de curativos, de dejetos hospitalares em 
geral, bem como supervisionar a limpe-
za, desinfecção e esterilização de todo o 
equipamento e material hospitalar, como: 
máscaras, nebulizadores, bolsas de água 
quente e gelo, aspiradores, frascos de dre-
nagem, respiradores artificiais, seringas, 
agulhas, material cirúrgico, aparelhos de 
anestesia, cateteres e sondas.
• Controle de produtos químicos: sele-
cionar os produtos químicos e agentes de 
limpeza, controle da sua aquisição e em-
prego de testes periódicos. 
• Elaboração de normas e rotinas: desen-
volver normas da organização da C.C.I.H, 
normas referentes ao Pessoal, normas re-
ferentes ao orçamento, normas referentes 
ao relacionamento interno e externo de 
comissão e normas técnicas relacionadas 
às características e classificação das in-
fecções.
• Investigação epidemiológica: realizar 
levantamento e análise de um conjunto de 
indicadores: taxa de incidência e de pre-
valência de infecções hospitalares, taxa de 
infecção em cirurgias não contaminadas, 
taxa de infecção em cirurgias potencial-
mente contaminadas, taxa de letalidade 
por infecções hospitalares, taxa de infecção 
por microrganismo específico, coeficien-
tes de sensibilidade aos antimicrobianos, 
indice de consumo de antimicrobianos.
• Reuniões periódicas: para que os objeti-
vos da C.C.I.H. sejam atingidos, é impres-
cindível a participação de representantes 
médicos, enfermeiros, chefes de serviço nas 
reuniões, principalmente quando novas 
medidas deverão ser implantadas.
O Sistema Nacional de 
Informação para Controle 
de Infecções em Serviços 
de Saúde (Sinais)
O Sistema Nacional de Informação para Controle 
de Infecções em Serviços de Saúde (SINAIS) é 
uma iniciativa da Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária (ANVISA), que tem o objetivo de 
oferecer, aos profissionais da saúde e hospitais 
brasileiros, um instrumento para aprimoramento 
das ações de prevenção e controle das infecções 
relacionadas à assistência à saúde, complemen-
tando e favorecendo o cumprimento estabelecido 
pelas CCHI (ANVISA, 2017, on-line)2.
Essa ferramenta pretende consolidar o sistema 
de monitoramento da qualidade da assistência 
dos serviços em todos os segmentos da área da 
saúde no Brasil. O Sistema permite a entrada de 
dados e emissão de relatórios em uma rotina de 
trabalho que acompanha as atividades já desen-
volvidas pelas CCIH do país. A responsabilidade 
pelos dados inseridos no SINAIS, assim como 
pelo envio mensal, é do diretor do hospital, que 
pode delegar essas funções à equipe da CCIH ou 
a qualquer outro membro da instituição de saúde. 
Ao se cadastrar no Sistema, a instituição estará 
automaticamente concordando com essas condi-
ções. Além de indicadores de infecções relacio-
nadas à assistência, o SINAIS também permite 
acompanhamento da tendência de resistência de 
microrganismos aos antimicrobianos e identifica-
ção de surtos (ANVISA, 2017, on-line)2.
36 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Dessa forma, o uso do programa é gratuito e 
a sua implantação pelos hospitais do país é uma 
ação de grande importância para o efetivo con-
trole de infecções hospitalares, possibilitando a 
consolidação do sistema de vigilância da quali-
dade dos Serviços de Saúde no Brasil.
Comissão de Gerenciamento 
de Risco Hospitalar
O gerenciamento de risco hospitalar é um pro-
cesso complexo que associa várias áreas do co-
nhecimento e consiste na aplicação sistêmica e 
contínua de políticas, procedimentos, condutas e 
recursos na avaliação de riscos e eventos adversos 
que afetam a segurança do paciente, do profissio-
nal e do meio ambiente. 
Também, é no sentido de minimizar os ris-
cos que se faz necessário conhecer e controlá-los. 
Além das consequências sociais, econômicas e 
materiais a ele relacionadas, a perda da vida hu-
mana é a mais grave que pode ocorrer (CAPU-
CHO; BRANQUINHO; REIS, 2010, on-line)3. 
As ações da gerência de risco, segundo a AN-
VISA (2010), incluem: 
• A farmacovigilância, com atividades para 
detecção, avaliação, prevenção e notifica-
ção dos efeitos adversos ou qualquer pro-
blema relacionado a medicamentos (in-
cluindo os setores de farmácia hospitalar 
e comissão farmacotécnica). 
• A hemovigilância, para identificação, aná-
lise, prevenção e notificação dos efeitos 
indesejáveis imediatos e tardios advindos 
do uso de sangue e seus componentes (en-
volvendo os setores de banco de sangue, 
laboratórios, médicos e enfermagem que 
os administram).
• A tecnovigilância, para identificação, aná-
lise, prevenção e notificação de eventos 
adversos relacionados ao uso de equipa-
mentos, artigos médicos e kits laborato-
riais durante a prática clínica (incluindo os 
setores de inventário, compras e gestão de 
insumos hospitalares, central de materiais 
e esterilização, enfermagem, engenharia 
clínica e de manutenção).
• Os saneantes, com ações voltadas à aná-
lise e prevenção dos efeitos indesejáveis 
advindos do uso de saneantes no âmbito 
hospitalar (desde compras até dispensado-
res, mesmo se terceirizados). 
• A comissão de Controle de Infecção Hos-
pitalar (CCIH) para identificação, análise 
e prevenção de surtos e infecções hospi-
talares, controle e uso racional de antimi-
crobianos em serviços de saúde (além da 
CCIH, envolvendo também a comissão 
de ensino, saúde e segurança no trabalho, 
prevenção de acidentes e todos os profis-
sionais assistenciais).
• E, por fim, parcerias com as áreas de Mo-
nitoração de Propaganda e Inspeção de 
Medicamentos e Produtos para a Saúde.
Como o risco está presente em muitas ações e 
procedimentos que envolvem os pacientes den-
tro do hospital, as instituições de saúde criaram 
estruturas organizacionais, obrigatórias, ou não, 
por lei, para lidar com ele. Entre essas estruturas, 
pode-se citar: a Comissão de Controle de Infec-
ção Hospitalar, a Comissão de Óbito Hospitalar, a 
Comissão de Prontuários Médicos e a Comissão 
de Farmácia e Terapêutica (SILVA, 2009). 
O Quadro 3 apresenta os objetivos de cada 
comissão citada.
37UNIDADE 1
Quadro 3 - Comissão associadas ao gerenciamento de riscos hospitalares
COMISSÃO OBJETIVOS
Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar
Prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando toda a comuni-
dade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico 
(ROCHA; ALVES; BRASILEIRO, 2010).
Comissão de Óbito 
Hospitalar
Investigar as mortes no hospital, contribuindono monitoramento da 
qualidade da assistência (GUIMARÃES et al., 2011).
Comissão de Prontuários 
Médicos
Observar os itens que deverão constar obrigatoriamente do prontuário 
confeccionado em qualquer suporte, eletrônico ou papel, e assegurar a 
responsabilidade do preenchimento, guarda e manuseio dos prontuá-
rios, que cabem ao médico assistente, à chefia da equipe, à chefia da 
Clínica e à Direção técnica da unidade (OSELKA, 2002).
Comissão de Farmácia 
e Terapêutica
Possibilitar que os pacientes recebam o melhor e mais custo-efetivo 
tratamento, por meio do acesso ao medicamento e do seu uso ade-
quado; oferecer avaliação, educação e consultoria aos profissionais 
da instituição sobre todas as questões relacionadas ao uso de medi-
camentos; selecionar os fármacos; desenvolver e manter atualizado o 
formulário terapêutico; definir estudos de utilização de medicamentos 
para elaborar recomendações sobre o uso racional dos fármacos; e 
assessorar o serviço de farmácia na implementação do serviço de dis-
tribuição de medicamentos (MARQUES; ZUCCHI, 2006).
Fonte: adaptado de Guimarães et al. (2011); Marques e Zucchi (2006); Oselka (2002) e Rocha, Alves e Brasileiro (2010).
Dentro do processo de gerenciamento de riscos, 
ainda há a avaliação de riscos, etapa que determi-
na o valor quantitativo ou qualitativo dos riscos, 
associados a uma situação concreta e a uma amea-
ça reconhecida. Nas instituições de saúde, deve 
ser realizada, por exemplo, a avaliação dos riscos 
de infecção, sua probabilidade de ocorrência e a 
aplicação de medidas de controle adequadas. 
Avaliar as situações de risco e produzir uma 
lógica para a realização do procedimento correto 
pode ajudar a justificar o tempo e o custo para a 
implementação de uma ação específica, minimi-
zando todos os erros que podem levar a infec-
ções hospitalares. Para Silva (2009), a avaliação 
dos riscos nas instituições de saúde começa com 
um olhar para os processos e os dados relatados, 
com a finalidade de encontrar os problemas que 
podem causar erros. 
Por fim, caro(a) aluno(a), as informações pre-
sentes nesta unidade representam uma aborda-
gem inicial sobre Biossegurança e suas aplica-
ções em saúde; entretanto, é válido ressaltar que 
com o advento da ciência e das normatizações 
trabalhistas específicas, alterações constantes nos 
conceitos podem ser observadas. Portanto, cabe a 
você, futuro profissional deste segmento, manter-
-se atualizado e atento às alterações futuras. Assim 
sendo, vamos adiante?
38 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Nesta unidade, aprendemos acerca da Bios-
segurança por meio de uma breve perspectiva 
histórica sobre o desenvolvimento de legislações 
específicas que regulamentam e explicitam a ne-
cessidade de disseminação de práticas relacio-
nadas à biossegurança em seus dois âmbitos: o 
relacionado à proteção laboral e ambiental dos 
prestadores de serviço relacionados a saúde, e no 
tocante ao desenvolvimento tecnológico favorável 
ao atendimento das necessidades antrópicas.
Foi possível compreender como a complexi-
dade das operações realizadas em laboratórios de 
serviços de saúde influenciam nos procedimentos 
que neles devem ser realizados e adotados; como 
exemplo, podemos citar as classes de risco bioló-
gico e os níveis de biossegurança. Conhecemos os 
diferentes equipamentos de proteção individual e 
coletiva, bem como algumas informações padrão 
acerca deles, como composição e indicações de uso. 
O conhecimento e utilização desses equi-
pamentos, bem como das boas práticas labo-
ratoriais e clínicas, faz-se indispensável para 
os profissionais de áreas relacionadas à presta-
ção de serviços em saúde. Foi possível obser-
var, também, que as boas práticas laboratoriais 
permeiam condutas profissionais e éticas em 
ambiente de trabalho variados, como clínicas 
de várias especialidades, direcionando-os ao 
cumprimento dos procedimentos operacionais 
padrão, que objetiva minimizar erros relaciona-
dos aos procedimentos realizados e disseminar 
entre os colaboradores envolvidos informações 
laborais pertinentes. 
Por fim, apresentamos alguns programas res-
ponsáveis pela avaliação e prevenção dos riscos 
associados aos serviços de saúde, como a comis-
são de controle de infecção hospitalar (CCIH) 
extremamente relevante no controle estratégico 
e na contenção de infecções hospitalares, den-
tre outras inúmeras funções exercida por esta e 
outros programas. Esperamos, dessa forma, ter 
auxiliado em sua compreensão acerca dos temas 
apresentados, que serão extremamente relevantes 
em sua vida acadêmica e profissional.
39
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A padronização e a disposição de informações pertinentes para os colaboradores 
em ambiente de trabalho se faz fundamental, sobretudo, quando diferentes 
colaboradores executam suas funções em um mesmo local de trabalho. Em 
ambiente hospitalar, tal fato não poderia ser diferente, especialmente quando 
diferentes procedimentos ali realizados ocorrem em diferentes turnos e são 
realizados por inúmeros colaboradores. Neste sentido, faz-se viável e impres-
cindível o desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão (POP). Ba-
seados no conteúdo exposto ao longo desta unidade, conceitue procedimento 
operacional padrão (POP).
2. Conforme exposto ao longo desta unidade, a Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH) desempenha papel fundamental e de extrema relevância em 
ambiente hospitalar. Em relação à importância dessa comissão, faz-se neces-
sário que todos os colaboradores possuam um conhecimento básicos sobre as 
atividades desempenhadas pela CCIH. Nesse sentido, discorra sobre a CCIH, 
apresentando informações relacionadas as suas atribuições e a sua composição.
3. A proteção laboral dos trabalhadores que prestam serviços voltados à saúde é 
uma das preocupações no que tange a biossegurança. A efetivação dessa se-
guridade pode ser efetiva mediante à utilização de equipamentos específicos, 
denominados equipamentos de proteção individual. Nesse sentido, leia aten-
tamente as assertivas a seguir:
I) Chuveiro de emergência e lava-olhos.
II) Jalecos.
III) Cabine de proteção biológica.
IV) Luvas.
40
Assinale a alternativa que contempla exemplos de equipamentos de proteção 
individual.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas I, II e III.
4. Os riscos em um ambiente de trabalho podem ser considerados quaisquer alte-
rações nas condições de homeostasia previamente estabelecidos para a prática 
laboral e podem estar associados a consequências da realização de atividades 
específicas presentes em ambientes hospitalares. Em relação à classificação 
dos riscos em biossegurança, analise as assertivas e assinale com Verdadeiro 
(V) ou Falso (F):
 ) ( Riscos físicos estão associados às substâncias, compostos ou produtos nas 
formas de gases, vapores, poeiras e fumaças.
 ) ( Riscos biológicos abrangem a manipulação dos agentes e materiais biológicos, 
como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
 ) ( Riscos ergonômicos são relacionados a ruídos, vibrações, temperaturas ex-
tremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes 
e pontiagudos.
 ) ( Riscos químicos são atrelados aos riscos de acidentes ou sinistros envolvendo 
o manuseio de substâncias químicas, gases e vapores.
 ) ( Riscos ergonômicos são aqueles associados ao manuseio de microrganismos 
ou outros seres vivos de interesse biológico.
5. O termo biossegurança apresenta uma amplitude de significados e aplicações 
muito diversa. Vimos, ao longo desta unidade, que a Biossegurança não rela-
ciona-se com a seguridade de seres vivos, e sim está diretamente relacionada 
a vertentes laborais e de melhoria da qualidade de vida da população. Nesse 
entendimento, conceitue com suas palavras Biossegurança, explicitando acerca 
de suas aplicações e diferentes áreas de atuação.
41
Biossegurança e qualidade dos serviços de saúde
Autor: TelmaAbdalla de Oliveira Cardoso
Editora: Intersaberes
Sinopse: conhecer e compreender o complexo ramo da biossegurança é um 
grande desafio que deve ser encarado com seriedade, especialmente se você 
é um profissional da saúde atuante em situações que, direta ou indiretamen-
te, em maior ou menor grau, oferecem riscos à saúde. Assim, nesta obra, são 
abordados os principais aspectos relacionados à proteção do trabalhador e à 
qualidade na gestão dos serviços de saúde.
LIVRO
Contágio
Ano: 2011
Sinopse: contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, transmissível 
pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia se espalha rapidamente, 
a comunidade médica mundial inicia uma corrida para encontrar a cura e con-
trolar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo 
tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está 
desmoronando.
FILME
Conforme indicado no tópico acerca da CCIH, o sistema Nacional de Informação 
para o Controle de Infecções em Serviços de Saúde (SINAIS) é uma ferramenta 
primordial para rotina de trabalho em ambiente hospitalar. Para facilitar sua 
utilização, a ANVISA disponibilizou um manual no endereço eletrônico, confira!
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
WEB
42
ALBUQUERQUE, M. B. M. Biossegurança, uma visão da história da ciência. Biotecnologia, Ciência & De-
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Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam 
organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança 
– CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacio-
nal de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, 
de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá 
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46
1. Procedimentos Operacionais Padrão (POP) são documentos destinados à padronização dos procedimentos 
e/ou atividades que objetivam a minimização de erros e riscos operacionais. Um POP descreve todos os 
passos necessários para a realização das atividades de um técnico/analista/profissional da saúde e visa, 
ainda, orientar os colaboradores acerca das diretrizes institucionais. 
2. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar tem por função a elaboração de normas para controle e 
prevenção de infecções em ambiente hospitalar, bem como uma série de atribuições relacionadas ao con-
trole do ambiente, controle e capacitação de profissionais, controle de produtos químicos, levantamento 
e monitoramento de infecções institucionais, dentre outras.
3. B.
4. F, V, F, V e F.
5. Biossegurança pode ser definida como o conjunto de procedimentos, técnicas e condutas capazes de 
eliminar ou minimizar riscos inerentes relacionados às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento 
tecnológico e prestação de serviços, possivelmente prejudiciais à saúde do homem e do meio ambiente.
47
48
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os principais riscos físicos envolvidos nas ativi-
dades laborais dos trabalhadores em saúde.
• Apresentar os principais riscos químicos envolvidos nas 
atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
• Compreender os principais riscos biológicos envolvidos 
nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
• Informar sobre os principais riscos ergonômicos envolvi-
dos nas atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
• Entender os principais riscos psicossociais envolvidos nas 
atividades laborais dos trabalhadores em saúde.
Riscos Físicos
Riscos Químicos Riscos Ergonômicos
Riscos PsicossociaisRiscos Biológicos
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dra. Michele Putti Paludo
Riscos Ambientais
Riscos 
Físicos
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa 
segunda unidade do material didático da disci-
plina de Biossegurança! Esta unidade tem por 
finalidade explorar a fundo os principais riscos, 
sejam eles: físicos, químicos, biológicos, ergonô-
micos e psicossociais, aos quais estão expostos os 
colaboradores da área da saúde. Além das con-
sequências para a saúde dos colaboradores de 
atendimento direto e indireto, exercidas por cada 
um dos riscos apresentados.
Discutir riscos, sejam eles de qualquer natu-
reza, faz-se necessário no contexto hospitalar, em 
função do atendimento prestado e também pela 
complexidade de relações laborais que acontecem 
nesse ambiente. A demanda específica e emergen-
cial que ocorre nesse ambiente expõem os cola-
boradores a diversos riscos durante a realização 
de suas atividades, o que ressalta a necessidade 
de conscientizá-los e orientá-los, buscando mi-
nimizar a incidência de sinistros e da exposição 
aos riscos inerentes à atividade.
Vale destacar que a saúde do profissional em 
saúde também deve receber atenção e deve ser 
monitorada, especialmente no que tange à saúde 
psicossocial. Para tanto, os hospitais enquanto or-
51UNIDADE 2
ganizações devem possuir um olhar diferenciado 
para seus colaboradores, utilizando de inúmeras 
ferramentas voltadas ao acompanhamento da 
saúde do seu quadro de colaboradores.
Além disso, iremos abordar as legislações e 
diretrizes específicas que permeiam e orientam 
na realização das práticas laborais em saúde. Tal 
especificidade se faz necessária em função das 
peculiaridades do ambiente hospitalar. Logo, aten-
der as especificidades previstas pela NR 32, por 
exemplo, fazem-se de suma importância para a 
prática laboral.
Nesse sentido, ao fim desta unidade de estudo, 
esperamos contribuir com informações acerca 
dos riscos existentes em um ambiente hospitalar, 
tornando você, futuro profissional da saúde, ciente 
e apto para a realização de suas atividades.
Os ambientes hospitalares concentram inú-
meros agentes e/ou fatores de risco, alguns deles 
ocultos ou desconhecidos, mas que podem cau-
sar danos à saúde do trabalhador. Observam-se 
deficientes medidas acerca da gestão de riscos 
ocupacionais e, diante da magnitude dos proble-
mas consequentes da falta de biossegurança, a 
exposição aos agentes de risco é uma realidade. 
Assim, dando continuidade a nossa discussão, 
vamos conhecer mais detalhadamente cada um 
dos riscos já citados na Unidade 1.
Antes de iniciarmos nosso estudo, vale ressaltar 
que, além da NR 32, já vista anteriormente, tam-
bém existem outras importantes normativas que 
preconizam a segurança do trabalhador, como:
• NR 5: estabelece a necessidade de as em-
presas possuírem uma Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes (CIPA).
• NR 6: regulamenta o uso de equipamentos 
de proteção individual (EPI’s).
• NR 7: prevê a implantação do Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO) para determinadas empresas, 
de acordo com grau de risco.
Em relação à CIPA em ambientes hospitalares, 
conforme informações disponíveis no endereço 
disponibilizadas pelo hospital Nardini ([2017],on-line)1, ela deverá estabelecer medidas como:
• Sugerir medidas de prevenção de acidentes 
julgadas necessárias, por iniciativa própria 
ou sugestões de outros empregados, enca-
minhando-os ao empregador.
• Promover a divulgação e zelar pela ob-
servância das normas de segurança e me-
dicina do trabalho ou de regulamentos 
e instrumentos de serviço emitidos pelo 
empregador.
• Promover, anualmente, a Semana Interna 
de Prevenção de Acidentes de Trabalho - 
SIPAT.
• Registrar, em livro próprio (previamente 
autenticado pelo órgão regional do MTb), 
as atas das reuniões da CIPA e enviar, men-
salmente ao empregador, cópias destas.
• Preencher um documento obrigatório de-
nominado Anexo I (Controle de Acidentes 
de Trabalho Trimestral), mantê-lo arquiva-
do, de maneira a permitir acesso a qualquer 
momento, sendo de livre escolha o método 
de arquivamento.
• Enviar trimestralmente cópia do Anexo I 
ao empregador.
Especificidades:
• Desde 11/08/88, compete ainda à CIPA, 
no âmbito de empresas onde se acha or-
ganizada, a promoção de campanhas de 
prevenção contra Síndrome de Imuno-
deficiência Adquirida - AIDS/SIDA, na 
forma estabelecida pela Portaria MTb nº 
3.195/88. A Campanha Interna de Preven-
ção da AIDS (CIPAS) tem por finalidade 
divulgar conhecimentos e estimular, no 
interior das empresas e em todos os locais 
de trabalho, a adoção de medidas preven-
52 Riscos Ambientais
tivas contra a AIDS, passando a integrar 
a Campanha Nacional de Prevenção de 
Acidentes (CANPAT).
• Caberá, ainda, à CIPA, no âmbito de em-
presa em que se acha organizada, promo-
ver campanhas educativas, demonstrando 
os efeitos nocivos do FUMO, caso tenha a 
empresa aderido às medidas recomenda-
das na Portaria Interministerial (MTb/MS) 
nº 3257 de 22/05/88.
Agora, já contextualizado em relação às norma-
tivas que atuam sobre todos os riscos que serão 
expostos nesta unidade, vamos prosseguir com o 
nosso estudo sobre os riscos ambientais a que es-
tão expostos os profissionais da saúde, abordando, 
inicialmente, os riscos físicos.
Os riscos físicos correspondem às diversas for-
mas de energia, as quais os indivíduos estão ex-
postos, podendo ser originadas de equipamentos 
ou de outras fontes (SANGIONI et al., 2013). O 
trabalhador da área da saúde convive com muitos 
agentes de desconforto, como a exposição à tem-
peratura extrema, ruídos tecnológicos presentes 
no cotidiano, vibrações, radiações ionizantes e 
não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e 
pontiagudos, os quais geram incômodo e estres-
se ao trabalhador (OLIVEIRA; LISBOA, 2009; 
SANGIONI et al., 2013).
Acredita-se que os agentes físicos capazes de 
prejudicar a saúde do trabalhador passem des-
percebidos pela equipe, fazendo com que ela se 
habitue a conviver com eles na sua rotina de tra-
balho, desconsiderando danos e subnotificando 
acidentes com esses agentes (SULZBACHER; 
FONTANA, 2013). Vamos conhecer, agora, os 
principais riscos físicos associados à área da saúde.
Radiações
Radiação é a energia que se propaga a partir de 
uma fonte emissora por meio de qualquer meio, 
podendo ser classificada como energia em trânsi-
to. Todos nós estamos expostos à radiação natural 
e à radiação artificial, principalmente em exames 
radiológicos médicos, odontológicos e equipa-
mentos eletrofototerapêuticos usados na estética, 
fisioterapia e podologia. Assim, qualquer tipo de 
radiação interage com corpos, inclusive o huma-
no, depositando neles energia (OKUNO, 2013).
Os efeitos da radiação dependem de vários 
fatores, como: dose total, tipo de radiação, ida-
de do indivíduo, estágio de divisão celular, parte 
do corpo exposto, estado geral da saúde, volume 
de tecido exposto e intervalo de tempo em que 
a dose é recebida (BOSCHI et al., 2004). Desse 
modo, o efeito que a radiação produz na matéria 
com a qual interage permite classificá-la em não 
ionizante e ionizante (OKUNO, 2013).
Radiação não Ionizante
A radiação não ionizante (RNI) refere-se a qualquer 
tipo de radiação eletromagnética que não possui 
energia suficiente para ionizar átomos ou moléculas 
diretamente (Figura 1) (FLORES-MCLAUGHLIN; 
RUNNELLS; GAZA, 2017). Os exemplos mais co-
nhecidos são: luz visível, infravermelho, laser, mi-
cro-ondas, radiofrequência e ultravioleta. Segundo 
Havas (2017), as RNI, ou radiações não ionizantes, 
são prejudiciais à saúde humana, devido ao aumen-
to dos radicais livres, provocando danos oxidativos 
às células, o que pode estar associado à ocorrência 
de doenças como o câncer.
53UNIDADE 2
Radiações Ionizantes
A radiação ionizante (RI) é aquela que tem ener-
gia suficiente para ionizar átomos, isto é, os fó-
tons perdem toda ou quase toda energia numa 
única interação com átomos, ejetando elétron 
deles que, por sua vez, saem ionizando átomos 
até pararem. São exemplos de RI os raios X e 
gama (OKUNO, 2013). Os profissionais que tra-
balham com diagnósticos de raios-x, medicina 
nuclear, radioterapia e odontologia são os mais 
afetados pelas RI (Figura 2) (SEARES; FERREI-
RA, 2011, on-line)2.
A exposição da radiação ionizante pode indu-
zir a efeitos biológicos em órgãos ou tecidos pela 
produção de íons e disposição da energia, que 
podem danificar moléculas importantes, como 
o DNA. Nessas situações ocorre a produção de 
radicais livres, que são moléculas quimicamente 
reativas com elétrons desemparelhados, produ-
zidos pela interação da radiação ionizante com 
os tecidos, acarretando diversos danos à saúde 
(DIMENSTEIN; HORNOS, 2013).
E você sabe como podemos controlar as ra-
diações ionizantes em ambientes hospitalares? 
Teoricamente, não há material nem forma de 
blindar todas as radiações, e esse fato eviden-
cia a necessidade de proteção radiológica. A 
proteção se fundamenta em três princípios co-
nhecidos:
• A justificativa: onde houver atividade com 
exposição à radiação ionizante, deve-se 
justificá-la, levando-se em conta os bene-
fícios advindos.
• A otimização da proteção está ligada à 
filosofia ALARA (as low as reasonably 
achievable), que em uma tradução livre 
significa “tão baixo quanto razoavelmente 
exequível”, o que implica sempre em dimi-
nuir a dose de exposição à radiação, tanto 
do paciente quanto do indivíduo ocupa-
cionalmente exposto.
• A limitação da dose, as quais não devem 
ser superiores aos limites estabelecidos 
pelas normas de radioproteção de cada 
país (SEARES, FERREIRA, 2011, on-line2; 
SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011; OKU-
NO, 2013).
Figura 1 - Símbolo para a radiação não ionizante
Figura 2 - Trifólio - símbolo para a radiação ionizante
54 Riscos Ambientais
Cada país tem um órgão que faz adequações nas 
normas internacionais e as adota para regulamen-
tar o uso das radiações. No Brasil, as diretrizes 
básicas referentes à proteção radiológica estão 
apoiadas na Comissão Nacional de Energia Nu-
clear (CNEN) e os procedimentos, critérios cien-
tíficos e metodológicos detalhados na Posição 
Regulatória 3.01/008:2011 (SEARES, FERREIRA, 
2011, on-line2; OKUNO, 2013).
Conforme dados da CNEN (2014, p. 13), em 
sua norma CNEN-NN-3.01:
 “
[...] os limites de dose ocupacional são valores 
de dose efetiva ou equivalente, estabelecidos 
pela exposição ocupacional, cujas magnitu-
des não devem ser excedidas, nem conside-
radas como fronteiras entre o “seguro” e o 
“perigoso”. A finalidade dos Limites de Doses 
Ocupacionais é garantir um nível adequado 
de proteção individual para cada IOE (Indi-
víduo Ocupacionalmente Exposto), que deve 
ser estabelecido como condição limitante do 
processo de otimização da proteção radio-
lógica, um valor de restrição de dose efetiva, 
levando em consideração as incertezas a ela 
associadas, relativo a qualquer fonte ou insta-
lação sob o controle regulatório. A recomen-
dação para a exposição ocupacional é um 
limite de dose efetiva de 20 mSv (milisieverts) 
por ano, medidos sobre cinco anos (100 mSv 
em cinco anos), não podendo exceder a 50 
mSv em um único ano qualquer.
Figura 3 - Dosímetro, equipamento indispensável aos 
profissionais da saúde ocupacionalmenteexpostos
55UNIDADE 2
Como medida preventiva, utiliza-se da blinda-
gem, que está associada à proteção individual dos 
colaboradores, dos pacientes e da área de traba-
lho. Na blindagem individual, os profissionais são 
obrigados a usar os EPIs, como: protetor de tireói-
de, dosímetro (Figura 3), luvas, óculos e avental 
de chumbo (Figura 4).
Os aventais são constituídos de lâminas de 
chumbo, com espessura de 0,25 mm a 0,5 mm 
e podem pesar até 7,0 kg (SEARES; FERREIRA, 
2011, on-line2; SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011).
A proteção dos pacientes compreende aven-
tal, protetor de gônadas, blindagem de escroto e 
ovário. Nas gônadas encontram-se células ger-
minativas com alta divisão celular e alta radio 
sensibilidade, por isso há grande preocupação de 
proteger esta glândula contra a radiação ionizante 
(SOARES; PEREIRA; FLÔR, 2011). Por fim, as sa-
las de radiação devem ser blindadas com chumbo 
ou equivalente em barita.
Pisos e tetos em concreto podem ser conside-
rados como blindagens, dependendo da espes-
sura da laje, tipo de concreto utilizado (vazado 
ou não), distância da fonte, geometria do feixe e 
fator de ocupação das áreas acima e abaixo da sala 
de raios-x (SEARES; FERREIRA, 2011, on-line)2.
Para elucidar a importância da proteção radioló-
gica, alguns exemplos de acidentes ocorridos no 
Brasil e no mundo estão descritos no Quadro 1.
Quadro 1 - Acidentes radiológicos hospitalares ocorridos no Brasil e no mundo
ANO LOCAL CAUSA CONSEQUÊNCIA
1985
Canadá
e Estados Unidos
Máquina de radiografia Therac-25 
provocou envenenamento por ex-
cesso de radiação, devido a falha 
operacional.
Morte de três pessoas en-
tre 1985 e 1987.
1987 Brasil (Goiânia)
Contaminação por uma fonte de 
Césio-137 de um equipamento de 
radioterapia do Instituto Goiano de 
Radioterapia.
60 mortes e 6000 pessoas 
atingidas pela radiação.
2011
Brasil
(Rio de Janeiro)
Menina de 7 anos sofre queimadu-
ras graves durante sessões de ra-
dioterapia, provavelmente causadas 
por erro na dosagem.
Morte da vítima
Fonte: adaptado de Koscianski e Soares (2007); Okuna (2013); Harada (2016, on-line)3.
Figura 4 - Avental de chumbo utilizado pelos profissionais 
da saúde
56 Riscos Ambientais
Calor
Calor é um risco físico frequentemente presente 
em ambientes como hospitais, sendo, em especial, 
utilizado em operações de limpeza, desinfecção 
e esterilização. Os trabalhadores do serviço de 
cozinha e copa também estão expostos a esse 
risco por meio de fornos, fogões, equipamentos 
para frituras, banho-maria e caldeirões (ANVISA, 
2003; OLIVEIRA; MUROFUSE, 2001).
O calor é uma forma de energia que pode ser 
transmitida de um corpo para outro, por radia-
ção, condução ou convecção. A quantidade dessa 
energia (recebida ou entregue) é determinada pela 
variação de temperatura do corpo que cedeu ou 
recebeu calor (ANVISA, 2003). Dentro de uni-
dades de saúde, as principais doenças que podem 
acometer os profissionais são: choque térmico, 
desidratação, cãibras e espasmos pelo calor (AL-
MEIDA et al., 2008). À medida em que ocorre a 
sobrecarga térmica, o organismo dispara certos 
mecanismos para manter a temperatura interna 
constante, sendo os principais a vasodilatação pe-
riférica e a sudorese (SESI, 2007, on-line)4.
Vinculado à questão da temperatura, os traba-
lhadores da área da saúde ainda podem conviver 
com a exposição a extremos, o que desperta preo-
cupação, tendo em vista o desarranjo climático e 
ambiental que assola o país, favorecendo ondas de 
calor que desidratam e provocam mal-estar ou a 
inexistência de climatização artificial (SULZBA-
CHER; FONTANA, 2013).
A NR-15 determina que a exposição ao calor 
deve ser avaliada por meio do Índice de Bulbo 
Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), usando 
termômetro de bulbo úmido natural, termômetro 
de globo e termômetro de mercúrio comum como 
aparelhos. As medições devem ser efetuadas no local 
em que o trabalhador permanece e à altura da região 
do corpo mais exposta (BRASIL, NR 15, 2014).
Ruídos
Dentre os inúmeros riscos ambientais que os pro-
fissionais da saúde estão submetidos, o agente físico 
ruído, produzido no próprio ambiente hospitalar 
ou externamente, é responsável pelo comprome-
timento da saúde desses trabalhadores (PEREIRA 
et al., 2003; MIRANDA; STANCATO, 2008). Os 
níveis de ruído hospitalares encontram-se exces-
sivamente elevados em decorrência dos inúmeros 
alarmes e equipamentos, além da conversação da 
própria equipe hospitalar (PEREIRA et al., 2003).
Clínicas estéticas que trabalham com terapia 
capilar é um outro local que a acústica excede 
por causa de secadores de cabelo, atrapalhando e 
incomodando outros atendimentos simultâneos.
Diante disso, esse ambiente, que deveria ser 
silencioso e tranquilo, torna-se ruidoso, transfor-
mando-se em um grande fator de estresse e poden-
do gerar distúrbios fisiológicos e psicológicos tanto 
nos pacientes como nos funcioná-
rios de uma unidade de saúde 
(PEREIRA et al., 2003).
E afinal, caro(a) aluno(a), 
quem não guarda na me-
mória a clássica imagem de 
um ambiente hospitalar, 
de uma enfermeira in-
dicando para se fazer 
silêncio? (Figura 5).
O silêncio deve-
ria ser prioridade 
nos ambientes 
ligados à saúde, 
porém o que se 
observa é exata-
mente o contrário 
(COSTA; LACERDA; 
MARQUES, 2013). 
Os hospitais, por 
Figura 5 - Enfermeira 
solicitando silêncio
57UNIDADE 2
exemplo, têm se transformado em locais rui-
dosos, devido a diferentes fatores, dentre eles, a 
grande incorporação de tecnologias (OTENIO; 
CREMER; CLARO, 2007). Nas unidades de te-
rapia intensiva (UTIs), são numerosas as fontes 
geradoras de ruído, como aspiradores, monitores, 
ventiladores mecânicos, computadores, impres-
soras, saídas de ar comprimido, além dos ruídos 
provenientes do ar condicionado, sons de instru-
mentos de trabalho, concentração e trânsito de 
pessoas, transporte de pacientes e reformas de 
estruturas físicas (FILUS et al., 2014).
Segundo Gabas (2011), a perda auditiva ou 
diminuição da acuidade auditiva é a consequência 
à saúde mais imediata causada pela exposição 
excessiva ao ruído. A exposição em excesso pode 
acarretar ou piorar outros problemas de saúde, 
tais como: aumento da pressão sanguínea, pro-
vocar ansiedade, perturbar a comunicação, pro-
vocar irritação, fadiga, diminuir o rendimento do 
trabalho, acarretando, assim, impactos diretos na 
qualidade de vida do trabalhador.
Com relação aos níveis de ruído, a Organização 
Mundial da Saúde recomenda de 35 a 40 dB (OMS, 
1999, on-line)5; enquanto que a Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT, 1987) normatiza 
níveis aceitáveis entre 35 e 55 dB para diferentes 
ambientes hospitalares. Também existe a NR 15 
que considera o ruído em impacto aquele que apre-
senta picos de energia acústica de duração inferior 
a 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo; e 
contínuo ou intermitente todo o ruído que não seja 
ruído de impacto (BRASIL, NR 15, 2014).
A prevenção dos riscos associados aos ruídos 
para os trabalhadores pode ser feita a partir da 
adoção de medidas, como: a utilização de EPI’s, 
nos casos em que os ruídos não podem ser con-
trolados, e redução do tempo de exposição dos 
funcionários, em conformidade com a legislação 
vigente.
Segundo a NR 32, consideram-se riscos químicos 
substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo pelas vias respiratórias, 
nas formas de poeira, fumo, névoa, neblina, gás 
ou vapor, ou que, pela natureza da atividade de 
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos 
pelo organismo por meio da pele ou ingestão. Tal 
norma estabelece (BRASIL, NR 32, 2005) as se-
guintes diretrizes:
• Manutenção da rotulagem do fabricante na 
embalagem original dos produtos quími-
cos utilizados em serviços de saúde.
• Identificação legível contendo o nome do 
produto, composição química, concentra-
ção, data de envase e de validade e nome 
do responsável, de todo produto químico 
manipulado ou fracionado.
• A proibição da reutilização das embalagens 
de produtos químicos.• O Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais deve apresentar o inventário de 
todos os produtos químicos, inclusive in-
termediários e resíduos, com indicação 
daqueles que impliquem em riscos à se-
gurança e saúde do trabalhador.
Riscos 
Químicos
59UNIDADE 2
Além da NR 32, há outras medidas que visam a 
prevenção e controle dos riscos químicos, como: 
NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional; NR 09 - Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais; NR 15 - Atividades e Opera-
ções Insalubres; NR 26 - Sinalização de Segurança; 
e Portaria Interministerial MS/MTE n° 482 de 
16/04/1999 (CARVALHO; MAGALHÃES, 2013).
Trabalhadores da área da saúde, como en-
fermeiros, médicos, técnicos e auxiliares, estão 
expostos aos diversos agentes/fatores de riscos 
ambientais, como os riscos químicos gerados 
pelo manuseio de uma variedade de substâncias 
químicas e também pela administração de me-
dicamentos que podem provocar desde simples 
alergias até graves neoplasias (XELEGATI; RO-
BAZZI, 2003).
Circunstâncias favorecedoras desse tipo de ex-
posição são o uso prolongado de luvas de látex, o 
manuseio de detergentes e solventes, a manipula-
ção de drogas antineoplásicas e antibióticos, a ina-
lação de gases anestésicos, a exposição aos vapores 
de formaldeído e glutaraldeído e aos vapores dos 
gases esterilizantes, entre outros (XELEGATI et 
al., 2006).
Nem sempre a exposição resulta em efeitos 
prejudiciais à saúde, os quais irão depender de 
fatores, tais como: tipo e concentração do agen-
te químico, frequência e duração da exposição, 
práticas e hábitos laborais e suscetibilidade indi-
vidual. Prevenir é uma das formas de se evitar os 
problemas de saúde ocupacional que podem ser 
desencadeados por essa exposição; porém, para 
a efetividade dessa prevenção, é necessário que 
os trabalhadores tenham conhecimento sobre 
os riscos propiciados pelas substâncias químicas 
(XELEGATI et al., 2006).
Apesar disso, estudo recente demonstra que os 
riscos físicos e químicos ainda são negligenciados 
pelos profissionais, reforçando a necessidade da 
atenção à educação permanente em saúde, fo-
cada na atualização de saberes acerca dos riscos 
ocupacionais dessa natureza (SULZBACHER; 
FONTANA, 2013).
Sulzbacher e Fontana (2013) destacam que os 
agentes químicos estão presentes no trabalho da 
enfermagem e são manuseados cotidianamente 
durante a assistência ao paciente, na organização 
da área de trabalho ou na desinfecção e esterili-
zação de materiais. A seguir, são descritos alguns 
dos riscos químicos que os trabalhadores da saúde 
podem encontrar no ambiente de trabalho.
Substâncias Quimioterápicas 
Antineoplásicos (QA’s)
Estas substâncias são compostos químicos, tam-
bém chamadas de drogas, utilizadas no tratamen-
to de câncer, as quais podem promover o aumento 
da sobrevida dos portadores da doença, mesmo 
no caso de tumores muito avançados (SIEGEL et 
al., 2012). No entanto, tais substâncias oferecem 
potenciais efeitos indesejáveis. No caso dos traba-
lhadores que manipulam esses fármacos, durante 
o preparo, administração e descarte (da droga ou 
material contaminado, inclusive perfurocortan-
tes), são significativos os riscos aos quais estão 
expostos (MAIA; BRITO, 2011).
Os profissionais que manipulam QA’s desta-
cam-se por casos de aparecimento de tumores se-
cundários e de maiores chances de ocorrência de 
câncer, mutagenicidade, alterações genéticas e no 
ciclo menstrual, aborto e malformações congênitas. 
Além disso, esses trabalhadores podem apresentar 
alguns tipos de efeitos colaterais que são: vertigens, 
infertilidade, cefaléia, hiperpigmentação cutânea, 
tonturas e vômitos que vão depender do grau e do 
tempo de exposição a esses medicamentos.
Muitas vezes, esses efeitos podem ser compa-
rados a aqueles apresentados pelos próprios pa-
cientes em tratamento com essas substâncias. Isso 
60 Riscos Ambientais
se dá devido ao risco a que estão expostos durante 
o preparo, administração e descarte de agentes 
antineoplásicos, que podem ser absorvidos pelo 
organismo por meio das vias cutânea, respiratória, 
mucosas e digestiva (SILVA; REIS, 2010; MAIA; 
BRITO, 2011).
E se esses profissionais estão tão susceptíveis 
à contaminação e seus efeitos, como podemos 
preveni-los? Para proteger o trabalhador durante 
os procedimentos envolvidos na atenção aos pa-
cientes que utilizem QA’s, é considerada essencial 
a adoção de certas medidas. Algumas recomenda-
ções são descritas a seguir (BRASIL, NR 32, 2005; 
BOLZAN et al., 2011):
• O preparo dos QA’s deve ser realizado em 
ambiente restrito e de acesso exclusivo aos 
profissionais envolvidos.
• A sala de preparo deve ser dotada de Ca-
bine de Segurança Biológica Classe II B2.
• Na área de preparo, todos os trabalhadores 
devem usar dois pares de luvas estéreis, de 
punho longo e sem talco.
• As mãos devem ser lavadas rigorosamente 
antes e após o uso da luva.
• Avental ou macacão utilizado deve ser lon-
go e de uso restrito, preferencialmente des-
cartável, com baixa liberação de partículas, 
baixa permeabilidade, frente fechada, com 
manga longa e punho elástico. Se for reuti-
lizável, deve ser guardado separadamente, 
com lavagem exclusiva e troca a cada ma-
nipulação.
• Deve-se utilizar protetor respiratório tipo 
máscara facial, com filtro de carvão ativa-
do, o qual age como filtro químico para 
partículas de até 0,2 micra (μ) e óculos de 
proteção com laterais fechadas.
• Tanto a área de preparo quanto a área de 
administração deve conter lava-olhos e 
chuveiro, para o caso de exposição severa 
às substâncias de risco.
Além dessas recomendações, os trabalhadores de-
vem receber capacitação inicial e continuada, resul-
tando em profissionais mais habilitados e capazes 
de reconhecer os riscos inerentes aos quimiote-
rápicos antineoplásicos (BRASIL, NR 32, 2005).
Vale mencionar que, além da contaminação 
dos trabalhadores, também pode ocorrer a con-
taminação ambiental pelas substâncias QA’s. Es-
tudos constataram a presença de partículas dos 
quimioterápicos fluoracil e ciclofosfamida no ar, 
teto e chão, além de depósitos encontrados nos 
filtros das máscaras utilizadas pelos profissionais 
que preparavam as drogas e nos filtros das câma-
ras de fluxo laminar (CORREIA; ALBACH, L.; 
ALBACH, C., 2011).
Gases ou Vapores Anestésicos
Os gases anestésicos são substâncias frequente-
mente utilizadas nos centros cirúrgicos que podem 
acarretar riscos para a saúde humana quando não 
manipulados corretamente. O sevoflurano, haloe-
tano, isoflurano, metoxiflurano e o óxido nitroso 
são conhecidos gases anestésicos. Os efeitos agudos 
da exposição a esses gases caracterizam-se por ton-
turas, alterações do humor, náuseas, fadiga e falta 
de coordenação dos movimentos (VIEIRA, 2009).
No bloco operatório existem múltiplas fontes 
potenciais de fuga de gás anestésico para a atmos-
fera, incluindo as válvulas de escape, conexões 
no circuito ventilatório, defeitos nas traqueias de 
plástico, nos balões de insuflação e nos foles do 
ventilador ou conector em Y. A técnica anestésica 
selecionada, o tipo de material utilizado e práticas 
inadequadas (tais como válvulas de controle de 
fluxo de saída de gás dos vaporizadores abertas 
após a sua utilização ou derrame de líquidos anes-
tésicos inalatórios) podem, também, contribuir 
para a fuga de gases anestésicos para o ar ambiente 
(NORTON et al., 2015).
61UNIDADE 2
Segundo Guedes (2011), os riscos ocupacio-
nais para mulheres expostas a esse tipo de gás são 
o aborto espontâneo e de anormalidades congêni-
tas no feto, câncer (cervical) e doenças hepáticas e 
renais; enquanto que nos homens, está associado 
ao risco aumentado de hepatopatias e risco de 
anomalias congênitas na prole.
A monitorização ambiental é fundamental, 
não só para avaliar as concentrações dos gases 
anestésicos, mas também para aferir a eficácia das 
medidas de controle, identificar potenciais fontes 
de fuga e adaptar a periodicidade da vigilância 
médica dos trabalhadores expostos de acordocom os resultados obtidos (OSHA, 2000).
Dessa forma, todos os equipamentos utilizados 
para a administração dos gases ou vapores anesté-
sicos devem ser submetidos à manutenção corre-
tiva e preventiva, e os locais em que são utilizados 
devem ter sistema de ventilação e exaustão, com o 
objetivo de manter a concentração ambiental sob 
controle, conforme previsto na legislação vigente 
(BRASIL, NR 32, 2005).
Gases Medicinais
Os gases medicinais são medicamentos na for-
ma de gás, gás liquefeito ou líquido criogênico 
isolados ou associados entre si e administrados 
para fins de diagnóstico médico, tratamento ou 
prevenção de doenças e para restauração, corre-
ção ou modificação de funções fisiológicas. São 
amplamente utilizados em hospitais, clínicas ou 
outros locais de interesse à saúde, bem como em 
tratamentos domiciliares de pacientes. Oxigênio, 
óxido nitroso e dióxido de carbono medicinal são 
exemplos (ANVISA, 2008).
Somente trabalhadores capacitados ou autori-
zados devem manusear os cilindros de gás, pois o 
contato com óleos, graxas e substâncias combustíveis 
podem trazer sérios riscos à saúde, principalmente 
no caso dos gases oxidantes (BRASIL, NR 32, 2005). 
Os riscos associados a esses gases são a ocorrência 
de incêndio e explosão quando administrados de 
forma incorreta.
Alergia ao Látex
O látex não se trata propriamente de um agente 
químico, contudo, levando em consideração os 
compostos químicos utilizados na sua produção, 
acaba por tornar-se um agente associado ao desen-
volvimento de hipersensibilidades dos profissio-
nais da saúde. Os casos de alergia ao látex têm sido 
cada vez mais relatados e as manifestações clínicas 
variam de dermatite de contato (a mais comum e 
que não é imunologicamente mediada) à reação 
anafilática clássica (MOTA; TURRINI, 2012).
62 Riscos Ambientais
Consideram-se riscos biológicos as condições de 
exposição ocupacional de trabalhadores a agentes 
biológicos, onde estes entram em contato com 
microrganismos modificados ou não, culturas de 
células e parasitas. O contato pode ocorrer por 
meio do ar, por contato, veículo comum e vetor. 
Esses agentes são capazes de provocar danos à 
saúde humana, podendo causar infecções, efeitos 
tóxicos, alergênicos, doenças autoimunes e a for-
mação de neoplasias e malformações (BRASIL, 
NR 32, 2005; BRASIL, 2008).
As maiores exposições a esse risco estão as-
sociadas a lesões provocadas por instrumentos 
perfurantes e/ou cortantes, como agulhas, bisturi 
e vidrarias (exposições percutâneas); respingos 
de material contaminado nos olhos, nariz, boca e 
genitália (exposições em mucosas); e pelo contato 
direto com feridas abertas e pele com dermatite 
(exposição em pele não íntegra) (BRASIL, 2006a; 
OLIVEIRA; LAGE; AVELAR, 2011).
Os hospitais são considerados insalubres por 
receber pacientes com diversas doenças infecto-
contagiosas e agrupá-los em um mesmo local, 
Riscos 
Biológicos
63UNIDADE 2
Quadro 2 - Características das 4 classes de riscos
Classe 
de risco
Risco 
individual
Risco de 
propagação 
à coletividade
Profilaxia ou 
tratamento 
eficaz
1 Baixo Baixo -
2 Moderado Baixo Existem
3 Elevado Moderado Nem sempre existem
4 Elevado Elevado Atualmente não existem
Fonte: Brasil (2008).
o que causa um elevado grau de riscos para os profissionais 
(NISHIDE; BENATTI, 2004). Diante do risco biológico, as in-
fecções mais preocupantes são aquelas causadas pelos vírus da 
AIDS e das hepatites B e C (NEVES et al., 2011).
A exposição ocupacional a esses agentes pode-se distinguir em 
duas categorias (BRASIL, 2008):
• Exposição com intenção deliberada: a atividade laboral im-
plica na utilização ou manipulação do agente biológico, que 
constitui o objeto principal do trabalho. Ex.: atividades de 
pesquisa realizadas em laboratórios de diagnóstico micro-
biológico, podólogos, terapeutas, médicos e atividades rela-
cionadas à biotecnologia (produção de enzimas, antibióticos 
e vacinas).
• Exposição não deliberada: decorre da atividade laboral sem 
que esta implique na manipulação direta deliberada do agen-
te biológico como objeto principal do trabalho. Ex.: serviços 
de saúde.
Cabe relembrar que os riscos biológicos são divididos em 4 classes, 
como já visto na Unidade 1. Estas consideram o risco que repre-
sentam para a saúde do trabalhador, sua capacidade de propagação 
para a coletividade e a existência ou não de profilaxia e tratamento, 
conforme expresso no Quadro 2. Em função desses e outros fatores 
específicos, as classificações existentes nos vários países apresentam 
algumas variações, embora coincidam em relação à grande maioria 
dos agentes (BRASIL, 2006b; BRASIL, 2008).
64 Riscos Ambientais
Condutas após Exposição aos Agentes Biológicos
Ciente de todos os riscos, caro(a) aluno(a), em caso de um acidente no ambiente de trabalho, quais pre-
cauções devemos tomar? O Quadro 3 apresenta algumas medidas apropriadas após a exposição biológica.
As Precauções Padrão são um conjunto de 
medidas utilizadas para diminuir os riscos de 
transmissão de microrganismos nos hospitais 
e constituem-se basicamente em lavagem 
das mãos; uso de Equipamento de Proteção 
Individual (EPI), como luvas, máscara, protetor 
de olhos, protetor de face e avental; manejo e 
descarte corretos de materiais perfurocortantes 
e resíduos e imunização dos profissionais.
Fonte: Brasil (2.616/1998) e Lacerda et al. (2014).
Quadro 3 - Condutas adotadas após o contágio com material biológico
Conduta
Cuidados
locais
Em caso de lesões com objetos perfurocortantes, deve-se lavar logo após o acidente 
com água e sabão ou produto antisséptico. A utilização de soluções irritantes (éter, 
glutaraldeído e hipoclorito de sódio) é contraindicada.
Atendimento 
clínico
Atendimento do profissional em serviço especializado, para que seja determinado o 
risco de infecção e, consequentemente, definida a conduta profilática a ser seguida.
Notificação
No ato do acidente, realizar a notificação junto ao responsável do setor ou órgão, que 
informará o SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) para avaliar o acidente e 
seguir os procedimentos de conduta imediatamente, estendendo-se no prazo máximo 
de 72 horas. O departamento pessoal deve enviar a notificação a CAT (Comunicação de 
Acidente de Trabalho), preenchida pelo médico do trabalho que atendeu o acidentado, 
com a finalidade de documentar o fato para fins legais.
Avaliação do 
acidente
O acidente será avaliado pelo setor responsável, levando em conta o material biológico 
envolvido, tipo de acidente e situação sorológica do paciente.
Fonte: adaptado de Machado, Moura e Conti (2013).
Ressalta-se que, para os profissionais da saúde que 
sofreram algum acidente com material contami-
nado pelos vírus HIV, HBV (hepatite B) e HCV 
(hepatite C), existem recomendações e procedi-
mentos específicos do Ministério da Saúde relacio-
nados à profilaxia pós-exposição (BRASIL, 2008).
Diante de tal situação, faz-se necessário adotar 
medidas preventivas, a fim de reduzir o risco de 
infecções provocadas pelo contato e exposição dos 
profissionais a materiais biológicos. A adoção de 
tais medidas incluem as Precauções Padrão (PP) e 
as Precauções Baseadas na Transmissão (PBT), as 
quais contribuem para a minimização da incidên-
cia de infecções, reduzindo gastos com possíveis 
complicações decorrentes das infecções adquiridas 
no âmbito hospitalar (LACERDA et al., 2014).
65UNIDADE 2
Já as Precauções Baseadas na Transmissão são 
elaboradas de acordo com o mecanismo de trans-
missão das patologias e designadas para pacientes 
suspeitos, infectados ou colonizados por patóge-
nos transmissíveis e de importância epidemioló-
gica baseada em três vias principais de transmis-
são: por contato, aérea por gotículas e aérea por 
aerossóis (LACERDA et al., 2014).
Prevenção dos 
Riscos Biológicos
Para prevenir a transmissão de patógenos no am-
biente de trabalho, o uso de EPI’s é a ferramenta 
fundamental para a prevenção de acidentes, con-
tudo, a resistênciade profissionais em utilizá-los 
e o seu uso incorreto são as principais barreiras 
enfrentadas (NEVES et al., 2011).
Vamos conhecer algumas medidas eficazes 
para prevenir a contaminação por agentes bioló-
gicos e proteger os trabalhadores da área da saúde.
Higienização das Mãos
A higienização das mãos é considerada uma das 
principais medidas na redução do risco de trans-
missão de agentes biológicos, uma vez que repre-
sentam a mais importante fonte de transmissão 
de agentes microbianos na assistência ao paciente 
(BRASIL, 2008).
O procedimento é recomendado antes e depois 
de ministrar medicamentos por via oral e preparar 
a nebulização, realizar trabalhos hospitalares, atos 
e funções fisiológicas ou pessoais, coletar espéci-
mes, aplicar medicamentos injetáveis e na troca 
de roupa dos pacientes (MARTINEZ; CAMPOS; 
NOGUEIRA, 2009).
A lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa 
de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-
-se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante 
em água corrente. O uso de luvas não dispensa a 
lavagem das mãos antes e após contatos que envol-
vam mucosas, sangue ou outros fluídos corpóreos.
A decisão para a lavagem das mãos com uso 
de antisséptico deve considerar o tipo de contato, 
grau de contaminação, condições do paciente e o 
procedimento a ser realizado. O uso de antissépti-
co é recomendado em realização de procedimen-
tos invasivos, prestação de cuidados a pacientes 
críticos, contato direto com feridas ou dispositivos 
invasivos. Com base nisso, devem ser empregadas 
medidas e recursos, a fim de incorporar a prática 
da lavagem das mãos em todos os níveis da assis-
tência hospitalar (BRASIL, 2.616/1998).
A higienização das mãos geralmente é feita 
com antissépticos, produtos que têm a função 
de diminuir a quantidade de microrganismos 
transitórios e residentes da pele (PAZ; KAISER, 
2011). Recomenda-se que sejam agradáveis de 
utilizar, suaves e, ainda, custo efetivos. Não devem 
ser tóxicos, alergênicos ou irritantes (KAWAGOE, 
2009). O Quadro 4 descreve alguns antissépticos 
comumente usados no procedimento.
Riscos Biológicos
66 Riscos Ambientais
Quadro 4 - Antissépticos utilizados na higienização das mãos
Antisséptico Ação antimicrobiana
Álcool O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e coagulação das proteínas.
Clorexidina
A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à 
ligação e subsequente ruptura da membrana citoplasmática, resultando 
em precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos. A ativi-
dade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que a dos álcoois, 
sendo considerada de nível intermediário; seu efeito residual, porém, pela 
forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antissépticos 
disponíveis.
Iodóforos PVPI 
(Polivinilpirrolidona 
iodo)
A atividade antimicrobiana ocorre devido à penetração do iodo na parede 
celular, ocorrendo a inativação das células pela formação de complexos 
com aminoácidos e ácidos graxos insaturados, prejudicando a síntese pro-
téica e alterando as membranas celulares. O iodóforo tem atividade ampla 
contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, bacilo da tuberculose, 
fungos e vírus (exceto enterovírus), possuindo também alguma atividade 
contra esporos.
Triclosan
A ação antimicrobiana do triclosan ocorre por sua difusão na parede bac-
teriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico, 
lipídios e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana.
Fonte: Kawagoe ( 2009).
Além dos antissépticos, também são utilizados nos hospitais sabonetes comuns sem ação antimi-
crobiana, permitindo a remoção da sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória 
das mãos pela ação mecânica (KAWAGOE, 2009).
Utilização de Luvas
O uso de luvas é recomendado quando houver 
risco de contato com sangue, secreções ou mem-
branas mucosas e tem por finalidade proteger 
o paciente e o profissional. As luvas devem ser 
calçadas antes do contato com o paciente, retira-
das logo após o uso e higienizando as mãos em 
seguida (LACERDA et al., 2014).
Muitas vezes, tem sido constatado que o uso de 
luvas é um dos fatores que faz com que o profissio-
nal de saúde não realize a higienização das mãos. 
No entanto, a perda de integridade, a existência 
de micro furos não perceptíveis ou a utilização de 
técnica incorreta na remoção das luvas possibili-
tam a contaminação das mãos dos profissionais 
(BRASIL, 2008).
67UNIDADE 2
Utilização de Avental 
ou Jaleco
O uso do jaleco, apresentado na Unidade 1, como 
EPI para o profissional da saúde, é considerado um 
importante fator para diminuir a chance de aciden-
te ocupacional, assim como a adoção de medidas 
assépticas e a criação de normas, condutas e proce-
dimentos (MACHADO; MOURA; CONTI, 2013).
Os aventais são divididos em dois tipos: os de 
uso diário ou jalecos e aventais para uso em pro-
cedimentos invasivos ou capote. Ambos devem 
ser de mangas compridas e sempre mantidos fe-
chados. O jaleco é de uso rotineiro, enquanto o 
capote deve ser utilizado em situações com grande 
exposição a sangue e microrganismos multirre-
sistentes (LACERDA et al., 2014).
O trabalhador do serviço de saúde, bem como 
daqueles que exercem atividades de promoção e 
assistência à saúde, deverá retirar as vestimen-
tas de trabalho ao final da jornada de trabalho 
ou quando for usufruir de intervalo para des-
canso ou alimentação fora das instalações ou, 
ainda, para realizar outra atividade fora dessas 
instalações, não relacionada à atividade laboral 
(BRASIL, 2008).
Utilização de Máscaras
A máscara visa proteger a saúde do trabalhador 
da inalação de gotículas transmitidas à curta 
distância e pela projeção de sangue ou outros 
fluidos corpóreos que possam atingir suas vias 
respiratórias. Estas devem cobrir a boca e o na-
riz dos usuários. A máscara do tipo respirador 
N95 é utilizada em casos de precauções por ae-
rossóis e deve ser colocada antes de entrar no 
quarto de pacientes acometidos por tuberculose 
pulmonar, sarampo e varicela, por exemplo, e 
retirada após a saída do local. A máscara N95 
pode ser reutilizada pelo mesmo profissional 
desde que se mantenha íntegra, seca e limpa 
(LACERDA et al., 2014).
Óculos de Proteção 
e Protetor Facial
O uso de protetor ocular e do protetor facial são 
imprescindíveis em todo atendimento que possa 
produzir respingo de sangue em maior quanti-
dade em momentos previsíveis (LACERDA et 
al., 2014).
Figura 6 - Modelo de capote utilizado pelos profissionais da área da saúde
68 Riscos Ambientais
Imunização Efetiva dos Trabalhadores
Conforme apresentado nesta unidade, os serviços 
de saúde contam com uma norma específica que 
regulamenta a segurança e a saúde do trabalhador 
deste segmento, a NR 32. Nesse sentido, consultar 
regularmente a norma se faz de extrema relevância, 
pois ela elucida aplicações e especificidades 
laborais com as quais os profissionais da saúde 
irão se deparar. Consulte a obra na íntegra, 
disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/
segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/
portaria-n-485-de-11-de-novembro-de-2005>.
A NR 32 fixa claramente a obrigatoriedade de o 
empregador disponibilizar todas as vacinas regis-
tradas no país que possam, segundo critérios de 
exposição a riscos, estar indicadas para o traba-
lhador e estabelecidas no Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Essa 
norma também estabelece que a vacinação desses 
profissionais deverá ser gratuita.
As vacinas recomendadas a todos os profis-
sionais que trabalham em instituições geradoras 
de saúde, sejam em caráter assistencial ou admi-
nistrativo são: vacina contra a hepatite B, vacina 
contra tétano/difteria, tríplice viral (sarampo, 
caxumba e rubéola) e influenza (BRASIL, NR 
32, 2005).
69UNIDADE 2
A ergonomia, em termos genéricos, trata jus-
tamente da relação entre o homem e seus am-
bientes de trabalho, tendo três objetivos básicos: 
possibilitar o conforto ao indivíduo,prevenção 
de acidentes, bem como ajudar a evitar o apare-
cimento de patologias específicas para determi-
nado tipo de trabalho (MARINHO; ALMEIDA; 
ANDRADE, 2015).
Esforços físicos intensos, levantamento de 
peso, trabalho em turnos, posturas inadequadas, 
repetitividade, monotonia, controle rígido de 
produtividade, imposição de ritmos excessivos e 
jornada de trabalho prolongada são considerados 
riscos ergonômicos (SOUZA et al., 2012).
A permanência de tais riscos acaba gerando 
diversos prejuízos para as organizações envolvi-
das, como: absenteísmo e perda de produtividade, 
gastos com afastamentos, indenização pelo dano 
físico, contingente de trabalhadores com restrição, 
deterioração nas relações humanas e a pressão do 
fenômeno LER/DORT sobre a empresa (KASSA-
DA, LOPES; KASSADA, 2011).
Riscos 
Ergonômicos
70 Riscos Ambientais
No Brasil, a Norma Regulamentadora n° 17 é o 
dispositivo que regulamenta as questões pertinen-
tes à ergonomia, além de estabelecer parâmetros 
para a adaptação das condições de trabalho às ca-
racterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores, 
propiciando o máximo de conforto e segurança, 
visando um desempenho eficiente (BRASIL, NR 
17, 1990). A ausência de adaptação no trabalho 
tem como consequência a sobrecarga nas estrutu-
ras físicas do corpo, afetando a integridade física 
ou mental do trabalhador, causando-lhe descon-
forto e/ou doença (SOUZA et al., 2012).
Nesse contexto, ações simples podem ajudar a 
reduzir o estresse físico do trabalhador e eliminar 
futuros problemas de distúrbios musculoesque-
léticos, (OSHA, 2000). A seguir, vamos conhecer 
alguns riscos ergonômicos comumente presentes 
na área hospitalar.
Postura Inadequada no 
Transporte de Pacientes
Dentre os diversos riscos ergonômicos a que os 
trabalhadores da área da saúde estão expostos, as 
queixas relacionadas ao aparelho osteomuscular 
representam uma das maiores causas de sofrimen-
to dessa classe trabalhadora, devido ao esforço fí-
sico exigido desses profissionais durante a movi-
mentação dos pacientes, o que ocasiona lombalgias 
que interferem na eficiência da força e capacidade 
do trabalho (MONTEIRO; ALEXANDRE, 2009).
Também deve-se atentar para os fatores de 
risco que interferem na saúde em relação às con-
dições ergonômicas inadequadas de mobiliários, 
posto de trabalho e equipamentos utilizados para 
essas atividades. Além disso, muitas vezes o trans-
porte de pacientes é realizado por um quantita-
tivo de profissionais inferior ao desejável e com 
equipamentos inadequados, o que aumenta o ris-
co de desenvolver problemas osteomusculares e 
agressões à coluna vertebral (PASA et al., 2015).
Sobrecarga de Trabalho
A sobrecarga no ambiente de trabalho prejudi-
ca as estruturas músculo esqueléticas, origina 
problemas, tais como fadiga, lombalgia, doenças 
osteomusculares, como LER (Lesão por Esforço 
Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomuscular 
Relacionado ao Trabalho) (SOUZA et al., 2012).
As LER/DORT também são conhecidas como 
doenças da modernidade, estão associadas com 
adoecimentos no trabalho. Correspondem às 
atividades que exigem movimentos repetitivos, 
posturas prolongadas, trabalho muscular estático, 
monotonia, sobrecarga mental, dentre outros fa-
tores (SOUZA et al., 2012). No Brasil, começou a 
adquirir expressão em número e relevância social a 
partir da década de 80, tornando-se um grave pro-
blema de saúde pública e social em função da sua 
magnitude e abrangência (ALENCAR; OTA, 2011).
Os fatores que favorecem a ocorrência de LER/
DORT são múltiplos, constituindo um conjunto 
complexo, isolados ou agrupados, mas interliga-
dos, que exercem seu efeito simultaneamente na 
origem da doença, tendo como sintomas a dor 
localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, 
fadiga e sensação de peso, formigamento, sensação 
de diminuição de força, edema e enrijecimento 
articular. E, apesar de inicialmente se apresenta-
rem de forma discreta, com o decorrer do tempo, 
podem tornar-se frequentes durante o trabalho, 
inclusive incidindo nas atividades extra laborati-
vas do trabalhador (BRASIL, 2012).
71UNIDADE 2
Ainda, a sobrecarga de trabalho dos profis-
sionais da área da saúde está associada a fatores, 
como: número insuficiente de funcionários e pos-
tura inadequada durante a realização de algum 
procedimento, gerando acúmulo de funções; ina-
dequação dos recursos humanos e materiais, que 
exige do trabalhador uma energia muito maior 
para desenvolver as suas atividades; e, por fim, o 
crescente número de pacientes nas instituições, 
em especial, as públicas. Vale ressaltar que os pro-
fissionais também adotam um ritmo excessivo de 
trabalho em função da insatisfação salarial e da 
necessidade de contribuir com a renda familiar 
(OLIVEIRA et al., 2014).
Ambiente de Trabalho
O ambiente de trabalho constitui o local onde to-
dos devem se relacionar, em prol dos cuidados dos 
pacientes. Para que isto se torne seguro e compatí-
vel à assistência prestada, é de suma importância 
que os componentes do setor de trabalho estejam 
de acordo com o processo de trabalho realizado 
(OLIVEIRA et al., 2014).
As condições de risco de natureza ergonô-
mica envolvem mobiliário, postura, adequação 
dos aparelhos, dimensões, equipamentos, balcão, 
conforto ambiental, posto, organização e processo 
de trabalho, desgaste humano, trabalho estático e 
dinâmico, cargas suportáveis, fadiga, entre outros. 
Tudo isso esta inserido no ambiente profissional 
(SOUZA et al., 2012).
Assim, em um ambiente de trabalho onde al-
guns dos fatores apresentados não estão em con-
cordância, este se torna desgastante, metódico 
e exaustivo, contribuindo para o surgimento de 
riscos ocupacionais (OLIVEIRA et al., 2014).
Prevenção dos 
Riscos Ergonômicos
E como nos demais riscos já estudados, os ris-
cos ergonômicos têm como serem prevenidos? 
A resposta é sim! Mediante à prática da ginástica 
laboral (GL), conhecida popularmente como gi-
nástica na empresa, ela pode diminuir os danos 
na saúde do trabalhador causados pelos riscos 
ergonômicos.
A ginástica laboral é uma atividade física rea-
lizada durante a jornada de trabalho de forma 
coletiva e voluntária pelos funcionários, com 
exercícios de compensação aos movimentos re-
petitivos à ausência de movimentos, ou a posturas 
desconfortáveis assumidas durante o período de 
trabalho. Os objetivos da GL são: a redução dos 
efeitos negativos do LER/DORT, fadiga, estresse e 
alívio das tensões diárias que podem acarretar aci-
dentes de trabalho e baixa produtividade (GON-
DIM et al., 2009; FREITAS-SWERTS; ROBAZZI, 
2011; ANDRADE et al., 2015).
Segundo a OSHA (2000), outras medidas tam-
bém podem ser adotadas para prevenir os traba-
lhadores dos riscos ergonômicos, como:
• Realizar treinamentos com pessoal espe-
cializado, permitindo que os trabalhado-
res entendam melhor sobre a ergonomia e 
seus elementos, além de auxiliar na iden-
tificação dos riscos provenientes da má 
ergonomia.
• Identificar os riscos ergonômicos antes 
que eles desenvolvam doenças ocupa-
cionais.
• Procurar fornecer equipamentos de traba-
lho que ofereçam condições ergonômicas, 
com materiais mais leves e com as condi-
ções mínimas de ergonomia (design).
72 Riscos Ambientais
Os riscos psicossociais apresentam diversas de-
finições, contudo, um conceito de fácil entendi-
mento e aceito internacionalmente é:
 “
[...] os riscos psicossociais consistem, por 
um lado, na interação entre o trabalho, seu 
ambiente, a satisfação no trabalho e as con-
dições de sua organização; e por outro, nas 
capacidades do trabalhador, suas necessida-
des, sua cultura e sua situação pessoal fora 
do trabalho, o que, afinal, através de percep-
ções e experiências, pode influir na saúde e 
no rendimento do trabalhador (OIT, 1984).
Os trabalhadores da área da saúde encontram-
-se expostos diariamente aos riscos psicosso-
ciais, consumindo sua força de trabalho e de-
sencadeando estresse ocupacional. Tal fato é 
evidenciado devido aos processos de trabalho 
inadequados e condiçõesde trabalho precárias, 
principalmente no ambiente hospitalar, que in-
terferem diretamente nas capacidades vitais do 
trabalhador, causam tensão, fadiga, desmotiva-
ção e comprometem a saúde do grupo, e ainda, 
Riscos
Psicossociais
73UNIDADE 2
podem aumentar a probabilidade de o indivíduo 
desenvolver problemas de comportamento (AN-
DRADE; CARDOSO, 2012; OLIVEIRA, COSTA; 
GUIMARÃES, 2012).
Na inter-relação saúde mental e trabalho há 
de se considerar a vertente estresse e trabalho, 
que apresenta um alto grau de complexidade. No 
âmbito dessa vertente, observa-se a preocupação 
com a determinação dos fatores potencialmente 
estressantes em uma situação de trabalho. A si-
tuação saudável seria a que permitisse o desen-
volvimento do indivíduo, alternando exigências 
e períodos de repouso com o controle do traba-
lhador sobre o processo de trabalho (OLIVEIRA; 
COSTA; GUIMARÃES, 2012). A seguir, vamos 
conhecer os riscos psicossociais que frequente-
mente atingem os trabalhadores da saúde, o es-
tresse e a síndrome de Burnout.
Estresse
O estresse tem recebido grande atenção, não 
somente de pesquisadores, como também de 
instituições, devido ao crescente contingente de 
trabalhadores expostos a ele. Estudar o estresse 
dos profissionais da saúde no ambiente hospitalar 
permite uma melhor compreensão de suas causas, 
o que contribui para elucidar questões cotidianas 
relacionadas à saúde mental desses profissionais 
(GUIDO et al., 2011).
O estresse é um processo caracterizado por 
um conjunto de reações fisiológicas, psíquicas e, 
até mesmo, comportamentais de adaptação que 
o organismo emite quando é exposto a qualquer 
estímulo, ou seja, uma forma de restabelecer o 
equilíbrio. É uma reação de defesa e adaptação 
frente a um agente estressor (LIPP; ROCHA, 
2008). Apresenta quatro fases, conforme indica-
das no Quadro 5.
Quadro 5 - Fases e comportamento dos profissionais aco-
metidos pelo estresse
Fases Comportamento
Alerta
Fase positiva, na qual o indivíduo 
está mais atento, produtivo e 
motivado; fase de orientação e 
identificação do perigo.
Resistência
Período de adaptação do indi-
víduo à nova situação; fase de 
alerta prolongado, em que existe 
maior vulnerabilidade aos agen-
tes de risco; oscila entre equilí-
brio e desequilíbrio emocional 
com predisposição a desenvol-
ver doenças físicas, como gastri-
te, hipertensão arterial, diabetes, 
dentre outras.
Quase 
exaustão
O organismo não consegue 
resistir às tensões e algumas 
doenças começam a aparecer, 
já que a resistência não está tão 
eficaz.
Exaustão
Há uma quebra total da resis-
tência e o indivíduo apresenta 
sintomas semelhantes à fase de 
alerta, mas com maior magni-
tude, o que proporciona uma 
grande exaustão psicológica em 
forma de depressão e exaustão 
física.
Fonte: adaptado de Andrade e Cardoso (2012) e Borine et 
al. (2012).
A conscientização sobre os riscos aos quais estão 
expostos os diversos “atores” de um ambiente 
hospitalar é dever de todo estudioso e profissional 
ligado à saúde, portanto, conscientize-se e 
conscientize!
74 Riscos Ambientais
Frente a situações consideradas estressantes, 
o indivíduo irá utilizar mecanismos psicoló-
gicos para reduzir o impacto dos estressores e, 
assim, retornar ao equilíbrio. Tais mecanismos 
ou estratégias são, na realidade, ações cognitivas 
elaboradas por ele por meio da avaliação da si-
tuação, do ambiente, de experiências anteriores 
bem-sucedidas e da maturidade de seu apare-
lho psíquico e são denominadas estratégias de 
coping ou estratégias de enfrentamento. Neste 
sentido, quando o estresse relacionado ao tra-
balho ultrapassa os níveis adaptativos e torna-se 
crônico, pode-se desencadear a Síndrome de 
Burnout (ANDRADE; CARDOSO, 2012; ZA-
NATTA; LUCCA, 2015).
Síndrome de Burnout (SB)
A SB tem sido reconhecida como uma condição 
experimentada por profissionais que desempe-
nham atividades nas quais está envolvido alto 
grau de contato com outras pessoas, entre os quais 
os profissionais da saúde, cuja tarefa envolve uma 
atenção intensa e prolongada a pessoas que estão 
em situação de necessidade ou dependência. O 
quadro clínico é variado e pode incluir sintomas 
psicossomáticos, psicológicos e comportamentais, 
e produzir consequências negativas nos níveis in-
dividual, profissional, familiar e social (ZANAT-
TA; LUCCA, 2015). O Quadro 6 apresenta alguns 
dos principais sintomas relatados.
Quadro 6 - Sintomas e características da síndrome de Burnout
Sintomas Características
Físicos
Fadiga constante e progressiva, 
distúrbios do sono, dores muscu-
lares e osteomusculares, cefa-
leias e enxaquecas, perturbações 
gastrointestinais, transtornos 
cardiovasculares, distúrbios do 
sistema respiratório, distúrbios 
sexuais e alterações menstruais.
Compor-
tamentais
Negligência ou excesso de 
escrúpulos, irritabilidade, agressi-
vidade, incapacidade de relaxar, 
dificuldade na aceitação de 
mudanças, perda de iniciativa e 
suicídio.
Psíquicos
Falta de atenção e concentração, 
alteração de memória, sentimen-
tos de alienação, impaciência, 
sentimento de insuficiência e 
baixa autoestima.
Defensivos
Tendências ao isolamento, senti-
mento de impotência, perda de 
interesse pelo trabalho, ironia e 
cinismo.
Fonte: adaptado de Duarte (2012).
A SB compromete a qualidade do trabalho exe-
cutado e pode contribuir para o aumento de 
acidentes ocupacionais e erros, conflitos, falta 
de humanização no atendimento e insatisfação 
dos pacientes. Além disso, os profissionais com a 
síndrome evitam o contato direto com as pessoas-
-alvo de sua assistência, podendo desenvolver des-
personalização (GRAZZIANO; BIANCHI, 2010).
75UNIDADE 2
Prevenção dos Riscos Psicossociais
tencialmente perigoso em função dos riscos apre-
sentados, logo, a conscientização e a orientação 
dos colaboradores pelas diferentes ferramentas 
disponíveis em um ambiente hospitalar se fazem 
fundamentais.
Em função da necessidade de atenção especial 
aos colaboradores de saúde, algumas normas regu-
lamentadoras foram desenvolvidas, visando orien-
tar as organizações acerca dos riscos inerentes às 
atividades, bem como alertar sobre as obrigações 
para com os profissionais desse segmento. Dentre 
elas, destacam-se as NR 5, 6, 7, 17 e, especialmente, 
a 32, que versa sobre os cuidados, a atenção e a im-
plementação das medidas de proteção em relação 
aos profissionais em saúde.
A atuação de comissões internas, como no caso 
da CIPA, faz-se relevante, sobretudo, pela orienta-
ção referentes aos riscos das atividades e, em es-
pecial, pelas orientações referentes a medidas de 
prevenção.
Como exposto, os riscos não são exclusivida-
de dos colaboradores de atendimento direto, mas 
sim de todo o quadro de colaboradores presentes 
em um ambiente hospitalar. Riscos ergonômicos 
também irão existir neste ambiente, assim como 
em qualquer outro ambiente organizacional, entre-
tanto, é no ambiente hospitalar que os riscos físicos, 
químicos, biológicos e psicossociais se intensificam; 
logo, a compreensão deles se faz imprescindível 
para a atuação dos profissionais desse segmento.
Caro(a) aluno(a), esperamos que as informa-
ções abordadas nesta unidade possam ser perti-
nentes e relevantes para sua jornada acadêmica e 
futura jornada profissional.
De maneira geral, algumas medidas simples po-
dem contribuir na prevenção dos riscos psicos-
sociais, como (SILVA, 2000):
• Evitar monotonia no ambiente de trabalho.
• Oferecer suporte social às pessoas.
• Melhorar as condições sociais e físicas de 
trabalho.
• Investir no aperfeiçoamento pessoal e pro-
fissional dos trabalhadores.
• Buscar soluções para os problemas em vez 
de focar nas emoções negativas.
• Utilizar técnicas de relaxamento, ter uma 
boa alimentação e praticar atividade física.
Por fim, caro(a) aluno(a), como vimos, as conse-
quências associadas aos riscos ambientais, aos quais 
estão expostos os colaboradores da área de saúde, 
são diversas. A legislação laboral extremamente 
exigente faz com que o conhecimento acercados 
riscos e suas consequências sejam necessários, vi-
sando, sobretudo, a sua minimização. Esperamos, 
com esta unidade, contribuir um pouco em sua 
trajetória acadêmica com informações relevantes 
e que possam ser aplicadas em sua futura rotina!
Como vimos ao longo desta unidade, cada ativi-
dade, quando realizada de forma isolada, apresenta 
riscos inerentes à atividade, ao passo que a asso-
ciação de atividades realizadas pelos profissionais 
em saúde aumenta consideravelmente a chance do 
colaborador ser acometido por alguma consequên-
cia oriunda dos riscos laborais.
A amplitude de atividades realizadas em am-
biente hospitalar e a complexidade das relações 
atividade-colaborador tornam esse ambiente po-
76
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A higienização no que tange aos atendimentos em saúde caracteriza-se como 
uma ação de suma importância em função da capacidade de evitar proliferações 
ou veiculações de agentes indesejáveis. Neste sentido e em relação a higienização 
das mãos, assinale a alternativa correta.
a) A higienização das mãos não são necessárias em todas as áreas da assistência 
hospitalar.
b) A higienização das mãos tem por finalidade apenas tornar o atendimento ao 
paciente mais agradável.
c) A lavagem deve ser realizada somente com o enxágue em água corrente.
d) O uso das luvas dispensa a higienização das mãos.
e) A higienização das mãos geralmente é feita com antissépticos, produtos que 
têm a função de diminuir a quantidade de microrganismos transitórios e resi-
dentes da pele.
2. A ergonomia versa sobre a relação entre o homem e seus ambientes de trabalho, 
tendo três objetivos básicos: possibilitar o conforto ao indivíduo, prevenção de aci-
dentes, bem como ajudar a evitar o aparecimento de patologias específicas para 
determinado tipo de trabalho. Tal área do conhecimento aplica-se, também, em 
ambientes hospitalares. Em relação aos riscos ergonômicos, analise as assertivas 
e assinale as alternativa que contêm fatores de riscos associados à ergonomia.
I) Sobrecarga de trabalho.
II) Esforços repetitivos.
III) Exposição e manuseio de microrganismos.
IV) Postura inadequada em relação ao transporte de pacientes.
V) Manuseio de reagentes químicos.
77
Atendem os critérios somente o expresso em:
a) II e III.
b) II e V.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) Em nenhuma das assertiva, pois nenhuma delas apresenta fatores associados 
aos riscos ergonômicos.
3. Acredita-se que os agentes físicos capazes de prejudicar a saúde do trabalhador 
não sejam percebidos pelos colaboradores, fazendo com que se habituem a 
conviver com eles em sua rotina laboral, desconsiderando danos relacionados 
a esses agentes. Neste contexto, analise as assertivas e assinale a alternativa 
que contém informações corretas em relação aos riscos físicos.
I) O calor é uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo para 
outro, por radiação, condução ou convecção.
II) No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão apoia-
das na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
III) O agente físico ruído, produzido interna ou externamente, é responsável pelo 
comprometimento da saúde desses trabalhadores.
IV) Apesar dos ruídos estarem presentes no ambientes hospitalares, eles não 
são observados em unidades de terapia intensivas.
V) Calor é um risco físico frequentemente presente nos ambientes hospitala-
res, sendo, em especial, utilizado em operações de limpeza, desinfecção e 
esterilização.
Atendem os critérios somente o expresso em:
a) I e IV.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II, III e V.
e) Todas as assertivas estão corretas.
78
4. Os riscos biológicos para os profissionais da saúde se fazem relevantes, pois 
os ambientes hospitalares representam alto grau de risco para os indivíduos 
ali presentes. Neste entendimento e em relação aos riscos biológicos, avalie as 
assertivas classificando-as em Verdadeira (V) ou Falsa (F):
 ) ( Atividade com intenção deliberadas referem-se a atividades laborais voltadas à 
utilização ou manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal 
do trabalho, como exemplo os laboratórios de pesquisa microbiológicas.
 ) ( Para prevenir a transmissão de patógenos no ambiente de trabalho, o uso de 
EPI’s torna-se uma ferramenta fundamental.
 ) ( Os hospitais são considerados insalubres por receber pacientes com diversas 
doenças infectocontagiosas e agrupá-los em um mesmo local.
 ) ( As exposições aos riscos biológicos não estão associadas a lesões provocadas 
por instrumentos perfurantes e/ou cortantes, como agulhas, bisturi e vidrarias.
 ) ( Consideram-se riscos biológicos as condições de exposição ocupacional de 
trabalhadores a agentes biológicos, em que estes entram em contato com 
microrganismos modificados ou não, culturas de células e parasitas.
A sequência correta é:
a) V, F, F, F e V.
b) V, F, V, F e F.
c) V, F, V, V e V.
d) F, F, F, F e F.
e) V, V, V, F e V.
5. Dentre os riscos presentes em um ambiente hospitalar, os riscos psicossociais, 
especialmente para os colaboradores, merecem atenção especial, devido às 
potencialidades acerca desse risco envolvendo os profissionais de saúde. Con-
siderando a relevância desse risco em ambiente hospitalar, discorra sobre os 
fatores atrelados a esse risco em ambiente hospitalar.
79
Segurança em Laboratórios Químicos e Biotecnológicos
Autor: Mara Zeni Andrade
Editora: Educs
Sinopse: o risco de acidentes é maior quando nos acostumamos a conviver com 
o perigo e passamos a ignorá-lo. A segurança em qualquer local está apoiada 
em cada um: você é responsável por si e por todos.
LIVRO
80
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Níveis de ruído para conforto acústico: NBR-10152. Rio 
de Janeiro, 1987. 
ALENCAR, M. C. B.; OTA, N. H. O afastamento do trabalho por LER/DORT: repercussões na saúde mental. 
Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 22, n. 1, p. 60-67, 2011.
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1. E.
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3. D.
4. E.
5. As especificidades do atendimento em saúde submetem os colaboradores envolvidos a uma série de riscos 
psicossociais que agravam-se em função do tipo de serviço prestado, da área de atendimento, da rotina 
de trabalho e está diretamente associado às ações preventivas realizadas pelos hospitais.
87
88
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os diferentes níveis de biossegurança em labo-
ratórios de serviços de saúde.
• Compreender as especificidades da simbologia aplicada 
em laboratórios de serviços de saúde.
• Conceituar mapas de riscos voltados aos ambientes hos-
pitalares. 
• Explicar organismos geneticamente modificados e conhe-
cer sua aplicações em serviços de saúde.
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus 
Dra. Michele Putti Paludo
Níveis de biossegurança
Simbologia aplicada
Biossegurança e os organismos 
geneticamente modificados 
(OGMs)
Mapa de Risco
Especificidades em 
Rotina Laboratorial
Níveis de 
Biossegurança
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a tercei-
ra Unidade do material didático da disciplina de 
Biossegurança e Bioética! Esta unidade irá guiá-lo 
a uma discussão aprofundada acerca dos níveis 
de biossegurança existentes nos laboratórios de 
serviços de saúde e espaços de trabalho ligados 
à área, agora que os conceitos básicos já foram 
apresentados em unidades anteriores. 
Além disso, iremos discorrer sobre a simbolo-
gia específica aplicada em ambientes hospitalares 
e também em ambientes voltados à prestação de 
serviços em saúde como um todo, possibilitando 
uma futura atuação profissional de forma efe-
tiva e, sobretudo, consciente acerca dos riscos 
presentes nas rotinas laborais destes ambientes. 
Iremos, ainda, conhecer as diferentes formas de 
sinalizar os riscos inerentes ao ambiente hospi-
talar, bem como sua aplicação em ferramentas 
de informação e conscientização, por exemplo os 
mapas de risco, que desempenham uma função 
essencial em qualquer ambiente laboratorial que 
apresente riscos.
A simbologia pode, ainda, ser classificada de 
acordo com os tipos de sinais aplicados, sendo 
91UNIDADE 3
estes necessários para o desempenho e realiza-
ção das rotinas laborais. Tais sinalizações deverão, 
também, estar corretamente representadas nos 
mapas de risco.
Ainda nesta unidade, serão apresentados 
os organismos geneticamente modificados 
(OGMs), bem como suas aplicações na área 
da saúde. Veremos que, apesar dos OGMs re-
presentarem um avanço significativo para a 
humanidade em termos de avanços científicos 
e de engenharia genética, sua utilização deve 
sempre ser devidamente planejada e executada, 
visando reduzir ou eliminar possíveis dispersões 
ambientais.
Portanto, ao fim desta unidade de estudo, es-
peramos que você obtenha uma breve perspectiva 
sobre as temáticas supracitadas e que possa, de 
fato, reconhecer e identificar as peculiaridades 
da rotina laboratorial.
Os níveis de biossegurança já foram apresen-
tados na Unidade 1, e existindo qualquer dúvida 
você pode recorrer a ela. Neste momento, iremos 
estudar mais detalhadamente cada nível.
Os laboratórios apresentam basicamente qua-
tro níveis de biossegurança, classificados de acor-
do com os agentes de risco. Os laboratórios que 
trabalham com agentes de risco 1 a 4 precisam 
aplicar normas para o trabalho em contenção, 
cujo o nível é determinado pela maior classe de 
risco presente. Por exemplo, para um laboratório 
emque são manipulados agentes das classes de 
risco 1 e 2, deverá ser adotado o nível de conten-
ção 2, (BRASIL, 2006a; BRUNO, 2014).
Deste modo, uma estrutura laboratorial ade-
quada é aquela que está de acordo com o funcio-
namento do laboratório ou clínica e com nível de 
biossegurança recomendado para os agentes ma-
nipulados no local, atuando também como uma 
barreira de contenção secundária. Práticas mais 
(ou menos) rígidas poderão ser adotadas quando 
temos uma informação específica disponível que 
possa sugerir a virulência, patogenicidade, os pa-
drões de resistência aos antibióticos e às vacinas 
e a disponibilidade de tratamento ou outros fato-
res significativamente alterados (BRASIL, 2006a; 
BRUNO, 2014).
A seguir, vamos aprender especificamente 
sobre os quatro níveis de biossegurança labora-
toriais.
Nível de Biossegurança 1 
(NB-1)
O nível de biossegurança 1 representa nível básico 
de contenção que se baseia nas práticas padrão 
de microbiologia, sem uma indicação de barrei-
ras primárias ou secundárias, com exceção de 
uma pia para a higienização das mãos (BRASIL, 
2006a). Apresenta baixo risco individual e coletivo 
e envolve os agentes biológicos da classe de risco 1 
(BRASIL, 2006b; TEIXEIRA, VALLE, 2010). Res-
salta-se que os agentes desse nível são os micror-
ganismos conhecidos por não causarem doenças 
em pessoas ou animais, como Lactobacillus sp. e 
Bacillus (BRASIL, 2006b).
Em termos de infraestrutura, os laboratórios 
NB-1 não necessitam estar separados das demais 
dependências do edifício e os trabalhos são con-
duzidos, normalmente, em bancadas (BRUNO, 
2014). Na sequência, com base nas recomenda-
ções do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006c), se-
rão apresentadas algumas medidas de contenção 
adotadas nesses laboratórios:
• Os equipamentos especiais de contenção, 
tais como as Cabines de Segurança Bioló-
gica (CSB’s), não são exigidos para mani-
pulações de agentes biológicos da classe 
de risco 1.
• Os EPIs, tais como luvas e vestuário de 
proteção (avental, uniforme ou jaleco) são 
requeridos durante o trabalho.
92 Especificidades em Rotina Laboratorial
• O vestuário de proteção deverá apresentar 
mangas compridas ajustadas nos punhos e 
não deve ser usado fora da área laborato-
rial, visando evitar contaminações externas 
à área laboratorial.
• É obrigatório o uso de calçados fechados 
que possam proteger os pés contra aciden-
tes envolvendo substâncias que apresentem 
riscos à integridade física dos profissionais 
que as manuseiem.
• Óculos de segurança e protetores faciais 
devem ser usados sempre que os procedi-
mentos operacionais padrão os exigirem/
recomendarem.
• O laboratório deverá possuir dispositivo de 
emergência para lavagem dos olhos, além 
de chuveiros de emergência localizados no 
laboratório ou em local de fácil acesso.
E não esqueça, para os laboratórios NB-1 e todos 
os demais níveis, os Procedimentos Operacio-
nais Padrão (POP’s) devem sempre ser adota-
dos. Se você não lembra quais são esses proce-
dimentos, confira as informações disponíveis 
na Unidade 1.
Observa-se então, caro(a) aluno(a), que os 
laboratórios NB-1 não exigem proteção tão 
“rigorosa”, uma vez que os agentes biológicos 
não oferecem grandes riscos à saúde dos ma-
nipuladores. Contudo, a preocupação com a 
segurança é fundamental em todos os níveis 
de biossegurança, bem como nas práticas la-
borais cotidianas dos profissionais em saúde. 
Desta forma, a fim de auxiliar na compreensão 
deste conteúdo, o Quadro 1 apresenta algumas 
barreiras primárias e secundárias adotadas nos 
laboratórios NB-1. 
Quadro 1 - Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instalações laboratoriais) dos la-
boratórios NB-1
Barreiras primárias Barreiras secundárias
Uso de jalecos, aventais ou uniformes pró-
prios, para evitar contaminação ou sujeira de 
suas roupas normais.
Cada laboratório deverá conter uma pia para 
lavagem das mãos.
O laboratório deve ser projetado de modo a 
permitir fácil limpeza.
Uso de luvas para os casos de rachaduras ou 
ferimentos na pele das mãos.
É recomendável que a superfície das banca-
das seja impermeável à água e resistente ao 
calor moderado e aos solventes orgânicos, 
ácidos, álcalis e químicos usados para a des-
contaminação da superfície de trabalho e do 
equipamento.
Uso de óculos de proteção em procedimentos 
que produzam borrifos de microrganismos ou 
de materiais perigosos.
Os móveis do laboratório deverão ser capazes 
de suportar cargas e usos previstos.
Se o laboratório possuir janelas que se abram 
para o exterior, estas deverão conter telas de 
proteção contra insetos.
Fonte: Brasil (2006a).
93UNIDADE 3
Nível de Biossegurança 2 (NB-2)
relacionados com acidentes percutâneos, ou que 
possuam capacidade de atravessar a pele, as ex-
posições da membrana ou com a ingestão de ma-
teriais infecciosos. Portanto, deve-se tomar um 
extremo cuidado com agulhas contaminadas ou 
com instrumentos cortantes ou perfurocortan-
tes. Embora os organismos rotineiramente ma-
nipulados em um laboratório NB-2 não sejam 
transmitidos por aerossóis, os procedimentos 
envolvendo um alto potencial para a produção 
de salpicos ou aerossóis que possam aumentar o 
risco de exposição desses funcionários devem ser 
conduzidos com um equipamento de contenção 
primária (BRASIL, 2006a). 
Diferentemente dos laboratórios NB-1, os la-
boratórios NB-2 apresentam equipamentos de 
contenção específicos, como a cabine de seguran-
ça biológica (CSB) e autoclave (BRASIL, 2006c).
A CSB é utilizada em todos os procedimentos 
que envolvam culturas de tecidos infectados ou de 
ovos embrionados (de parasitas), bem como em 
processos em que ocorra a formação de aerossóis. 
As classes de CSB’s usadas são a I e II (Figura 1). 
É o nível exigido para o trabalho com agentes bio-
lógicos da classe de risco 2, isto é, agentes capazes 
de provocarem infecções no homem ou nos ani-
mais, e o potencial de propagação na comunidade 
e de disseminação no meio ambiente é limitado, 
existindo medidas terapêuticas e profiláticas efi-
cazes (BRASIL, 2006b).
O NB-2 é aplicado, por exemplo, a laboratórios 
de análises clínicas, de diagnóstico e laboratórios-
-escola, no qual as práticas de ensino ou práticas 
laborais envolvem sangue humano, líquidos corpo-
rais, tecidos ou células humanas primárias, em que 
a presença do agente infeccioso pode ser desconhe-
cida. Com boas técnicas de microbiologia, esses 
agentes podem ser usados de maneira segura em 
atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, 
uma vez que o potencial para a produção de borri-
fos e aerossóis é baixo. O vírus da hepatite B, o HIV, 
a salmonela e o Toxoplasma spp. são exemplos 
de microrganismos designados para esse nível de 
contenção (BRASIL, 2006a; BRUNO, 2014).
Os perigos primários em relação aos colabo-
radores que trabalham com esses agentes estão 
CSB classe ICSB classe I CSB classe IICSB classe II
Figura 1 - Cabine de segurança biológica classe I e II usadas nos laboratórios NB-2
94 Especificidades em Rotina Laboratorial
A CSB classe I oferece proteção ao manipulador 
e ao meio ambiente, mas não protege o produ-
to a ser manipulado. É semelhante à exaustão 
de uma capela química, porém possui um filtro 
High Efficiency Particulated Air (HEPA) para 
a proteção do meio ambiente e um fluxo de ar 
interior com velocidade mínima de 75 pés li-
neares/minuto. 
Já a CSB classe II é projetada com um fluxo 
de ar interior com velocidade de 75 a 100 pés 
lineares/minuto para proteger os profissionais 
que operam esses equipamentos; um fluxo de ar 
laminar vertical para proteger o produto; e um 
fluxo de saída de ar de exaustão com um siste-
ma de filtração, para proteger o meio ambiente 
(UEKI et al., 2008).
Já a autoclave (Figura 2) deve estar disponível 
no interior ou em local próximo ao laboratório, 
dentro da edificação, de modo a permitir a des-
contaminação de todos os materiais e resíduos 
gerados nas operações e processos laboratoriais, 
evitando, consequentemente, a contaminaçãodo 
meio ambiente (BRASIL, 2006c).
Ainda, os profissionais que atuam nos laborató-
rios NB-2 devem ter um treinamento específico 
no manejo de agentes patogênicos, sendo super-
visionados por analistas competentes. O acesso ao 
laboratório deverá ser limitado durante os pro-
cedimentos operacionais e o espaço destinado 
ao laboratório deve ser separado da área pública 
(BRASIL, 2006a). O Quadro 2 contém as princi-
pais barreiras primárias e secundárias adotadas 
nos laboratórios NB-2.
Quadro 2 - Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instalações laboratoriais) dos 
laboratórios NB-2
Barreiras primárias Barreiras secundárias
Uso de máscaras de proteção, protetor facial, 
óculos de proteção ou outra proteção para 
respingos.
É exigido um sistema de portas com tranca.
Uso de jalecos, gorros ou uniformes de prote-
ção. Ao sair do laboratório, a roupa protetora 
deve ser retirada e encaminhada para a lavan-
deria da instituição.
Lavatórios com torneiras de acionamento sem 
uso das mãos.
Uso de luvas quando houver um contato 
direto com materiais e superfícies ou equipa-
mentos contaminados. As mãos deverão ser 
lavadas após a remoção das luvas.
Sistema central de ventilação e com janelas 
vedadas.
Antecâmara.
Uso de CBS’s classe I ou II. Sistema de geração de emergência elétrica.
Fonte: adaptado de Brasil (2006a); Molinaro, Caputo e Amendoeira (2009).
Figura 2 - Modelo de autoclave usada nos laboratórios NB-2
95UNIDADE 3
Nível de Biossegurança 3 (NB-3)
O NB-3 é aplicável para laboratórios clínicos, 
de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção, 
onde o trabalho com agentes biológicos possa 
causar doenças sérias ou potencialmente fatais, 
como resultado de exposição por inalação. A 
equipe laboratorial deverá possuir treinamento 
específico no manejo de agentes patogênicos e po-
tencialmente letais, devendo ser supervisionados 
por analistas que possuam experiência com esses 
agentes (BRASIL, 2006a). As barreiras primárias 
e secundárias adotadas nesses laboratórios estão 
descritas no Quadro 3. 
O NB-3 é aplicado aos laboratórios que desenvol-
vem atividades com agentes biológicos da classe 
de risco 3 (BRASIL, 2006c). Esses agentes corres-
pondem a microrganismos, como o Clostridium 
botulinum (causador do botulismo) e o Bacillus 
anthracis (causa da doença carbúnculo), que 
oferecem alto risco individual, risco moderado à 
comunidade e que possuem capacidade de trans-
missão por via respiratória, causando patologias 
humanas, potencialmente letais, para as quais exis-
tem usualmente medidas de tratamento e/ou de 
prevenção (BRASIL, 2006b).
Quadro 3 - Barreiras primárias (equipamentos de segurança) e barreiras secundárias (instalações laboratoriais) dos la-
boratórios NB-3
Barreiras primárias Barreiras secundárias
Uso de jalecos com uma frente inteira, maca-
cão ou uniforme de limpeza.
O laboratório deve ter acesso restrito e estar 
separado das áreas de trânsito do prédio. 
Uma sala para a troca de roupas deverá ser 
incluída no laboratório.
Uso luvas ao manusear materiais e equipa-
mentos contaminados.
Lavatórios com torneiras de acionamento sem 
uso das mãos.
Todas as manipulações de materiais infec-
ciosos devem ser conduzidas em uma CBS’s 
classe II ou III.
Sistema central de ventilação contendo filtros 
HEPA. As janelas devem ser lacradas.
Os laboratórios devem apresentar equipamen-
tos para a descontaminação do material (auto-
clave, desinfecção química ou incineração).
Uso de protetor facial e respirador, quando 
necessário.
Um lava-olhos deve estar disponível no labo-
ratório.
Fonte: Brasil (2006a).
Todos os procedimentos, técnicos ou administrativos, devem estar descritos, ser de fácil acesso e devem 
ser de conhecimento dos técnicos envolvidos em sua execução. Estes devem previamente demonstrar 
ter o domínio dos procedimentos técnicos para a execução das atividades laboratoriais. 
96 Especificidades em Rotina Laboratorial
Em relação as CSBs utilizadas nos laboratórios 
de nível de biossegurança 3, estas devem pertencer 
à classe II (descrita anteriormente no NB-2) ou III, 
apresentada na Figura 3. A CSB classe III é total-
mente fechada e ventilada, adequada para o trabalho 
com agentes perigosos que requerem a contenção 
de um nível de biossegurança 4. Essa CBS é opera-
da com pressão negativa, e o trabalho é realizado 
por meio de braços com luvas de borracha. Todo o 
sistema é controlado por filtros HEPA e o material 
utilizado é seguido de esterilização antes de ser des-
cartado para o ambiente (UEKI et al., 2008).
Acidentes ou incidentes que resultem em expo-
sições a agentes biológicos patogênicos nos labora-
tórios NB-3 deverão ser imediatamente relatados 
ao profissional responsável. Nesses casos, devem ser 
tomadas todas as medidas necessárias para mitigar 
e/ou remediar a situação, como procedimentos de 
avaliação médica, vigilância e tratamento, devendo 
ser mantidos os registros por escrito desses episó-
dios e das providências adotadas (BRASIL, 2006c).
Figura 3 - Cabine de segurança biológica classe III usada nos laboratórios NB-3
97UNIDADE 3
Nível de Biossegurança 4 (NB-4)
• Os laboratórios somente devem funcionar 
com autorização e fiscalização das respec-
tivas autoridades sanitárias, devido à mani-
pulação de agentes patogênicos perigosos.
• Sistema de autoclave de dupla porta, câma-
ra de fumigação ou sistema de ventilação 
com antecâmara pressurizada para o fluxo 
de materiais para o interior do laboratório.
• Nenhum material pode ser removido do 
laboratório a menos que tenha sido este-
rilizado, exceto os agentes biológicos que 
necessariamente tenham de ser retirados 
na forma viável.
• As pessoas autorizadas devem cumprir 
com rigor as instruções e os procedimentos 
para a entrada e a saída do laboratório, de-
vendo existir um registro de entrada e saída 
de pessoal, com data, horário e assinaturas.
• Deve existir um plano de contingência e de 
emergência com descrição clara dos pro-
cedimentos necessários em tais situações.
• Os filtros Hepa e os pré-filtros das CSBs e 
dos sistemas de ar devem ser removidos e 
acondicionados em recipientes hermetica-
mente fechados, para subsequente descon-
taminação e destruição adequadas.
Os laboratórios NB-4 são conhecidos como la-
boratórios de máxima segurança que trabalham 
com agentes biológicos da classe de risco 4 ou com 
potencial patogênico desconhecido, não existindo 
para esses agentes vacina ou terapia disponível 
(BRASIL, 2006c). Nesses laboratórios, os princi-
pais causadores de doenças aos homens e animais 
são os vírus, como o Ebola (BRASIL, 2006b).
As instalações e procedimentos exigidos para 
o NB-4 devem atender as especificações já estabe-
lecidas para os laboratórios NB-1, NB-2 e NB-3, 
porém acrescidas de:
• O laboratório deve estar localizado em 
prédio separado ou em área claramente 
demarcada e isolada das demais instala-
ções da instituição e dispor de vigilância 
24 horas por dia.
• O laboratório deve possuir câmaras de entra-
da e saída de pessoal, separadas por chuveiro.
• As manipulações com organismos gene-
ticamente modificados (OGM) de classe 
de risco 4 devem ser realizadas em cabine 
de segurança biológica Classe II ou III, em 
associação com roupas de proteção pessoal 
com pressão positiva, ventiladas por siste-
ma de suporte de vida.
Outras informações acerca desses procedimentos que são comumente adotados nos laboratórios 
de nível de biossegurança 4, e também para os NB-1, NB-2 e NB-3, podem ser encontradas no 
material desenvolvido pelo Ministério da Saúde, intitulado: Diretrizes Gerais para o Trabalho em 
Contenção de Agentes Biológicos. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/
contencaocomagentesbiologicos.pdf>.
98 Especificidades em Rotina Laboratorial
A utilização de símbolos ou sinais na área da 
saúde é um tipo de comunicação não verbal de 
extrema relevância que visa chamar a atenção e 
comunicar a existência de uma fonte de risco ou 
de perigo. Para sinalizar comobjetividade, efi-
cácia e clareza, são utilizados recursos auxiliares 
de fundamental importância, como pictogramas 
(sinal ou símbolo) e as cores. Os pictogramas obe-
decem ao sistema internacional padronizado de 
pictogramas, aceitos e adotados no mundo inteiro, 
para comunicar perigos e ações sem o uso das pa-
lavras, facilitando a compreensão e memorização 
(PAIVA, 2013, on-line)1.
Os sinais são comumente divididos em: sinais 
de aviso, sinais de proibição, sinais de obrigação, 
sinais de orientação e salvamento e sinais de con-
trole a incêndio.
Simbologia 
Aplicada
99UNIDADE 3
Norma Regulamentadora n° 26
A Norma Regulamentadora nº 26 (NR-26) é a 
responsável pela sinalização de segurança, tendo 
como objetivo a fixação das cores que devem ser 
usadas nos locais de trabalho para a prevenção de 
acidentes. As cores utilizadas nos locais de traba-
lho para identificar os equipamentos de segurança, 
delimitar áreas, identificar tubulações empregadas 
para a condução de líquidos e gases e advertir con-
tra riscos devem atender ao disposto nas normas 
técnicas. A utilização de cores não dispensa o em-
prego de outras formas de prevenção de acidentes. 
Além disso, o uso de cores deve ser o mais reduzido 
possível, a fim de não ocasionar distração, confusão 
e fadiga ao trabalhador (BRASIL, NR 26, 2011).
E quais são as cores utilizadas para sinalizar 
os riscos de acidentes no ambiente de trabalho? 
Vejamos, no Infográfico 1, quais são essas cores e 
seus locais de aplicação de acordo com a NR 26. 
Infográfico 1 - Cores de sinalização, aplicação e exemplos
Fonte: adaptado de Brasil (2011).
AMARELA
Cor de segurança utilizada para símbolos de 
proibição e identi�cação de equipamentos 
de combate a incêndios e alarme.
Exemplos: Hidrantes, bombas de incêndio, 
extintores, entre outros. 
VERMELHA
Usada para determinar o uso de EPI’s.
Exemplos: Canalizações de ar 
comprimido, obrigatoriedade do uso 
de EPI’s, entre outros.
AZUL
Usada para marcar a passagem de 
pedestres.
Exemplos: Passarelas, corredores 
de circulação, entre outras.
BRANCA
Usada para identi�car canalizações 
em vácuo.
Exemplos: Canalizações em vácuo.
CINZA
Cor de segurança usada para símbolos de 
alerta e sinais de perigo.
Exemplos: Canalizações de óleo lubri�cante, 
asfalto e óleo combustível.
PRETA
Cor de segurança usada para 
símbolos de orientação e socorro.
Exemplos: Chuveiros de segurança, 
caixas de equipamentos de socorro 
de urgência, caixas contendo 
máscaras de gases, entre outros.
VERDE
Usada para indicar os perigos provenientes 
das radiações eletromagnéticas penetrantes 
de partículas nucleares.
Exemplos: Locais onde se manipulam 
materiais radioativos, locais onde tenham 
sido enterrados materiais e equipamentos 
contaminados, entre outros.
PÚRPURA
Usada para identi�car avisos de 
advertência.
Exemplos: Corrimões, parapeitos, partes 
baixas de escadas portáteis, entre outros.
ALARANJADA
Usada em partes móveis e perigosas 
de máquinas e equipamentos.
Exemplos: Canalizações contendo 
ácidos, entre outros.
100 Especificidades em Rotina Laboratorial
Além das cores de segurança, existem as cores de 
contraste – branca ou preta – que são utilizadas 
para melhorar a visibilidade da sinalização. Ain-
da associada às cores, as formas geométricas das 
placas também são usadas e podem ser (NORMA 
TÉCNICA 20/2014):
• Circulares: utilizadas para implantar sím-
bolos de proibição e ação de comando.
• Triangulares: utilizadas para implantar 
símbolos de alerta.
• Retangulares ou quadradas: utilizadas para 
implantar símbolos de orientação, socorro, 
emergência, identificação de equipamen-
tos utilizados no combate a incêndio, alar-
me e mensagens escritas.
Cabe destacar que existem outras formas de sina-
lização universais que se complementam entre si e 
compreendem: os sinais acústicos, a comunicação 
verbal e os sinais gestuais (FATOR SEGURANÇA 
Ltda, 2002).
Agora que já conhecemos as cores e as formas 
geométricas utilizadas na sinalização de seguran-
ça, podemos estudar sobre os principais símbolos/
sinais encontrados em clínicas, hospitais e unida-
des básicas de saúde. 
Principais Sinalizações 
Utilizadas na Área de Saúde
A área da saúde, assim como os demais segmentos 
que envolvem atividades científicas ou de atendi-
mento que apresentem possível risco aos profis-
sionais envolvidos, deve contar com ferramentas 
efetivas que, associadas a medidas de prevenção, 
possam contribuir para o desenvolvimento das 
atividades laborais de forma segura. 
Cabe destacar que uma das principais funções 
das diferentes sinalizações consiste em alertar a 
população presente acerca dos riscos, obrigações 
e medidas de segurança que devem ser adotadas. 
Ainda, as sinalizações no contexto da saúde 
têm por finalidade contribuir de forma sistêmica 
para uma cadeia de serviços, que se iniciam em 
seu manuseio propriamente dito e estão relacio-
nados à rotina laboral e são finalizados no descar-
te adequado do material manipulado. Vejamos, 
na sequência, mais detalhes sobre os diferentes 
tipos de sinais.
101UNIDADE 3
Sinais de Aviso
Os sinais de aviso visam advertir para uma situa-
ção, objeto ou ação susceptível que pode originar 
dano ou lesão pessoal. Podem alertar para poten-
cial risco de incêndio, explosão, choques elétri-
cos, contaminação por produtos perigosos, entre 
outros.
Neste tipo de sinalização, as placas indicati-
vas devem apresentar as seguintes características 
(ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 20/2014):
• Forma: triangular.
• Cor do fundo: amarela.
• Moldura: preta.
• Cor do símbolo (cor de segurança): preta.
• Margem (opcional): amarelo.
Dentre os inúmeros sinais de aviso existentes, os 
mais usados em hospitais, clínicas e unidades bá-
sicas de saúde estão apresentados no Infográfico 2.
Infográfico 2 - Principais sinais de aviso utilizados na área da saúde
Fonte: adaptado de ABNT (2004); Norma técnica 20/2014.
Risco de choque
elétrico
Qualquer local que houver 
instalações elétricas que 
oferecem risco elétrico.
Alerta geral
Qualquer local que não houver 
símbolo especí�co de alerta, 
devendo sempre estar acompanhado 
de mensagem escrita especí�ca.
Risco biológico
Todo local que houver a 
probabilidade da exposição 
ocupacional a agentes biológicos.
Risco de radiação
Qualquer local que houver a 
presença de materiais radioativos.
Risco de incêndio
Qualquer local que houver a 
presença de materiais 
altamente in�amáveis.
Risco de corrosão
Qualquer local que houver a 
presença de materiais corrosivos.
102 Especificidades em Rotina Laboratorial
Sinais de Proibição
São sinais frequentemente encontrados em ambientes hospitalares e têm como objetivo proibir ou coibir 
ações capazes de oferecer risco aos profissionais e pacientes, como o início de um incêndio (NORMA 
TÉCNICA 20/2014). A sinalização de proibição deve apresentar (ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 
20/2014), conforme Infográfico 3:
• Forma: circular.
• Cor de contraste: branca.
• Barra diametral e faixa circular (cor de segurança): vermelha.
• Cor do símbolo: preta.
• Margem (opcional): branca.
Proibida a entrada
de pessoas
não autorizadas
Qualquer local que não permite 
a entrada de pessoas que não 
façam parte da equipe.
Proibido fumar
Todo local onde fumar pode 
aumentar o risco de incêndio.
Proibido produzir
chama
Todo local onde a utilização 
de chama pode aumentar o 
risco de incêndio.
Proibido utilizar
água para
apagar o fogo
Qualquer local onde o uso de água 
seja impróprio para extinguir o fogo.
Proibido utilizar
elevador em caso
de incêndio
No local de acesso aos elevadores 
comuns. Em alguns casos pode ser 
complementada pela mensagem “em 
caso de incêndio não use os elevadores”.
Infográfico 3 - Principais sinais de proibição utilizados na área da saúde
Fonte: adaptado de ABNT (2004); Norma técnica 20/2014.
103UNIDADE 3
Sinais de Obrigação
Os sinais incluídos nesta categoria impõem um determinado comportamento, estando diretamente 
associados, na área da saúde, ao uso obrigatóriodos equipamentos de proteção individual. O Infográfico 
4 apresenta alguns sinais de obrigação.
Os sinais de obrigação devem cumprir com as seguintes características (FATOR DE SEGURANÇA 
Ltda, 2002; FERNANDES, 2011):
• Forma: circular.
• Cor do fundo: azul.
• Cor de contraste: branca.
• Cor do símbolo: branca.
Proteção 
obrigatória
dos pés
Todo local que houver respingos 
e derramamento de material 
infectante.
Proteção 
obrigatória
do rosto
Qualquer local que possa 
oferecer impactos, substâncias 
nocivas e radiações.
Proteção 
obrigatória 
de olhos
Qualquer local que pode ocorrer 
impactos, respingos de sangue ou 
outras secreções e formação de 
aerossóis.
Proteção 
obrigatória
dos ouvidos
Qualquer local que ofereça ruídos 
prolongados e nocivos.
Proteção 
obrigatória
das vias 
respiratórias
Qualquer local que houver risco 
de inalação de aerossóis ou 
produtos químicos.
Proteção 
obrigatória
das mãos
Todo local que houver manuseio 
com material contaminado.
Infográfico 4 - Principais sinais de obrigação utilizados na área da saúde
Fonte: adaptado de Fernandes (2011).
104 Especificidades em Rotina Laboratorial
Sinais de Orientação e Salvamento
A sinalização de orientação e salvamento visa, em caso de perigo, indicar as saídas de emergência, 
o caminho para o posto de socorro ou local em que existem dispositivos de salvamento. As placas 
indicativas devem possuir as seguintes características (ABNT, 2004; NORMA TÉCNICA 20/2014):
• Forma: quadrada ou retangular.
• Cor do fundo (cor de segurança): verde.
• Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente.
• Margem (opcional): fotoluminescente.
Além dos sinais já relatados, estes sinais também são frequentemente encontrados em hospitais, clínicas 
e unidades básicas de saúde. O Infográfico 5 apresenta alguns desses sinais.
Chuveiro de
emergência
Qualquer local que pode ocorrer 
impactos, respingos de sangue 
ou outras secreções e formação 
de aerossóis
Lava-olho de 
emergência
Qualquer local que pode ocorrer 
impactos, respingos de sangue 
ou outras secreções e formação 
de aerossóis.
Saída de 
emergência
Todo local que indique saída de 
emergência com ou sem complementação 
do pictograma fotoluminescente (seta ou 
imagem, ou ambos).
Escada de 
emergência
Todo local que indique o sentido 
de fuga no interior da escada.
Primeiros 
socorros
Todo local em que medidas 
especí�cas possam ser tomadas antes 
da chegada do médico. 
Maca de 
emergência
Todo local em que medidas 
especí�cas possam ser tomadas 
antes da chegada do médico. 
Infográfico 5 - Principais sinais de orientação e salvamento utilizados na área da saúde
Fonte: adaptado de Fernandes (2011); ABNT (2004); Norma Técnica 20/2014.
105UNIDADE 3
Sinais de Controle a Incêndio
Os sinais pertencentes a esta categoria têm como objetivo indicar a localização e os tipos de equi-
pamentos de combate a incêndios e alarme disponíveis no local (NORMA TÉCNICA 20/2014). O 
Infográfico 6 mostra os principais sinais encontrados na área da saúde.
As placas indicativas devem ser conforme indicadas a seguir (ABNT, 2004):
• Forma: quadrada ou retangular.
• Cor de fundo (cor de segurança): vermelha.
• Cor do símbolo (cor de contraste): fotoluminescente.
• Margem (opcional): fotoluminescente.
Extintor de 
incêndio
Qualquer local que indique a 
localização de extintores de incêndio.
Telefone ou 
interfone
de emergência
Todo local que indique a posição do 
interfone para comunicação de 
situações de emergência com uma 
central.
Mangotinho
Todo local que indique a localização 
do mangotinho.
Abrigo de 
mangueira
e hidrante
Todo local que indique o abrigo da 
mangueira de incêndio com ou sem 
hidrante no seu interior.
Infográfico 6 - Principais sinais de combate a incêndio utilizados na área da saúde
Fonte: adaptado de ABNT (2004); Norma técnica 20/2014.
106 Especificidades em Rotina Laboratorial
Caro(a) aluno(a), agora que aprendemos um 
pouco mais sobre os riscos em ambientes que 
trabalham com a saúde e como reconhecer os 
sinais relacionados a eles, você saberia responder 
o que vem a ser um Mapa de Riscos (MRs)? Caso 
a resposta seja não, fique tranquilo, na sequência 
iremos elucidar esse assunto. 
O MRs surgiu em 1967, na Itália, a partir de 
uma vasta pesquisa sobre os diversos problemas 
enfrentados pelos trabalhadores. No Brasil, o 
MRs foi incorporado à Norma Regulamentadora 
n° 5, a partir do ano de 1980, e sua elaboração 
passou a ser obrigatória a todas empresas que 
tivessem uma Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (CIPA), de acordo com a NR-9 
(HÖKERBERG et al., 2006; PAVAN; SAVI, 2012).
O mapa de riscos é uma técnica empregada 
para coletar o maior número possível de infor-
mações sobre os riscos existentes no ambiente de 
trabalho. O MRs permite fazer um diagnóstico 
da situação de segurança e saúde do trabalho 
nas empresas com a finalidade de estabelecer 
medidas preventivas. Além disso, possibilita a 
Mapa de 
Riscos
107UNIDADE 3
troca e a divulgação de informação entre os tra-
balhadores, estimulando sua participação nas 
atividades de prevenção (BRASIL, NR 9, 1994; 
BENATTI; NISHIDE, 2000).
Nesse momento, você pode estar se questio-
nando, e quem pode elaborar um MRs?
A elaboração é feita por um profissional ca-
pacitado, por exemplo, um técnico em segurança 
do trabalho, um engenheiro de segurança no 
trabalho ou, ainda, um profissional qualifica-
do responsável pelo local avaliado (PINTO et 
al., 2013). Esses profissionais aplicam métodos 
científicos cada vez mais sofisticados ou podem, 
ainda, basear-se em instrumentos predefinidos 
por comissões de biossegurança ou de qualidade, 
para identificar e mensurar os riscos (HÖKER-
BERG et al., 2006).
O MRs deve ser moldado, inicialmente, ob-
servando os riscos que o profissional está sujeito 
durante o exercício de suas atividades laborais, 
atividades estas que podem afetar o bem-estar 
físico e psíquico do indivíduo (PINTO et al., 
2013). Algumas vantagens associadas à elabo-
ração de um MRs estão listadas a seguir:
• Identificação prévia dos riscos existentes 
nos locais de trabalho, os quais os traba-
lhadores poderão estar expostos.
• Conscientização quanto ao uso adequado 
das medidas e dos equipamentos de pro-
teção coletiva e individual.
• Redução de gastos com acidentes e doen-
ças, medicação, indenização, substituição 
de trabalhadores e danos patrimoniais.
• Facilitação da gestão de saúde e segurança 
no trabalho com o aumento da segurança 
interna e externa.
• Melhoria do clima organizacional, maior 
produtividade, competitividade e lucrati-
vidade (PAVAN; SAVI, 2012).
Elaboração de um MRs
Segundo Hökerberg et al. (2006), a elaboração 
do mapa de riscos no hospital é motivada por 
três fatores:
1. Base legal para uso do MRs como método 
para a identificação dos riscos.
2. Aparente simplicidade do método.
3. Possibilidade de envolvimento ativo dos 
trabalhadores.
Na elaboração do MRs, são utilizadas cores con-
forme a classificação dos riscos ambientais, e a 
gravidade do risco é representada pelo tamanho 
dos círculos. A representação gráfica dos riscos 
deve ser de forma clara, permitindo a rápida iden-
tificação de cada tipo de risco existente em cada 
setor (PAVAN; SAVI, 2012). O Quadro 4 apresen-
ta o risco e a cor representativa de cada um dos 
riscos a que os trabalhadores estão expostos no 
ambiente de trabalho.
Lembrando que se durante o estudo houver 
alguma dúvida em relação aos riscos, retorne à 
Unidade 2, nela aprendemos e discutimos a clas-
sificação desses riscos individualmente. 
Quadro 4 - Riscos ambientais e sua representação por cores
Cor Grupo Risco
Verde 1 Risco físico
Vermelha 2 Risco químico
Marrom 3 Risco biológico
Amarela 4 Risco ergonômico
Azul 5 Risco acidente
Fonte: Brasil (NR 9, 1994).
108 Especificidades em Rotina Laboratorial
Na elaboração do MRs, algumas etapas devem ser seguidas como previsto na Norma Regula-
mentadora n° 9 (BRASIL, NR 9, 1994). O Infográfico 7 apresenta as referidasetapas de elaboração.
Infográfico 7 - Etapas para elaboração do MRs
Fonte: adaptado de Brasil (NR 9, 1994).
Etapa
Identificar os indicadores de saúde.
Descrição
 • Associado a queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos 
riscos.
 • Acidentes de trabalho ocorridos.
 • Doenças que acometem os profissionais.
Etapa
Identificar os riscos existentes no local analisado.
Descrição
 • Associada à identificação dos riscos ambientais.
Etapa
Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
Descrição
 • Verificar os estudos anteriores.
Etapa
Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia.
Descrição
 • Refere-se às medidas de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de 
proteção individual e medidas de higiene e conforto.
Etapa
Elaborar o MRs em relação ao layout da empresa.
Descrição
 • Realizado por meio das cores representativas dos riscos e dos tamanhos dos círculos.
Etapa
Conhecer o processo de trabalho no local analisado.
Descrição
 • Conhecimento dos trabalhadores em relação a número, sexo, idade e treinamento profissional 
e de segurança e saúde.
 • Conhecimento dos instrumentos e materiais de trabalho utilizados.
 • Conhecimento do ambiente de trabalho e das atividades exercidas.
109UNIDADE 3
Como mencionado anteriormente, a gravidade do risco é simbolizada pelo tamanho do círculo, que 
pode ser pequeno, médio ou grande (PAVAN; SAVI, 2012). Assim:
• Círculos pequenos: risco pequeno por sua essência ou por ser um risco médio já protegido.
• Círculos médios: risco que gera relativo incômodo, mas que pode ser controlado.
• Círculos grandes: risco que pode matar, mutilar ou gerar doenças e que não dispõe de meca-
nismo para a redução, neutralização ou controle.
Além do tamanho dos círculos e as cores representativas dos riscos, o MRs ainda deve indicar o número 
de trabalhadores expostos e a especificação dos agentes de risco (PAVAN; SAVI, 2012). O Quadro 5 
apresenta um exemplo de risco biológico expressando a gravidade dele. A partir deste modelo, essa 
forma de expressão pode ser adotada para todos riscos (físico, químico, ergonômico e de acidente).
Quadro 5 - Exemplo de gravidade do risco biológico na forma de círculos
Risco pequeno Risco médio Risco grande
1 cm de diâmetro 2 cm de diâmetro 4 cm de diâmetro
Fonte: os autores.
No centro cirúrgico de um hospital, um risco bio-
lógico pequeno e médio pode ser considerado o 
contato com microrganismos patogênicos, doen-
ças infectocontagiosas, materiais e lixo contami-
nados. Nos riscos ergonômicos, como trabalhar 
em pé, a postura inadequada e esforços físicos 
durante o atendimento dos pacientes, a gravida-
de é pequena, enquanto que na manipulação de 
detergentes, desinfetantes e medicamentos (risco 
químico), o grau de risco pode variar de pequeno 
a médio. Na ocorrência de cortes com materiais 
perfurocortantes (risco de acidente), a gravidade 
é pequena à média. 
E, por fim, os riscos físicos, como as radiações 
ionizantes, considera-se grau pequeno. Lembre-
-se que a gravidade está diretamente associada à 
prevenção, isto é, menor será o grau de exposição 
do trabalhador ao risco quanto mais difundido for 
o uso de equipamentos de proteção individual e 
coletiva (PAVAN; SAVI, 2012).
110 Especificidades em Rotina Laboratorial
Desde a sua criação, o cultivo de organismos 
geneticamente modificados (OGMs) provocou 
controvérsias, existindo muitos relatos alertando 
contra os potenciais efeitos negativos e outros en-
focando nos benefícios dessa tecnologia. Con-
tudo, o que realmente são os OGMs e quais são 
seus riscos para a saúde humana, dos animais e do 
meio ambiente? A partir desses questionamentos, 
vamos conhecer os verdadeiros riscos e benefícios 
que a exposição aos OGMs podem nos oferecer.
Definição de OGMs
Os organismos geneticamente modificados são 
aqueles cujo material genético foi alterado, a fim 
de conter uma ou mais características codificadas 
pelo gene ou pelos genes introduzidos, modifica-
dos a partir da Engenharia Genética (COSTA et 
al., 2011; MALLAH; OBEID; SLEYMANE, 2011).
Desde meados dos anos de 1990, a produção de 
OGMs está em contínuo crescimento, com cultivo 
especialmente de milho, soja, canola e algodão. 
Biossegurança e os
Organismos Geneticamente 
Modificados (OGMS)
111UNIDADE 3
A soja e o milho geneticamente modificados são 
os OGMs mais extensivamente cultivados, ten-
do como principais características introduzidas 
a tolerância ao herbicida e a resistência a insetos 
(SHEHATA, 2005). 
As estatísticas mostraram um aumento de 100 
vezes entre 1996 e 2013, em que a área global ex-
cedeu 175 milhões de hectares. A fim de proteger 
os direitos do consumidor e garantir a segurança 
alimentar e ambiental, 63 países do mundo esta-
beleceram suas políticas regulatórias específicas 
para controlar as autorizações e rotulagem de 
OGMs (CLIVE, 2014; COSTA et al., 2011). 
Também, nas duas últimas décadas, organiza-
ções governamentais e intergovernamentais têm 
planejado estratégias e protocolos para o estudo 
da segurança de cultivos geneticamente modifi-
cados. O maior problema na análise de risco de 
OGMs é que seus efeitos não podem ser previstos 
na sua totalidade.
É válido destacar que países como os Esta-
dos Unidos são favoráveis a essa tecnologia; 
enquanto que na Europa, os OGMs apresen-
tam uma imagem negativa, refletindo na acei-
tação dos produtos. Por exemplo, apenas 16% 
dos franceses consideram que os OGMs são 
seguros para eles e sua família, contra os 33% 
no Reino Unido. Os comportamentos descritos 
estão diretamente relacionados às diferenças na 
cobertura da mídia de OGMs entre a Europa 
e os Estados Unidos, uma vez que os meios de 
comunicação europeus focam muito mais nos 
potenciais riscos dos OGMs do que os demais 
países (BARDIN et al., 2017).
A insulina produzida desde o começo da déca-
da de 80, bananas com grande porcentagem de vi-
tamina A, tomate longa-vida com maior resistência 
depois da colheita e batata com menor absorção 
de óleo durante o processo de fritura são exemplos 
positivos de OGMs (COSTA et al., 2011).
Lei de Biossegurança 
n° 11.105/2005 e Protocolo 
de Cartagena
No Brasil, é a Lei de Biossegurança n° 11.105/2005 
que estabelece normas de segurança e mecanis-
mos de fiscalização de atividades que envolvam 
OGMs e seus derivados. A lei criou o Conselho 
Nacional de Biossegurança (CNBS) e reestruturou 
a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio). Ainda, as principais preocupações são 
em relação à saúde humana e animal e também 
em relação ao meio ambiente, como se dará essa 
fiscalização e se os órgãos destinados para tal se-
rão eficientes o suficiente para garantir esse fim 
(BRASIL, 11.105/2005).
A referida lei também prescreve a necessidade 
de informar no rótulo dos produtos a existência 
de OGMs, com a finalidade de não ferir os direi-
tos dos consumidores e a oportunidade de livre 
escolha no consumo dos transgênicos. Desta for-
ma, os produtos tanto para o consumo humano 
quanto animal devem, obrigatoriamente, vir rotu-
lados com o símbolo específico dos transgênicos, 
definido como padrão para não haver qualquer 
distorção sobre o assunto (Figura 4).
Figura 4 - Símbolo de produtos transgênicos
112 Especificidades em Rotina Laboratorial
Relacionado aos OGMs, ainda, é importante des-
tacar o Protocolo de Cartagena sobre Biossegu-
rança, que foi o primeiro acordo firmado no âm-
bito da Convenção sobre Diversidade Biológica 
(CBD). Visa assegurar um nível adequado de pro-
teção no campo da transferência, da manipulação 
e do uso seguro dos organismos geneticamente 
modificados resultantes da biotecnologia moder-
na que possam ter efeitos adversos na conserva-
ção e no uso sustentável da diversidade biológica, 
levando em conta os riscos para a saúde humana. 
Atualmente, o Protocolo conta com 143 países, 
entre eles o Brasil, que se reúnem periodicamen-
te para discutir sobre questões vinculadas aos 
OGMs, (COSTA; MARIN, 2011).Benefícios dos OGMs
Relatar os riscos ou benefícios dos OGMs é um 
pouco difícil, tendo em vista que a própria ciên-
cia ainda se vê incerta quanto aos reais efeitos. 
Contudo, de maneira objetiva, vamos apontar os 
principais benefícios descritos na literatura como 
(MUÑOZ, 2001):
• Aumento da vida de prateleira (shelf-life) 
de produtos como frutas e vegetais que se 
degradam facilmente.
• Aumento da resistência das colheitas e a 
consequente redução do uso de produtos 
químicos.
• Maior resistência a insetos e a certos vírus, 
diminuindo a possibilidade de as plantas 
contraírem as doenças por eles causadas.
• Aumento do nível de produção e o seu 
rendimento.
• Redução de custo e aumento de competi-
tividade brasileira no agronegócio interno 
e externo.
• Redução do uso de fertilizantes.
• Permite a clonagem e a produção de me-
dicamentos por meio da técnica de DNA 
recombinante.
Riscos dos OGMs
A inserção de novas construções no genoma de 
um organismo supõe a melhora das propriedades 
úteis ao ser humano e a redução nos custos da 
produção. Contudo, alguns riscos acerca da tec-
nologia são relatados a seguir (MACEDO, 2014):
• A diminuição ou perda da biodiversidade, 
pois as plantas que não sofreram modifi-
cação genética podem ser eliminadas pelo 
processo de seleção natural, uma vez que 
as transgênicas possuem maior resistência 
às pragas e pesticidas.
• O aumento da resistência humana a an-
tibióticos a partir do consumo em longo 
prazo de alimentos transgênicos, ou da 
ingestão de animais que consumiram ali-
mentos transgênicos.
• Aumento das alergias devido à produção 
de proteínas sintetizadas pelos novos genes 
transgênicos.
• Aparecimento de novas doenças devido 
a maior resistência a antibióticos dos mi-
crorganismos provenientes dos OGMs.
• Perigo à saúde pública, uma vez que o ex-
cesso de produtos químicos não tem ape-
nas um impacto negativo no ambiente, mas 
também um risco para a saúde pública.
• Insegurança na utilização dos OGMs, pois 
os estudos feitos são de curta duração e 
superficiais, não sendo possível avaliar 
com segurança os danos provocados pela 
inserção dos transgênicos no ambiente.
• Falta de informação da população acerca 
dos OGMs.
113UNIDADE 3
OMGs na Área da Saúde
A grande quantidade de OGMs que vem sendo 
aprovada no mundo nos últimos anos e a suspeita 
de que os eles não sejam seguros para o consumo 
e saúde levaram esses organismos ao centro das 
atenções públicas. No âmbito da saúde, a grande 
preocupação está focada nos microrganismos re-
sistentes aos antibióticos, em especial as bactérias.
Os microrganismos resistentes são aqueles co-
nhecidos pela resistência a uma ou mais classes 
de antimicrobianos (OLIVEIRA; SILVA, 2008). A 
elevada atividade metabólica e reprodutiva bacte-
riana associada a mecanismos de troca de material 
genético pode favorecer para que os microrganis-
mos desenvolvam, ao longo do tempo, formas de 
resistência intrínsecas à estrutura física celular, 
relacionadas a eventos mutacionais e mesmo à 
transferência de genes de resistência aos antimi-
crobianos a outras bactérias (CLOETE, 2003).
As infecções causadas por esses microrganis-
mos apresentam maior preocupação devido ao 
reduzido arsenal terapêutico disponível para tra-
tamento (ALANIS, 2005). As bactérias Pseudomo-
nas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Klebsiella 
pneumoniae, Enterobacter sp., Acinetobacter sp. 
e Enterococcus faecalis são as mais relatadas no 
ambiente hospitalar, pois vêm desenvolvendo um 
alto poder de resistência aos fármacos de última 
geração e ganham importância na Organização 
Mundial da Saúde, ANVISA e associações de 
controladores de infecções hospitalares, além da 
indústria farmacêutica, que se preocupam com o 
tratamento das doenças causadas por esses mi-
crorganismos (PAIVA, 2013, on-line)1.
Justificada a grande preocupação com a emer-
gência da resistência bacteriana, considera-se que 
algumas intervenções podem contribuir para o 
controle da disseminação como (PASKOVATY 
et al., 2005; OLIVEIRA; SILVA, 2008):
• Informação dos profissionais de saúde.
• Detecção de pacientes sob risco.
• Implementação de isolamento por contato 
para pacientes colonizados/infectados.
• Uso de Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPI).
• Higienização das mãos, desinfecção de 
superfícies e controle do uso de antimi-
crobianos.
• Manutenção de um banco de dados com a 
identificação de todos os pacientes coloni-
zados/infectados.
• Reformulação das políticas públicas.
Também cabe destacar que os OGMs, na área da 
saúde, apresentam efeitos benéficos, como na pes-
quisa e produção de células-tronco embrionárias, 
para fins científicos e terapêuticos. A utilização 
em terapia de células-tronco embrionárias huma-
nas deve ser realizada em conformidade com as 
diretrizes do Ministério da Saúde para a avaliação 
de novas tecnologias. Também é a Lei de Biosse-
gurança n° 11.105, de 24 de março de 2005 que 
oferece suporte para tal tecnologia. 
As células-tronco embrionárias são células de 
embriões humanos produzidas por fertilização in 
vitro que apresentam a capacidade de se transfor-
marem em células de qualquer tecido de um or-
ganismo. Dentre suas potenciais aplicações estão: 
restaurar a função de um órgão ou tecido com a 
O cultivo de OGMs, em larga escala, poderá, 
eventualmente, ocasionar a disseminação 
destes no meio ambiente, causando diminuição 
da biodiversidade e alteração das dinâmicas 
populacionais.
114 Especificidades em Rotina Laboratorial
substituição das células perdidas por uma enfer-
midade ou substituir células que não funcionam 
adequadamente devido a um defeito genético ou 
vascular, e curar enfermidades dos sistemas hema-
tológico (leucemias, linfomas), nervoso (acidente 
vascular cerebral, esclerose múltipla, traumatismo) 
e cardiovascular (infarto do miocárdio, insuficiên-
cia cardíaca) (OKAMOTO; HOLTHAUSEN, 2004).
Sendo assim, caro(a) aluno(a), conforme expos-
to, existe uma grande discussão e também grande 
problematização acerca da manipulação gênica 
no que tange aos transgênicos, sendo necessário 
manter-se antenado nos avanços da ciência acerca 
dessa temática relevante, pertinente e atual. Como 
vimos ao longo desta unidade, caro(a) aluno(a), 
os riscos serão de grande relevância em diversos 
segmentos dos serviços em saúde, influenciando, 
também, em como eles são classificados e, ainda, 
nos níveis de biossegurança exigidos em deter-
minados locais de trabalho. 
Os riscos apresentados, ou o tipo de organismo 
ali manipulado, influencia no nível de contenção 
e nas medidas que deverão ser adotadas em la-
boratórios NB-1, 2, 3 ou 4, sendo estas descritas 
ao longo desta unidade, bem como as medidas 
de proteção a serem adotadas nesses diferentes 
níveis de biossegurança.
Conforme exposto, a simbologia aplicada à 
biossegurança dos serviços de saúde consiste em 
uma das mais fundamentais ferramentas ou me-
canismo de alerta, seja mediante à sinalização de 
aviso, proibição, obrigação ou orientação. Tais fer-
ramentas de sinalização possuem por finalidade 
alertar os indivíduos que estejam transitando em 
um ambiente hospitalar, bem como os profissio-
nais desse segmento acerca dos riscos presentes 
e das obrigações e medidas de segurança que de-
verão ser adotadas. 
Tais sinalizações deverão estar em acordo com 
as informações sobre os riscos expostos no mapa 
de risco, que configura-se como uma ferramenta 
essencial e relevante para um bom funcionamento 
de um ambiente laboratorial/hospitalar/clínico. 
E, por fim, foi possível conhecer um pouco 
mais sobre a legislação específica que discorre 
sobre a utilização dos organismos geneticamente 
modificados. Tais informações nos direcionam 
a uma discussão acerca do avanço que eles re-
presentam à humanidade e dos riscos que sua 
utilização incorreta pode apresentar para o meio 
ambiente que já possui dinâmicas populacionais 
estabelecidas.
Nesse sentido, esperamos que nossa singela 
contribuição acerca das temáticas abordadas nestaunidade possam ser pertinentes e relevantes para 
sua jornada acadêmica e profissional. Abraços.
115
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Desde a sua criação, o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGMs) 
provocou controvérsias, resultando em posicionamentos contrários a sua utili-
zação, cujo os principais argumentos eram sobre os potenciais efeitos negativos 
em relação à utilização dessa tecnologia. Em relação a essa temática, assinale 
a alternativa que contém a correta definição de OGMs.
a) Correspondem a indivíduos híbridos, resultantes da reprodução sexuada de 
duas espécies diferentes.
b) Trata-se de organismos que não apresentam modificações em suas estruturas 
gênicas e que não são utilizados em segmentos como o da saúde. 
c) Organismos que tiveram genes introduzidos em seu genoma, mediante esforços 
da engenharia genética, mas que não apresentam características codificadas 
pelos genes introduzidos.
d) Organismos fisicamente modificados, cujo material genético não sofre alteração.
e) Os organismos geneticamente modificados são aqueles cujo material genético 
foi alterado, a fim de conter uma ou mais características codificadas pelo gene 
ou pelos genes introduzidos, modificados a partir da engenharia genética.
2. Dentre as sinalizações encontradas na área da saúde, destacam-se sinais de 
obrigação, que impõem um determinado comportamento, estando diretamente 
associados ao uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual. Em 
relação aos sinais de obrigação, assinale a alternativa que contém sua correta 
caracterização.
a) Forma circular, cor do fundo amarela e cor do símbolo branca.
b) Forma retangular, cor do fundo branca e cor do símbolo azul.
c) Forma circular, cor do fundo amarela e cor do símbolo vermelha.
d) Forma circular, cor do fundo azul e cor do símbolo branca.
e) Forma retangular, cor alaranjada e cor do símbolo azul.
116
3. Durante a elaboração de Mapas de risco, os riscos presentes nas áreas analisadas 
são representados de diferentes formas e podem ser classificados e facilmente 
reconhecidos em função de sua caracteristicas. Com base nessa informação e 
no conteúdo apresentado ao longo da unidade, analise os dois riscos indicados 
e, com base em sua descrição, assinale a alternativa correspondente.
I) Círculo com 1 centímetro de diâmetro de coloração verde.
II) Círculo com 2 centímetro de diâmetro de coloração vermelha.
Os riscos descritos correspondem a:
a) Risco ergonômico grande e II - Risco biológico pequeno.
b) Risco físico pequeno e II - Risco químico médio.
c) Risco químico grande e II - Risco físico pequeno.
d) Risco ergonômico grande e II - Risco químico médio.
e) Risco químico pequeno e II - Risco físico grande.
4. Avalie as assertivas e assinale a alternativa que contemple somente exemplos 
de barreiras secundárias dos laboratórios NB-3.
I) O laboratório deve ter acesso restrito e estar separado das áreas de trânsito 
do prédio.
II) Uso de luvas ao manusear materiais e equipamentos contaminados.
III) Todas as manipulações de materiais infecciosos devem ser conduzidas em 
uma CBS’s classe II ou III.
IV) Lavatórios com torneiras de acionamento sem uso das mãos.
Está correta apenas:
a) Somente I e II contêm exemplos de barreiras secundárias de laboratórios NB-3.
b) Somente I e III contêm exemplos de barreiras secundárias de laboratórios NB-3.
c) Somente I e IV contêm exemplos de barreiras secundárias de laboratórios NB-3.
d) Somente II e III contêm exemplos de barreiras secundárias de laboratórios NB-3.
e) Somente III e IV contêm exemplos de barreiras secundárias de laboratórios 
NB-3.
117
5. Na elaboração de Mapas de risco (MRs), algumas etapas devem ser seguidas 
como previsto na Norma Regulamentadora n° 9. Tal ação se faz necessária 
para evitar as possíveis falhas ao longo desse processo. Nesse sentido, avalie 
as assertivas e assinale a alternativa que apresenta a correta ordem das etapas 
a serem seguidas na elaboração de um MRs.
I) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia.
II) Elaborar o MRs em relação ao layout da empresa.
III) Conhecer o processo de trabalho no local analisado.
IV) Identificar os riscos existentes no local analisado.
V) Identificar os indicadores de saúde.
VI) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
A ordem correta das ações é:
a) III, I, IV, II, V e VI.
b) II, III, I, VI, V e IV.
c) I, II, II, IV, V e VI.
d) II, III, IV, I, V e VI.
e) III, IV, I, V, VI e II.
118
Biossegurança - Ações Fundamentais Para Promoção da Saúde
Autor: Paulo Roberto Barsano; Rildo Pereira Barbosa; Emanoela Soares Gon-
çalves; Suerlane Pereira da Silva
Editora: Sextante
Sinopse: a obra traz temas em Biossegurança, como: conceitos históricos, sua 
relação com a sociedade, cidadania, saúde e ética profissional e sua aplicação em 
enfermagem, atividades odontológicas e procedimentos cirúrgicos. Apresenta 
o ambiente laboratorial e seus perigos e riscos, controle de microrganismos, 
equipamentos de proteção coletiva e individual (EPC e EPI), e acidentes em 
laboratório.
Explica procedimentos de lavagem e higienização das mãos, limpeza, desinfecção 
e esterilização de produtos e superfícies, medidas de prevenção e controle de 
infecção em ambientes de saúde, vigilância epidemiológica e sanitária. O conteú-
do pode ser aplicado para os cursos técnicos em Agente Comunitário de Saúde, 
Análises Clínicas, Análises Químicas, Biotecnologia, Citopatologia, Cuidados de 
Idosos, Enfermagem, Estética, Farmácia, Gerência em Saúde, Hemoterapia, 
Imobilização Ortopédica, Massoterapia, Necropsia, Nutrição e Dietética, Óptica, 
Radiologia, Saúde Bucal, Vigilância em Saúde, entre outros. 
LIVRO
119
ABNT. ABNT NBR 13434. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte 2: Símbolos e suas formas, 
dimensões e cores. ABNT, 2004.
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n. 6, p. 697-705, 2005.
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not the other way round: selective exposure mechanisms in the field of genetically modified organisms. Food 
Quality and Preference, v. 58, p. 10-17, 2017.
BENATTI, M. C. C.; NISHIDE, V. M. Elaboração e implantação do mapa de risco ambiental para prevenção de 
acidentes do trabalho em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Revista Latino-A-
mericana de Enfermagem, v. 8, n. 5, p. 13-20, 2000.
BRASIL. Lei nº 11.105, de 24 de Março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da 
Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam 
organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança 
– CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacio-
nal de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, 
de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá 
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122
1. E.
2. D.
3. B.
4. C.
5. E.
123
124
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender como ocorre a transmissão de doenças.
• Conceituar esterelização, limpeza e desinfecção.
• Entender as barreiras de controle enquanto mecanismos 
de isolamento.
• Compreender o papel da bioética no campo da saúde.
Dra. Michele Putti Paludo
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Esp. Mylene Manfrinato dos Reis Amaro
Transmissão de doenças
Esterilização, limpeza e desinfecção
Bioética e sua Aplicabilidade na
Área da Saúde
Barreiras de Controle 
e Isolamento
Transmissão de Doenças, 
Medidas de Higiene e 
Contenção e a Bioética
Transmissão
de Doenças
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a quarta 
Unidade do nosso material didático, intitulada 
Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e 
Contenção e a Bioética. Esta unidade compreen-
de assuntos de extrema relevância dentro desta 
disciplina, uma vez que nela serão abordadas 
temáticas, como: mecanismos de transmissão 
de doenças; esterilização, limpeza e desinfecção; 
barreiras de contenção e isolamento e bioética.
As temáticas supracitadas destacam-se den-
tro da rotina laboral de trabalho ligado à saú-
de, em ambientes como clínicas, laboratórios e 
hospitais. Neste tipo de ambientes, comumente 
são atendidos pacientes com a mais vasta gama 
de doenças ou enfermidades, portanto, discutir 
e compreender acerca da relevância da higiene 
em ambientes profissionais da área da saúde se 
faz imprescindível. A higienização e esterilização 
de aparatos e ambientes irão influenciar no trata-
mento e recuperação de indivíduos acometidos; 
portanto, conhecer as diferentes técnicas de hi-
gienização também se faz imprescindível.
127UNIDADE 4
Ainda nesta unidade, serão apresentadas in-
formações acerca da transmissão de doenças, 
que são importantes em função do risco em po-
tencial que elas oferecem aos profissionais da 
área da saúde, bem como aos demais “persona-
gens” presentes em ambientes laboratoriais, clí-
nicos e hospitalares. Além disso, iremos também 
conceituar e discutir sobre a aplicação/execução 
das barreiras de contenção e isolamento, que 
estão intrinsecamente relacionadas às doenças 
infectocontagiosas e a prevenção para a saúde 
coletiva, seja dos personagens presentes nestes 
ambientes ou dos profissionais desse segmento. E 
por fim, versaremos sobre a relação e convergên-
cia da bioética com a atuação dos profissionais 
em saúde.
Sendo assim, convidamos você, caro(a) alu-
no(a), a conhecer um pouco mais acerca das te-
máticas supracitadas que, sem sombra de dúvidas, 
são de indispensável conhecimento na rotina dos 
profissionais da área da saúde.
Antes de iniciarmos nossa discussão em rela-
ção à transmissão de doenças, deixaremos uma 
pergunta bem objetiva para você: o que é doença?
Conceito e Classificação de 
Doença
A vida se manifesta por meio da saúde e da doen-
ça, que são formas únicas, experiências subjetivas 
e que não podem ser manifestadas integralmente 
por meio de palavras. No entanto, a pessoa doente 
utiliza palavras para expressar a sua doença, e os 
profissionais da saúde, por sua vez, também fazem 
uso de palavras para significar as queixas dos pa-
cientes. Dessa maneira, surge tensão entre a sub-
jetividade da doença e a objetividade dos signifi-
cados atribuídos pelosprofissionais às queixas do 
paciente e que o levam a propor intervenções para 
lidar com essa situação (BACKES et al., 2009).
As doenças transmissíveis constituem impor-
tante causa de morte e, ainda, afligem milhões de 
pessoas em numerosas regiões, especialmente nos 
países em desenvolvimento. Segundo a Organiza-
ção Mundial da Saúde (OMS), doença pode ser 
definida como qualquer perturbação ou anor-
malidade observada no funcionamento orgânico 
do indivíduo ou do seu comportamento, quer no 
aspecto intelectual, quer do ponto de vista moral 
e social, de tal forma que lhe afete notavelmente 
o estado de bem-estar geral sugestivo de saúde 
(ROUQUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013).
A história natural da doença mostra que de um 
estado inicial de saúde passa-se a uma situação 
interativa, na qual o organismo sadio se encontra 
em presença de agentes patogênicos ou de fatores 
de risco que virão a perturbar sua normalidade 
ou contribuir para tanto. Às primeiras inter-re-
lações sucedem as primeiras perturbações leves, 
mas perfeitamente detectáveis, caso se busque por 
elas. O estágio inicial é seguido de outros até o 
estado avançado da doença. Nessa etapa, ocor-
rem alterações irreversíveis, podendo evoluir para 
invalidez total ou parcial, ou para a morte (ROU-
QUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013).
O termo homeostase, ou homeostasia, pode ser 
comumente encontrado em qualquer discussão 
que se faça sobre saúde. Tal termo corresponde 
a uma condição fisiológica referente à tendên-
cia dos sistemas dos seres vivos de buscarem o 
equilíbrio quase constante; logo, esse conceito, 
em termos de saúde, faz menção a busca pela 
melhor condição dos sistemas para a promoção 
da vida.
128 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Os fatores que podem causar doenças nos seres humanos são biológicos, físicos e químicos, bem como 
de outros tipos, tais como estresse, que podem ser mais difíceis de classificar. O Quadro 1 aponta alguns 
fatores que podem estar associados ao aumento do risco de doenças.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 
1983) classifica as doenças em duas categorias 
distintas: as doenças infecciosas e as não infec-
ciosas.
• Doenças infecciosas ou transmissíveis: 
são as doenças causadas por um agente 
infeccioso específico, ou seus produtos 
tóxicos, que se manifesta pela transmissão 
desse agente ou de seus produtos, de uma 
pessoa ou animal infectados ou de um 
hospedeiro.
• Doenças não infecciosas ou não transmis-
síveis: são todas aquelas doenças que não 
resultam de infecção.
• Quanto à duração, as doenças podem ser 
crônicas e agudas.
• Crônicas: também chamadas de doenças 
persistentes, são aquelas que se desenrolam 
a longo prazo, podendo persistir por anos, ou 
mesmo durante toda a vida (GORDIS, 2009).
• Agudas: são as doenças de curta duração 
(ROUQUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013).
Quadro 1 - Fatores que podem estar associados ao aumento do risco de doenças em humanos
Características 
do hospedeiro Tipos de agentes Fatores ambientais
Idade Biológicos (bactérias e vírus) Temperatura
Sexo Químicos (veneno, álcool, 
fumo)
Umidade
Raça Radiação
Costumes Físicos (trauma, radiação, 
fogo)
Água
Antecedentes familiares Poluição ambiental
Estado imunológico Nutricionais (deficiência e/ou 
excesso de nutrientes)
Ruído
Perfil genético
Fonte: Gordis (2009).
Hospedeiro é a pessoa ou animal que proporciona um local adequado para que um agente infeccioso 
cresça e se multiplique em condições naturais.
129UNIDADE 4
Neste sentido, usando-se os dois critérios classi-
ficatórios, quatro são as categorias fundamentais 
de doenças, de acordo com o Quadro 2. Destas, as 
infecciosas agudas e as não infecciosas crônicas 
incluem o maior número dentre as doenças conhe-
cidas (ROUQUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013).
Quadro 2 - Categorias fundamentais de doenças
Etiologia
Duração
Agudas Crônicas
Infecciosas
Tétano, raiva, 
sarampo, 
gripe, dengue.
Tuberculose, 
doença de 
Chagas, AIDS.
Não 
infecciosa
Envenenamento 
por picada de 
cobra.
Diabetes, 
doença 
coronariana, 
cirrose.
Fonte: Rouquayrol, Veras e Távora (2013).
Além das doenças infecciosas e não infecciosas, 
existem outras classificações, como as (ROU-
QUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013):
• Doenças quarentenáveis: são aquelas que 
podem levar à restrição de atividades du-
rante um período máximo de incubação, 
a fim de evitar a propagação da doença. 
São exemplos: peste pneumônica, cólera 
e febre amarela.
• Doenças de isolamento: são doenças que 
exigem segregação dos indivíduos doentes 
durante o período de transmissibilidade da 
doença, em lugar e condições que evitem 
a transmissão direta ou indireta de agente 
infeccioso a pessoas ou animais. São exem-
plos: febre tifoide, meningite e tuberculose.
Transmissão de Doenças
A transmissão de doenças compreende o pro-
cesso pelo qual o agente infeccioso, oriundo de 
um indivíduo infectado, pessoa ou animal, com 
passagem ou não por intermediários vivos ou 
por qualquer objeto ou material inanimado, tem 
acesso ao meio interno de um novo hospedeiro 
(ROUQUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013). O 
modo de transmissão das doenças infecciosas 
pode ser direta e indireta.
Transmissão Direta
Na transmissão direta, o contágio da doença 
ocorre de uma pessoa para a outra por meio 
de contato direto (GORDIS, 2009). Destaca-se 
que essa via de transmissão assume dois modos 
distintos, podendo ser por meio da transmissão 
direta imediata e da transmissão direta mediata 
(ROUQUAYROL; VERAS; TÁVORA, 2013). As 
doenças cujos agentes causais são transmitidos 
por contato imediato ou por contato mediato são 
denominadas doenças contagiosas.
Ainda, esta pode ser pelo contato direto pelo 
beijo, toque, relação sexual e pela disseminação 
de gotículas ao tossir ou respirar (BONITA; BEA-
GLEHOLE; KJELLSTROM, 2011).
A transmissão direta também pode ser pela 
forma horizontal – por meio das vias respiratórias, 
digestiva – e vertical, quando o agente infeccioso é 
transmitido para o feto pela placenta. O Quadro 3 
apresenta os principais mecanismos de transmis-
são dos agentes das doenças infecciosas.
130 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Quadro 3 - Principais mecanismos de transmissão direta e indireta dos agentes de doenças infecciosas
Modo Forma Via Veículo Meio Exemplos
Direto Horizontal Respiratória Ar Gotículas de flugge
Sarampo, coqueluche, 
rubéola e gripe
Direto Horizontal Digestiva Fezes Oral-fecal Febre-tifoide, poliomielite e hepatite A
Direto Vertical Sexual Secreções sexuais
Pele e 
mucosas Sífilis, HPV e AIDS
Direto Vertical Pele Pele Pele íntegra Escabiose
Direto Vertical Intrauterina Sangue materno Placenta
Rubéola, toxoplasmose 
e hepatite B
Indireto - Sanguínea Fômites Sangue e secreções
Hepatite B, AIDS 
e doença de Chagas
Indireto - Digestiva Água e alimentos Alimentar Cólera, febre e hepatite A
Indireto - Pele Solo, água
Penetração 
de saliva
Ancilostomíase e 
esquistossomose mansônica
Indireto - Vetor
Saliva, 
fezes do 
vetor
Picada de 
artrópode
Dengue, peste, 
febre amarela, malária
Fonte: Teixeira et al. (2013).
Transmissão Indireta
A transmissão indireta pode ocorrer por meio 
de um veículo comum, como na contaminação 
atmosférica ou fonte de abastecimento de água, 
ou por um vetor, como um mosquito (Quadro 3) 
(GORDIS, 2009).
Destaca-se que os vetores são insetos ou 
animais que carregam o agente infeccioso de 
pessoa para pessoa, en-
quanto que os veículos 
são objetos ou elementos 
contaminados, tais como 
roupas, talheres, água, 
entre outros (BONI-
TA; BEAGLEHOLE; 
KJELLSTROM, 2011).
Endemia, Epidemia e Pandemia
Além dos termos já definidos para as doenças in-
fecciosas, existem outros três que também necessi-
tam ser conceituados, compreendendo: endemia, 
epidemia e pandemia.
• Endemia: é a propagação de doenças in-
fecciosas quando uma área geográfica ou 
grupo populacional apresenta padrão de 
ocorrência relativamente estável, com ele-
vada incidência ou prevalência.Doenças 
endêmicas, como a dengue, estão limitadas 
especialmente pelas condições climáticas, 
uma vez que o mosquito é o vetor e não 
consegue sobreviver ou se reproduzir em 
regiões muito frias e secas (BONITA; BEA-
GLEHOLE; KJELLSTROM, 2011).
131UNIDADE 4
• Epidemia: é definida como a ocorrência 
em uma região ou comunidade, de um 
grupo de doenças de natureza similar, ex-
cedendo claramente a expectativa normal 
do que seria esperado (GORDIS, 2009).
• Pandemia: ocorre quando a epidemia alcan-
ça dimensões mundiais (GORDIS, 2009).
Prevenção de Doenças
As ações preventivas são intervenções que visam 
evitar o aparecimento de doenças específicas, 
reduzindo a sua incidência e prevalência. Seu 
objetivo é controlar a transmissão de doenças e 
a redução do risco das doenças; os projetos de 
prevenção e educação em saúde estão voltados 
para a divulgação das informações científicas e 
de recomendações normativas que envolvem mu-
danças de hábitos (BACKES et al., 2009).
A prevenção é dividida em três fases:
a) Prevenção primária: corresponde à eta-
pa de prevenção, evitando que o proces-
so de doença se estabeleça, por meio da 
eliminação de suas causas ou aumentan-
do a resistência do organismo a elas. O 
conceito de promoção da saúde aparece 
como um dos níveis da prevenção primá-
ria, definido como esforços voltados ao 
desenvolvimento de uma saúde ótima. A 
vacinação (imunização) é um exemplo de 
prevenção primária.
b) Prevenção secundária: fase que interrom-
pe a doença antes que ela se torne sintomá-
tica. É composta de dois níveis: o primeiro, 
diagnóstico e tratamento precoce; enquan-
to que o segundo, limitação da invalidez.
c) Prevenção terciária: nesta fase ocorrem 
as ações de reabilitação do indivíduo. Ex.: 
fisioterapia, intervenção cirúrgica, entre 
outras.
Saúde Pública
A saúde pública pode ser definida como uma prática 
social que visa intervir nos problemas de saúde, pre-
venindo a população contra doenças, prolongando 
a vida e promovendo melhorias na saúde física e 
mental dos cidadãos. As doenças crônicas não in-
fecciosas constituem o maior problema global de 
saúde e estão relacionadas com o elevado número 
de mortes prematuras, perda de qualidade de vida, 
alto grau de limitação e incapacidade, além dos im-
pactos econômicos para as famílias, comunidades 
e a sociedade em geral (MALTA; MOURA; SILVA 
JÚNIOR, 2013). 
Diabetes, câncer, doenças do sistema respiratório 
e circulatório são as doenças que mais provocam 
óbitos, uma vez que atingem indivíduos de todas 
as classes e de maneira mais intensa aqueles per-
tencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os 
de baixa escolaridade e renda (MALTA; MOURA; 
SILVA JÚNIOR, 2013).
O Brasil marcha a passos largos para um sistema 
tríplice de saúde. Para os mais pobres e provavelmente 
mais doentes, há um sistema único de saúde (SUS). 
Para a classe média, vamos encontrar os planos de 
saúde e as seguradoras, ambos com fins lucrativos. 
Para os ricos, o atendimento “particular”. Nesse sistema 
de saúde fragmentado e injusto, o racionamento do 
atendimento se faz a partir do poder aquisitivo do ci-
dadão. Será que é isso que a população brasileira quer?
O SUS tem mais de 20 anos de existência e, apesar 
dos avanços alcançados, o SUS real está muito longe 
do SUS constitucional. Existe uma grande distância 
entre a proposta do movimento sanitário e a prática 
social do sistema público de saúde vigente. O SUS 
foi se concretizando como espaço reservado aos que 
não têm acesso aos subsistemas privados, como parte 
de um sistema segmentado. A proposição do SUS, 
inscrita na Constituição de 1988, de um sistema pú-
blico universal, infelizmente ainda não se efetivou 
(DOLABELLA; KATAGIRI; BARBOSA, 2011).
Doenças Infectocontagiosas
Ainda no contexto da transmissão de doenças as doenças in-
fectocontagiosas destacam-se pela sua relevância e incidência 
na saúde pública. 
Nesse sentido, elencamos informações sobre as principais doen-
ças infectocontagiosas. 
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
WEB
http://
Caro(a) aluno(a), estamos avançando na leitura 
de mais uma importante unidade do nosso ma-
terial didático e, neste sentido, vamos aprender 
sobre os procedimentos utilizados no controle da 
transmissão das principais doenças infectoconta-
giosas. Vamos lá?
Contudo, antes de iniciarmos nossa discus-
são, é pertinente destacar três conceitos funda-
mentais que influenciam na escolha do melhor 
procedimento a ser adotado na esterilização e 
desinfecção dos artigos hospitalares. Os artigos 
são classificados, segundo Rodrigues et al., (2009), 
de acordo com os riscos potenciais de transmissão 
de infecção para os pacientes e para definição dos 
processos a que serão submetidos após seu uso: 
a) Artigos críticos: são utilizados em proce-
dimentos invasivos com penetração em 
pele e mucosas, tecidos e sistema vascular, 
incluindo, também, todos os artigos ou 
produtos a eles conectados. Esses artigos, 
após limpeza, devem ser submetidos à es-
terilização. Ex.: tecido para procedimen-
tos cirúrgicos, aparelhos endoscópicos e 
artroscópicos, tubos, látex, acrílico, entre 
outros artigos.
Esterilização, Limpeza 
e Desinfecção
134 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
b) Artigos semicríticos: entram em contato 
com a pele não íntegra ou com mucosas 
íntegras. Esses artigos, após limpeza, devem 
ser submetidos à desinfecção de alto nível 
ou esterilização. Ex.: inaladores, máscaras 
de nebulização, espéculos vaginais, entre 
outros artigos.
c) Artigos não críticos: entram em conta-
to com a pele íntegra e também aqueles 
que não entram em contato direto com o 
paciente. Esses artigos requerem limpeza 
após seu uso e, dependendo do que desti-
na seu último uso, devem ser submetidos à 
desinfecção de baixo ou médio nível. Ex.: 
termômetros, comadres, bacias, cubas, en-
tre outros artigos.
Esterilização
A esterilização é o processo pelo qual os micror-
ganismos são destruídos a tal ponto que não se 
possa detectá-los no meio padrão de culturas 
em que previamente os agentes haviam prolife-
rado. Um artigo é considerado estéril quando a 
probabilidade de sobrevivência dos microrganis-
mos contaminantes é menor do que 1:1000.000 
(GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).
Antes da esterilização, os materiais devem 
passar pela etapa de pré-limpeza, imergindo-
-os em água potável morna, com detergente, 
mantendo a solução em contato com o material 
por, no mínimo, três minutos, ou conforme a 
orientação do fabricante. Após, deve-se friccio-
nar a superfície externa de cada artigo com uma 
esponja e escova, até a eliminação da sujidade 
visível. Em seguida, enxaguar com água potá-
vel sob pressão e enviar os artigos ao Centro de 
Materiais e Esterilização (CME) (OURIQUES; 
MACHADO, 2013).
O CME é uma área de apoio técnico destinada 
ao processamento de artigos odonto-médico-hos-
pitalares, incluindo, nesse processo, a limpeza, o 
preparo, a esterilização, a guarda e distribuição 
dos materiais as demais áreas hospitalares. Ainda, 
o CME é classificado em duas categorias, segundo 
o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012):
a) CME Classe I: é aquele que realiza o proces-
samento de produtos para a saúde não críti-
cos, semicríticos e críticos de conformação 
não complexa, passíveis de processamento.
b) CME Classe II: é aquele que realiza o 
processamento de produtos para a saú-
de não críticos, semicríticos e críticos de 
conformação complexa e não complexa, 
passíveis de processamento.
135UNIDADE 4
A esterilização tem como base o binômio tempo versus tempera-
tura, podendo apresentar diferentes valores, conforme indicado 
na Tabela 1.
Tabela 1 - Temperaturas e tempos de exposição utilizados na esterilização
Temperatura (°C) Tempo (min)
121 - 123 15 - 30
132 -135 10 - 25
Fonte: Brasil (2001).
A escolha do método de esterilização dependerá do artigo a ser 
esterilizado, compreendendo os métodos físicos, químicos e físi-
co-químicos (BRASIL, 2001). A Figura 1 apresenta os métodos de 
esterilizaçãoexistentes.
Vapor a baixa
temperatura com
formaldeído
Plasma de peróxido
de hidrogênio
Esterilização
Métodos Físicos
Métodos 
Químicos
Métodos 
Físico-químicos
Agentes esterelizantes
líquidos e sólidosCalor
Radiação
Esterilização
Figura 1 - Métodos físicos, químicos e físico-químicos utilizados na esterilização 
de artigos hospitalares
Fonte: os autores.
Métodos físicos
Os métodos físicos são aqueles que utilizam o calor em diferentes 
formas e alguns tipos de radiações para esterilizar os artigos.
Calor
Neste procedimento, o mecanismo de esterilização ocorre a partir da 
coagulação das proteínas (BRASIL, 2001; VAN DOORNMALEN; 
KOPINGA, 2008).
136 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Nos CME, a autoclave é o principal equipamento utilizado aplicando vapor saturado sob pressão. 
No Quadro 4, estão descritas algumas das formas de calor que podem ser utilizadas na esterilização.
Quadro 4 - Diferentes formas de calor utilizadas no processo de esterilização dos artigos e demais instrumentos
Calor Características
Vapor saturado 
sob pressão
A temperatura obtida equivale ao ponto de ebulição da água, sendo produzido 
a partir da combinação da energia que aquece a água com níveis maiores que 
a pressão atmosférica, acelerando o aquecimento e alcançando temperaturas 
adequadas para a esterilização. 
Vapor saturado 
seco
Contém somente água no estado gasoso, agregando tanta água quanto possível 
temperatura e pressão.
Vapor saturado 
úmido
É normalmente formado quando a água da caldeira é carregada pelo vapor satu-
rado ao ser injetado na câmara da autoclave, resultando em um excesso de água 
que poderá comprometer a secagem da carga em processo.
Vapor saturado 
superaquecido
Formado a partir do vapor saturado, o qual é submetido a temperaturas mais 
elevadas. O vapor torna-se deficiente em umidade e, consequentemente, com 
maior dificuldade de penetração.
Calor seco 
(estufas)
O calor é irradiado das paredes laterais e da base do equipamento. Este processo 
requer longo tempo de exposição para que se atinjam altas temperaturas nos arti-
gos e possa ocorrer a morte microbiana pelo processo de oxidação das células.
Fonte: Brasil (2001).
Vale destacar que, ainda se tratando da esterilização por calor, existem outros processos, como: a esteri-
lização por gravidade, a esterilização por alto vácuo e a esterilização por vácuo pulsátil (BRASIL, 2001).
Radiação
A radiação atua modificando o DNA das células, 
provocando lesões estruturais, o que acarreta alte-
rações funcionais graves por difusão dos radicais 
livres na célula microbiana. A radiação gama é a 
mais utilizada (BRASIL, 2001).
Este tipo de esterilização é utilizada nos casos 
que requerem uma esterilização “a frio”, poden-
do ser empregada em materiais sólidos e fluidos. 
Além disso, apresenta a vantagem de permitir que 
os produtos sejam esterilizados na própria emba-
lagem final e a penetração da radiação assegura a 
esterilização de todo o volume (COUTO, 2012).
137UNIDADE 4
Métodos Químicos
Os métodos químicos utilizados para esterilização podem ser líquidos ou gasosos e se caracterizam 
pelas interações entre compostos.
Agentes Esterilizantes Líquidos
Os agentes esterilizantes líquidos compreendem:
• Glutaraldeído: apresenta ação contra to-
dos os microrganismos, incluindo os espo-
ros. Sua atuação ocorre a partir de reações 
químicas de alquilação, alterando o DNA, 
RNA e a síntese proteica dos microrganis-
mos. A sua eficácia depende do tempo de 
exposição e condições do artigo, que deverá 
estar limpo e seco, facilitando a penetração 
do glutaraldeído (BRASIL, 2001).
• Formaldeído: apresenta mecanismo de 
ação semelhante ao glutaraldeído. É pouco 
reativo a temperaturas menores que 20°C, 
apresenta baixo poder de penetração, dis-
tribuição não uniforme e alta toxicidade, 
características estas que acabam restrin-
gindo seu emprego nos processos de de-
sinfecção e esterilização (BRASIL, 2001).
• Ácido peracético: atua promovendo a 
desnaturação de proteínas e alterando a 
permeabilidade da parede celular dos mi-
crorganismos. Possui como vantagem a 
permanência da atividade bactericida na 
presença de matéria orgânica e não for-
ma resíduos tóxicos, enquanto que a des-
vantagem é a instabilidade e ser corrosivo 
(BRASIL, 2001).
Agentes Esterilizantes Gasosos
Os agentes esterilizantes gasosos são:
• Óxido de etileno (EtO): é um gás inco-
lor, altamente explosivo e reativo, comple-
tamente solúvel em água e com grande 
eficácia na destruição de microrganismos 
formadores de esporos. O EtO penetra em 
papel, tecido e em alguns filmes plásticos, 
contudo, o fato de ser altamente tóxico e 
cancerígeno exige cuidados extras. A este-
rilização com esse composto é executada 
na faixa de temperatura de 40°C a 60°C 
(COUTO, 2012).
• Plasma de peróxido de hidrogênio: essa 
outra tecnologia de esterilização também 
opera à baixa temperatura (entre 45 °C a 
55 °C). Assim como o óxido de etileno, esse 
método encontra grande aplicação em ins-
trumentos e dispositivos médico hospita-
lares. As suas propriedades oxidantes são 
capazes de destruir uma ampla gama de 
patógenos e apresenta como vantagem a 
rapidez no processo, já que a liberação do 
produto ocorre num intervalo de 30 mi-
nutos a 1 hora (COUTO, 2012).
138 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Métodos Físico-químicos
Os métodos físico-químicos consistem na asso-
ciação de dois métodos que, de modo geral, são 
realizados à baixa temperatura. É aplicado em ma-
teriais termo sensíveis ou sensíveis à umidade. 
Podem ser por vapor à baixa temperatura com 
formaldeído ou por plasma de peróxido de hi-
drogênio (BRASIL, 2001):
• Vapor à baixa temperatura com formal-
deído: a esterilização ocorre por meio da 
combinação de vapor saturado com for-
maldeído e temperatura. É tóxico, carcino-
gênico; porém, comparando com o óxido de 
etileno, representa menor risco aos opera-
dores (PADOVESE; DEL MONTE, 2003).
• Plasma de peróxido de hidrogênio: sua 
ação baseia-se na degradação do próprio 
peróxido, que forma radicais livres respon-
sáveis pela eliminação dos microrganis-
mos. Não é tóxico devido a sua decom-
posição que gera água e oxigênio, rápida 
esterilização, porém não é recomendado 
para todos os termossensíveis e exige em-
balagem específica (BRASIL, 2001).
Limpeza
A limpeza consiste na remoção de sujidades orgâ-
nicas e inorgânicas, redução da carga microbiana 
presente nos produtos para saúde, utilizando água, 
detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por 
meio de ação mecânica (manual ou automati-
zada), atuando em superfícies internas (lúmen) 
e externas, de forma a tornar o produto seguro 
para manuseio e preparado para desinfecção ou 
esterilização (BRASIL, 2012).
Ainda, compreende uma importante etapa 
que deve sempre ser realizada antes dos procedi-
mentos de desinfecção e esterilização dos artigos. 
Preferencialmente, a limpeza deve ser realizada 
por equipamentos que utilizem processos físicos, 
como lavadoras termo desinfetadoras, as quais 
promovem a limpeza e descontaminação simul-
tâneas (BRASIL, 2001).
Como já mencionado anteriormente, a limpe-
za inadequada afeta a esterilização, pois a sujeira 
e a gordura atuam como fatores de proteção dos 
microrganismos, agindo como barreira e impe-
dindo o contato dos esterilizantes químicos, físi-
cos e físico-químicos (BRASIL, 2001).
Os detergentes são os produtos destinados à 
limpeza de artigos e superfícies por meio da dimi-
nuição da tensão superficial, sendo recomendável 
utilizar (BRASIL, 2001):
• Detergentes enzimáticos: são detergentes 
que, em sua composição, apresentam ami-
lases, proteases e lipases, que promovem 
simultaneamente a dispersão, solubilização 
e emulsificação, removendo substâncias 
orgânicas das superfícies dos artigos. São 
biodegradáveis, neutros, não oxidantes, 
com ação bacteriostática.
• Detergentes não enzimáticos: detergente 
de baixa alcalinidade a base de tensoativo 
aniônico ou emassociação de tensoativos 
aniônicos e não iônicos.
• Após a etapa da limpeza, é necessário 
que os artigos sejam secos, uma vez que 
a umidade pode interferir no processo de 
esterilização e desinfecção. Para tal etapa, 
pode-se utilizar: estufas, secadoras de ar 
quente ou frio, pano limpo e absorvente 
(BRASIL, 2001).
Desinfecção
A desinfecção consiste na eliminação de micror-
ganismos na forma vegetativa, presentes nos arti-
gos e objetos inanimados mediante a aplicação de 
agentes físicos ou químicos. Esse processo pode 
ser dividido em três níveis (RODRIGUES et al., 
2009; BRASIL, 2012):
• Desinfecção de alto nível: processo físico 
ou químico que destrói a maioria dos mi-
crorganismos de artigos semicríticos, in-
clusive micobactérias e fungos, exceto um 
número elevado de esporos bacterianos.
• Desinfecção de nível intermediário: pro-
cesso físico ou químico que destrói micror-
ganismos patogênicos na forma vegetativa, 
micobactérias, a maioria dos vírus e dos 
fungos, de objetos inanimados e superfí-
cies.
• Desinfecção de baixo nível: elimina todas 
as bactérias na forma vegetativa e alguns 
fungos. Não tem ação contra esporos e ví-
rus.
Relembrando que, de acordo com esses níveis, os 
artigos críticos devem ser esterilizados, os semi-
críticos devem passar pelo processo de desinfec-
ção de alto nível ou esterilização e, por fim, os não 
críticos, por uma desinfecção de baixo ou médio 
nível (RODRIGUES et al., 2009). Assim como na 
esterilização, a desinfecção dos artigos pode ser 
feita por métodos físicos, químicos e físico-quí-
micos (BRASIL, 2001).
Métodos Físicos
Os métodos físicos consistem na imersão dos ar-
tigos em água a 100 °C por 30 min.
140 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Métodos Químicos
Esse método faz uso de soluções desinfetantes que agem por contato e, desta forma, o artigo deve ser 
colocado em recipiente contendo solução suficiente para que fique totalmente imerso. Após a desin-
fecção, os artigos devem ser enxaguados com água que atenda os padrões de potabilidade estabelecidos 
por normas específicas (BRASIL, 2001). O Quadro 5 indica os principais desinfetantes utilizados na 
desinfecção dos artigos hospitalares.
Quadro 5 - Desinfetantes e características no processo de desinfecção dos artigos
Classificação Desinfetante Características Exemplos
Aldeídos Formaldeído
Pode ser líquido ou gás; é comumente 
encontrado como formalina, apresen-
ta ação bactericida potente, fungicida, 
agindo também contra vírus, bacilos 
da tuberculose e esporos bacterianos; 
cancerígeno.
Desinfecção de artigos 
semicríticos
Glutaraldeído
Boa ação antimicrobiana dependendo 
da concentração de uso; ativo em pre-
sença de matéria orgânica; não corrosi-
vo; requer enxague abundante.
Desinfecção de artigos 
semicríticos sensíveis 
ao calor.
Álcoois Álcool isopro-pílico
Tem ação seletiva para vírus; é mais 
tóxico que o álcool etílico; menor ação 
antimicrobiana que o álcool etílico.
Desinfecção de artigos 
não críticos e semicrí-
ticos e desinfecção de 
superfícies ambientais.
Álcool
etílico
Rápida ação bactericida, eliminando 
também o bacilo da tuberculose, os 
fungos e os vírus, não agindo, porém, 
contra os esporos bacterianos.
Desinfecção de artigos 
não críticos e semicrí-
ticos e desinfecção de 
superfícies ambientais.
Composto 
clorados
Hipoclorito 
de sódio
Boa ação antimicrobiana dependendo 
da concentração de uso; pode ser líqui-
do ou pó; ação rápida; baixo custo.
Desinfecção de utensí-
lios em geral.
Ácidos
Ácido 
peracético
Rápida atividade antimicrobiana; ativo em 
presença de matéria orgânica; não deixa 
resíduos no material; corrosivo.
Desinfecção de artigos 
semicríticos.
Fonte: adaptado de Brasil (2001) e Rui et al. (2011).
Métodos Físico-químicos
Os métodos físico-químicos atuam, como já descritos, na esterilização, utilizando, neste caso, os de-
sinfetantes adequados para o processo.
Neste contexto, caro(a) aluno(a), diante de tudo que aprendemos até o momento, uma ressalva 
fundamental se faz necessária, isto é, não existe um método com 100% de eficácia e todos apresentarão 
alguma limitação.
O ambiente hospitalar oferece agentes infecciosos 
variados e muito resistentes. Os pacientes interna-
dos têm um maior risco de adquirirem infecções 
devido à própria natureza hospitalar, pois estão 
expostos a microrganismos que, no seu dia a dia, 
não entrariam em contato (NOGUEIRA et al., 
2009). Nesse cenário, desponta a biossegurança 
com o intuito de empregar precauções como for-
ma de minimizar os riscos de contaminação cru-
zada entre os pacientes, profissionais e visitantes. 
As ações estão relacionadas com a implemen-
tação de políticas, no que diz respeito aos riscos 
biológicos, principalmente quanto aos acidentes 
com materiais biológicos e as medidas de con-
tenção biológica por meio das precauções e iso-
lamentos, priorizando e estabelecendo políticas 
que irão minimizar os riscos de transmissão de 
infecção entre os trabalhadores da saúde e os pa-
cientes (SCHEIDT; ROSA; LIMA, 2006).
Barreiras de Controle 
e Isolamento
142 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Como visto, o isolamento é uma das maneiras 
de prevenir a transmissão das doenças infecto-
contagiosas, criando uma barreira física entre o 
paciente e o mundo externo. Além disso, o isola-
mento oferece a assistência adequada ao paciente, 
aumenta a segurança e a confiança no trabalho 
e diminui a possibilidade de ocorrência de um 
surto entre as pessoas que assistem diretamente 
ao paciente, familiares e a comunidade (SCIH 
– HUM, 2014, on-line)1. Além do isolamento, 
barreiras de contenção também são eficazes na 
prevenção de tais doenças.
As barreiras de contenção estão relacionadas 
às precauções padrão (PP), as quais consistem 
em atitudes que devem ser tomadas por todo 
trabalhador da saúde frente a qualquer paciente, 
com o objetivo de reduzir os riscos de trans-
missão de agentes infecciosos, principalmen-
te veiculados por sangue e fluidos corpóreos 
(líquor, líquido pleural, peritoneal, pericárdico, 
sinovial, amniótico, secreções e excreções res-
piratórias, do trato digestivo e geniturinário) 
ou presentes em lesões de pele, mucosas, restos 
de tecidos ou de órgãos (SCIH – HUM, 2014, 
on-line)1. Os equipamentos de proteção indivi-
dual (EPIs), equipamentos de proteção coletiva 
(EPCs), os procedimentos de higienização cor-
reta das mãos e imunização dos trabalhadores 
constituem alguns exemplos das precauções 
padrões amplamente aplicadas na prevenção 
da transmissão de doenças infectocontagiosas 
(Quadro 6).
Quadro 6 - Alguns EPIs comumente utilizados pelos profissionais da área da saúde na precaução padrão
Barreiras de 
contenção Aplicação
Luvas
Sempre utilizar no contato com sangue e líquidos corporais, secreções e excre-
ções, membranas mucosas, pele lesada, artigos ou superfícies sujas com material 
biológico.
Avental
Deve ser usado como barreira física, quando existir possibilidade de contaminar as 
roupas ou a pele do profissional da saúde com material biológico. Deve-se despre-
zar o avental de proteção de contato imediatamente após uso, antes de sair do 
quarto.
Máscara 
cirúrgica
As máscaras devem cobrir a boca e o nariz, protegendo o trabalhador de saúde de 
infecções por inalação de gotículas transmitidas à curta distância e pela projeção 
de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias.
Óculos de 
proteção
Sempre devem ser usados durante a realização de procedimentos no paciente ou 
manuseio de artigos ou materiais contaminados em que houver a possibilidade da 
ocorrência de respingos de material biológico sobre as mucosas do olho.
Fonte: adaptado de SCIH – HUM, (2014, on-line)1; Silva et al. (2016, on-line)2.
143UNIDADE 4
Além das PP, existem também as precauções de contato, precauções respiratórias contra aerossóis e 
precauções respiratórias contra gotículas, conforme mostrado no Quadro 7 (SILVA et al., 2016, on-line)2.Quadro 7 - Precauções: definições e ações a serem adotadas
Precauções Definições Ações
De contato
São medidas aplicadas para a prevenção 
da transmissão de agentes infecciosos 
por meio de contato direto ou indireto 
com o paciente ou ambiente.
Uso de luvas.
Avental de manga longa.
Artigos e equipamentos devem ser ex-
clusivos de cada paciente.
Evitar ao máximo o transporte do pa-
ciente.
Aerossóis
São medidas instituídas para prevenir 
a transmissão de agentes infecciosos 
por meio da disseminação de pequenas 
partículas que ficam suspensas no ar, 
podendo ser amplamente dispersas por 
correntes aéreas e inaladas pelos indiví-
duos suscetíveis.
Obrigatório o uso de máscaras com 
capacidade de filtrar partículas menores 
do que 3 µm.
O transporte do paciente deve ser 
evitado, mas quando necessário usar 
máscara cirúrgica.
Gotículas
São medidas empregadas para prevenir 
a transmissão dos agentes infecciosos 
gerados durante a fala, espirro e tosse.
Obrigatório uso de máscara comum, 
durante o período de transmissibilidade 
da doença, para todas as pessoas que 
entrarem no quarto.
O transporte do paciente deve ser 
evitado, mas quando necessário usar 
máscara cirúrgica.
Fonte: adaptado de Silva et al., (2016, on-line)2.
Diante deste contexto, observa-se que é essencial oferecer todo cuidado necessário para o paciente 
“isolado”, mas sem esquecer de usar as precauções adequadas.
Quando Devemos Realizar o Isolamento do Paciente?
A instalação de isolamento fica sob a respon-
sabilidade da equipe médica e de enfermagem 
da unidade, que deverão analisar a natureza da 
infecção e as condições do paciente. É de funda-
mental importância que as medidas indicadas 
sejam observadas precocemente, e na suspeita 
de doença infecciosa, a equipe deve avaliar se a 
doença é passível de isolamento e tomar as me-
didas necessárias para prevenir sua transmissão 
o mais breve possível. E, assim, de acordo com a 
avaliação, o isolamento poderá ser, ainda, domici-
liar ou hospitalar (SCIH – HUM, 2014, on-line)1.
144 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Antes da tomada da decisão do isolamento do paciente infectado, algumas perguntas devem ser 
feitas, conforme indicado no Quadro 8.
Quadro 8 - Parâmetros para a instalação do isolamento de pacientes
Tomada da decisão Ação
Existe a necessidade do isolamento? Sim, se o diagnóstico suspeito ou comprovado de doença infectocontagiosa por microrganismo multirresistente.
Por quanto tempo deve durar o 
isolamento?
O paciente deve permanecer no isolamento até que o perío-
do de transmissibilidade do agente da infecção tenha sido 
concluído.
Que barreiras técnicas devem ser 
utilizadas?
As barreiras vão variar de acordo com o agente infeccioso, 
modo de transmissão e condições do paciente.
Fonte: adaptado de SCIH – HUM, (2014, on-line)1.
tar a data do início e do tempo previsto para o 
isolamento e assinar como responsável (SCIH 
– HUM, 2014, on-line)1.
Além do isolamento no quarto privativo, tam-
bém há o isolamento coorte, no qual, em uma 
enfermaria, ficam segregados um grupo de pa-
cientes que foram acometidos de doença infec-
ciosa causada pelo mesmo agente, durante um 
surto ou epidemia. É importante observar se o 
microrganismo, isolado de todos os pacientes, 
apresenta seguramente o mesmo perfil de sus-
ceptibilidade aos antimicrobianos para evitar pro-
pagação de resistência ou superinfecção. O tempo 
de isolamento varia de acordo com o período de 
transmissibilidade de cada doença (SCIH–HUM, 
2014, on-line)1. O hospital deverá definir uma 
área específica para isolamento conforme critérios 
clínicos, restringindo ao máximo o número de 
acessos a essa área, com o objetivo de conseguir 
um maior controle da movimentação, evitando-se 
o tráfego indesejado e o cruzamento de pessoas.
Deste modo, com a tomada da decisão do isola-
mento, faz-se necessário a adoção de um quarto 
privativo localizado afastado do posto de enfer-
magem, da sala de procedimentos, de locais onde 
se realizam preparo de medicações e de áreas de 
grande circulação de pessoas. O quarto, ainda, 
deve possuir:
• Banheiro privativo.
• Porta com visor.
• Janelas teladas.
• Cabideiros de parede no lado externo (cor-
redor) e no interior do quarto.
• Campainha com fácil acesso ao paciente.
• Pia para lavagem das mãos e material para 
a higienização das mãos com preparações 
alcoólicas.
Os quartos do isolamento devem sempre manter 
as portas fechadas e identificadas, afixando na 
parte externa uma folha de orientações especí-
ficas para o tipo de isolamento definido, ano-
145UNIDADE 4
Doenças Infectocontagiosas 
que Exigem Isolamento dos 
Pacientes
As principais doenças infectocontagiosas que 
exigem isolamento dos pacientes estão descritas 
no Quadro 9.
Quadro 9 - Doenças infectocontagiosas e o tipo de precau-
ção que deve ser adotada pelo profissional da saúde
Doença Material infectante Precaução
Caxumba Secreção respiratória
Respiratória e 
Padrão
Coqueluche Secreção respiratória Respiratória
Difteria
Secreção 
das lesões e 
respiratória
Contato e 
Respiratória
Herpes 
zoster
Secreções 
das lesões e 
respiratória
Aerossóis e 
Contato
Meningite me-
ningocócica
Secreção 
respiratória
Respiratória e 
Padrão
Raiva Secreção respiratória Contato
Rubéola Secreção respiratória Respiratória
Sarampo Secreção respiratória Aerossóis
Tuberculose 
pulmonar Aerossóis Aerossóis
Varicela
Secreções 
das lesões e 
respiratórias
Aerossóis e 
contato
Fonte: SCIH – HUM (2014, on-line)1; SILVA et al. (2016, 
on-line)2.
Estado Emocional dos 
Pacientes Sob Isolamento
O isolamento provoca um afastamento do pa-
ciente em relação à continuidade da vida fora do 
seu quarto, o que acaba refletindo diretamente 
na sua saúde mental. As unidades de isolamento 
geram um nível de estresse muito grande tanto 
para os doentes como em seus acompanhan-
tes, que ficam isolados juntamente com eles. O 
isolamento de crianças é ainda mais tortuoso, 
pois além de ficarem tristes e deprimidas, elas 
pedem para sair ou choram por querer brincar 
do lado de fora com as outras crianças que ca-
minham livremente pela enfermaria (CARDIM 
et al., 2008).
Desta maneira, é fundamental que o profis-
sional da saúde esteja atento aos seguintes aspec-
tos associados ao paciente (SCIH – HUM, 2014, 
on-line)1:
• Permitir visitas e acompanhamento após 
orientação (mesmo de forma limitada).
• Conversar com o paciente, explicando 
o porquê das medidas de isolamento e 
buscar esclarecer suas dúvidas, visando 
diminuir sua ansiedade e temores sem 
fundamento.
• Incentivar uma boa interação entre o pa-
ciente e a equipe multiprofissional.
• Verificar se o alarme ou campainha do 
quarto está funcionando, para garantir a 
rápida comunicação do paciente com a 
equipe de enfermagem.
• Quando necessário, solicitar assistência 
social e psicológica.
146 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Vale destacar que as temáticas apresentadas até 
o momento explicitam a integração das infor-
mações apresentadas nas unidades anteriores, 
com ênfase nas medidas preventivas individuais 
e coletivas voltadas à higiene e proteção não só 
dos colaboradores, mas também da população 
presente nesses ambientes como um todo. 
Conforme expresso ao longo da unidade, foi 
possível compreender a dinâmica dos temas abor-
dados, especialmente no que tange a transmissão 
de doenças, doenças infectocontagiosas e as bar-
reiras de contenção e isolamento. Tais temáticas 
caminham em conformidade, uma vez que pos-
síveis medidas de contenção deverão ser tomadas 
casos as medidas de higiene não sejam eficientes. 
Ainda, em face do conteúdo apresentado, tor-
na-se possível estabelecer relações diretas acerca 
da higiene, das medidas preventivas individuais 
e coletivas apresentadas nas unidades anterio-
res, com problemáticas voltadas à transmissão de 
doenças infectocontagiosas, que poderão resultar 
em medidas de contenção, como o isolamento. 
A esse passo, a integraçãodessas temáticas e a 
compreensão de todas elas de forma globalizada 
e multidisciplinar começa a tomar forma.
As especificidades dos ambientes hospitalares 
se tornam claras quando diferentes profissionais 
irão atuar exercendo diferentes funções voltadas 
à manutenção da qualidade de vida e a busca pela 
reversão dos diferentes quadros de diferentes pa-
cientes. 
Entretanto, a sinergia dessa prática laboral 
depende de medidas de higiene e esterilização 
adotadas por todos esses colaboradores, ressaltan-
do a necessidade de compreensão acerca dessas 
práticas tão relevantes em termos de atendimento 
em saúde, uma vez que este terá sua efetividade 
comprometida caso as medidas básicas não sejam 
contempladas.
Outro tema que deve ser salientado gira em 
torno das doenças infectocontagiosas, que tem 
ganhado grande relevância em termos de atendi-
mento em saúde e saúde pública, especialmente 
devido às diferentes vias de transmissão que se 
agravam quando associadas a condições socioe-
conômicas precárias comuns aos países em de-
senvolvimento. 
Em 2017, foram registrados o maior número de 
casos de dengue, zika e febre amarela; tal fato 
indica um retrocesso em termos de saúde pública 
e uma possível sobrecarga no atendimento do 
sistema público. 
147UNIDADE 4
Você sabia que a profissão da saúde sempre foi ex-
tremamente importante para a sociedade? Imagi-
no que devem estar passando muitas coisas agora 
em sua cabeça, certo? Pois é, devido ao valor e à 
responsabilidade que esta atividade tem para a 
vida humana trazendo o bem-estar, as reflexões 
na área da Filosofia aprofundaram a preocupa-
ção com o ser humano e, por meio do estudo das 
ciências médicas, a Bioética surge com o propósito 
de nortear as condutas dos profissionais da saúde 
em prol dos indivíduos.
Diante disso, você deve respeitar a autonomia 
do seu paciente de decidir ou buscar o que ele 
acredita ser melhor para si mesmo; contudo, como 
profissional habilitado para a função, nunca po-
derá realizar qualquer tipo de procedimento que 
não esteja dentro de suas competências profissio-
nais e, principalmente, que coloque a vida, saúde e 
integridade física de seu cliente em risco, mesmo 
que ele insista na realização do procedimento.
Dessa forma, alguns dos entraves que surgem 
em decorrência da prática dos profissionais da 
saúde, como é seu caso, podem ser solucionados 
por meio da Bioética.
Bioética e sua 
Aplicabilidade
na Àrea de Saúde
148 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
A bioética é simplesmente a ética da vida apli-
cada à saúde e em todas as áreas que atuam no 
campo médico. Inclusive, na área da promoção 
da saúde, ela segue uma lista do que pode ou não 
pode ser feito, associando os riscos e consequên-
cias que um procedimento poderá causar na vida 
dos pacientes submetidos às técnicas/ações que 
você realiza no exercício de sua profissão. 
Isto é, a bioética é um aparato de princípios 
que devem ser exercidos a fim de evitar prejuízos 
e danos à saúde e à vida dos seus clientes, pois 
nem sempre o que é praticado é eticamente aceito. 
Muitas vezes, seus clientes desejam realizar proce-
dimentos que violam a dignidade da pessoa hu-
mana e da própria bioética. Por outro lado, como 
profissional da saúde, você também está sujeito a 
realizar condutas que podem acarretar prejuízos 
para vida e saúde de seus clientes.
Por meio dos princípios norteadores da bioé-
tica, os quais são representados pela beneficência, 
autonomia, justiça e não maleficência, você terá 
todo aparato ético para respeitar a integridade de 
seus pacientes, realizando suas condutas profissio-
nais dentro dos limites estabelecidos pela bioética, 
para que você não venha sofrer consequências ad-
vindas da responsabilidade civil, que podem gerar 
seríssimos problemas ao seu futuro profissional.
Portanto, você deve proporcionar um serviço/
atendimento de qualidade e segurança para seus 
pacientes, fornecendo todos os meios capazes de 
gerar bem-estar físico e mental a eles e, princi-
palmente, você deve estar apto e autorizado para 
realizar apenas os procedimentos que estão den-
tro do rol de suas competências. 
Ainda, a bioética, configura-se como recurso 
fundamental para que você obtenha as respostas 
do que pode ser realizado no ser humano, para 
que suas condutas, além de não ferirem o indi-
víduo, não gerem responsabilidade civil a você.
A bioética emerge de uma reflexão das intera-
ções humanas entre sociedade, meios científicos 
e ambiente, possuindo três funções básicas, entre 
elas: Função Descritiva, Função Normativa e Fun-
ção Protetora. A primeira função corresponde ao 
149UNIDADE 4
meio pelo qual irá relatar conflitos e questões; a 
segunda função é o modo que indica condutas 
consideradas reprováveis ou aprováveis; e, por fim, 
a terceira função corresponde à maneira pela qual 
a bioética conduz seus objetivos, mediando con-
flitos que surgem e submetendo a ela. 
Diante das funções da Bioética, podemos aden-
trar em seu conceito e evolução. Você sabia que 
foi por meio da Segunda Guerra Mundial que a 
história reflete a exagerada liberdade das práticas 
no campo da ciência, mais especificamente na área 
da saúde, vida e a integridade física e psíquica do 
homem? Por meio dos avanços tecnológicos in-
terventivos, conformados pela existência de uma 
relação de natureza médica, científica e interven-
tivas nos seres humanos, surge a necessidade de 
compreensão de tais ditames das ciências (DU-
RANT, 1995). 
Neste sentido, a ética toma papel de protago-
nista, com principal função de percorrer cami-
nhos em consenso com as conjecturas morais, 
para compreensão das intervenções praticadas 
nos seres humanos. Com intuito de inibir práticas 
que venham a violar o direito à vida e saúde do 
homem, valores éticos se exteriorizam, no orde-
namento jurídico brasileiro. Nesse cenário, surge a 
Bioética, sendo apresentada como uma resposta às 
demandas sociais, marcadas pelo surgimento dos 
processos científicos, que apresentam, a cada novo 
passo, possibilidades de manipulações no homem. 
150 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
A Bioética é a área do conhecimento responsável 
por atestar os delineamentos éticos em torno dos 
procedimentos biológicos e médicos, incluindo 
os procedimentos estéticos, que se associam com 
a vida. 
As primeiras manifestações do termo Bioética 
possuem feições bastante recente, decorre do iní-
cio dos anos 70, sendo concebida como uma nova 
maneira de se vislumbrar e enfrentar o mundo e 
a vida a partir da ética. Especificamente, o termo 
Bioética é usado pela primeira vez pelo oncolo-
gista norte-americano Van Rensselaer Potter, no 
seu livro Bioethics: Bridge to the Future. A bioé-
tica, segundo Potter (1971, p. 2), “é a ponte entre 
a ciência e as humanidades”. O autor tinha como 
objetivo salientar os dois pontos mais importantes 
para se conquistar uma nova sabedoria, que com-
preendia em alcançar o conhecimento biológico 
e os valores humanos (POTTER, 1971).
Entretanto, em meados de 1988, Van Rens-
selaer Potter apresenta outra definição para o 
termo bioética, no qual diz que é “a combinação 
da biologia com os conhecimentos humanísticos 
diversos constituindo uma ciência que estabelece 
um sistema de prioridades médicas e ambientais 
para a sobrevivência aceitável” (POTTER, 1988, 
p. 186), desenvolvendo uma Bioética com foco 
nas preocupações ecológicas, para prevenção da 
destruição dos elementos da biosfera, elemento 
essencial para vida humana. Segundo o autor, a 
bioética é vista como a ciência da sobrevivência, 
com objetivo de compatibilização dos valores éti-
cos e os aspectos biológicos (SGRECCIA, 2002).
Por sua vez, o holandês obstetra André Helle-
gers, na Universidade de Georgetown, em Washin-
gton, alinhou o estudo da Bioética como uma área 
da ética empregada às demandas da biomedicina, 
que se relacionam com aspectos científicos que 
envolvam os seres humanos, temas relacionados 
com a vida humana(FERRER; ÁLVAREZ, 2005). 
Deste modo, a gênese da palavra bioética (do 
grego bios: vida), que traduz a origem biológica, 
mais especificamente a ciência da vida, ao pas-
so que ética (do grego ethos: ética) exprime os 
valores humanos. Portanto, a bioética pode ser 
definida como a ciência da vida ou ética da vida, 
que regula as condutas humanas na esfera da vida 
e saúde com base nos valores e princípios morais 
(LUCAS LUCAS, 2002). 
Ainda na década de 70, outro teórico, mais 
conhecido como Warren Reich (1978, p. 116), 
esclareceu que bioética é
 “
“ o estudo sistemático da conduta humana 
na área das ciências da vida e da atenção à 
saúde, enquanto que esta conduta é exami-
nada à luz dos princípios e valores morais. 
Segundo o autor, a base de atuação primordial da 
bioética é a pesquisa e atenção na área da saúde. 
Nesse aspecto, o esteticista M. Vidal evidencia 
a concepção apresentada por Reich, apresentando 
a bioética de modo formal como: 
 “
“ una rama o subdisciplina del saber ético, 
del que recibeel estatuto epistemológico bá-
sico y com el que mantiene uma relación 
de dependencia justificadora y orientadora. 
Los contenidosmaterialesleson proporcio-
nados a la bioética por la realidaddel ‘cuida-
151UNIDADE 4
do de la salud’ y por losdatos de las ‘ciencias de la vida’ como labiología, la medicina, la antropología, 
la sociología (VIDAL, 1991, p. 303).
Portanto, a bioética se estabelece por uma intensa interdisciplinaridade com referência à ciência que 
trata sobre a vida e saúde. 
Pouco tempo depois, David J. Roy (1979, p. 59-75), diretor do Centro de Bioética da Universidade de 
Montreal, anunciou que bioética é “o estudo interdisciplinar do conjunto das condições exigidas para 
uma administração responsável da vida humana, ou da pessoa humana, tendo em vista os progressos 
rápidos e complexos do saber e das tecnologias biomédicas”. O pesquisador é um dos autores pioneiros 
em inserir o avanço das pesquisas tecnológicas em prol da saúde, como propulsor da reflexão ética. 
Nesse sentido, Pessini e Barchifontaine (2014, p. 205) dispõem que:
Maria Helena Diniz (2010, p. 11) conceitua bioética como “uma vigorosa resposta aos riscos inerentes à 
prática tecnocientífica e biotecnocientífica”. Por outro lado, Francisco Lima Neto (1997, p. 46) entende 
que a bioética é o “ramo do saber ético que se ocupa da discussão e conservação de valores morais de 
respeito à pessoa humana no campo das ciências da vida. 
“ A bioética estuda os avanços recentes da ciência em função, sobretudo, da pessoa humana. A refe-
rência central é o ser humano, especialmente considerado em dois momentos básicos: o nascimento 
e a morte.” É sobre estas duas fases da vida que hoje a ciência está fazendo seus melhores progressos 
e, obviamente colocando problemas éticos inimagináveis antes destas descobertas. 
152 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Em sentido amplo, a Bioética corresponde ao 
resultado da ética aos novos contextos da ciência 
no âmbito da saúde, dedicando-se aos problemas 
éticos ocasionados pelas tecnologias biomédicas 
e atinentes à vida e saúde humana. 
Com essas reflexões, em 1978, o Congresso 
Americano instituiu uma comissão, denomina-
da National Commission for the Protection of 
Human Subjects of Biomedicaland Behanvioral 
Resarch (Comissão Nacional para a proteção dos 
seres humanos em pesquisas biomédicas e com-
portamentais) responsável por criar o relatório 
Belmont, que trouxe em seu bojo, três princípios 
que possuem como escopo de iluminar a nova 
caminhada da humanidade (GAMA, 2003).
Estes são chamados “trindade bioética”, co-
nhecidos como princípio da beneficência, da au-
tonomia e da justiça. 
Entretanto, em meados de 1979, com base na 
ética katiana, o princípio da não maleficência foi 
acrescentado ao rol de princípios bioéticos. Ape-
sar de não serem os únicos que guiam a bioéti-
ca, são os mais importantes, pois são os grandes 
responsáveis por guiar todas as demais normas 
jurídicas que tratam do tema (GAMA, 2003). 
O princípio da beneficência possui suas raízes 
na instrução da ética de fazer o bem sem esperar 
por algo em troca, o qual “[...] deita suas raízes no 
reconhecimento do valor moral do outro, consi-
derando-se que maximizar o bem do outro, supõe 
diminuir o mal” (BARRETO, 1998, p. 31). Dessa 
forma, requer o entendimento dos envolvidos nas 
técnicas da saúde e o interesse das pessoas envol-
vidas nos “tratamentos”, para que o respeito seja 
considerado e não ocorra danos ao indivíduo. 
Pirâmide Principiológica da Bioética
153UNIDADE 4
O princípio da beneficência deve ser mentor prin-
cipal das regras que tentam regulamentar a bioé-
tica, a autora Daury Fabriz (2003, p. 108) dispõe:
 “
“ O princípio da beneficência deve servir 
como horizonte para uma normatização ju-
rídica, a fim de que possa ser compreendido 
em situações específicas, preceituando e as-
segurando os direitos e deveres que dizem 
respeito à comunidade científica, aos sujei-
tos da pesquisa, aos médicos e pacientes, 
bem como ao Estado.
O princípio da autonomia corresponde ao direito 
de escolha que cada indivíduo possui, ou seja, cada 
pessoa tem o direito de se autodeterminar. Dessa 
forma, os profissionais da saúde devem respeitar 
a vontade do “paciente” ou de seu representante.
A autonomia traz a ideia de que as pessoas 
devem ser livres em decidirem o que irão realizar 
ou se submeter. O vocábulo autonomia deriva do 
grego Autos (próprio) e Nomos (norma/regra/lei), 
ou seja, é a autodeterminação, autogoverno que o 
ser humano possui sobre suas escolhas (MUÑOZ; 
FORTES, 1998). 
Na concepção de Dary Fabriz (2003, p. 109) 
a autonomia proporciona o exercício da própria 
autonomia, vejamos: “princípio da autonomia jus-
tifica-se como princípio democrático, no qual a 
vontade e o consentimento livres do indivíduo 
devem constatar como fatores preponderantes, 
visto que tais elementos ligam-se diretamente ao 
princípio da dignidade da pessoa humana”. 
A autonomia se manifesta no consentimento 
livre e esclarecido, que advém do exercício de sua 
autonomia, para recusar ou consentir, com diag-
nósticos, terapias ou procedimentos interventivos 
que venham afetar sua vida, saúde e integridade 
física (MUÑOZ; FORTES, 1998). 
Portanto, respeitar a autonomia inerente de 
cada ser humano é prezar pela opinião e escolhas, 
evitando, dessa forma, violações ao livre arbítrio 
de cada indivíduo, a não ser que suas escolhas 
venham causar prejuízos para si mesmo ou para 
outrem (BIZATTO, 2003). 
Por sua vez, o princípio da justiça, criado por 
Aristóteles, liga-se à ideia de justiça social distri-
butiva, sendo o mais elevado princípio (FABRIZ, 
2003). Tem como objetivo regular as condutas dos 
profissionais da área da saúde e os pacientes, com 
propósito de fornecer os mesmos serviços de saú-
de a todos os indivíduos, sem concepção de raça, 
sexo e classe social. Com base nesse princípio, a 
exigência de proteção prevalece sobre as classes 
vulneráveis, para que não sejam alvo de pesquisas 
e ações médicas contra sua vontade. 
154 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
O princípio da não maleficência corresponde 
dizer que “não devemos infringir mal ou danos a 
outros, sendo apenas um ponto de partida muito 
rudimentar como orientação acerca das condi-
ções nas quais as ações danosas são proibidas” 
(BEAUCHAMP; CHILDRESS, 2002, p. 45). 
Portanto, o princípio da não maleficência de-
termina que os profissionais da saúde devem se 
responsabilizar em evitar danos previsíveis. Esse 
princípio se distingue do princípio da beneficên-
cia, pois sua aplicação em prol de garantir sua 
proteção se estende a todos e não apenas aos pro-
fissionais da saúde.
Entendendo estes quatro princípios, pode-
mos utilizá-los como estratégias para análise e 
compreensão de situações do cotidiano que os 
profissionais da saúde estão submetidos diaria-
mente. Portanto, a relação entre os pacientes e os 
profissionais da saúde sedeve fundamentar na 
confiança e respeito, para que os primeiros pos-
sam determinar suas escolhas e os profissionais 
possam compreender as escolhas do “paciente”. 
Sabemos que a vida consiste em um direito 
protegido em âmbito nacional e internacional. 
Em âmbito nacional, a vida é tutelada pela Cons-
tituição Federal, por meio do art. 5°, vejamos: 
“Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem dis-
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-
mos seguintes (...)” (BRASIL, 1988). Isto é, define 
a vida como um direito que não pode sofrer li-
mitações.
Em âmbito internacional, porém, as normas 
que tutelam a vida consistem na Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem (BRASIL, 1948) e o 
Pacto de São José da Costa Rica (BRASIL, 1992). A 
primeira norma revela que todo homem possui o 
direito à vida, e a segunda dispõe que a vida deve 
ser assegurada desde o momento da concepção 
(fecundação do óvulo com sêmen). 
Antônio Mesquita Galvão (2004) dispõe que, 
no campo da ciência genética, a vida possui sua 
gênese no momento da fecundação, que equivale 
ao momento do encontro do material genético 
masculino e feminino, por meio das seguintes 
etapas: célula-ovo, célula-fecundada, pré-embrião, 
feto e criança. 
Christian de Paul Barchifontaine (2010, p. 14), 
de forma didática, traz os cincos posicionamentos 
diferentes que tentam explicar o início da vida 
humana, vejamos:
a) A visão genética, que disciplina que a vida 
se inicia a partir da fertilização do óvulo 
pelo espermatozóide; 
b) A visão neurológica, que dispõe que a vida 
se inicia apenas com a atividade cerebral 
viável; 
É diante desse cenário que a Bioética e a Res-
ponsabilidade com a vida humana começa ga-
nhar enfoque. O início da vida humana é um 
assunto complexo e presente na ciência dos 
profissionais da saúde. Os contextos científicos 
e biológicos têm se manifestado em determi-
nar quando se inicia a vida humana, para que 
a área da saúde saiba quais são seus limites.
155UNIDADE 4
c) A visão metabólica, que assegura não 
existir um momento único para a vida 
ter início; 
d) A visão embriológica, que defende ser 
fundamental que a gestação alcance a 3a 
semana para que a individualização hu-
mana seja alcançada, pois até 12 dias após 
a fecundação existe a possibilidade de di-
visão de células que podem dar origem a 
mais um “bebê” e; 
e) A visão ecológica, que defende a capacida-
de de sobrevivência extrauterina.
Além das teorias apresentadas, existem outras que 
também possuem o escopo de definir o início 
da vida humana, como a teoria concepcionista, 
natalista, a teoria da nidação e a teoria do desen-
volvimento do sistema nervoso central. 
Para a teoria concepcionista, a vida tem seu iní-
cio no momento da fecundação, que compreende 
a junção do material genético masculino e femini-
no. O material genético feminino corresponde ao 
zigoto que corresponde à primeira célula formada 
após a fecundação, que possui toda carga genética 
necessária para formar o novo ser (MARTINS, 
2005).
Renata Rocha (2008, p. 75) demonstra ainda 
que: 
 “
“A teoria concepcionista, considerando a 
primeira etapa do desenvolvimento em-
brionário humano, entende que o embrião 
possui um estatuto moral semelhante ao 
de um ser humano adulto, o que equivale a 
afirmar que a vida humana inicia-se, para 
os concepcionistas, com a fertilização do 
ovócito secundário pelo espermatozóide. 
A partir desse evento, o embrião já possui a 
condição plena de pessoa, compreendendo, 
essa condição, a complexidade de valores 
inerentes ao ente em desenvolvimento. 
A teoria natalista, por sua vez, dispõe que a vida 
tem início com o advento do nascimento com 
vida. No qual, o nascituro (criança que está sendo 
gerada) possui apenas expectativa de vida (PA-
RISE, 2003). 
Por sua vez, a teoria da nidação define o início 
da vida no momento da junção do gameta femi-
nino e masculino por meio da fecundação que 
acontece na trompa de falópio (cavidade que liga 
os ovários da mulher no útero) proporcionando a 
concepção, que será responsável por fixar o óvulo 
no útero materno, iniciando-se a vida (DOURA-
DO, 2009 apud SILVA, 2010).
156 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
A última teoria que tenta explicar o início da 
vida humana é a teoria do sistema nervoso central, 
que determina existir vida apenas no momento 
em que o cérebro humano estiver formado; para 
essa teoria, é necessário que existam ligações ner-
vosas para que se tenha vida. Fernanda dos Santos 
Souza (2009 apud SILVA, 2010, p. 100) dispõe: 
 “
Esta teoria sustenta como principal defen-
sor o biólogo contemporâneo Jaques Mo-
nod, prêmio Nobel de Biologia em 1965, o 
qual defende que, por ser o homem um ser 
fundamentalmente consciente, não é pos-
sível admiti-lo como tal antes do quarto 
mês de gestação, quando se pode constatar, 
eletroencefalograficamente, a atividade do 
sistema nervoso central diretamente rela-
cionado à possibilidade de possuir cons-
ciência. 
Por meio das teorias apresentadas, surgem algu-
mas situações em que a vida humana é colocada 
em risco, como exemplo as técnicas do mundo 
contemporâneo, como a medicina reprodutiva, 
transplante de órgãos, pesquisas com células-
-tronco, eutanásia e aborto. 
Na área da medicina reprodutiva, os problemas 
que eles estão inseridos corresponde aos danos 
que os profissionais de saúde podem gerar ao 
embrião por meio das técnicas de reprodução 
humana assistida – são meios que possibilitam a 
gestação em pessoas inférteis/estéreis. 
Por meio da fertilização in vitro e da injeção de 
espermatozoides, novas vidas podem ser criadas. 
A primeira situação corresponde ao uso de um 
tubo de ensaio, para que o óvulo seja fecundado 
pelo espermatozoide fora do útero materno, que 
posteriormente será implantado na mulher, e a 
segunda situação corresponde ao processo que 
injeta os espermatozoides diretamente no óvulo 
que esteja no corpo da mulher (MORAES, 2019). 
As consequências que essas técnicas podem 
gerar são os problemas de saúde nas pessoas nas-
cidas por meio dessas modalidades. Um estudo 
coordenado pela Universidade Norueguesa de-
clarou que as técnicas de reprodução humana as-
sistida são capazes de desencadear doenças como 
leucemia nos indivíduos nascidos por meio dessas 
técnicas (MORAES, 2019). 
O transplante de órgãos lida com valores fun-
damentais da vida humana. A evolução da medi-
cina trouxe mudanças significativas a ponto de 
solucionar problemas relacionados à vida e à mor-
te. Contudo, os profissionais da saúde, precisam 
procurar respostas jurídicas e eticamente aceitas 
para essas evoluções do progresso científico. 
A norma legal que regulamenta o transplante 
de órgão é estabelecida por meio do Decreto n° 
9.175/2017, que, entre suas maiores inovações, 
traz a necessidade de comprovação da morte en-
cefálica que só poderá ser comprovada por meio 
de médico que seja “especificamente qualifi-
cado”, não podendo ser médicos integrantes das 
equipes de transplante (BRASIL, 2017). 
Essa conduta de precaução quanto à capacida-
de médica e sua restrição ao envolvimento com 
equipes de procedimentos de transplante mostra 
157UNIDADE 4
a preocupação da lei em objetivar um procedimento seguro, que não terá interesses 
particulares envolvidos, para que seja bioeticamente respeitadas todas as fases do 
transplante de órgão e, consequentemente, os indivíduos envolvidos.
O princípio da autodeterminação também é apresentado nas situações que en-
volvam o transplante de órgãos, uma vez que a autonomia da vontade do doador 
deve ser respeitada; em caso que o doador esteja sem vida e não tenha expressado 
sua vontade, é a família que terá o direito de determinar em positivamente ou nega-
tivamente a doação. Portanto, o médico deve ter certeza da vontade do “paciente” ou 
da “família”, pois caso seja feita a doação e o doador,na situação de estar vivo, venha 
falecer, serão responsabilizados o médico e sua equipe, tanto na esfera civil quanto 
penal. Contudo, é necessário que seja comprovado a ausência de consentimentos do 
doador (DALVI, 2008). 
Quanto às células-tronco embrionárias, os maiores problemas que surgem diante 
das pesquisas realizadas são o conflito existente entre o início da vida humana e a 
liberdade das pesquisas com esse tipo de material genético. A ética e, principalmente, 
a bioética devem permear os pesquisadores e, sobretudo, os profissionais de saúde 
que irão lidar com os problemas do cotidiano que envolvam os limites de manipu-
lações genéticas. 
A Lei n° 11.105/2005 é responsável por disciplinar a pesquisa com células-tronco 
e por meio do art. 5° é disposto:
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco 
embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro 
e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: 
I – sejam embriões inviáveis; ou 
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta 
Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 
3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento. 
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores. 
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia 
com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à 
apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa. 
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e 
sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro 
de 1997. 
158 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
Como analisado, é permitido, com algumas ob-
servações, o uso e pesquisas com células-tronco. 
No entanto, Maria Helena Diniz (2005, p. 10) ar-
gumenta que a utilização de células-embrionárias 
para o fim de pesquisas é conduta que “viola o 
direito à vida e o princípio do respeito à dignidade 
da pessoa humana, consagrados constitucional-
mente”. Pois se o material genético da pesquisa 
advém de embriões, e eles são considerados vida, a 
violação se torna perceptível e a máxima da bioé-
tica é vislumbrada, no qual não se deve praticar 
condutas que gerem danos ao ser humano. 
Por sua vez, em âmbito da eutanásia, ela é con-
siderada como abreviação da vida de um paciente 
que se encontra em estado de dores e intoleráveis 
sofrimentos físicos ou psíquicos. O termo Eutaná-
sia vem do grego eu + thanatos, boa morte, sendo 
utilizada pela primeira vez, em meados do século 
II d.C., para descrever a morte tranquila do Im-
perador Augusto (BRANDÃO, 2007).
Em âmbito nacional, a prática da eutanásia é 
proibida e enquadrada como crime de homicídio 
ou auxílio ao suicídio na situação que o paciente 
solicitar ajuda para findar com sua vida. 
O Código de Ética Médica dispõe sobre a ve-
dação da prática da eutanásia, vejamos:
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda 
que a pedido deste ou de seu representante 
legal. Parágrafo único. Nos casos de doença 
incurável e terminal, deve o médico ofere-
cer todos os cuidados paliativos disponíveis 
sem empreender ações diagnósticas ou te-
rapêuticas inúteis ou obstinadas, levando 
sempre em consideração a vontade expressa 
do paciente ou, na sua impossibilidade, a 
de seu representante legal (BRASIL, 1988). 
Não há dúvidas que o tema é complexo e que en-
volve valores morais e éticos, desse modo, a prática 
da eutanásia por profissionais é conduta antiética 
e proibida expressamente no ordenamento jurí-
dico brasileiro. 
Por fim, o aborto é outra prática que gera 
consequências aos profissionais da saúde que 
praticarem o ato. Julio Fabbrini Mirabete (1986) 
disciplina que o aborto consiste na interrupção 
da gravidez, com a destruição do produto da con-
cepção. 
159UNIDADE 4
A legislação penal que criminaliza as práticas 
de aborto está prevista no Código Penal, por meio 
do art. 124 ao art. 128. 
Os art. 125 e 126 dispõe sobre o terceiro pro-
vocar o aborto na gestante, e é neste cenário que 
os profissionais da saúde ganham destaque. 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consenti-
mento da gestante: Pena - reclusão, de três a 
dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o 
consentimento da gestante: Pena - reclusão, 
de um a quatro anos. Parágrafo único. Apli-
ca-se a pena do artigo anterior, se a gestante 
não é maior de quatorze anos, ou é alienada 
ou débil mental, ou se o consentimento é 
obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência (BRASIL, 1940). 
Além dessas hipóteses de crime com suas de-
terminadas penas, o art. 127 traduz uma conse-
quência ainda maior, que corresponde ao aborto 
praticado na forma qualificada: 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois arti-
gos anteriores são aumentadas de um terço, 
se, em consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante so-
fre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, 
lhe sobrevém a morte (BRASIL, 1940). 
No entanto, na hipótese de aborto necessário 
ou em caso de gravidez resultante de estupro, a 
mesma norma legal não criminaliza a conduta, 
vejamos:
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado 
por médico: 
I - se não há outro meio de salvar a vida da 
gestante; 
II - se a gravidez resulta de estupro e o abor-
to é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante 
legal (BRASIL, 1940). 
Portanto, além de ferir o direito à vida e os pró-
prios princípios da bioética, a prática do aborto 
gera consequências criminais aos profissionais 
que praticam o crime. 
Assim, diante do contexto de inúmeras teorias 
que tentam definir o início da vida humana, é 
importante destacar que ela possui respaldo legal 
e moral para que seja respeitada, desde sua menor 
manifestação, seja em fase embrionária ou pessoa 
já nascida. Esse respeito pautado nos princípios 
da bioética será capaz de garantir a aplicação da 
dignidade da pessoa humana em qualquer situa-
ção que o profissional da saúde estiver envolvido. 
Dessa forma, a dignidade humana é vista como 
princípio comum da Bioética e da Saúde, pois, ao 
defrontar-se com os temas da ética, a dignidade 
da pessoa humana é o princípio maior de todo 
sistema de proteção ao ser humano (PERELMAN, 
1996). Suas raízes fundamentam-se nos cernes da 
filosofia, que afirma ser um atributo intrínseco e 
insígnia de cada ser humano, que potencializa a 
proteção do homem de não sofrer qualquer tipo 
de violação que venha lhe causar danos. 
Com a era do Iluminismo, a dignidade hu-
mana ganhou brilho por ser defendida categori-
camente por Immanuel Kant. O filósofo dispõe 
que o homem se constitui por ser racional, capaz 
de regular-se por meio de leis que a si mesmo im-
põe. Essa imposição gera o dever e, por meio dele, 
nasce uma lei universal, que, por meio da ética e 
razão, o ser humano irá regular a si e a convivência 
com seu próximo, tratando o outro sempre como 
fim e nunca como meio (KANT, 2004). 
160 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
O princípio da dignidade da pessoa huma-
na, mais do que exercer papel fundamental na 
aplicação de procedimentos de saúde e beleza, 
subsiste como alicerce da República Federativa 
Brasileira e fundamento do Estado Democrático 
de Direito. Portanto, “a legislação elaborada pela 
razão prática, a vigorar no mundo social, deve 
levar em conta, como sua finalidade suprema, a 
realização do valor intrínseco da dignidade da 
pessoa” (MORAES, 2003, p. 81).
O Brasil, por meio do art.1°, III da Constitui-
ção Federal, estabeleceu o Estado Democrático de 
Direito, fundamentado no princípio da Dignidade 
da Pessoa Humana e o elegeu como centro dos 
demais direitos fundamentais (SARLET, 2001). 
Zulmar Fachin leciona que “os direitos fun-
damentais [...] são direitos que valem em todos 
os lugares, emtodos os tempos e são aplicáveis à 
todas as pessoas” (FACHIN, 2008, p. 212).
Luiz Edson Fachin argumenta que a dignidade 
da pessoa humana pertence ao 
 “
 [...] princípio estruturante, constitutivo e in-
dicativo das idéias diretivas básicas de toda 
ordem constitucional. Tal princípio ganha 
concretização por meio de outros princípio 
e regras constitucionais formando um siste-
ma interno harmônico, e afasta de pronto, 
a ideia de predomínio do individualismo 
atomista do Direito. Aplica-se como leme 
a todos o ordenamento jurídico nacional 
compondo-lhe o sentido e fulminando de 
inconstitucionalidade todo preceito que 
com ele conflitar. É de um princípio emanci-
patório que se trata (FACHIN, 2006, p. 180). 
A aplicação das tecnologias da saúde pode repre-
sentar reais possibilidades de afronta à tutela do 
ser humano, caso se proceda de modo arbitrário. 
Assim, é necessário o amplo respeito ao princípio 
da dignidade da pessoa humana, essencialmente 
por parte dos profissionais da saúde, que lidam 
com vidas em todos seus atos profissionais.
Conforme esse entendimento, Cleber Alves 
(2001, p. 118) argumenta: 
 “
A questão da proteção e defesa da dignidade 
da pessoa humana e dos direitos da perso-
nalidade, no âmbito jurídico, alcança uma 
importância proeminente neste final de sé-
culo, notadamente em virtude dos avanços 
tecnológicos e científicos experimentados 
pela humanidade, que potencializam de for-
ma intensa riscos e danos a que podem estar 
sujeitos os indivíduos, na sua vida cotidiana. 
O campo de aplicação do mencionado princípio 
é o eixo condutor das práticas humanas, princi-
palmente quando essas podem interferir na vida 
humana e na saúde. As tecnologias da saúde, como 
é o caso dos procedimentos estéticos, devem sub-
missão ao princípio estruturante das condutas 
humanas. 
Por meio da 8ª Conferência Nacional de Saúde 
de 1986, foram estabelecidas normas condutoras 
para a Constituição Federal de 1988, dispondo 
do direito à saúde para todo cidadão. Segundo 
a referida conferência, por meio do seu item “3 ” 
Direito à saúde significa a garantia, pelo Estado, de 
condições dignas de vida e acesso universal e igua-
litário às ações e serviços de promoção, proteção e 
161UNIDADE 4
recuperação de saúde, em todos os seus níveis (...)” 
(BRASIL, 1986), é evidente que o direito à saúde 
não está atrelado apenas a doenças, mas também 
à plenitude do ser humano. 
O direito à saúde, assim como a dignidade da 
pessoa humana, constitui-se como direito funda-
mental previsto na Constituição Federal de 1988. 
Qualquer pessoa, independentemente de sua cor, 
sexo e raça, possui o direito ao acesso aos serviços 
de saúde que o Estado e as tecnologias médicas 
podem ofertar. 
No âmbito da bioética, o princípio da digni-
dade da pessoa humana e o direito ao acesso dos 
meios de saúde constituem-se como vetor legiti-
mador do conteúdo de valores indispensáveis ao 
ser humano.
A noção de dignidade da pessoa humana 
assevera os princípios cuja observância é indis-
pensável no campo da saúde e das biotecnologias 
aplicadas à vida, que necessitam de limites por 
meio dos princípios da bioética, a fim de proteger 
o ser humano. 
Tendo em vista os novos questionamentos 
advindos pelos avanços da ciência que, profun-
damente, supera o campo interno dos estados, a 
contemplar toda a humanidade, a dignidade da 
pessoa humana deve ser compreendida como o 
“núcleo moral, político e jurídico do estado de-
mocrático de direito”(BARRETO, 2001, p. 222). 
A ideia de dignidade da pessoa humana possui 
conteúdo tão amplo que permite englobar todas 
as ações em prol do ser humano, principalmen-
162 Transmissão de Doenças, Medidas de Higiene e Contenção e a Bioética
te aquelas que lidam diretamente com a vida e 
saúde humana, exigindo a proibição de práticas 
que violem o corpo humano, como o exemplo 
de aplicação de substâncias não permitidas ao 
esteticista, a exemplo do silicone. Pois, “as coisas 
têm preço; as pessoas, dignidade. O valor moral se 
encontra infinitamente acima do valor de merca-
doria, porque, [...] não admite ser substituído pelo 
equivalente” (MORAES, 2003, p. 81). 
A dignidade é um valor, uma fonte, aos profis-
sionais da saúde que, em conjunto com bioética, 
é capaz de proteger os pacientes submetidos aos 
procedimentos de saúde e nortear os profissionais 
que atuam nesse segmento. Isso porque é respon-
sabilidade de todos os profissionais que atuam no 
segmento da saúde, garantir o direito do paciente 
de ter acesso às técnicas que geram proteção à 
saúde de qualidade por um preço justo. E isso só, 
possível se todos os envolvidos estiverem respal-
dados pela ética e moral, encontradas na bioética.
O Sistema jurídico brasileiro passa por cons-
tantes modificações. As mudanças ocorridas no 
contexto científico, devem acompanhar todas es-
sas modificações que envolvem a vida e saúde dos 
indivíduos envolvidos em algum procedimento 
advindo dessas áreas, sendo imprescindível o uso 
da dignidade humana como fator limitador das 
intervenções nos seres humanos e os próprios 
princípios da bioética que norteiam as condutas 
em prol da vida humana. 
Aqui, vimos os problemas atuais a que a bioé-
tica é submetida, como exemplo de manipulações 
genéticas e da eutanásia. 
Portanto, após essa imersão de conhecimento, 
você está apto a solucionar as problemáticas ad-
vindas do exercício de sua profissão no campo da 
saúde. Imagine comigo, você, como profissional 
habilitado com todos seus conhecimentos em dia 
e com vasta habilidade profissional, está diante de 
um paciente/cliente que possui uma depressão 
profunda, advinda de um histórico familiar. No 
entanto, você percebe que não detém habilida-
de técnica para sanar com a problemática de seu 
paciente. 
Neste sentido, qual será a melhor atitude a ser 
tomada por você, diante de tal situação? Sabe-
mos que os princípios da bioética são capazes 
de lhe ajudar para encontrar a solução para essa 
problemática. O que pode ser feito? Qual será 
sua fundamentação para sua decisão? Em caso 
de atendimento ao paciente/cliente, você estará 
exercendo de forma literal todo conhecimento 
adquirido nesta unidade? 
Já que você não pode oferecer o tratamento 
para depressão profunda, qual sugestão você da-
ria ao seu paciente/cliente? E, em caso de atendi-
mento, mesmo sem habilidade técnica, quais as 
consequências dessa conduta? 
Com base nos princípios da bioética, na sua 
atitude de tentar contribuir para cura dessa pes-
soa, você não está agindo de acordo com esses 
princípios, pois, a partir do momento em que você 
não possui habilidade técnica para tanto, automa-
ticamente, o princípio da não maleficência não 
está sendo aplicado no caso relatado, pois ele tem 
como objetivo não ocasionar prejuízos ou danos 
aos seres humanos.
163
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. As ações preventivas são intervenções que visam evitar o aparecimento de 
doenças específicas, reduzindo a sua incidência e prevalência. Seu objetivo 
é controlar a transmissão de doenças e a redução do risco das doenças, e os 
projetos de prevenção e educação em saúde estão voltados para a divulgação 
das informações científicas e de recomendações normativas que envolvem mu-
danças de hábitos. Em relação as três etapas de prevenção, leia as assertivas e 
assinale a alternativa correta.
I) A prevenção terciária é a fase que interrompe a doença antes que ela se torne 
sintomática. É composta de dois níveis: o primeiro, diagnóstico e tratamento 
precoce, enquanto que o segundo, limitação da invalidez.
II) A prevenção primária corresponde à etapa de prevenção que poderá evitar 
que o processo de doença se estabeleça pela eliminação de suas causas ou 
aumentando a resistência do organismo a elas.
III) A prevenção secundária ocorre com as ações de reabilitação do indivíduo. 
Ex.: fisioterapia e intervenção cirúrgica.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) ApenasI e II estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
164
2. A vida se manifesta por meio da saúde e da doença, que são formas únicas, 
experiências subjetivas e que não podem ser manifestadas integralmente por 
meio de palavras. Portanto, a compreensão e discussão desses termos se fa-
zem fundamentais. Nesse sentido, avalie as assertivas apresentadas e assinale 
a alternativa correta.
I) As doenças transmissíveis constituem importante causa de morte e ainda 
afligem milhões de pessoas em numerosas regiões, especialmente nos países 
em desenvolvimento.
II) Fatores de difícil classificação, como o estresse, não podem causar problemas 
à saúde dos seres vivos.
III) Doença pode ser definida como qualquer perturbação ou anormalidade ob-
servada no funcionamento orgânico do indivíduo ou do seu comportamento.
IV) Dentre os fatores que podem causar doenças nos seres humanos encon-
tram-se os biológicos, físicos e químicos.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas I, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
3. O isolamento de um paciente fica sob responsabilidade da equipe médica e de 
enfermagem da unidade em questão, que deverão analisar a natureza da infec-
ção e as condições do paciente, estabelecendo, assim, se o isolamento deverá 
ser domiciliar ou hospitalar. Em relação ao isolamento hospitalar, assinale a 
alternativa que contém apenas seus requisitos.
a) Ambiente aberto e compartilhado com outros pacientes e pias para higieni-
zação. 
b) Janelas teladas, banheiro comunitário e pias para a higienização.
c) Ambiente aberto e com ampla circulação, portas sem isolamento e banheiros 
comunitários.
d) Banheiro privativo, ambiente aberto e com ampla circulação de terceiros.
e) Pias para higienização, janelas teladas e banheiro privativo.
165
4. Assim como na esterilização, a desinfecção dos artigos comuns aos ambientes 
hospitalares pode ser feita por métodos físicos, químicos e físico-químicos. O 
uso de diferentes técnicas de esterilização faz com que existam contratempos 
com infecções e transmissão de doenças devido à falta de higiene. Nesse senti-
do, associe as colunas contendo os diferentes desinfetantes químicos com sua 
correta classificação e assinale a alternativa correta.
A) Rápida ação bactericida, eliminando também o bacilo da tuberculose, os fungos 
e os vírus, não agindo, porém, contra os esporos bacterianos. 
B) Pode ser líquido ou gás; é comumente encontrado como formalina, apresenta 
ação bactericida potente, fungicida, agindo também contra vírus, bacilos da 
tuberculose e esporos bacterianos; cancerígeno.
C) Boa ação antimicrobiana dependendo da concentração de uso; pode ser líquido 
ou pó; ação rápida; baixo custo.
I) Formaldeído.
II) Álcool Etílico.
III) Hipoclorito de Sódio.
Está correta apenas:
a) B - I, A - III e C - II.
b) B - III, C - I e A - II. 
c) C - I, B - II e A - III.
d) B - I, A - II e C - III.
e) A - I, B - II e C - III.
5. A limpeza consiste na remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, redução da 
carga microbiana presente nos produtos para saúde, utilizando água, detergen-
tes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica (manual ou 
automatizada), atuando em superfícies internas (lúmen) e externas, de forma a 
tornar o produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou este-
rilização. A limpeza ou higienização pode, ainda, ser realizada por detergentes 
enzimáticos e não enzimáticos, que são comumente encontrados em ambientes 
laboratoriais voltados aos serviços em saúde. Nesse sentido, diferencie deter-
gentes enzimáticos e não enzimáticos. 
166
Fisiopatologia da Doença: Uma Introdução à Medicina Clínica
Autor: Gary D. Hammer, Stephen J. Mcphee
Editora: Grupo A Educação
Sinopse: totalmente colorida, a 7ª edição de Fisiopatologia da Doença é uma 
excelente introdução à medicina clínica, ao revisar as bases fisiopatológicas das 
doenças mais encontradas na prática médica. Os autores, todos especialistas em 
suas respectivas áreas, apresentam a estrutura e o funcionamento normal de 
cada sistema de órgãos, bem como os mecanismos que causam diversas doenças 
relacionadas. EsTa combinação única entre conceitos fisiológicos e patológicos 
permite a compreensão dos sinais e sintomas considerando sua origem, o que 
proporciona um aprendizado mais completo das doenças e seus tratamentos.
LIVRO
167
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5. Detergentes enzimáticos: são detergentes que, em sua composição, apresentam amilases, proteasese 
lipases, que promovem simultaneamente a dispersão, solubilização e emulsificação, removendo substâncias 
orgânicas das superfícies dos artigos. São biodegradáveis, neutros, não oxidantes, com ação bacteriostática.
Detergentes não enzimáticos: detergente de baixa alcalinidade a base de tensoativo aniônico ou em asso-
ciação de tensoativos aniônicos e não iônicos.
173
174
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Aprender acerca do manuseio, controle e descarte espe-
cíficos de resíduos químicos e biológicos. 
• Conceituar plano de gerenciamento de resíduos de ser-
viços de saúde.
• Conhecer as diferentes normas da legislação em biosse-
gurança.
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dra. Michele Putti Paludo
Manuseio, controle e descarte 
de produtos químicos e seus 
resíduos
Manuseio, controle e descarte 
de produtos biológicos
Legislação em 
biossegurança
Plano de gerenciamento 
de resíduos de serviços 
de saúde - PGRSS
Gerenciamento e Descarte 
de Resíduos Laboratoriais
Manuseio, Controle e 
Descarte de Produtos 
Químicos e seus Resíduos
Olá, caro(a) aluno(a), por fim, chegamos a Uni-
dade 5 deste material didático. Esta unidade tem 
por finalidade apresentar informações acerca do 
manejo e descarte dos resíduos laboratoriais e 
clínicos provenientes dos serviços e atendimen-
tos em saúde. Conhecer o manejo adequados de 
produtos químicos e biológicos facilita o descarte 
dos resíduos gerados e que são específicos à área 
da saúde.
Os resíduos dos diferentes serviços de saúde 
devem ser devidamente descartados seguindo um 
conjunto de normas específicas desenvolvidas 
com o intuito de evitar possíveis contaminações 
ao longo de seu descarte ou destinação final. A 
classificação dos resíduos gerados nos diferentes 
processos comuns a ambientes laboratoriais tam-
bém se faz relevante, sobretudo quando inúmeros 
serviços são gerados em fluxo constante, gerando 
uma preocupação com a higiene laboratorial.
Neste contexto, surgiram as normas estrutu-
rantes do plano de gerenciamento de resíduos de 
serviços de saúde (PGRSS), responsáveis por um 
direcionamento específico e amplo acerca de toda 
e qualquer ação que venha a ser desenvolvida e 
177UNIDADE 5
que contemplem os resíduos sólidos desse seg-
mento. Portanto, a correta elaboração do PGRSS 
torna-se imprescindível em termos de biossegu-
rança para realização de serviços em saúde.
Ainda nesta unidade, serão apresentadas al-
gumas legislações pertinentes em biossegurança, 
enfatizando a ação à comissão técnica nacional 
de biossegurança regulamentada pela Lei de Bios-
segurança, considerada um marco nacional rela-
cionado à regulamentação do uso de organismos 
geneticamente modificados.
Por fim, esperamos que esta unidade possa 
contribuir, ainda que de forma não exaustiva, com 
noções básicas acerca das temáticas supracitadas 
que são de grande relevância no segmento de 
atendimento em saúde. 
A complexidade dos processos de gerencia-
mento de resíduos químicos tem aumentado com 
o passar dos anos, devido ao aumento do conheci-
mento sobre os efeitos deletérios desses compos-
tos sobre o meio ambiente e sobre a saúde humana 
e, também, devido à introdução de legislação mais 
restritiva a respeito desse assunto (SCHNEIDER; 
GAMBA; ALBERTINI, 2011).
O princípio básico do gerenciamento de resí-
duos químicos em laboratórios não especializados 
no assunto se resume à adequação de resíduos 
para descarte no lixo sólido comum ou na rede 
de esgotos por procedimentos simples, como a 
neutralização de ácidos e bases ou a remoção de 
corantes de soluções por adsorção em resinas ou 
em carvão ativado, e coleta segregada de resíduos 
de maneira que possam ser encaminhados cada 
um para tratamento especializado específico 
(SCHNEIDER; GAMBA; ALBERTINI, 2011).
Desse modo, a implementação de um progra-
ma de gerenciamento de resíduos passa por uma 
tomada de consciência acerca da necessidade de 
adotar novos hábitos, no sentido de atender não 
só a legislação vigente, mas principalmente a uma 
nova mentalidade que se preocupe não apenas com 
a qualidade das análises, mas também com a gestão 
dos resíduos. Essa visão passa pela identificação, 
tratamento e encaminhamento destes, de forma a 
diminuir os possíveis impactos ao meio ambiente 
(MARINHO; BOZELLI; ESTEVES, 2011).
A partir de agora, caro(a) aluno(a), vamos co-
nhecer quais são os principais resíduos químicos 
e como devemos proceder em relação a sua esto-
cagem, manuseio e descarte.
Produtos Químicos 
e sua Classificação
Os produtos químicos são definidos como subs-
tâncias químicas, seja só, em mistura ou em pre-
paração, fabricadas ou obtidas da natureza (PNU-
MA, 2009). Não esqueça, caro(a) aluno(a), que 
na classificação de riscos, esses produtos estão 
agrupados nos riscos químicos, isto é, substâncias 
químicas na forma líquida, sólida ou gasosa, que 
podem ser absorvidas pelo organismo humano 
por meio das vias respiratórias, cutânea ou pela 
ingestão, produzindo reações tóxicas e danos à 
saúde. Assim, sob condições adequadas de manu-
seio, os riscos oferecidos pelos produtos químicos 
podem ser controlados, minimizados, mas não 
desprezados ou ignorados.
Desde 2011, a legislação brasileira exige que o 
produto químico utilizado no local de trabalho 
deva ser classificado quanto aos perigos para a 
segurança e a saúde dos trabalhadores, de acor-
do com os critérios estabelecidos pelo Sistema 
Globalmente Harmonizado de Classificação e 
Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), con-
forme a Norma ABNT - NBR 14725 (ABNT, 2009; 
WALLAU; SANTOS, 2013).
O GHS engloba todos os produtos químicos 
perigosos, não existindo isenções completas no 
âmbito do GHS para um tipo particular de subs-
tância ou de produto químico. O Sistema con-
178 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
grega o esforço de várias agências internacionais, 
coordenadas pela Organização das Nações Unidas 
(ONU), para harmonizar a classificação de produ-
tos químicos perigosos e a comunicação de peri-
gos para diferentes públicos alvo – organizações, 
trabalhadores e consumidores em geral. 
A classificação é uma estratégia fundamental 
para priorizar as atividades de gestão dos riscos 
relacionados a produtos químicos, permitindo 
identificar aqueles que têm o potencial de causar 
danos físicos à saúde humana e ao meio ambien-
te. O GHS oferece a primeira base globalmente 
uniformizada para avaliação das propriedades das 
substâncias e dos riscos associados (ABIQUIM, 
2005; SCHNEIDER; GAMBA; ALBERTINI, 2011).
Dessa maneira, com base nos perigos ofereci-
dos, os produtos químicos podem ser classificados 
em: perigos físicos, perigos à saúde e perigos ao 
meio ambiente. Vejamos, no Quadro 1, a descrição 
de cada um dos perigos mencionados.
Quadro 1 – Classificação dos produtos químicos segundo o GHS
Classificação Descrição
Perigos físicos
Explosivos
Gases inflamáveis
Aerossóis inflamáveis
Gases oxidantes
Gases sob pressão
Líquidos inflamáveis
Sólidos inflamáveis
Substâncias autorreativas
Líquidos pirofóricos
Sólidos pirofóricos
Substâncias autoaquecíveis
Substâncias que, em contato com a água, liberam gases inflamáveis
Líquidos oxidantes
Sólidos oxidantes
Peróxidos orgânicos
Corrosivo aos metais
Perigos à saúde
Toxicidade aguda
Corrosão e irritação da pele
Danos e irritação séria nos olhos
Sensibilização respiratória ou dérmica
Mutagenicidade em células germinativas
Carcinogenicidade
Toxicidade à reprodução
Toxicidade sistêmica em órgão alvo – exposição única e múltipla
Perigoso por aspiração
Perigos ao meio ambiente Perigoso para o ambiente aquático (toxicidade crônica e aguda)
Fonte: Abiquim (2005).
179UNIDADE 5
Estocagem dos Produtos Químicos
Os potenciais perigos que os produtos químicos 
podem oferecer estão, muitas vezes, associados a 
medidas inadequadas de estocagem e manuseio 
nos laboratórios. Esses perigos sempre existirão, 
mas podem ser amenizados ou eliminados a partir 
do conhecimento das propriedades dos materiais 
(COSTALONGA; FINAZZI; GONÇALVES,2010).
Um fator fundamental que devemos observar 
na estocagem dos produtos químicos é a existên-
cia de incompatibilidade entre algumas substân-
cias que podem, assim, oferecer riscos de explo-
são, incêndio, liberação de gases tóxicos e outros 
danos. O ideal é sempre identificar os produtos, 
a fim de que seja possível um gerenciamento se-
guro dos riscos às pessoas, ao meio ambiente e 
ao patrimônio da empresa ou laboratório (CRQ, 
[2018], on-line)1. O Quadro 2 apresenta alguns 
exemplos de substâncias incompatíveis e que, por-
tanto, devem permanecer afastadas e separadas 
umas das outras.
Quadro 2 – Substâncias incompatíveis no armazenamento
Substância Incompatibilidade
Acetona Ácido nítrico e sulfúrico concentrados
Amônia Mercúrio, fluoreto de hidrogênio, hipoclorito de cálcio, bromo e cloro
Líquidos inflamáveis Nitrato de amônio, ácido crômico, peróxido de sódio, ácido nítrico e os halogênios
Iodo Acetileno, amônia e hidrogênio
Mercúrio Acetileno e amônia
Ácido fluorídrico Amônia (aquosa ou anidra)
Ácido perclórico Anidrido acético, bismuto e suas ligas, álcoois, papel, madeira e outros mate-riais orgânicos
Peróxido de sódio Álcool etílico ou metílico, ácido acético glacial, dissulfeto de carbono, glicerina, etilenoglicol e acetato de etila
Fonte: Fonseca (2009); Costalonga, Finazzi e Gonçalves (2010).
Dessa forma, devemos ter o máximo cuidado ao armazenarmos os reagentes no laboratório, prevenindo 
a ocorrência de reações dos produtos entre si, as quais podem oferecer perigo. Sendo esses produtos 
incompatíveis no armazenamento, você saberia como guardar esses materiais de forma segura? A seguir, 
estão descritas algumas medidas que podem auxiliá-lo(a) nessa tarefa (CRQ, [2018], on-line)1.
• O estoque por compatibilidade.
• Separação dos reagentes ácidos e básicos em armários diferentes.
• Os reagentes sólidos devem ser separados dos líquidos, a fim de evitar um meio adequado para 
reações, no caso de quebra dos frascos.
• Os reagentes voláteis, em especial solventes, devem ser guardados em armários com ventilação 
e a prova de explosão.
• Os reagentes incompatíveis com água devem ficar longe de tubulações.
• Não é aconselhável armazenar os reagentes químicos em ordem alfabética. 
180 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
Manuseio e Controle dos 
Produtos Químicos
O manuseio seguro de produtos químicos de-
pende de um conjunto de ações voltadas à pre-
venção, minimização ou eliminação de perigos 
inerentes às atividades de pesquisa, produção, 
ensino, desenvolvimento tecnológico e presta-
ção de serviços, visando à saúde do homem, dos 
animais e à preservação do meio ambiente. Pro-
dutos químicos potencialmente perigosos podem 
ser encontrados por toda parte, não somente no 
ambiente de trabalho, mas também no domicílio 
das pessoas e em locais frequentemente visitados, 
como o comércio, oficinas, entre outros. Portanto, 
é indispensável todo o cuidado quando manu-
seamos esses materiais (SCHNEIDER; GAMBA; 
ALBERTINI, 2011). Além disso, é fundamental 
o uso de equipamentos de proteção individual 
(EPI), como luvas, máscaras e óculos de proteção.
Descarte dos Produtos 
Químicos e seus Resíduos
Os produtos químicos e seus resíduos, prove-
nientes de laboratórios de pesquisa e extensão, 
são considerados resíduos químicos e, portanto, 
é de extrema importância que estes apresen-
tem um adequado descarte. De acordo com a 
Resolução CONAMA nº 358, resíduo químico 
é todo material ou substância com caracterís-
tica de periculosidade, que quando não forem 
submetidos a processo de reutilização ou reci-
clagem, podem apresentar risco à saúde pública 
ou ao meio ambiente, dependendo de suas ca-
racterísticas de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade e toxicidade. 
Dessa forma, os resíduos gerados devem ser 
acondicionados, rotulados e encaminhados para 
a área de armazenamento externo de resíduos 
químicos para serem descartados corretamente. 
Os grupos de compostos que podem apresentar 
risco à saúde pública ou ao meio ambiente são os 
(BRASIL, 2005):
• Produtos hormonais e produtos antimi-
crobianos.
• Resíduos de saneantes, desinfetantes, resí-
duos contendo metais pesados. 
• Reagentes para laboratório, inclusive os 
recipientes contaminados por estes.
• Efluentes de processadores de imagem (re-
veladores e fixadores).
• Efluentes dos equipamentos automatiza-
dos utilizados em análises clínicas.
• Demais produtos considerados perigosos, 
conforme classificação da NBR 10004 (tó-
xicos, corrosivos, inflamáveis e reativos) 
(ABNT, 2004).
181UNIDADE 5
A periculosidade dos produtos químicos é avaliada pelo risco que esses compostos representam 
à saúde ou ao meio ambiente, levando em consideração as concentrações de uso. De modo geral, 
nos rótulos dos produtos químicos existem símbolos impressos que dão ideia da periculosidade do 
produto. Informações sobre as características de cada produto podem ser encontradas nas Fichas 
de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) no site dos fabricantes (CARTILHA 
FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
Os resíduos dos produtos químicos perigosos podem ser separados em duas categorias, isto é, os 
orgânicos e os inorgânicos. 
Resíduos Químicos Orgânicos
Em ambientes laboratoriais ou de serviços de saú-
de, o manuseio de produtos químicos de origem 
orgânica é frequente, sobretudo no preparo de 
soluções e reagentes que possam ser necessários 
na rotina laboral desse tipo de ambiente. A utili-
zação desses reagentes ou a confecção de novas 
soluções podem resultar em composto indesejá-
veis que devem ser acondicionados e descartados 
corretamente. Os resíduos químicos orgânicos 
compreendem (FONSECA, 2009):
• Solventes orgânicos não halogenados.
• Solventes orgânicos com mais que 5% de 
água.
• Solventes orgânicos com menos que 5% 
de água.
• Soluções de material orgânico biodegra-
dável.
• Soluções aquosas contendo substâncias 
orgânicas.
• Soluções de corantes.
• Soluções de substâncias carcinogênicas, 
mutagênicas, teratogênicas ou que apre-
sente toxicidade conhecida.
• Pesticidas (organoclorados, organofosfo-
rados etc).
Para acondicionar os resíduos orgânicos perigo-
sos, e também os inorgânicos, são comuns práticas 
como (FONSECA, 2009):
• Cada tipo de resíduo deve ser acondicio-
nado em um frasco devidamente rotu-
lado.
• Usar frascos de vidro ou polietileno, des-
de que não haja incompatibilidade com o 
resíduo a ser armazenado.
• Não misturar substâncias ou produtos in-
compatíveis no mesmo recipiente.
• Não colocar produtos químicos corrosivos 
ou reativos em recipientes metálicos.
• Utilizar frascos de reagentes, desde que 
o rótulo seja completamente retirado e o 
frasco seja lavado com água (deve se proce-
der à lavagem tríplice com o menor volume 
de água possível, e a água de lavagem dos 
frascos deve ser considerada resíduo da 
substância contida nele).
182 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
Em relação ao descarte desses resíduos, o Quadro 3 apresenta algumas medidas e cuidados importantes 
que devem ser adotados pelos responsáveis da geração dos resíduos.
Quadro 3 – Medidas e cuidados adotados no descarte dos resíduos químicos orgânicos perigosos
Resíduos químicos orgânicos Medidas adequadas para o descarte
Resíduos orgânicos e suas soluções aquosas 
tóxicas
Coletar em frascos devidamente rotulados e 
que destaque essas informações
Resíduos orgânicos ácidos e suas soluções 
aquosas que não apresente toxicidade
Diluir com água, neutralizar com ácidos diluídos 
e descartar na rede coletora de esgoto em água 
corrente
Resíduos orgânicos básicos e suas soluções 
aquosas que não apresente toxicidade
Diluir com água, neutralizar com ácidos diluídos 
e descartar na rede coletora de esgoto em água 
corrente
Resíduos orgânicos neutros e suas soluções 
aquosas que não apresentem toxicidade
Diluir com água e descartar na rede coletora de 
esgoto em água corrente
Resíduos orgânicos sólidos insolúveis em água 
com risco de contaminação ao meio ambienteArmazenar em frascos etiquetados e para pos-
terior recolhimento
Resíduos orgânicos sólidos insolúveis em água 
sem risco de contaminação ao meio ambiente Filtrar e descartar em lixo comum
Solventes halogenados puros ou em mistura Armazenar em frascos etiquetados para poste-rior incineração
Solventes isentos de halogenados, puros ou em 
mistura tanto os com mais ou menos que 5% de 
água
Coletar em frascos etiquetados, para posterior 
incineração
Solventes isentos de toxicidade, puros ou em 
solução aquosa, utilizados em grande volume
Coletar em frascos etiquetados, para posterior 
incineração
Solventes que formam peróxidos e suas misturas Armazenar pelo menor tempo possível
Fonte: Fonseca (2009).
Resíduos Químicos Inorgânicos
Os resíduos químicos inorgânicos correspondem 
(FONSECA, 2009):
• Soluções aquosas de metais pesados;
• Ácidos e/ou soluções ácidas.
• Bases e/ou soluções básicas.
• Sulfetos.
• Cianetos.
• Mercúrio metálico.
• Sais de prata.
• Metais pesados.
183UNIDADE 5
O descarte desses materiais exige tanto cuidado quanto o descarte dos resíduos orgânicos perigosos. 
Veja, no Quadro 4, algumas medidas empregadas para o descarte correto destes materiais.
Quadro 4 – Medidas para o descarte dos resíduos químicos inorgânicos perigosos
Resíduos químicos inorgânicos Medidas adequadas para o descarte
Resíduos inorgânicos ácidos e suas solu-
ções aquosas
Diluir com água, neutralizar com bases diluídas e des-
cartar na rede coletora de esgoto em água corrente
Resíduos inorgânicos básicos e suas 
soluções aquosas
Diluir com água, neutralizar com ácidos diluídos e des-
cartar na rede coletora de esgoto em água corrente
Resíduos inorgânicos neutros e suas 
soluções aquosas
Diluir com água e descartar na rede coletora de esgoto 
em água corrente
Resíduos inorgânicos insolúveis em água 
com risco de contaminação ambiental
Armazenar em frascos etiquetados para posterior reco-
lhimento
Resíduos inorgânicos insolúveis em água 
sem risco de contaminação ambiental Coletar em saco plástico e descartar como lixo comum
Soluções contendo metal pesado
Devem ser armazenados em bombonas após terem 
sido precipitados na forma de hidróxido por solução de 
cal ou hidróxido de sódio comercial
Fonte: Fonseca (2009).
Fármacos Vencidos
Os fármacos vencidos ou o resíduo de seus produtos 
são considerados de risco potencial à saúde pública 
e ao meio ambiente, portanto, o seu descarte deverá 
seguir as orientações de segregação e acondiciona-
mento de resíduos químicos. Os demais medica-
mentos, uma vez descaracterizados (retirados da 
embalagem e triturados ou dissolvidos), podem 
ser descartados como resíduos comuns na rede de 
esgoto (CARTILHA FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
Devolver remédios vencidos às farmácias é uma 
das melhores formas de descartar tais resíduos. 
Porém, infelizmente, a população em geral não 
realiza tal prática.
Os produtos e resíduos biológicos são comuns 
aos ambientes laboratoriais, clínicas e hospitala-
res em suas mais variadas formas. Sendo assim, 
informações sobre o manuseio desse tipo de ma-
terial tornam-se relevantes, sobretudo quando o 
descarte desses produtos requerem atenção e pro-
cedimentos específicos, visando a manutenção da 
saúde coletiva. Nesse contexto, serão apresentadas 
informações gerais acerca do manuseio, controle 
e descarte de produtos biológicos. 
Aspectos Gerais dos Produtos 
e Resíduos Biológicos
Os resíduos biológicos podem ser definidos como 
resíduos com a possível presença de agentes bio-
lógicos que, por suas características de maior 
virulência ou concentração, possam apresentar 
risco de infecção (BRASIL, 2005). Para fornecer 
um ambiente de trabalho seguro, todos os agentes 
infecciosos devem ser manipulados de acordo 
com o Nível de Biossegurança (NB) a que estão 
Manuseio, Controle e 
Descarte de Produtos 
Biológicos
185UNIDADE 5
relacionados, dependendo da virulência, patogenicidade, estabilidade, rota da propagação, comu-
nicabilidade, quantidade e disponibilidade de vacinas ou de tratamento. O NB aplicável define não 
somente os procedimentos gerais de manipulação, mas também o tratamento dos resíduos biológicos 
(FONSECA, 2009).
Essa classe de resíduos pode ser incorporada em três categorias (FONSECA, 2009):
Resíduos Medicinais
Envolve todos os resíduos continuamente gerados em diagnóstico, em tratamento ou na 
imunização de seres humanos ou de animais, em pesquisa e na produção de testes biológicos.
Resíduos Patológicos
São os resíduos oriundos das carcaças de animais.
Resíduos de Laboratórios Biológicos ou que 
Trabalhem com Substâncias Controladas
São os resíduos cujas pesquisas envolvem moléculas de DNA recombinante ou outras ativi-
dades reguladas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
Manuseio e Controle dos Produtos e Resíduos Biológicos
O manuseio dos produtos biológicos deve ser 
efetuado por pessoal treinado e devidamente 
paramentado com os equipamentos de proteção 
individual indicados no Infográfico 1.
Sabe-se que a falta de cuidado no manuseio e 
nos demais procedimentos que envolvem os re-
síduos biológicos afetam muitos profissionais da 
área da saúde e podem acarretar graves proble-
mas. As consequências de uma exposição ocupa-
cional a microrganismos patogênicos veiculados 
pelo sangue vão além do comprometimento fí-
sico a curto prazo e influenciam em outros as-
pectos da saúde. O acidente envolvendo material 
biológico potencialmente contaminado pode 
trazer repercussões psicossociais ao profissio-
nal acidentado, levando mudanças nas relações 
sociais, familiares e de trabalho (MAGALHÃES; 
SANCHEZ, 2014). 
186 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
Infográfico 1 – EPI utilizados no manuseio de produtos e resíduos biológicos
Fonte: adaptado de Fonseca (2009).
Equipamento Função e Características
Proteger os cabelos - deve ser de cor branca.
Proteger os olhos - lente panorâmica, incolor e de plástico re-
sistente, com armação em plástico flexível, proteção lateral e 
válvulas para ventilação.
Para impedir a inalação de partículas e aerossóis, do tipo se-
mifacial.
Proteger o corpo - calça comprida e camisa de manga, material 
resistente e cor clara.
Material impermeável, resistente, tipo PVC, antiderrapante e 
de cano longo.
Material impermeável, resistente, tipo PVC, de solado antider-
rapante e cor clara.
187UNIDADE 5
Pré-Tratamento dos Resíduos Biológicos em Serviços de Saúde
Cabe ressaltar que, na possibilidade de uti-
lização da autoclave, esta deverá ser preferida 
pela redução dos impactos ambientais. Em se-
guida, aos pré-tratamentos descritos, é necessá-
ria a etapa de destinação dos resíduos livres de 
contaminação, e um procedimento amplamente 
utilizado nos serviços de saúde é a incinera-
ção. Este processo é indicado para os resíduos 
que não podem ser reciclados, reutilizados ou 
dispostos em aterros sanitários. A partir desse 
pré-tratamento, é possível reduzir significativa-
mente, em volume e em peso, a matéria orgânica 
submetida ao processo.
Para que a incineração ocorra de maneira 
eficiente, é preciso controlar alguns parâmetros, 
como: conformação do equipamento, tempo de 
residência adequado, temperatura, turbulência, 
alimentação e oxigenação. Recomenda-se que 
os materiais submetidos à incineração sejam 
pré-tratados por processo adequado para mi-
nimizar risco de exposição. Os incineradores 
modernos atuam com duas câmaras: na primei-
ra, a temperatura deve ser de, ao menos, 800 ºC; 
na segunda de, ao menos, 1000 ºC.
Podem ser incinerados os resíduos biológi-
cos do grupo A, curativos, chumaços, espéculos 
descartáveis, esparadrapo, algodão, gazes, dre-
nos, escalpes, bolsas coletoras, material de sutura, 
luvas, todo e qualquer material que entrar em 
contato com pacientes. É importante ressaltar 
que cinzas e escórias obtidas com a incinera-
ção contêm metais pesados e, portanto, devem 
ser caracterizadas segundo NBR 10004 (ABNT, 
2004) e enviadas para aterro condizente com a 
classe do material (FONSECA,2009). O Quadro 
5 indica alguns resíduos biológicos e estabelece 
o pré-tratamento e a destinação final adequados.
Aproveitando o ensejo, vamos, neste momento, 
aprofundarmos em relação à necessidade de trata-
mento prévio dos resíduos biológico oriundos dos 
serviços de saúde para o seu descarte. Os métodos 
mais comuns aplicados são a autoclavagem e a 
desinfecção química (FONSECA, 2009).
Autoclavagem
Na autoclavagem, a descontaminação se dá quan-
do o resíduo é exposto a altas temperaturas, me-
diante contato com vapor de água, durante um 
período de tempo suficiente para destruir todos 
os agentes patogênicos. Para esporos bacterianos, o 
processo requer uma temperatura mínima de 121 
ºC durante 20 minutos, ou 5 minutos para tempe-
raturas superiores a 134 ºC. A eficiência do proces-
so depende do tipo e do tamanho dos recipientes 
a serem esterilizados e, ainda, de sua distribuição 
no interior da autoclave (FONSECA, 2009).
Desinfecção Química
A redução ou eliminação da carga microbiana 
por meio de desinfecção química é uma alter-
nativa à autoclavagem. Esse método é indicado 
para o tratamento de resíduos líquidos, como 
sangue, urina e outros fluidos corpóreos. Dentre 
os agentes desinfetantes mais comuns estão: aldeí-
dos, compostos a base de cloro, sais de amônio e 
compostos fenólicos. A velocidade e a eficiência 
dependem do tipo e da quantidade de substância 
empregada, do tempo e da extensão do contato 
entre o desinfetante e o resíduo, da matéria or-
gânica presente no resíduo, da temperatura, da 
umidade e do pH (FONSECA, 2009; CARTILHA 
FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
188 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
Quadro 5 – Resíduos biológicos, pré-tratamento e destinação adequada
Resíduo biológico Pré-tratamento Destino
Cultura e estoque de agentes infectantes Autoclavagem Incineração
Resíduos líquidos de humanos (sangue ou 
outros fluidos corpóreos contaminados 
com sangue; e demais fluidos corpóreos)
Autoclavagem ou desinfecção química
Pode ser 
lançado na 
rede de esgoto
Animais (carcaças inteiras e peças con-
taminadas ou não) Autoclavagem
Incineração ou 
vala asséptica
Material perfurocortante contaminado 
ou não com agente infectante Autoclavagem Incineração
Peças anatômicas (membros) de 
humanos 
Após o registro no local de geração, devem ser 
encaminhados para tratamento térmico por inci-
neração em condições compatíveis com o esta-
belecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002. 
Fonte: Fonseca (2009).
Descarte dos Produtos e Resíduos Biológicos
Os resíduos biológicos devem ser acondicionados 
em sacos brancos, contendo o símbolo universal 
de risco biológico (Figura 1) de tamanho compa-
tível com a quantidade. Há um lacre próprio para 
o fechamento, sendo terminantemente proibido 
esvaziar ou reaproveitar os sacos. A substituição 
do saco ocorrerá quando forem atingidos 2/3 de 
sua capacidade e pelo menos uma vez a cada 24 
horas. Dessa forma, a coleta deve ser efetuada dia-
riamente e em intervalos regulares, de forma a 
atender à demanda e evitar acúmulo de resíduos 
nos locais de produção (FONSECA, 2009; CAR-
TILHA FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
Ainda, é de fundamental importância que 
todos os sacos de descarte estejam devidamente 
identificados e preenchidos, contendo informa-
ções, como: nome do responsável ou nome do 
Departamento e data do descarte do saco (CAR-
TILHA FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
Culturas, estoques de microrganismos e instru-
mentais utilizados para transferência, inoculação 
ou mistura destes, resíduos de manipulação ge-
nética, resíduos de fabricação de produtos bio-
lógicos, vacinas de agentes vivos ou atenuados, 
bolsas transfusionais contendo sangue, rejeitadas 
por contaminação, má conservação ou vencidas e 
sobras de amostras de laboratório contendo san-
gue ou líquidos corpóreos são exemplos de mate-
riais biológicos que necessitam, obrigatoriamente, 
receber tratamento antes de deixar o local. 
Enquanto que recipientes e materiais contami-
nados provenientes da manipulação de amostras 
humanas, bolsas transfusionais vazias ou com vo-
lume residual, filtros de ar e gases aspirados de área 
contaminada, membrana filtrante de equipamento 
de pesquisa e outros similares devem ser acondi-
cionados em sacos brancos, lacrados, identificados 
e armazenados em recipiente rígido até a coleta 
(CARTILHA FMUSP-HC, 2017, on-line)2.
Dessa forma, os resíduos que não podem ser 
tratados no estabelecimento gerador devem ser 
armazenados para serem, então, enviados para tra-
tamento ou destino final. Dependendo do porte do 
gerador, pode haver necessidade de se ter um abri-
go interno e um externo, os quais devem atender 
uma série de especificações (FONSECA, 2009).
189UNIDADE 5
Os resíduos de serviços de saúde são parte im-
portante do total de resíduos sólidos urbanos, não 
necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 
1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que 
representam à saúde pública e ao meio ambiente 
(BRASIL, 2006).
Neste contexto, o Plano de Gerenciamento dos 
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o docu-
mento que aponta e descreve as ações relativas ao 
manejo dos resíduos sólidos, considerando suas 
inúmeras características e riscos, ações de prote-
ção à saúde e ao meio ambiente e os princípios 
da biossegurança de empregar medidas técnicas 
administrativas e normativas para prevenir aci-
dentes (BRASIL, 2006). A Figura 2 apresenta as 
etapas envolvidas para a implantação do PGRSS 
nos serviços de saúde. 
Plano de Gerenciamento 
de Resíduos de Serviços 
de Saúde - PGRSS
190 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
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ção
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e
Int
ern
o
• Manejo: compreende todas as ações de geren-
ciar os resíduos em seus aspectos intra e extra 
estabelecimento, desde a geração até a dispo-
sição final, incluindo as etapas subsequentes.
• Segregação: consiste na separação dos resí-
duos no momento e local de sua geração, de 
acordo com as características físicas, quími-
cas, biológicas, o seu estado físico e os riscos 
envolvidos.
• Acondicionamento: compreende o ato de 
embalar os resíduos segregados, em sacos ou 
recipientes que evitem vazamentos e resis-
tam à ruptura. A capacidade dos recipientes 
de acondicionamento deve ser compatível 
com a geração diária de cada tipo de resíduo.
• Identificação: consiste no conjunto de me-
didas que permite o reconhecimento dos 
resíduos contidos nos sacos e recipientes, 
fornecendo informações em relação ao cor-
reto manejo dos resíduos de serviço de saú-
de. Conforme o risco oferecido pelo agente 
infeccioso, os sacos plásticos poderão ser 
brancos (utilizado no descarte da maioria 
dos resíduos biológicos) ou vermelhos (para 
príons e agentes da classe de risco 4).
• Transporte interno: consiste no traslado 
dos resíduos dos pontos de geração até o 
local destinado ao armazenamento tem-
porário ou armazenamento externo, com 
a finalidade de apresentação para a coleta.
• Armazenamento: trata da guarda tempo-
rária dos recipientes contendo os resíduos 
já acondicionados, em local próximo aos 
pontos de geração, visando agilizar a co-
leta dentro do estabelecimento e otimizar 
o deslocamento entre os pontos geradores 
e o ponto destinado à apresentação para 
coleta externa.
• Tratamento: compreende a aplicação de 
método, técnica ou processo que modifi-
que as características dos riscos inerentes 
aos resíduos, reduzindo ou eliminando o 
risco de contaminação, de acidentes ocu-
pacionais ou de dano ao meio ambiente. O 
tratamento pode ser aplicado no próprio 
estabelecimento gerador ou em outro es-
tabelecimento, observadas, nestes casos, as 
condições de segurança para o transporte 
entre o estabelecimento gerador e o local 
do tratamento.
Figura 2 - Etapas para a implantação do PGRSS
Fonte: os autores.
191UNIDADE 5
• Armazenamento externo: trata-se da 
guarda dosrecipientes de resíduos até a 
realização da etapa de coleta externa, em 
ambiente exclusivo com acesso facilitado 
para os veículos coletores.
• Coleta: compreende a remoção dos resí-
duos do abrigo até a unidade de tratamento 
ou disposição final, utilizando-se técnicas 
que garantam a preservação das condições 
de acondicionamento e a integridade dos 
trabalhadores, da população e do meio 
ambiente, devendo estar de acordo com as 
orientações dos órgãos de limpeza urbana.
• Disposição final: trata-se da disposição 
dos resíduos no solo, previamente prepara-
do para recebê-los, obedecendo a critérios 
técnicos de construção e operação e licen-
ciamento ambiental (BRASIL, 2004).
A elaboração, implantação e desenvolvimento do 
PGRSS deve envolver os setores de higienização 
e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar - CCIH ou Comissões de Biossegurança e 
os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina 
no Trabalho - SESMT, onde houver obrigatorie-
dade de existência desses serviços, por meio de seus 
responsáveis, abrangendo toda a comunidade do 
estabelecimento, estando de acordo com as legis-
lações de saúde, ambiental e de energia nuclear 
vigentes (BRASIL, 2006).
Desse modo, antes de implementar o PGRSS, 
é recomendável que os responsáveis pelo laborató-
rio estudem por um período de dois a três meses os 
diferentes tipos de resíduos gerados nas atividades 
realizadas, a fim de verificar o percentual de cada 
um dos tipos de resíduos e atender às orientações e 
regulamentações estaduais, municipais ou federais. 
Também, ao implantar o PGRSS, é necessário saber 
algumas características da cidade, do aterro sanitá-
rio, do tratamento de água e esgoto, das empresas 
especializadas em transporte de resíduos e de abrigo 
de lixo, essas são algumas das recomendações da 
Sociedade brasileira de patologia clínica e medi-
cina laboratorial para a coleta de sangue venoso 
(COSTALONGA; FINAZZI; GONÇALVES, 2010).
Devido a sua relevância, o PGRSS deve ser planejado e conhecido de toda a gestão laboratorial. Nesse 
contexto, diversos modelos básicos, como os indicados na sequência, podem ser encontrados em 
diversos sites de busca, com o intuito de auxiliar e exemplificar no preenchimento deste documento 
tão relevante. Seguem alguns links contendo exemplos de PGRSS básicos:
<https://goo.gl/LgSR6d>.
<https://goo.gl/kf4Brn>.
Lembrando que as especificidades de segmento e as exigências municipais e estaduais devem 
sempre ser respeitadas.
192 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
Fontes Geradoras
Diferentes estabelecimentos de assistência à saúde 
humana ou animal são responsáveis pela geração 
de resíduos sólidos, líquidos e semilíquidos, com 
maior ou menor potencial contaminante. Dentre 
estes estão (BRASIL, 2006):
• ID da Serviços de assistência domiciliar e de 
trabalhos de campo.
• Laboratórios analíticos de produtos para 
saúde.
• Necrotérios, funerárias e serviços onde se 
realizam atividades de embalsamento.
• Serviços de medicina legal.
• Drogarias e farmácias, inclusive, as de ma-
nipulação.
• Estabelecimentos de ensino e pesquisa na 
área de saúde.
• Centros de controle de zoonoses.
• Distribuidores de produtos farmacêuticos, 
importadores, distribuidores e produtores de 
materiais e controles para diagnóstico in vitro.
• Unidades móveis de atendimento à saúde.
• Serviços de acupuntura.
• Serviços de tatuagem, dentre outros similares.
Ressalta-se que os estabelecimentos de serviços 
de saúde mencionados anteriormente são os res-
ponsáveis pelo correto gerenciamento de todos 
os resíduos dos serviços de saúde (RSS) por eles 
gerados, cabendo aos órgãos públicos, dentro de 
suas competências, a gestão, regulamentação e 
fiscalização (BRASIL, 2006).
Classificação dos Resíduos 
dos Serviços de Saúde (RSS)
Os resíduos devem ser classificados em gru-
pos e subgrupos para facilitar a execução da 
atividade e dar o correto tratamento para cada 
grupo. A classificação dos RSS objetiva destacar 
a composição desses resíduos visando seu ma-
nejo seguro, segundo suas características bio-
lógicas, físicas, químicas, o estado da matéria e 
sua origem, e os riscos de transmitir doenças, 
provocar acidentes ocupacionais ou promo-
ver danos ao meio ambiente (MOL; SANTOS; 
NUNES, 2017).
Dessa forma, segundo a Resolução n° 306 
(BRASIL, 2004) e a Resolução CONAMA n° 
358 (BRASIL, 2005), os resíduos de serviço de 
saúde são classificados em:
Grupo A
Este grupo compreende resíduos que 
possivelmente apresentam agentes bio-
lógicos com concentração e virulência 
elevada, elevando riscos de infecção. 
Em função de seus vários tipos de mi-
crorganismos existentes, os resíduos do 
grupo A podem ser subdivididos em 
cinco subgrupos, sendo eles:
193UNIDADE 5
A1
Pertencem a este grupo:
• Estoques de microrganismos e culturas.
• Resíduos utilizados na fabricação de pro-
dutos biológicos, exceto os hemoderivados.
• Descarte de vacinas contendo microrga-
nismos vivos ou atenuados.
• Meios de cultura e aparato utilizado na 
transferência, inoculação ou mistura de 
culturas.
• Resíduos de laboratórios resultantes de 
manipulação genética.
• Resíduos remanescentes do atendimen-
to à saúde de indivíduos ou animais, com 
possível ou efetiva contaminação biológica 
por agentes classe de risco 4, microrganis-
mos com amplo risco de contaminação 
ou potencial epidêmico e de mecanismo 
de transmissão desconhecido. 
• Hemocomponentes, como bolsas transfu-
sionais rejeitadas devido à validade expi-
rada, à contaminação ou pela má conser-
vação, ou com prazo de validade vencido.
• Amostras laboratoriais e aparatos utiliza-
dos no atendimento e assistência à saúde, 
contendo sangue ou líquidos corpóreos 
residuais ou em forma livre; recipientes e 
materiais resultantes do processo de assis-
tência à saúde, contendo sangue ou líqui-
dos corpóreos na forma livre.
A2
Compreendem as vísceras, membros, peças ana-
tômicas e outros resíduos oriundos de animais 
utilizados em processos de experimentação de 
inoculação microbiológica, assim como os cadá-
veres de animais com suspeita de contaminação 
por microrganismos de importância epidemio-
lógica de potencial disseminação utilizados ou 
não em estudos e pesquisas ou que apresentarem 
contaminação confirmada por diagnóstico.
A3
Este grupo abrange os membros ou peças ana-
tômicas humanas; produto de fecundação sem 
sinais vitais, com estrutura inferior a 25 centí-
metros, peso inferior a 500 gramas ou de idade 
gestacional inferior a 20 semanas, que não tenham 
valor científico ou legal e que não tenha sido re-
quisitado pelos pacientes ou familiares.
A4
Compreendem ao subgrupo A4:
• Material de punção arterial, endovenosas 
e aparato utilizado em diálise, quando uti-
lizados.
• Filtros de ar e gases succionados de área 
contaminada.
• Aparatos de filtração, como, por exemplo, 
as membranas e equipamentos filtrantes 
médico-hospitalar e utilizados em pesqui-
sas, entre outros similares.
• Amostra residuais e recipientes contendo 
urina, fezes e outras secreções oriundas 
de pacientes que não contenham e nem 
apresentem suspeitas de conter agentes 
da Classe de Risco 4, e que não apresen-
tem relevância epidemiológica ou risco de 
disseminação, ou microrganismos relacio-
nados a doenças emergentes epidemiologi-
camente importantes, cujo mecanismo de 
transmissão seja desconhecido ou, ainda, 
material biológico com suspeita ou possí-
vel contaminação por príons.
A5
São os órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais 
perfurocortantes ou escarificantes e demais mate-
riais resultantes da atenção à saúde de indivíduos 
ou animais, com suspeita ou certeza de contami-
nação com príons.
Tratamento e Disposição 
Final dos RSS
Para a descontaminação dos resíduos infectan-
tes, deve ser empregado tratamento prévio por 
meio da aplicação de processos térmicos, quí-
micos ou biológicos, de eficiência comprovada, 
visando reduzir ou eliminar o risco de contami-
nação, acidentes ocupacionais ou danos à saúde 
pública e ao meioambiente. Já o tratamento final 
pode ser efetuado por técnicas, como: vala sép-
tica, micro-ondas, pirólise, plasma térmico, au-
toclavagem, esterilização de gases e incineração. 
A escolha depende da adequação da técnica às 
características quali-quantitativas do resíduo e 
do seu fluxo nos ambientes externos e internos 
do estabelecimento gerador (MOL; SANTOS; 
NUNES, 2017).
Dentre os resíduos com risco biológico ge-
rados em estabelecimento de saúde, o grupo A, 
com destaque para os subgrupos A1, A2 e A5, é o 
que apresenta potencial de contaminação eleva-
do e, portanto, deve ser descontaminado no local 
de geração, antes da destinação final, que pode 
ser realizada em aterro sanitário devidamente 
licenciado para receber este tipo de resíduo.
Caso estejas com dúvida em relação aos trata-
mentos utilizados nos resíduos de serviço de saú-
de, retorne ao tópico anterior, nele explicamos 
separadamente os métodos de autoclavagem e 
desinfecção química, além da incineração. 
Em relação a disposição final dos RSS, as for-
mas atualmente utilizadas são: aterro sanitário, 
aterro de resíduos perigosos classe I (para re-
síduos industriais), aterro controlado, lixão ou 
vazadouro e valas (BRASIL, 2006).
Grupo B
Compreende resíduos com substâncias 
químicas que apresentam possível risco 
à saúde pública ou ao meio ambiente, 
dependendo de algumas característi-
cas específicas, como: inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade e toxicidade.
Grupo C
São todos os materiais remanescentes 
de atividades que envolvam radionu-
clídeos em quantidades superiores aos 
limites de eliminação especificados 
nas normas da Comissão Nacional de 
Energia Nuclear (CNEN) para os quais 
a reutilização é imprópria, não prevista 
ou não recomendada.
Grupo D
Trata-se dos resíduos que não represen-
tam risco biológico, químico ou radio-
lógico à saúde humana e ao meio am-
biente, sendo equiparados aos resíduos 
domésticos ou domiciliares.
Grupo E
 São os materiais perfurocortantes (lâ-
minas de barbear, agulhas, ampolas de 
vidro, bisturi etc.) e escarificantes.
195UNIDADE 5
Aterro Sanitário
É um processo utilizado para a disposição de resí-
duos sólidos no solo de forma segura e controlada, 
garantindo a preservação ambiental e a saúde pú-
blica. O sistema está fundamentado em critérios 
de engenharia e normas operacionais específicas.
O principal objetivo do aterro sanitário é dis-
por os resíduos no solo de forma segura e con-
trolada, garantindo a preservação ambiental e 
a saúde.
Aterro de Resíduos Perigosos - 
Classe I - Aterro Industrial
Técnica de disposição final de resíduos químicos 
no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pú-
blica, minimizando os impactos ambientais e uti-
lizando procedimentos específicos de engenharia 
para o confinamento destes.
Aterro Controlado
Neste sistema, os resíduos são descarregados no 
solo, com recobrimento de camada de material 
inerte, diariamente. Essa forma não evita os pro-
blemas de poluição, pois é carente de sistemas de 
drenagem, tratamento de líquidos, gases, imper-
meabilização etc.
Lixão ou Vazadouro
Este é considerado um método inadequado de 
disposição de resíduos sólidos e se caracteriza 
pela simples descarga de resíduos sobre o solo, 
sem medidas de proteção ao meio ambiente e à 
saúde. É altamente prejudicial à saúde e ao meio 
ambiente, devido ao aparecimento de vetores in-
desejáveis, mau cheiro, contaminação das águas 
superficiais e subterrâneas, presença de catado-
res, risco de explosões, devido à geração de gases 
(CH4) oriundos da degradação do lixo. A Figura 
3 ilustra a situação caótica de um lixão.
Valas Sépticas
Esta técnica, com a impermeabilização do solo 
de acordo com a norma da ABNT, é chamada de 
Célula Especial de RSS e é empregada em peque-
nos municípios. Consiste no preenchimento de 
valas escavadas impermeabilizadas, com largura e 
profundidade proporcionais à quantidade de lixo 
a ser aterrada. A terra é retirada com retroescava-
deira ou trator que deve ficar próxima às valas e, 
posteriormente, ser usada na cobertura diária dos 
resíduos. Os veículos de coleta depositam os resí-
duos sem compactação diretamente no interior 
da vala e, no final do dia, é efetuada sua cobertura 
com terra, podendo ser feita manualmente ou por 
meio de máquina.
Caro(a) aluno(a), depois de uma longa caminhada, 
na qual adquirimos importantes conhecimentos, 
estamos chegando ao fim deste estudo, e vamos 
encerrá-lo com um assunto de extrema valia, as 
Leis em Biossegurança, com ênfase na Comissão 
Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio).
CNTBio
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio) é uma instância colegiada multidisci-
plinar, integrante do Ministério da Ciência e Tec-
nologia, com a finalidade de prestar apoio técnico 
consultivo e de assessoramento ao Governo Fede-
ral na formulação, atualização e implementação da 
Política Nacional de Biossegurança relativa aos Or-
ganismos Geneticamente Modificados, bem como 
no estabelecimento de normas técnicas de segu-
rança e pareceres técnicos conclusivos referentes à 
proteção da saúde humana, dos organismos vivos e 
do meio ambiente, para atividades que envolvam a 
construção, experimentação, cultivo, manipulação, 
transporte, comercialização, consumo, armazena-
mento, liberação e descarte de Organismos Geneti-
camente Modificados e derivados (CNTBio, 2017).
Legislação em 
Biossegurança
http://www.ctnbio.gov.br/
197UNIDADE 5
O funcionamento da CTNBio é definido pela 
Lei de Biossegurança (Lei 11.105), regulamentada 
em 2005, segundo a qual a (BRASIL, 2005):
 “
CNTBio, composta de membros titulares e 
suplentes, designados pelo Ministro de Es-
tado da Ciência e Tecnologia é constituída 
por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de 
reconhecida competência técnica, de no-
tória atuação e saber científico, com grau 
acadêmico de doutor e com destacada ativi-
dade profissional nas áreas de biosseguran-
ça, biotecnologia, biologia, saúde humana e 
animal ou meio ambiente [...].
Segundo a Lei de Biossegurança, a CNTBio tem 
como objetivos:
• Estabelecer normas para as pesquisas com 
OGM e derivados de OGM.
• Estabelecer normas às atividades e aos pro-
jetos relacionados a OGM e seus derivados.
• Estabelecer, no âmbito de suas competên-
cias, critérios de avaliação e monitoramen-
to de risco de OGM e seus derivados.
• Proceder à análise da avaliação de risco, 
caso a caso, relativamente a atividades e 
projetos que envolvam OGM e seus de-
rivados.
• Estabelecer os mecanismos de funciona-
mento das Comissões Internas de Biosse-
gurança – CIBio, no âmbito de cada insti-
tuição que se dedique ao ensino, à pesquisa 
científica, ao desenvolvimento tecnológi-
co e à produção industrial que envolvam 
OGM ou seus derivados.
• Estabelecer requisitos relativos à biossegu-
rança para autorização de funcionamen-
to de laboratório, instituição ou empresa 
que desenvolverá atividades relacionadas 
a OGM e seus derivados.
• Relacionar-se com instituições voltadas 
para a biossegurança de OGM e seus deri-
vados, em âmbito nacional e internacional.
• Autorizar, cadastrar e acompanhar as ati-
vidades de pesquisa com OGM ou deri-
vado de OGM, nos termos da legislação 
em vigor.
• Autorizar a importação de OGM e seus 
derivados para atividade de pesquisa.
• Prestar apoio técnico consultivo e de as-
sessoramento ao Conselho Nacional de 
Biossegurança (CNBS), na formulação da 
Política Nacional de Biossegurança (PNB) 
de OGM e seus derivados.
• Emitir Certificado de Qualidade em Bios-
segurança – CQB para o desenvolvimento 
de atividades com OGM e seus derivados 
em laboratório, instituição ou empresa e 
enviar cópia do processo aos órgãos de 
registro e fiscalização.
• Emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a 
biossegurança de OGM e seus derivados 
no âmbito das atividades de pesquisa e de 
uso comercial de OGM e seus derivados, 
inclusive a classificação quanto ao grau 
de risco e nível de biossegurança exigido, 
bem como medidas de segurança exigidas 
e restriçõesao uso.
• Definir o nível de biossegurança a ser apli-
cado ao OGM e seus usos, e os respectivos 
procedimentos e medidas de segurança 
quanto ao seu uso, conforme as normas 
estabelecidas na regulamentação desta Lei, 
bem como quanto aos seus derivados.
• Classificar os OGM segundo a classe de 
risco, observados os critérios estabelecidos 
no regulamento desta Lei.
• Acompanhar o desenvolvimento e o pro-
gresso técnico-científico na biossegurança 
de OGM e seus derivados.
198 Gerenciamento e Descarte de Resíduos Laboratoriais
• Emitir resoluções, de natureza normativa, 
sobre as matérias de sua competência.
• Apoiar tecnicamente os órgãos competen-
tes no processo de prevenção e investigação 
de acidentes e de enfermidades, verificados 
no curso dos projetos e das atividades com 
técnicas de DNA/RNA recombinante.
• Apoiar tecnicamente os órgãos e entidades 
de registro e fiscalização no exercício de 
suas atividades relacionadas a OGM e seus 
derivados.
• Divulgar no Diário Oficial da União, pre-
viamente à análise, os extratos dos plei-
tos e, posteriormente, dos pareceres dos 
processos que lhe forem submetidos, bem 
como dar ampla publicidade no Sistema 
de Informações em Biossegurança – SIB 
a sua agenda, processos em trâmite, rela-
tórios anuais, atas das reuniões e demais 
informações sobre suas atividades, excluí-
das as informações sigilosas, de interesse 
comercial, apontadas pelo proponente e 
assim consideradas pela CTNBio.
• Identificar atividades e produtos decor-
rentes do uso de OGM e seus derivados 
potencialmente causadores de degradação 
do meio ambiente ou que possam causar 
riscos à saúde humana.
• Reavaliar suas decisões técnicas por so-
licitação de seus membros ou por recur-
so dos órgãos e entidades de registro e 
fiscalização, fundamentado em fatos ou 
conhecimentos científicos novos, que se-
jam relevantes quanto à biossegurança do 
OGM ou derivado, na forma desta Lei e 
seu regulamento.
• Propor a realização de pesquisas e estudos 
científicos no campo da biossegurança de 
OGM e seus derivados.
• Apresentar proposta de regimento interno 
ao Ministro da Ciência e Tecnologia.
Como podemos observar, são inúmeras as atribui-
ções concedidas ao CNTBio, por meio da Lei de 
Biossegurança, e deixa claro a grande preocupa-
ção em relação, principalmente, à biossegurança 
dos OGM e seus derivados.
Caso empresas ou demais entidades não res-
peitem as normas estabelecidas pela Lei citada e 
disposições legais pertinentes, os responsáveis pelos 
danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, 
solidariamente, por sua indenização ou reparação 
integral, independentemente da existência de culpa.
As infrações administrativas serão punidas na 
forma disposta no regulamento desta Lei, inde-
pendentemente das medidas cautelares de apreen-
são de produtos, suspensão de venda de produto e 
embargos de atividades, com as seguintes sanções:
• Advertência.
• Multa.
• Apreensão de OGM e seus derivados.
• Suspensão da venda de OGM e seus de-
rivados.
• Embargo da atividade.
• Interdição parcial ou total do estabeleci-
mento, atividade ou empreendimento.
• Suspensão de registro, licença ou autori-
zação.
• Cancelamento de registro, licença ou au-
torização.
• Perda ou restrição de incentivo e benefício 
fiscal concedidos pelo governo.
• Perda ou suspensão da participação em li-
nha de financiamento em estabelecimento 
oficial de crédito.
• Intervenção no estabelecimento.
• Proibição de contratar com a administra-
ção pública, por período de até 5 (cinco) 
anos.
Vale salientar que todos os recursos arrecadados 
com base nas infrações cometidas serão destinados 
aos órgãos e entidades de registro e fiscalização.
199UNIDADE 5
Mesmo com todas as sanções descritas anteriormente, muitas vezes, a infração pode constituir-se 
de um crime ou contravenção e, portanto, penas devem ser aplicadas pela autoridade fiscalizadora. O 
Quadro 6 apresenta os crimes e suas respectivas penalidades, segundo a Lei de Biossegurança.
Quadro 6 – Crimes e penalidades adotadas pelos agentes fiscalizadores da CNTBio
Crime Pena
Utilização de embrião humano em desacordo com o previsto 
pela Lei 11.105 Detenção de 1 a 3 meses e multa
Praticar engenharia genética em célula germinal humana, 
zigoto humano ou embrião humano Reclusão de 1 a 4 anos e multa
Realizar clonagem humana Reclusão de 2 a 5 anos e multa
Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo 
com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e 
entidades de registro e fiscalização
Reclusão de 1 a 4 meses e multa
Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnolo-
gias genéticas de restrição do uso Reclusão de 2 a 5 anos e multa
Produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou 
exportar OGM ou seus derivados, sem autorização ou em 
desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos 
órgãos e entidades de registro e fiscalização
Reclusão de 1 a 2 anos e multa
Fonte: adaptado de Brasil (2005).
Conselho Nacional de Biossegurança - CNBS
É um órgão de assessoramento superior da Presidência da República, criado por meio da Lei de 
Biossegurança e constituído de 11 Ministros de Estado, tendo como objetivo principal formular e 
implementar a Política Nacional de Biossegurança - PNB.
Além disso, compete a este órgão:
• Fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com 
competências sobre a matéria.
• Analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioe-
conômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus 
derivados.
O Ministro de Estado da Casa Civil, o Ministro da Justiça, o Ministro da Ciência e Tecnologia, o Mi-
nistro do Desenvolvimento Agrário, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministro da 
Saúde, o Ministro do Meio Ambiente, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 
o Ministro das Relações Exteriores, o Ministro da Defesa e o Secretário de Aquicultura e Pesca são os 
constituintes do CNBS.
Comissão Interna de 
Biossegurança (CIBio)
A CIBio compreende ao órgão criado por toda 
a instituição que utilize técnicas e métodos de 
engenharia genética ou que realize pesquisas com 
OGM e seus derivados. Dentre as suas compe-
tências estão:
• Manter informados os trabalhadores e 
demais membros da coletividade, quando 
suscetíveis de serem afetados pela ativi-
dade, sobre as questões relacionadas com 
a saúde e a segurança, bem como sobre os 
procedimentos em caso de acidentes.
• Estabelecer programas preventivos e de 
inspeção para garantir o funcionamento 
das instalações sob sua responsabilidade, 
dentro dos padrões e normas de biosse-
gurança, definidos pela CTNBio na regu-
lamentação desta Lei.
• Encaminhar à CTNBio os documentos 
cuja relação será estabelecida na regula-
mentação desta Lei, para efeito de análise, 
registro ou autorização do órgão compe-
tente, quando couber.
• Manter registro do acompanhamento in-
dividual de cada atividade ou projeto em 
desenvolvimento que envolvam OGM ou 
seus derivados.
• Notificar à CTNBio, aos órgãos e entidades 
de registro e fiscalização e às entidades de 
trabalhadores o resultado de avaliações de 
risco a que estão submetidas as pessoas 
expostas, bem como qualquer acidente ou 
incidente que possa provocar a dissemina-
ção de agente biológico.
• Investigar a ocorrência de acidentes e as 
enfermidades possivelmente relacionados 
à OGM e seus derivados e notificar suas 
conclusões e providências à CTNBio.
201UNIDADE 5
Sistema de Informação em 
Biossegurança (SIBio)
Trata-se do Sistema destinado à gestão das in-
formações decorrentes das atividades de análise, 
autorização, registro, monitoramento e acompa-
nhamento das atividades que envolvam OGM 
e seus derivados. Desse modo, os órgãos e en-
tidades devem alimentar o Sistema com infor-
mações relativas às atividades de que trata essa 
Lei, processada no âmbito de sua competência.
Nesse sentido, caro(a) aluno(a),torna-se im-
prescindível conhecer as legislações específicas, 
os sistemas de informações e as especificidades 
relacionadas aos OGMs, uma vez que a rela-
ção de práticas utilizando a manipulação gênica 
ou ferramentas de engenharia genética sem a 
devida autorização ou registro junto às insti-
tuições responsáveis pode resultar em sérias 
consequências!
Nesta última unidade, podemos conhecer um 
pouco sobre os tratamentos e destinação dos re-
síduos gerados na área da saúde que apresentam 
características específicas e que são reflexo do 
tipo de atendimento ou serviço prestado. Pode-
mos conhecer algumas das práticas mais comuns 
voltadas ao tratamento desses resíduos da área 
da saúde, bem como as legislações e recomen-
dações voltadas ao transporte interno, logística 
e disposição final desse material.
Ainda em relação aos resíduos laboratoriais, 
clínicos e hospitalares, conhecemos e discutimos 
acerca da importância da elaboração adequada de 
um Plano de gerenciamento de resíduos de servi-
ços de saúde (PGRSS), documento fundamental 
para a concessão de licenciamentos e regulari-
zação junto aos órgãos de vigilância competen-
tes. Tal documento descreve detalhadamente a 
destinação e manejo acerca dos resíduos gerados 
em ambientes voltados ao atendimento em saúde. 
Após estas discussões iniciais ainda voltadas à 
rotina laboratorial e aos atendimentos de normas 
específicas, informações sobre legislações rela-
cionadas à biossegurança e, em especial, a mani-
pulação de microrganismos geneticamente mo-
dificados (OGMs) foram apresentadas as ações 
da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CNTBio) e do Conselho Nacional de Biossegu-
rança (CNBs) que, por meio da lei de biossegu-
rança, podem regulamentar, fiscalizar e punir o 
desenvolvimento e a manipulação de produtos 
geneticamente modificados que não atendam os 
critérios de qualidade estipulados. 
Por fim, caro(a) aluno(a), esperamos ter contri-
buído com informações relevantes e pertinentes 
em relação a esta grande área do conhecimento 
multidisciplinar e tão necessária denominada 
biossegurança. Esperamos que sua jornada aca-
dêmica seja repleta de conquistas e realizações. 
Um grande abraço! 
202
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos 
Químicos (GHS) congrega o esforço de várias agências internacionais, coordena-
das pela Organização das Nações Unidas (ONU), para harmonizar a classificação 
de produtos químicos perigosos e a comunicação de perigos para diferentes 
públicos alvo, como organizações, trabalhadores e consumidores em geral. Em 
relação ao exposto, assinale a alternativa que não corresponde a perigos físicos 
segundo o GHS. 
a) Peróxidos orgânicos.
b) Células germinativas.
c) Gases inflamáveis.
d) Gases oxidantes.
e) Líquidos inflamáveis.
2. Conforme exposto ao longo desta unidade de nosso material didático, a Comis-
são Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) possui inúmeras atribuições 
concedidas pela Lei de Biossegurança, dentre as quais figura a fiscalização de 
produtos oriundos de organismos geneticamente modificados (OGMs) que 
requerem uma série de medidas especiais e cuidados adequados para seu 
manuseio e utilização. Com base no exposto, analise as assertivas e assinale 
a alternativa que corresponde as medidas que podem ser aplicadas aos esta-
belecimentos ou instituições que não atendem as normas específicas para o 
trabalho com OGMs.
I) Perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo.
II) Interdição exclusivamente parcial da instituição ou estabelecimento.
III) Multas e Advertências.
IV) Embargo da atividade.
203
Está correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas II está correta.
d) Apenas I, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
3. Diferentes estabelecimentos de assistência à saúde humana ou animal são 
responsáveis pela geração de resíduos sólidos, líquidos e semilíquidos, sendo 
esses estabelecimentos responsáveis pela coleta, tratamento e destinação final 
desses resíduos gerados. Nesse sentido, assinale (V) para verdadeiro e (F) para 
falso nos estabelecimento listados que possuem potencial de geração de resí-
duos perigosos ou contaminantes em saúde. 
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
 ) ( Laboratórios analíticos.
 ) ( Serviços de medicina legal.
 ) ( Unidades móveis de atendimento à saúde.
 ) ( Distribuidores de serviços farmacêuticos. 
 ) ( Bares e restaurantes.
4. Os serviços de atendimento em saúde, especialmente os voltados à prática da 
medicina legal, são responsáveis pela geração de resíduos específicos em fun-
ção do tipo de atendimento/serviço prestado, por exemplo, pelas anatômicas 
(membros) e vísceras oriundas de procedimentos cirúrgicos. Nesse sentido, 
discorra brevemente acerca dos procedimentos que devem ser realizados para 
o correto descarte/destinação dessas peças anatômicas. 
5. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é uma instância cole-
giada multidisciplinar, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia com a 
finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao Governo 
Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de 
Biossegurança relativa aos Organismos Geneticamente Modificados. Neste 
entendimento, cite alguns dos principais objetivos da CNTBio fomentados pela 
Lei de Biossegurança. 
http://www.ctnbio.gov.br/
204
O presente manual disponibilizado pela Universidade Estadual Paulista “Júlio 
de Mesquita Filho” (Unesp) tem por objetivo orientar quanto à correta carac-
terização, passivação e disposição final de resíduos gerados em ambientes 
laboratoriais.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
WEB
http://appgame.unicesumar.edu.br/API/public/getlinkidapp/3/123
205
ABIQUIM. Associação Brasileira da Indústria Química. Departamento de Assuntos Técnicos. O que é o GHS? 
Sistema harmonizado globalmente para a classificação e rotulagem de produtos químicos. São Paulo: ABIQUIM/
DETEC, 2005. 69 p.
ABNT. ABNT NBR 10004. Resíduos sólidos – Classificação. ABNT, 2004.
______. ABNT NBR 14725-2. Produtos químicos – informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. 
Parte 2: Classificação de perigo. 2009. 98 p.
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Lei n° 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta 
os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos 
de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, 
cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
– CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 
1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no10.814, 
de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2005. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm>. Acesso em: 29 out. 2018.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 306, de 7 de 
dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde. 2004. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0306_07_12_2004.
pdf/95eac678-d441-4033-a5ab-f0276d56aaa6>. Acesso em: 29 out. 2018.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos 
de serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 182 p.
______. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução n° 358, 
de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e 
dá outras providências. 2005. Disponível

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