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Seguimento farmacoterapêutico e segurança do paciente


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27/02/2024, 10:10 Seguimento farmacoterapêutico e segurança do paciente
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02949/index.html# 1/60
Seguimento farmacoterapêutico e segurança do paciente
Profª. Evani de Freitas
Descrição
Apresentação e caracterização de conceitos relacionados à Farmácia
Clínica e Atenção Farmacêutica, histórico e modelos de prática.
Propósito
A profissão farmacêutica vem se modificando nas últimas décadas,
aproximando-se mais do paciente e da equipe multiprofissional. É
essencial compreender o papel do farmacêutico na promoção do uso
racional de medicamentos segundo os novos horizontes da profissão.
Objetivos
Módulo 1
Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica
Distinguir conceitos relacionados à Farmácia Clínica e Atenção
Farmacêutica.
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Módulo 2
Métodos para o seguimento
farmacoterapêutico de pacientes
Reconhecer os diferentes métodos para o seguimento
farmacoterapêutico de pacientes.
Módulo 3
Áreas de atuação clínica do farmacêutico
Listar as áreas de atuação clínica do farmacêutico, de acordo com a
legislação e as novas práticas da profissão.
Módulo 4
Núcleos de Segurança do Paciente
Identificar a função e importância dos Núcleos de Segurança do
Paciente em hospitais.
As possibilidades de diagnóstico e tratamento de diversas
condições de saúde se expandem a cada ano, com o
desenvolvimento de novos medicamentos e protocolos clínicos.
Nesse cenário, o uso apropriado do arsenal terapêutico é essencial
para otimizar os resultados dos tratamentos farmacológicos, com
redução de desfechos negativos.
O farmacêutico, devido aos seus conhecimentos técnicos, deve
assumir a responsabilidade pelos resultados da farmacoterapia de
seus pacientes, em parceria com eles e com a equipe de saúde.
Essa transformação da profissão, que trouxe o farmacêutico para
junto da equipe multiprofissional e do paciente, inicia-se com a
Introdução
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1 - Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir conceitos relacionados à Farmácia Clínica
e Atenção Farmacêutica.
Atenção Farmacêutica: histórico e
conceitos
Histórico
O papel do farmacêutico na sociedade tem passado por transformações
ao longo das décadas. No início do século XX, era conhecido pela figura
do boticário, que manipulava formulações medicamentosas e orientava
sobre seu uso, dentro dos seus estabelecimentos, as boticas.
proposição de novos termos e conceitos de prática como a
Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica.
Vamos iniciar agora uma jornada para conhecer esse histórico,
conceitos e como a prática profissional vem se transformando e
melhorando o cuidado à saúde.
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Ervas estocadas em botica.
Com o avanço da pesquisa científica e da tecnologia, a indústria
farmacêutica se fortaleceu e passou a dominar a área de produção dos
medicamentos, diminuindo a importância dessa atuação comunitária
junto ao usuário. Com isso, o farmacêutico se distanciou dos pacientes
e do contato com prescritores, apenas entregando ao paciente
formulações industrializadas.
Preparação de máquina para a fabricação de medicamento em escala industrial.
Aos poucos, a demanda dos cuidados do farmacêutico à sociedade
tornou-se cada vez mais evidente, visto que este é um dos profissionais
da saúde que está mais próximo da população e pode, assim, fornecer
de forma rápida e eficiente orientações sobre várias questões
relacionadas à promoção, proteção e recuperação da saúde individual e
coletiva. Concomitantemente, surgiu a necessidade de reformular e
ampliar o âmbito da atividade farmacêutica, o currículo e as atitudes
profissionais a fim de que o olhar da profissão se voltasse para o
cuidado com o indivíduo, a família a comunidade como um todo.
Diversas razões estão envolvidas nessa demanda por alterações na
prática profissional: evolução dos métodos diagnósticos, expansão do
arsenal terapêutico disponível, novos sistemas de dispensação de
medicamentos, em especial por dose unitária (SDMDU), e a insatisfação
dos próprios farmacêuticos com seu papel tradicional nesse sistema
cada vez mais complexo.
Farmácia Clínica
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A partir dessas inquietações, surge na década de 1960, nos EUA, a
Farmácia Clínica, uma área de atuação que busca a reintegração do
farmacêutico na equipe de saúde, orientando pacientes e colaborando
com os demais profissionais. No Brasil, esse movimento veio mais
tarde, com a temática sendo mais discutida a partir da década de 1980.
A Farmácia Clínica trata da atenção ao paciente, com foco
no tratamento medicamentoso, e o objetivo do
farmacêutico clínico é garantir que o uso dos
medicamentos seja racional.
O uso racional de medicamentos envolve os seguintes aspectos:
utilização do medicamento apropriado para a necessidade clínica
uso da dose correta
tempo de tratamento adequado
menor custo possível para o paciente e a comunidade
Saiba mais
Para alcançar esses objetivos, a Farmácia Clínica tem como
característica uma relação próxima com o paciente e a equipe de saúde,
e pode ser exercida em cenários como hospitais, ambulatórios e
farmácias comunitárias. No Brasil, essa atividade tem sido desenvolvida
principalmente no cenário hospitalar, com iniciativas mais recentes nos
cenários da Atenção Básica e farmácia comunitária.
Posteriormente, surgiram novos questionamentos para a profissão.
Alguns pesquisadores salientavam que a Farmácia Clínica ainda
colocava o medicamento no foco, e o usuário em segundo plano. O
objetivo ainda era apenas a disponibilidade e acesso ao medicamento.
Assim, foi proposto um novo conceito e modelo de prática farmacêutica:
a Atenção Farmacêutica (AtenFar). Nessa abordagem, o paciente é o
principal beneficiário das ações do farmacêutico, profissional que
realiza a provisão responsável da farmacoterapia, buscando resultados
definidos que melhorem a qualidade de vida do usuário do
medicamento.
Atenção Farmacêutica – de�nições
Precisamos reforçar que o conceito de Assistência Farmacêutica (AF) é
diferente daquele de AtenFar.
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Assistência Farmacêutica (AF)
Assistência Farmacêutica (AF)
A AF é um conjunto de atividades relacionadas ao
medicamento que visa ao seu acesso e uso racional e tem
caráter multipro�ssional. Essas atividades incluem a
seleção de medicamentos, programação e aquisição,
distribuição, e a utilização do medicamento.
AtenFar
AtenFar
A AtenFar é desenvo
conceito distinto, re
farmacêutico no âm
Atualmente, considera-se que o termo original Pharmaceutical Care é
mais bem traduzido para Cuidado Farmacêutico, porém o termo
Atenção Farmacêutica (AtenFar) ainda é bastante encontrado na
literatura e utilizaremos essa abreviação ao longo do nosso estudo.
A prática da Farmácia Clínica engloba a filosofia da AtenFar, prática
farmacêutica de atenção direta ao paciente. Na AtenFar, o farmacêutico
tem contato direto com o paciente e deve estabelecer com ele uma
relação profissional, em que ambos se responsabilizem pelos resultados
e ao atendimento das necessidades clínicas que surjam durante o
tratamento.
Essa prática profissional une à relação com o paciente um conjunto de
atributos, valores, inquietudes e conhecimento do farmacêutico, que são
levados em consideração para a escolha da melhor terapia, a fim de
alcançar os resultados definidos.O farmacêutico muda seu foco: ficando não mais
apenas na disponibilidade e no acesso do paciente ao
medicamento e no momento da dispensação, mas
parte para uma relação mais próxima com o paciente, a
fim de conhecer suas necessidades em saúde e buscar
resolvê-las.

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A Atenção Farmacêutica se caracteriza pelas responsabilidades e pelo
compromisso que o profissional assume em relação ao tratamento
farmacológico do paciente, unindo seu conhecimento técnico e o da
equipe de saúde à participação do paciente nas decisões relativas ao
seu tratamento.
O gerenciamento de serviços também traz novos desafios logísticos e
gerenciais aos profissionais e gestores. A prática desse serviço exige
um local privativo para atendimento ao paciente, materiais médico-
hospitalares para verificação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos,
além de formulários com papel timbrado para a emissão de pareceres,
encaminhamentos e declarações.
A importância do uso racional de
medicamentos e o papel do farmacêutico
clínico
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 50% dos
medicamentos são inadequadamente vendidos, prescritos ou
administrados no mundo. As consequências do uso inapropriado de
medicamentos são os piores desfechos de saúde para os pacientes,
com aumento de mortalidade e hospitalizações, o que gera aumento de
gastos desnecessários aos sistemas de saúde, às famílias e para a
sociedade.
Nas últimas décadas, os medicamentos foram a principal causa de
intoxicação humana no Brasil, conforme reportado pelo Sistema
Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX). As
principais causas são ingestão acidental e automedicação, e há grande
representatividade dos casos de intoxicação durante uso terapêutico de
medicamentos.
Atenção
A notificação de um evento adverso, ou seja, a comunicação de uma
suspeita, mesmo que não confirmada, de um problema associado a
medicamento ou vacina torna possível constatar novos riscos e
atualizar o perfil de segurança do produto. Em 2021, a Anvisa lançou um
projeto com a divulgação de vídeos a fim de esclarecer cidadãos e
profissionais sobre a importância da notificação dos eventos adversos à
Agência.
Percebemos que a ocorrência de eventos adversos e a importância da
notificação ao órgão sanitário é um assunto muito importante para a
saúde da população. Daí vem a importância de fortalecer a atuação dos
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profissionais de saúde na orientação ao paciente sobre o uso
apropriado dos medicamentos, especialmente do farmacêutico,
profissional que realiza diversas atividades ao longo do ciclo de
medicamentos e que, no cenário ambulatorial, é geralmente o último
profissional com quem o paciente tem contato antes do início de um
tratamento medicamentoso.
RDC 585/2013
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou em 2013 a RDC 585 que
regulamenta as atribuições clínicas farmacêuticas.
Este documento traz um rol de atribuições e atividades clínicas que
podem ser exercidas pelo farmacêutico, visando à promoção, proteção e
recuperação da saúde, além da prevenção de doenças e de outros
problemas de saúde. Algumas dessas atividades são:
Fazer o planejamento e a avaliação da farmacoterapia.
Realizar intervenções farmacêuticas e emitir pareceres técnicos
para outros membros da equipe de saúde.
Fazer a anamnese farmacêutica (entrevista com o paciente para
levantamento de informações de saúde pertinentes ao seu
acompanhamento).
Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente.
Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao
paciente, à família, aos cuidadores e à sociedade.
O documento ainda ressalta que, no âmbito de suas
atribuições, o farmacêutico presta cuidados à saúde,
em todos os lugares e níveis de atenção, em serviços
públicos ou privados, reforçando que o profissional
está apto a ofertar cuidado farmacêutico em diversos
cenários, dentro ou fora de hospitais.
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Conceitos em Atenção Farmacêutica
A prática da AtenFar trouxe novos conceitos necessários para a
execução desse novo modelo de prática clínica. Muitas dessas
definições foram publicadas no Brasil em 2002, no Consenso Brasileiro
de AtenFar; vamos conhecê-las e refletir junto ao que a Resolução CFF
nº 585/2013 nos trouxe de novo.
Atendimento Farmacêutico ou Consulta Farmacêutica
É o ato em que o farmacêutico, fundamentado em seus conhecimentos
técnicos e na prática profissional, interage e responde às demandas dos
usuários, buscando a resolução de problemas de saúde que envolvam
ou não o uso de medicamentos. Esse processo pode compreender e
não se limita a:
Técnica que auxilia a manter um diálogo eficiente, em que o
ouvinte se concentra totalmente no que está sendo dito,
interpretando e assimilando todo o conteúdo, mantendo o
interesse e respeitando as ideias do paciente
Momento em que o farmacêutico analisa todas as informações
coletadas durante o atendimento, organiza os dados, entende o
quadro geral do paciente e busca delinear as estratégias a serem
seguidas para o alcance das metas terapêuticas.
Reconhecimento das possibilidades de intervenção em saúde a
partir da análise dos dados objetivos e subjetivos coletados
durante a consulta/ atendimento. Por exemplo, verificação da
necessidade de orientação sobre a importância de utilizar
Escuta ativa 
Análise da situação 
Identificação de necessidades em saúde 
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determinado medicamento, ou necessidade de encaminhamento
a outro profissional da equipe multiprofissional.
Momento em que o farmacêutico divide com o paciente suas
impressões sobre seu quadro de saúde, a necessidade de
intervenções e as metas a serem alcançadas. As decisões
devem ser compartilhadas com o paciente, já que será ele a pôr
de fato em prática as ações propostas. Apesar disso, o
farmacêutico deve ser assertivo em relação ao seu
conhecimento técnico, expondo ao paciente as razões de propor
tais intervenções. Nesse momento do atendimento, ocorrem, por
exemplo, compartilhamento de informações sobre a
necessidade de melhora na adesão a um medicamento, de
retorno ao médico para avaliação de um problema de saúde
ainda não tratado, ou ainda de orientação sobre o uso frequente
de automedicação.
Todo o processo de atendimento deve ser documentado de
forma organizada e sistemática a fim de registrar todas as
etapas do acompanhamento farmacêutico. Os resultados devem
ser avaliados a cada nova consulta, e assim o profissional e o
paciente vão delineando conjuntamente novas estratégias de
seguimento. Por exemplo, um paciente que não alcançou a meta
terapêutica de pressão arterial pode necessitar de mais
intervenções além da melhoria de adesão ao uso dos anti-
hipertensivos anteriormente alcançada, incluindo
encaminhamento ao médico assistente.
A consulta farmacêutica é uma das atividades regulamentadas pela
Resolução nº 585/2013, que traz orientações sobre a importância da
privacidade durante o atendimento farmacêutico. Veremos mais à frente
as diferentes formas de estruturação da consulta ou do atendimento.
Tomada de decisões e definição de condutas 
Documentação e avaliação 

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Como realizar um Atendimento
Farmacêutico
Neste vídeo, a especialista Evani de Freitas, vai apresentar as principais
etapas de uma consulta farmacêutica através de uma realidade
simulada.Vamos lá!
Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico
É componente integrante da Atenção Farmacêutica e é possível por
meio da realização de atendimentos farmacêuticos periódicos, de
acordo com a necessidade do paciente.
Durante o acompanhamento, pode haver modificação do plano de
cuidado, metas terapêuticas, necessidade de novas intervenções, novas
oportunidades para educação e promoção da saúde. Vamos
compreender e exemplificar esses conceitos ao longo do nosso estudo.
Intervenção farmacêutica
É um ato planejado, documentado e realizado junto ao usuário e aos
profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que
interfiram ou possam interferir na farmacoterapia, sendo parte
integrante do processo de acompanhamento/seguimento
farmacoterapêutico.
É atividade do farmacêutico clínico atuar ativamente na identificação,
resolução e prevenção de eventos adversos, e aí se inclui a realização de
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intervenções.
Vamos ver um exemplo de intervenção no contexto do
acompanhamento farmacoterapêutico:
O paciente J.J. apresenta-se ao consultório farmacêutico e
informa que apresenta muita cefaleia há uma semana, o que o
leva a tomar analgésicos, que não têm se mostrado muito
efetivos e o deixam sonolento; ele é idoso e chegou a cair uma
vez devido a isso.
Durante a anamnese, você identifica que também há uma
semana o paciente iniciou uso de hidralazina, um anti-
hipertensivo, após consulta com cardiologista. Identificada a
possível causa da cefaleia, que é um efeito adverso da
hidralazina, você entra em contato com o médico, e alinha com
ele e com o paciente a seguinte conduta: reduzir a dose
prescrita inicialmente à metade, mantê-la por uma semana e só
então voltar à dose atual.
Você registra a intervenção e realiza a prescrição da conduta a
ser realizada. Após duas semanas, o paciente retorna, com a
cefaleia resolvida e o tratamento já estabelecido.
Acabamos de ver um exemplo de como a intervenção farmacêutica
resolveu um efeito adverso relacionado ao uso de um medicamento.
Nesse quesito, vamos ao conceito de Problema Relacionado ao
Medicamento (PRM).
Problema Relacionado ao Medicamento
O Consenso Brasileiro define como um problema de saúde, relacionado
ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia, que interfere ou pode
interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário.
Agora é o momento de consolidar o que vimos até aqui.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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A Atenção Farmacêutica é a provisão responsável da
farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados definidos
que melhorem a qualidade de vida do paciente.
Fonte: Hepler e Strand, 1990.
A provisão de serviços no âmbito da AtenFar é um conceito recente
na profissão farmacêutica. Indique uma característica desse
modelo de prática:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A AtenFar é um conceito distinto daquele de AF, e traz modificações
profundas na prática profissional. As atividades clínicas do
farmacêutico excedem a provisão da dispensação orientada de
medicamentos e o foco apenas na disponibilidade e acesso de
medicamentos. Essa prática profissional expande as atividades
tradicionais do farmacêutico, que passa a estabelecer relação
direta com o paciente, visando ao uso racional de medicamentos e
ao alcance de desfechos terapêuticos definidos. O farmacêutico
então torna-se corresponsável por esses resultados, junto ao
paciente e à equipe multiprofissional.
A
A dispensação de medicamentos é a principal
atividade do farmacêutico clínico.
B
Envolve prioritariamente atividades focadas na
disponibilidade e acesso ao medicamento.
C
É uma prática profissional que envolve a interação
direta do farmacêutico com o usuário, visando à
farmacoterapia racional.
D
É um conceito muito similar àquele de Assistência
Farmacêutica.
E
É uma atividade em que o farmacêutico se torna o
único responsável pelos resultados obtidos pelo
paciente.
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Questão 2
No âmbito de suas atribuições, o farmacêutico presta cuidados à
saúde, em todos os lugares e níveis de atenção, em serviços
públicos ou privados.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia, 2013.
Sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, indique a alternativa
correta:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A realização de intervenções durante o acompanhamento
farmacoterapêutico deve estar alinhada com os objetivos do
tratamento estabelecidos pela equipe multiprofissional, não apenas
com o paciente. A anamnese farmacêutica e a elaboração do plano
de cuidado são atividades clínicas regulamentadas pela Resolução
CFF nº 585/2013, as quais não se limitam ao ambiente hospitalar.
As atribuições clínicas vêm mostrar que o paciente deve estar no
centro do cuidado e a importância do uso racional de
medicamentos, e não mais apenas o acesso.
A
A realização de intervenções é direcionada apenas
aos pacientes, não envolvendo outros profissionais.
B A anamnese farmacêutica não é regulamentada.
C
Elaborar o plano de cuidado do paciente é uma das
atribuições regulamentadas.
D
As atribuições clínicas limitam-se ao ambiente
hospitalar.
E
As atribuições clínicas reforçam o papel central do
acesso a medicamentos como pilar do cuidado
farmacêutico.
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2 - Métodos para o seguimento farmacoterapêutico de
pacientes
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os diferentes métodos para o
seguimento farmacoterapêutico de pacientes.
Metodologias de Atenção
Farmacêutica
A Atenção Farmacêutica, como vimos, é um modelo de atuação do
farmacêutico e de prática profissional diferente do papel tradicional. Por
conta disso, foi necessário desenvolver métodos para exercer essas
novas funções, facilitar o raciocínio clínico para o farmacêutico e
sistematizar a tomada de decisões terapêuticas, de forma racional.
O processo de cuidado na AtenFar segue um método clínico, que
envolve alguns passos conduzidos de forma ordenada, possibilitando a
construção do raciocínio clínico. Vamos ver essas etapas:
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Esse é um método geral utilizado por diversos profissionais, mas o
farmacêutico, por sua formação, deve estar focado em resolver
problemas relacionados à farmacoterapia em uso pelo paciente. Para
isso, foram desenvolvidos alguns métodos. Vamos conhecer os mais
citados na literatura.
Método SOAP
O método SOAP foi desenvolvido na década de 1960 pelo médico
Lawrence Weed, o qual propôs que a maneira como os dados eram
anotados no prontuário dos pacientes influenciava na forma de realizar
o raciocínio clínico.
Atualmente é um dos métodos mais conhecidos pelos profissionais da
saúde, não necessita de formulário específico e tornou-se um modelo
básico para registros em prontuários. Considera-se que seja o precursor
dos demais métodos de AtenFar.
O nome SOAP é uma sigla, e as letras significam:
S - Subjetivo
O - Objetivo
 Coleta de dados.
 Identificação de problemas.
 Implantação do plano de cuidado.
 Seguimento do paciente.
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A - Análise (ou avaliação)
P - Plano de cuidado
Cada termo se refere a uma parte do processo de atendimento do
paciente. Vamos entender o que está incluído em cada uma dessas
etapas:
Subjetivo
Aqui deve ser registrada a história do paciente, tudo o que ele
conta, de forma espontânea ou como resposta a perguntas
realizadas. Como estamos direcionados ao uso de
medicamentos, devemos obter informações que se relacionem
com essa temática, como expectativa com o tratamento,
experiências anteriores e atual, receios e dúvidas.
Exemplo:
Paciente relata muitas dores nas costas e por isso utiliza muitos
anti-inflamatórios frequentemente. Diz que tem sentido “mal-
estar” após a utilização da furosemida, que toma pela manhã, e
por isso deixa de tomá-la alguns dias, especialmente quando
sabe que vai sair de casa. Relata também dores de estômago
frequentes e iniciou uso regular de omeprazol por conta própria
há 3 meses.
Objetivo
Aqui são registradas informações objetivas, como sinais vitais,
resultados de exames laboratoriais ou achados físicos. Podem
ser dados obtidos por outro profissional, contanto que haja relato
em prontuário.
Exemplo:
Paciente em bom estado geral, eupneica, normocorada.
PA: 140/85mmHg, FC: 87, saturação 97%, HGT 95.
Em uso de: furosemida 40mg 1x/dia, enalapril 10mg 2x/dia,
omeprazol 1x/dia, AAS 100mg 1x/dia, ibuprofeno 600mg se dor.
Análise dos dados
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Nesse momento, o farmacêutico deve unir os dados que coletou,
verificar se mais alguma informação deve ser incluída no relato, e
a partir daí formular hipóteses e levantar suspeitas acerca dos
problemas verificados.
Exemplo:
PA elevada, fora do alvo proposto pela equipe médica (aferido
hoje 140/85mmHg). Não adesão ao uso do diurético? Dor no
estômago pelo uso de ibuprofeno regularmente devido às dores
nas costas?
Plano de cuidado
Após conversar com o paciente, entender sua realidade e os
problemas que se apresentam, esse é o momento de o
profissional compartilhar com o paciente seu plano para que
esses problemas sejam resolvidos. Como vimos, os dois são
responsáveis pelos resultados e devem estar de acordo com o
que será feito.
Exemplo:
1. Oriento a paciente a não utilizar anti-inflamatórios para dor nas
costas, devido ao risco de úlceras e sangramentos gástricos.
Essa pode ser uma das causas das constantes dores de
estômago.
2. Saliento a necessidade de fazer o correto uso do diurético, a
fim de que a avaliação médica possa ser adequada ao considerar
troca do tratamento.
3. Realizo encaminhamento para médico de família que a
acompanha. Paciente concorda com o plano e informa que
diminuirá o uso de anti-inflamatórios até o momento da consulta
médica. Indico retorno para 2 meses, já com os resultados da
consulta médica.
Método PWDT ou PW
O nome do método se refere à sigla de Pharmacist’s Workup of Drug
Therapy, e foi desenvolvido na Universidade de Minnesota, EUA, para
utilização em farmácias comunitárias, sendo aplicável a qualquer
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paciente. Atualmente é denominado Pharmacotherapy Workup ou
modelo Minnesota. Esse método tem como itens principais:
Coleta e análise
Coleta e análise de dados – momento da entrevista clínica,
anamnese farmacêutica, coleta de dados sobre a farmacoterapia
e avaliação da sua necessidade, efetividade, e segurança, além
da adesão do paciente ao tratamento. Vamos ver mais alguns
exemplos de dados que podem ser coletados durante a consulta
inicial:
Antecedentes de saúde e condição atual.
Medicamentos em uso e que já foram utilizados.
Histórico de vacinação.
Estilo de vida.
Dados clínicos e demográficos.
Plano de cuidado
Nesta etapa, o farmacêutico deve resolver os problemas já
identificados, estabelecendo junto ao paciente objetivos
terapêuticos claros e factíveis e realizando as devidas
orientações para evitar o surgimento de outros problemas.
Podem ser incluídas informações sobre terapêutica não
farmacológica e estilo de vida.
Exemplos:
Metas de controle pressórico definidas, como
120x80mmHg, e fornecimento de planilha impressa para
que o paciente anote suas aferições.
Orientações sobre dieta (restrição de sódio, consumo de
mais fibras, leguminosas e água, conforme orientação de
nutricionista) e estilo de vida (manter caminhadas diárias,
manutenção do peso).
Acompanhamento
Acompanhamento e avaliação – a cada nova consulta, o
farmacêutico deve verificar se os resultados esperados foram
atingidos, e reavaliar as necessidades do paciente, buscando
resolver problemas novos ou já existentes que não haviam sido
abordados.
O modelo de Minnesota utiliza a nomenclatura “problemas
farmacoterapêuticos” para referir-se aos resultados negativos da
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farmacoterapia. Os problemas farmacoterapêuticos são sete e
dividem-se em:
• Necessidade:
1. Farmacoterapia desnecessária
2. Necessidade de farmacoterapia adicional
• Efetividade:
3. Medicamento inadequado
4. Dose inferior à necessária
• Segurança:
5. Reação adversa ao medicamento
6. Dose superior à necessária
• Adesão:
7. Não adesão à terapia
Método TOM
O nome do método se refere à sigla de Therapeutic Outcomes Monitoring
(Monitorização de Resultados Terapêuticos) e foi desenvolvido na
Universidade da Flórida, EUA, para dar suporte às atividades do
farmacêutico em nível comunitário. É um método derivado do PWDT e
traz semelhanças com os achados de Lawrence Weed, autor do método
SOAP.
Vamos entender as etapas envolvidas para a execução do
acompanhamento farmacoterapêutico segundo esse método:
 Realização de entrevista clínica e anamnese
farmacêutica.
 Identificação dos objetivos do prescritor para cada
prescrição, a fim de entender quais são as metas
terapêuticas a serem alcançadas e trabalhar em
j t i édi l
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conjunto com a equipe médica para alcançar essas
metas.
 Avaliação do plano terapêutico frente às
características do paciente, suas expectativas, e à
possibilidade de cumprir o tratamento proposto.
 Desenvolvimento do plano de cuidado para o
paciente.
 Dispensação do medicamento, verificando o
entendimento do paciente sobre a forma correta de
utilização e realizando a orientação visando ao uso
racional.
 Agendamento de nova consulta a fim de manter o
acompanhamento farmacoterapêutico.
 Reavaliação do paciente e sua evolução em relação
aos objetivos propostos, considerando o
surgimento de novos PRM.
 Resolução de problemas identificados ou, se for o
caso, encaminhamento para o médico assistente,
ou ainda, atualização do plano de cuidado, quando
á i ti d t ã
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Método Dáder
Este método tem origem na Espanha, com um grupo de pesquisadores
da Universidade de Granada, em 1999. É um dos métodos mais
utilizados, junto ao método de Minnesota, do qual segue diretrizes. Esse
método também foi desenvolvido para ser utilizado em farmácia
comunitárias, sendo aplicável a qualquer paciente e segue as diretrizes
do PWDT. Vamos entender como se desenvolve esse método na prática
clínica.
Nesse momento, o farmacêutico esclarece as atividades que
realiza e propõe o agendamento da consulta. Caso o paciente
aceite, informa-se que no dia marcado devem ser trazidos os
medicamentos em uso, as prescrições, os resultados de exames,
e qualquer outra informação sobre sua saúde que possa ser de
interesse.
Momento da anamnesefarmacêutica; avaliar a utilização de
cada medicamento, investigar adesão e coletar outras
informações, como dúvidas e preocupações do paciente sobre o
tratamento.
Nessa etapa, busca-se identificar a relação entre problemas de
saúde e uso de medicamentos relatados pelo paciente. De posse
de todas as informações coletadas consideradas necessárias
sobre o paciente e o tratamento que ele realiza, o farmacêutico
necessário, a partir de nova pactuação com o
paciente.
Oferta do serviço 
Primeira entrevista 
Análise situacional 
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passa para a fase de avaliação, quando visa à identificação de
suspeitas de PRM que podem estar ocorrendo.
O objetivo nesse momento é elaborar o plano de cuidado
farmacoterapêutico e as intervenções propostas a fim de
resolver os PRM existentes e evitar novos. Esse plano de cuidado
deve ser apresentado ao paciente e modificado, caso seja
necessário, conforme sua aceitação. Todas as metas e
intervenções devem ser pactuadas entre o profissional e o
paciente.
Etapa em que ocorre a monitorização do paciente, verificação
dos resultados; é o momento de avaliar se as metas pactuadas
foram atingidas e se será necessária qualquer modificação.
Etapa realizada quando se verificam mudanças de estado de
saúde do paciente e utilização de medicamentos, após a
intervenção.
Esse método propõe mais tempo para o profissional para avaliação das
informações coletadas, o que proporciona análise mais criteriosa dos
dados coletados e tempo para aprendizagem.
Comentário
O método Dáder utiliza alguns conceitos específicos, desenvolvidos por
um Comitê de Especialistas que deu origem a publicações conhecidas
como o Consenso de Granada. A última atualização foi em 2007,
quando ocorreu a publicação do III Consenso de Granada. Segundo esse
consenso, distingue-se atualmente PRM de resultados negativos
associados a medicamentos (RNM).
Problemas relacionados a medicamentos (PRM)
Fase de intervenção 
Resultado da intervenção 
Nova análise situacional 
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São situações que ocorrem durante o processo de utilização de
medicamentos que podem levar à ocorrência de resultados negativos
associados a medicamentos (RNM). Portanto, os PRM são elementos
do processo de uso de medicamentos que significam um maior risco de
o paciente apresentar um RNM. Vamos entender melhor com alguns
exemplos:
Exemplo
PRM:
Administração incorreta do medicamento.
Conservação inadequada.
Contraindicações.
Erros de prescrição/ dispensação.
Interações medicamentosas.
Essas são situações que podem aumentar o risco de um desfecho
negativo para o paciente, mas nem sempre isso ocorre. Ou seja, um
paciente pode utilizar medicamentos que interagem entre si ou
conservá-los inadequadamente, e mesmo assim pode não ter
consequências negativas desses problemas.
Resultados negativos associados a medicamentos (RNM)
Alterações indesejadas na saúde do paciente que não são adequados
ao objetivo da farmacoterapia, e que estão associados ao uso ou à falha
no uso de medicamentos.
Exemplo
1. Paciente utilizando um medicamento que é contraindicado para seu
quadro de saúde e apresentando descompensação de alguma doença
de base.
2. Paciente em uso de medicamento vencido não apresenta resultados
terapêuticos esperados.
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3. Paciente utilizando erroneamente um dispositivo e não recebendo a
dose necessária de um medicamento.
A resolução e prevenção dos RNM é possível a partir do momento que
conhecemos suas causas. Dessa forma, é fundamental identificar e
classificar o PRM que deu origem ao resultado negativo e então
solucioná-lo.
O III Consenso de Granada apresenta ainda a classificação de RNM em
função dos requisitos que todo medicamento deve ter para que possa
ser utilizado: ser necessário, seguro e efetivo. Sabendo disso, vamos
entender a classificação:
Necessidade
Problema de saúde não tratado – o paciente sofre com um
problema de saúde associado a não receber um medicamento do
qual necessita.
Efeito de um medicamento desnecessário – o paciente sofre por
um problema de saúde associado a receber um medicamento
que não necessita.
Efetividade
Inefetividade não quantitativa – O paciente sofre um problema
de saúde associado a uma inefetividade não quantitativa do
medicamento.
Inefetividade quantitativa – O paciente sofre um problema de
saúde associado a uma inefetividade quantitativa do
medicamento.
Segurança
Insegurança não quantitativa – O paciente sofre um problema de
saúde associado a uma insegurança não quantitativa de um
medicamento.
Insegurança quantitativa – O paciente sofre um problema de
saúde associado a uma insegurança quantitativa de um
medicamento.
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Como mencionado anteriormente, o método Dáder e PW são os mais
utilizados, mas a escolha entre os métodos irá depender da experiência
dos profissionais envolvidos. Esses métodos – americano e espanhol –
são mais estruturados, e apesar de mais demorados, proporcionam
maior organização e oportunidade de que o profissional menos
experiente possa internalizar melhor como ocorre o raciocínio clínico e
treinar sua prática na rotina da AtenFar.
Métodos para o seguimento
farmacoterapêutico: estudos de
casos
Neste vídeo, a especialista Evani de Freitas apresentará a aplicação dos
métodos, evidenciando as diferenças entre eles, bem como as
vantagens, desvantagens e aplicações de cada um. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Atenção Farmacêutica é uma das atividades da Assistência
Farmacêutica e engloba ações específicas do profissional
farmacêutico na relação terapêutica com o paciente, visando à
promoção do uso racional de medicamentos.
Adaptado de: OPAS, 2002.
A Atenção Farmacêutica pode ser realizada segundo um método de
seguimento farmacoterapêutico, como SOAP, PWDT, TOM e Dáder.
Assinale a alternativa que indica corretamente o método Dáder:
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O método TOM foi desenvolvido na Universidade da Flórida e
pretender dar apoio à prática do cuidado farmacêutico em nível
comunitário. É um método derivado do PWDT e leva em
consideração achados do autor do método SOAP. Por sua vez, o
método SOAP é amplamente utilizado por outros profissionais da
saúde e não necessita de formulário específico. O PWDT foi
desenvolvido na Universidade de Minnesota e de fato classifica os
PRM dentro de quatro categorias. O método Dáder foi desenvolvido
na Universidade de Granada (Espanha), procura tornar mais factível
a coleta de dados do paciente e é organizado de forma a haver
mais tempo para análise dos dados pelo farmacêutico.
Questão 2
Seguimento farmacoterapêutico é o processo no qual o
farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário
relacionadas ao medicamento, por meio da detecção, prevenção e
resolução de PRM, de forma sistemática, contínua e documentada,
com o objetivo de alcançar resultados definidos, buscando a
A
Método desenvolvido na Universidade da Flórida
para dar suporte às atividades do farmacêutico em
nível comunitário.
B
Desenvolvido na Espanha, propõe tornar mais
factível a coleta de dados epossibilitar mais tempo
para sua análise.
C
Método amplamente utilizado por outros
profissionais e não necessita de formulário
específico.
D
Elaborado por pesquisadores da Universidade de
Minnesota, classifica os PRM em quatro categorias.
E
Método derivado do PWDT e traz semelhanças com
os achados do autor do método SOAP.
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melhoria da qualidade de vida do usuário.
Fonte: OPAS, 2002.
Com base no texto acima, avalie as afirmações a seguir:
I – A AtenFar envolve atitudes do farmacêutico apenas no momento
da dispensação do medicamento.
II – As metas terapêuticas devem ser estabelecidas de acordo com
o previsto pelo prescritor e com o conhecimento e concordância do
paciente.
III – O acompanhamento dos resultados do tratamento deve ser
realizado apenas uma vez, não é um processo contínuo.
IV – Há diferentes métodos para a estruturação do atendimento e
acompanhamento farmacoterapêutico realizado pelo farmacêutico.
É correto o que se afirma em:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A AtenFar expande as atividades do farmacêutico, que passa a
focar no paciente e no uso racional de medicamentos e não apenas
em prover o acesso, limitado ao momento da dispensação. Há
diferentes métodos para a realização do acompanhamento
farmacoterapêutico, e em todos as metas devem ser alinhadas
entre o prescritor, o paciente, o farmacêutico e os demais
profissionais envolvidos no cuidado do paciente. Além disso, o
acompanhamento pressupõe um movimento contínuo de cuidado, e
não limitado a apenas um encontro.
A I e III.
B II e IV.
C II e III.
D Apenas IV está correta.
E I, II e III.
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3 - Áreas de atuação clínica do farmacêutico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de listar as áreas de atuação clínica do farmacêutico,
de acordo com a legislação e as novas práticas da pro�ssão.
Áreas de atuação clínica
A Farmácia Clínica é a prática farmacêutica voltada ao uso racional de
medicamentos e à otimização da farmacoterapia dos pacientes.
Portanto, não se limita a um espaço e é aplicável a todos os níveis de
atuação do farmacêutico clínico.
A Atenção Farmacêutica é uma área que prioriza uma aproximação
maior entre farmacêutico e paciente e as responsabilidades
compartilhadas nessa relação terapêutica, e está incluída no escopo da
Farmácia Clínica, trazendo, porém, maior foco no paciente como sujeito
do cuidado, buscando resultados definidos na terapêutica. O
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farmacêutico que atua na AtenFar também é chamado de farmacêutico
clínico.
A Resolução CFF nº 585/2013 estabelece que, no âmbito de suas
atribuições, o farmacêutico presta cuidados à saúde em todos os locais
e níveis de atenção. Portanto, a atuação clínica, voltada ao uso racional
de medicamentos e ao objetivo de alcançar efetividade e segurança dos
tratamentos farmacológicos, pode ocorrer em diversos cenários.
Exemplo
Hospitais.
Unidades de Pronto Atendimento.
Instituições de Longa Permanência.
Atendimento domiciliar.
Farmácias comunitárias.
Ainda de acordo com a Resolução CFF nº 585/2013, o farmacêutico
clínico pode atuar:
No cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo.
Na comunicação e educação em saúde.
Na gestão da prática, produção e aplicação do conhecimento.
O farmacêutico, portanto, pode exercer suas funções clínicas de
diversas formas, sempre com o objetivo de prover cuidado à saúde,
diminuindo a morbidade e mortalidade associada ao uso de
medicamentos.
Atuação no âmbito coletivo e individual
A Resolução CFF nº 585/2013 enumera as atividades que podem ser
desenvolvidas pelo farmacêutico nos âmbitos individual e coletivo.
Vamos entender melhor quais atividades estão envolvidas nesse
contexto.
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Ações de rastreamento em saúde são importantes no âmbito
individual e coletivo, especialmente para doenças de início
insidioso, ou seja, que não mostram sintomas desde o início,
como a hipertensão arterial e o diabetes. O rastreamento desses
parâmetros físicos e bioquímicos é simples, e essa triagem
inicial, juntamente com o encaminhamento ao médico pelo
farmacêutico, pode fazer muita diferença no âmbito individual,
assim como alterar o perfil de saúde de comunidades inteiras.
Ações no âmbito da comunicação e educação em saúde
também são essenciais para fornecer informações sobre
medicamentos à equipe de saúde, aos pacientes e familiares, e
participar de programas educativos nas unidades de saúde e no
planejamento da educação continuada para qualificação dos
recursos humanos.
Cada vez mais percebemos a importância da divulgação de
notícias baseadas em evidências científicas de excelente
qualidade, evitando a circulação de desinformação na sociedade.
Esse também é um papel do farmacêutico, pois como
profissional de saúde deve encarar a divulgação de informações
em saúde, confiáveis e isentas, como uma de suas atribuições.
O farmacêutico também pode atuar na gestão, produção e aplicação
prática de novos conhecimentos. Tais atribuições estão ligadas, citando
alguns exemplos, à coordenação, supervisão e auditoria de atividades
clínicas farmacêuticas, elaboração, atualização e aplicação de
formulários terapêuticos e protocolos clínicos, à participação em
comitês de ética em pesquisa ou outras comissões no âmbito das
instituições e serviços de saúde, voltadas à promoção do uso racional
de medicamentos e segurança do paciente.
Atuação clínica na farmácia comunitária e os
aspectos regulatórios
Rastreamento em saúde 
Comunicação e educação 
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Como citado pela Resolução, o exercício de atividades clínicas pode se
direcionar tanto para o âmbito individual quanto o âmbito coletivo,
inclusive em farmácias comunitárias. Esse campo de atuação vem se
expandindo, especialmente porque a farmácia comunitária está sendo
reconhecida cada vez mais como um estabelecimento de oferta de
serviços de saúde, buscando ir além do comércio de medicamentos e
dessa característica mercadológica.
Nesse sentido, é importante lembrarmos que a oferta de serviços
farmacêuticos em farmácias comunitárias está sujeita a legislações
específicas que estabelecem critérios e condições mínimas para a
execução dessas atividades segundo o determinado pelos órgãos
sanitários e de fiscalização profissional, como a Anvisa e o Conselho
Federal de Farmácia, respectivamente, além do disposto na legislação
federal, quando aplicável.
Algumas legislações importantes quando falamos em consultório
farmacêutico e oferta de serviços farmacêuticos em farmácias
comunitárias são:
Lei nº 13.021/2014
Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades
farmacêuticas. Essa normativa federal consolida na legislação a
ideia da farmácia como estabelecimento de saúde e unidade
prestadora de serviços de assistência à saúde, além de trazer
outros ganhos para a profissão, como a autorização para
aplicação de vacinas em farmácias. Essa lei estabelece como
algumas obrigações do farmacêutico no exercício de suas
atividades:
Realizar acompanhamento farmacoterapêutico de
pacientes, internados ou não, em estabelecimentos
hospitalares ou ambulatoriais, de natureza pública ou
privada;
Prestar orientação farmacêutica, esclarecendo o paciente
sobre elementos importantes do uso de medicamentos:
conservação, interações possíveis, correto manuseio e
outras informações;
Estabelecer protocolosde vigilância farmacológica de
medicamentos, produtos farmacêuticos e correlatos,
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visando assegurar seu uso racional;
Realizar notificações no âmbito da farmacovigilância.
RDC nº 44/2009
Dispõe sobre boas práticas farmacêuticas no âmbito de
farmácias e drogarias. Essa norma tem como principal objetivo
promover o uso racional de medicamentos e afirmar o direito do
cidadão à informação isenta e confiável sobre medicamentos. A
resolução está em processo de atualização após o período de
contribuições por meio da Consulta Pública nº 911, de
27/08/2020.
Essa normativa traz exigências em relação à infraestrutura de
farmácias comunitárias, ao ambiente destinado aos serviços
farmacêuticos (o consultório farmacêutico), orientações quanto à
dispensação de medicamentos e à realização de Atenção
Farmacêutica e serviços farmacêuticos, como a aferição de
parâmetros fisiológicos e bioquímicos, sendo exemplos a
aferição de pressão arterial e glicemia capilar, respectivamente.
CFF nº 586/2013
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.
Norma muito importante para que o farmacêutico saiba os
limites da prática de prescrição farmacêutica, ato de grande
responsabilidade profissional.
Atividades clínicas no âmbito individual
No âmbito individual, há ainda diversas outras atividades a serem
exercidas pelo farmacêutico, ligadas à Farmácia Clínica e Atenção
Farmacêutica.
As atividades a seguir são executadas durante a consulta farmacêutica,
aquele momento de interação mais próxima entre o farmacêutico e o
paciente, e realizado em ambiente privativo.
Vamos detalhar cada uma delas, a seguir:
Conciliação de medicamentos
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Essa é uma atividade muito importante, direcionada para pacientes em
transição de cuidado, ou seja, passando por transferências entre setores
de um hospital, por exemplo, ou entre níveis de atenção – hospital para
casa, setor de emergência para hospital, por exemplo. O ambiente da
farmácia comunitária é direcionado para pacientes que receberam alta
hospitalar recente.
Recomendação
Esse serviço tem como objetivo prevenir erros de medicação resultantes
de discrepâncias da prescrição. Para sua execução, o farmacêutico
elabora uma lista dos medicamentos em uso pelo paciente, comparando
prescrições anteriores e atuais, de diferentes profissionais e serviços de
saúde, buscando identificar discrepâncias, duplicidades e omissões,
quando possível.
A conciliação de medicamentos auxilia especialmente o paciente
polimedicado, que muitas vezes após uma hospitalização recebe
prescrição de alguns medicamentos, suspensão de outros, além de
modificação de doses ou posologias. Nesse momento, podem ocorrer
erros. Portanto, em um cenário de envelhecimento populacional, com
muitos pacientes polimedicados, essa é uma atividade essencial dentre
as atividades clínicas farmacêuticas.
Exemplo
Seu paciente retorna à farmácia para nova consulta de
acompanhamento. Ao verificar que ele recebeu alta hospitalar recente,
você pede para que ele lhe mostre a nova prescrição médica, recebida
no momento da alta. Ao observar a prescrição, você verifica que um dos
antidiabéticos orais que ele utilizava antes da internação não foi
prescrito, apenas a metformina. Ao investigar o caso, você não encontra
justificativa para a suspensão e decide entrar em contato com o
prescritor. Ao explicar o caso, o prescritor informa que o medicamento
deve ser retornado e que foi um erro no momento da prescrição – do
tipo omissão.
Revisão da farmacoterapia
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Essa é uma parte integrante da consulta farmacêutica, em que o
farmacêutico revisa detalhadamente, de forma estruturada e crítica,
cada medicamento em uso pelo paciente, sua indicação, possíveis
problemas relacionados, esclarece dúvidas, realiza orientações e toma
condutas necessárias para otimização do tratamento sempre que
necessário como, por exemplo, encaminhamento ao médico.
Atenção
Esse é um momento importante de educação do paciente, reforço da
importância dos tratamentos, alerta quanto a possíveis reações
adversas, e provisão de demais informações.
Essa atividade também pode ser realizada no ambiente hospitalar,
considerando a importância de orientar o paciente no momento da alta
hospitalar para evitar readmissões hospitalares precoces. Essa
atividade visa garantir que as necessidades de saúde do paciente
identificadas ao longo da internação sejam atendidas pela prescrição
médica na alta hospitalar. É importante notar que a identificação dessas
necessidades em saúde do paciente só será possível com um efetivo
acompanhamento farmacoterapêutico do paciente pelo farmacêutico ao
longo da internação hospitalar.
No contexto ambulatorial, o farmacêutico pode pedir ao paciente que
traga todos os medicamentos de uso contínuo e de uso frequente nas
embalagens ou nos recipientes em que ficam acondicionados, para que
se possa avaliar de forma mais próxima da realidade como o paciente
maneja seus comprimidos, como realiza a partição, como se organiza
para lembrar-se de tomá-los. No ambiente hospitalar, essa revisão da
farmacoterapia é realizada tendo por base apenas a prescrição médica,
pois os medicamentos são administrados pela Enfermagem. Nesse
caso, realiza-se a análise farmacêutica da prescrição.
Como você pode perceber, essa também é uma atividade muito
importante para pacientes polimedicados ou com qualquer outra
dificuldade no manejo de seus medicamentos, como aqueles com
deficiência visual ou baixa acuidade visual, pacientes com dificuldades
de leitura ou até mesmo analfabetos. É essencial que o farmacêutico
esteja atento a essas características para que possa adaptar suas
atividades a esses pacientes de diferentes perfis.
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Durante a revisão farmacoterápica, o farmacêutico pode:
Identificar interações medicamentosas (potenciais ou em curso) –
ex.: uso de varfarina e AAS, sem indicação clara de uso,
aumentado o risco de sangramento.
Identificar reações adversas em andamento – ex.: edema em
membros inferiores durante uso de anlodipino;
Uso de medicamentos não prescritos: – ex.: uso regular de
medicamento que o paciente usava anteriormente (mudou a
prescrição e o paciente continua utilizando). Nesse quesito,
reforçamos a importância de requisitar ao paciente que leve os
medicamentos em uso, de preferência em sua embalagem original;
Identificar oportunidades de melhoria do esquema de horários de
administração dos medicamentos prescritos a fim de otimizar a
farmacoterapia – ex.: diuréticos longe da hora de dormir, para
evitar atrapalhar o sono; levotiroxina longe de refeições para evitar
interação com alimentos;
Necessidade de terapia adicional – ao realizar a entrevista
farmacêutica, idealmente em associação à revisão
farmacoterápica, pode-se identificar necessidade de terapia
medicamentosa não atendida.
Quando consideramos os diferentes ambientes de atuação do
farmacêutico, podemos perceber que há diferenças no modo de realizar
as atividades clínicas. Nos itens a seguir, vamos falar um pouco sobre
essas diferentes formas de execução e prática da clínica.
Seguimento/acompanhamento farmacoterapêutico
Atividade essencial para o cumprimento de metas terapêuticas,
delineamento de novos objetivos e novas estratégias para alcançá-los. O
seguimento é realizado ao longo de vários encontros com o paciente.
Vimos que as consultas ou os atendimentos farmacêuticos são
encontros periódicos entre o profissionale o paciente no ambiente do
consultório farmacêutico. Já no cenário hospitalar esse
acompanhamento é diário, pois o paciente está internado e a interação
com paciente e equipe multidisciplinar ocorre todos os dias a fim de
acompanhar modificações no estado do paciente e nas prescrições.
Exemplo
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Em cada um dos cenários, a atuação clínica do farmacêutico será
diferente, adaptada aos problemas mais comuns encontrados, à
possiblidade de contato com o paciente e à infraestrutura oferecida. Por
exemplo, o atendimento em instituições de longa permanência será
diferente daquele do hospital, já que em uma instituição de longa
permanência as prescrições em geral são menos modificadas, os
pacientes mantêm seus esquemas de tratamento por períodos mais
longos e, em geral, são pacientes mais estáveis.
Por outro lado, o ambiente hospitalar é mais dinâmico, exigindo do
farmacêutico a execução de atividades que permitam o
acompanhamento farmacoterapêutico mais frequente, análise das
prescrições e avaliação de novos problemas diariamente.
O farmacêutico pode atuar em cenários ainda mais dinâmicos, como
unidades de pronto atendimento (UPA). Quando falamos em
modificação do local de atuação, também falamos em potencial
modificação do perfil de intervenções.
Exemplo
Em uma UPA, pode haver necessidade de adequar aprazamentos para
correta posologia de administração de antimicrobianos, ou seja, o
paciente necessitou da primeira dose, de um esquema de 3 doses
diárias, às 6h da manhã. Mas, na hora da prescrição, o sistema adequou
a próxima dose para 8h (padrão 8h-16h-0h). O farmacêutico deve
realizar a intervenção junto à equipe. Outras intervenções tornam-se
ainda mais relevantes, como alertas de alergia do paciente, informações
sobre insuficiências e contraindicações de medicamentos frente ao
quadro de internação.
Conhecendo as diferentes faces da
atuação clínica do farmacêutico
Neste vídeo, a especialista Evani de Freitas e outros, de diferentes áreas
de atuação da Farmácia Clínica, irão conversar sobre as peculiaridades
de cada área e a importância do farmacêutico nela. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O farmacêutico exerce sua atividade com autonomia, baseado em
princípios e valores bioéticos e profissionais, por meio de
processos de trabalho, com padrões estabelecidos e modelos de
gestão da prática.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia, 2013.
O exercício da Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica expande
cada vez mais os horizontes da profissão farmacêutica. Assinale a
alternativa correta sobre as atividades clínicas farmacêuticas:
A
O farmacêutico clínico tem como sua principal
atividade voltada ao paciente a análise técnica das
prescrições.
B
A Farmácia Clínica pode ser exercida apenas dentro
do hospital.
C
A consulta farmacêutica deve ser realizada em
ambiente privativo, garantindo a privacidade do
atendimento.
D
A execução de atividades clínicas pelo farmacêutico
deve ser aprovada pelo médico.
E
O ambiente hospitalar não permite a execução de
atividades clínicas, pois essas atividades são
exclusividade médica.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O farmacêutico clínico expande suas atividades além da análise
técnica das prescrições, indo ao encontro do paciente e da equipe
multiprofissional para coleta de mais informações sobre o estado
de saúde do paciente, principal foco de atuação do farmacêutico
clínico. A Farmácia Clínica pode ser exercida em diversos cenários,
dentro e fora do hospital. O farmacêutico exerce suas atividades
independentemente do médico, e suas funções não se confundem,
antes estão em colaboração para resolução de problemas de saúde
do paciente.
Questão 2
As atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar cuidado
ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso
racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia, 2013.
Sobre os locais de atuação do farmacêutico, assinale a alternativa
correta:
I – A farmácia comunitária é o único local de atuação possível.
II – A área hospitalar e a atenção domiciliar são campos de atuação
possíveis para o farmacêutico clínico.
III – A farmácia comunitária é um dos locais de atuação e
reconhecida pela lei como estabelecimento de saúde.
IV – O farmacêutico pode atuar em unidades de pronto
atendimento.
É correto apenas o que se afirma em:
A I e IV.
B II, III e IV.
C III e IV.
D I e III.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Os campos de atuação clínica do farmacêutico são amplos. A
farmácia comunitária é apenas um dos possíveis locais de atuação,
reconhecida como estabelecimento de saúde pela Lei Federal nº
13.021/2014. Outros locais de atuação do farmacêutico clínico são
hospitais e unidades de pronto atendimento, onde o farmacêutico,
como sempre, deve atuar em conjunto com a equipe
multidisciplinar, sempre com o foco no paciente como sujeito de
suas ações.
4 - Núcleos de Segurança do Paciente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a função e importância dos Núcleos de
Segurança do Paciente em hospitais.
E I, II e III.
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Núcleo de Segurança do Paciente:
conceituação e papel da farmácia
hospitalar
Introdução
A segurança do paciente é um aspecto essencial do cuidado à saúde,
em qualquer lugar onde serviços de saúde sejam oferecidos.
O contexto da assistência está cada vez mais complexo, em um
ambiente de alta pressão para os profissionais e demandas
tecnológicas em rápida evolução: novos medicamentos, novas técnicas
diagnósticas, novos protocolos. Nesse ambiente com tantas demandas,
muitas vezes podem ocorrer incidentes e eventos adversos, causando
danos, os quais, por sua vez, podem ser leves, bastante sérios e até
mesmo fatais.
Foto de tromboembolismo venoso.
E qual tipo de incidente pode ocorrer no cuidado à saúde? Alguns
exemplos são:
Queda do paciente.
Erros de medicação.
Falhas envolvendo cateter venoso e sondas.
Falha na identificação do paciente.
Lesão por pressão (“escaras”).
Tromboembolismo venoso (TEV).
Os dados sobre eventos adversos e incidentes relacionados ao cuidado
com a saúde no Brasil ainda são subnotificados, ou seja, muitos não são
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notificados e não viram estatísticas. Vamos ver como isso está se
modificando no Brasil e no mundo.
Aliança Mundial para Segurança do Paciente
Percebendo como o cuidado à saúde ainda era muito inseguro, diversas
organizações se uniram para buscar melhorias. Em 2004, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) lançou a Aliança Mundial para Segurança do
Paciente, visando unir agências reguladoras, governos e pacientes em
torno desse tema essencial.
Essa iniciativa tinha como objetivo principal salientar a importância do
cuidado seguro à saúde, tendo em vista que muitos eventos evitáveis
ainda ocorriam. Esse problema havia sido exposto de forma
sistematizada em uma grande publicação lançada em 1999 pelo
Instituto de Medicina dosEUA (IOM), que mostrava o impacto da
ocorrência de eventos adversos em saúde para pacientes, profissionais
e instituições.
Comentário
Os dados apresentados eram alarmantes. Estimou-se que, a cada ano,
cerca de 100 mil pessoas morriam nos hospitais dos EUA como
resultado de erros relacionados ao cuidado de saúde que poderiam ser
evitados.
A partir dessa iniciativa mundial da OMS, foi publicada no Brasil a
Portaria GM nº 529/2013, documento muito importante e que sinaliza o
compromisso nacional com essa busca pela segurança do paciente.
Esse documento institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP), com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em
saúde em todas as instituições de saúde do país, sejam elas de
qualquer natureza: pública, privada, militar. Todas devem se orientar por
esse documento.
Algumas das motivações para a publicação são a necessidade de
incentivar a criação da cultura de segurança nas instituições e o
desenvolvimento de atividades de gerenciamento de riscos, ou seja,
promover uma cultura de notificações de erros, de educação continuada
dos profissionais, e de melhor comunicação entre a equipe de saúde e
pacientes.
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Núcleos de Segurança do Paciente
Um dos objetivos específicos do PNSP é promover a implantação de
Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos estabelecimentos de
saúde do país. Nesse sentido, no mesmo ano foi publicada a Resolução
de Diretoria Colegiada (RDC) nº 36/2013, que regulamenta o PNSP. Essa
normativa destaca a obrigatoriedade da constituição dos NSP para as
instituições de saúde. Quando isso não ocorre, a instituição comete uma
infração sanitária nos termos da Lei Federal nº 6.437/1977.
Mas o que é de fato o NSP?
Resposta
O núcleo é uma instância do serviço de saúde criada para promover e
apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente, ou
seja, é um setor criado especificamente para lidar com questões de
segurança do paciente, para identificar, investigar e avaliar todas as
questões pertinentes a esse tema dentro das instituições.
A constituição dos NSP cabe à direção dos serviços de saúde, que
confere autoridade e responsabilidade aos membros do núcleo para
executar as ações do Plano de Segurança do Paciente (PSP), o que é
essencial para a tarefa a ser executada pelo NSP
Saiba mais
O Plano de Segurança do Paciente é um documento que aponta
situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pela
instituição para o gerenciamento desses riscos, visando prevenir e
reduzir a ocorrência de eventos adversos em saúde, desde a entrada do
paciente na unidade até a sua alta.
Esse é um documento muito importante para a gestão de riscos em um
estabelecimento de saúde, pois mostra pontos de fragilidade da
instituição, aponta possíveis soluções, estratégias e ações a serem
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executadas, além de definir responsabilidades no alcance do objetivo
final.
Para que esse PSP se desdobre em atitudes e ações de fato, o NSP deve
estar vinculado à direção e em contato com os diversos setores do
estabelecimento, sejam setores assistenciais ou não, afinal, todos na
instituição devem participar da construção da cultura de segurança.
Desde a hotelaria e engenharia clínica até equipe de enfermagem e
farmácia, todos devem estar envolvidos nesse compromisso.
O NSP funciona de acordo com alguns princípios e diretrizes. Vamos
conhecê-los:
Melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de
tecnologias da saúde;
Disseminação sistemática da cultura de segurança;
Articulação e integração dos processos de gestão de risco;
Garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde
dentro de seu âmbito de atuação.
O NSP deve ser constituído por uma equipe multiprofissional,
minimamente composta por médico, farmacêutico e enfermeiro. Além
desses membros, outros podem participar de forma a agregarem
conhecimento em áreas críticas, como controle de infecção,
biossegurança e gerenciamento de resíduos.
Como vimos, o PSP é um documento que traz informações sobre a
instituição. Então, é interessante que os componentes do núcleo
conheçam bem o local e seus processos de trabalho. A participação do
farmacêutico hospitalar no NSP é essencial, e, por isso, esse
profissional faz parte da composição mínima exigida.
O NSP e a Farmácia Hospitalar
A Farmácia Hospitalar lida com itens muito importantes na assistência
à saúde e que estão relacionados a eventos adversos: os
medicamentos. É na Farmácia Hospitalar que ocorre grande parte das
atividades logísticas relacionadas aos medicamentos, assim como
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diversas atividades relacionadas a sua distribuição: fracionamento,
separação, dispensação.
A farmácia tem se transformado e participado cada
vez mais da segurança do paciente, somando, às
atividades logísticas, práticas assistenciais em que o
paciente é o foco principal do cuidado.
Vamos agora detalhar algumas das atividades do NSP e ao longo do
módulo associar essas atividades com a participação da farmácia
hospitalar.
Protocolos de Segurança do Paciente
Uma das atividades prioritárias de um NSP é implantar os Protocolos de
Segurança do Paciente. A OMS estabeleceu seis metas internacionais
de segurança do paciente, que deram origem aos Protocolos Básicos de
Segurança do Paciente do Ministério da Saúde (MS). Os protocolos
desenvolvidos visam orientar profissionais na ampliação da segurança
do paciente nos serviços de saúde.
Os protocolos trazem os seguintes temas:
Identificação do paciente;
Prevenção de lesão por pressão;
Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos;
Cirurgia segura;
Higiene das mãos;
Prevenção de quedas.
Apesar de haver a possibilidade de atuação nas atividades de todos os
demais, é na segurança na utilização de medicamentos que a farmácia
exerce maior participação. A segurança na utilização de medicamentos
em uma instituição é precedida pelas etapas farmacêuticas de seleção,
programação, aquisição, recebimento, armazenamento, fracionamento
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e/ou unitarização, distribuição/ dispensação adequadas dos
medicamentos. Ou seja, a farmácia tem participação essencial na
execução das atividades desse protocolo.
Vamos detalhar algumas atividades importantes mencionadas no
protocolo e as amplas oportunidades de participação dos
farmacêuticos para a segurança do paciente.
Identi�cação de medicamentos
Uma das atividades preconizadas é a identificação de medicamentos
potencialmente perigosos (MPP) ou de alta vigilância (MAV) dentre
aqueles dispensados pela farmácia. Os MPP/MAV têm maior potencial
de provocar danos ao paciente quando ocorre algum erro em sua
utilização, e as consequências são, em geral, mais graves do que para
outros medicamentos.
Exemplo
Antitrombóticos – Alguns exemplos: heparina não fracionada, heparinas
de baixo peso molecular, dabigatrana. Os riscos incluem tromboses ou
sangramentos, de acordo com dose menor ou maior do que a prescrita.
Insulinas – Podem ocorrer casos de hipoglicemia, resultando até em um
evento fatal, ou danos menos graves, como lipodistrofia, quando não há
rodízio dos locais de aplicação.
O documento também preconiza que seja organizada e divulgada uma
lista de medicamentos com nomes semelhantes e/ou embalagens
parecidas, fonte comum de erros.
Exemplo
Clozapina e clonidina.
Ciclofosfamida e ciclosporina.
Amiodarona e aminofilina.
Trocas entre esses medicamentos podem causar danos graves,especialmente quando envolvem MPP/MAV. A aplicação de estratégias
para diferenciação entre esses medicamentos está diretamente ligada
com a farmácia, a fim de evitar erros desde a etapa de separação e
dispensação.
O protocolo traz ainda itens de verificação para a prescrição segura de
medicamentos:
Identificação do paciente, do prescritor e da instituição;
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Data da prescrição;
Legibilidade;
Denominação dos medicamentos, expressão de doses e uso de
abreviaturas.
De forma detalhada, o protocolo traz orientações ao prescritor e aos
demais profissionais sobre a realização de uma prescrição segura,
diminuindo as chances de erros. Sendo o farmacêutico o profissional
que se encarrega da avaliação técnica da prescrição médica, é um dos
mais impactados por tais recomendações.
O protocolo orienta ainda a realização de conciliação medicamentosa
nas transições de cuidado. As transições de cuidado são os momentos
em que os pacientes passam de um a outro nível de cuidado, dentro ou
fora da mesma instituição.
Exemplo
Transferência de uma unidade de pronto atendimento (UPA) a um
hospital.
Transferência de um hospital geral para uma instituição
especializada.
Transferência de um hospital ao cuidado ambulatorial.
Esses momentos são de especial interesse para a atuação clínica do
farmacêutico, pois aí podem se originar discrepâncias nas prescrições
advindas de omissões, trocas e adições, em resumo, erros de
prescrição.
Vimos como a atuação do farmacêutico pode influenciar e colaborar
para a implementação de um protocolo extremamente importante como
o protocolo de segurança na utilização de medicamentos, tão prioritário
para a atuação do serviço de farmácia.
Agora vamos entender como o NSP e a atuação do farmacêutico podem
melhorar o entendimento sobre o cenário da segurança do paciente,
uma etapa essencial para a formulação de qualquer estratégia para
melhoria do cuidado.
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O NSP desempenha uma função muito importante: o recebimento,
investigação e notificação de eventos adversos ao Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária (SNVS).
A notificação dos incidentes e eventos adversos que ocorrem durante a
prestação do cuidado em saúde é essencial para que se possa conhecer
a realidade de uma instituição. E responder perguntas como:
1. Quantos incidentes ocorrem?
2. Quais são esses incidentes?
3. Há um setor específico onde mais ocorrem tais eventos?
4. Há algum tipo de incidente muito mais frequente do que outros?
5. Há algum turno específico em que mais ocorrem eventos adversos?
As notificações são essenciais para que se possa responder a essas
perguntas e, por isso, a colaboração de todos dentro de uma instituição
é tão importante; essa é usualmente a forma mais comum de obter a
informação, a notificação espontânea.
Além da notificação espontânea, em que os profissionais tomam a
decisão de notificar, é sempre importante que o NSP tenha a atitude de
realizar a busca ativa por meio de pesquisa em prontuários e auditorias,
por exemplo.
Você já deve estar imaginando como o papel do farmacêutico é
importante para a atividade de notificação de eventos adversos. A
segurança do paciente e a farmacovigilância são atribuições essenciais
do farmacêutico hospitalar; esse é o profissional que está presente na
maior parte da cadeia medicamentosa, e que acompanha as atividades
de recebimento e análise técnica da prescrição médica, separação e
dispensação de medicamentos.
Além dessas atividades tradicionais, os farmacêuticos
cada vez mais exercem atividades clínicas, entrando
em contato com pacientes e com a equipe
multiprofissional. E como isso pode aumentar as
notificações?
A equipe passa a reportar ocorrências ao farmacêutico clínico: um
medicamento que não diluiu como de costume; um material
médico-hospitalar que demonstrou ser de má qualidade; uma
reação inesperada, porém leve, de um paciente.
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O farmacêutico começa a participar das reuniões
multidisciplinares, quando são discutidos casos clínicos e ele
pode receber, indiretamente, uma informação sobre um evento
ocorrido que do contrário poderia passar despercebido.
O farmacêutico que exerce suas funções clínicas se aproxima do
paciente, podendo ele mesmo notificar reações e sintomas
durante seu tratamento.
A provisão de serviços de Atenção Farmacêutica torna-se uma parte
importante da farmacovigilância de uma instituição de saúde ao
identificar e avaliar questões sobre a segurança, efetividade e os
desvios da qualidade de medicamentos por meio do
acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico dos pacientes. Isso
inclui a documentação e a avaliação dos resultados, gerando
notificações e novos dados para o sistema.
Após o recebimento pelo NSP, a notificação passa por investigação.
Nessa etapa, o evento adverso é detalhado, os envolvidos são
questionados sobre a existência de novas informações sobre o caso
posteriores à data da notificação. Essas informações são adicionadas
ao relato inicial.
Exemplo
Em um relato de reação alérgica de intensidade moderada após uso de
antimicrobiano, notificou-se que o paciente tinha previsão de alta em
24h. Mas, após a notificação, o médico decidiu observar por mais 48h;
após recuperação total, o paciente obteve alta sem sequelas. Essa
informação adicional será incluída pela equipe do NSP após a
investigação da notificação inicial.
Após a investigação do NSP, a inclusão de dados adicionais, quando
houver, os eventos são coletados e notificados mensalmente ao SNVS
por meio do Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária
(NOTIVISA). Um papel importante do SNVS envolve a vigilância e o
monitoramento dos incidentes relacionados à assistência à saúde, além
de promover o retorno de informações aos notificadores.
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O NSP também deve divulgar aos profissionais e gestores os resultados
da análise e avaliação dos dados notificados. Essa é uma etapa muito
importante do ciclo de notificação, pois permite que os notificadores e
demais profissionais saibam que sua notificação foi investigada e
estimula a cultura de segurança, aspecto reforçado continuamente pelo
PNSP.
Outro resultado muito importante para os serviços é a produção de
alertas e informes técnicos, com dados sobre medicamentos
identificados a partir das notificações. Essas publicações podem tratar
de diversos temas, por exemplo:
Uso correto de medicamentos, especialmente novas tecnologias.
Novas informações de segurança identificadas (contraindicações
ou reações adversas, por exemplo).
Recolhimento de lotes de medicamentos por questões de
segurança ou qualidade.
Esse retorno de novas informações também impacta diretamente a
farmácia, que deve ser multiplicadora ativa dessas informações ou a
própria responsável por tomar medidas corretivas ou preventivas
(recolhimento de medicamentos do estoque, por exemplo).
A colaboração com o SNVS gera resultados benéficos para todos, pois
permite que sejam identificadas questões de segurança importantes,
comuns a muitos casos notificados, e se possa tomar condutas
corretivas e preventivas em nível nacional.
Re�exão
Essa atividade potencializa as ações clínicas individuais
(acompanhamento/seguimento, dispensação, educação em saúde), e
outras atividades de atenção e assistência farmacêutica, como o
processo de seleção de medicamentos, a produção de protocolos
clínicos, entre outras.
A atuação do farmacêutico junto ao Núcleo de Segurança do Paciente é
essencial.

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