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Aula 19 – Revolução Industrial 3 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Friedrich Engels, em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, descreve o cenário de um bairro dessas cidades industriais: “É uma massa de casas de três ou quatro andares, construídas sem plano, com ruas tortuosas, estreitas e sujas onde reina uma animação tão intensa como nas principais ruas que atravessam a cidade com a diferença que (...) só se vêem pessoas da classe operária. O mercado está instalado nas ruas: cestos de legumes e de frutos, todos naturalmente de má qualidade, e dificilmente comestíveis, ainda reduzem a passagem e deles emana, bem como dos açougues, um cheiro repugnante. As casas são habitadas dos porões aos desvãos, são tão sujas no exterior como no interior e têm um tal aspecto que ninguém as desejaria habitar. Mas isto não é nada comparado às habitações nos corredores e vielas transversais onde se chega através de passagens cobertas, e onde a sujeira e a ruína ultrapassam a imaginação; não se vê, por assim dizer, um único vidro inteiro, as paredes estão leprosas, os batentes das portas e os caixilhos das janelas estão quebrados ou descolados, as portas – quando existem – são feitas de pranchas velhas pregadas umas às outras (...). Em toda parte montes de detritos e de cinzas, e as águas vertidas em frente às portas acabam por formar charcos. É aí que habitam os mais pobres, os trabalhadores mais mal pagos, com os ladrões (...) e as vítimas da prostituição, todos misturados.” Em contrapartida, a classe burguesa habitava em magníficas e luxuosas casas localizadas em largas alamedas, os boulevares, margeadas por jardins bem cuidados, em zonas exclusivamente residenciais, distantes da sujeira, do barulho e do burburinho dos bairros operários. HISTÓRIA E ARTE Pintado por Vincent Van Gogh (1885), durante a fase em que o artista se encontrava sob a influência do realismo, “Os Comedores de Batatas” denuncia a miséria das famílias trabalhadoras do século XIX. Para conferir realismo à obra, Van Gogh destacou traços grosseiros nos trabalhadores, explorando os tons escuros, típicos da luminosidade barroca. Para Van Gogh, a escuridão também poderia ser considerada uma cor, por isso os trabalhos que o pintor produziu nessa fase são escuros e pesados. Vincent trabalhou as sombras com outros tons que, junto ao interior pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio ao ambiente. LEITURA COMPLEMENTAR I: O SISTEMA DE TRABALHO O escritor norte-americano Leo Huberman, em História da riqueza do homem, apresenta uma classificação quanto à evolução do sistema de trabalho, do período medieval à Revolução Industrial: 1 – Sistema familiar: os membros de uma família produzem artigos para o seu consumo, e não para a venda. O trabalho não se fazia com o objetivo de atender ao mercado. Princípio da Idade Média. 2 – Sistema de corporações: produção realizada por mestres artesãos independentes, com dois ou três empregados, para o mercado, pequeno e estável. Os trabalhadores eram donos tanto da matéria prima que utilizavam como das ferramentas com que trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o produto do trabalho. Durante toda a Idade Média. 3 – Sistema doméstico: produção realizada em casa para um mercado em crescimento, pelo mestre-artesão com ajudantes, tal como no sistema de corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade dos instrumentos de trabalho, mas dependiam, para a matéria prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o consumidor. Passaram a ser simplesmente tarefeiros assalariados. Do século XVI ao XVIII. 4 – Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e sob uma rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuem a matéria prima, como ocorria no sistema de corporações, nem os instrumentos, tal como no sistema doméstico. A habilidade deixou de ser tão importante como antes, devido ao maior uso da máquina. O capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até hoje.” LEITURA COMPLEMENTAR II: OUTRO OLHAR SOBRE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Uma história bem conhecida da Revolução Industrial é a dos trabalhadores “ludistas”, aqueles que se revoltaram contra as máquinas por acharem que elas destruíam empregos e impunham uma concorrência desleal. Esses protestos são tão antigos quanto as primeiras máquinas. Tão logo o carpinteiro e tecelão James Hargreaves começou a vender sua fiandeira jenny, vizinhos e colegas invadiram sua casa e destruíram os equipamentos. Os quebra-quebras ganharam força a partir de 1811, quando costureiros da cidade Nottingham se armaram com machados e porretes, invadiram fábricas de tecidos e arruinaram 60 fiandeiras mecânicas. Basta olhar para o lado para constatar como os ludistas fracassaram. Daquela época até hoje, as fábricas foram tomadas por uma onda inescapável de engrenagens, máquinas, motores elétricos, esteiras rolantes, computadores e robôs; as cidades passaram a abrigar carros, trens, tratores, aviões e lâmpadas elétricas; o celular no bolso das pessoas tem processadores mil vezes mais potentes que os usados na Apollo 11. E qual foi o resultado desse enorme fracasso dos protestos dos trabalhadores? O contrário do que eles imaginaram. O número de empregos na Inglaterra (cerca de 6 milhões em 1750) não só não caiu como acompanhou o enorme crescimento populacional, chegando a 30 milhões hoje. Foi uma elevação tão intensa que os ingleses – e boa parte dos países industrializados – precisaram contratar estrangeiros para cumprir a demanda por empregos. O erro da idéia de que as máquinas roubam empregos é achar que os desejos humanos, e os empregos para satisfazer esses desejos, são finitos. Desse ponto de vista, se uma máquina tira a função de um artesão, não vai sobrar outra atividade para sustentá-lo. Quem primeiro espalhou esse equívoco foi Karl Marx. “O instrumento de trabalho, quando toma a forma de uma máquina, se torna imediatamente um concorrente do operário. A expansão do capital por meio da máquina está na razão direta do número de trabalhadores cujas condições de existência ela destrói”, escreveu ele. 4 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. Não é nenhum milagre o fato de que, desde os primeiros protestos ludistas até hoje, o número de empregos cresceu tanto quanto o de máquinas. A produção em série diminuiu o custo dos produtos que ficaram acessíveis a mais pessoas ao redor do mundo, que criaram uma demanda maior, que só pode ser cumprida com mais trabalhadores para operar as máquinas, mais vendedores, maquinistas e marinheiros para transportá-las, mais operários para construir as próprias máquinas, assim como trens, navios etc. É o caso da produção de roupas. Feitos a mão, casacos e vestidos custavam quase o salário de um ano de um empregado doméstico e constavam em testamentos e heranças. A concorrência livre e a mecanização fizeram o preço das roupas baixar continuamente. Com mais gente podendo comprar roupa, mais fábricas foram construídas. Em 1820, já havia na Inglaterra mais de 1.200 fábricas de tecidos de algodão, 1.300 de lã e mais de 600 moinhos de linho e seda. Além disso, a mão de obra das pessoas que perderam o emprego para teares movidos a vapor no século 19 ou tratores nas fazendas do século 20 foi liberada para atividades mais produtivas ou criativas. É verdade que a “destruição criativa” das inovações provoca falências de empresas, demissões, migrações, uma completa instabilidade e reorganização do trabalho. Mas, no fim das contas, há um benefício para todos. “A grande causa do aumento dos padrões de vida das nações industrializadas é o capital sendo usado para substituirtrabalho, afirma o economista americano Walter Williams. O exemplo mais evidente disso é o sistema de produção de alimentos. Nos Estados Unidos do fim do século 18, mais de 90% das pessoas trabalhavam nos campos de cultivo e pecuária. Para que alimentos chegassem à boca de quase 4 milhões de habitantes, era preciso que 19 a 20 americanos adultos trabalhassem nas fazendas. Dois séculos depois, a mecanização da agricultura liberou 18 deles: hoje, apenas um em cada 20 trabalhadores americanos contribui para cultivar alimentos aos mais de 300 milhões de habitantes. O que aconteceria se alguma lei do governo proibisse a introdução de máquinas no campo e impedisse as demissões nas plantações e fazendas? Vale imaginar um pouco mais: e se os manifestantes ingleses tivessem conseguido que o governo proibisse máquinas para preservar empregos? O resultado seria que os descendentes daqueles trabalhadores teriam hoje uma vida imensamente mais difícil. Não só os alimentos e as roupas custariam mais, como não haveria gente para projetar edifícios, carros, telefones celulares, máquinas de lavar roupa, sistemas de internet e para escrever livros. Nada de iluminação elétrica na rua, em respeito ao emprego dos acendedores de lampião a gás (que trabalharam no Rio de Janeiro até 1933). Páginas da internet não poderiam mostrar mapas de graça, para não acabar com o trabalho dos cartógrafos. Seria preciso ligar para uma telefonista para completar cada ligação telefônica, pagar a ascensoristas nos elevadores não automatizados, passar a maior parte do tempo na roça cultivando os próprios alimentos e usar o fim de semana para tricotar casacos, já que as roupas continuariam pouco acessíveis aos pobres. Ou esperar meses até que elas chegassem à cidade por meio do sistema de carroças (em respeito ao emprego dos fabricantes de carroça e dos criadores de cavalo, trens e caminhões de carga seriam banidos). Por causa de uma lei imposta pelos sindicatos do transporte coletivo para evitar demissões, todo ônibus urbano teria, além do motorista, um entediado cobrador (ops, esse ainda existe). As pessoas que perdem o emprego para as máquinas não são vítimas do progresso. São consumidores que usufruem dos prazeres infinitos que a inovação, a concorrência desleal e as máquinas tornaram acessíveis. NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do mundo. São Paulo: Leya, 2013, p. 106-110. LEITURA COMPLEMENTAR III: DEPOIMENTO Perante uma comissão do Parlamento inglês, em 1816, John Moss, capataz de aprendizes numa tecelagem de algodão, prestou o depoimento a seguir, acerca das condições de trabalho envolvendo crianças: Eram aprendizes órfãos? – Todos aprendizes órfãos. E com que idade eram admitidos? – Os que vinham de Londres tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool tinham de 8 a 15 anos. Até que idade eram aprendizes? – Até 21 anos. Qual o horário de trabalho? – De 5 da manhã até 8 da noite. Quinze horas diárias era um horário normal? – Sim Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para recuperar o tempo parado? – Sim. As crianças ficavam de pé ou sentadas para trabalhar? – De pé. Durante todo o tempo? – Sim. Havia acidentes nas máquinas com as crianças? – Muito frequentemente.” (HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 191.) LEITURA COMPLEMENTAR IV: O TRABALHO DAS MULHERES Depoimento de Betty Harris, 37 anos: Casei-me aos 23 anos, e foi somente depois de casada que eu desci à mina; não sei ler nem escrever. Trabalho para Andrew Knowles, da Little Bolton (Lancashire). Puxo pequenos vagões de carvão; trabalho das 6 da manhã às 6 da tarde. Há uma pausa de cerca de uma hora, ao meio dia, para o almoço; dão-me pão e manteiga, mas nada para beber. Tenho dois filhos, porém eles são jovens demais para trabalhar. Eu puxava esses vagões, quando estava grávida. Conheci uma mulher que voltou para casa, se lavou, se deitou, deu à luz e retornou o trabalho menos de uma semana depois. Tenho uma correia em volta da cintura, uma corrente que passa por entre as minhas pernas e ando sobre as mãos e os pés. O caminho é muito íngrime, e somos obrigados a segurar uma corda – e quando não há corda, nós nos agarramos a tudo o que podemos. Nos poços onde trabalho, há seis mulheres e meia dúzia de rapazes e garotas; é um trabalho muito duro para uma mulher. No local onde trabalho, a cova é muito úmida e a água sempre cobre os nossos sapatos. Um dia, a água chegou até minhas coxas. E o que cai do teto é terrível! Minhas roupas ficam molhadas durante quase o dia todo. Nunca fiquei doente em minha vida, a não ser na época dos partos. Estou muito cansada quando volto à noite para casa, às vezes adormeço antes de me lavar. Não sou mais tão forte como antes, mas não tenho mais a mesma resistência no trabalho. Puxei esses vagões até arrancar a pele; a correia e a corrente são ainda piores quando se espera uma criança.” (Depoimento extraído de um relatório parlamentar inglês, 1842.) CINEMATECA Filmes relacionados com o tema do capítulo: • A Nós, a Liberdade (1931), do diretor René Clair, estabelece um paralelo entre o trabalho forçado numa prisão e numa fábrica. Aula 19 – Revolução Industrial 5 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência • Tempos Modernos (1936), dirigido por Charles Chaplin, apresenta uma crítica à exploração dos trabalhadores e sua transformação em ferramenta de trabalho. • Oliver Twist (1948), do diretor David Lean, narra a trajetória de um garoto de 12 anos, em meio à Revolução Industrial. • Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, retrata o cotidiano de uma comunidade de mineiros de carvão na França rural do século XIX. • Ver-te-ei no Inferno (1969), do diretor Martin Ritt, a trama gira em torno de uma comunidade de mineiros de origem irlandesa na Pensilvânia do século XIX. 6 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 A expressão Revolução Industrial tem sido utilizada para designar um conjunto de transformações econômicas, sociais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Em pouco tempo, essas mudanças afetariam outros países da Europa e outros continentes, alterando definitivamente as relações entre as sociedades humanas. FIGUEIRA, D. G. "História". São Paulo: Ática, 2005. p. 193. Sobre a temática exposta no texto, pode-se inferir que a) a produção de tecidos foi um dos primeiros setores a desenvolver o processo industrializador juntamente com a metalurgia do aço. b) ao aumentar a produtividade de cada trabalhador, aumentou a oferta de mercadoria e, por consequência, possibilitou uma redução nos preços dos produtos. c) o sucesso da Revolução Industrial foi tão significativo que facilitou uma ampla melhoria das condições materiais da sociedade como um todo. d) a industrialização foi um processo urbano com poucas relações com o meio rural e) a indústria eliminou a produção artesanal e manufatureira na Europa. Questão 02 "Um fato saliente chamou a atenção de Adam Smith, ao observar o panorama da Inglaterra: o tremendo aumento da produtividade resultante da divisão minuciosa e da especialização de trabalho. Numa fábrica de alfinetes, um homem puxa o fio, outro o acerta, um terceiro o corta, um quarto faz-lhe a ponta, um quinto prepara a extremidade para receber a cabeça, cujo preparo exige duas ou três operações diferentes: colocá-la é uma ocupação peculiar; prateá-la é outro trabalho. Arrumar os alfinetes no papel chega a ser uma tarefa especial; vi uma pequena fábrica desse gênero, com apenas dez empregados, e onde consequentemente alguns executavam duas ou três dessas operaçõesdiferentes. E embora fossem muito pobres, e portanto mal acomodados com a maquinaria necessária, podiam fazer entre si 48.000 alfinetes num dia, mas se tivessem trabalhado isolada e independentemente, certamente cada um não poderia fazer nem vinte, talvez nem um alfinete por dia." FARIA, Ricardo de Moura et all. "História". Vol. 1. Belo Horizonte: Lê, 1993. [adapt.]. O documento sobre a Revolução Industrial, na Inglaterra, a) relaciona a divisão de trabalho com a alta produtividade, situação bem diferente da produção artesanal característica da Idade Média. b) enfatiza o trabalho em série e as condições do trabalhador nas fábricas, reforçando a importância das leis trabalhistas, no início da Idade Moderna. c) demonstra que a produtividade está diretamente relacionada ao número de empregados da fábrica, ao contrário das Corporações de Ofício, em que a produção artesanal dependia do mestre. d) destaca a importância da especialização do trabalho para o aumento da produtividade, situação semelhante à que ocorria nas Corporações de Ofício, de que participavam aprendizes, oficiais e mestre. e) evidencia as ideias fisiocráticas e mercantilistas, ao realçar a divisão do trabalho, características marcantes da Revolução Comercial. Questão 03 Anotações Aula 19 – Revolução Industrial 7 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, considere as afirmativas a seguir: I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A invenção da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das mudanças nos processos produtivos. II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial. III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o de mineração. IV. As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha, França e Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários com salários atrativos promovendo, assim, um intenso êxodo rural. Estão corretas a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV. c) apenas II, III e IV. d) apenas I, III e IV. e) I, II, III e IV. Questão 04 "O duque de Bridgewater censurava os seus homens por terem voltado tarde depois do almoço; estes se desculparam dizendo que não tinham ouvido a badalada da 1 hora, então o duque modificou o relógio, fazendo-o bater 13 badaladas." Este texto revela um dos aspectos das mudanças oriundas do processo industrial inglês no final do século XVIII e início do século XIX. A partir do conhecimento histórico, pode-se afirmar que a) os trabalhadores foram beneficiados com a diminuição da jornada de trabalho em relação à época anterior à revolução industrial. b) a racionalização do tempo foi um dos aspectos psicológicos significativos que marcou o desenvolvimento da maquinofatura. c) os empresários de Londres controlavam com mais rigor os horários dos trabalhadores, mas como compensação forneciam remuneração por produtividade para os pontuais. d) as fábricas, de modo em geral, tinham pouco controle sobre o horário de trabalho dos operários, haja vista as dificuldades de registro e a imprecisão dos relógios naquele contexto. e) os industriais criaram leis que protegiam os trabalhadores que cumpriam corretamente o horário de trabalho. Questão 05 O aumento populacional, a Revolução Industrial e o crescimento das cidades proporcionaram novos estilos de vida, tanto para a classe média urbana quanto para a classe trabalhadora urbana. Sobre essas mudanças, pode-se afirmar que a) o principal investimento da maioria da classe trabalhadora era a educação dos filhos, pois garantia a mobilidade social. b) as moradias da classe média, localizadas nas proximidades das indústrias, simbolizavam lucro e prosperidade. c) o acesso ao mercado de trabalho, nas fábricas, restringiu-se às mulheres oriundas da classe média, enquanto as de classe baixa dedicavam-se ao trabalho doméstico. d) a contratação de mulheres e crianças, em lugar dos homens, provocava desagregação no sistema de vida familiar. e) o aumento da produção de bens duráveis (eletrodomésticos) garantiu o acesso a esses produtos por parte dos operários. Questão 06 Anotações 8 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. Cenas do filme Tempos Modernos (Modern Times), EUA, 1936, Direção: Charles Chaplin, Produção: Continental. A figura representada por Charles Chaplin critica o modelo de produção do início do século XX, nos Estados Unidos da América, que se espalhou por diversos países e setores da economia e teve como resultado a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando o homem a desenvolver um trabalho repetitivo. b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional para cada homem em seu posto de trabalho. c) a organização do trabalho que possibilitou ao trabalhador o controle sobre a mecanização do processo de produção. d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque. e) as novas técnicas de produção que provocaram ganhos de produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de eliminar as greves. Questão 07 Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem a) a erradicação da fome no mundo. b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. Questão 08 Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da destreza de cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos. (Adam Smith. “Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776)”. In: Adam Smith/Ricardo. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.) O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no contexto da Revolução Industrial: a) a introdução de máquinas, a valorização do artesanato e o aparecimento da figura do patrão. b) o aumento do mercado consumidor, a liberdade no emprego do tempo e a diminuição na exigência de mão de obra. c) a escassez de mão de obra qualificada, o esforço de importação e a disciplinarização do trabalhador. d) o controle rigoroso de qualidade, a introdução do relógio de ponto e a melhoria do sistema de distribuição de mercadorias. e) a especialização do trabalhador, o parcelamento de tarefas e a maquinização da produção. Anotações