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PROVA DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO (EMBRIOLOGIA)

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Pergunta 1
6 pontos
P.S., 45 anos, menarca aos 12 anos, G3P3A0, após aparecimento súbito de amenorreia secundária, que já durava 12 meses, procura atendimento médico. Os exames laboratoriais apresentam hipoestrogenismo e níveis altos de FSH e LH. Ela é tratada com reposição hormonal de estrogênio e progesterona, voltando a menstruar.
ANALISE o caso, considerando o ciclo reprodutivo. 
Conforme o caso citado, P.S. apresenta uma amenorreia secundária (uma vez que já menstruou em períodos anteriores) em razão do não espessamento endometrial. Conforme o ciclo reprodutivo, o FSH produzido pela paciente atua nos ovários, amadurecendo o folículo primário e estimulando as células da granulosa a secretarem estrogênio, responsável pelo espessamento endometrial para sustentar o provável blastocisto quando ele nidar, porém, como relatado, ela apresenta hipoestrogenismo (baixa produção de estrogênio), impedindo que esse fenômeno recorra e a mulher possa menstruar. Também, o alto nível de LH, responsável pela indução da ovulação, comprova que ela não apresenta problemas no amadurecimento do folículo e ovulação do oócito II, mas sim no espessamento endometrial. Logo, a administração de estrogênio e progesterona, responsável pela vascularização endometrial indicada pelo médico (a), auxilia no espessamento e vascularização endometriais, possibilitando o conteúdo a ser menstruado.
Pergunta 2
6 pontos
I.S.A., 36 anos, diabética, G2P2A0, foi levada às pressas para Hospital Geral de Guanambi, sendo encaminhada para sala de parto, pois teve uma ruptura prematura de membranas com 28 semanas. Logo após o parto, o pediatra conduziu o RN diretamente à UTI neonatal onde ficou por 60 dias para suporte de ventilação mecânica. 
EXPLIQUE a evolução clínica do RN.
Conforme o caso acima citado, trata-se de um Recém-nascido (RN) com síndrome do desconforto respiratório. Primeiramente, a gestante apresenta mais de 35 anos (36anos), além de possuir diabetes na gestação (citado no caso), que são fatores de risco para a gravidez, os quais levaram a um parto prematuro. No que se refere à prematuridade apresentada, o RN possui mais de 24 semanas (28 semanas), ou seja, não se trata mais de um aborto , tendo em vista que já produz o surfactante pelos pneumócitos tipo II, que viabilizam reduzem a tensão superficial sobre os alvéolos pulmonares, viabilizando a respiração, porém, ainda não está na quantidade ideal, além de, nesse período, o sistema nervoso não estar idealmente desenvolvido para gerir os movimentos repiratórios fetais. Portanto, o RN precisa evoluir para uma situação de cuidados intensivos, como a ventilação mecânica, para facilitar a respiração da criança e ajuda-la a sobreviver.
Pergunta 3
6 pontos
G.F.O., 33 anos, 12 semanas de gestação, G1P0A0, moradora em área epidêmica para Zika, relatou à médica que, há 4 semanas, iniciou com febre – não aferida e não medicada –, com alívio parcial, manchas avermelhadas na pele e dor em MMII, principalmente nas articulações. A médica solicitou exame para detecção do vírus, que testou positivo para zika. Em consulta futura, já na 24ª semana de gestação, G.F.O., de posse da ultrassonografia, estava ansiosa para saber se o exame apresentava alguma alteração. A médica explicou-lhe que o CC -2DP, indicava que a cabecinha do bebê estava menor de que o esperado para a IG. Em seguida, ela orientou a paciente e solicitou novos exames. 
JUSTIFIQUE o resultado da ultrassonografia.
Conforme o caso acima relatado, percebe-se que a ultrassonografia apresentou um resultado de microcefalia para o feto de G.F.O.. Esse resultado se justifica quando considerado que a gestante apresenta microcefalia, tendo em vista os sintomas relatados. Além disso, deve-se notar que, apesar de a consulta ter sido realizada com 12 semanas de gestação, os sintomas começaram 4 semanas antes, ou seja, na oitava semana do período embrionário. Dessa, forma, o concepto nesse período ainda passava pela organogênese (desenvolvimento de órgãos e sistemas), quando G.F.O. foi contaminada pelo vírus, que, por via placentária, também contaminou o embrião (transmissão vertical). Dessa forma, o vírus agiu como um teratógeno (fator externo que pode causar ou induzir anomalias no concepto), prejudicando o desenvolvimento embrionário, principalmente do encéfalo, que se apresentou menor que o ideal para o exame, ou seja, o feto apresenta microcefalia, sintoma clássico do Zika vírus em fetos de gestantes contaminadas.
Pergunta 4
6 pontos
Gestante, 40 anos, 12ª semana de gravidez, vai à UBS para consulta de pré-natal com os resultados de alguns exames. O médico observa aumento da espessura da translucência nucal (TN), bem como alterações nas dosagens bioquímicas de hCG-β livre aumentada e alfa-fetoproteína (AFP) diminuída. Ele, então, solicita a coleta de material fetal para análise do cariótipo. 
ANALISE o caso, considerando os exames.
Considerando o caso acima relatado e os resultados dos exames, pode-se afirmar que o feto possui grande chance de apresentar alguma anomalia cromossômica. Conforme apresentado, a espessura da translucência nucal está aumentada, o que ocorre quando anomalias cromossômicas induzem o aumento do acúmulo de líquido na região da nuca fetal, o qual é avaliado nesse exame durante a ultrassonografia do primeiro trimestre (igual ou acima de 2,5 mm de acúmulo de líquido indica que o feto possa ter um problema nos cromossomos, mas não diagnostica. No que se refere a dosagem bioquímica de hCG-β livre aumentada, trata-se do valor indicativo do exame de perfil bioquímico materno para possíveis anomalias cromossômicas fetais. Já quanto a baixa quantidade de alfafetoproteína ( molécula produzida no feto e coletada para exame por meio da coleta do sangue materno), ela também está associada ao indicativo de que o feto apresente anomalias cromossômicas (se estivesse alta, indicaria possíveis problemas no sistema nervoso central. Considerando todos esses resultados, o médico agiu corretamente ao pedir a coleta de material fetal (líquido amniótico, por meio da amniocentese, ou vilosidades do córion, por meio da coleta das vilosidades coriônicas), tendo em vista que os exames apresentados apenas mostram o risco, mas não diagnosticam o problema, além do fato da gestante apresentar 40 anos (maior de 35 anos), ou seja, seus oócitos primários já produzidos desde o nascimento aprese maior probabilidade de terem sofrido mutações devido a exposição a agentes externos, podendo induzir a não disjunções cromossômicas durante a meiose I, levando a trissomias, como a do 21 (síndrome de down).
Considerando os gráficos acima apresentado, pode-se afirma que se trata de 2 gestações diferentes (G1 e G2), sendo que, no da esquerda, o feto apresenta crescimento maior que o esperado (linha acima do P90), enquanto no da direita, o crescimento é menor que o esperado (linha abaixo do P10). Conforme o crescimento uterino corresponde ao fetal, essa deduções são possíveis, podendo existir diversas razões para tais ocorrências. No que se refere ao gráfico da esquerda, ele pode indicar o feto de uma gestante que apresentou diabetes gestacional, tendo em vista que o acúmulo de glicose no sangue maternos passa, via placenta, para o sangue fetal, convertendo-se em gordura, já que o pâncreas do concepto não é maturo o suficiente para produzir a insulina necessária para que a glicose seja incorporada pelas células, fazendo o feto crescer mais que o normal. Já quanto ao gráfico da direita, entre as possíveis causas estão o uso de substâncias teratogênica (álcool, cocaína, talidomida) pela gestante durante o período embrionário (4° - 8° semana), já que nessa etapa, está ocorrendo a organogênese (intenso desenvolvimento de órgão e sistemas), podendo induzir ou provocar anomalias fetais que resultem na restrição do crecimento intrauterino (RCIU). Caso se trata-se de uma gestação monozigótica, pode-se suspeitar de uma síndrome da transfusão feto-fetal, já que poderia ocorrer uma anastomose arteriovenosa, fazendo com que um feto seja doador de sangue e nutrientes(ficaria anêmico) para o outro feto, receptor (ficaria policitêmico e poderia desenvolver insuficiência cardíaca), correndo sério risco de óbitos fetais.

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