Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Como vai ser punido? A doutrina portuguesa pretende aplicar analogicamente o artigo 38º, nº4 a todas as causas de justificação, por isso, será punido pela tentativa (verifica-se sempre que o agente inicia uma conduta e, por motivos estranhos á sua vontade, não consuma o crime, há desvalor da ação, mas não há desvalor do resultado), porque é uma situação paralela, não há desvalor de ação, mas não há desvalor do resultado. O professor Almeida Costa discorda, porque o artigo 38º, nº4 CP diz respeito ao consentimento, em que estão em causa bens jurídicos privados, mas as coisas mudam no exemplo inicia, em que o Sr. A matou, pois aqui há desvalor do resultado, por isso não faz sentido ser punido por tentativa. Esta doutrina choca com o sentimento de justiça comum e no âmbito do ilícito pessoa, porque a conduta é um sentido objetivo-subjetivo, neste caso, sempre que falte o elemento subjetivo e excluindo-se os casos de consentimento, o agente deve ser punido pelo crime consumado, ao contrário do que defende a doutrina maioritária, que aplica analogicamente a todos os tipos justificadores o artigo 38º, nº4 CP. 4. Problema do erro sobre os tipos justificadores Nestes casos, o agente não atua a coberto de uma causa de justificação, mas julga que está a atuar “supõe falsamente a existência de uma causa de justificação que a ordem jurídica não reconhece ou erra sobre o âmbito ou os limites de uma causa de justificação efetivamente existente”. A lei consagra a solução da teoria da culpa limitada como resulta do artigo 16º, nº2 primeira parte. Há que fazer uma distinção entre o erro de natureza intelectual e o erro de valoração. O artigo 16º, nº1 prevê o erro intelectual sobre as circunstâncias de facto em que alguém realiza o crime atuando em erro de facto, há um deficiente conhecimento, falta o dolo (ex.: um grupo de caçadores têm uma regra em que devem avançar em linha e nunca disparem para o lado, mas um adiantou-se e outro viu um vulto, julgava que era uma peça de caça e disparou, matando um colega). Já no erro de valoração, o agente não interiorizou o dever ser jurídico criminal, erra quanto ao desvalor, quanto ao conteúdo da valoração (ex.: o agente sabia que o vulto era uma pessoa humana, mas não sabia que matar era proibido, era inimputável). Neste último erro, há um desfasamento entre a consciência axiológica individual e o conteúdo do dever ser penal, não representa o carácter ilícito da conduta, ou seja, a conduta é proibida e o agente julga que é permitida. Também o agente no tipo justificador pode errar sobre as circunstâncias de facto (artigo 16º, nº2 CP) Ex.: amigo que aponta uma arma de brincar e o outro dispara em legitima defesa- o agente que dispara erra sobre o circunstancialismo fáctico, acha que está a ser assaltado, mas está a ser alvo de uma brincadeira. Nestes casos exclui-se o dolo e o agente poderá ser punido a título de negligência. A punição a título de negligência depende de 2 requisitos:
Compartilhar