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Ívila Santos Infarto PULMONAR. Complicação aguda TVP: em uma obstrução, aqui temos a artéria pulmonar direita e osramos dela – ramo secundário, terciário, quaternário – temos uma falha de enchimento, o contraste é a parte mais clara (seta vermelha) e essa área mais escura não pegou contraste, se não pegou contrate dentro de um vaso e subtende-se que esse vaso está obstruído. Complicação crônica: Complicação crônica da TVP, é uma síndrome pós trombótica, é uma sequela da TVP, é uma IVC. A IVC pode ser primária – que é a mais comum, mas pode ser uma IVC secundária – pode ser secundária a 2 coisas: Trauma ou a uma trombose venosa prévia. Isso ocorre alguns anos depois, mas aqui vocês veem várias características que sugerem fortemente tratar-se de uma TVP. Úlcera por estase, úlcera flebopática? - Eczema na parte superior da úlcera (parte laranja); - Escurecimento da pele na parte inferior à úlcera (parte laranja); a - Úlcera tem quase sempre granulação, ela tem fibrina, mas está quase toda vermelha (o vermelho vivo). Localização: ela está no terço distal da perna, próxima do maléolo, essa úlcera de estase é tipicamente perimaleolar e medial (por dentro). É uma úlcera que costuma não doer. É uma úlcera de estase. Nos: pressão hidrostática na veia cria uma hipertensão venosa em todas a veias e capilares da perna, próximo À úlcera -> extravasamento de sangue -> capa fibróticas nos capilares -> isquemia. CASO CLÍNICO Paciente, 43 anos, histórico de câncer de colo de útero, teve recentemente um AVC. Na internação teve edema na perna esquerda, logo depois ela apareceu com cianose no pé. Essa cianose dá até a impressão que é uma isquemia aguda, que é uma coisa mais grave, arterial, mas o pé está quente, muito edemaciado e ela está com os pulsos presentes. É uma flegmasia cerúlea dolens, é um quadro isquêmico dentro da TVP, é um quadro que não ocorre frequente – 2 por ano no HUT, é bem grave e tem um grande risco de perda de dedos e de membro. A TVP pode dar a embolia e a flegmasia agudamente ou pode dar a lesão crônica que é essa úlcera de estase. DIAGNÓSTICO CLÍNICO Trombose Venosa Profunda Homans: dorsoflexão do pé; Como a profunda está obstruída as superficiais se dilatam que é para poder contrapor; Não é uma cianose isquêmica, como é aquele caso da flegmasia. É uma cianose quente, cianose por estase, o sangue rico em carboxihemoglobina não volta porque a veia está obstruída; TVP no membro inferior direito, mas ele já tinha tido TVP no membro inferior esquerdo, e teve IVC à esquerda, esse paciente tinha uma trombofilia, que favorece a possibilidade de o paciente ter TVP. Flegmasia, era uma mulher, nova que tinha CA de colo uterino. Perdeu as 2 pernas por flegmasia, por uma TVP que pegou cava e as ilíacas. ESCORE DE WELLS O escore de Wells sugere uma probabilidade clínica de TVP. Se esse paciente apresente a probabilidade Moderada – Alta. Pode começar a anticoagular até ter o resultado do exame. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Cisto de baker – cisto sinovial do joelho; DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR D-dímero: utilizado para os pacientes com baixa probabilidade, pacientes com moderada ou alta probabilidade (principalmente) o D-dímero não tem valor, também não tem valor para paciente pós-operatório, grávida, paciente grave, politraumatizado, com câncer. Pode dar positivo sem ter TVP. O d-dímero é um marcador de resposta inflamatória – de inflamação aguda. Então, para os pacientes que tinha d-dímero positivo com COVID tinham inflamação e tinha D-dímero, mas não tinham necessariamente TVP. USG venoso: exame praxe para se fazer e a ausência da compressibilidade ao uso do transdutor mostra para gente uma probabilidade maior de ser TVP. Boa sensibilidade e especificidade diagnóstica. AngioTC e AngioRNM são muito úteis para TVP de tronco, especialmente cava e ilíacas. Flebografia, apesar de ser o exame padrão ouro, praticamente não é utilizada. MAIS USADOS -> USG venoso e quando é uma TVP de tronco – angioTC. Aqui não tem fluxo (parte vermelha), tanto na veia safena, quanto na femoral e consegue-se ver o trombo. Aqui tem a veia, e comprime, quando comprime é para a veia colabar totalmente e aqui ela não faz isso a veia continua aberta, essa ausência de compressibilidade sugere TVP. Flebografia -> impressão sobre a veia ilíaca esquerda (preto) -> síndrome de cockett ou may-Thurner. Motivo de existir mais comumente TVP do lado esquerdo, a artéria ilíaca esquerda cruza por cima da veia ilíaca comum direita? -> estase -> aumenta a possibilidade de TVP. TRATAMENTO CLÍNICO Repouso com a elevação do membro: fase aguda (7-10) primeiros dias; Uso de analgesia e anti-inflamatório. Meia elástica: após as 4 primeiras semanas; tem que ser rotina para o paciente pelos próximos 2 anos para reduzir o risco de síndrome pós trombótica. ANTICOAGULANTES HEPARINA Não fracionada – usa-se cada vez menos; Baixo peso molecular (HBPM) – mais usada em pacientes internados; Enoxaparina – SC. 1mg/kg de peso do paciente 2x ao dia. Ex: Peso 80kg, 80mg 12-12h. Obs: HBPM inibe o fator X Profilaxia com HBPM para paciente de alto risco: idoso >70kg, paciente com câncer, IAM, UTI, grande queimado, IC, síndrome nefrótica. Enoxaparina SC até 100kg – 40mg 1x/dia; > de 100kg 60mg 1x ao dia. ANTAGONISTAS DE VITAMINA K Varfarina (Marevan*) 5mg/dia VO Demora de 4-5 dias para começar o efeito, sendo assim, usa- se 10mg nos 2 primeiros dias (D1/D2) e depois 5mg ao dia (a partir do D3) e no dia 4 (D4) passa a pedir INR e TAP diário. INR –> saber se está bem anticoagulado -> tem que estar entre 2-3, quando estiver com 2-3 suspende a Heparina e dá alta com o Varfarin. INIBIDORES INDIRETOS DE TROMBINA Especialmente útil para paciente que tem HIT (trombocitopenia induzida por hepatina). Para o paciente que não pode usar heparina, pois teve reação a heparina. ANTICOAGULANTES DOACs INIBIDORES DIRETOS DE TROMBINA (Inibe o fator II) Dabigratana (Pradaxa*) 150mg 2x/dia – dose de anticoagulante. Nos 2 primeiros dias tem que usar Enoxaparina, não pode começar usando Dabigratana. Muito prática. HBPM Rivaroxabana (Xarelto*) 15mg 2x/dia. Usa por 21 dias e a partir do 22 vai usar a dose de 20mg/dia – essa medicação só pode ser tomada junto com a alimentação. Edoxabana (Lixiana) 30mg 1x/dia – para pacientes com clearance < 50 e <60kg; 60mg 1x/dia restante dos pacientes. Não tem relação com a alimentação. Nos 5 primeiros dias tem que usar heparina, só usa esse a partir do 6° dia. Apixabana: usada para fibrilação atrial não valvar. DURAÇÃO DO TRATAMENTO Primeiro tem que saber se é um paciente que identificou o risco e o risco foi retirado. Risco identificado e retirado: é um paciente que teve uma fratura, teve TVP e não tem mais nada => USA por 3 meses. Não identificou o risco => tende a ser 1 ano, depois de 1 ano vai avaliar o risco de sangramento do paciente, se o risco for baixo – pode até usar por mais tempo. Se tiver câncer é enquanto tiver o câncer. Se a paciente estiver gravida é até o final do puerpério ou 3 meses, o que for maior. Trombofilia => tende em TVP + trombofilia => usar pelo resto da vida, mas especialmente nas trombofilias homozigóticas, o fator V de Leiden e a mutação da protrombina (G20210A). Recidivas de TVP, ou seja 2 TVP’s => anticoagular pelo resto da vida. FILTRO DE VEIA CAVA Contraindicação à anticoagulação: ex: paciente com AVC hemorrágico, plaquetopenia <50000. Filtro de veia cava não evita que a TVP aumente, ele não trata TVP, ele diminui o risco de ter uma embolia pulmonar séria, grave que pode levar a óbito. Se o paciente tem plaquetopenia induzida por heparina à melhor escolha é usar dabgatrana ou fondaparinux,que não são heparínicos. TRATAMENTO FIBRINOLÍTICO A fibrinólise tem seu papel, é útil na TVP, especialmente em TVP’s que tem flegmasias => alba dolens ou a cerulea dolens. TVP íleo femorais em pacientes jovens também, especialmente quando é muito sintomática. TVP em atleta de alta performance, TVP ílio femoral muito sintomática em jovens. RESUMO Tratamento é a anticoagulação plena – em regime hospitalar, especialmente se o paciente tem doença renal, porque se o clearance de creatinina dele for baixo logo ele vai pra varfarina e a varfarina é mais confortável para o paciente internado, ou se o risco hemorrágico dele grande. Se ele não tem risco hemorrágico grande e tem a função renal normal tende a tratar ele ambulatorialmente. A tendência é sempre usar os DOACs. Repouso com elevação do membro – principalmente na primeira semana; AINH e analgésico – se esse paciente for doente renal evitar usar AINH; Em relação a varfarina, evitar dieta rica em vitamina K, porque dificulta o risco; Após 28 dias usar meias elásticas. RESUMO - CASOS ESPECIAIS
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