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77 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 2003 CASOS CLÍNICOS Hiponatremia – contribuição de produtos homeopáticos# Hyponatraemia – the contribution of homeo- pathic products Alexandra Santos*, Joana Guimarães**, Rita Santos*, Rita Reis***, Francisco Parente§, Borges Alexandrino§§, J.J. Alves de Moura§§§ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Resumo Os A.A. apresentam um caso de hiponatremia grave (101 mmol/l) numa mulher de 71 anos de idade, que teve como apresentação clínica ini- cial um quadro de convulsões tónico-clónicas generalizadas e coma, que surgiu após três dias de vómitos de intensidade moderada, acompa- nhados pela ingestão exclusiva de “chás”. Na realização da história clínica, apurou-se consumo abusivo de produtos homeopáticos com acção diurética e natriurética que, junta- mente com uma habitual alimentação com bai- xo teor de sódio, se pensa poder ter tido res- ponsabilidade na etiopatogenia desta situação. Com a publicação deste caso clínico, os auto- res pretendem realçar os potenciais riscos do consumo de produtos homeopáticos, frequente na população portuguesa, e, consequentemen- te, a importância do conhecimento dos seus efei- tos, já que podem estar implicados em patolo- gia com que contactamos diariamente. Palavras-chave: hiponatremia, produtos ho- meopáticos, diurético, natriurético. Abstract The A.A. report the case of a 71-year-old fe- male with severe hyponatraemia (101mmol/l), whose first clinical presentation was of convul- sions and coma. This occurred after three days of vomiting and exclusive tea ingestion. While taking the patient’s history, it emerged that several diuretic and natriuretic homeopa- thic products had been consumed. This, toge- ther with a poor sodium diet, is thought to have been largely responsible for the aetiopathoge- nesis of the clinical case reported. With the publication of this case, the authors would like to underline the potential risks in- volved in the consumption of homeopathic pro- ducts and consequently the importance of kno- wing their effects, as these products can cause serious illness. Key words: hyponatraemia, homeopathic pro- ducts, diuretic, natriuretic. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Introdução A hiponatremia é um desequilíbrio hidroelectrolítico re- lativamente frequente na prática clínica diária. Geralmente ligeira e assintomática, pode, em certos casos, assumir va- lores alarmantes e traduzir-se por manifestações neurológi- cas aparatosas, produzir por si só lesões neuronais irrever- síveis e, eventualmente, conduzir à morte. Por outro lado, a própria correcção não está isenta de riscos1. Para além das causas mais comuns de hiponatremia, en- tre as quais a terapêutica diurética e a perda de fluidos gas- trintestinais, na avaliação de uma situação grave etiologias menos frequentes devem também estar em mente. Neste sentido, o interrogatório clínico assume um papel funda- mental, nomeadamente no que respeita aos antecedentes e hábitos do doente, que, por vezes, incluem informações di- fíceis de conhecer, como a adesão a medicinas alternativas. Caso clínico C.H.S.C.R., sexo feminino, 71 anos de idade, natural e residente em Coimbra, viúva, professora reformada, iniciou subitamente, numa manhã de Fevereiro de 2002, um qua- dro de cefaleias, náuseas e vómitos, atribuído à ingestão de um pastel de doce de chila no dia anterior. Para aliviar estes sintomas, a doente recorreu a infusão de erva-cidreira e mebeverina, esta última não tolerada. A situação prolon- gou-se por dois dias, em que ingeriu exclusivamente a refe- rida infusão. No terceiro dia de evolução, a doente sofreu agravamen- to das náuseas e dos vómitos, que de alimentares tomaram características biliares, vindo a desenvolver um episódio convulsivo, que culminou com perda de consciência, o que motivou a sua família a trazê-la ao serviço de urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra (H.U.C). Os antecedentes pessoais e familiares mostraram-se irre- levantes. Já em relação aos hábitos da doente, há a salientar * Médico do Internato Geral ** Médico do Internato Complementar de Endocrinologia *** Médico do Internato Complementar de Medicina Interna § Assistente Graduado de Medicina Interna §§ Chefe de Serviço de Medicina Interna §§§ Director do Serviço de Medicina II dos HUC e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Serviço de Medicina II dos Hospitais da Universidade de Co- imbra # Trabalho apresentado no 8º. Congresso Nacional de Medici- na Interna, Coimbra, 2002 Recebido para publicação a 07/11/2002 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 200378 CASOS CLÍNICOS uma alimentação com baixo teor de sal e a ingestão diária de quantidades significativas de diversos produtos homeo- páticos, designadamente: ArtrizalÒ (Harpagophytum pro- cumbes, Salix alba, Ononis antiquorum, Papaver rhoeas, Phenylalanine, Pyridoxinii cloridium, magnésio, cálcio e colagéneo), Ginko® Forte, Ginseng®, Herbal Defense® (vi- tamina C, zinco, bagas de sabugueiro, raiz de Astragalus, Equinacea purpúrea, Propolis, folhas de chá verde, extrac- to de Maitake), três variedades diferentes de New Era® (fos- fato de cálcio, fosfato de magnésio, fosfato de sódio, sulfa- to de sódio, cloreto de potássio e sílica) e Urticalcin® (urti- ca, sílica, carbonato e fosfato cálcio e fosfato de sódio). À entrada no serviço de urgência, a doente apresentava- se comatosa, com períodos de agitação, eupneica, com pele e mucosas pálidas e desidratadas, temperatura axilar de 35,6ºC e pressão arterial de 100/60 mmHg, pulsos periféri- cos palpáveis e simétricos com frequência de 100 bpm, sem edemas periféricos, não mostrando o restante exame físico mais alterações. Durante a permanência no serviço de ur- gência, repetiu o episódio de convulsão tónico-clónica ge- neralizada que tinha motivado a vinda ao Hospital. Nos exames analíticos realizados, à data de admissão, detectou-se hiponatremia grave (101 mmol/l) com hipoos- molaridade plasmática (206,4 mOsm/l), acompanhada por hipocaliemia (2,8 mmol/l) e hipocloremia (69 mmol/l). A osmolalidade urinária era de 155 mOsm/l e o sódio urinário de 13 mmol/l. Dos restantes exames realizados, há a desta- car uma tomografia computorizada crânio-encefálica que não revelou quaisquer lesões endocranianas, nomeadamen- te de tipo expansivo ou vascular. A radiografia do tórax, o electrocardiograma, os restantes parâmetros bioquímicos séricos, a proteína C reactiva e as provas de coagulação apresentavam-se dentro da normalidade. A hemoglobina era de 10,9 g/dl e os leucócitos de 12,9 G/L, sem outras altera- ções no hemograma. Perante esta situação de hiponatremia grave, duas atitu- des se impunham: por um lado, a terapêutica imediata de correcção deste desequilíbrio hidroelectrolítico e, por ou- tro, o diagnóstico etiológico, que poderia permitir consoli- dar o tratamento a longo prazo. Com efeito, ainda no Serviço de Urgência, para além do tratamento anticonvulsivante, instituiu-se uma terapêutica com soro fisiológico hipertónico, constituindo-se 500 ml de solução de cloreto de sódio a 3%, que foram administra- dos por via endovenoso durante três horas. Depois disso, foram prescritos 1000 ml de soro fisiológico com quatro ampolas de 10 ml de cloreto de potássio para administrar nas 21 horas seguintes. Esta prescrição foi feita, segundo a fórmula indicada na Figura 11 e calculada para uma doente idosa de cerca de 60 kg. O controlo bioquímico mostrou melhoria dos valores laboratoriais, constatando-se, cerca de oito horas depois do início da terapêutica, natremia de 114 mmol/l, o que revela- va uma subida do sódio plasmático de 13 mmol/l. De resto, mantinha-se a hipocaliemia (2,8 mmol/l), a hipocloremia (82 mmol/l) e a hipoosmolalidade (229,6 mOsm/kg). Após o internamento, a doente, ainda inconsciente, pros- seguiu a terapêutica de correcção da hiponatremia com so- lução de cloreto de sódio a 0,9% e cloreto de potássio, ad- ministrada por via endovenosa, em dose e ritmo dependen- tes dos valoresbioquímicos de controlo, que foram obtidos duas vezes por dia, durante o período mais crítico. Para além disso, manteve uma dieta zero durante os primeiros dias, tendo passado a uma dieta pastosa com sal ao quarto dia de internamento. A evolução da doente foi bastante favorável, tendo-se re- gistado progressiva recupe- ração do estado de consciên- cia, após o segundo dia de internamento. Apesar das oscilações iniciais do estado de consciência e do compor- tamento, a doente foi reve- lando melhoria significativa dos seus sintomas, apresen- tando-se, cerca de um mês depois da sua entrada no hos- pital, consciente e orientada, com aparente recuperação to- tal das funções cognitivas. Não apresentou novos sinto- mas relevantes durante o pe- ríodo de internamento e a evolução analítica mostrou também uma recuperação progressiva (Fig. 2). Alteração da [Na]pl < 1-2 mmol/l em cada hora < 8 mmol/l em 24 horas Alteração da [Na]pl = 10 mEq/ampola ([Na]soro + [K]soro) – [Na]pl ACT= 0,45 x peso 1 l NaCl 0,9 % → [Na]=154 mmol/l ACT + 1 Fig. 1 – Formula de correcção da hiponatremia (Adaptado de Adrogué & Madias1) Legenda: [Na]pl = concentração de sódio plasmática; [Na]soro = concentração de sódio no soro a administrar; [K]soro = concentração plasmática de potássio no soro a administrar; ACT = água corporal total. 79 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 2003 CASOS CLÍNICOS Concomitantemente com as atitudes terapêuticas, procu- rou-se chegar a um diagnóstico etiológico. Os dados da anamnese e do exame objectivo permitiram eliminar as cau- sas mais comuns de hiponatremia. Face ao baixo valor de sódio e hipoosmolalidade plasmáticos e baixa densidade urinária que a doente apresentava, poucas alternativas diag- nósticas restavam. Conhecido algum tempo mais tarde, o consumo dos referidos produtos homeopáticos surgiu como a chave do problema. Efectivamente, pareceu-nos mais provável que esta situ- ação se tratasse de uma combinação de diferentes e simul- tâneas circunstâncias: o aumento das perdas gastrointesti- nais sob a forma de vómito no contexto de uma alimenta- ção hipossalina e do hábito de ingerir muitos “chás” e pro- dutos homeopáticos com possível acção diurética, natriuré- tica e caliurética, como as bagas de sabugueiro,3,4 o Ono- nis5,6,7 e Astragalus.8 Com probabilidade decrescente, SIA- DH, insuficiência supra-renal e hipotiroidismo também fo- ram considerados. Assim, para além dos dados do exame clínico e dos valo- res analíticos já referidos, com o intuito de confirmar ou infirmar as hipóteses diagnósticas colocadas, foram pedi- dos alguns exames complementares, de que destacamos uma ecografia abdominal e doseamentos hormonais de ACTH, cortisol, TSH e T3 e T4 livres. Para além disto, consultou- se ainda o Serviço de Informação do Medicamento (SIMed), na procura de eventuais efeitos diuréticos e ou natriuréticos dos princípios activos contidos nos produtos que a doente habitualmente tomava. Não sendo propriamente um exame complementar de di- agnóstico, foi decerto uma informação com- plementar. Daqueles exames complementares, todos os resultados foram normais. Em relação às informações obtidas junto do SIMed, conse- guiu-se apurar que as bagas de sabugueiro, constituinte do Herbal Defense®, e a Ononis, que entra na composi- ção do Artrizal®, têm efeito diurético. Deste modo, inter- pretou-se esta situação como uma hiponatre- mia que se desenvolveu na sequência de vómi- tos com três dias de evolução, durante os quais a doente ingeriu exclusivamente infusão de erva ci- dreira, uma solução hipotónica, num fundo de provável hi- ponatremia crónica mantida por uma dieta hipossalina e in- gestão diária de “chás” e produtos homeopáticos com ac- ção diurética. Foi ainda realizada ressonância magnética nuclear, com o objectivo de avaliar a existência de possíveis sequelas, que não revelou quaisquer lesões cerebrais. Para além da terapêutica de correcção da hiponatremia hipoosmolar associada a hipocaliemia, que foi instituída imediatamente, não havia terapêutica a longo prazo a insti- tuir, à excepção de aconselhamento dietético e suspensão dos ditos produtos. Assim, à data da alta, o prognóstico tra- çado foi bom, quer do ponto de vista vital, quer do ponto de vista funcional, o que se veio a confirmar na reavaliação em consulta externa onde se apresentou assintomática e com parâmetros analíticos dentro da normalidade. Discussão A hiponatremia define-se por uma concentração plasmá- tica de sódio inferior a 135 mmol/l. Não se trata de uma doença mas de uma manifestação de diversas situações pa- tológicas. A hiponatremia acompanha-se por hipoosmolalidade plas- mática. Falamos de pseudo-hiponatremia quando cursa com osmolalidade normal (situações que aumentam o volume plasmático à custa da fase não aquosa do plasma, como hi- perproteinemia e hiperlipidemia, por exemplo) ou aumen- tada (hiperglicemia, por exemplo)1,2. 7 F ev -1 2h 8 F ev -7 h 9 F ev -7 h 10 F ev -7 h 11 F ev -7 h 12 -F ev 13 -F ev 15 -F ev 18 -F ev 22 -F ev Retiram-se os soros Recuperou a consciência Fig. 2 – Evolução dos parâmetros analíticos. 140 130 [Na]pl 120 110 100 6 5.5 5 4.5 4 [K]pl 3.5 3 2.5 2 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 200380 CASOS CLÍNICOS Entre as causas de verdadeira hiponatremia, contam-se: diuréticos (tiazidas), nefropatias (acidose tubular renal, in- suficiência renal), aumento das perdas gastrintestinais (di- arreia, vómitos), perdas sanguíneas, aumento das perdas insensíveis (sudação excessiva), sequestração de líquido no terceiro espaço, alimentação hipossalina, insuficiência su- pra-renal, hipotiroidismo, SIADH, polidipsia primária ou potomania e estados edematosos (Quadro 1).1,2 As manifestações de uma situação de hiponatremia são essencialmente neurológicas, devido ao edema cerebral re- lativo que se constitui. Efectivamente, estes doentes podem ser assintomáticos ou apresentar desde cefaleias e náuseas até convulsões, coma e morte, dependendo do valor de hi- ponatremia e da rapidez do seu estabelecimento.1,2 O tratamento destas situações consiste, por um lado, na correcção hidroelectrolítica e, por outro, no tratamento da causa subjacente. Os soros a administrar e o ritmo em que se deve fazê-lo, bem como as terapêuticas sintomática e eti- ológica que lhe são complementares, são determinados por cada caso particular.1,2 Especial atenção deve ser dada ao volume e ao ritmo de administração dos soros, dado o perigo de correcção dema- siado rápida da natremia, nomeadamente o de desmielinóli- se pôntica1,2. O risco de desmielinização osmótica é maior nos casos de hiponatremia crónica, em que as células cere- brais sofreram uma adaptação ao ambiente habitual de bai- xa natremia em que vivem, e de hipocaliemia concomitan- te,1,2 como acontecia no caso da doente apresentada. Para além desta, este caso clínico tem outras particulari- dades, nomeadamente no que respeita à sua etiologia pouco habitual e à gravidade e ao aparato da sua apresentação. Por tudo isso, este caso alerta-nos para a importância crescente destes preparados ditos naturais, entre nós. Até aqui menosprezados, estes produtos medicinais tem sido objecto de estudos quanto aos seus potenciais efeitos9. Alguns têm acção diurética, caliurética e ou natriurética conhecida3-7,10,11 (como acontece com as bagas de sabuguei- ro,3,4 o Ononis5,6,7 e o Astragalus,8 implicados no presente caso), tendo sido descrito na literatura um caso idêntico ao aqui tratado, relativo a um produto diferente mas aparenta- do a um dos que a nossa doente consumia12 (Equisetum tel- mateia). Consequências preocupantes como rabdomiólise, insuficiência renal aguda e hepatite estão já descritos para algumas misturas de ervas orientais.13-17 Outro aspecto importante são as interacções com os me- dicamentos prescritos pelo médico, como, por exemplo, produtos com efeito diurético, que podem potenciar a toxi- cidade dos digitálicos, ou com efeito hipoglicemiante, que podem interferir como o controlo glicémico.8Também al- guns destes produtos podem alterar o metabolismo hepáti- co dos medicamentos: por exemplo, a Equinacea purpurea, consumida pela nossa doente, é conhecida como inibidor enzimático.8 Estão pois descritos, para o conjunto dos produtos home- opáticos, efeitos adversos envolvendo todos os sistemas do nosso organismo e com a mais diversa tradução.8,9A título de exemplo, o Ginseng, produto também mencionado no nosso caso, tem referidos na literatura efeitos ao nível do sistema nervoso central (agitação, depressão, insónia, alu- cinações, alterações do humor), quando em uso prolongado e altas doses, mas também diarreia, hipertensão arterial e ginecomastia.8 Encarada como natural, ecológica e inofensiva, esta arte medicinal cresce num mundo paralelo, na sombra da medi- cina dita ocidental. Envoltos numa cumplicidade difícil de romper, alguns doentes acabam por hesitar em revelar ao médico as terapêuticas alternativas a que aderem; ou, nou- tros casos, estes produtos são encarados com tal naturalida- de e benignidade que podem não ser lembrados na altura de falar sobre hábitos medicamentosos.18 Discutível a diversos níveis, o consumo destes prepara- dos não é de negligenciar, tanto pelas próprias acções como Quadro I – Causas de hiponatremia. (Adaptado de Adrogué & Madias 2) Osmolalidade N Hiperlipidemia Hiperproteinemia Absorção de soluções de irrigação Osmolalidade Hiperglicemia Manitol hipertónico endovenoso Osmolalidade Diuréticos Nefropatias (IRA, IRC, ATR, etc) Aumento das perdas gastrointestinais (diarreia, vómitos) Aumento das perdas insensíveis (sudação) Perdas sanguíneas Sequestração no 3º espaço Alimentação hipossalina Insuficiência supra-renal Hipotiroidismo SIADH Potomania Estados edematosos (ICC, cirrose hepática, síndroma nefrótico, gravidez) → → continua na página 82 81 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 2003 CASOS CLÍNICOS Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 200382 CASOS CLÍNICOS pelas potenciais interacções com outros prescritos pela me- dicina clássica. Sendo difícil avaliar e quantificar os seus efeitos, pela geralmente incompleta descrição da sua com- posição e pelo não-controlo das quantidades ingeridas pe- los doentes, os produtos homeopáticos, bem como as res- tantes medicinas alternativas, devem cada vez mais desper- tar uma curiosidade despreconceituada nos praticantes da medicina ocidental, não só no que concerne à aprendiza- gem e estudo dos seus constituintes e efeitos, mas também na pesquisa sistemática do seu consumo, quando, na pre- sença do doente, o interrogamos sobre o sofrimento que o conduz até nós11. Agradecimento Ao Serviço de Informação do Medicamento (Responsá- vel: Drª. Ana Cristina Rama) e aos Serviços Farmacêuticos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Directora: Drª. Odete Isabel), pela colaboração prestada no apoio à pesqui- sa sobre os efeitos dos produtos mencionados. Bibliografia 1. Adrogué H, Madias N. Hyponatremia. New Engl J Med, 2000; 342:1581- 1590. 2. Singer GG, Brenner BM. 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