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Direito Administrativo - Resumo-130

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acordo com o § 1º do art. 35, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis,
direitos e privilégios transferidos ao concessionário, conforme previsto no edital e
estabelecido no contrato.
14.7.2 - Rescisão
- A rescisão judicial dar-se-á, a pedido do concessionário, quando
inadimplente o poder concedente, ou a pedido do poder concedente, quando
inadimplente o concessionário. A composição patrimonial levará em conta a
indenização associada ao capital ainda não amortizado e a reversão dos bens para o
Poder Público. 
- Havendo culpa do poder concedente, deverá haver indenização sobre os
lucros que o concessionário deixou de auferir (STF, in RDA 95/121). Entendo que esta
indenização está associada ao lucro que, por meio da cobrança das tarifas, o
concessionário teria direito até a rescisão judicial. Não engloba os lucros cessantes, ou
seja, aqueles que o concessionário teria direito da rescisão até o término do contrato.
Veja que o § 2º do art. 79 da Lei nº 8.666/93 estabelece, na hipótese de rescisão por
culpa exclusiva da administração, o ressarcimento dos prejuízos regularmente
comprovados, incluindo os pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de
rescisão.
- Por analogia, havendo rescisão por culpa exclusiva da Administração, cabe
indenização associada ao pagamento das tarifas até a rescisão, o que inclui o lucro da
concessionária (ver equação da tarifa).
- A rescisão consensual ocorre quando, por mútuo acordo, poder concedente
e concessionária decidem extinguir a concessão. A composição patrimonial é amigável.
14.7.3 - Por Ato Unilateral do Poder Concedente
- A extinção por ato unilateral do poder concedente: ocorre na
encampação ou resgate e na caducidade ou decadência.
- Encampação ou Resgate - por conveniência da Administração Pública.
Exige lei específica e prévia indenização. Não há culpa da concessionária. Ver subitem
14.4.3.
- A indenização, consoante estabelecido no art. 37, deverá dar-se na forma
prescrita no art. 36. Contemplará, portanto, as parcelas de investimentos vinculadas a
bens reversíveis não amortizados. Não contemplará, a meu ver, os lucros cessantes.
Primeiro, porque em regra a responsabilidade contratual do Poder Público não
contempla os lucros cessantes (ver art. 79, § 2º, e art. 59, parágrafo único, da Lei nº
8.666/93). Segundo, porque estabeleceria uma situação de gritante desequilíbrio - ao
exigir do poder concedente um desembolso elevado e ao conceder vantagem
extraordinária à concessionária, que receberia de uma vez só o lucro esperado em todo o
prazo da concessão.
- Mencione-se que CABM entende devidos, na encampação, em face da
ausência de culpa da concessionária, os lucros cessantes.
- Caducidade ou Decadência - na caducidade (art. 38), há culpa da
concessionária, que queda inadimplente, parcial ou totalmente. Exige-se procedimento
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