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Construção de simulador para o ensino e avaliação da oftalmoscopia direta

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Prévia do material em texto

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
 
 
 
 
 
Jorge Enrique Mendoza Salcedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Construção de simulador para o ensino e a avaliação da oftalmoscopia direta 
 
 
 
 
 
Mestrado Profissional em Educação nas Profissões da Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2017
 
 
 
Jorge Enrique Mendoza Salcedo 
 
 
 
 
 
 
Construção de simulador para o ensino e avaliação da oftalmoscopia direta 
 
 
 
 
 
Trabalho Final apresentado à Banca 
Examinadora da Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo, como exigência parcial para 
obtenção do título de Mestre Profissional em 
Educação nas Profissões da Saúde, sob a 
orientação do Prof. Dr. Ronaldo D’Avila 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por Antonio Pedro de Melo Maricato CRB-8/6922 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde PUC-SP 
 
Salcedo, Jorge Enrique Mendoza 
S161 Construção de simulador para o ensino e avaliação da 
oftalmoscopia direta / Jorge Enrique Mendoza Salcedo. -- 
Sorocaba, SP, 2017. 
 
Orientador: Ronaldo D’Avila. 
Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde. 
 
1. Treinamento por Simulação. 2. Oftalmoscopia. 3. 
Oftalmologia. 4. Educação Médica. I. D’Avila, Ronaldo. II. 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde. III. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________ 
 
 
 
 
RESUMO 
Salcedo, JEM. Construção de simulador para o ensino e avaliação da oftalmoscopia 
direta 
 
Introdução: A fundoscopia constitui parte do exame físico e possui papel importante no 
diagnóstico e no prognóstico de diversas patologias. O ensino e o aprendizado da técnica, 
entretanto, podem ser mais difíceis, caso apenas pacientes sejam utilizados para aquele fim. 
Objetivo: Criar um simulador de fundo de olho, que seja acessível e cuja fabricação seja 
simples, a fim de auxiliar no ensino da técnica de fundoscopia direta. Material e Métodos: 
Após testar diversos materiais, construiu-se um modelo de olho humano por meio de utensílios 
acessíveis pela internet: uma bola de plástico (pokebola), um monóculo para transparência e 
um vinil adesivo transparente para impressora jato de tinta. Resultado: Criou-se um modelo de 
olho de baixo custo, que pode ser utilizado no ensino e no treinamento da técnica de 
fundoscopia. O modelo foi testado durante aula teórico-prática apresentada a 10 médicos, os 
quais aprovaram o modelo. Conclusão: Utilizando materiais simples e de fácil acesso, é 
possível construir modelos que auxiliam no processo de aprendizagem da técnica da 
fundoscopia direta. 
Palavras Chave: simuladores em oftalmologia, educação médica, fundoscopia direta 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Salcedo, JEM. Simulator construction for the teaching and evaluation of direct 
ophthalmoscopy 
 
Introduction: The fundoscopy is part of the physical examination, being important in the 
diagnosis and prognosis of various pathologies. The teaching and learning of this technique, 
however, may become difficult if only patients are used for this purpose. Objective: Create a 
medical simulator of easy access and manufacture, to aid teaching the technique of direct 
fundoscopy. Materials and Methods: After testing several materials, we constructed an eye 
model using materials easily available on the internet. Plastic ball (pokeball); a slide 
transparency viewer; an inkjet printable transparency film. Result: We constructed a low-cost 
eye model, which can be used for teaching and training fundoscopy techniques. The model 
was tested during theoretical-practical classes to 10 physicians, who approved the model. 
Conclusion: Using simple and easy access materials, it is possible to construct models that help 
in the learning process of direct fundoscopy technique. 
 
Key words: eye simulator, medical education, direct fundoscopy. 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. Sra. Chase. Primeiro simulador de manobras médicas ......................................................... 11 
Figura 2. Resusci Anne com dispositivo de feedback para avaliação das manobras de RCP ............... 11 
Figura 3. Eyesi Direct (VR Magic) ....................................................................................................... 13 
Figura 4. EYE Examination Simulator (kyoto Kagaku) ....................................................................... 13 
Figura 5. Ophtho Sim ............................................................................................................................ 14 
Figura 6. Anatomia do Globo Ocular .................................................................................................... 15 
Figura 7. Oftalmoscópio de Helmholtz ................................................................................................. 17 
Figura 8. Esquema de oftalmoscópio direto .......................................................................................... 18 
Figura 9. Oftalmoscópio Direto ............................................................................................................ 19 
Figura 10. Comparação das imagens de retina observadas na oftamosopia direta (A) e de campo 
amplo. (PanOptic ®)( B) ....................................................................................................................... 20 
Figura 11. Oftalmoscopia Indireta ........................................................................................................ 21 
Figura 12. Pokebola dividida ao meio junto de bola de ping-pong ....................................................... 32 
Figura 13. Bola de plástico com furo simulando a posição da córnea .................................................. 32 
Figura 14. Protótipo usando lente de contato rígida e lente intraocular, sendo esta colocada em redutor 
de pressão de agua que simula a íris, com diferentes tamanhos de pupila ............................................ 33 
Figura 15. Modelo usando lente de micro câmera de 16 mm arruela para fixação que também simulava 
a íris ....................................................................................................................................................... 34 
Figura 16. Visor monocular com extremidade cortada. ........................................................................ 35 
Figura 17. Monóculo cortado e com simulador de íris posicionado ..................................................... 35 
Figura 18. Modelo de retina usando impressão em vinil adesivo e, como molde, puxador de porta de 
armário .................................................................................................................................................. 36 
Figura 19. Modelo de olho pronto montado em cabeça de manequim e máscara de plástico .............. 36 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7 
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................................................ 9 
1.1. O uso de simuladores no processo de aprendizagem ................................................... 9 
2.2 Anatomia do bulbo ocular ............................................................................................... 14 
3 O PROCESSO VISUAL ..................................................................................................... 15 
4 O EXAME DO FUNDO DE OLHO.................................................................................. 17 
4.1 Oftalmoscopia direta ....................................................................................................... 17 
4.2 Oftalmoscopia Indireta ................................................................................................... 20 
5 ENSINO DA OFTALMOSCOPIA .................................................................................... 23 
6 A IMPORTÂNCIA DA OFTALMOSCOPIA DIRETA .................................................. 25 
7 ASPECTOS TEÓRICOS INERENTES AO DESENVOLVIMENTO DO SIMULADOR 
DE FUNDOSCOPIA .............................................................................................................. 27 
7.1 Anatomia e fisiologia ocular ........................................................................................... 27 
7.2 Óptica aplicada ao olho humano ..................................................................................... 27 
8 OBJETIVO .......................................................................................................................... 29 
9 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 31 
10 Resultados .......................................................................................................................... 39 
11 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 41 
12 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 43 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45 
 
 
7 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Novos conceitos éticos na sociedade e na Medicina exigem um conhecimento profundo 
antes da prática médica direta com os pacientes. A doutrina de “aprender fazendo”, expressada 
no aforismo See one, do one, teach one, criada por HALSTED, no início do século XX, quando 
ele concebeu o primeiro modelo de residência médica de cirurgia do mundo, não é mais 
totalmente aceita1. Para que tal sentença seja considerada válida, precisa ser atualizada para 
“veja muitos, treine muitos, faça muitos com supervisão e, finalmente, ensine muitos”2. A fim 
de aplicar esse conceito, novos métodos de aprendizagem, que substituem os seres humanos e 
os animais, têm sido desenvolvidos. Entre eles, merece destaque a metodologia de treinamento 
prévio com simuladores, uma forma de assegurar que os estudantes tenham oportunidades de 
aprendizagem, e, ainda, auxiliar na avaliação deles3. 
Nesse contexto, em um artigo de 1999, Remmen et alii4 afirmam que os cursos 
tradicionais de Medicina oferecem, aos estudantes, menos chances de desenvolver habilidades, 
quando comparados aos que oferecem novas formas de ensino, por exemplo, utilizando 
laboratórios de habilidades. Na opinião dos autores, o treinamento em laboratórios de simulação 
eleva o número de performances desenvolvidas e facilita a aquisição de habilidades5. 
Os simuladores vêm sendo amplamente usados no ensino médico e, seu uso no 
treinamento de habilidades e competências médicas, mais difundido. Na oftalmoscopia, em 
particular, existem simuladores de fundo de olho que servem como ferramentas de ensino no 
aprendizado da técnica. Entretanto o alto custo dos modelos, a dificuldade ao acesso direto dos 
estudantes e a impossibilidade de mudar os modelos de retina examinados consistem em fatores 
que limitam o seu uso no processo de ensino e aprendizagem. 
O exame de fundo de olho integra-se ao exame físico geral do paciente, por isso, deveria 
ser compreendido e realizado por todos os médicos. Um cuidadoso exame da retina pode 
auxiliar e, em alguns casos, ser determinante no diagnóstico e no prognóstico de diversas 
patologias, algumas relacionadas ao estado geral do paciente, outras, aos problemas do próprio 
fundo ocular. 
A retina constitui o único lugar do organismo em que se pode observar, sem maior 
preparo do paciente, a vasculatura in vivo, tornando o seu exame um importante aliado na 
avaliação de vasculopatias de qualquer origem, como na hipertensão arterial sistêmica e na 
diabetes mellitus. 
 A observação cuidadosa das células nervosas presentes na retina, tais como as células 
ganglionares, auxilia na avaliação de diversas patologias do sistema nervoso, como acontece na 
8 
 
Síndrome de TORCH. As mudanças no aspecto do nervo óptico podem ter diversos motivos, 
tais como o aumento da pressão intracraniana, a compressão do nervo óptico, aumento da 
pressão intraocular, como no glaucoma, entre outras razões. 
Por isso, a oftalmoscopia direta deve ser de interesse de qualquer médico, não só do 
especialista. No entanto o ensino e o aprendizado da técnica podem tornar-se difíceis, caso 
sejam usados somente pacientes para esse fim. O desenvolvimento de modelos de simulação 
de fundoscopia, é, portanto, importante para facilitar o treinamento. Nesse contexto, o presente 
trabalho, descreve os passos envolvidos no desenvolvimento e na construção de um simulador 
de fundo de olho de baixo custo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 
1.1.O uso de simuladores no processo de aprendizagem 
O ensino médico consiste em uma tarefa complexa e dinâmica, que evolui conforme 
as mudanças ocorrem na sociedade. Novos paradigmas éticos, novas tecnologias, mudanças nos 
valores da sociedade e do indivíduo exigem uma profunda reflexão por parte das escolas 
médicas do mundo. 
No Brasil, o antigo currículo básico foi substituído, primeiramente, em 20016 e, 
depois, em 20147, por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de 
Graduação em Medicina. Outras normas, tais como o Programa de Incentivo às Mudanças 
Curriculares das Escolas Médicas PROMED8, o Programa Nacional de Reorientação da 
Formação Profissional em Saúde PRÓ-SAÚDE9 e o Programa de Educação para o Trabalho 
em Saúde PET-SAÚDE10, tratam também de mudanças no ensino médico. 
De acordo com as regulamentações atuais, o ensino durante o curso de graduação 
deve propiciar a capacidade de observar, escutar e pensar, centralizando o aprendizado no 
próprio aluno e possibilitando a participação ativa do estudante na busca de soluções para 
problemas (aprendizado baseado em problemas). Essa busca de soluçoes não deve limitarse ao 
conhecimento teórico mas também ao treinamento pratico, sendo que a experiência é a fonte 
mais rica para a aprendizagem de adultos. Assim, o uso de metodologias ativas, que valorizam 
a experiência, dentre as quais, a simulação, tornam-se importantes ferramentas de ensino. 
Nesse contexto, as (DCNs) do Curso de Graduação em Medicina, ao tratar dos 
objetivos da Educação em Saúde (Seção III Art. 7º), definem o papel da simulação como 
ferramenta de ensino médico da seguinte forma: “aprender em situações e ambientes protegidos 
e controlados, ou em simulações da realidade, identificando e avaliando o erro, como insumo 
da aprendizagem profissional e organizacional e como suporte pedagógico”. 
Ziv et alii.11 definem a simulação como uma “técnica em que se utiliza um simulador”, 
considerando-se simulador como um “objeto ou representação parcial ou total de uma tarefa a 
ser replicada.” 
Nesse panorama, como estratégia de ensino, a simulação segue determinados 
parâmetros, como explica Pazim12: 
A simulação é uma técnica pedagógica, que se fundamenta nos principios do 
ensino baseado em tarefas (EBT) utilizando a reprodução parcial ou total 
destas tarefas em um modelo artificial, conceituado como simulador. 
10 
 
A definição da simulação como uma representação de tarefa a ser replicada, 
implica que o aluno interaja com dois aspectos importantes necessários a 
simulação: O ensino baseado em tarefas (EBT) e sua relação como simulador 
propriamente dito. 
O ensino baseado em tarefas (EBT) é um método no qual o aluno é 
confrontado com um problema e sequencialmente submetido a um processo 
de busca de subsídios para sua resolução. A técnica procura resgatar os 
conhecimentos prévios do aluno expondo uma situação prática onde exercerá 
papel ativo na aquisição de conceitos necessários para a compreensão e 
resolução do problema. 
 
Dessa forma, o uso de simuladores, geralmente, reserva-se a situações nas quais o 
objetivo é desenvolver habilidades psicomotoras ou, treinar a tomada de decisões rápidas 
focando o ensino nas habilidades técnicas, por meio da repetição exaustiva do processo a 
apreender. 
O contexto no qual surgiram os simuladores — réplicas de objetos ou situações criadas 
para o ensino e a aprendizagem de determinadas tarefas — não se pode precisar com exatidão, 
porém existem evidências históricas de seu uso em treinamentos militares que remontam ao 
Império Romano, como espadas de madeira recobertas com couro, que possuem mais de dois 
mil anos13. Mais recentemente, na década de 1930, as companhias de aviação adotaram um 
simulador de voo conhecido como Link Trainer, como parte fundamental do treinamento dos 
pilotos até hoje14. 
No panorama dos simuladores médicos, foram as fábricas de brinquedos que iniciaram 
o desenvolvimento dos primeiros simuladores. Assim, em 1911, no Hospital Hartford, em 
Rhode Island (EUA), uma boneca de tamanho natural, chamada de Sra. Chase (figura. 1), em 
homenagem a sua criadora, foi usada para treinar manobras de enfermagem e transporte de 
pacientes, permitindo alguns procedimentos como, por exemplo, a aplicação de injeções15. 
 
11 
 
 
 
Figura 1. Sra. Chase. Primeiro simulador de manobras médicas 
 
Fonte: http://oldfoolrn.blogspot.com.br/2015/04/mrs-chase-proxy-patient-for-practicing.html. Acessado em: 
10/12/17. 
 
Em 1960, outra empresa de brinquedos, a companhia Laerdal, da Noruega, desenvolveu 
o primeiro simulador amplamente aceito em treinamentos médicos, o manequim Resusci Anne, 
mostrado na figura 2, o qual permitia realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar, tais 
como a respiração boca a boca e a massagem cardíaca16. Atualmente, manequins mais 
modernos, acoplados a computadores, possibilitam desenvolver várias habilidades de maneira 
bastante realista. 
 
Figura 2. Resusci Anne com dispositivo de feedback para avaliação das manobras de RCP 
 
Fonte: http://www.laerdal.com/br/ResusciAnne. Acessado em: 10/12/17. 
 
Na pesquisa bibliográfica realizada encontraram-se registros do uso de simuladores nas 
escolas medicas brasileiras no final dos anos 197017. Na década de 1980, utilizavam-se 
http://oldfoolrn.blogspot.com.br/2015/04/mrs-chase-proxy-patient-for-practicing.html
http://www.laerdal.com/br/ResusciAnne
12 
 
manequins para ensinar habilidades ligadas à entubação traqueal e a manobras de reanimação 
cardiopulmonar17. 
O desenvolvimento de novas tecnologias e novos materiais tem permitido a fabricação 
de simuladores com maior precisão em seu realismo, especialmente, desde a criação da 
interface gráfica chamada The Sketchpad, na década de 1960, construída por Ivan Sutherland, 
até a computação gráfica atual que permite desenvolver ambientes de realidade virtual, bem 
como objetos tridimensionais18. 
As impressoras 3D e o uso de polímeros possibilitam construir novos recursos de 
simulação, principalmente, na área médica. Nesse campo, o Centro de Tecnologia da 
Informação Renato Archer (CTI), de Campinas (SP), vinculado ao Ministério da Ciência, 
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), vem criando modelos médicos 
personalizados que podem ser usados para melhorar o planejamento de cirurgias19. 
Outras empresas brasileiras, como a BioArchitectis, no interior paulista, constroem 
modelos anatômicos a partir de exames de ressonância magnética ou de tomografia; além dela, 
a Gphantom, empresa que desenvolve simuladores médicos, de Ribeirão Preto, criou modelos 
de treinamento para o exame de ultrassom. Em Pernambuco, a empresa Pro delphus tem 
desenvolvido modelos anatômicos para treinamento cirúrgico em diversas especialidades20. Na 
área da neurocirurgia, o simulador pediátrico para prática neuroendoscópica, desenvolvido no 
Brasil , foi premiado pela Federação Mundial de Sociedades de Neurocirurgia, em 201521. 
Atualmente, apesar de não ter encontrado dados na pesquisa bibliográfica sobre o 
assunto, é provável que a maior parte das faculdades de Medicina do Brasil possuam vários 
equipamentos para desenvolver cursos baseados em simulação. 
Na área oftalmológica, sempre foi comum o uso de olhos de animais para treinamento 
de habilidades cirúrgicas22. Atualmente, no entanto, encontram-se simuladores para treinar 
cirurgias, como a facoemulsificação (Simulador Eyesi Surgical) para cirurgia de catarata, além 
de réplicas do olho humano, a fim de auxiliar o ensino da anatomia, existem simuladores 
voltados ao ensino de habilidades diagnósticas (fundoscopia, por exemplo), como o Eyesi 
Direct VR Magic simulator (Figura 3), o EYE examination simulator (Kyotu Kagaku) (Figura. 
4) e o OphthoSim examination simulator-Kyiotu Kagaku (Figura 5). 
.. 
13 
 
 
 
Figura 3. Eyesi Direct (VR Magic) 
 
Fonte https://www.vrmagic.com/. Acessado em: 
 
Figura 4. EYE Examination Simulator (kyoto Kagaku) 
 
Fonte: https://kyotokagaku.com/products/index.htm. Acessado em: 
 
 
https://www.vrmagic.com/
https://kyotokagaku.com/products/index.htm
14 
 
 
Figura 5. Ophtho Sim 
 
 
Fonte: http://otosim.com/ophthosim. Acessado em: 10/12/17. 
 
Apesar das vantagens apresentadas, o uso de modelos no ensino de habilidades médicas 
ainda possui obstáculos, tais como o custo dos simuladores, a dificuldade de criar modelos 
semelhantes à realidade, a ausência de sensações como toque, cor, profundidade e odor, a falta 
de acesso das instituições aos modelos e as limitações no desenvolvimento da confiança a ser 
gerada no aluno. 
Além do ensino a simulação pode ser aplicada na avaliação do aprendizado, Miller23 e 
Vozenilek et alii24, observam que os simuladores podem ter, como porta de entrada ao mundo 
acadêmico, justamente, as avaliações. Nesse panorama, a simulação proporciona um contexto 
objetivo, reprodutível e estandardizado para avaliar os alunos, quer em sua dimensão formativa, 
que inclui as avaliações e o retorno, quer na somativa, utilizando exames objetivos e 
estruturados3. 
2.2 Anatomia do bulbo ocular 
O olho (globo ocular), como visto na figura 6, encontra-se dentro de uma caixa óssea 
protetora, a órbita, e se compõe, basicamente, de uma câmara escura, um sistema de lentes para 
focalizar a imagem, uma camada de células receptoras sensoriais e um sistema de células para 
iniciar o processamento dos estímulos e enviá-los ao córtex cerebral. Além disso, o olho possui 
três compartimentos: a câmara anterior, localizada entre a íris e a córnea; a câmara posterior, 
entre a íris e o cristalino, e o espaço vítreo, localizado atrás do cristalino e circundado pela 
http://otosim.com/ophthosim
15 
 
 
 
retina. No espaço da câmara anterior e posterior, existe um líquido transparente, o humor 
aquoso; no espaço vítreo, uma substância viscosa e gelatinosa, o corpo vítreo. 
 
Figura 6. Anatomia do Globo Ocular 
 
Fonte: Anatomia do olho humano. Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com [adaptado]. 
 
 
 
3 O PROCESSO VISUAL 
No processo visual, a luz atravessa as diversas camadas da retina para atingir os cones 
e os bastonetes. Acredita-se que ela gera a descoloração dos pigmentos visuais, originando 
potenciais de membrana transmitidos pelo nervo óptico até o local de percepção visual do 
cérebro. 
O pigmento visual, inicialmente descorado, restaura-se, podendo iniciar o processo 
novamente. Em humanos, os cones apresentam três pigmentos distintos, a base química para a 
teoria tricolor da visão em cores. A presençade muitas mitocôndrias, ao redor da porção 
fotossensitiva dos cones e dos bastonetes, sugere que o processo consome muita energia. Além 
disso, na camada das células fotossensitivas, a vascularização praticamente não existe, o que 
explica o predomínio do metabolismo glicolítico na retina. 
16 
 
A fóvea consiste na região da retina localizada no eixo óptico, onde ocorre maior nitidez 
da visão. Nela, a luz atinge as células receptoras diretamente, sem ter que passar pelas outras 
camadas da retina, contribuindo, portanto, com a nitidez da imagem formada. 
 No processo visual, a informação recebida é selecionada e agrupada, durante o seu 
trajeto pelas células da própria retina (células bipolares e ganglionares), as quais codificam e 
integram os dados fornecidos pelos fotorreceptores, encaminhando-os ao córtex cerebral, o que 
explica o fato de existirem, aproximadamente, 126 milhões de receptores. No entanto o nervo 
óptico só possui em torno de um milhão de fibras. 
 
 
17 
 
 
 
4 O EXAME DO FUNDO DE OLHO 
O exame de fundo de olho (fundoscopia ou oftalmoscopia) permite a visualização das 
estruturas da retina e do espaço vítreo. Existem dois tipos de oftalmoscopia, a direta e a indireta, 
apresentadas a seguir. 
 
4.1 Oftalmoscopia direta 
A Oftalmoscopia Direta foi descrita, pela primeira vez, em 1850, por Hermann Von 
Helmholtz, inventor do primeiro oftalmoscópio (Figura 7). 
 
Figura 7. Oftalmoscópio de Helmholtz 
 
Fonte: http://www.museumofvision.org/collection/artifacts?accession=1985.000.00152. Acessado em: 
O princípio óptico consiste na iluminação e na observação da retina por meio do orifício 
pupilar, assim, a iluminação fornecida pelo oftalmoscópio deve estar totalmente alinhada à linha 
de visão, a fim de garantir a visibilidade da retina. O alinhamento da fonte luminosa com a linha 
de visão do observador é, portanto, fundamental para o correto funcionamento do 
oftalmoscópio. Desse modo, o direcionamento da luz pode ser feito por meio de um espelho, 
um prisma ou um divisor de feixe. Na maioria dos oftalmoscópios diretos, a metade inferior da 
pupila é iluminada por reflexão de um espelho ou prisma, enquanto a metade superior da pupila 
é utilizada para observar a retina (figura 8). 
 
 
 
http://www.museumofvision.org/collection/artifacts?accession=1985.000.00152
18 
 
Figura 8. Esquema de oftalmoscópio direto 
 
Fonte: Comm Eye Health Vol. 29 No. 93 2016 pp 17. Published online 01 July 2016. Acessado em: 
 
 
A oftalmoscopia direta proporciona uma magnificação de, aproximadamente, 15 vezes, 
que corresponde a um poder dióptrico de aproximadamente 60 dioptrias de um olho emétrope, 
o campo de visão é restrito à faixa entre 5 e 10 graus, o que o desabilita a avaliar a periferia da 
retina. O oftalmoscópio moderno (figura 9) compõe-se de uma fonte de luz com filtros de 
diferentes cores, geralmente, três, de diâmetros de luz distintos e de um sistema de focagem que 
compensa o possível vício de refração do examinador e do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
Figura 9. Oftalmoscópio Direto 
 
 
Fonte: https://www.efe.com.br/produtos/oftalmoscopio-direto-k-180. Acessado em: 10/12/17. 
 
Em certos casos, embora não seja sempre necessária, faz-se a dilatação da pupila, a qual 
impõe que a observação do fundo de olho seja realizada no intervalo de 15 a 20 minutos, após 
a administração de um fármaco midriático. No procedimento, o paciente fica sentado em um 
ambiente com pouca luminosidade para evitar que ocorra a constrição pupilar ou miose. 
Há uma variação da oftalmoscopia direta, denominada oftalmoscopia de campo amplo 
(PanoOptic®). Ela permite um campo de observação de 25 graus, em quanto que na 
oftalmoscopia convencional, esse campo é restringido a 10 graus. A amplificação é, 
aproximadamente, 25% maior que na oftalmoscopia convencional. Na figura 10, observamos 
uma comparação entre o campo visual oferecido pelo oftalmoscópio direto e o PanOptic®. 
 
https://www.efe.com.br/produtos/oftalmoscopio-direto-k-180
20 
 
Figura 10. Comparação das imagens de retina observadas na oftamosopia direta (A) e de 
campo amplo. (PanOptic ®)( B) 
 
Fonte: https://www.welchallyn.com. Acessado em: 
 
 
4.2 Oftalmoscopia Indireta 
Realiza-se por meio do oftalmoscópio binocular indireto, o qual possui, como 
vantagens, uma fonte luminosa mais intensa, o exame de grandes áreas da retina 
(aproximadamente 50°), a visão estereoscópica, além da avaliação da periferia da retina. Como 
desvantagem, a imagem observada se apresenta invertida e não há grande amplificação, o que 
prejudica a percepção dos detalhes, a qual se restringe a, aproximadamente, 3,5 vezes. Na figura 
11, observamos como se realiza o exame da oftalmoscopia indireta 
O paciente deve estar com a pupila dilatada por meio de um fármaco midriático e 
encontrar-se sentado, com as costas inclinadas para trás, em ângulo de, aproximadamente, 45°. 
 
https://www.welchallyn.com/
21 
 
 
 
 
Figura 11. Oftalmoscopia Indireta 
 
Fonte: Martins et al Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 36, n. 2, 2303 (2014) 
 
 
 
23 
 
 
 
5 ENSINO DA OFTALMOSCOPIA 
A importância do exame de fundo de olho é evidente para algumas especialidades 
médicas como a oftalmologia, neurologia, endocrinologia, nefrologia, medicina de família, 
entre outras. Na atenção primária à saúde, assume especial importância já que, 
aproximadamente, 10% dos pacientes que se apresentam no atendimento clínico reclamam de 
alterações oculares25. Doenças que, comumente, são tratadas no âmbito da atenção primaria 
como a hipertensão arterial sistémica e a diabetes mellitus, tem, entre seus fatores prognósticos, 
a fundoscopia. 
Apesar de a procura de atendimento por queixas oculares ser expressiva no ambulatório 
de medicina geral e de medicina da família, nota-se, atualmente, um declínio no ensino da 
oftalmologia nas escolas médicas. De acordo com pesquisa realizada pela Associação de 
Professores Universitários de Oftalmologia dos Estados Unidos, o número de cursos de 
oftalmologia presentes no país diminuiu significativamente no início do presente século: de 
68%, em 2000, para 30%, em 200426. 
Nesse sentido, acrescenta-se o fato de a disciplina de oftalmologia possuir dentro da 
grade curricular uma carga horária pequena, o que reflete uma tendência mundial. Ah-Chan et 
alii27 reiteram a ideia, ao afirmar que as escolas médicas alocam pouco tempo ao ensino da 
oftalmologia e cita algumas estatísticas demonstrando que o fato também ocorre na Austrália, 
nos Estados Unidos e no Reino Unido. 
Velden et alii28 tem comprovando o fato de que a maioria dos médicos apresentam 
domínio insuficiente da fundoscopia, geralmente, em decorrência da falta de treinamento, da 
falta de interesse na oftalmologia e da diminuição no uso do oftalmoscópio tradicional entre os 
estudantes de Medicina. 
Nesse contexto, a Dra. Patricia M. Pachá, na sua tese de mestrado sobre a inserção da 
oftalmologia nas escolas médicas brasileiras29, mostra que a oftalmologia recebeu pouca 
atenção nos projetos curriculares das escolas estudadas. Na pesquisa, estudaram-se oito escolas 
médicas do país, dentre as quais, seis com programas de ensino tradicional e, duas, com 
estrutura PBL (Problem Based Learning). Na pesquisa, constatou-se que nenhuma das escolas 
de ensino tradicional planejavam o ensino estruturado na área oftalmológica; e nas escolas que 
implementaram o sistema PBL, não havia, como esperado, dados referentes à oftalmologia, em 
si. Numa das escolas, por exemplo, a oftalmologia inseria-se na discussão dos casos problema, 
contudo as competências técnicas, cujo desenvolvimento seria desejável, não eram explicitadas 
no Projeto Pedagógico. 
24 
 
No mesmo contexto, ao estudar o ensino da oftalmologia na graduação médica 
Ginguerra et alii30, realizaram uma pesquisa em seis escolas médicas do Estado de São Paulo, 
escolhidas aleatoriamente,cujo resultado mostrou que o conhecimento de oftalmologia é 
insuficiente entre os alunos do último ano do curso de graduação de medicina. 
Nos Estados Unidos, a Associação de Professores Universitários de Oftalmologia 
(AUPO) elaborou, em 2009, um programa base, aprovado pela Academia Americana de 
Oftalmologia31. Ele expôs os conhecimentos e as competências básicas que médicos não 
oftalmologistas deveriam adquirir e aprimorar: 
 
1. Avaliar e documentar a acuidade visual. 
2. Avaliar o campo visual mediante o exame de confrontação. 
3. Avaliar, mediante lanterna de bolso, as pálpebras, conjuntiva, esclera, 
córnea, estimando a profundidade da câmara anterior. 
4. Avaliar a movimentação ocular. 
5. Detectar estrabismo. 
6. Detectar respostas pupilares anormais. 
7. Realizar o exame de fundo de olho, analisando, especificamente, o 
nervo óptico e o reflexo vermelho. 
8. Realizar a eversão palpebral, remoção de corpos estranhos e irrigação 
ocular. 
 
 
Vale ressaltar que, na pesquisa bibliográfica, não se encontrou menção às competências 
básicas referentes aos problemas oftalmológicos que o médico egresso no Brasil deveria 
desenvolver. 
Com o objetivo de determinar o método preferido pelos estudantes de Medicina para o 
aprendizado do exame do fundo de olho, Kelly et alii.32 compararam o uso de oftalmoscópios 
diretos frente a retinógrafos portáteis e constataram que 70% dos alunos preferiram o uso de 
retinógrafos. 
No Brasil, Damasceno et alii.33 analisaram o ensino da oftalmoscopia direta usando o 
oftalmoscópio convencional em comparação ao oftalmoscópio de campo amplo (PanOptic ®). 
Na pesquisa, o resultado demonstrou que a maioria dos alunos teve mais facilidade de 
manipular o PanOptic®. 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
6 A IMPORTÂNCIA DA OFTALMOSCOPIA DIRETA 
Arthur Conan Doyle, em sua obra-prima, Sherlock Holmes, escreveu que os pequenos 
detalhes são sempre os mais importantes. Na Medicina, assim como no romance investigativo 
de Doyle, a observação, o interrogatório, a busca e a interpretação de sinais ocupam um lugar 
importante na elucidação diagnóstica. Nesse sentido, o exame clínico do paciente e, 
especificamente, o exame de fundo de olho, permitem encontrar “pistas” que, devidamente 
interpretadas, constituem valiosas ferramentas na resolução dos casos clínicos. 
Isso ocorre porque a retina é o único lugar do organismo em que se pode observar, de 
maneira simples e direta, sem maior preparo do paciente, uma parte do sistema circulatório. 
Trata-se de um sistema vascular de tipo terminal irrigado por uma artéria e drenado por uma 
veia. O exame cuidadoso do aspecto, calibre, brilho, e cor dos vasos retinianos e das alterações 
da retina permite analisar se os aspectos apresentados, podem representar mudanças no sistema 
cardiocirculatório, como no caso da hipertensão arterial sistêmica. Assim mesmo, a presença 
de hemorragias, de exudados e de edema de papila, são indicativos de comprometimento dos 
chamados órgãos alvo da hipertensão arterial. 
 Do mesmo modo, alterações no aspecto da veia central da retina, como a ingurgitação 
e a presença de tortuosidade, podem indicar alterações no seio cavernoso, tais como as presentes 
nas fistulas carotídeo-cavernosas ou nos processos expansivos, presentes nele. Além disso, a 
presença de cristais no interior das arteríolas pode sugerir a existência de placas ateromatosas. 
A retina também é importante na avaliação do sistema nervoso, já que, nela, podemos 
observar grupos de axonios, como no caso das células ganglionares, cuja reunião dão lugar ao 
chamado nervo óptico. Assim, o exame cuidadoso das fibras nervosas pode auxiliar na 
localização de lesões pré-quiasmaticas e pós-quiasmáticas. 
As alterações no aspecto do nervo óptico podem ocorrer por propagação retrógrada da 
hipertensão intracraniana pelo espaço subaracnóideo ao redor do nervo óptico ocasionando o 
papiledema. 
A oftalmoscopia é portanto, uma janela aberta ao interior do organismo de nosso 
paciente. Voltando à analogia com Doyle, os pequenos detalhes na mudança da anatomia 
normal da retina nos fornecem pistas para problemas no estado de saúde do paciente. Desse 
modo, deve-se enfatizar o entendimento das condições fisiopatológicas das lesões, para fazer 
um raciocínio clínico que implique em deduções a partir dos achados no fundo de olho. 
 
27 
 
 
 
7 ASPECTOS TEÓRICOS INERENTES AO DESENVOLVIMENTO DO 
SIMULADOR DE FUNDOSCOPIA 
 
7.1 Anatomia e fisiologia ocular 
O olho tem a função de transformar a luz em impulsos elétricos que viajam, através do 
nervo óptico, ao cérebro. O olho humano funciona de forma similar na maioria dos vertebrados, 
possui uma lente ajustável, conforme a distância, chamada cristalino, um diafragma que regula 
a entrada da luz e um tecido sensível, denominado retina, que transforma a luz em impulsos 
nervosos, graças às células fotorreceptoras. 
Sua forma é similar à esférica, tem diâmetro anteroposterior de, aproximadamente, 25 
mm; diâmetro horizontal e vertical no nível do equador de, aproximadamente, 23,5 mm. 
 
7.2 Óptica aplicada ao olho humano 
A primeira ideia do olho como sistema óptico formador de imagens aparece no século 
XV, na experiência de Leonardo da Vinci com a câmera escura. Atualmente, não há dúvida de 
que a óptica geométrica pode ser aplicada ao olho, como um instrumento óptico. Para que os 
raios de luz, que penetram na pupila, focalizem a retina, devem ser refratados. Sua refração 
muda conforme a distância entre o objeto e o observador. A maior parte da refração ocorre na 
córnea e corresponde a, aproximadamente, 75% da refração total do olho; o cristalino 
proporciona os 25% restantes do poder de focalização do olho e muda o poder de refração, para 
permitir focalizar objetos próximos ou distantes. 
 
29 
 
 
 
8 OBJETIVO 
Criar um simulador de fundo de olho de fácil acesso e fabricação para auxiliar no 
ensino da técnica de fundoscopia direta. 
 
 
 
 
31 
 
 
 
9 MATERIAL E MÉTODOS 
 Para construir o simulador de fundoscopia, utilizaram-se os seguintes materiais: 
 Bola plástica de 25 mm com abertura no meio (utilizou-se um modelo simples, 
popularmente conhecido como Pokebola), que pode ser encontrada em bancas de 
jornais e revistas ou em comércio eletrônico, como em: 
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-793509809-pokebola-pokeball-bola-com-
pokemon-sortido-lote-10-unid-_JM. 
 Visor monocular de transparências, como o encontrado em: 
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-893941720-100-monoculoslembrancinha-
retropara-foto-_JM 
 Vinil adesivo transparente tamanho A4 para impressora jato de tinta como 
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-714338856-vinil-adesivo-a4-transparente-
para-impressora-jato-de-tinta-_JM. 
 Máscara de plástico de baixo preço, encontrada em lojas de material escolar. 
A construção de uma réplica do globo ocular constitui grande desafio, uma vez que o 
modelo deve respeitar parâmetros ópticos e anatômicos básicos que simulem as particularidades 
encontradas no exame de fundo de olho. O desafio tornou-se ainda maior quando se tomou, 
como base, criar um modelo reprodutível e de baixo custo. Assim, foram feitos muitos testes 
usando os mais diversos materiais, desse modo são descritas algumas das tentativas , até se 
chegar ao modelo final. 
O primeiro passo compreendeu a busca por uma esfera oca que simulasse o globo ocular, 
inclusive, seu tamanho médio em um adulto. Assim, pensou-se, a princípio, na bola de ping-
pong, cuja vantagem consiste em sua extensa distribuição no comércio. Porém, como 
desvantagens, apresenta tamanho maior do que o olho humano e mais resistência material para 
trabalhar em seu interior. Dessa forma, optou-se pelo brinquedo conhecido como pokebola, já 
que, além de ser facilmente encontrado, permite trabalhar no interior da esfera e possui o 
tamanho (25 mm) que coincide com a média do globo ocular (entre 22 mm a 24,5mm). A 
figura 12 mostra as pokebolas utilizadas. Como se vê, elas podem ser facilmente abertas e são 
de um tamanho ideal, menores que a bola de ping-pong, também apresentada na figura. 
 
32 
 
Figura 12. Pokebola dividida ao meio junto de bola de ping-pong 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
. 
A segunda etapa consistiu em fazer um furo no meio da esfera, simulando o 
posicionamento da córnea. Na figura 13, observa-se a bola com furo de 1 cm de diâmetro 
simulando a posição da córnea. 
 
Figura 13. Bola de plástico com furo simulando a posição da córnea 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
A reprodução da parte óptica do olho enfrentou seus próprios desafios. Nos primeiros 
testes, usaram-se duas lentes de contato rígidas, de 20 dioptrias sobrepostas, com poder 
dióptrico similar ao da córnea, cujos resultados apresentam um poder refracional parecido com 
33 
 
 
 
o da córnea verdadeira (40 dioptrias frente às 42 dioptrias da córnea). Para simular o cristalino, 
inseriu-se uma lente intraocular, comumente usada na cirurgia de catarata, a qual foi colocada 
no interior do redutor de pressão de água, que simula a íris. Ele tem a vantagem de possuir 
aberturas de diferentes diâmetros, o que, por sua vez, simula diferentes aberturas pupilares. 
Assim, o modelo mostrou-se factível, porém de custo elevado. Na figura 14, observa-se como 
ficou o modelo original (depois transformado) utilizando-se as lentes de contato e a lente 
intraocular. 
Figura 14. Protótipo usando lente de contato rígida e lente intraocular, sendo esta colocada 
em redutor de pressão de agua que simula a íris, com diferentes tamanhos de pupila 
 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Buscou-se, assim, uma lente alternativa, por meio de pesquisas sobre outros materiais. 
Uma delas foi a lente usada em micro câmeras de vigilância, que apresenta diferentes poderes 
refracionais. Daquele conjunto, a lente de 16 mm apresentou um poder refracional de 60 
dioptrias, próximo ao do olho. Além desta vantagem, apresentou rosca de focalização, o que 
permite mudar a distância do sistema óptico em relação à retina, produzindo, desse modo, um 
olho com diferente poder refracional. 
Nessa direção, por constituir-se em material de fácil acesso e, relativamente, de baixo 
custo, optou-se por utilizar essas lentes de 16 mm na construção do simulador. Entretanto, 
durante os testes, as lentes promoveram uma grande ampliação da imagem do modelo artificial 
da retina, o que tornava as diminutas imperfeições do modelo muito visíveis, impossibilitando, 
34 
 
portanto, o seu uso no projeto. A figura 15 mostra o modelo descartado em que se usavam lentes 
de câmeras de vigilância. 
 
 
Figura 15. Modelo usando lente de micro câmera de 16 mm arruela para fixação que também 
simulava a íris 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Com base nas experiências, optou-se por não construir um modelo com o poder 
refracional similar ao do olho humano, já que, mesmo as melhores réplicas de retina, 
apresentaram, quando examinadas com o oftalmoscópio, múltiplos defeitos, quando 
amplificadas. 
Como o poder refracional do olho não altera, de maneira significativa, a visualização do 
fundo de olho, testaram-se diversas lentes, até achar a mais adequada para o objetivo do 
trabalho, dentre as quais, a lente macro do kit de lentes de celular. Com ela, obteve-se um bom 
resultado, porém a dificuldade de colocá-la na posição da córnea, acarretou na desistência do 
projeto. 
Por último, optou-se pela lente de visor monocular de transparências, que, além de ser 
mais simples, permitia, devido ao seu formato, inserir diferentes simuladores de íris com 
facilidade. Por isso, aquela lente foi a escolhida para criar o projeto final. Na figura 16, observa-
se o visor de transparências cortado para encaixar na posição correspondente à córnea; na figura 
17, o visor cortado com o simulador de íris presente nele. 
 
35 
 
 
 
Figura 16. Visor monocular com extremidade cortada. 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Figura 17. Monóculo cortado e com simulador de íris posicionado 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Afora os demais desafios, construir a réplica da retina incitou a criatividade, já que a 
esfericidade do modelo implica transformar uma imagem 2D (duas dimensões) em 3D (três 
dimensões). Assim, realizaram-se diversos testes com materiais de impressão, o que acarretou 
na escolha pela impressão de vinil adesivo. O material é facilmente moldável usando calor 
(secador de cabelo, por exemplo), o que permite trazer a esfericidade à imagem impressa. Na 
figura 18, observa-se a retina impressa já com o formato de esfericidade requerido. 
 
 
 
 
36 
 
Figura 18. Modelo de retina usando impressão em vinil adesivo e, como molde, puxador de 
porta de armário 
 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Na etapa final, já com o modelo ocular pronto, percebeu-se que usá-lo em um suporte 
mais realista seria interessante, por isso, optou-se por máscaras de PVC, comumente, utilizadas 
como fantasias de carnaval e por cabeças de manequim de tamanho natural, em cuja face foram 
feitos dois furos, para a colocação dos simuladores. 
 
Figura 19. Modelo de olho pronto montado em cabeça de manequim e máscara de plástico 
 
Fonte: autor, 2017. 
 
Para testar o modelo, propuseram-se duas atividades com 10 médicos, uma teórica, 
outra, prática. Nove dos médicos eram residentes, três residentes em Nefrologia, quatro, em 
37 
 
 
 
Clínica Médica e, dois, em Endocrinologia. O outro médico terminou há dois anos a residência 
em Nefrologia. 
Na atividade, que durou duas horas, os alunos receberam, cada um, um protótipo do 
globo ocular. Foram apresentadas imagens sobre a anatomia do fundo de olho e, os alunos, 
orientados a procurar pelas imagens correspondentes no protótipo. A atividade prática 
encerrou-se por meio do exame do fundo de olho que os alunos fizeram entre si. Ao final, 
responderam às perguntas de avaliação do simulador. 
A avaliação do simulador foi feita através de um questionário com oito perguntas, as 
quais podem ser vistas abaixo: 
1. Você acha que o método de simulação tem espaço no ensino médico? 
2. Você acha que o método de simulação a que tiveram acesso hoje tem espaço no ensino 
médico? 
3. Você conseguiu “enxergar”o nervo óptico no modelo testado? 
4. Você conseguiu “enxergar” os vasos da retina no modelo testado? 
5. Levando em consideração as dificuldades de se aprender em seres vivos, o simulador 
do fundo de olho, aqui apresentado, pode ser útil como ferramenta de ensino da oftalmoscopia 
direta? 
6. Você acha que o modelo, acompanhado por explicações do professor, pode auxiliar na 
compreensão da física ocular (entender curvatura, dioptria, formação da imagem etc?) 
7. Você acha que o modelo pode auxiliar na compreensão da anatomia ocular? 
 
As perguntas tinham cinco possíveis respostas, seguindo o padrão de respostas de 
Likert: não concordo totalmente, não concordo parcialmente, indiferente, concordo 
parcialmente e concordo totalmente. A ordem das respostas não foi invertida em nenhuma das 
questões. Nesse panorama, somente as respostas 4 e 5 valorizavam o simulador em estudo. 
Foram atribuídas notas 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente, às respostas. Assim sendo, as respostas 
“concordo parcialmente” e “concordo totalmente” receberam as notas mais elevadas, 
respectivamente, 4 e 5. 
As respostas ao questionário não foram identificadas e reiterou-se, aos alunos, a 
necessidade de serem rigorosos em suas opiniões, porque se tratava de um estudo fundamental 
para o ensino médico. 
Uma pergunta final solicitava que os alunos fornecessem uma nota, de zero a dez, sendo 
zero, muito insatisfeito e, dez, muito satisfeito com o modelo testado. 
39 
 
 
 
10 RESULTADOS 
Construímos um modelo de olho com características físicas equivalentes a um olho 
humano. Os modelos de retina são flexíveis, por isso, podem ser usados desenhos, textos ou 
retinografias reais para o treinamento datécnica da fundoscopia. Além disso, pode-se usar um 
modelo para o próprio aluno desenhar as estruturas básicas de uma retina normal, já que o custo 
total do modelo é inferior a 10 Reais. 
A avaliação do modelo contou com a participação de 10 médicos residentes. As 
respostas ao questionário de avaliação do modelo apresentado mostraram os seguintes 
resultados: 
Pergunta 1: nove dos alunos responderam que o método de simulação tem espaço no 
ensino médico. A nota média da questão (máximo possível=5,0) foi 4,6 ± 0,7. 
Pergunta 2: nove dos dez alunos concordaram que o nosso modelo de simulador tem 
espaço no ensino médico. A nota média para a questão (máximo possível=5,0) foi 4,4 ± 0,7. 
Pergunta 3: dois deles disseram não ter conseguido visualizar o nervo óptico após a 
atividade. A nota média para a questão (máximo possível=5,0) foi 3,9 ± 1,1. 
Pergunta 4: apenas um aluno disse não ter conseguido visualizar os vasos da retina. A 
nota média para a questão (máximo possível=5,0) foi 4,1 ± 0,8. 
Pergunta 5: todos os alunos consideraram que nosso simulador de fundo de olho pode 
ser útil como ferramenta de ensino da oftalmoscopia direta. A nota média para a questão 
(máximo possível=5,0) foi 4,7± 0,5. 
Pergunta 6: dois alunos não concordaram que o modelo de simulador pode auxiliar na 
compreensão da física ocular. A nota média para a questão (máximo possível=5,0) foi 3,9 ± 
1,1. 
Pergunta 7: todos os alunos consideraram que o modelo apresentado pode auxiliar na 
compreensão da anatomia ocular. A nota média para a questão (máximo possível=5,0) foi 4,4± 
0,5. 
 No geral, a nota média recebida pelo simulador de oftalmoscopia foi 8,6± 0,9 (de um 
total possível de 10). 
41 
 
 
 
11 DISCUSSÃO 
Atualmente, os modelos simuladores de ensino têm provado ser, cada vez mais, úteis à 
Medicina. O ensino da oftalmologia voltado, especificamente, para a formação do clínico geral, 
não deve ser desprezado, porque aspectos, como a oftalmoscopia, podem auxiliar nos 
diagnósticos de situações clínicas diversas. Nesse sentido, desenvolvemos um modelo de ensino 
e aprendizagem de fundoscopia a um custo extremamente baixo. Acreditamos, desse modo, que 
o modelo desenvolvido possa, facilmente, reproduzir-se, facilitando o ensino da técnica. 
Além disso, o modelo foi avaliado por 10 médicos residentes que concordaram com a 
importância dele como instrumento de ensino. 
 
43 
 
 
 
12 CONCLUSÕES 
O objetivo principal do projeto foi atingido, já que o simulador de fundo de olho capaz 
de auxiliar o estudante das áreas da saúde a aprender a técnica da fundoscopia funcionou 
corretamente. No final, conseguiu-se desenvolver um projeto de preço acessível e eficaz em sua 
aplicação no cotidiano do ensino médico. O modelo passou por várias etapas de 
desenvolvimento e a sua utilidade ainda precisa ser comprovada em grupos maiores de alunos, 
uma meta ainda a se alcançar. Por enquanto, já foi aprovado por dez médicos que fizeram um 
rápido curso de fundoscopia. Ademais, novas adaptações ao modelo poderão ser aplicadas com 
o tempo, conforme as necessidades de ensino. 
 
 
45 
 
 
 
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