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PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA HABILITAÇÃO E USO DE DRONES 2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar 1ª. Edição – 2021 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui viola- ção dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Fotos Banco de imagens do Senar Shutterstock Getty Images iStock Informações e contato Senar Administração Central SGAN 601 – Módulo K Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar Brasília – CEP 70830-021 Telefone: 61 2109-1300 https://www.cnabrasil.org.br/senar Presidente do Conselho Deliberativo do Senar João Martins da Silva Junior Diretor Geral do Senar Daniel Klüppel Carrara Diretora de Educação Profissional e Promoção Social Janete Lacerda de Almeida Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância Ana Ângela de Medeiros Sousa Equipe técnica Senar Carolina Soares Pietrani Pereira Vilton Francisco de Assis Júnior https://www.cnabrasil.org.br/senar Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 3 Os equipamentos popularmente conhecidos como drones estão em ascensão atual- mente nas mais diferentes áreas do âmbito urbano e rural, desde no planejamento de cidades até no desenvolvimento da agricultura. Uso do drone na agricultura Uso do drone na pecuária É possível obter imagens de alta precisão do terreno e de gran- des espaços e dimensões. Com o drone também podemos: O crescente desenvolvimento tecnológico por meio de algoritmos de IA (inteligência artificial) e de ferramentas, como o processamento digital de imagens e o geoprocessamento, proporciona diversos benefícios para o produtor, entre eles: Traçar um planejamento inicial acerca da área de produção; Monitorar a saúde e os diferentes tipos das plantas; Detectar eventuais fatores de perda da colheita, como pragas e secas; Obter dados para estimativa e correção de falhas na produção. otimização do tempo; menor uso de recursos humanos; monitoramento contínuo; identificação de solos impróprios; ganhos econômicos e de produção. Portanto, é importante compreender como é a regulação da aquisição, operação e regulamentação dos VANTs de acordo com a legislação brasileira, nas mais diversas áreas de utilização. Inicialmente, é importante conhecer as principais características dos drones, bem como suas aplicabilidades, especialmente aquelas mais utilizadas pelo produtor, como a agricultura e a pecuária. Tecnicamente denominado Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), essas aeronaves dão suporte aos levantamentos aerofoto- gramétricos, por meio da aquisição de ima- gens de alta qualidade do objeto que está sendo mapeado. USO DE DRONES E SUAS CARACTERÍSTICAS 3 Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 4 Existem três tipos de drones que geralmente vemos em utilização. Confira o infográ- fico a seguir: Características dos drones: tipos, sensores e componentes/acessórios Asa fixa Asa rotativa (multirrotores) Asa híbrida Os drones de asa fixa são os que têm asas semelhantes às de um avião e no geral alcançam maior tempo de uti- lização. Portanto são mais indicados para o mapeamen- to de grandes áreas. Os drones de asa rotativa são semelhantes a um heli- cóptero convencional. Quando têm mais de um rotor são chamados de multirrotores. O drone de asa híbrida, apesar de ainda não totalmente operacional, mescla os dois tipos de asas e é a tendência para o futuro. Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 5 Outros componentes importantes dos drones são os sensores. Podemos encontrar sete tipos de sensores diferentes: Além disso, cada drone possui diferentes tipos de componentes e acessórios que podem variar a depender do tipo, modelo e sensor. Veja a seguir: sensores na faixa do visível (RGB); sensores multiespectrais; sensores hiperespectrais; sensores infravermelhos (IV); sensores de radar; sensores Lidar; sensores de monitoramento do espectro da frequência. Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 6 Os drones são classificados de acordo com o seu peso, ou seja, com o peso máximo de decolagem. Confira: CLASSES DE DRONES E TIPOS DE CERTIFICAÇÃO Classes 1, 2 e 3 Drones com até 250 g ou menos de peso máximo de decola- gem não se encaixam em nenhuma classe, portanto não pre- cisam ser cadastrados nem certificados. Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 7 Já em relação à certificação é possível dividir os drones em três tipos: Visual Line of Sight, o piloto mantém contato visual direto com o drone, sem necessitar de lentes ou equipamentos. VLOS Extended Visual Line of Sight, o piloto somente consegue man- ter contato visual direto com o drone por meio de lentes ou equipamentos. E ainda precisa de um observador para ajudá-lo na operação. EVLOS Beyond Visual Line of Sight, não é possível manter o contato visual com o drone dentro de um limite de alcance visual de forma algu- ma, nem mesmo com o auxílio de um observa- dor. Como exemplo, um drone de uso militar. BVLOS Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 8 Ao adquirir um drone, preferencialmente em lojas especializadas em serviços de car- tografia e agrimensura, ou até mesmo no comércio em geral, você terá algumas res- ponsabilidades. Para casos específicos, você deverá se atentar aos regulamentos da Anatel, Anac e Decea. REGULARIZAÇÃO DE DRONES/ VANTS E LEGISLAÇÕES BRASILEI- RAS VIGENTES É dever do usuário observar a legislação brasileira vigente e entender a função de cada um dos órgãos reguladores de avia- ção e telecomunicações no Brasil, como a Anatel e a Anac. O Ministério da Defesa, por meio do Decre- to Lei nº 1.177, do ano de 1971, dispõe sobre os aerolevantamentos em território brasi- leiro. Ele é o responsável, em casos gerais, pela regulamentação de trabalhos de aero- fotogrametria. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é a agência reguladora os ser- viços que concernem à regulamentação e fiscalização de telecomunicações no Bra- sil. Por essa razão, os drones precisam ser homologados pela Anatel. Homologação do equipamento pela Anatel O principal motivo é para evitar interferências da radioco- municação de outros equipamentos com o drone e vice-versa. Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 9 Caso o drone não seja homologado pela Anatel, é importante requerer a homologação da radiofrequência do equipamento. É muito simples! Abra uma conta, preencha um requerimen- to e siga as orientações de cadastro no Sistema de Gestão de Certificação e Homologação. Clique aqui ou posicione um leitor de QR Code Clique aqui ou posicione um leitor de QR Code Para cadastrar seu drone e você como piloto, basta acessar o site do Sisant, abrir uma conta e seguir as orienta- ções de cadastro. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é a reguladora dos serviços de aviação no Brasil. Ela é responsável pelo cadastro de pilotos e drones na plataforma do Sis- tema de Aeronaves não Tripuladas – Sisant. A maior parte dos drones utilizados na agricultura e pecuária devem ser cadastra- dos e ter seus voos autorizados. Em geral, são drones de classe 3 e que operam por BVLOS, portanto: Têm entre 250 g e 25 kg. Geralmente voam acima de 120 m (400 pés). Cadastro do piloto e do equipamento junto à Anac https://sistemas.anatel.gov.br/mosaico https://sistemas.anac.gov.br/sisant Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 10 O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é responsável pelos ser- viços de navegação aérea, viabilidade e ordenamento de tráfego aéreo. O seguro de Responsabilidade do Explorador de Transporte Aéreo (Reta), exigido pela Anac, cobre danos causados a terceiros. Essa prática visa à correta utilização do espaço aéreo em local e data definidos. Além disso, é importante conhecer as regulamentações que norteiam e regulam a utilização de aeronaves não tripuladas e o acesso ao espaço aéreo brasileiro. Solicitação de voo para o Decea Seguro Reta Clique aqui ou posicione umleitor de QR Code Clique aqui ou posicione um leitor de QR Code Para solicitar um voo, seja ele de qualquer tipo, o usuário deve ser ca- dastrado na plataforma Sarpas. Regis- tra-se também o equipamento, além do local e horário de todos os voos, à medida em que são planejados. Então, abra uma conta e siga as orien- tações do sistema. Para conhecer essas orientações, você deve ler a instrução do Comando da Aeronáutica, regulamentada pelo De- cea, conforme a portaria ICA 100-40. https://servicos.decea.mil.br/sarpas/ https://publicacoes.decea.mil.br/publicacao/ica-100-40 Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 11 O seguro Reta é obrigatório para drones acima de 250 g. Operar o drone sem esse seguro é contra os princípios legais e pode acarretar san- ções ao usuário nas esferas civil, administrativa e penal. Onde contratar o seguro RETA? Esse seguro é contratado em seguradoras que operam com riscos aeronáuticos. SEGURO Utilizar um drone acarreta uma série de responsabilidades que estão atreladas às boas práticas de segurança. Elas devem acontecer tanto antes quanto durante o voo. Além das manutenções preventivas, são considerados cuidados essenciais conhe- cer as características técnicas do seu equipamento: Altura máxima de voo Distância máxima de alcance Tempo de duração da bateria Práticas de segurança antes e durante o voo Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 12 É proibido sobrevoar áreas críticas, como presídios e instalações militares. Além disso, existem outras precauções de segurança, inclusive algumas estabele- cidas em lei. Veja a seguir: Não é recomendável voar sobre usinas de distribuição de energia. Não é recomendado realizar voos próximos de locais com tráfego aéreo, como aeropor- tos, heliportos e aeródromos. Voos a menos de 30 m de pessoas somente podem ser realizados com o consentimento delas. Clique aqui ou posicione um leitor de QR Code Ficou com alguma dúvida? Que tal co- nhecer a Cartilha do Senar sobre drones? https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/249-DRONES.pdf Procedimentos legais para habilitação e uso de drones 13 BRASIL. DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. ET-PCDG: norma da especifi- cação técnica para o controle de qualidade de produtos de conjuntos de dados geo- espaciais. Brasília: DCT, 2016. BRASIL. DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO. ICA 100-40: aeronaves não tripuladas e o acesso ao espaço aéreo brasileiro. Rio de Janeiro: Decea, 2015. BRASIL. REGULAMENTO BRASILEIRO DA AVIAÇÃO CIVIL ESPECIAL. Requisitos ge- rais para aeronaves não tripuladas de uso civil. Brasília: Anac, 2018. SENAR. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agricultura de precisão: operação de drones / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2018. SOUSA, H. L. Sensoriamento Remoto com VANTs: uma nova possibilidade para a aqui- sição de geoinformações. Revista Brasileira de Geomática. Curitiba, v. 5, n. 3, p. 326-342, jul/set. 2017. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbgeo. Acesso em: 22 set. 2021. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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