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EFEITOS COLATERAIS DA QUIMIOTERAPIA: Toda droga tem toxicidade, mas variam a intensidade Depende de cada droga (perfil de toxicidade) Uma forma de buscar diminuir a toxicidade é pelo ajuste de dose: Reduz 10% > 20% > até 25% da dose pode ser reduzida > troca o esquema Se reduzir mais 25% prejudica a eficácia da droga Quando se prescreve inicialmente é padrão, mas pode ajustar individualmente EFEITOS MAIS COMUNS: Náuseas e vômitos [mais conhecido junto com alopécia] Alopecia [mais conhecido junto com náuseas e vômitos] Nem toda quimioterapia dá alopecia Existe a CRIOTERAPIA para tentar diminuir a queda de cabelo com uma touca Contraindicada na Oxaliplatina! pois tem neuropatia que é desencadeada pelo frio Mielotoxicidade (Neutropenia febril) Mucosite Diarreia Toxicidades pulmonares, cardíaca, renal, cutânea e neural INTRODUÇÃO Grau 1: em geral, não precisa mudar a dose, só fazer medidas de suporte Grau 2 a 3: ajustar a dose Se for Grau 3 importante ou Grau 4: muitas vezes tem que suspender a medicação e modificar o tratamento Grau 0 e Grau 5 é mais em pesquisa clínica GRAU DE TOXICIDADE NÁUSEAS Pouco risco de vida associado Grau 4 é raro Grau 3 é quando interfere na ingesta calórica e hídrica -> nutrição parenteral NÁUSEAS E VOMITOS VÔMITOS A NPT no Grau 3 espera pra fazer se os vômitos persistirem > 24h, pois a nutrição parenteral (NPT) também tem suas complicações NÁUSEAS E VÔMITOS INDUZIDOS POR QUIMIOTERAPIA (NVIQ) Presença de náuseas e vômitos manifestados logo antes, durante ou até 5 dias após a QT, sem ter outra causa identificável (como o tumor ou outras patologias) EPIDEMIOLOGIA: Sem profilaxia, 80% dos pacientes vão ter náuseas e vômitos Influencia negativamente na qualidade de vida do paciente CLASSIFICAÇÃO ANTECIPATÓRIA: No mesmo dia, porém antes da QT EX: Paciente que já fez QT e já sofreu NVIQ e, emocionalmente, inicia o quadro antes mesmo da quimio AGUDA: Durante e até 24 horas após TARDIA: Após 24 horas até 5 dias após o tratamento DESCARTAR OUTRAS ETIOLOGIAS MEDICAÇÕES DE SUPORTE: Como as para dor (tramadol, codeína, morfina, opioides fortes) RADIOTERAPIA: Principalmente em região epigástrica CIRURGIA INFILTRAÇÃO/METÁSTASE DO SNC O 1º sintoma de metástases do SNC podem ser náuseas e vômitos PROGRESSÃO TUMORAL FISIOPATOLOGIA: NÁUSEA: Regulada pelo SNC VÔMITO: Existe o centro do vômito (localizado na porção dorsolateral da formação reticular ao lado do centro coordenador da respiração) Pode ser acionado por: Zona de gatilho quimiorreceptora Córtex cerebral Sistema límbico Sistema vestibular TGI através de via vagal e dos nervos do sistema periférico. MECANISMOS: ANTECIPATORIAS: Disparadas pelo córtex cerebral, com caráter emocional AGUDAS: Mediadas PELA SEROTONINA liberada pelas células enterocromafins do TGI, ativando a zona de gatilho quimiorreceptora TARDIAS: Mesmo mecanismo das agudas, somadas a liberação de neurocinina MEDICAMENTOS ATUAIS: Os antieméticos atuais agem tanto na serotonina como na neurocinina, sendo mais eficiente - drogas de ação central Antigamente as drogas não eram tão eficazes - metoclopramida (plasil) e difenidramina FATORES DE RISCO: Sexo feminino Idade menor que 50 anos Ausência de consumo etílico e/ou de tabaco prévio Sensibilidade à náusea vestibular Episódios prévios de náuseas e vômitos por QT Os primordiais: Potencial emetogênico da própria droga Dose do QT Combinação de drogas MEDIDAS PREVENTIVAS: Dieta adequada (pouco gordurosa, fracionada, evitando longos períodos de jejum) Hidratação adequada Enfatizar importância do tratamento profilático (favorecendo adesão) MEDICAÇÕES Inibidores da 5-HT-3 (serotonina) Corticosteroides Inibidores de NK-1 (neurocinina) Benzodiazepínicos Outros INIBIDORES DA 5-HT-3: Ondansetrona (Vonau | Nausedron) Granisetrona Dolasetrona Palosetrona [só profilaxia, duração de 5 dias] VIA: Oral, Sublingual (Vonau com absorção rápida), Endovenosa CORTICOIDES Dexametasona Mecanismo Incerto USO: Profilaxia e terapêutica Muito usado INIBIDORES DA NEUROCININA Aprepitanto oral Fosaprepitanto EV Não faz como tratamento, só profilaxia para moderada a alta emetogenicidade Não tem no SUS BENZODIAZEPINICOS Uso: náusea antecipatória OUTROS: ÍNDICE TERAPEUTICO RUIM: Metoclopramida (Plasil)| Escopolamina (Buscopam) | Difenidramida (Dramin) Muitos efeitos extrapiramidais. POTENCIAL EMETOGÊNICO DOS QT INCIDENCIA: Sem fazer nada, vão ter náusea e vômito AC: DOXORRUBICINA + CICLOFOSFAMIDA (QUIMIO VERMELHA) Muito usado para câncer de mama Cisplatina - usada para muitos cânceres REGIMES ANTIEMÉTICOS PARA PROFILAXIA DE NVIQ: ALTO: Faz os três juntos (corticoide, inibidor de neurocinina e inibidor de serotonina) MODERADO: Faz dose maior de dexametasona pela ausência do fosaprepitanto + inibidor de serotonina Mais usado na realidade do SUS: Pela ausência do inibidor da neurocinina no SUS REGIME DE MÚLTIPLOS DIAS DE APLICAÇÃO DO QT: DEPENDE DO REGIME: A maioria tem moderado a alto potencial emetogênico, ai repetimos a dosagem pelos dias de aplicação Pode usar Palonosetrona diariamente sem limitações TRATAMENTO DE RESGATE: INIBIDOR DE SEROTONINA VO (por conta do vômito melhor IV) OU IV POR 2 DIAS + DEXAMETASONA 12 mg/D VO OU IV [FAZ MAIS EV OS DOIS]: Se melhorar com o IV, manda para casa com o VO ADJUVANTES: BZDP Metoclopramida Anti-histamínicos ATENÇÃO! Se não melhorou após 24 horas de tratamento é hora de reavaliar o diagnóstico. Será que é só toxicidade ou tem outra causa? TRATAMENTO REIDRATAÇÃO: Depende do grau de diarreia e estado geral TRO (terapia de reposição oral) e Hidratação venosa Prevenção ou tratamento de disturbio hidro- eletrolitico, principalmnete hipocalemia Orientações dietéticas Medicamentos OPIOIDES COMO LOPERAMIDA (IMOSEC): AÇÃO: Atividade local na mucosa colônica e mínima absorção | Reduz o volume fecal, o peristaltismo, a urgência e a incontinência fecal na diarreia aguda e crônica DOSE: 2 comprimidos de 2mg (dose de ataque) > 2mg a cada 4 horas ou após cada evacuação diarreia PAROU DIARREIA = PAROU MEDICAMENTO ANALOGOS DA SOMASTOTATINA EXEMPLO: Octreotideo USO: Diarreia grave ou persistente/refratário AÇÃO: Supressão da liberação de insulina e glucagon Redução da motilidade GI Diminuição da função pancreatica exocrina Aumenta a absorção de agua, eletrolitos e nutrientes do TGI DOSE: Iniciar com 100-150 mcg SC/IV 3x ao dia OU infusão continua por 5 dias Cara ATB pode ser ciprofloxacino (após 2, 3 dias sem melhora) DIARREIA Problema comum, podendo ser motivado pela quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou pelo tumor CONCEITO Aumento do número de evacuações com sintomas de urgência e, de modo objetivo, mais de 3 evacuações com fezes líquidas ou pastosas em 24 horas GRAVIDADE Leva a desidratação, distúrbio hidroeletrolíticos, desnutrição, queda da funcionalidade imunológica e úlceras de pressão, além de sepse por translocação bacteriana CLASSIFICAÇÃO Sempre comparando ao pré-tratamento, principalmente em pacientes já com algum comprometimento em decorrência do tumor que cause diarreia DROGAS QUE FREQUENTEMENTE CAUSAM DIARREIA: FLUOROURACIL Se a diarreia causada pelo fluorouracil for muito grande tem de se pensar na deficiência da enzima que metaboliza essa droga! Muito usado em câncers do TGI IRINOTECANO Um dos principais efeitos adversos dela é a diarreia Na profilaxia da diarreia faz ATROPINA!!! CAPECITABINA - pró droga do Fluorouracil FATORES DE RISCO: Pobre higiene bucal Presença de carie dentária e patologia periapical Doença periodontal (gengiva) Algumas drogas em certas doses e via de administração Tratamento concomitante de radio e quimio para tumores cabeça e pescoço Um dos efeitos colaterais importantes da radio perto da cavidade ou na cavidade oral é a mucosite!!! CABEÇA E PESCOÇO! Em tumores de cabeça e pescoço se faz altas doses de radioterapia TODO PACIENTE COM TUMOR DE CABEÇA E PESCOÇO TEM QUE TER LIBERAÇÃO DA ODONTO! SE TIVER QUE FAZER ALGUM TRATAMENTO ODONTOLÓGICO FAZER ANTES DA RADIO E QUIMIO (QT risco de infecção secundária)! Se a RT élonge da cabeça e pescoço não tem problema fazer algum tto odontológico durante o tto radioterápico, o problema é se a radio for na cabeça e pescoço TMO (transplante de medula óssea) - tem altas doses de radioterapia Jovens DROGAS ASSOCIADAS: EM LARANJA (na imagem a seguir): Maior risco de mucosite, são as novas drogas não quimioterápicas MUCOSITE ORAL CONCEITO: Inflamação da mucosa oral com úlceras CLASSIFICAÇÃO: Em tumores sólidos normalmente vai apenas até Grau 2 No Grau 4 costuma estar associado a outras toxicidades IMAGENS DE GRAVIDADE: Mais comum em linfoma e leucemia COMPLICAÇÕES: Dor intensa Redução da ingesta oral: causando desidratação e desnutrição Sangramento oral e gengival: especialmente se plaquetopenia presente Infecções secundárias por bactérias, fungos ou vírus principalmente na vigência de neutropenia: relação com cândida e herpes Risco de bacteremia Redução de dose e/ou atraso do esquema TRATAMENTO PREVENTIVO E TERAPEUTICO: Avaliação oral por dentista antes do início de tratamento com quimio ou radio que envolva região da cabeça e/ou pescoço Manter escovação dental suave com escova macia e uso de fio dental Tratamento periondontal com raspagem e profilaxia antes de iniciar QT ou RT Não utilizar solução para enxague bucal que contenha álcool na fórmula: como listerine Sugere-se: Água bicabornatada (1 colher de chá de bicarbonato de sódio para 1 copo de água) para bochecho e gargarejo 3x/dia [PROFILÁTICO] Solução oral (nistatina, hidróxido de magnésio e lidocaína) para bochecho e gargarejo 4-6x/dia [TERAPEUTICA] Crioterapia oral [TERAPEUTICA]: Principalmente em pacientes recebendo altas doses de melfalana e 5-FU em bolus CONTRAINDICADA COM OXALIPLATINA - risco de neuropatia Laserterapia (bem efetiva padrão ouro – TERAPEUTICA E PROFILÁTICA) Fentanil transdérmica (analgésico) quando VO comprometida [casos graves] Bochecho com Morfina Saliva artificial pode ser benéfico EPIDEMIOLOGIA: Mais frequente no tratamento Impacta na qualidade de vida e no tratamento Ideal acompanhamento com dermatologista para manejo DROGAS ASSOCIADAS (MAIS AS ALVO-MOLECULARES): Fator de crescimento de queratinócitos: usado em pacientes que vão receber QT em altas doses [PROFILATICO] Benzidamina em bochechos [PROFILAXIA] Evitar alimentos ácidos, muito salgados ou secos Uso de drogas antifúngicas, antibióticos e/ou analgésicos quando necessário MAIS COMUM É A ANTI-EGFR (FATOR DE CRESCIMENTO EPIDERMICO): Usado em CA de pulmão (quando tem mutação de EGFR), mama (expressão de HR-2), intestino Quanto mais erupção, melhor é a resposta terapêutica ao medicamento >75% dos pacientes apresenta XEROSE CUTÂNEA Ressecamento da pele e mucosas em vários graus Blefarite, ressecamento perineal e vaginal Mãos e pés podem apresentar fissuras dolorosas ERUPÇÃO PAPULOPUSTULOSA (ROSTO COM PAPULA E ESPINHA): Mais comum Dose dependente e melhora após o fim do tratamento Ocorre entre 7-10 após o início: Pico máximo após segunda semana Predomínio em áreas seborreicas: Centrofacial, pescoço, ombros e tórax Associada a prurido, desconforto, queimação e dor Geralmente acompanhada de telangiectasias: TOXICIDADES CUTÂNEAS Desaparece meses após o término do tratamento, mas pode evoluir para hiperpigmentação Casos mais severos: Evolui com pioderma facial (lesões vegetantes) TRATAMENTO DA REAÇÃO PAPULOPUSTULOSA: Mais comum grau 2 ou grau 3 GRAU 1 (MENOS DE 10% DA AREA CORPOREA COM OU SEM PRURIDO OU DOR): Não se recomenda tratamento GRAU 2 (10-30% DA AREA, COM IMPACTO PSICOSSOCIAL E NAS ATIVIDADES DIARIAS): Tratamento tópico com antibiótico (clindamicina ou eritromicina) até regressão para grau 1 Corticoide tópico: não usar por muito tempo, pois pode induzir acne relacionada a esteroide, telangiectasias e atrofia da pele Casos severos usa atb oral como doxiciclina GRAU 3 (MAIS DE 30% DA AREA CORPOREA, COM IMPACTO PSICOSSOCIAL E NA ATIVIDADES DIARIAS E/OU SUPERINFECÇÃO LOCAL ASSOCIADA, COM INDICAÇÃO DE ATB ORAL): Modifica dose ou intervalo do tratamento quimioterápico Corticoides tópicos ou sistêmicos por 3-5 dias Tratar sistematicamente com tetraciclina ou derivados (doxiciclina) por 4 semanas ou até duração dos sintomas Anti-histamínico sistêmico se associado com prurido GRAU 4 (QUALQUER AREA CORPOREA COM SUPERINFECÇÃO EXTENSA ASSOCIADA): Suspender temporariamente a droga quimioterápica Doses altas de antibiótico oral Corticoide oral Anti-histamínico oral se prurido Observar necessidade de ATB EV e/ou internação. SÍNDROME MÃO PÉ Dor e formigamento, evoluindo para eritema com descamação e até formação de bolhas e fissuras Xeloda (Capecitabina) RECOMENDAÇÕES: Reduzir trauma e pressão em áreas de apoio Usar sapatos confortáveis Não andar descalço Colocar mãos e pés na água fria para alívio dos sintomas Uso de corticoide tópico potente em palmas e plantas: Previne ou reduz reação cutânea, podendo ser usado 2-3 dias antes e durante tratamento Antiinflamatório como Celecoxibe Corticoide sistêmico em situação mais grave Hidratar com cremes com ureia Tratar as rachaduras, erosões e ulcerações com vaselina e curativos vaselinados Se tiver infecção secundária: Antibiótico tópico ou sistêmico Redução da droga ou aumento do intervalo entre os ciclos Resfriar as extremidades com luvas e botas de elastogel ou bolsa de gelo Cuidado com queimadura TOXICIDADES CARDÍACAS IAM Disfunção ventricular Síndrome pericardite-miocardite ATENÇÃO! DOXORRUBICINA LIPOSSOMAL PEGUILATO TEM MENOS RISCO QUE A CONVENCIONAL (mas não substitui a oficial para todas as indicações e não tem no SUS) TOXICIDADE ASSOCIADA A TRANSTUZUMABE (ANTICORPO MONOCLONAL PARA CA DE MAMA EM EXPRESSÃO DE HR-2) Queda assintomática da fração de ejeção > reverte ao suspender o tratamento PROTOCOLO: ECO sistemático para avaliar FE Se a FE começar a cair -> suspende a droga Não é dose limitante, não está relacionada com a dose, é um efeito individual do paciente DROGA IDIOSSINCRATICA: Sem associar com dose RARO CASOS: Gera ICC Não comum, mas grave TOXICIDADE CRÔNICA (COMUM) COM USO DAS ANTRACICLINAS (QUIMIO VERMELHA) Disfunção sistólica ou diastólica assintomática que progride sem reversão para ICC DOSE CUMULATIVA: Sempre se atentar aos valores máximos (como Doxorrubicina 550 mg/m²) MAIOR RISCO: Paciente idoso Com doenças cardíacas preexistentes Uso concomitante de taxanos e transtuzumabe Radioterapia torácica prévia TOXICIDADE AGUDA (RARO) COM USO DAS ANTRACICLINAS (QUIMIO VERMELHA) Arritmias Bloqueios de condução TOXICIDADES DOS INIBIDORES DE CHECKPOINTS IMUNES [IMUNEONCOLOGICOS]FUNÇÃO DESSAS DROGAS: Reativar o sistema imune do indivíduo para reconhecer o câncer CARACTERÍSTICAS DESTAS TOXICIDADES: EVENTOS IMUNORELACIONADOS (AUTOIMUNES) PRINCIPAIS: COMO TRATAR: EVENTOS LEVES CTCAE Grau 1: Medicações sintomáticas EVENTOS MODERADOS CTCAE G2: Corticoide (prednisona) mesmo que sejam somente alterações laboratoriais assintomáticas | Às vezes usa-se imunossupressores como infliximabe ou Micofelato EVENTOS GRAVES CTCAE G3 E G4: Usa corticoide (prednisona) e pode fazer Inibidores de TNF (Infliximabe) ou Micofelato Não é muito comum! TEXTO - DIARREIA 3,5%, e homem branco 1,9%) e está associada também ao aumento na toxicidade gastrintestinal DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Antibióticos Infecção por Clostridium difficile (principalmente em pacientes que tomam ou tomaram antibiótico recentemente ou em naqueles recebendo 5-FU). Infecção por citomegalovírus Infecção intestinal Síndrome carcinoide Insuficiência pancreática (principalmente em pacientes com câncer de pâncreas) Intestino curto RT (abdome e pelve) Diarreia paradoxal devido obstrução intestinal Diarreia associada à dieta ou a outras drogas não oncológicas. TRATAMENTO DA DIARREIA RELACIONADA À QT Hidratação oral ou EV com SF dependendo da gravidade Nos casos graves, sempre checar hemograma, função renal e eletrólitos Suspender alimentos à base de leite (devido à deficiência de lactase induzida pelo dano à mucosa). Loperamida: 4 mg de dose de ataque, seguida de 2 mg VO, 4/4 h até a melhora do quadro.Depois apenas se necessário. Racecadotrila (Tiorfan): 100 mg VO, 8/8 h. Se persistência da diarreia: – iniciar ciprofloxacino: 500 mg VO, 12/12 h, por 7 dias; Considerar uso de octreotida: 100 a 150 mcg SC, 8/8 h; as doses podem ser escalonadas até 500 mcg 3×/dia MANEJO DOS EVENTOS ADVERSOS GASTRINTESTINAIS MEDIADOS PELA IMUNIDADE RELACIONADOS A INIBIDORES DE CHECKPOINTS Os principais efeitos adversos gastrintestinais mediados pela imunidade são diarreia e colite Enquanto a diarreia é baseada no aumento da frequência da evacuação/ostomia, indicadores de colite incluem fezes com sangue ou muco, ou presença de dor abdominal e cólica. Enterite envolve sintomas similares ao da colite, mas anatomicamente o intestino delgado é afetado Os efeitos colaterais gastrintestinais são mais frequentes em pacientes tratados com terapia-alvo anti-CTLA-4, como ipilimumabe, comparados com inibidor de PD-L1 ou PD-1 Pacientes que desenvolvem diarreia ou dor abdominal enquanto estiverem recebendo inibidores de checkpoints devem ser avaliados para diarreia infecciosa incluindo C. difficile. Diarreia secundária a drogas oncológicas geralmente ocorre através de três mecanismos principais: Aumento da secreção de eletrólitos causada por capacidade de absorção reduzida Aumento de substâncias osmóticas intraluminais levando a diarreia osmótica Alteração da motilidade gastrintestinal. O dano direto da mucosa isquêmica é relatado em pacientes tratados com agentes antiangiogênicos A diarreia induzida por QT é um problema comum e pode ocorrer em 50-80% dos pacientes, dependendo do regime quimioterápico empregado Quando presente neste cenário, é mais comumente associada a fluoropirimidinas (particularmente fluoruracila e capecitabina) e irinotecano. IRINOTECANO Está associado a maior taxa de diarreia quando sua administração é semanal Pacientes homozigotos para deficiência da enzima UGT1A1*28 parecem ter maior risco de diarreia e mielossupressão (ocorre em 10% dos casos) Irinotecano produz um pico bifásico na incidência da diarreia. O pico inicial, que ocorre em até 50% dos pacientes, pode se dar já nas primeiras horas de infusão e está relacionado ao efeito da estimulação colinérgica devido a similaridades estruturais entre acetilcolina e irinotecano. A diarreia é frequentemente acompanhada por outros sintomas decorrentes dessa estimulação: cólicas abdominais, rinite, lacrimejamento e salivação; tais sintomas geralmente duram menos de 1 h e podem ser facilmente prevenidos com administração de atropina, 0,5 a 0,75 mg antes do irinotecano. O segundo pico é multifatorial, resultado da combinação de dano tecidual direto e alteração da motilidade intestinal. O dano tecidual direto parece ser resultado do acúmulo do metabólito ativo do irinotecano, SN-38, na mucosa intestinal, resultando em má absorção de água, eletrólitos e apoptose tecidual FLUORURACILA, CAPECITABINA, UFT Incidência de diarreia é ainda maior com regimes de 5- FU em bolus e semanais. Existem alguns fatores clínicos preditivos para diarreia induzida por fluoropirimidinas, sendo eles: sexo feminino, raça caucasiana e diabetes. Deficiência total de di-hidropirimidina desidrogenase (DPD) é muito rara (< 1%), mas a parcial é mais comum (mulher negra 12,3%, homem negro 4%, mulher branca