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Aula 22 – Pré-Modernismo II 
 
 
 
 
 
 
19 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
sua vida ter sido "um encadeamento de decepções", ele, o indivíduo, não se importa. 
d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que "A sua vida era uma decepção, uma 
série, melhor, um encadeamento de decepções". A última grande decepção de Quaresma, dentro de 
seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir que o rio 
Amazonas era menor que o rio Nilo. 
 
Questão 06 (Enem 2014) 
Psicologia de um vencido 
Eu, filho do carbono e do amoníaco, 
Monstro de escuridão e rutilância, 
Sofro, desde a epigênesis da infância, 
A influência má dos signos do zodíaco. 
 
Profundíssimamente hipocondríaco, 
Este ambiente me causa repugnância… 
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia 
Que se escapa da boca de um cardíaco. 
 
Já o verme — este operário das ruínas — 
Que o sangue podre das carnificinas 
Come, e à vida em geral declara guerra, 
 
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, 
E há de deixar-me apenas os cabelos, 
Na frialdade inorgânica da terra! 
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 
 
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-
modernista. 
Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa 
literatura de transição, como 
a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do 
ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo. 
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro 
de escuridão e rutilância” e “influência má dos signos do zodíaco”. 
c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da 
infância” e “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem. 
d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, 
dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial. 
e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que 
incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas. 
 
Versos a um coveiro 
Numerar sepulturas e carneiros, 
Reduzir carnes podres a algarismos, 
Tal é, sem complicados silogismos, 
A aritmética hedionda dos coveiros! 
 
Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos 
Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros, 
Na progressão dos números inteiros 
A gênese de todos os abismos! 
 
Oh! Pitágoras da última aritmética, 
Continua a contar na paz ascética 
Dos tábidos carneiros sepulcrais 
 
Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros, 
Porque, infinita como os próprios números 
A tua conta não acaba mais! 
Augusto dos Anjos 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 20 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) 
Questão 07 (Mackenzie 2016) 
É correto afirmar que em “Versos a um coveiro”: 
a) a construção do soneto com léxico das áreas da Biologia e da Matemática reduz o impacto poético 
da composição. 
b) a composição textual estruturada na função fática e no uso de terminologia científica ampliam o 
valor literário do soneto. 
c) o racionalismo cientνfico e a opηγo pela composiηγo em forma de soneto vinculam o poema 
selecionado aos ideais do movimento Naturalista. 
d) a exploração de caracteres patológicos, mórbidos e pútridos afastam a possibilidade de o presente 
soneto ser considerado relevante para o universo da literatura brasileira. 
e) o emprego de terminologia técnica, das áreas da Biologia e da Matemática, concede tom de 
racionalidade à morte, tratada de forma quantificável. 
 
Questão 08 (Mackenzie 2016) 
Assinale a alternativa que NÃO pode ser considerada como afirmação válida sobre a obra poética de 
Augusto dos Anjos. 
a) As suas imagens são tomadas à ciência e à técnica, cravando-se na sonoridade agressiva de um 
verso que incorpora a ênfase retórica e o mau gosto com tamanho destemor, que a aparente 
vulgaridade torna-se grandiosa e a oratória sai da banalidade para gerar uma espécie de mensagem 
apocalíptica. (Antônio Candido) 
b) [...] inferior, banalizada pela repetição de situações desprovidas de surpresas, pouco imaginativas e 
repletas de clichês [...]. Uma literatura sem sobressaltos, que responde às expectativas do leitor médio, 
estabelecendo com ele um pacto onde a função recreativa domina. (Nelly Novaes Coelho) 
c) Trata-se de um poeta poderoso, que deve ser mensurado por um critério estético aberto que possa 
reconhecer, além do “mau gosto” do vocabulário rebuscado e científico, a dimensão cósmica e a 
angústia moral de sua poesia. (Alfredo Bosi) 
d) Limita-se às formas convencionais, de versos, é certo, mas uma aspereza toda sua, uma 
angulosidade de expressão servida pelo seu conhecimento de palavras duramente científicas, dá aos 
seus poemas um audacioso sabor mais para os olhos do que para os ouvidos. (Gilberto Freyre) 
e) [...] mais do que qualquer parnasiano [...], sendo também, mais do que qualquer simbolista, o rei da 
aliteração. Raramente encontramos um hiato sobrevivente à sua metrificação impiedosa. (Otto Maria 
Carpeaux) 
 
Anotações 
 
Aula 22 – Pré-Modernismo II 
 
 
 
 
 
 
21 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 (Uepb 2014) 
Considere o fragmento de Clara dos Anjos para responder à 
questão. 
A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela 
devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua honestidade 
de moça e de mulher tinha todos por inimigo, mas isto ao vivo, com 
exemplos, claramente... O bonde vinha cheio. Olhou todos aqueles 
homens e mulheres... Não haveria um talvez, entre toda aquela 
gente de ambos os sexos, que não fosse indiferente à sua 
desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era 
preciso, tanto a ela como as suas iguais, era educar o caráter, 
revestir-se de vontade, como possuía essa varonil D. Margarida, 
para se defender de Cassis e semelhantes, e bater-se contra todos 
os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação 
dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o 
conceito geral e a covardia com que elas o admitiam... 
Chegaram em casa; Joaquim ainda não tinha vindo. D. Margarida 
relatou a entrevista, por entre o choro e os soluços da filha e da 
mãe. 
Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se 
sentara e abraçou muito fortemente a mãe, dizendo, com um 
grande acento de desespero: 
- Mamãe! Mamãe! 
- Que é minha filha? 
- Nós não somos nada nesta vida. 
Assinale a alternativa correia: 
a) Clara dos Anjos é ambientado em uma cidade imaginária, na 
qual a estrutura agrária do Brasil colonial e de suas relações 
sociais tradicionais não permitia casamentos entre brancos e 
negros. 
b) Em Clara dos Anjos e em suas principais obras, a linguagem de 
Lima Barreto é o português parnasiano, no qual o trabalho retórico 
com a linguagem tinha prioridade sobre sua comunicabilidade. 
c) O romance Clara dos Anjos é narrado em terceira pessoa por 
um narrador que emite opiniões e juízos de valor sobre as 
personagens e as cenas que narra. 
d) Os personagens de Clara dos Anjos são pobres que, à força de 
viverem em uma sociedade de privilégios, sucumbem, sem 
exceção, à corrupção e à miséria. 
e) Clara dos Anjos é um romance de resignação, que nos ensina a 
nos conformarmos com o lugar que nos é previamente reservado 
em nossa sociedade, sem lutar por condições humanas mais 
dignas nem por cidadania plena. 
 
Questão 02 (UFPE 2012) 
A loucura é um tema frequente na literatura, como atestam as 
obras abaixo mencionadas. Leia os textos e responda às questões. 
Texto 1Ele me parece desses médicos brasileiros imbuídos de um ar de 
certeza de sua arte, desdenhando inteiramente toda a outra 
atividade intelectual que não a sua e pouco capaz de examinar o 
fato por si. Acho-o muito livresco e pouco interessado em levantar 
o véu do mistério que há na especialidade que professa. Lê os 
livros da Europa, dos Estados Unidos, mas não lê a natureza. 
(Lima Barreto, Diário do Hospício) 
 
Texto 2 
Mas o ilustre médico, com os olhos acesos da convicção científica, 
trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu. 
Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura 
de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete 
meses no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar 
nada. Alguns chegam ao ponto de conjeturar que nunca houve 
outro louco além dele em Itaguaí, mas esta opinião fundada em um 
boato que correu desde que o alienista expirou, não tem outra 
prova senão o boato. Seja como for, efetuou-se o enterro com 
muita pompa e rara solenidade. 
(Machado de Assis, O alienista) 
 
Texto 3 
A locução de Maria de França deixa-se impregnar de variados 
campos semânticos, de acordo com as áreas temáticas invadidas 
pela personagem. Quando em contato com médicos, sua 
“transmissão” é afetada por um jargão entre árido e grotesco, 
extraído de livros científicos, de rótulos de remédios: 
“Abre-se a porta e avanço pelo centro, cara terapêutica esse 
alguém de quem falo, olhos sedativos, voz de beladona, manda 
sentar-se a paciente, tudo bem com você? que acha a ouvinte? se 
estivesse tudo bem eu aqui? Aqui? 
- Respire. Abra a boca. Cristais ausentes. Agora, gemer. Abra os 
olhos. Esclerótica e retina. 
- Doutor! A passiflora responde pelo epitélio mucoso? 
- Completamente. Do reto à árvore pulmonar. Respire. Abra a 
bunda. Parasitas presentes e cromatina uniforme. Volte outro dia.” 
(Osman Lins, A rainha dos cárceres da Grécia) 
 
( ) Internado como portador de doença mental, o autor de 
Triste fim de Policarpo Quaresma escreveu o Diário do Hospício, 
no qual refletiu lúcida e criticamente sobre a medicina e os 
profissionais de saúde de seu tempo. 
( ) Em O alienista, Machado de Assis leva sua personagem, o 
psiquiatra Simão Bacamarte, a concluir que o único insano de 
Itaguaí é ela mesma. 
( ) No diálogo de Maria de França com o seu psiquiatra, 
Osman Lins representa com ironia o abismo de incompreensão 
que se estabelece na relação médico-paciente durante uma 
consulta. 
( ) O alienista, Triste fim de Policarpo Quaresma e A rainha 
dos cárceres da Grécia são obras que se valem do tema da 
loucura para refletir sobre os disparates das instituições sociais no 
Brasil. 
( ) O alienista, Triste fim de Policarpo Quaresma e A rainha 
dos cárceres da Grécia são obras que enaltecem a ciência, o 
discurso científico e a postura do cientista na sociedade brasileira. 
 
Questão 03 (Ufrgs 2007) 
Considere as seguintes afirmações a respeito do romance "O Triste 
Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto. 
I - O protagonista não compreende bem o mundo em que vive, 
passando da ingênua crença no idealismo dos homens, vistos 
como capazes de construir um Brasil melhor, para o desencanto 
melancólico em relação às instituições e às suas escolhas 
pessoais. 
II - Quaresma é condenado à morte, porque ofendeu moralmente o 
presidente da República, quando este não analisou suas propostas 
de reforma rural, nem atendeu às suas reivindicações. 
III - No romance, são introduzidos personagens representativos do 
subúrbio do Rio de Janeiro, como Ricardo Coração dos Outros, 
com a sua fala popular e expressões típicas do brasileiro da época. 
 
 
 
 
 22 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE LITERATURA – (Prof. Steller de Paula) 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. d) Apenas II e III. 
b) Apenas I e II. e) I, II e III. 
c) Apenas I e III. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES 
6Viajam de bonde silenciosamente. Devia ser quase uma hora, 
1pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos. 
2Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados 
com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo e o leque indispensável; 
eram as baratas casemiras claras dos ternos, [...] eram as velhas 
mães, prematuramente envelhecidas com a maternidade 
frequente, 7a acompanhar a escadinha dos filhos, ao lado dos 
maiores, ainda moços, que fumavam os mais compactos charutos 
do mercado — era dessa gente que se enchia o bonde e se via 
pelas calçadas em direção aos jardins, aos teatros em matiné, aos 
arrabaldes e às praias. 
3Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra. 4As 
napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas africanas, as 
portuguesas coradas e fortes, caboclas, mulatas e pretas — era 
tudo sim preto, às vezes todos exemplares em bando, às vezes 
separados, 8que a viagem de bonde me deu a ver. 
E muito me fez meditar o seu semblante alegre, a sua força 
prolífica, atestada pela cauda de filhos que arrastavam, a sua 
despreocupação nas anemias que havia, em nada significando a 
preocupação de seu verdadeiro estado — 5e tudo isso muito me 
obrigou a pensar sobre o destino daquela gente. 
BARRETO, Lima. O domingo. Contos completos de Lima Barreto. 
Organização e introdução de Lília Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2010. p. 589. 
 
Questão 04 (Uesc 2011) 
No texto, faz-se presente a adjetivação, que é um traço avaliativo 
do narrador, mas que está ausente no fragmento transcrito em 
a) “pois o veículo já se enchia do público especial dos domingos.” 
(ref.1). 
b) “Eram meninas do povo envolvidas nos seus vestidos empoados 
com suas fitinhas cor-de-rosa ao cabelo” (ref.2). 
c) “Era enfim o povo, o povo variegado da minha terra.” (ref.3). 
d) “As napolitanas baixas com seus vestidos de roda e suas 
africanas” (ref.4). 
e) “e tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela 
gente.” (ref.5). 
 
Questão 05 (Uesc 2011) 
O texto traduz preferência do autor por 
a) retratar aspectos marcantes da beleza exótica do cotidiano do 
interior. 
b) apresentar características negativas de uma metrópole pós-
moderna. 
c) narrar ações de tipos pouco comuns, idealizados, do mundo 
contemporâneo. 
d) descrever cenários naturais da paisagem física local, adversos 
aos da paisagem humana. 
e) observar a realidade da vida num centro urbano e, sobretudo, 
revelar sua preocupação com o homem. 
 
Questão 06 (Uepb 2014) 
Considere as afirmações: 
I. Ambientando suas obras preferencialmente na capital do país, o 
Rio de Janeiro, Lima Barreto criou uma constelação de tipos 
humanos e de suas relações, antecipando-se a uma visão 
multiétnica e multicultural do país. 
II. O Rio de Janeiro de Lima Barreto é uma cidade em 
transformação, um turbilhão político-cultural, onde a nascente 
cultura de massa, sobretudo música e cinema, aliada à imigração, 
também em massa, e às novas demandas advindas da abolição, 
são importantes não só para mudar a face do país, mas também 
de sua literatura. 
III. Lima Barreto foi sem dúvida um dos grandes cronistas da 
Primeira República. Em sua obra, que contém praticamente todos 
os gêneros narrativos, romance, conto, crônica, anedota, põe em 
cena muitos dos personagens históricos de seu tempo. 
a) Nenhuma está correta. 
b) Apenas II e III estão corretas. 
c) Apenas I e II estão corretas. 
d) Apenas I está correta. 
e) Todas estão corretas. 
 
Questão 07 (Uerj 2014) 
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, certo de que a língua 
portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse 
fato, o falar e o escrever, em geral, se veem na humilhante 
contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos 
proprietários da língua; usando do direito que lhe confere a 
Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-
guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro. Senhores 
Congressistas,o tupi-guarani, língua aglutinante, é a única capaz 
de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação com a nossa 
natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e 
cerebrais, por ser criação de povos que aqui viveram e ainda 
vivem. 
Lima Barreto 
Adaptado de Triste fim de Policarpo Quaresma (1915). Rio de Janeiro: 
MEDIAfashion, 2008. 
 
A história narrada em Triste fim de Policarpo Quaresma se passa 
no momento de implantação do regime republicano no Brasil. Seu 
personagem principal, o Major Quaresma, defende alguns projetos 
de reforma, um deles relatado no trecho citado. 
A justificativa do personagem para a adoção do tupi-guarani como 
língua oficial brasileira baseia-se na associação entre 
nacionalidade e a ideia de: 
a) valorização da cultura local 
b) defesa da diversidade racial 
c) preservação da identidade territorial 
d) independência da população autóctone 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES 
Considere o fragmento abaixo, extraído do conto Mágoa que Rala, 
do escritor Lima Barreto, que aborda a estada de D. João VI e da 
família real em terras brasileiras. 
Dos chefes de Estado que tem tido o Brasil, o que mais amou, e 
muito profundamente o Rio de Janeiro foi, sem dúvida, D. João VI 
[...]. A gente para eles [os artistas], um pouco mais que animais, 
eram uns negros à toas; e a natureza, um flagelo de mosquitos e 
cascavéis, sem possuir uma proporcionalidade com o homem, 
como a de Portugal, que parecia um jardim feito para o homem. 
Mesmo os nossos poetas mais velhos nunca entenderam a nossa 
vegetação, os nossos mares, os nossos rios; não compreendiam 
as nossas coisas naturais e nunca lhes pegaram a alma, o 
substractum; e se queriam dizer alguma coisa sobre ela caíam no 
lugar comum amplificado e no encadeamento de adjetivos 
grandiloquentes, quando não voltavam para a sua arcadiana 
livresca floresta de álamos, plátanos, mirtos, com vagabundíssimas 
Aula 22 – Pré-Modernismo II 
 
 
 
 
 
 
23 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
ninfas e faunos idiotas, segundo a retórica e a poética das suas 
cerebrinas escolas, cheias de pomposos tropos, de rapé, de latim, 
e regras de catecismo literário. [...] como se poderia exigir de 
funcionários, fidalgos limitados na sua própria prosápia, uma maior 
força de sentimento diante dos novos quadros naturais que a 
luminosa Guanabara lhes dava, cercando as águas de mercúrio de 
suas harmoniosas enseadas? 
D. João VI, porém, nobre de alta linhagem e príncipe do século de 
Rousseau, mal enfronhado na literatura palerma dos árcades, dos 
desembargadores e repentistas, estava mais apto para senti-los de 
primeira mão, diretamente. 
 
Questão 08 (Ufrgs 2012) 
Considere as seguintes afirmações sobre esse fragmento. 
I. Ao abordar a estada de D. João VI e da família real em terras 
brasileiras, o autor condena os artistas que não se deixaram tocar 
pela força da paisagem brasileira, preferindo cenários e 
personagens artificiais. 
II. Ao apresentar uma leitura amargurada sobre os burocratas e 
intelectuais da época, o autor revela sua condição social inferior: 
mulato pobre no aristocrático meio intelectual da virada do século 
XIX para o XX. 
III. Ao contemplar a “luminosa Guanabara”, D. João VI, por 
desconhecer os preceitos da “literatura palerma dos árcades”, 
deixou-se sensibilizar diante dos novos quadros naturais. 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. d) Apenas II e III. 
b) Apenas II. e) I, II e III. 
c) Apenas I e III. 
 
Questão 09 (Ufrgs 2012) 
Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-
lo. 
De acordo com esse fragmento, 
1. os “poetas mais velhos”, por serem brasileiros, são capazes de 
falar com propriedade da natureza. 
2. os escritores tinham a sensibilidade embotada pelo excesso de 
erudição. 
3. os poetas brasileiros, em seu processo de criação, foram 
influenciados pela mistura de raças. 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas 1. d) Apenas 2 e 3. 
b) Apenas 2. e) 1, 2 e 3. 
c) Apenas 3. 
 
Questão 10 (Uesc 2011) 
[...] Considerei-me feliz no lugar de contínuo da redação do O 
Globo. Tinha atravessado um grande braço de mar, agarrara-me a 
um ilhéu e não tinha coragem de nadar de novo para a terra firme 
que barrava o horizonte a algumas centenas de metros. Os 
mariscos bastavam-me e os insetos já se me tinham feito grossa a 
pele... De tal maneira é forte o poder de nos iludirmos, que um ano 
depois cheguei a ter até orgulho da minha posição. Senti-me muito 
mais que um contínuo qualquer, mesmo mais que um, contínuo de 
ministro. As conversas da redação tinham-me dado a convicção de 
que o doutor Loberant era o homem mais poderoso do Brasil; fazia 
e desfazia ministros, demitia diretores, julgava juízes e o 
presidente. Logo ao amanhecer, lia o seu jornal, para saber se tal 
ou qual ato seu tinha tido o placet desejado do doutor Ricardo. 
BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. 3. ed. São Paulo: 
Ática, 1994. p. 99. 
 
O texto, articulado com a obra, permite considerar correta a 
alternativa 
a) Isaías Caminha revela-se um ser humano desprovido de 
qualquer vaidade. 
b) O narrador utiliza, no seu relato, uma linguagem essencialmente 
objetiva e precisa. 
c) O narrador atribui tão somente aos outros a não realização de 
seus projetos de vida. 
d) O narrador reconhece, na narrativa, a atuação da imprensa de 
seu tempo como marcada pela ética e pelo compromisso com o 
social. 
e) Isaías, através do relato de sua trajetória de vida, mostra o 
ambiente social como discriminador de pessoas pobres e de 
negros e mulatos. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES 
Apóstrofe à carne 
Quando eu pego nas carnes do meu rosto, 
Pressinto o fim da orgânica batalha: 
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha, 
Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto. 
 
E o Homem – negro e heteróclito composto, 
Onde a alva flama psíquica trabalha, 
Desagrega-se e deixa na mortalha 
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto! 
 
Carne, feixe de mônadas bastardas, 
Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, 
A dardejar relampejantes brilhos, 
 
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, 
Em tua podridão a herança horrenda, 
Que eu tenho de deixar para os meus filhos! 
(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.) 
 
Questão 11 (Unifesp 2013) 
No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente 
a) a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-
se, pelo medo de constatar o já sabido de sua condição humana 
transitória. 
b) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva 
alçar voos e romper com um projeto de vida marcado pelo 
pessimismo e pela tortura existencial. 
c) a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o “eu” a 
superar seus conflitos, rompendo um ciclo que naturalmente lhe é 
imposto. 
d) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o 
que só pode ser alcançado quando se abandona a desintegração 
psíquica e se parte para o equilíbrio do “eu”. 
e) o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por 
meio dos quais o poeta mergulha no “eu”, buscando assim explorar 
seu ser biológico e metafísico. 
 
Questão 12 (Unifesp 2013) 
No plano formal, o poema é marcado por 
a) versos brancos, linguagem obscena, rupturas sintáticas. 
b) vocabulário seleto, rimas raras, aliterações. 
c) vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias.

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