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Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha 6 ob jet ivo s A U L A Meta da aula Apresentar a evolução da política econômica brasileira no período da República Velha, destacando sua estreita associação com os interesses da cafeicultura. 1 2 3 Esperamos que, ao fi nal desta aula, você seja capaz de: Descrever as razões da recorrente desvalorização da taxa de câmbio no Brasil no início da República Velha. Identifi car as mudanças da política econômica do governo Campos Sales. Relacionar essas mudanças com as pressões dos cafeicultores para que o governo assumisse as medidas adotadas no Convênio de Taubaté. Pré-requisitos A Aula 5 trata da organização e implantação da cafeicultura na Província de São Paulo. Os fatores envolvidos nesse processo são essenciais para esta aula. Por isso, você deve relembrá-los antes de iniciar o seu estudo. Aula_06.indd 99 1/12/2006, 1:13:28 PM 100 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha INTRODUÇÃO A REPÚBLICA VELHA (ou Primeira República, 1889-1930) começou com a proclamação da República e teve fi m na Revolução de 1930, que você verá daqui a algumas aulas. No novo regime, duas mudanças foram muito expressivas: o povo passou a escolher os governantes, ainda que sujeito a grandes restrições, e a Igreja foi legalmente separada do Estado, por meio de uma nova Constituição. No entanto, a República Velha não mudou o fato de o Brasil ser o país do café e dos grandes latifúndios. Os donos destas propriedades, chamados coronéis, impunham seu poder sobre os empregados, submetendo-os ao voto de cabresto. Isto fazia com que o poder político da região também estivesse sob seu domínio. Este período da História fi cou conhecido como República do Café-com-leite, pois o poder político se concentrou nas mãos das oligarquias paulista (responsável por produzir o café) e mineira (responsável pela produção de leite). PR I M E I R A RE P Ú B L I C A O U RE P Ú B L I C A VE L H A (1889-1930) Período marcado pelo domínio das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. Ao longo destes anos, o Brasil fi rmou-se como um país exportador de café, e a indústria começou a se desenvolver em São Paulo, como discutiremos na próxima aula. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram em todo o território brasileiro. No plano político, a República Velha caracterizou-se pela alternância de governantes paulistas e mineiros no poder, a política do café- com-leite. A República Velha teve dois períodos distintos: a República da Espada (1889-1894), assim denominada pelo fato de o poder estar durante o período nas mãos dos militares; e a República Oligárquica (1894-1930), quando o poder fi cou centralizado e dirigido pelas oligarquias cafeeiras de São Paulo e pelas oligarquias de Minas Gerais. Para saber mais sobre este período da nossa história, visite a página http://www.ceap.g12.br/ pagina/republicavelha.htm. O início da República Velha foi caracterizado por condições altamente favoráveis para a acumulação de capital na cafeicultura. Como você viu na aula passada, o fi nal do século XIX marcou um importante fl uxo de imigrantes europeus para o país, atraídos particularmente pela cultura cafeeira desenvolvida em São Paulo. Isso aconteceu porque o governo brasileiro criou uma série de estímulos para a vinda desses estrangeiros (em sua maioria europeus) e porque a Argentina, concorrente de peso para o Brasil no abrigo aos imigrantes, passou por um período de estagnação econômica durante toda a década de 1890. Além desses motivos, os chamados fatores de expulsão na Europa (como o violento processo de unifi cação na Itália e na Alemanha), bem como a crise econômica que se iniciou nos Estados Unidos a partir de 1893, contribuíram para o processo de imigração. Nesse período, cerca de 1.400.000 imigrantes aportaram no Brasil. Destes, aproximadamente 890 mil vieram para a região paulista do café. A cafeicultura encontrou uma situação especial de ampliação das terras disponíveis para o cultivo, decorrente da importante expansão da malha ferroviária no espaço paulista. Esses fatores conjugados (espaço e mão-de- obra) permitiram um relevante aumento da capacidade produtiva do café. Aula_06.indd 100 1/12/2006, 1:13:30 PM C E D E R J 101 A U LA 6A grande entrada de mão-de-obra imigrante garantiu a manutenção de taxas salariais em um nível bastante reduzido. Como mão-de-obra é um dos principais determinantes do preço de um produto, foi possível haver aumento da produção sem aumento associado dos custos médios. Dessa forma, a cafeicultura experimentou grande aumento na acumulação de capital, persistindo, em conseqüência, o aumento sistemático da produção. Quando falamos de mão- de-obra, se há muitos funcionários disponíveis, eles competem pelo emprego. Os contratadores podem, então, oferecer salários mais baixos, que serão certamente aceitos por alguns dos candidatos ao posto. Por esse motivo, o grande número de imigrantes (que chegavam ao Brasil sem ter onde morar e em que trabalhar) teve, como conseqüência, a redução dos salários pagos pelo cultivo do café. !! 1889/1898: DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL E SUSTENTAÇÃO DA RENDA DA CAFEICULTURA No fi nal da década de 80 do século XIX, os preços internacionais do café seguiram uma trajetória sistemática de alta, ampliando as margens de lucro do setor. Isso era resultado do crescimento da demanda norte- americana, responsável por cerca de 60% das compras de café no mercado internacional e pela quebra da safra brasileira em 1887/88 e 1889/90, o que reduziu signifi cativamente a oferta. É importante salientar que a produção brasileira representava, naquele momento, algo em torno de ¾ da oferta total de exportações de café no mundo. Você pode imaginar, então, que qualquer mudança no patamar produtivo brasileiro afetava substancialmente a oferta internacional do produto. Aula_06.indd 101 1/12/2006, 1:13:32 PM 102 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha Taxa de câmbio e mercado cambial Antes de entender o que signifi cam estes dois conceitos, você precisa ter em mente que as transações financeiras e comerciais entre países diferentes sempre acontecem usando uma moeda como referência. Nos dias de hoje, o dólar é esta moeda, por ser o dinheiro do país economicamente mais forte do mundo, os EUA. Na época da Primeira República, as negociações aconteciam em libras, pois estas eram (e ainda são) a moeda da Inglaterra. Taxa de câmbio é o valor da moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira (quantos reais custa um dólar, por exemplo). Ela é determinada, fundamentalmente, pelas transações de compra e venda de moeda estrangeira, que acontecem em um “ambiente virtual”, o mercado de câmbio. Os agentes envolvidos neste mercado são, em geral, demandantes e ofertantes de moeda estrangeira. As fontes de demanda por moeda estrangeira são: gastos com importações de bens e serviços; pagamentos de dívidas contraídas anteriormente com outros países; remessas de lucros para matriz de empresa multinacional; aplicações fi nanceiras no exterior. Já a oferta de moeda estrangeira caracteriza-se por: receitas de exportação de bens e serviços; dívidas contraídas; rendas recebidas; aplicações fi nanceiras de estrangeiros no Brasil. Mas o maior e mais importante ator desse mercado é o Banco Central (suas origens e atribuições serão vistas na Aula 14). O Banco Central é o gestorda política cambial, pois aumenta ou diminui a oferta de moeda estrangeira, podendo controlar, por esse mecanismo de oferta e procura, as taxas de câmbio. Suas principais atribuições no mercado de câmbio são: a regulamentação do mercado cambial; a aplicação de medidas relativas ao regime cambial (fi xo ou fl utuante) defi nidas pela política governamental. Uma desvalorização da taxa de câmbio representa o aumento do preço da moeda estrangeira, encarecendo os produtos importados e aumentando as receitas de exportações em moeda nacional. Ao contrário, uma valorização cambial reduz o preço da moeda estrangeira e, conseqüentemente, o preço pago por produtos importados – ao mesmo tempo que diminui as receitas de exportações em moeda nacional. O principal instrumento de análise dos efeitos das operações no mercado cambial para o país é o Balanço de Pagamentos. Nesse balanço, são registradas todas as operações realizadas entre empresas ou pessoas residentes em um país e aquelas não residentes. É uma razão entre as operações de bens e serviços (transações correntes) e as de natureza fi nanceira (conta de capital e conta fi nanceira). Tem importância fundamental para a organização das transações de um país com o resto do mundo, permitindo a análise da situação externa do país e um controle maior dessas transações. !! Aula_06.indd 102 1/12/2006, 1:13:32 PM C E D E R J 103 A U LA 6A partir de 1891, no entanto, o contínuo avanço da produção entrou em descompasso com o crescimento do mercado externo, principalmente após o início da prolongada crise econômica que passou a assolar a economia norte-americana em 1893 (sentida, pelo menos, até meados de 1897). Nosso país produzia mais café (aumentava a oferta) e não havia resposta da economia mundial na mesma medida. Houve uma queda sensível do preço internacional do café, revertendo a tendência de alta dos preços até então registrada, determinando uma redução da receita das exportações. Cabe destacar que o Brasil, àquela altura, dependia fortemente das receitas em moeda estrangeira oriundas das vendas externas do café, nosso principal produto de exportação desde a metade do século XIX. Em decorrência da queda de preços do café, o Balanço de Pagamentos sofreu um impacto importante, promovendo mudanças na condução da política econômica do Brasil. Esse movimento provocou o início de um ciclo de desvalorização da taxa de câmbio que marcou de maneira expressiva os primeiros anos da República Velha. A queda do preço do café representou um grande impacto na economia brasileira do século XIX. Um dos problemas associados a essa queda do preço é o que chamamos inelasticidade-preço da demanda por café. Uma queda de preço não implica aumento proporcional da demanda pelo produto. Ou seja, estar mais barato não fará com que as vendas do café aumentem de forma a manter a receita constante, independentemente da quantidade de produto negociada. Do mesmo modo, o aumento do preço não reduz seu mercado na mesma proporção. !! O CÍRCULO VICIOSO DA DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL E SUAS PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS A desvalorização cambial era uma realidade decorrente de dois fatores: (1) redução da entrada de moeda estrangeira no país, devido à queda do preço internacional do café, e (2) pressão política exercida pelos cafeicultores, visando preservar seus ganhos em moeda nacional. Aula_06.indd 103 1/12/2006, 1:13:32 PM 104 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha O quadro econômico interno da primeira década da República Velha já estava bastante complicado. Além de ter sofrido os efeitos de uma seca prolongada para as principais culturas agrícolas do país, esse período foi marcado por uma forte estagnação econômica, dada a desorganização da produção de culturas tradicionais (como a açucareira e a do algodão) em decorrência da abolição da escravatura, em 1888. O uso do imigrante substituindo o trabalho escravo estava cristalizado apenas na produção de café, de maneira que as demais atividades produtivas necessitavam de recursos para sua recuperação. Nessa direção, foi implementada uma política de emissão monetária na gestão de RUI BARBOSA como ministro da Fazenda do governo provisório de Deodoro da Fonseca que ficou conhecida como ENCILHAMENTO. Essa política, entretanto, causou uma profunda desordem fi nanceira na economia brasileira. O encilhamento teve efeitos diretos sobre a taxa de câmbio e contribuiu fortemente para uma desvalorização cambial mais intensa. Este processo, todavia, determinava a formação de um círculo vicioso, na medida em que, apesar da queda do preço internacional do café, a sustentação das receitas em mil-réis para os produtores e exportadores de café os estimulava a aumentar ainda mais a produção – veja a Figura 6.1. RU I BA R B O S A (1849-1923) Rui Barbosa foi, sem dúvida, um dos mais importantes personagens da história do Brasil por ter participado de todas as grandes questões político-sociais de sua época. Nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Petrópolis (RJ). Era advogado e foi deputado, senador, ministro e candidato à presidência de República em duas ocasiões, mas nunca venceu a eleição. Conhecia a fundo o pensamento político constitucional anglo- americano, que pregava o liberalismo. Era adepto desta linha de pensamento que, por seu intermédio, infl uenciou a nossa primeira Constituição republicana. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, onde, depois, substituiu Machado de Assis na presidência. Se você quiser saber mais a respeito, visite o site http://www.casaruibarb osa.gov.br/ ENCILHAMENTO "Política fi nanceira de estímulo à indústria, adotada por Rui Barbosa quando ministro da Fazenda (novembro de 1889 a janeiro de 1891), após a proclamação da República. Baseava-se no incremento do meio circulante com a criação de bancos emissores (...). Por isso, incentivou-se intensamente a criação de sociedades anônimas, concitando-se o público a investir em capital na indústria e no comércio. (...) O resultado foi uma espiral infl acionária e de falências (...)" (SANDRONI, 2004, pp. 205-206). Figura 6.1: O processo de manutenção das receitas dos produtores e exportadores de café. Aumento da produção brasileira de café Elevação da oferta internacional do café (com demanda estagnada) Redução do preço internacional do café Aumento dos preços internos e da receita em moeda nacional Redução da oferta de moeda estrangeira no Brasil Queda da receita de exportações do café Desvalo- rização cambialS S S S SS S Aula_06.indd 104 1/12/2006, 1:13:32 PM C E D E R J 105 A U LA 6Observe a Tabela 6.1. O que está acontecendo com os preços externos em relação aos preços internos? Anos Preços externos* Preços internos** 1889 100 100 1890 113 120 1891 90 171 1892 87 201 1893 103 276 1894 92 290 1895 91 262 1896 69 252 1897 47 180 1898 41 163 Tabela 6.1: Índice de preços internacionais (externos) e internos do café (1889 =100) Fonte: Delfi m Netto (1981, p. 29). *Preços em moeda estrangeira. ** Preços em mil-réis. Como você deve ter percebido na Tabela 6.1, a depreciação do câmbio invertia a trajetória dos preços internacionais quando convertidos para os preços em mil-réis: enquanto os preços internacionais do café caíam expressivamente, os cafeicultores recebiam mais, em mil-réis, pela venda do produto. Crise de superprodução do café Analise as informações a seguir: a. A exportaçãodo café sustentou a economia brasileira durante o fi nal do Segundo Reinado e início da Primeira República. A alta mundial dos preços estimulou o aumento da produção. A alta mundial da oferta reduziu os preços internacionais do café (veja novamente a Tabela 6.1). b. A redução dos preços do café no cenário econômico internacional demandou, do governo brasileiro, medidas que protegessem os cafeicultores da falência, que envolveram o ajuste das taxas de câmbio. Com base nessas duas afi rmações e no que você leu até agora nesta aula, como você explicaria a frase: “A desvalorização cambial sustentou a renda dos cafeicultores no fi nal do século XIX.” Atividade 1 1 Aula_06.indd 105 1/12/2006, 1:13:35 PM 106 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha A longo prazo, manter essas condições mostrava-se inviável. A desvalorização cambial determinava uma elevação dos preços dos produtos importados – base da cesta de consumo brasileira, uma vez que pouco era produzido para o mercado interno. Assim, a subsistência tornava-se mais cara em moeda nacional, forçando o aumento dos salários, base dos custos de produção da cultura cafeeira. Seguindo esta tendência, o aumento dos custos seria responsável pela redução da margem de lucro da cafeicultura, reduzindo seu espaço para acumulação de capital em longo prazo (Figura 6.2). ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Resposta Comentada O café experimentou uma crise de superprodução no fi nal do século XIX. Isso fez com que os preços despencassem no cenário internacional. Para conter a onda de falências que aconteceria caso essa queda fosse repassada para os cafeicultores, o governo brasileiro adotou uma política de desvalorização cambial. Isso signifi cou reduzir o valor da nossa moeda em relação à libra, a fi m de manter elevada a renda dos cafeicultores em moeda local. A desvalorização do câmbio fazia os preços do café aumentarem em moeda nacional, embora estivesse ocorrendo uma rápida queda dos preços internacionais. Dessa forma, os cafeicultores recebiam uma remuneração maior em mil-réis, mesmo com a redução do preço no mercado internacional. Queda dos preços do café em moeda estrangeira S Desvalorização cambial – aumento do preço do café em moeda nacional S Perda do poder de compra de produtos importados com moeda nacional S Necessidade de aumento dos salários Aumento nos custos da produção do café S Redução dos lucros dos cafeicultores S Figura 6.2: As conseqüências da desvalorização cambial em longo prazo. Aula_06.indd 106 1/12/2006, 1:13:35 PM C E D E R J 107 A U LA 6TabelaDe maneira mais dramática em curto e médio prazos, a desvalorização cambial afetava também as fi nanças públicas. A redução nas importações diminuía sistematicamente a receita do governo, que tinha nas arrecadações de impostos sobre os produtos importados sua maior fonte. O fi m da TARIFA-OURO aplicada sobre as importações em 1891 agravava esse quadro, corroendo a capacidade de arrecadação do Estado. Ao mesmo tempo, a maior fonte de fi nanciamento público era o endividamento externo, cujo pagamento é efetivado em moeda estrangeira – a desvalorização cambial implicava, portanto, aumento das necessidades de gasto do governo. Sustentar por muito tempo essa situação poderia levar as fi nanças públicas à bancarrota, pois a possibilidade de obter novos empréstimos externos reduzia-se à medida que as receitas de exportações caíam. Quanto menor a entrada de moeda estrangeira no país, maior o risco de não pagar as dívidas e, obviamente, menor a oferta de novos empréstimos. O GOVERNO CAMPOS SALES (1898-1902) E O “SANEAMENTO MONETÁRIO” DE JOAQUIM MURTINHO Quando a República foi proclamada, instaurou-se um governo provisório, comandado pelo marechal Deodoro da Fonseca. Deodoro se manteve no poder até novembro de 1891, quando tentou dar um golpe de Estado e dissolver o Congresso. A campanha legalista de Floriano Peixoto, outro militar, derrotou as pretensões de Deodoro colocando Floriano Peixoto no poder, o que prolongou até 1894 a República da Espada. TA R I F A-O U RO Imposto cobrado pelo governo em ouro. Este procedimento evitava que o governo perdesse dinheiro na troca de moeda, aumentando as reservas do Estado. Além disso, por se manter à parte do mercado de câmbio, minimizava a especulação em cima das trocas de moedas, evitando, por conseqüência, o aumento do preço de moeda estrangeira no país. No governo de Campos Sales, esta tarifa foi instituída (1901) por seu ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho, e começou representando 10% do valor da mercadoria. Pouco tempo depois, já signifi cava 25%. Figura 6.3: Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, presidente do Brasil no período de 15/11/1889 a 23/11/1891. Figura 6.4: Marechal Floriano Vieira Peixoto, presidente do Brasil no período de 23/11/1891 a 15/11/1894. Aula_06.indd 107 1/12/2006, 1:13:36 PM 108 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha O presidente seguinte foi Prudente de Moraes, civil e paulista, que foi eleito pelo povo. Prudente de Moraes deu início ao período que fi cou conhecido como República do Café-com-Leite e consolida a presença dos civis no governo do país. Foi substituído, ao fi nal de seu mandato, por Campos Sales, também representante da oligarquia cafeeira paulista. Se você quiser saber um pouco mais sobre cada presidente que o Brasil já teve, visite a Galeria dos Presidentes na página da Presidência da República (http://www.planalto.gov.br/). Figura 6.5: Prudente José de Moraes e Barros, presidente do Brasil no período de 15/11/1894 a 15/11/1898. Figura 6.6: Manoel Ferraz de Campos Sales, presidente do Brasil no período de 15/11/1898 a 15/11/1902. Apoiada em um discurso de base liberal, que valorizava o papel do mercado e os efeitos negativos da intervenção governamental, a política econômica do governo Campos Sales citava a inefi ciência produtiva no Brasil (tanto no campo quanto na indústria nascente) como justifi cativa para uma mudança radical nos rumos do país. O principal mentor desse governo era o ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho. Na verdade, a meta primordial do presidente era a obtenção de novos recursos externos para resolver o problema de solvência das fi nanças públicas. Logo ao tomar posse, o novo presidente foi à Europa em busca desses recursos. Campos Sales assinou o II FUNDING LOAN, negociando uma consolidação da dívida externa brasileira com novas condições (mais favoráveis) de pagamento. Em contrapartida, fi rmou uma série de compromissos para a condução da política econômica do país. FU N D I N G LO A N "Moratória concedida pelos credores a um Estado devedor. Em troca, são emitidos novos títulos correspondentes aos encargos da dívida e das operações com excedentes comerciais. O termo incorporou-se à história brasileira, pois esse recurso foi utilizado várias vezes pelos credores do Brasil no exterior, a partir da Independência" (SANDRONI, 2004, p. 256). Aula_06.indd 108 1/12/2006, 1:13:39 PM C E D E R J 109 A U LA 6O objetivoprincipal da nova política econômica era bastante claro: defi nir uma trajetória de saneamento monetário capaz de impor uma inversão dos movimentos da taxa cambial, permitindo a valorização da moeda nacional. Por trás disso estava o fi rme propósito de garantir condições para o pagamento da dívida externa consolidada no início do governo. Para isso, o governo empreendeu esforços signifi cativos buscando a redução do défi cit e a retirada de circulação de moeda no valor equivalente à dívida a ser paga (de acordo com a taxa cambial defi nida na época). Havia ainda a necessidade de depositar esse montante em bancos estrangeiros predeterminados no acordo fi rmado com os credores. Do ponto de vista fi scal, foi novamente aplicada a tarifa-ouro para as compras de importados, o que garantia para o governo uma receita em moeda estrangeira. Esta tarifa sofreu aumentos importantes a partir de 1900. Os efeitos dessa política foram bastante sentidos pela população, com destaque para uma pesada diminuição do nível de atividade econômica decorrente de uma forte retração da oferta de moeda e crédito e da DEFLAÇÃO associada a essa retração (cerca de 30%). Em conseqüência, o câmbio foi efetivamente valorizado e mantido sob controle durante a vigência dessas medidas de política econômica. Em contrapartida, a economia brasileira acabou sofrendo os efeitos dessa política com o PÂNICO BANCÁRIO NO RIO DE JANEIRO EM 1900 (dada a retração da oferta de moeda) e uma importante recessão – afetando os negócios em geral e, particularmente, os cafeicultores, que pressionavam para uma mudança nos rumos da política adotada. DE F L A Ç Ã O Ao contrário da infl ação, uma defl ação signifi ca uma queda do índice geral de preços de um país, geralmente associada a uma retração do nível de atividade econômica. PÂ N I C O B A N C Á R I O N O RI O D E JA N E I RO E M 1900 Quando o Brasil assinou o Funding Loan, houve a retirada de muito papel-moeda de circulação. Isto aconteceu devido às condições do contrato assinado, que solicitava que parte da dívida fosse depositada em bancos internacionais como garantia. A retirada de dinheiro de circulação causou uma enorme crise econômica. Diante da impossibilidade de uma nova política de emissão (considerando a perturbação econômica gerada pelo Encilhamento), o governo resolveu utilizar o dinheiro do principal banco brasileiro dessa época, o Banco Republicano Brasileiro (BRB). Este fato gerou muita preocupação na sociedade. O BRB foi liquidado e reestruturado, agora sob controle do governo, que se responsabilizou pelas dívidas e gerou títulos que poderiam ser resgatados no futuro. Isso, de certa forma, apaziguou a eminente crise da sociedade. Aula_06.indd 109 1/12/2006, 1:13:41 PM 110 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha Até aqui tudo bem? Analise as afi rmativas a seguir. Qual (quais) dela(s) é (são) verdadeira(s)? I – No fi nal do século XIX, os altos preços atingidos pelo café no mercado internacional estimularam o crescimento das lavouras deste produto. A superprodução teve como conseqüência a queda dos preços nos mercados consumidores. II – Em resposta à desvalorização do café, o governo valorizou seguidamente a moeda brasileira: embora o café rendesse menos em moeda estrangeira, a moeda nacional passou a valer mais, e os cafeicultores tiveram seu poder de compra de produtos internacionais aumentado. III – O aumento no poder de compra de produtos internacionais por parte dos cafeicultores fez com que estes consumissem mais produtos importados. Essa atitude diminuiu o ritmo da economia nacional que, para ser novamente movimentada, recebeu uma injeção de fundos do governo Campos Sales. Este presidente obteve recursos através do Funding Loan, um empréstimo feito com credores internacionais. Além disso, Campos Sales aumentou as tarifas sobre os produtos importados a fi m de reduzir o consumo destes e privilegiar a produção (ainda pequena) nacional. IV – A desvalorização do café no cenário internacional exigiu uma desvalorização cambial, a fi m de manter alta a renda dos cafeicultores em moeda nacional. Por causa dessa medida econômica, o poder de compra de produtos importados fi cou prejudicado, gerando uma crise econômica. Na tentativa de resolver este problema, o então presidente Campos Sales assinou o Funding Loan, um empréstimo feito com credores internacionais. Além disso, ele aumentou as tarifas sobre os produtos importados com o objetivo de aumentar a receita do governo em moeda estrangeira e arcar com os custos da dívida externa e dos juros gerados por ela. V – O alto poder de compra dos cafeicultores no cenário internacional promoveu uma baixa de moeda nacional (que era trocada por moeda estrangeira para a compra de produtos). Esta diminuição na quantidade de dinheiro circulante teve, como conseqüência, a estabilização da taxa de câmbio. VI – Campos Sales retirou moeda nacional de circulação, com o intuito de cumprir os termos do pacto assinado com credores internacionais e numa tentativa de estabilizar as taxas de câmbio. Marque aqui as respostas que você considera verdadeiras: ( ) I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) V ( ) VI Atividade 2 1 Aula_06.indd 110 1/12/2006, 1:13:43 PM C E D E R J 111 A U LA 6 A NOVA FORMA DE VALORIZAÇÃO DO CAFÉ – O CONVÊNIO DE TAUBATÉ A política econômica levada a cabo a partir do governo Campos Sales seguiu, de modo geral, a preocupação com a estabilidade monetária e cambial. Nesse período, em contrapartida, cresciam as demandas, sobretudo dos cafeicultores, para um direcionamento mais fl exível que permitisse a retomada do crescimento econômico. De certa forma, o aumento da população urbana e a necessidade de investimentos em infra-estrutura – principalmente nas áreas de saneamento, urbanização, portos e estradas de ferro – garantiram uma importante retomada do nível de atividade da economia brasileira. A estabilidade monetária e a constante pressão para valorização cambial deixavam insatisfeitos os cafeicultores, que viam suas receitas recorrentemente reduzidas ou ameaçadas. A situação agravava-se toda vez que havia uma previsão de safra excedente na produção de café. Resposta Comentada As opções corretas são I, IV e VI. As opções erradas estão listadas a seguir, com os trechos que as tornam falsas em negrito: II – Em resposta à desvalorização do café, o governo valorizou seguidamente a moeda brasileira: embora o café rendesse menos em moeda estrangeira, a moeda nacional passou a valer mais, e os cafeicultores tiveram seu poder de compra de produtos internacionais aumentado. III – O aumento no poder de compra de produtos internacionais por parte dos cafeicultores fez com que estes consumissem mais produtos importados. Essa atitude diminuiu o ritmo da economia nacional que, para ser novamente movimentada, recebeu uma injeção de fundos do governo Campos Sales. Este presidente obteve recursos através do Funding Loan, um empréstimo feito com credores internacionais. Além disso, Campos Sales aumentou as tarifas sobre os produtos importados a fi m de reduzir o consumo destes e privilegiar a produção (ainda pequena) nacional. V – O alto poder de compra dos cafeicultores no cenário internacional promoveu uma baixa de moeda nacional (que era trocada por moeda estrangeira para compra de produtos). Esta diminuição na quantidade de dinheiro circulante teve, como conseqüência, a estabilização da taxa de câmbio. Aula_06.indd 111 1/12/2006, 1:13:43 PM 112 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha Afi nal, como vocêjá viu, a participação da produção brasileira na oferta mundial era altamente signifi cativa, com impactos imediatos na determinação do preço internacional. O cenário da virada de 1905 para 1906 caminhava exatamente nessa direção. Além de uma valorização cambial em torno de 25%, havia uma perspectiva de grande produção para 1906/7 – em 1906, a safra de café passava de 20 milhões de sacas para uma demanda internacional de aproximadamente 16 milhões. Havia, portanto, a ameaça de mais uma crise de superprodução. Exercendo sua enorme capacidade de interferência no poder, especial- mente através do governo da província de São Paulo, os cafeicultores conseguiram negociar uma vantajosa solução para o problema. Conhecida como Convênio de Taubaté, esta solução foi fi rmada em 1906 pelos presidentes das províncias de São Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco Salles) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha), – os três maiores produtores de café –, mesmo contando com a oposição de Rodrigues Alves, o então presidente da República. O Convênio estabeleceu que: (a) haveria a compra de excedentes de produção pelos governos estaduais envolvidos; (b) a compra seria viabilizada por meio de um fi nanciamento de 15 milhões de libras esterlinas; (c) o gasto com a compra do excedente de café seria coberto pela criação de um imposto em ouro aplicado a cada saca exportada de café; (d) um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio, impedindo sua constante valorização – que funcionaria na forma de uma CAIXA DE CONVERSÃO; (e) seriam tomadas medidas para desencorajar a expansão das lavouras no longo prazo, como a definição de taxas proibitivas. Essas medidas mudariam signifi cativamente a orientação da política econômica do país no que diz respeito às exportações de café. O Convênio de Taubaté determinou, nesse sentido, a institucionalização da prática de controle de estoques para regular o preço internacional, artifício permitido pela enorme parcela do mercado internacional ocupada pela produção brasileira. CAIXA DE CONVERSÃO Instrumento utilizado para a estabilização da taxa cambial. Funcionava emitindo bilhetes que eram garantidos por lastro (reserva de garantia) em moedas de ouro nacionais ou estrangeiras, como o dólar e a libra, por exemplo. Essa conversão tinha uma paridade fi xa e predeterminada, impedindo valorização ou desvalorização cambial. Foi criada no governo Campos Sales exatamente para impedir uma maior valorização do mil-réis. Aula_06.indd 112 1/12/2006, 1:13:43 PM C E D E R J 113 A U LA 6Todavia, apesar do sucesso alcançado na estabilização dos preços internacionais, a prática acabou induzindo uma forte concentração na atividade cafeeira. Os maiores lucros acabaram direcionados para os operadores do mercado fi nanceiro, com destaque para os banqueiros internacionais e as casas comissárias, que compravam o produto na baixa e vendiam na alta. Os banqueiros internacionais, inclusive, passaram a dominar o comércio do café, credenciados pela dívida externa crescente, e adquiriram grandes fazendas dos produtores nacionais. Além disso, a manutenção de altos preços e da receita de expor- tação inviabilizava qualquer tentativa de desestimular o crescimento das lavouras, tornando o problema insolúvel no longo prazo. Medidas para valorização do café Liste as duas principais causas da preocupação dos cafeicultores em estabelecer medidas de valorização do café no início de 1906. Em seguida, assinale aquela que tem relação direta com o saneamento fi nanceiro de Campos Sales, justifi cando sua resposta. _________________________________________________________________________ ( ) _________________________________________________________________________ ( ) Justifi cativa _______________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Resposta Comentada A previsão de uma grande safra de café e a conseqüente expectativa de queda signifi cativa dos preços internacionais, em um cenário de câmbio estável, fariam despencar os rendimentos da atividade cafeeira. A manutenção das taxas de câmbio estáveis, parte do processo chamado de saneamento fi nanceiro de Campos Sales, preocupava os cafeicultores, pois, naquele momento de nossa economia, nada asseguraria a renda que os grandes senhores do café estavam acostumados a manter. Com as medidas defendidas no Convênio de Taubaté, a oferta de café seria reduzida, mantendo estável o preço internacional do produto. Atividade 3 1 Aula_06.indd 113 1/12/2006, 1:13:44 PM 114 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha CONCLUSÃO A política econômica da República Velha viveu dois momentos bem distintos, cujo marco divisório foi o governo Campos Sales, iniciado em 1898. O momento inicial foi marcado por uma recorrente desvalorização da taxa de câmbio, o que garantia aos cafeicultores a manutenção de sua renda em moeda nacional. Esse quadro implicava a continuidade da expansão das lavouras e, conseqüentemente, da oferta de café no mercado internacional, determinando uma grande queda dos preços do produto. A mudança na economia, promovida por Murtinho a partir de 1898 e defi nida pela necessidade de renegociação da dívida externa, permitiu uma estabilização monetária da economia brasileira. Ao mesmo tempo, o novo cenário de política econômica desfavo- recia a receita de exportações dos produtores de café. Os produtores, então, passaram a pressionar o governo a implementar medidas protecionistas para garantir o lucro. Essas medidas, baseadas no controle da exportação brasileira do café, foram consolidadas no Convênio de Taubaté em 1906. Aula_06.indd 114 1/12/2006, 1:13:45 PM C E D E R J 115 A U LA 6 O preço do café experimentou, ao longo da última década do século XIX, uma queda brusca no cenário internacional. Observe novamente a Tabela 6.1 (já apresentada nesta aula): Anos Produção Preços Externos* Preços Internos** 1889 4.260 100 100 1890 5.358 113 120 1891 7.397 90 171 1892 6.202 87 201 1893 4.309 103 276 1894 6.695 92 290 1895 5.476 91 262 1896 8.680 69 252 1897 10.462 47 180 1898 8.771 41 163 Tabela 6.1: Produção e Índice de preços internacionais (externos) e internos do café (1889 =100) Fonte: Delfi m Netto (1981, p. 29). *Preços em moeda estrangeira. ** Preços em mil-réis. A crise dos preços do café se manteve também nos primeiros anos do século XX, promovendo quedas expressivas do preço desta mercadoria. Esta alteração no valor do produto apresentava relação direta com a sua oferta. Assim, quanto maior a produção, menor o valor do café. Observe agora a Tabela 6.2: Anos Produção Preço 1904/5 11.159 7,55 1905/6 11.652 8,35 1906/7 20.607 8,25 Fonte: Gremaud et al. (1997). Tabela 6.2: Produção (em mil sacas) e preço internacional do café Atividade Final Aula_06.indd 115 1/12/2006, 1:13:45 PM 116 C E D E R J Formação Econômica do Brasil | Políticas de sustentação da renda da cafeicultura na República Velha No início da República Velha, a moeda nacional sofreu uma forte desvalorização. Esta desvalorização serviu, até 1898, para valorizar as receitas das exportações de café, apesar da queda do preço internacional do produto. Este círculo vicioso não pôde ser mantido por muito tempo, o que determinou, a partir de 1898, no governo Campos Sales, a tomada de medidas de ajustamento e saneamento monetário.No entanto, a estabilização monetária contrariava os interesses dos cafeicultores. O Convênio de Taubaté, fi rmado em 1906, formalizou uma nova prática de proteção da renda da cafeicultura. R E S U M O Essas duas tabelas se remetem a duas estratégias distintas de manutenção da renda dos cafeicultores. De acordo com tudo o que você aprendeu nesta aula, quais são essas estratégias? Não esqueça de mencionar em sua resposta a correlação entre os cenários fi nanceiros nacional e o internacional. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Resposta Comentada Na Tabela 6.2, você pôde observar como a política de desvalorização cambial favorecia a receita das exportações de café, pois o preço interno da saca de café aumentou signifi cativamente, apesar da queda do preço internacional, como está na Figura 6.1. Nessa tabela, você viu, também, a manutenção do preço internacional do café apesar do enorme aumento da produção. Isso só foi possível através da compra dos excedentes de produção pelo governo, o que foi acordado no Convênio de Taubaté. Por meio dessa atitude, o Brasil reduzia a oferta de café no mercado internacional e mantinha, assim, os preços constantes em vez de em queda. Aula_06.indd 116 1/12/2006, 1:13:45 PM C E D E R J 117 A U LA 6SITES RECOMENDADOS FUNDAÇÃO CASA RUI BARBOSA. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br>. Acesso em: 15 set. 2005. REPÚBLICA Velha. Disponível em: <http://www.ceap.g12.br/pagina/republicavelha.htm>. Acesso em: 15 set. 2005. RUI Barbosa. Disponível em : <http://www.biblio.com.br/Templates/RuiBarbosa/RuiBarbosa.htm>. Acesso em: 15 set. 2005. Aula_06.indd 117 1/12/2006, 1:13:46 PM