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Distribuição de medicamentos_ logística e segurança do paciente

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27/02/2024, 10:09 Distribuição de medicamentos: logística e segurança do paciente
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02951/index.html# 1/60
Distribuição de medicamentos: logística e segurança do
paciente
Prof. Evani Leite de Freitas
Descrição
Elementos técnico-logísticos relacionados à gestão e à distribuição de
medicamentos pela farmácia hospitalar.
Propósito
Conhecer os sistemas de distribuição de medicamentos e os diferentes
modelos de gestão em hospitais é essencial para o farmacêutico, que
deve estar capacitado a intervir e propor soluções em aspectos relativos
à gestão da cadeia medicamentosa.
Objetivos
Módulo 1
Distribuição de medicamentos
Reconhecer os diferentes sistemas de distribuição de medicamentos.
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Módulo 2
Gestão de distribuição
Identificar os modelos de gestão dos sistemas de distribuição.
Módulo 3
Segurança do Paciente
Relacionar os modelos de gestão e os sistemas de distribuição de
medicamentos à segurança do paciente.
Módulo 4
Processo de distribuição de medicamentos
Distinguir as etapas principais que compõem o processo de
distribuição de medicamentos.
O uso de medicamentos é imprescindível em diversas situações,
especialmente nos hospitais, onde representa grande parte dos
investimentos financeiros. Sendo assim, é necessário que haja um
fluxo racional de atividades para que o medicamento saia da
farmácia e chegue até o paciente de forma eficiente e segura.
Esse fluxo engloba diversas rotinas e conta com vários
profissionais de saúde. No entanto, a atuação da farmácia
hospitalar é um fator fundamental nesse processo e deve ser cada
vez mais atuante, uma vez que possui papel central na gestão de
medicamentos.
Neste conteúdo, você verá o que é e como ocorre a distribuição de
medicamentos no âmbito hospitalar. Veremos também a
importância da equipe multiprofissional e como a gestão dos
Introdução
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02951/index.html# 3/60
1 - Sistema de distribuição de medicamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os diferentes sistemas de distribuição
de medicamentos.
Distribuição de medicamentos
No âmbito hospitalar, o medicamento deve percorrer um caminho que
começa na farmácia, passando pelos setores que necessitam desses
sistemas de distribuição de fármacos colabora para a segurança do
paciente.
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
Orientações sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos
juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre
o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
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insumos, até chegar aos pacientes. Esse processo é caracterizado pelo
que chamamos de distribuição de medicamentos.
Atenção
A distribuição consiste em entregar o medicamento correto ao paciente
correto, na quantidade e nas especificações prescritas, no horário
solicitado, pelo tempo de tratamento adequado.
Por essa descrição, vemos que é uma atividade essencial e deve ser
conduzida de forma racional, organizada e segura. Para isso, foram
desenvolvidos sistemas de distribuição de medicamentos (SDM).
Basicamente, existem três sistemas atualmente, e a escolha entre eles
deve considerar os recursos humanos, financeiros e a infraestrutura
disponíveis em cada local. Iniciaremos este módulo com os SDM
tradicionais, o coletivo e o individualizado, e por último chegaremos ao
mais moderno, o sistema de dose unitária, como em uma linha do
tempo.
Sistema de distribuição coletivo
Esse é o SDM mais antigo e exige poucos recursos para sua
implantação. Está em desuso, mas continua sendo uma alternativa para
locais com pouca infraestrutura disponível.
Primeiro, vamos entender como funciona esse sistema. Uma
esquematização pode ser representada da seguinte forma, em ordem
cronológica:
Médico
Realiza prescrição.
Enfermagem/ equipe
administrativa/ sistema
informatizado
Recebe as prescrições, calcula a
quantidade de cada
medicamento para atender ao
í d ti l d t d
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A principal característica desse sistema é que os pedidos de
medicamentos são feitos a partir de um pedido da enfermagem, de
forma coletiva e em nome do setor. Portanto, a farmácia não recebe os
pedidos em nome dos pacientes. Acompanhe um exemplo de pedido
realizado pela enfermagem a seguir.
Exemplo
No setor de internação X, 5 pacientes estão em uso de 1 comprimido de
dipirona 500mg a cada 6 horas. Nesse caso, são 4 comprimidos/dia por
paciente, e há 5 pacientes. Portanto, em um sistema que realiza pedidos
a cada 24h, serão solicitados 20 comprimidos/dia para a farmácia, em
nome do setor X.
período estipulado e para todos
os pacientes, e solicita os itens
prescritos, em nome da unidade
assistencial.
Farmácia
Realiza a separação dos itens
solicitados e distribui aos
setores.
Enfermagem
Recebe e confere os itens,
armazena no setor, prepara e
administra os medicamentos
conforme a prescrição médica.
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Comentário
Esse é o sistema mais simples entre os que veremos e, por isso, há
pouca necessidade de recursos humanos e infraestrutura, o que é sua
principal vantagem. Isso torna sua implantação pouco custosa e de fácil
execução.
Apesar da fácil execução, é um sistema que demonstra falhas na
logística de medicamentos. Por exemplo, com frequência os
medicamentos se acumulam nas unidades assistenciais, pois não há
análise por parte do farmacêutico sobre a quantidade solicitada pela
enfermagem, já que a farmácia não recebe a prescrição.
Essa formação de subestoques evita deslocamentos da enfermagem
até a farmácia, mas significa que a equipe de enfermagem acumula
atividades de assistência com atividades administrativas e de controle
de estoques, podendo ser motivo de distração e levar a erros. Confira
mais alguns detalhes a respeito do acúmulo de atividades a seguir.
Desperdício de
medicamentos
Esse acúmulo de
atividades da
enfermagem também
prejudica o controle dos
estoques, e no sistema
coletivo é comum o
desperdício de
medicamentos por
expiração de validade,
erros de manipulação,
perdas e desvios. Esse
desperdício significa
gasto de dinheiro e nos
mostra que, apesar de o
Armazenamento de
medicamentos
Nesse sistema, a
farmácia não recebe as
prescrições, portanto,
aqui o farmacêutico não
aparece como parte da
equipe
multiprofissional,
ficando, em geral,
restrito apenas à
farmácia. Fica, então,
reservado à farmácia
um papel de
“armazenador” de
medicamentos,

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sistema ser de fácil
implantação, pode gerar
gastos maiores ao
longo do tempo.
reduzindo todo o setor
ao almoxarifado e à
central de
abastecimento
farmacêutico (CAF), e
todas as complexas
atividades da farmácia
hospitalar apenas ao
armazenamento de
medicamentos.
Por todos esses pontos de fragilidade do sistema, foram desenvolvidos
desenhos mais eficientes para a distribuição de medicamentos em
instituições hospitalares, como veremos agora.
Sistema de distribuição
individualizado27/02/2024, 10:09 Distribuição de medicamentos: logística e segurança do paciente
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O SDM individualizado agrega mais funções à farmácia e ao
farmacêutico e traz vantagens em comparação ao sistema coletivo.
Você verá que podem ocorrer algumas variações dentro desse sistema,
de acordo com a infraestrutura dos hospitais. Esse sistema se
caracteriza pela individualização da dispensação, ou seja, o
medicamento é enviado para os setores em nome de cada paciente, por
períodos de 24h ou em turnos menores (manhã, tarde e noite, por
exemplo).
Em alguns locais, a prescrição médica é transcrita antes do envio para a
farmácia. Se houver a etapa de transcrição, diz-se que o sistema é
individualizado indireto; se não houver, dizemos que o hospital adota o
sistema individualizado direto, em que a cópia da prescrição segue
diretamente à farmácia.
Uma esquematização desses processos pode ser representada da
seguinte forma, em ordem cronológica, para cada um dos sistemas:
Sistema individualizado indireto
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Sistema individualizado direto
 Médico
Realiza prescrição.
 Enfermagem/ Equipe administrativa/
Farmácia/ Médico
Transcreve a prescrição original.
 Farmácia
Recebe e analisa tecnicamente a prescrição
transcrita, determina quantidades a serem
separadas para envio aos pacientes e distribui aos
setores.
 Enfermagem
Recebe e confere os itens, armazena devidamente
no setor, prepara e administra os medicamentos
conforme a prescrição médica.
 Médico
Realiza prescrição.
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Atenção
A cópia da prescrição médica pode ser carbonada, a maneira mais
simples e acessível, ou uma fotocópia, mas atualmente é cada vez mais
comum encontrarmos hospitais com sistemas informatizados,
permitindo troca de informações de modo mais rápido e eficiente.
O sistema informatizado facilita muitas etapas da distribuição e, em
alguns hospitais, não há mais impressão de solicitações e prescrições,
sendo tudo realizado por meio do sistema. Entenda melhor esse
processo a seguir:
Recebimento da
prescrição
A partir do recebimento
da prescrição, é o
momento de realizar
sua avaliação técnica,
Análise técnica da
prescrição
Após a análise técnica
da prescrição,
resolução de dúvidas
com a equipe de
 Enfermagem/ equipe administrativa/
sistema informatizado
Encaminha cópia.
 Farmácia
Recebe e analisa tecnicamente a cópia da
prescrição, determina quantidades a serem
separadas para envio aos pacientes e distribui aos
setores.
 Enfermagem
Recebe e confere os itens, armazena devidamente
no setor, prepara e administra os medicamentos
conforme a prescrição médica.
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função privativa do
farmacêutico. Trata-se
de uma atividade
imprescindível, quando
o profissional pode
esclarecer dúvidas,
solicitar correção de
erros e sugerir
modificações. Tais
dúvidas podem
abranger qualquer
aspecto da prescrição,
como doses,
posologias, interações e
incompatibilidades.
prescritores e
efetivação de
intervenções sugeridas,
é o momento de indicar
à equipe do setor de
produção (ou
dispensação interna) da
farmácia quais
medicamentos serão
dispensados e em qual
quantidade.
Os técnicos e auxiliares de farmácia exercem papel essencial no fluxo
operacional e são coordenados pelo farmacêutico. Eles recebem a cópia
da prescrição já avaliada, na qual está definida a quantidade de cada
medicamento a ser dispensada. Um exemplo de atendimento de
prescrição poderia ser o seguinte:
Exemplo
Para o paciente X, e para atender as próximas 24 horas, serão
dispensados 4 comprimidos de dado analgésico (1 comprimido a cada
6 horas), 2 ampolas de um antimicrobiano (prescrito de 12h em 12h) e
um frasco-ampola de um protetor gástrico (usado apenas 1 vez ao dia).
Comentário
Para que haja essa separação por horários, para períodos de até 24
horas de uso, é necessário que os medicamentos sejam unitarizados ou
fracionados. Esse processo permite que sejam dispensadas as

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quantidades exatas necessárias para o período, e não seja necessário
dispensar um blíster completo, como acontece no sistema coletivo.
Blíster
Tipo de embalagem primária voltada para formas farmacêuticas sólidas.
Durante o fracionamento, ocorre nova rotulagem dos produtos, com
etiquetas produzidas na farmácia. Como você pode imaginar, essa
etapa é crítica porque as informações devem ser as mesmas da
embalagem original. Mas quais informações são incluídas nessa etapa?
Vejamos a seguir:
Nome do medicamento/ princípio ativo.
Concentração da substância ativa.
Lote.
Validade.
Com a informatização dos hospitais, muitos serviços também passaram
a identificar os medicamentos unitarizados com códigos de barras,
permitindo que leitores eletrônicos possam identificar o medicamento
ao longo da distribuição, seja na separação na farmácia ou até mesmo
pela enfermagem, no momento da administração. Mais à frente,
voltaremos a esse tópico e relacionaremos os erros que podem ocorrer
nessa etapa.
Atenção
O fracionamento é, portanto, uma atividade fundamental para a farmácia
dentro do sistema de distribuição individualizado, sendo realizado sob
supervisão e responsabilidade do farmacêutico e devendo obedecer a
protocolos padronizados, de modo a reduzir a incidência de erros no
processo.
Ao analisarmos esse sistema em comparação ao sistema coletivo,
vemos maiores oportunidades de participação do farmacêutico junto à
equipe do hospital. Também podemos deduzir que os subestoques
ficam reduzidos nos setores, já que os medicamentos são enviados na
quantidade exata ou o mais próximo possível do que será de fato usado
em 24h.
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Apesar dos avanços em relação ao sistema coletivo, aqui a enfermagem
segue sendo a responsável pela manipulação de medicamentos e pelos
cálculos de doses.
A partir do estudo dos índices de erros de medicação que ainda
ocorriam nesses sistemas tradicionais, percebeu-se a necessidade de
reformular e desenvolver um sistema mais moderno e seguro. Vamos,
agora, conhecer o sistema mais moderno de distribuição de
medicamentos.
Sistema de distribuição de medicamentos por
dose unitária
O sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU)
é o mais moderno entre os que vimos neste módulo, além de mais
seguro, e traz diversas chances ao farmacêutico de atuação na área
hospitalar. Vamos acompanhar um fluxo esquematizado das atividades
em ordem cronológica:
 Médico
Realiza prescrição.
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Mas como os medicamentos são enviados aos setores? Vamos
entender com um exemplo:
Exemplo
 Enfermagem
Apraza a prescrição, ou seja, indica horários de
administração dos medicamentos e encaminha
cópia à farmácia.
 Farmacêutico
Recebe e analisa tecnicamente a cópia da
prescrição, elabora o perfil farmacoterapêutico dos
pacientes e realiza intervenções, se necessário.
 Farmacêuticos/ técnicos
Realizam a separação e manipulação dos
medicamentos.
 Farmacêutico
Realiza a conferência final e inspeção visual dos
medicamentos antes do envio.
 Enfermagem
Recebe e confere os itens e administraos
medicamentos conforme a prescrição médica.
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Para o paciente X, às 10h, será enviado meio comprimido do anti-
hipertensivo Y, 1mL da solução oral do analgésico X, e 1 bolsa
manipulada de 100mL do antimicrobiano Z, para administração
intravenosa.
A principal característica desse sistema é que todos os medicamentos
são distribuídos prontos para uso, dispensando cálculos ou
transferências por parte da enfermagem. Nesse cenário, é a farmácia
que executa todos os cálculos e manipula os medicamentos que serão
dispensados.
No exemplo acima, portanto, a bolsa de medicamento injetável é
manipulada na farmácia, o comprimido passa por partição e o volume
da solução oral é também enviado conforme prescrito. No SDMDU, a
prescrição médica deve sempre ser avaliada pelo farmacêutico, de
maneira a esclarecer todas as dúvidas. Isso permite a construção do
perfil farmacoterapêutico do paciente, tornando possível acompanhar
melhor o tratamento e seus resultados. Entenda melhor a seguir.
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Per�l
farmacoterapêutico
A construção do perfil
farmacoterapêutico
permite verificar, ao
longo do tempo, o
consumo de
medicamento por um
paciente, entendendo
melhor seu quadro
clínico e planejando
suas necessidades
futuras. Portanto, é uma
atividade muito
importante para a
logística de
medicamentos,
possibilitando um
planejamento logístico
mais efetivo, além do
acompanhamento
clínico.
Particularidades
farmacotécnicas
Após a análise técnica
da prescrição, ela é
encaminhada ao
técnico para separação
dos medicamentos que
não serão manipulados,
e a ordem de
manipulação dos
demais é enviada ao
setor responsável. O
farmacêutico deve
conhecer as
particularidades
farmacotécnicas para
organizar o setor de
manipulação, como
medicamentos com
baixa estabilidade e os
horários de início de
infusões de soluções
parenterais a fim de
evitar desperdícios.
Exemplo
Um antimicrobiano com indicação de uso imediato após reconstituição
do conteúdo do frasco-ampola deve ser enviado ao setor logo após a
manipulação. Portanto, se o aprazamento indica administração para
14h, o medicamento não poderá ser manipulado junto ao lote de 12h,
devendo ser manipulado próximo ao horário, em esquema diferenciado.
Após a manipulação, o farmacêutico faz a conferência e inspeção visual
e, então, os medicamentos são enviados aos setores. Essa distribuição
ocorre em turnos, em intervalos regulares, e os medicamentos são
identificados com os dados do paciente, horário de administração dos
medicamentos e outras informações necessárias.
Devido aos pontos citados, o SDMDU tem excelentes resultados nos
aspectos mais importantes para serviços de saúde: segurança e
qualidade, além de trazer melhor aproveitamento de recursos humanos
e financeiros. Vamos reforçar alguns pontos que tornam esse sistema
tão interessante:

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Otimização de recursos humanos
Esse sistema utiliza de forma mais adequada os conhecimentos de
cada profissional. O farmacêutico domina as atividades desde a gestão
à manipulação de medicamentos, e a equipe de enfermagem fica mais
dedicada aos serviços de assistência ao paciente.
Redução de perdas e custos
O SDMDU oferece maior controle sobre os medicamentos, já que são
enviados aos setores prontos para administração e na quantidade
definida em prescrição. Diminui desperdícios e otimiza o uso das
unidades.
Redução de erros de medicação
Nesse sistema, o farmacêutico pode realizar intervenções mais efetivas,
e a enfermagem se dedica, com mais foco, às suas atividades à beira-
leito. Dessa forma, tende-se a reduzir erros de manipulação,
dispensação e administração de medicamentos pela equipe.
Exemplo
No sistema individualizado, um medicamento cujo frasco original possui
2g, que seria utilizado em apenas um paciente em uso de 1g/dia em um
setor X, poderá, em um hospital que adote o SDMDU, ser distribuído para
dois pacientes em dois setores diferentes, otimizando o uso da mesma
unidade e reduzindo custos de maneira segura.
A principal desvantagem do SDMDU é a infraestrutura exigida, com
maiores investimentos financeiros para sua implementação. Por
exemplo, a farmácia deve possuir uma Central de Preparações Estéreis,
para manipular injetáveis, além de área de fracionamento, e é desejável
que haja sistema informatizado em todo o hospital. Tudo isso torna a
implementação desse sistema bastante cara.
Portanto, é um sistema que traz diversos benefícios aos usuários dos
hospitais e tende a reduzir custos ao longo do seu funcionamento,
porém, pode ser muito difícil de implantar em hospitais menores.
Você acabou de conhecer três sistemas de distribuição de
medicamentos, com características que os diferenciam bastante. Na
realidade de muitos hospitais brasileiros, para que seja possível atender
a diferentes demandas efetivamente, muitas vezes adotam-se sistemas
mistos de distribuição, ou sistemas combinados.
Comentário
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02951/index.html# 18/60
Nesses sistemas, em geral, as unidades de internação recebem
medicamentos mediante apresentação da cópia ou transcrição da
prescrição médica, ou seja, conforme sistemas individualizados ou por
dose unitária. Para outros setores, como centro cirúrgico, emergência e
ambulatórios, a distribuição ocorre mediante solicitação da
enfermagem, como no sistema coletivo.
Alguns medicamentos, mesmo nos setores de internação, também
podem ser distribuídos mediante solicitação, especialmente aqueles
com grande demanda, como soluções parenterais de grande ou
pequeno volume (bolsas de soro fisiológico, por exemplo) ou frascos de
antissépticos, como clorexidina, utilizados para muitos pacientes todos
os dias.
Diferenciando os sistemas de
distribuição de medicamentos
Nesse vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre o ambiente real e os
tipos de sistema de distribuição de medicamentos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O armazenamento e a distribuição de medicamentos são etapas da
cadeia logística e integram as diversas atividades que compõem o
ciclo de assistência farmacêutica. A distribuição está presente em
vários níveis da cadeia de suprimentos, e para garantir que o
usuário receba medicamentos com qualidade e segurança, deve
haver um fluxo racional de atividades, controladas ao longo do
tempo.
Adaptado de: Organização Pan-Americana de Saúde, 2016.
A utilização de medicamentos é essencial no ambiente hospitalar e,
para que ela se concretize, é necessário desenvolver sistemas de
distribuição efetivos. Os sistemas que preconizam o atendimento a
partir de prescrições médicas e permitem maior participação do
farmacêutico são:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Sistema coletivo e SDMDU.
B SDMDU e dose manipulada.
C Sistema coletivo e sistema individualizado.
D SDMDU e sistema individualizado.
E Sistema individualizado e dose manipulada.
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No sistema coletivo, o atendimento é feito a partir de solicitações
da enfermagem, sem identificação do paciente, e não há
nomenclatura referente a sistema de dose manipulada.
Questão 2
O sistema de distribuiçãode medicamentos por dose unitária
(SDMDU) foi desenvolvido nos Estados Unidos, entre as décadas de
1950 e 1960, como uma forma de reduzir os números alarmantes
de incidência de erros de medicação que ainda eram reportados
naquele país.
Adaptado de: Malta, 2011.
O sistema de distribuição mais moderno e que possui mais
barreiras à ocorrência de erros de medicação é o sistema de
distribuição de medicamentos por dose unitária. Quais são outras
características vantajosas desse sistema em relação aos demais?
Parabéns! A alternativa C está correta.
O SDMDU diminui perdas e desperdício de insumos, reduzindo e
otimizando custos, apesar do alto valor necessário para sua
A
Aumento de perdas de medicamentos e de custos
operacionais.
B
Redução da participação do farmacêutico e maior
custo de implementação.
C
Otimização de recursos financeiros e redução de
perdas de medicamentos.
D
Maior participação do farmacêutico e menos
informatização.
E
Redução de custos operacionais e menor exigência
de recursos humanos.
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implantação e maior exigência de pessoal. Proporciona também
maior participação do farmacêutico na equipe e, em geral, é
acompanhado por implantação de informatização nos serviços,
uma estratégia que beneficia muito a eficiência do hospital.
2 - Gestão de distribuição
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os modelos de gestão dos sistemas de
distribuição.
Modelos de gestão centralizados e
descentralizados
A partir da definição do sistema de distribuição de medicamentos que
será implantado em um hospital, ainda é necessário pensar em outras
questões que vão influenciar o atendimento às solicitações dos setores.
A distribuição de medicamentos pode ser realizada a partir de um único
local, ou se subdividir em mais de um setor, a partir das diferentes
demandas que existirem no hospital. Dessa forma, os sistemas podem
ser centralizados ou descentralizados, respectivamente.
Vamos entender melhor cada um desses sistemas?
27/02/2024, 10:09 Distribuição de medicamentos: logística e segurança do paciente
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02951/index.html# 22/60
Sistemas centralizados
Como a distribuição nesse modelo é realizada de forma centralizada, a
necessidade de espaço físico e recursos humanos limita-se à farmácia
central.
Essa é a principal vantagem de um modelo de gestão centralizado,
especialmente para hospitais de pequeno porte, ou para aqueles em que
o volume de atendimentos seja baixo ou haja limitação de recursos
financeiros.
As desvantagens desse modelo incluem:
Comunicação entre farmácia, equipe médica e de enfermagem
limitada pelo distanciamento físico.
Fluxos diferentes para diversos setores em um mesmo espaço
físico podem trazer desafios logísticos e de controle de estoque.
Sistemas descentralizados
Quando surgem demandas específicas e são criados alas, blocos ou
setores nos hospitais, muitos gestores percebem a necessidade de
expansão da farmácia para o atendimento a novas necessidades dos
diferentes setores que demandam medicamentos e material médico-
hospitalar.
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Nesse contexto, alguns hospitais optam por adotar a gestão
descentralizada. Nesse modelo, existem outros locais que recebem e
atendem solicitações de medicamentos além da farmácia central; são
as farmácias satélites (FS).
Essas farmácias descentralizadas estão, geralmente, sob a
coordenação única da farmácia central, mas se localizam no próprio
setor que atendem e têm a finalidade de prestar atendimento mais
efetivo e rápido a setores de alta demanda, e/ou demandas específicas
como:
Centro cirúrgico
Unidades de terapia intensiva (UTI, CTI)
Emergências e pronto-socorro
Ambulatório
Radiologia e setores de exames de imagem
Comentário
Essas farmácias, por trabalharem com demandas específicas, podem
ter processos diferentes da farmácia central, como protocolos de
atendimento de pedidos, treinamentos e rotinas próprios.
A princípio, podemos imaginar que o elenco de medicamentos das
unidades descentralizadas pode ser bastante diferente da farmácia
central e outras FS, assim como a variedade de produtos médico-
hospitalares disponíveis.
Exemplo
Em uma FS de unidade de terapia intensiva, encontraremos
hipnosedativos e analgésicos de uso intravenoso, vasopressores e
vasodilatadores parenterais, assim como sondas nasoenterais e
diferentes equipos, enquanto em uma FS de centro cirúrgico,
encontraremos mais facilmente colas cirúrgicas, bloqueadores
neuromusculares e seus reversores, assim como anestésicos de uso
intravenoso e inalatório.
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A implantação de uma FS facilita a comunicação entre as equipes
envolvidas, principalmente pela localização próxima, e a criação de
novos protocolos é facilitada quando o farmacêutico está inserido no
dia a dia do setor e em contato direto com as equipes médica e de
enfermagem, atento a sugestões, dúvidas e queixas das equipes. Vamos
ver como isso pode facilitar o dia a dia da farmácia com um exemplo:
Exemplo
Na farmácia do Centro Cirúrgico do Hospital Y, verificou-se que muitos
medicamentos dispensados para procedimentos específicos não eram
devolvidos quando os procedimentos eram cancelados ou adiados.
Propôs-se, então, a criação de kits específicos para alguns
procedimentos, facilitando a dispensação e devolução, quando
pertinente.
A implantação de uma farmácia satélite exige mais espaço físico e
recursos humanos, ou seja, custa mais caro. Essa é a principal
desvantagem do modelo descentralizado, que, além disso, pode exigir
novos treinamentos para a nova rotina. Vamos entender um pouco mais
os desafios envolvidos na implantação de farmácias satélites:
A implantação de uma FS pode ser um desafio, tanto pelo
aumento de equipes quanto pela sua dispersão por mais de um
local no hospital. A coordenação é geralmente central, ou seja, a
FS está interligada e subordinada à mesma coordenação da
farmácia central, mas cada FS terá sua própria equipe de
farmacêuticos, que então se reportam à coordenação central.
Essa comunicação com a chefia é essencial, para que se
mantenha o adequado gerenciamento da farmácia.
O dimensionamento da farmácia satélite, assim como da
farmácia central, é determinado pelas atividades que serão
desenvolvidas e pela quantidade de leitos atendidos. A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), na RDC nº 50, de
2002, preconiza que a área para dispensação de uma FS deve ter
ao menos 4m2. Já a área de uma Central de Abastecimento
Gestão 
Área física 
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Farmacêutico (CAF) deve corresponder a 0,6m2 por leito
atendido.
A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH)
preconiza para a farmácia hospitalar 1 farmacêutico por turno,
além de auxiliares de farmácia e administrativo para cada turno
diurno. Também há informações adicionais sobre FS em centro
cirúrgico, preconizando ao menos 1 farmacêutico por turno e 1
auxiliar de farmácia para cada 4 salas de cirurgia em
funcionamento, por turno.
Essas orientações referem-se a padrões mínimos; os gestores devem
adequar o espaço às atividades desenvolvidas, e dimensões maiores
podem ser necessárias. Além do dimensionamento, também é
primordial que a localização da FS proporcione fácil acesso de pessoas
e materiais, pois há intenso fluxo de entrada e saída de materiais em
farmácias hospitalares.
Apesar dos desafios para sua implantação, especialmente ocusto
financeiro envolvido, o modelo descentralizado pode reduzir
desperdícios e otimizar recursos disponíveis. Vamos entender melhor
como isso pode ocorrer:
Rotinas mais adequadas
ao setor
Podem ser
desenvolvidos kits para
centros cirúrgicos,
adequados a cada
Controle de estoques
mais efetivo
A FS atende menos
pacientes do que
ocorreria na farmácia
central. Essa subdivisão
Equipe 
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procedimento, tornando
o atendimento mais
rápido e facilitando o
planejamento e a
organização.
permite um melhor
controle das saídas de
produtos, devoluções,
definição de itens mais
críticos para cada setor
e medidas específicas
para melhorar o fluxo
desses medicamentos e
materiais.
Atendimento ambulatorial e dispensação
interna
A gestão dos sistemas de distribuição também pode ser classificada de
acordo com o atendimento realizado. Além do atendimento a pacientes
internados, alguns hospitais também atendem pacientes ambulatoriais,
ou seja, aqueles que não estão internados, mas que passam por
consultas e/ou tratamentos no hospital e lá recebem seus
medicamentos.
Esse atendimento geralmente ocorre em hospitais e institutos
especializados, que se tornam locais de referência para os pacientes
atendidos. Podemos encontrar centros de referência, por exemplo, em
Infectologia, Cardiologia, Endocrinologia, onde pacientes são atendidos
regularmente e fazem todo o tratamento necessário.
Fora do ambiente hospitalar, o atendimento ambulatorial é realizado na
Atenção Primária em Unidades Básicas de Saúde, ou postos de saúde,
fora de centros especializados, ainda que o paciente possa ser atendido
por médicos de diferentes especialidades. Confira mais alguns detalhes
importantes acerca do atendimento, a seguir:
Pacientes internados
O atendimento a pacientes internados é realizado pelo setor de
dispensação interna, ou setor de produção da farmácia, e segue
os sistemas que conhecemos no módulo 1. Esse tipo de
atendimento exige grande integração do farmacêutico com a
equipe multiprofissional, o que, como vimos, é muito importante.

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Pacientes ambulatoriais
O atendimento direcionado a pacientes ambulatoriais é realizado
por um setor distinto, a farmácia ambulatorial, com uma equipe
própria. Nesse caso, os medicamentos são dispensados
diretamente para o paciente, em suas embalagens primárias
originais (blíster, por exemplo), não fracionadas, e muitas vezes
na embalagem secundária íntegra (a caixa do medicamento).
De forma geral, no ambulatório não ocorre fracionamento dos
medicamentos, e as quantidades dispensadas cobrem pelo menos 30
dias de tratamento.
O atendimento ambulatorial é direcionado ao paciente e deve prover
condições para a realização do tratamento de maneira segura e efetiva.
Para isso, exige-se do farmacêutico, cada vez mais, a habilidade de
comunicação com os pacientes. Além de analisar as prescrições, você
deve estar pronto para informar ao paciente sobre, por exemplo:
Como realizar a administração dos medicamentos.
Quais os efeitos esperados.
Quais são as possíveis reações adversas.
Possíveis interações medicamentosas.
A dispensação informada é atribuição do farmacêutico, pois exige
conhecimentos técnicos, e é etapa importante do tratamento dos
pacientes, pois esclarece dúvidas que permanecem após a consulta
médica e que comprometeriam a efetividade do tratamento se não
fossem esclarecidas.
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Em hospitais que realizam atendimento ambulatorial, geralmente há um
foco maior em algumas doenças e condições de saúde. Em vista disso,
a orientação farmacêutica pode oferecer informações mais detalhadas.
Exemplo
Em um hospital com ambulatório especializado em atendimento de
pacientes com hepatite C, o elenco de medicamentos tende a ser menor
do que em uma unidade básica de saúde que trata diversas doenças. É
uma chance para o farmacêutico oferecer atendimento estruturado
direcionado ao tratamento da hepatite C: interações medicamentosas
mais comuns, como lidar com efeitos adversos específicos desses
medicamentos e monitoramento mais focalizado dos resultados dos
tratamentos desses pacientes.
É recomendável que, em hospitais onde haja dispensação ambulatorial
de medicamentos, exista na farmácia ambulatorial a instalação de um
consultório farmacêutico, um local para o atendimento privativo de
pacientes e a realização de acompanhamento farmacoterapêutico.
A SBRAFH também emitiu recomendações sobre padrões mínimos para
alocação de recursos humanos em farmácias ambulatoriais, como
vemos a seguir:
Atividade Recursos Humanos
Farmácia ambulatorial
(gerenciamento e
controle de estoque)
1 farmacêutico por turno de
atendimento
1 auxiliar administrativo
1 auxiliar de farmácia para cada
100 pacientes/dia
Orientação farmacêutica 1 farmacêutico (dispensação
orientada) para cada 100
pacientes/dia (média de 5
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Atividade Recursos Humanos
minutos para orientação de cada
paciente)
Programas de
seguimento
farmacêutico
1 farmacêutico por consultório
do Programa de Atenção
Farmacêutica (2 consultas/hora,
primeira consulta com 1 hora de
atendimento)
Atenção
Lembre-se de que, em geral, a farmácia central coordena os demais
setores, seja uma farmácia satélite, uma farmácia ambulatorial ou
ambas, quando o hospital realiza diversos tipos de atendimento.
Portanto, é importante conhecer as diversas formas de trabalho como
farmacêutico hospitalar, que deve ser um profissional com amplo
conhecimento da logística de medicamentos.
Sistema centralizado x sistema
descentralizado
Neste vídeo, faremos um verdadeiro ou falso para compreendermos
melhor as diferenças entre os dois sistemas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1
A farmácia hospitalar é uma unidade focada na assistência
prestada aos pacientes, utilizando como meio a provisão de
produtos com qualidade. Deve considerar aspectos administrativos,
econômicos e clínicos, sendo importante na saúde financeira do
hospital, e deve focar em práticas de gestão que levam a processos
mais seguros e de maior qualidade, valorizando a gestão de
pessoas e processos.
Adaptado de: Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e
Serviços de Saúde, 2017.
Sobre os modelos de gestão da farmácia hospitalar, assinale a
alternativa correta:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A
O modelo centralizado é definido pela existência de
farmácias satélites.
B
Farmácias satélites permitem a redução de equipes,
já que o atendimento é realizado a partir de um
espaço físico apenas.
C
Podem existir rotinas e protocolos distintos entre
setores descentralizados de uma farmácia, como o
ambulatório ou as farmácias satélites.
D
O sistema centralizado só pode existir em um
hospital que possua sistema de distribuição
coletivo.
E
O custo de implantação de um novo setor não deve
ser considerado pelo farmacêutico, que deve
verificar apenas a questão da segurança do
paciente.
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O modelo descentralizado é caracterizado pela existência de
farmácias satélites, que demandam mais profissionais além
daqueles dafarmácia central. Esse é um dos motivos que elevam o
gasto para sua implantação, e o farmacêutico, como profissional
gestor, deve considerar esse gasto na discussão sobre um novo
setor. Além disso, haver sistema centralizado ou descentralizado
não está obrigatoriamente relacionado com nenhum sistema de
distribuição de medicamentos.
Questão 2
O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável pela
orientação de pacientes internados e ambulatoriais, visando
sempre à eficácia terapêutica, à racionalização dos custos e ao uso
racional dos medicamentos.
Fonte: Conselho Regional de Farmácia – SP, 2019
Com base no texto acima, avalie as afirmações a seguir:
I – O farmacêutico é responsável pelo fornecimento de informações
técnicas para equipes e pacientes, sejam internados ou
ambulatoriais.
II – A dispensação ambulatorial deve incluir a orientação adequada
sobre o uso de medicamentos.
III – O atendimento ao paciente ambulatorial deve seguir as
mesmas rotinas e os mesmos protocolos do setor de dispensação
interna.
IV – A farmácia ambulatorial, em geral, ocupa o mesmo espaço
físico do setor de dispensação interna ou de produção da farmácia.
É correto o que se afirma em:
A I e III, somente..
B III e IV, somente.
C I e II, somente.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O farmacêutico, pela formação técnica que possui, deve estar
preparado para fornecer informações às equipes de profissionais e
aos pacientes, especialmente para o paciente ambulatorial, que
será o principal responsável pelo seu tratamento, ou ao seu
acompanhante, quando pertinente. Pelas diferenças entre o
atendimento interno e ambulatorial, como vimos, cada setor terá
protocolos e rotinas diferenciados, assim como espaços físicos
distintos.
3 - Segurança do Paciente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar os modelos de gestão e os sistemas de
distribuição de medicamentos à segurança do paciente.
Erros de medicação
D I e IV, somente.
E II e III, somente.
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Hipócrates, o pai da Medicina, disse que o primeiro objetivo do cuidado
à saúde deve ser não causar danos. Atualmente, sabemos que eventos
adversos, ou indesejados, ainda ocorrem e afetam negativamente os
pacientes: podem aumentar o tempo de internação, causar alguma
sequela temporária ou permanente e, ainda, levar a óbito.
O tema voltou a ganhar relevância em 2000, com a publicação do
famoso estudo To Err is Human (Errar é humano), do Instituto de
Medicina (do inglês, Institute of Medicine - IOM), nos EUA. O relatório
informava que cerca de 100 mil pessoas morriam por ano, naquele país,
vítimas de diversos tipos de eventos adversos, o que causava gastos
bilionários para hospitais, pacientes, governos e seguradoras de saúde.
Mas o que seriam erros de medicação?
Resposta
Erros de medicação são um tipo de evento adverso e podem estar
associados a qualquer etapa da utilização de medicamentos:
prescrição, dispensação e uso. Além disso, são multifatoriais, ou seja,
têm muitas causas. Vamos entender mais à frente como isso impacta a
forma de preveni-los.
Para prevenir os erros de medicação, temos que conhecer o cenário
atual. No Brasil, foi instituído, em 2009, o Sistema Nacional de
Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA), a fim de que fosse
possível realizar a notificação de eventos adversos e erros de
medicação. Desde 2019, o NOTIVISA foi substituído pelo VigiMed para
notificações de eventos adversos relacionados a medicamentos. Nesse
sistema, profissionais e cidadãos podem realizar notificações sobre
suspeitas de eventos adversos relacionados a medicamentos, incluindo
erros de medicação.
Já em 2013, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de
Segurança do Paciente (PNSP), que visa qualificar o cuidado à saúde,
apoiar medidas no âmbito das instituições de saúde, como a
implantação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) e o estímulo
às notificações.
E qual o cenário atual no Brasil?
Resposta
No Brasil, periodicamente, a ANVISA libera as estatísticas das
notificações recebidas dos NSP de todo o país. Apesar de não indicar
especificamente erros de medicação, podemos verificar tendências de
notificação no país no período de um ano, como vemos na figura a
seguir, extraída do último relatório do nível nacional disponível.
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Gráfico: Número de incidentes notificados por UF.
Extraído de: Anvisa, 2021.
Estudos realizados em hospitais buscam compreender melhor o cenário
das instituições de saúde. Uma pesquisa realizada em um hospital da
região Sul do Brasil encontrou ao menos um erro de prescrição em
92,7% das mais de 2.600 prescrições analisadas. Esses erros,
geralmente, são os mais facilmente identificáveis, e os autores
ressaltam que a participação do farmacêutico na análise das
prescrições é fundamental para aumentar a segurança de todo o
processo de utilização (JACOBSEN; MUSSI; SILVEIRA, 2015).
Nesse contexto, um trabalho desenvolvido em um hospital público de
alta complexidade de São Paulo investigou erros de dispensação e
encontrou taxas de erros de 0,74% (CIPRIANO; LIMA; BORI, 2015),
enquanto outro estudo realizado em um hospital público pediátrico no
Espírito Santo encontrou uma taxa de erros de 11,5% (COSTA; VALLI;
ALVARENGA, 2008).
Os cenários podem ser muito diferentes, por isso, é essencial conhecer
o cenário em que estamos para que possamos entender os riscos
envolvidos e tomar medidas corretivas e preventivas. Portanto, é
necessário que os erros sejam prevenidos, identificados e, caso
ocorram, corrigidos e notificados. Mas como prevenir os erros?
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A prevenção dos erros pode ser alcançada criando barreiras que
dificultem sua ocorrência. Um modelo muito usado como exemplo para
entender a importância de mecanismos de segurança é o do queijo
suíço.
Exemplo
O queijo suíço tem vários furinhos. Agora, imagine que várias fatias
desse queijo estejam uma em frente à outra, como na figura a seguir. Se
todas tiverem furos alinhados, podemos fazer um feixe de luz passar por
todas as fatias, do começo ao fim, certo?
Se pensarmos nas fatias de queijo como etapas da distribuição e
utilização de medicamentos, temos que reduzir as falhas (ou os furos)
ao máximo, para diminuir a chance de deixar um erro passar, e, assim,
um perigo tornar-se um dano ao paciente. Um erro pode ter diversas
causas e, por isso, é importante criar várias barreiras que impeçam sua
ocorrência.
Uma forma de fazer isso é implantar um sistema de distribuição bem
estruturado e com protocolos padronizados em cada etapa. Criar rotinas
e realizar treinamentos entre os funcionários permite desenvolver uma
maneira uniformizada de executar as atividades, possibilitando menos
variações e chance de erros. Também é primordial que os profissionais
envolvidos conheçam os processos do setor e que haja a colaboração
de todos para melhorar as rotinas.
Agora, exploraremos um pouco mais cada uma das atividades para
entender como mapear os erros e preveni-los.
Erros de prescrição ou transcrição
Muitos erros surgem nessa etapa, e a avaliação técnica pode identificá-
los na origem. Aqui, o erro é qualquer diferença entre o que deveria ser
prescrito, mas, por algum motivo não intencional, foi modificado ou
omitido. Vejamos alguns tipos de erros que podem ocorrer nessa etapa:
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Prescrição do medicamento errado.
Prescrição incorreta da dose, frequência de administração, forma
farmacêutica, via de administração.
Omissão de medicamentos ou doses.
Atenção
Os erros por omissão são mais difíceis de identificar caso não haja
participação do farmacêutico em rounds multiprofissionais, nos quais
discute-se a terapia proposta para cada paciente. Por exemplo, se o
farmacêutico não souber que o médico pretendia prescrever um
medicamento laxante, não vai conseguir identificar o que ficou faltando
na prescrição.
A transcrição é uma etapa adicional que traz mais riscos ao processo. É
interessante que os hospitais adotem cada vez mais o sistema direto
ou, preferencialmente, a utilização de sistemas informatizados.
Erros de dispensação
Erros de dispensação são diferenças entre o que foi prescrito e o que é
enviado aos setores. Após analisar a prescrição, o farmacêutico deve
indicar quais medicamentos e em qual quantidade serão enviados aos
pacientes, além de encaminhar a prescrição para separação e envio aos
setores.
Erros não identificados nessa etapa podem chegar aos pacientes, pois
essa é a última etapa antes de o medicamento sair da farmácia.
Erros de dispensação podem ser classificados em erros de conteúdo, de
rotulagem e de documentação. Vamos entender um pouco mais sobre
cada um deles a seguir.
Erros de conteúdo
Indicam que o medicamento enviado tem alguma diferença em relação
ao que foi prescrito. Vejamos alguns exemplos:
Troca de um medicamento por outro ou dispensação de algum
item não prescrito. Pode envolver nomes semelhantes de
medicamentos, como cefalexina e cefalotina, dois
antimicrobianos.
Medicamento errado 
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Ocorre, por exemplo, quando, em vez de enviar uma ampola de
um medicamento, envia-se aquele mesmo medicamento, porém
na forma de comprimido.
Envio de 1 ou 3 comprimidos, quando a dose prescrita era de 2
comprimidos por dia.
Inclui qualquer desvio de qualidade que possa ser identificado
com inspeção visual. Por exemplo, envio de comprimidos
quebrados ou ampolas com conteúdo precipitado.
Nesse tipo de erro, faltam informações na prescrição e o envio é
realizado mesmo assim. O dever do farmacêutico é questionar o
prescritor e esclarecer qualquer informação.
Erros de rotulagem
Nessa classificação, incluem-se as informações incorretas nos rótulos
dos medicamentos, geradas, principalmente, após fracionamento ou
unitarização de doses. Algumas informações que podem apresentar
divergência são:
Nome do paciente
Nome do medicamento, dose e concentração
Forma farmacêutica
Data de validade
Além das informações originais dos medicamentos, muitos hospitais
também identificam os medicamentos fracionados com códigos de
Forma farmacêutica incorreta 
Dose inadequada 
Medicamento dispensado com desvio de qualidade 
Ausência de informações 
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barras para o reconhecimento interno do medicamento durante sua
distribuição. Esses códigos de barras podem ser lidos por leitores
específicos, tanto na farmácia quanto no momento da administração do
medicamento ao paciente.
Comentário
Se existe mais uma informação, existe chance de erros. Por isso, antes
de iniciar o processo de fracionamento, é primordial fazer um teste de
leitura, a dupla conferência e confirmar informações.
O fracionamento de medicamentos deve ser realizado de acordo com
protocolos bem definidos e validados, pois há muitas informações
importantes sendo registradas, as quais são fundamentais para a
rastreabilidade dos medicamentos durante todo o processo de
distribuição.
Erros de documentação
São erros relacionados a falhas no registro de informações importantes
ao processo de dispensação, como o devido registro da dispensação de
medicamentos controlados, assinaturas do prescritor ou farmacêutico.
Erros de administração
Erros de administração de medicamentos ocorrem quando se oferta ao
paciente medicamentos de forma divergente em relação à prescrição.
Vejamos alguns exemplos:
Administrar o medicamento ao paciente errado.
Não realizar a administração no horário aprazado.
Realizar diluição diferente da recomendada em prescrição.
Erros de administração, apesar de envolverem a última etapa do ciclo de
medicamentos, que é o uso pelo paciente, e basicamente a
enfermagem, podem ser muito influenciados por protocolos ou pela
ausência deles na farmácia. A notificação pela enfermagem é essencial
nessa etapa do ciclo.
Atenção
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A identificação de erros pode ser realizada por qualquer profissional e
até mesmo pelos pacientes e acompanhantes, pois já entendemos que
o importante é identificá-los. A partir daí, devem ser devidamente
investigados. Um fator relevante para a prevenção de erros é a
comunicação efetiva entre os componentes da equipe, seja dentro da
farmácia ou na relação com outras equipes.
Em relação às rotinas, recomenda-se a conferência dos itens por mais
de um funcionário da farmácia antes do envio aos setores, o que se
chama de dupla ou tripla conferência. Assim, aumentamos as chances
de que um erro seja notado e corrigido. Lembra-se do modelo do queijo
suíço?
Outra medida que pode ser bastante interessante para reduzir erros é
diferenciar visualmente os nomes de medicamentos semelhantes,
utilizando caixa alta e negrito em letras que podem auxiliar na
diferenciação. Vejamos um exemplo dessa estratégia, chamada tall man
lettering:
Em vez de identificar o nome dos medicamentos assim: cefalexina
e cefalotina
Você pode indicar do seguinte modo: cefALEXINa e cefALOTINa
Existem listas prontas com a melhor maneira de diferenciação para
vários fármacos. Vejamos mais alguns exemplos:
Nome do medicamento Confundido com
ABCIXimabe BEVACizumabe
AloPURinol HaloPERidol
AmiNOFILina AmioDARONA
BromoCRIPTINA BromoPRIDA
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Nome do medicamento Confundido com
BuPROPiona BusPIRona
EFEDrina EPINEFrina
FLUoxetina DULoxetina
DEXAmetasona BETAmetasona
PrednisoLONA PredniSONA
Agora, reflita: trata-se de uma medida muito simples e que pode impedir
diversos erros, não é?
Informatização e monitoramento
A implantação de sistemas informatizados pode ser muito útil, pois
podem ser ajustados para alertar sobre duplicidade de medicamentos,
interações medicamentosas e alergias, por exemplo. Imagine como
esse suporte pode ser útil ao farmacêutico durante a avaliação da
prescrição
Alguns hospitais, atualmente, automatizam seus processos de
separação dos medicamentos, fracionamento e outras atividades, até
mesmo envio aos setores.
Nesses locais, existem dispensários automatizados nos andares, que
apenas liberam o medicamento no horário aprazado e mediante a leitura
de biometria do funcionário autorizado. Em outros, robôs realizam
também a etapa de fracionamento e encaminham medicamentos da
farmácia aos andares.
Atenção
Precisamos lembrar que a automatização não elimina os erros, visto que
o abastecimento dos medicamentos com vistas ao fracionamento
segue sendo uma função dos funcionários, assim como o
abastecimento de dispensário eletrônico. Portanto, é essencial que nós,
seres humanos e profissionais qualificados, saibamos utilizar essas
ferramentas, assim como seguir implementando barreiras de segurança
efetivas para um cuidado mais seguro.
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É fundamental identificar os erros e saber por que eles acontecem. Essa
investigação pode ser realizada com outros profissionais e pode levar a
mudanças de protocolos e rotinas considerados inadequados ou
insuficientes. Erros são multifatoriais, ou seja, ocorrem por múltiplas
causas. Por isso, é tão importante investigar, visando a uma melhor
prevenção.
Indicadores de erros
Além do diagnóstico e da investigação das causas, também é relevante
fazer o acompanhamento da frequência de erros por meio de
indicadores. Alguns indicadores recomendados para farmácia são:
Indicadores de erros de
prescrição
Calculados utilizando a
quantidade de erros ou
prescrições com erros
sobre o total de itens ou
prescrições analisadas.
Indicadores de erros de
dispensação
Calculados utilizando a
quantidade de erros
identificados sobre o
total de itens ou
prescrições atendidas.
Após serem definidos, deve-se determinar de quanto em quanto tempo
os indicadores serão formulados, ou seja, semanalmente, mensalmente,
trimestralmente. Essa periodicidade é importante para que a equipe
possa ter prazos, metas a serem alcançadas, tornando o processo mais
objetivo. Como isso poderia funcionar?
Exemplo
Verificou-se ao longo de 3 reuniões na farmácia do Hospital X,
realizadas mensalmente, que as notificações de erros de dispensação e
o indicador associado vêm aumentando mês a mês. Após investigação,
concluiu-se que os treinamentos não eram atualizados há mais de um

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ano e que alguns leitores de código de barras estavam com defeito.
Foram realizados novos treinamentos sobre a rotina do setor e novos
leitores ópticos foram comprados.
Podem ser definidos outros indicadores, mas o importante é que esses
resultados sejam realmente avaliados e gerem melhorias concretas,
como vimos no exemplo.
Erros de medicação
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre como identificar e
diferenciar os tipos de erros de medicação.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Errar é humano, logo não existem sistemas isentos da ocorrência
de erros. Apesar disso, é possível reduzi-los, desenhando sistemas
mais seguros, com menor ocorrência de eventos adversos.
Adaptado de: Anacleto et al., 2010.
Adotar condutas mais seguras nas farmácias hospitalares é
essencial. Sobre o tema, assinale a alternativa correta:

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Parabéns! A alternativa C está correta.
Toda a equipe da farmácia e dos hospitais deve colaborar com a
cultura de segurança, e isso inclui a notificação de erros, e ações
corretivas e preventivas. É essencial criar barreiras ao longo da
distribuição de medicamentos, e os sistemas informatizados são
cada vez mais relevantes, pois têm funcionalidades que permitem
maior segurança. Os indicadores são muito importantes e podem
ser utilizados com qualquer um dos sistemas de distribuição.
Questão 2
Entre as formas de melhorar a segurança do sistema de
medicamentos nas instituições de saúde está o compromisso
institucional de criar uma cultura de segurança.
Fonte: Anacleto et al., 2010.
Sabendo que a cultura de segurança é o resultado de condutas,
processos e pessoas alinhados com o objetivo de redução de
eventos adversos, avalie as afirmações a seguir:
A
O farmacêutico é o único responsável pela redução
de riscos de erros na farmácia.
B
A notificação de erros não é necessária para a
melhoria contínua dos serviços.
C
É importante criar diversas barreiras à ocorrência de
erros ao longo do processo de distribuição de
medicamentos.
D
Indicadores só podem ser utilizados em farmácias
com sistemas de distribuição por dose unitária.
E
Sistemas informatizados são indesejados em
hospitais, pois podem induzir com mais facilidade a
erros.
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I – A implantação de um sistema de distribuição de medicamentos
racional é importante para a segurança do sistema.
II – Falhas de comunicação entre equipes e com o paciente podem
ser a causa de muitos erros de medicação.
III – Sistemas informatizados podem ser configurados para alertar
sobre interações medicamentosas, duplicidade de prescrição e
alergias.
IV – A estratégia de dupla conferência em serviços de saúde é
dispensável, pois não aumenta a segurança do processo de
dispensação.
É correto apenas o que se afirma em:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A implantação de um sistema de distribuição racional e adequado à
infraestrutura do hospital é um fator importante para aumentar a
segurança da distribuição de medicamentos, assim como a
melhoria da comunicação entre as equipes e com os pacientes. A
implantação de um sistema informatizado pode trazer diversos
benefícios e novas funcionalidades que otimizam a detecção de
potenciais erros. A dupla conferência é uma estratégia que aumenta
a segurança na dispensação de medicamentos e, portanto, deve ser
incluída nas rotinas sempre que possível.
A I e IV, somente.
B I, II e III, somente..
C III e IV, somente.
D I e III, somente.
E I, III e IV, somente.
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4 - Processo de distribuição de medicamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as etapas principais que compõem o
processo de distribuição de medicamentos.
Recebimento das prescrições
Como vimos, as prescrições podem chegar à farmácia de diferentes
formas, sendo sempre uma cópia do original, ou acessada por meio do
sistema informatizado.
Em todos os casos, é importante que a equipe de farmácia tenha
acesso ao censo hospitalar, ou seja, à localização dos pacientes. Essa
informação é essencial para a correta remessa de medicamentos aos
setores e aos pacientes. Toda modificação – nas prescrições, nas
transferências de leitos ou nos setores – deve ser comunicada a todos
os envolvidos.
Por exemplo, caso o farmacêutico identifique um erro de prescrição, e o
médico corrija, o farmacêutico deve se assegurar que a enfermagem
recebeu a informação. Da mesma forma, a enfermagem deve informar
se o paciente foi para outro setor ou se foi transferido de leito.
Em hospitais com sistema informatizado, muitas dessas informações
são transmitidas automaticamente. A partir do momento que o médico
finaliza a prescrição em seu terminal, ela já pode ser visualizada pelos
demais componentes da equipe, e informações adicionais são
atualizadas de acordo com as modificações lançadas no sistema.
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Comentário
Em qualquer cenário, os profissionais envolvidos devem se assegurar
que a comunicação está sendo efetiva, um aspecto muito importante da
segurança do paciente nos serviços de saúde.
Interpretação da prescrição
Essa é uma atividade reservada ao farmacêutico. Nesse momento, são
analisados os aspectos técnicos da prescrição, como, por exemplo:
Interações medicamentosas
Incompatibilidades farmacêuticas
Doses diferentes daquelas preconizadas em bulas e guias
terapêuticos
Doses e frequências de administração
Vamos entender melhor como o farmacêutico pode atuar, a partir de um
exemplo de prescrição médica. Tente observar os pontos críticos nesta
prescrição:
Hospital XXX
Setor: Enfermaria - Clínica Médica
Nome: Paciente 1
Medicamento Dose Unidade
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Hospital XXX
Setor: Enfermaria - Clínica Médica
Nome: Paciente 1
Omeprazol 400 mg
A orientação acerca do uso do omeprazol não consta na prescrição
Dipirona 500 mL
Sulfato Ferroso 40 mg
Ciprofloxacino 500 mg
Vamos, passo a passo, ver quais intervenções o farmacêutico poderia
fazer para tornar mais seguro o tratamento do paciente:
Hospital XXX
Setor: Enfermaria - Clínica Médica
Nome: Paciente 1
Medicamento Dose Unidade
Omeprazol 400 mg
Orientação: 30min antes da refeição
Dipirona 500 mL
Sulfato Ferroso 40 mg
Ciprofloxacino 500 mg
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• Omeprazol: dose incorreta. Provável erro de digitação – requisitar
correção para 40mg, ou o desejado pelo prescritor.
• Dipirona: unidade incorreta. Provável erro de digitação –
requisitar correção para miligramas (mg).
• Possível interação medicamentosa: sulfato ferroso e
ciprofloxacino não devem ser administrados em horários
próximos. O farmacêutico sabe que o jantar é ofertado às 20h,
portanto, ocorrerá administração de ciprofloxacino e sulfato
ferroso no mesmo horário, diminuindo o efeito do antimicrobiano.
Solução: requisitar reaprazamento e inclusão de orientação:
“administrar ciprofloxacino no mínimo 1 hora antes do sulfato
ferroso”.
Esse é o momento em que deverão ser esclarecidas dúvidas com os
prescritores, e todas as alterações e correções deverão ser registradas e
comunicadas à equipe de enfermagem.
Em caso de erro que impossibilite a dispensação, como vimos com as
doses de omeprazol e dipirona acima, é importante que haja a correção
antes da dispensação. Nesse caso, a equipe médica do setor deve estar
ciente da necessidade de correção para que o tratamento possa ser
dispensado ao paciente.
Caso haja outros itens que não se incluam como erros, mas necessitem
de modificações para otimização do tratamento medicamentoso e
melhoria da segurança do paciente, essa intervenção deve ser
registrada, assim como o retorno do prescritor.
Em caso de não aceitação da intervenção, a conduta deve ser justificada
e registrada pelo farmacêutico. Havendo conhecimento da equipe
médica sobre a tentativa de intervenção, e não havendo aceitação, a
dispensação deve ser realizada após o devido registro.
Atenção
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Cabe relembrar que o uso racional de medicamentos é o objetivo de
toda a equipe multiprofissional, portanto, para que isso possa se
efetivar, o farmacêutico deve se comunicar com prescritores e
enfermagem a fim de conseguir efetivar suas intervenções. O paciente é
nosso foco e devemos sempre manter a comunicação com a equipe de
maneira efetiva.
Esse contato com o prescritor para esclarecimentos é um dever do
farmacêutico, profissional de saúde e corresponsável pela segurança do
paciente durante seu tratamento.
Aviamento da prescrição
Após avaliação técnica, correções e alterações (se necessário), o
farmacêutico encaminha a prescrição para que os técnicos separem os
medicamentos nas quantidades indicadas, ou seja, para que a
prescrição seja aviada. Esse momento também inclui enviar as ordens
de manipulação para o setor designado para a atividade.
Os itens com correções pendentes ou dúvidas a serem esclarecidas não
devem ser aviados: o correto é aguardar o contato com o prescritor para
realizar as modificações necessárias e só depois aviar esses itens.
Após o aviamento da prescrição, e como mais uma barreira de
segurança, o farmacêutico deve fazer a conferência visual dos
medicamentos antes do envio aos setores. Esse é um processo
importante, pois diminui a chance de erros gerados na farmácia
chegarem aos pacientes, já que, após o aviamento, o passo seguinte é o
envio aos setores.
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Fornecimento segundo segurança do
paciente
Todo o processo de distribuição e dispensação está sujeito a erros,
porque é um fluxo de atividades complexo.
Atenção
O fornecimento de medicamentos, seja no contexto de unidades de
internação ou para pacientes ambulatoriais, deve ser realizado de forma
a garantir o seu uso racional. Sabemos que o atendimento ambulatorial
tem peculiaridades, e nesse cenário é essencial para a segurança do
paciente o fornecimento não só do medicamento, mas de informações
que auxiliem o paciente a cumprir o tratamento prescrito, que sejam de
fácil entendimento, havendo comunicação efetiva entre profissional e
paciente.
No contexto do atendimento a prescrições de pacientes em unidades de
internação, o fornecimento de informações à equipe também é
fundamental, e nesse caso a farmácia colabora com o esclarecimento
de dúvidas da equipe de enfermagem, com o auxílio na tomada de
decisões e com a elaboração de materiais educativos e relatórios
gerenciais.
Além de informações, o fornecimento de medicamentos, como vimos,
envolve muitas rotinas.
Hospitais com sistemas mais modernos incluem a identificação dos
medicamentos unitarizados com código de barras, e essa é uma etapa
que cada vez mais instituições buscam, porque pode trazer muito mais
segurança aos sistemas.
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O medicamento pode ser identificado na separação dos medicamentos
e, depois, no momento da administração aos pacientes, no beira-leito.
Assim, a enfermagem ainda tem mais uma chance de identificar
qualquer erro de dispensação momentos antes de o paciente receber
aquele medicamento.
Comunicação com o paciente
Vimos ao longo deste conteúdo que o farmacêutico deve se mostrar
disponível e se comunicar de modo eficiente com toda a equipe a fim de
integrar-se com os demais profissionais. A comunicação eficiente na
equipe é um importante componente da Segurança em Saúde.
Cada vez mais, deve-se melhorar a relação terapêutica com os
pacientes, seja no atendimento de pacientes na farmácia ambulatorial
ou com aqueles pacientes que estejam internados.
A relação terapêutica melhora resultados em saúde e torna a
comunicação mais efetiva, uma vez que o paciente se sente mais à
vontade para o esclarecimento de dúvidas e, assim, tem mais segurança
para seguir seu tratamento.
E quais dúvidas podem surgir para o paciente nesse momento? Vamos
ver alguns exemplos:
Como devo usar esse medicamento?
Esse medicamento pode interagir com outro medicamento ou chá
que eu já utilizo?
Quais efeitos terapêuticos devo esperar?
Posso ter algum efeito indesejado?
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Devo evitar outros medicamentos, alimentos ou bebidas durante o
tratamento?
Comentário
Muitas dúvidas podem surgir no início ou durante um tratamento
medicamentoso, e muitas vezes uma dispensação orientada não é
suficiente, sendo necessária a realização de acompanhamento
farmacoterapêutico.
No cenário ambulatorial, a atenção farmacêutica, ou o cuidado
farmacêutico, é uma atividade cada vez mais encorajada, devido aos
tratamentos medicamentosos cada vez mais complexos e à presença
mais comum de polifarmácia, ou seja, cada vez mais pacientes usam
mais medicamentos, e torna-se necessário realizar o gerenciamento da
terapia medicamentosa. Confira, a seguir, como isso pode ocorrer.
Atendimento privativo
É essencial que haja um espaço para atendimento privativo a esse
paciente, assim como infraestrutura adequada para esse atendimento e
acompanhamento.
Reconciliação medicamentosa
Para pacientes internados, a interação com o farmacêutico ocorre de
forma diferente, mas pode e deve serrealizada, especialmente em
momentos de transição entre setores e antes da alta hospitalar. Nesses
momentos, o farmacêutico pode realizar a reconciliação
medicamentosa, atividade que proporciona intervenções valiosas à
terapia.
Transição de cuidado
No momento da transição de cuidado, ou seja, transferência entre
setores de um hospital, ou de uma Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) para um hospital, por exemplo, podem ocorrer divergências nas
prescrições, ou seja, omissões, erros em doses, prescrição de
medicamentos incorretos.
A atuação do farmacêutico, nesse contexto, é imprescindível, de modo
que não existam disparidades não justificadas. Vamos entender com
um exemplo:
Exemplo
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O paciente Y, hipertenso e diabético tipo II não insulinodependente, fazia
uso regular de enalapril 10mg 12h/12h, hidroclorotiazida 25mg 1x/dia e
metformina 2g/dia, 1g no almoço e 1g no jantar. Após uma
descompensação da hipertensão, foi levado à UPA, onde a
hidroclorotiazida foi substituída pela administração de furosemida
intravenosa, 20mg 2x/dia, e a metformina por esquema de insulina
regular SOS. Ao ser levado ao hospital, a conduta foi mantida, e o
paciente foi orientado em relação à dieta e ao estilo de vida. No
momento da alta, o médico atentou-se apenas aos anti-hipertensivos e
não prescreveu a metformina. O paciente acreditou que não precisasse
mais utilizar. O farmacêutico percebeu a omissão após conversar com o
paciente e questionou o médico, que então realizou a prescrição da
metformina.
Nesse exemplo, vimos uma reconciliação de alta, mas essa atividade
pode ser realizada em qualquer transição de cuidado, após entrevista
detalhada com o paciente e/ou acompanhantes.
O paciente Y foi internado e necessitou de modificações em sua
prescrição, como a substituição de um diurético oral por um intravenoso
e a suspensão da metformina, com posterior inclusão de esquema de
insulina, conduta esperada para pacientes internados.
Ao verificar, porém, a existência de uma divergência não justificada no
momento da alta, é hora de acionar o prescritor e questioná-lo. Nesse
caso, foi a oportunidade de correção de uma omissão que poderia
prejudicar o paciente e até causar nova internação por descompensação
do diabetes.
Registro de atendimento
É importante que o farmacêutico registre intervenções, erros
identificados, e contabilize os atendimentos realizados a pacientes
ambulatoriais e internados.
Os erros identificados durante o atendimento devem ser registrados
internamente na farmácia. Mas como registrar essas ocorrências?
Exemplo
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Um exemplo é a cada erro identificado registrar a data, o turno, o que
ocorreu, e propor uma classificação para o erro. Essas informações
podem ser transferidas para uma planilha e, junto com outras,
transformadas em indicadores. Vamos ver um exemplo de planilha de
registro, a seguir.
Data Local de ocorrência:
Turno: ( ) diurno ( ) noturno
Tipo de erro:
( ) Prescrição ( ) Rotulagem ( ) Dispensação
Descrição:
Medida corretiva:
( ) S ( ) N
Descrição:
Quanto às intervenções realizadas junto aos prescritores, elas devem
ser preferencialmente registradas nos prontuários dos pacientes, junto
às evoluções de outros profissionais. Isso sinaliza à equipe o trabalho
do farmacêutico e registra ações que impactam o trabalho da equipe e
que devem ficar disponíveis a todos.
Vamos exemplificar como pode ser realizado esse registro em
prontuário, retomando o caso que vimos sobre a interação entre
ciprofloxacino e sulfato ferroso:
Exemplo
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Farmacêutico: XXX
Intervenção farmacêutica: sinalizado ao prescritor possível interação
medicamentosa entre ciprofloxacino e sulfato ferroso na prescrição do
dia xx/xx/xx. Solicitada a alteração de aprazamento, com ciência da
equipe de enfermagem.
Sugestão: administrar ciprofloxacino separadamente do sulfato ferroso,
preferencialmente 1h a 2h antes. Incluir observação em prescrição.
Conclusão: intervenção aceita.
Os registros também são importantes para mostrar aos gestores do
hospital as atividades da farmácia, requisitar mais recursos humanos
quando necessário e colaborar com as demais equipes na redução dos
erros de medicação.
As etapas da distribuição de
medicamentos
Neste vídeo, o especialista apresentará um estudo de um caso onde
serão abordadas todas as etapas da distribuição de medicamentos
desde o recebimento da receita até o registro de atendimento e
possíveis intervenções farmacêuticas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 2

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A distribuição de medicamentos é composta de diversas etapas,
que são executadas de forma contínua pela equipe
multiprofissional. Sobre as etapas que constituem a distribuição,
assinale a alternativa correta:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A análise técnica das prescrições é de responsabilidade exclusiva
do farmacêutico, mas o aviamento pode ser realizado por técnicos
e auxiliares. A comunicação com o paciente é muito importante e,
apesar de ser mais comum no atendimento ambulatorial, pois o
paciente deve receber orientações no momento da dispensação,
pode também ocorrer com os pacientes internados, conduta cada
vez mais encorajada. O ideal é que o farmacêutico registre seus
atendimentos e suas intervenções. Além disso, as informações
sobre o leito dos pacientes são fundamentais para a farmácia, para
que ocorra o envio correto dos medicamentos.
Questão 2
O farmacêutico é um dos profissionais essenciais na distribuição
de medicamentos, pois executa atividades de gestão de
A
O aviamento da prescrição é de responsabilidade
exclusiva do farmacêutico.
B
A comunicação com o paciente ocorre apenas no
atendimento ambulatorial.
C
Informações sobre a localização dos pacientes são
necessárias para a adequada dispensação pela
farmácia.
D
Não é necessário registrar atendimentos e
intervenções.
E
O paciente ambulatorial não precisa de informação
do farmacêutico, pois já é informado pelo médico.
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medicamentos e coordena equipes que executam tarefas diversas
dentro da farmácia hospitalar.
Assinale em que etapa da distribuição de medicamentos o
farmacêutico exerce atribuições exclusivas:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A administração de medicamentos é atribuição da enfermagem e
dos médicos. A prescrição de medicamentos é atribuição dos
médicos, odontólogos e outros profissionais em contextos
específicos. A manipulação também não é exclusiva, visto que
apenas no SDMDU a farmácia realiza essa atividade, ficando a
cargo da enfermagem nos demais sistemas. O aviamento da
prescrição pode ser feito por técnicos e auxiliares da farmácia.
Considerações �nais
Vimos que a distribuição de medicamentos é um processo essencial
para hospitais. Trata-se de um complexo conjunto de atividades, em que
muitos profissionais desempenham diferentes funções, visando ao
objetivo final de proporcionar o tratamento adequado aos pacientes.
A Administração de medicamentos.
B Prescrição de medicamentos.
C Manipulação de medicamentos.
D
Análise técnica de prescrição segundo critérios
farmacêuticos.
E Aviamento de prescrição.
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