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acordo com o § 1º do art. 35, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, conforme previsto no edital e estabelecido no contrato. 14.7.2 - Rescisão - A rescisão judicial dar-se-á, a pedido do concessionário, quando inadimplente o poder concedente, ou a pedido do poder concedente, quando inadimplente o concessionário. A composição patrimonial levará em conta a indenização associada ao capital ainda não amortizado e a reversão dos bens para o Poder Público. - Havendo culpa do poder concedente, deverá haver indenização sobre os lucros que o concessionário deixou de auferir (STF, in RDA 95/121). Entendo que esta indenização está associada ao lucro que, por meio da cobrança das tarifas, o concessionário teria direito até a rescisão judicial. Não engloba os lucros cessantes, ou seja, aqueles que o concessionário teria direito da rescisão até o término do contrato. Veja que o § 2º do art. 79 da Lei nº 8.666/93 estabelece, na hipótese de rescisão por culpa exclusiva da administração, o ressarcimento dos prejuízos regularmente comprovados, incluindo os pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de rescisão. - Por analogia, havendo rescisão por culpa exclusiva da Administração, cabe indenização associada ao pagamento das tarifas até a rescisão, o que inclui o lucro da concessionária (ver equação da tarifa). - A rescisão consensual ocorre quando, por mútuo acordo, poder concedente e concessionária decidem extinguir a concessão. A composição patrimonial é amigável. 14.7.3 - Por Ato Unilateral do Poder Concedente - A extinção por ato unilateral do poder concedente: ocorre na encampação ou resgate e na caducidade ou decadência. - Encampação ou Resgate - por conveniência da Administração Pública. Exige lei específica e prévia indenização. Não há culpa da concessionária. Ver subitem 14.4.3. - A indenização, consoante estabelecido no art. 37, deverá dar-se na forma prescrita no art. 36. Contemplará, portanto, as parcelas de investimentos vinculadas a bens reversíveis não amortizados. Não contemplará, a meu ver, os lucros cessantes. Primeiro, porque em regra a responsabilidade contratual do Poder Público não contempla os lucros cessantes (ver art. 79, § 2º, e art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93). Segundo, porque estabeleceria uma situação de gritante desequilíbrio - ao exigir do poder concedente um desembolso elevado e ao conceder vantagem extraordinária à concessionária, que receberia de uma vez só o lucro esperado em todo o prazo da concessão. - Mencione-se que CABM entende devidos, na encampação, em face da ausência de culpa da concessionária, os lucros cessantes. - Caducidade ou Decadência - na caducidade (art. 38), há culpa da concessionária, que queda inadimplente, parcial ou totalmente. Exige-se procedimento 130
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