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Ciclo do ouro no Brasil

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Ciclo do ouro no Brasil
No final do século XVII o Brasil se encontrava com uma queda no número de exportações do açúcar,
devido ao fato dos holandeses terem iniciado a produção do produto nas colônias da América Central,
abrindo uma ampla concorrência contra o Brasil. Agora era necessário buscar por novas riquezas na
colônia, a fim de obter lucro e enviar para a Coroa Portuguesa, e por um acaso do destino, neste
momento de tanta necessidade de se descobrir algo realmente novo e valioso, foram encontradas as
primeiras minas de ouro no Brasil, nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, o que daria
início ao chamado Ciclo do ouro.
Imagem: Reprodução
Visando controlar todo o lucro, a capital da colônia que até então era em Salvador mudou-se para o Rio
de janeiro, como uma forma de estar mais próxima das regiões exploradas e poder controlar melhor a
atividades que viria a ser a mais lucrativa do período colonial.
Os impostos cobrados pelo ouro
Vendo que o negócio prosperava, a Coroa Portuguesa logo deu um jeito de conseguir captar o máximo
de lucro possível, criando inicialmente as Casas de Fundição, que iriam de certa forma recolher boa
parte dos impostos em cima do ouro. Essas taxas eram altíssimas, e deixavam os mineiros
completamente inconformados, vendo seu lucro indo parar nas mãos de quem nada fez para consegui-
lo. O outro não poderia ser negociado em pó nem em pepita. Eles deveriam ser levados às casas de
fundição e lá seriam transformados em barra e receberiam um selo que dariam legitimidade para ser
negociado.
Os principais impostos cobrados eram:
Quinto – 20% de toda a produção do ouro pertenceriam ao rei português;
Derrama– a colônia deveria arrecadar uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano,
e caso essa quota não fosse atingida, penhoravam-se os bens de mineradores;
Capitação – imposto pago por cabeça, ou seja, para cada escravo que trabalhava nas minas era
cobrado imposto sobre eles.
O Ciclo do ouro trouxe também muita prosperidade para as cidades mineiras que viviam, sobretudo da
prática da mineração, enriquecendo muitas famílias que enviaram seus filhos para estudar na Europa. 
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Essa ida desses jovens fez com que o seu retorno trouxesse junto consigo as ideias iluministas e a
estética árcade, que difundiria o Arcadismo em Vila Rica, atual Ouro Preto.
As revoltas provenientes da exploração portuguesa
Porém, independente de estar gerando algum tipo de riqueza para a região, os altos impostos, as taxas,
as punições e os abusos de poder político exercido pelos portugueses sobre o povo que vivia na região
já começava a gerar conflitos que culminariam em diversas revoltas pelo fim da exploração que lhes era
imposta.
Uma das primeiras revoltas marcantes da história do ciclo do ouro foi a Revolta de Felipe Santos, que
não concordava com as Casas de Fundição. Essa é tida como uma das revoltas que viria a dar incentivo
para que futuramente pudesse acontecer a Inconfidência Mineira, que foi liderada por Joaquim José da
Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, no ano de 1789, com a intenção de fazer com que os
inconfidentes conseguissem tornar o Brasil livre de Portugal. Mesmo tendo sido sufocada, a
Inconfidência Mineira tornou-se um símbolo de resistência para todo o povo brasileiro.
O período do ciclo do ouro durou até aproximadamente o ano de 1785, quando aconteceu na Inglaterra
a Revolução Industrial.

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