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GUIA_PARA_IDENTIFICACAO_DE_INSECTOS_Mono

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Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto
GUIA PARA IDENTIFICAÇÃO DE INSECTOS
Monograi a de Biologia
Álvaro Amorim
Biologia - Ramo Educacional
Porto, Maio de 2003
Introdução
2Guia para identiicação de insectos
Morfologia externa
Os insectos (ig. 1) como todos os 
Arthropoda possuem extremidades ar-
ticuladas (Arthropoda = pé articulado), 
exoesqueleto (cutícula constituída por um 
complexo proteico e quitina) e segmenta-
ção do corpo (metameria). A metameria é 
típica, pois possuem o corpo dividido em 
três partes distintas – cabeça, tórax e ab-
dômen - cada uma com um número espe-
cíico de segmentos. Os insectos possuem 
três pares de patas, um por segmento, no 
tórax. Algumas espécies, sobretudo na 
fase larvar, podem apresentar pseu-
dópodes no abdômen que ajudam 
na locomoção. A estrutura 
da face, 
com um par de antenas e uma mandíbula 
típica, constituída por três pares de peças 
bucais é outra das características que dis-
tingue os insectos. Dentro dos insectos, 
no entanto, a armadura bocal está adapta-
da a várias funções, tais como a preensão 
dos alimentos. De uma forma geral, po-
demos encontrar armaduras bucais tritu-
radoras-libadoras, libadoras-sugadoras e 
picadoras-sugadoras.
Q u a s e todos os insectos possuem 
Fig. 1 - Algumas características morfológicas dos insectos (modi-
icado de OʼToole, 2002).
Introdução
3Guia para identiicação de insectos
asas, normalmente dois pares, podendo 
em algumas espécies um dos pares estar 
modiicado, tendo outra função que não o 
voo. O movimento das asas é provocado 
pela acção de dois músculos, que contra-
em e descontraem alternadamente (ig.2).
Morfologia Interna
Internamente não existe correspon-
dência à segmentação externa.
 O sistema circulatório é constituído 
por um coração tubiforme dorsal, que 
termina numa artéria aorta na parte an-
terior do corpo, abrindo-se na cavidade 
corporal. 
 O sistema nervoso é constituído por 
uma cadeia nervosa ventral em forma de 
escada de corda, ligada a um cérebro situ-
ado na cabeça. A este também está ligado 
o sistema sensorial. 
O tubo digestivo inicia-se na cavidade 
bocal e termina no ânus. A boca situa-se 
numa posição ventral e em seu redor 
existem várias estruturas que variam com 
a espécie e dependem do tipo de alimen-
tação. O ânus situa-se na parte posterior 
do corpo. 
O sistema respiratório é constituído 
por uma série de tubos traqueais, que 
estão ligados a sacos de ar e ao meio exte-
rior através de poros – estigmas. Nas lar-
vas aquáticas, os estigmas são fechados, 
efectuando-se as trocas gasosas através de 
guelras-traqeias. Os estigmas também se 
fecham durante o voo.
O sistema excretor é constituído por 
tubos de malpighi que se abrem na parte 
terminal do tubo digestivo e são fechados 
na outra extremidade.
Fig. 2 - Esquema do batimento das asas 
dos insectos (modiicado de 
OʼToole, 2002).
Ciclo de vida
Devido à presença da cutícula quiti-
nosa, o crescimento dos insectos não é 
contínuo, tendo os animais que substituir 
o seu exoesqueleto ao longo do seu ciclo 
de vida. Frequentemente, nestes animais, 
o corpo sofre alterações profundas numa 
muda, originando um organismo com 
aparência muito diferente, ocorrendo as-
sim metamorfose. Nos insectos, podemos 
encontrar indivíduos que ao longo do seu 
desenvolvimento não mudam muito de 
aspecto, aumentando apenas o seu tama-
Introdução
4Guia para identiicação de insectos
Fig. 3 - Ciclo de vida dos insectos (mo-
diicado de OʼToole, 2002).
nho, os ametábolos. 
Os hemimetábolos 
apresentam metamor-
foses incompletas, 
sendo o estado de 
ninfa já muito seme-
lhante ao adulto. Os 
Holometábolos apre-
sentam várias meta-
morfoses, com 4 fases 
diferentes de desen-
volvimento (ovo, la-
garta, pupa e adulto), 
além de efectuarem 
várias mudas em cada 
um dos estados.
Apesar de em 
algumas espécies os 
ovos se desenvolve-
rem no interior da 
mãe, muitos insectos 
fazem as suas pos-
turas em diferentes 
locais, tais como no 
solo ou em árvores. 
Estas, desenvolvem 
frequentemente reac-
ções à presença dos 
ovos dos insectos. Os 
carvalhos, Quercus 
sp., desenvolvem 
bugalhos (ig.4), que 
são modiicações das 
folhas em reacção à 
presença dos ovos.
Fig 4 - Bugalhos encontrados em Carvalho 
Quercus robur(A). Corte de um bu-
galho com o insecto no interior (B).
Classiicação
Para a organização deste guia, vai-se 
seguir a classiicação proposta por Oʼtoole 
(2002), apesar dos estudos da biologia 
molecular apontarem os Artropodes como 
monoiléticos. Esta classiicação não dife-
re muito de Magulis & Schwartz (1999):
REINO: ANIMALIA
Filo: Uniramia
Superclasse: Hexapoda
Classe: Insecta
Ordens: Archaeognatha; Thysanura; 
Ephemeroptera; Odonata; 
Blattodea; Isoptera; Mantodea; 
Dermaptera; Plecoptera; 
Orthoptera; Phasmatodea; 
Psocoptera; Embioptera; 
Introdução
5Guia para identiicação de insectos
Zoraptera; Thysanoptera; 
Phthiraptera; Hemiptera; 
Raphidioptera; Megaloptera; 
Neuroptera; Coleoptera; 
Strepsiptera; Mecoptera; 
Siphonaptera; Diptera; 
Trichoptera; Lepidoptera; 
Hymenoptera.
 
Simbologia:
mm
Tamanhomm
Envergadura
Distribuição da 
Ordem
Para as ordens seleccionadas é apre-
sentada uma espécie que exista em Portu-
gal. As imagens utilizadas são fotograias 
obtidas no campo, em bibliograia ou 
internet, estando estas identiicadas com 
a origem. As fotograias foram obtidas 
em Maio de 2003 em Arcos de Valdevez, 
numa zona próximo de um ribeiro.
Incluí-se informação sobre o estado 
de conservação das espécies da ordem.
6Guia para identiicação de insectos
Ordem Thysanura
Traça-de-Livros
Lepisma saccharina
Também conhecido como peixe-de-pra-
ta, este insecto não possui asas (áptero), 
e tem o corpo cilíndrico e coberto de 
escamas prateadas. Possui duas antenas 
longas e três ilamentos caudais, dois 
cercos e um ilamento terminal.
Não se encontram diferenças signii-
cativas entre as diferentes fases da sua 
vida, pelo que o seu desenvolvimento é 
ametábolo.
Habita em locais escuros e húmidos das 
casas. É uma animal nocturno e corredor 
veloz. Alimenta-se de bolores e papel.
Conservação: sem riscos
Oʼtoole, 2002
12 mm
Mundial
7Guia para identiicação de insectos
Ordem Ephemeroptera
Efémeras
Ephemera danaica
Possuem dois pares de asas transparen-
tes, muito enervadas. As posteriores são 
reduzidas ou mesmo ausentes. Tipica-
mente, possuem antenas setiformes e 
três linhas, dois cercos e um ilamento 
terminal, na extremidade abdominal. 
O abdômen é creme ou acinzentado. 
No adulto a armadura bocal mastiga-
dora regride, pois não se alimentam. 
Tem um ciclo de vida hemimetábolo, 
sendo a fase larvar relativamente longa e 
a fase de adulto muito curta. A larva é 
aquática e alada.
Vivem em zonas húmidas, perto de lagos 
ou rios.
Conservação: Duas espécies extinguiram-
se recentemente e uma está indicada como 
vulnerável.
Ba
tm
an
, 1
98
7
10-50 mm
15 mm
Mundial (Excepto 
Antártica)
8Guia para identiicação de insectos
Ba
tm
an
, 1
98
7
190 mm
150 mm
Libelinhas
Calopterix virgo
A C. virgo apresenta dimorismo sexual, 
comum nesta ordem. O Macho apresenta 
o corpo azul metálico enquanto a fêmea 
é verde metálico. As asas são azuis e 
amarelas respectivamente. Com a idade, 
o corpo adquire uma cor bronze. 
As libelinhas apresentam uma armadura 
bocal mastigadora, antenas muito curtas, 
olhos muito grandes e as patas estão vol-
tadas para a frente. O abdômen é longo e 
no macho apresenta um aparelho genital 
secundário entre os 2º e 3º segmentos. 
As asas são muito enervadas, estreitas na 
base e podem apresentar cores vivas. São 
mantidas verticalmente em repouso.
As larvas, aquáticas, são desprovidas de 
asas, que surgem externamente no adulto. 
O desenvolvimento é hemimetábolo.
Encontram-se sobretudo junto de rios e 
regatos de águas calmas.
Conservação: Existem 17 espécies de 
Odonata referidas como em risco crítico, 
73 em risco e 40 vulneráveis. Recente-
mente foram dadas como extintas duas 
espécies.
Mundial (excep-
to Antártica e 
altoÁrtico)
Ordem Odonata
C. splendens
w
w
w.
ha
bi
ta
s.o
rg
.u
k,
 0
5/
20
03
9Guia para identiicação de insectos
Ordem Dermaptera
Forfícula
Foricula auricularia
Antenas inas e segmenta-
das, dois cercos terminais, 
rectos e inos na fêmea 
e arqueados no macho, 
formam uma pinça. As 
asas anteriores são curtas 
e as posteriores semicir-
culares e plissadas. Tem 
capacidade para voar, mas 
raramente o fazem.
O seu ciclo de vida não 
possui metamorfoses completas, sendo 
hemimetábolos.
Tem um habitat muito diversiicado, in-
cluindo habitações.
Conservação: Uma espécie em risco ele-
vado, que pode estar em extinção.
4-50 mm
Mundial 
Oʼtoole, 2002
10Guia para identiicação de insectos
Ordem Orthoptera
Grilo
Gryllus campestris 
Os grilos apresentam dimorismo sexual, 
tendo o macho asas mais desenvolvidas 
que a fêmea. Possuem patas posteriores 
muito desenvolvidas, que lhes permite 
dar saltos a grande distância. Possuem 
órgãos de estridulação e timpânicos, 
típicos desta ordem, normalmente nos 
machos. A boca é mastigadora, as ante-
nas são iliformes. 
São hemimetábolos, com ninfas grandes, 
semelhantes a adultos sem asas.
Vivem habitualmente no solo ou debaixo 
de pedras, saindo normalmente à noite 
para se alimentar. Algumas espécies nun-
ca saem ao ar livre, podendo ser mesmo 
despigmentadas.
w
w
w.
un
i-m
ue
ns
te
r.d
e
10-150 mm Mundial (excepto pólos)
Gafanhoto
Tettigonia viridissima
Os gafanhotos são semelhantes aos grilos, 
mas apresentam uma variedade muito 
grande de formas e pigmentação. As patas 
posteriores são extremamente desenvolvi-
das e são bons voadores.
Conservação: 8 espécies da ordem Or-
thoptera estão classiicadas como em risco 
elevado, 8 em perigo e 50 são considera-
das vulneráveis.
11Guia para identiicação de insectos
Ordem Coleoptera
Escaravelho-da-Batateira
Leptinotarsa decemlineata 
É uma espécie introduzida, proveniente 
da América do Norte, também chamado 
escaravelho-do-colorado. Apresenta as 
asas anteriores modiicadas que recobrem 
as asas posteriores, apresentando pigmen-
tação, normalmente com listas pretas e 
brancas ou amarelas.
Nos coleópeteros, as asas anteriores estão 
modiicadas (élitros), formando um estojo 
para protecção das asas posteriores. A sua 
forma e pigmentação é muito variada. 
Também as patas articuladas e as antenas 
podem aparecer modiicadas, de acordo 
com o estilo de vida da espécie e para 
defesa.
Os Coleópteros são insectos 
holometábolos, passando por uma fase 
de larva, uma pupa e por im adulto.
Colonizam praticamente todos os habi-
tats terrestres, desde desertos a pântanos 
ou rios. Apenas no Mar são raros.
Conservação: Desta ordem, 17 espécies 
terão-se extinguido recentemente, 10 
estão em sério risco, 15 em risco e 27 
vulneráveis.
Adulto
Ovos
Larva
w
w
w.
fa
un
ist
ik
.n
et
Pupah
ttp
://
en
to
m
ol
og
y.u
nl
.e
du
0,25-200 mm
Cosmopolita, excepto no Mar 
12Guia para identiicação de insectos
Borboletas
As borboletas são facilmente reconheci-
das pela forma das suas asas. Possuem 
escamas sobrepostas, muito sensíveis, que 
recobrem as estruturas vítreas transparen-
tes. Podem estender-se ao resto do corpo, 
estando mais ou menos modiicadas. 
Soltam-se facilmente, icando coladas aos 
dedos quando são apanhadas. Uma longa 
tromba permite sugar o néctar das lores. 
Apresentam frequentemente mimetismo 
que lhes permite passar despercebidas aos 
predadores.
Tendo um ciclo de vida holometábolo, 
as fases larvares são muito distintas do 
adulto. Os Ovos (D1), originam uma lar-
va, lagarta (D2), áptera e com armadura 
bocal trituradora. Esta evolui numa ninfa 
que não se alimenta, crisálida (D3). No 
interior da cutícula, vai-se desenvolver a 
forma adulta (A, B e C)
Habitam todos os locais onde existe ve-
getação. As larvas, com armadura bocal 
trituradora, são capazes de consumir enor-
mes quantidades de folhas. Os adultos, 
alimentando-se do néctar das lores são 
um importante vector de polinização das 
plantas
Monarca (C): Danus plexippus
Dama pintada (A): Cynthia cardui 
Conservação: 6 espécies estão conside-
radas em sério risco, 36 em risco e 116 
vulneráveis.
A
B
C
D1
D2 D3
Ba
tm
an
, 1
98
7
Ba
tm
an
, 1
98
7
Batman, 1987
Ba
tm
an
, 1
98
7
Ordem Lepidoptera
3-320 mm
Mundial, 
onde houver vegetação.
13Guia para identiicação de insectos
Abelhas e vespas e formigas
Possuem dois pares de asas membranosas, 
as anteriores maiores que as anteriores, de 
desenvolvimento interno. Armadura bocal 
mastigadora.
O primeiro segmento abdominal está 
integrado na parte posterior do tórax, pro-
pódio, a que se segue um estrangulamento 
do abdômen. As larvas são ápodes. Existe 
uma grande quantidade de espécies so-
ciais. É frequente o dimorismo sexual.
São insectos holometábolos, apresentando 
fases larvares bem distintas. Os machos 
são haplóides. 
Habitam em quase todos os locais, sendo 
importantes colonizadores dos solos.
Nesta ordem existe uma grande varie-
dade de espécies, entre as quais Vespas 
(A), Bumbos sp (B), Abelha melífera 
- Apis melifera (C) e formigas (D e E). 
Em E (Lasius niger), podemos observar 
pupas e adultos, sendo estes diferenciados 
pelo tamanho e pela presença de asas. As 
fêmeas são grandes e têm asas, os machos 
são pequenos e ápteros.
Conservação: 3 espécies de formigas es-
tão em risco crítico e 142 espécies estão 
indicadas como vulneráveis.
A
B
Ordem Hymnoptera
0,17-50 mm
Mundial, 
excepto Antártica
O
ʼto
ol
e,
 2
00
2
O
ʼto
ol
e,
 2
00
2
D
E
14Guia para identiicação de insectos
Ordem Diptera
até 80 mm
Mundial
Moscas
Possuem um par de asas membranosas. 
As asas posteriores estão modiicadas 
em balanceiros (funcionam como órgãos 
de equilíbrio). O segundo segmento do 
tórax (mesotórax), é muito desenvolvido 
enquanto os 1º e 3º são reduzidos. A boca 
está adaptada para a ingestão de líquidos, 
possuindo uma armadura bocal libadora 
ou picadora-sugadora.
Desenvolvimento com metamorfoses 
completas (holometábolo), em que as lar-
vas são ápodes e aquáticas.
Colonizam todos os habitats possíveis, 
incluindo residências - Mosca doméstica 
(C). 
A família Calliphoridæ (A e B), encontra-
se facilmente, distinguindo-se pela sua 
coloração verde ou azul metálica.
Conservação: 1 espécie diptera referida 
como risco crítico, 2 em risco e 1 vul-
nerável. Espécies poderão ter-se extinto 
recentemente.
0,5-50 mm
w
w
w.
in
fo
pl
ag
as
.c
om
A
B
C
15Guia para identiicação de insectos
Bibliograia
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