Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
HABILIDADES CLÍNICAS – UC 11 
 
 Anamnese Obstétrica 
 Exame Físico Obstétrico 
 Partograma 
 Toque Vaginal no Trabalho de Parto 
 
1. ANAMNESE OBSTÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO Nome, telefone, idade, cor, naturalidade, procedência (CA de mama + 
frequente nos EUA), profissão (grávidas que trabalham com materiais 
tóxicos), estado civil (nome do parceiro + contato), religião (práticas, 
transfusão de sangue), escolaridade, número do SISPRENATAL 
QUEIXA PRINCIPAL Com queixas ou sem queixas (exames de rotina) 
HDA Evolução das manifestações clínicas (períodos de melhora espontânea, 
medicação utilizada, exames laboratoriais e tratamentos) 
INTERROGATÓRIO 
SINTOMATOLÓGICO 
Cabeça e face, respiratório (tuberculose pode causar incontinência 
urinária de esforço pela tosse crônica), cardiovascular (gravidez 
sobrecarrega esse sistema), digestivo (algumas alterações nesse sistema 
podem ser confundidas com as ginecológicas como diverticulite ou 
apendicite – mudança de hábitos intestinais), urinário (cistites, litíases 
renais, incontinência urinária, infecção urinária) 
ANTECEDENTES 
FAMILIARES 
HAS, diabetes, osteoporose, alergias, hipo/hipertireoidismo, trombose 
venosa profunda, história de CA de mama (idade do parente - <50 anos: 
predisposição genética, >50 anos: idade), ovário, colo do útero ou 
endométrio, leiomiossarcoma (ou outras neoplasias malignas), 
gemelaridade, doenças congênitas, hanseníase, tuberculose 
ANTECEDENTES 
PESSOAIS 
PATOLÓGICOS 
Doenças contagiosas na infância (toxoplasmose, caxumba, rubéola, 
sarampo e varicela), infecção urinária de repetição, DSTs (clamídia, 
gonorreia, tricomoníase, gardnerella, HPV, HIV...), cirurgias, internamentos, 
transfusão de sangue, HAS, Diabetes, cardiopatias, doenças renais 
crônicas, anemias e deficiências de nutrientes, epilepsia, doenças da 
tireoide, virose, alergias 
HÁBITOS DE VIDA Tabagismo, etilismo, drogas ilícitas 
CONDIÇÕES 
SOCIOECONÔMICAS 
Tipo de moradia, saneamento básico, higiene, nível socioeconômico, 
exercícios, alimentação, renda familiar 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
DESENVOLVIMENTO 
PUBERAL 
Idade e características da menarca, sexarca, pubarca, telarca e 
menopausa (ordem cronológica do desenvolvimento dos caracteres 
secundários) 
HISTÓRIA 
MENSTRUAL 
DUM (se não souber/insegurança, pedir US para calcular idade gestacional), 
tipo menstrual (duração dos ciclos – 3 a 8 dias, intervalo regular de 26 a 32 
dias ou irregular, fluxo menstrual (normal = 80mL e intenso > 100mL), sintomas 
prémenstruais (cólicas, sensibilidade, turgência das mamas, irritação, 
agressividade, distensão abdominal), ingestão de estrogênios, dor pélvica, 
sangramento anormal 
ANTECEDENTES 
SEXUAIS 
Atividade sexual (idade de início, ritmo, libido normal, dispareunia, práticas 
sexuais, orgasmo, número de parceiros, uso de preservativos), método 
anticoncepcional prévio (qual e duração), corrimento vaginal (coloração, 
odor, duração, quantidade, tratamento utilizado e resultado), alterações 
vulvares (prurido, tumores, fístulas ou prolapsos), cauterizações, última 
citologia e resultado, infertilidade e esterilidade (tratamento?), DSTs, DIP, 
cirurgia ginecológica, alguma alteração na mama e tratamento, última 
colpocitologia oncótica (data e resultado) 
ANTECEDENTES 
OBSTÉTRICOS 
Número e tipo de gestações, duração de cada gravidez, número de partos 
e o tipo, abortos (espontâneos ou provocados e se foi realizada a 
curetagem), vitalidade do recém-nascido, peso e APGAR dos filhos ao 
nascer, número de filhos vivos, idade na primeira gestação, intervalo entre 
as gestações, isoimunização Rh, intercorrências ou complicações nas 
gestações anteriores, evolução do puerpério, amamentação (como foi e 
por quanto tempo) 
Ex: G2P1A1 (2 gestações, 1 paridade e 1 aborto) 
SINAIS E SINTOMAS 
DO CLIMATÉRIO 
Atrofia vulvogenital (dispareunia, secura vaginal, diminuição da libido), 
tratamento de reposição hormonal (qual e a duração), fogachos, 
depressão, diminuição da cognição e memória 
 
GESTAÇÃO EM CURSO 
DUM Internação durante essa gestação 
Peso prévio e altura Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas 
ilícitas 
Sinais e sintomas na gestação em curso Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a 
agentes químicos e físicos, estresse) 
Hábitos alimentares Aceitação ou não da gravidez pela mulher, parceiro e 
família 
Medicamentos usados na gestação (IDENTIFICAR GESTANTE COM FRACA REDE DE SUPORTE 
SOCIAL) 
 
 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
2. EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
GERAL 
Peso e altura (IMC) 
Pressão arterial 
Inspeção da pele e das mucosas (normocoradas) 
Palpação da tireoide e dos linfonodos cervicais e axilares 
Ausculta cardíaca e pulmonar 
Exame do abdome 
Exame dos membros inferiores 
Pesquisa de edema (face, tronco, membros) 
 
ESPECÍFICO (GINECO-OBSTÉTRICO) 
Exame das mamas + orientações para o aleitamento materno 
Palpação obstétrica e, principalmente, a partir da 30ª semana, Manobras de Leopold para identificação da situação e 
apresentação fetal 
Medida da altura uterina 
Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (a partir da 12ª com o sonar e da 20ª com o estetoscópio de Pinard) 
Inspeção dos genitais externos 
Exame especular e toque vaginal de acordo com a necessidade, orientados pela história e queixas do paciente, e 
quando for realizada coleta de material para exame colpocitológico 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
1ª CONSULTA – ROTINA MÍNIMA 
 Dosagem de hemoglobina e 
hematócrito 
 Grupo sanguíneo e fator Rh 
 Sorologia para Sífilis, anti-HIV, Hepatite B 
e Toxoplasmose 
 Glicemia em jejum 
 Sumário de urina 
 
OUTROS EXAMES QUE PODEM SER 
ACRESCIDOS NA ROTINA MÍNIMA 
 Parasitológico de fezes 
 Colpocitologia oncótica 
 Bacterioscopia da secreção vaginal 
 Sorologia para rubéola (sintomas) 
 Urocultura 
 Eletroforese da hemoglobina 
 US obstétrica (a sua não realização não 
constitui omissão e nem diminui a qualidade do 
pré-natal) 
 
CONDUTAS 
 Cálculo da idade gestacional e data provável 
do parto (orientando que o parto pode ocorrer 
15 dias antes ou 15 dias depois dessa data) 
 Orientação alimentar e acompanhamento do 
ganho de peso gestacional 
 Fornecimento de informações necessárias e 
respostas às indagações da mulher/família 
 Orientação sobre sinais de riscos e assistência 
em cada caso 
 Referência para o atendimento odontológico 
 Encaminhamento para imunização 
antitetânica (vacina dupla viral), quando a 
gestante não estiver imunizada 
 Referência para serviços especializados na 
mesma unidade ou unidade de maior 
complexidade, quando indicado 
 
Durante o pré-natal, deverá ser realizado o número 
mínimo de 6 CONSULTAS, preferencialmente, 1 no 1º 
trimestre, 2 no 2º trimestre e 3 no 3º trimestre. 
 
O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-
puerperal deve ser iniciado o mais precocemente 
possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, 
período em que deverá ter sido realizada a consulta de 
puerpério. 
 
 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS 
 
 
a) Inspeção 
 Linha nigricans 
 Cloasma/Melasma gravídico 
 Estrias no abdome 
 Edema/varizes dos membros inferiores 
 Aumento do volume abdominal 
 Cicatriz umbilical torna-se plana 
 Rede venosa de Haller 
 Tubérculos de Montgomery 
 Formação de lanugem junto aos limites do couro 
cabeludo (sinal de Halban) 
 Aumento da circunferência cervical (hipertrofia da 
tireoide) 
 Volume aumentado das mamas 
 Mamas com hipersensibilidade 
 A partir da 16ª semana: colostro 
 Sinal de Hunter: aréola secundária mais escura 
 Hiperpigmentação da vagina/colo do útero devido a 
influência hormonal (de róseos para arroxeados) – 
Sinal de Jacquemier- Chadwick econsistência 
amolecida 
 Hiperpigmentação da vulva (sinal de Kluge) devido à 
hipervascularização (róseo para violáceo)
 
 
 
 
b) Palpação 
Manobras de Leopold: identificar a estática fetal são realizadas 
a partir da 30ª semana até durante o trabalho de parto. 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
1ª: delimitação do fundo do útero com ambas as mãos para 
identificar o polo fetal que se encontra no fundo uterino. 
2ª: deslizar as mãos para baixo para tentar palpar, de um lado, 
o dorso fetal e do outro, as partes fetais. 
3ª: identifica o grau de mobilidade da apresentação fetal. 
Tenta-se apreender esse polo fetal entre o polegar e o 
indicador da mão direita. 
4ª: complemento para a 1ª, identifica o polo fetal que está na 
abertura superior da pelve, ou seja, a apresentação fetal. O 
examinador deve estar posterior à paciente, como exceção. 
 
c) Ausculta 
A partir da 6ª semana: USEV 
A partir da 7ª semana: USTA 
A partir da 12ª semana: sonar-doppler 
A partir da 20ª semana: estetoscópio de Pinard 
 
120 a 160 BPM 
 
d) Altura uterina 
Utilizando uma fita métrica, mede-se a distância em 
centímetros da borda superior da sínfise púbica ao fundo do 
útero, estando entre os dedos médio e indicador da mão 
esquerda. Na 20ª semana o fundo do útero se encontra na 
cicatriz umbilical. 
 
 
 
e) Toque obstétrico 
 
 
 
3. TOQUE VAGINAL NO TRABALHO DE 
PARTO 
O parto é o período que vai do início das contrações uterinas 
regulares até a expulsão da placenta. O processo pelo qual 
isto normalmente acontece é chamado de TRABALHO DE 
PARTO. 
 
 
 
PERÍODO PREMONITÓRIO 
 Caracteriza-se por adaptações fisiológicas, com duração 
extremamente variável, que antecedem o trabalho de parto. 
 Observa-se aumento gradual da atividade uterina – 
contrações com rítmo irregular, incoordenadas, por vezes 
dolorosas. 
 Amadurecimento do colo uterino – amolecimento, alteração 
da sua orientação no eixo vaginal e princípio do seu 
encurtamento (apagamento). 
 Acomodação do pólo fetal ao estreito superior da pelve. 
 Aumento das secreções cervicais – perda do tampão 
mucoso – eliminação de muco, por vezes acompanhado de 
sangue. 
 Descida do fundo uterino, caracterizado por seu 
abaixamento em cerca de 2 a 4 cm. 
 
FASE LATENTE 
 Corresponde ao final do período premonitório e início do 
trabalho de parto, quando as contrações, embora rítmicas, 
são incapazes de promover a dilatação do colo uterino. 
 
TRABALHO DE PARTO 
Tipicamente o diagnóstico é feito por contrações uterinas que 
resultam em dilatação e/ou apagamento cervical: 
 Contrações uterinas regulares (rítmicas), em geral dolorosas, 
que se estendem por todo o útero. 
 Frequência mínima de 02 contrações a cada 10 minutos, 
duração maior que 15 a 20 segundos, mantidas após repouso 
no leito, por período mínimo de 30 minutos. 
 Colo uterino dilatado para, no mínimo 2 cm, centralizado e 
com apagamento parcial ou total, com modificação 
progressiva. 
 
Trabalho de parto ativo: 3 a 5 cm de dilatação cervical com 
contrações uterinas. 
 
As informações devem ser anotadas em um gráfico horário – 
Partograma. 
 
Toque realizado é o BIDIGITAL. 
 
É bastante útil para diagnosticar a gestação no 1º trimestre e 
na vigência de trabalho de parto. 
 
Por seu intermédio, identifica-se o apagamento e a dilatação 
cervical, a presença ou não da bolsa amniótica, a sua 
integridade e, eventualmente, a sua ruptura; a altura da 
apresentação; o exame da pelve óssea com a determinação 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
dos diâmetros conjugados; a confirmação da apresentação; 
e o diagnóstico da variedade de posição. 
 
 
a) Posição fetal 
O diagnóstico da posição fetal antes do trabalho de parto é, 
geralmente, inconclusivo pois deve ser palpado através da 
cérvice fechada. 
 
Com o início do trabalho de parto e depois da dilatação 
cervical, as apresentações de vértice e suas posições são 
reconhecidas por palpação das diversas fontanelas e suturas 
fetais. 
 
As apresentações da face e pelve podem ser identificadas 
pela palpação dos aspectos faciais e do sacro fetal, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
b) A presença ou não da bolsa amniótica, a sua 
integridade e, eventualmente, a sua ruptura 
 
Com maior frequência, a menos que tenha havido 
sangramento além do muco cervical sanguinolento, deve-se 
realizar um exame vaginal. Os dedos indicador e médio 
enluvados devem ser introduzidos na vagina, evitando a região 
anal. 
 
O número de exames vaginais correlaciona-se com a 
morbidade decorrente da infecção, principalmente nos casos 
de ruptura precoce das membranas. 
 
 
c) Apagamento e dilatação cervical 
Comumente, o grau de apagamento cervical é expresso em 
relação ao comprimento do canal cervical em comparação 
com o de um colo normal. Quando o comprimento do copo 
se encontra reduzido pela metade, está apagado em 50%. 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
Quando o colo se torna tão fino quanto o segmento uterino 
inferior adjacente, encontra-se totalmente apagado ou 100% 
apagado. 
 
A dilatação cervical é determinada estimando o diâmetro 
médio da abertura cervical ao deslizar o dedo examinador 
desde a margem da abertura cervical em um lado até a 
margem do lado oposto. O diâmetro transverso é estimado em 
centímetros. Diz-se que o colo se encontra totalmente dilatado 
quando o diâmetro mede 10 cm, porque a parte apresentada 
de um neonato a termo comumente pode atravessar um colo 
amplamente dilatado. 
 
 
 
A posição do colo é determinada pela relação entre o óstio 
cervical e a cabeça fetal, sendo categorizada como posterior, 
média ou anterior. 
 
Juntamente com a posição, a consistência do colo é 
determinada como sendo macia, firme ou intermediária. 
 
O plano ou altura da parte fetal apresentada no canal de 
parto é descrito em relação às espinhas isquiáticas, as quais 
estão a meio caminho entre a entrada da pelve e a saíde 
pélvica. Quando a porção mais inferior da parte fetal 
apresentada se encontra no nível das espinhas, é considerada 
no PLANO ZERO. 
 
A classificação do plano divide a pelve acima e abaixo das 
espinhas isquiáticas em quintos. Cada quinto representa 1 cm 
acima ou abaixo das espinhas isquiáticas. 
 
Desta maneira, à medida que a parte fetal apresentada desce 
desde a entrada no sentido das espinhas isquiáticas, a 
designação é plano -5, -4, -3, -2, -1 e, em seguida, 0. 
 
Abaixo das espinhas, à medida que a parte fetal apresentada 
desce, passa pelos planos +1, +2, +3, +4, +5 até o parto. O plano 
+5 corresponde à cabeça fetal visualizada no introito vaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
DESPROPORÇÃO CEFALOPÉLVICA 
 
 
Pode ser previsto através da PELVIMETRIA. 
 
PELVIMETRIA 
É o estudo da capacidade da bacia. 
 
O prognóstico do parto pode ser razoavelmente 
previsto, no seu aspecto mecânico, diante da correta 
realização dos métodos habituais de exame da bacia. 
 
Avalia o diâmetro do estreito superior da pelve. 
 
Aspectos a serem avaliados: 
 Capacidade 
 Forma 
 Inclinação 
 
A pelvimetria pode ser interna ou externa. 
 
PELVIMETRIA INTERNA 
Pode ser instrumental, digital ou manual. 
 
Mede os diâmetros internos da escavação. 
 
Usa-se a regra de Smellie, que é uma medição indireta 
do diâmetro da conjugada verdadeira ou diagonal (+-
11 cm) feita manualmente. 
 
Paciente em posição ginecológica, faz-se o toque 
vaginal com a mão direita no intuito de atingir o 
promontório. Uma vez tocado, com o dedo indicador 
da mão esquerda, marca-se o local onde a sínfise 
púbica repousa sobre a mão que realiza o toque. 
 
Posto que o diâmetro biparietal (D.B.P.) fetal ao termo é em 
torno de 9,5 cm, avaliamos que, se esta conjugada obstétrica 
supera os 9,5 cm, (subtrair 1,5 cm do valorencontrado na 
medida da Conjugada diagonal) o parto vaginal a termo se 
faz possível. Em pelves normais, não se toca ou se toca com 
grande dificuldade o promontório. Se o promontório for 
tocado, deve-se suspeitar de estreitamento, que deve ser 
confirmado com a medida descrita. Ao final, retiram-se as 
mãos e pede-se que o auxiliar que meça o ídice entre a ponta 
do dedo da mão direita e o dedo indicador = conugada 
diagonal. No final desse medida, não esquecer de substrair 
1,5cm). 
 
Conjugada Diagonal – 1,5 = Conjugada Obstétrica (deve ser 
> 9,5) 
 
 
 
PELVIMETRIA EXTERNA 
Estimar os diâmetros do estreito inferior. 
 
Paciente em posição ginecológica com as coxas hiperfletidas 
sobre a bacia, medir com uma régua a distância entre as duas 
tuberosidades isquiáticas. Se a medida for maior que 11, a 
criança poderá passar sem maiores dificuldades pelo canal de 
parto. 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
 
4. PARTOGRAMA 
O diagnóstico de trabalho de parto é um processo dinâmico, 
devendo haver contrações uterinas rítmicas e regulares, com 
uma frequência de pelo menos 3 em 10 minutos, colo 
parcialmente apagado e dilatação cervical de pelo menos 3,0 
cm. 
 
De preferência, a gestante só deve ser admitida (início do 
preenchimento do partograma) quando estiver na fase ativa 
do trabalho de parto, ou seja, com pelo menos 3 cm de 
dilatação. 
 
O Partograma é a representação gráfica do trabalho de parto 
que permite acompanhar sua evolução, documentar, 
diagnosticar alterações e indicar a conduta apropriada para 
correção dos desvios e evitar intervenções desnecessárias. 
 
O partograma serve como um ”sistema precoce de aviso” e 
ajuda numa decisão antecipada em transferir, conduzir e 
finalizar o trabalho de parto. Ele também aumenta a qualidade 
e a regularidade de todas as observações da mãe e do feto, 
ajudando no reconhecimento precoce de problema com eles. 
 
De acordo com o CLAP- Centro Latino Americano de 
Perinatologia, a curva de dilatação cervical se processa de 
forma ascendente, de início com menor velocidade. No final 
essa velocidade aumenta, ou seja, o parto se desenvolve mais 
rapidamente a partir dos 4-5 cm de dilatação. A diferenciação 
na velocidade da dilatação cervical caracteriza a Fase de 
latência (inicial) e a Fase Ativa (final), de interesse na evolução 
do trabalho de parto e na construção do partograma. 
 
É importante lembrar que a fase de interesse para o 
acompanhamento da evolução pelo partograma é a fase 
ativa, com velocidade de dilatação cervical mínima de 1 
cm/hora (geralmente 1,2 cm/hora nas primíparas e 1,5 cm nas 
multíparas). A abertura do partograma na fase latente (menor 
que 3-4 cm) ou inicial implicaria em intervenções não só 
desnecessárias, mas também iatrogênicas. 
 
1. Inicia-se o registro quando a paciente estiver 
claramente em fase ativa do trabalho de parto. 
2. Realizam-se toques vaginais subsequentes, a cada 2 
horas, respeitando em cada anotação o tempo 
expresso no gráfico. Em cada toque avaliar a 
dilatação cervical, altura da apresentação, 
variedade de posição e o estado da bolsa das águas 
e do líquido amniótico, quando a bolsa estiver rota. 
Por convenção, registra-se a dilatação cervical com 
um triângulo (preenchido se a bolsa estiver rota e não 
preenchido se a bolsa estiver íntegra) e a 
apresentação e variedade de posição com uma 
circunferência. 
3. Deve-se registrar também o padrão das contrações 
uterinas, os batimentos cardíacos fetais, a infusão de 
líquidos e drogas e o uso de analgesia. 
4. A dilatação cervical inicial é marcada no ponto 
correspondente do gráfico, traçando-se na hora 
subsequente a linha de alerta e em paralelo, quatro 
horas depois, a linha de ação. 
 
Se as membranas se rompem espontaneamente ou a 
amniotomia é efetuada artificialmente, deve-se assinalar o 
aspecto do líquido amniótico na história e no partograma 
(líquido claro ou meconizado) 
 
A presença de mecônio não é sinal de sofrimento fetal, porém 
se associa a maior risco de morbimortalidade neonatal. 
 
Na presença de líquido meconial moderado a espesso, a 
paciente deverá ser referenciada. 
 
Atualmente, o partograma realizado em ambiente hospitalar, 
não exige intervenção imediata quando a dilatação atinge ou 
cruza a linha de alerta. O alerta implica simplesmente a 
necessidade de melhor observação clínica e intervenção 
quando necessário. 
 
Com base nos conhecimentos originais da dilatação cervical, 
construíram uma linha de alerta, que servia para identificar as 
pacientes com parto de risco. Quando a dilatação cervical 
cruzava a linha de alerta, a paciente deveria ser encaminhada 
ao hospital. Num intervalo de 4 horas, padronizaram a linha de 
ação, paralela à de alerta, porque este era o tempo de 
transporte da parturiente para centros médicos, onde se 
efetuavam partos operatórios. 
 
Atualmente, o registro gráfico do parto é realizado em 
ambiente hospitalar e, portanto, não há a necessidade de 
intervenção quando a dilatação atinge ou cruza a linha de 
alerta. O alerta implica, simplesmente, a necessidade de uma 
melhor observação clínica. Somente quando a curva da 
dilatação cervical atinge a linha de ação é que a intervenção 
médica torna-se necessária, na tentativa de melhorar a 
evolução do trabalho de parto e corrigir possíveis distócias que 
possam estar se iniciando. Isto não significa necessariamente 
conduta cirúrgica. 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 
 
 
 
 
DIVISÕES FUNCIONAIS DO PARTO 
 
1. DILATAÇÃO 
 Dilatação preparatória 
 Dilatação propriamente dita 
2. EXPULSÃO 
O período expulsivo passou a ser considerado por 
esse autor como período pélvico, ou seja, período em 
que se processam os fenômenos mecânicos do parto 
 
Na fase latente do trabalho de parto a conduta é expectante, 
desde que a vitalidade fetal esteja preservada, e o ideal é que 
as parturientes sejam acompanhadas de ambulatório quando 
não se tratar de gestação de risco. Observa-se que, em muitas 
mulheres, a duração é superior a 20 horas e os ocitóocicos 
devem ser evitados, pelo risco de aumento na incidência de 
cesárea, decorrente do colo uterino desfavorável. Os sinais de 
alerta, como perda de líquido, sangramento uterino, 
contrações eficientes a cada 5 minutos e diminuição dos 
movimentos fetais, são orientações para que a parturiente 
retorne ao hospital no momento adequado. 
 
Para a descida da apresentação, considera-se o plano zero de 
De Lee ou o correspondente plano III de Hodge - espinhas 
ciáticas no estreito médio da bacia - acima deste ponto estão 
os valores negativos e abaixo os positivos de De Lee ou, 
respectivamente, os planos I, II e IV de Hodge. 
 
 
 
Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de 
dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação. 
Quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um 
parto disfuncional. A construção correta da linha de alerta e 
de ação é fundamental para que se evitem erros na 
interpretação do parto. 
 
A identificação das DISTÓCIAS é feita pela observação das 
curvas de dilatação cervical e de descida da apresentação 
expressas no partograma. 
 
Pélvico = período de expulsão 
 
Na FASE ATIVA PROLONGADA OU DISTÓCIA FUNCIONAL, a 
dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa 
velocidade menor que 1 cm/hora (Figura 6). A curva da 
dilatação ultrapassa a linha de alerta e, ás vezes, a linha de 
ação. Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas 
não eficientes (falta de motor). A correção é feita inicialmente 
pelo emprego de técnicas humanizadas de estímulo ao parto 
normal, por exemplo estimulando-se a deambulação e, se 
necessário, posteriormente pela administração de ocitocina 
ou rotura artificial da bolsa das águas. 
 
A PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO é diagnosticada por 
dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com 
RenataValadão Bittar – Medicina Unit 
 
a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a 
dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas 
ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de 
ação (Figura 7). Há associação freqüente com sofrimento fetal 
agravando o prognóstico perinatal. A causa principal e a 
desproporção céfalo-pélvica relativa ou absoluta. 
Desproporção céfalopélvica absoluta traduz tamanho do pólo 
cefálico maior que a bacia (feto macrossômico) ou feto de 
tamanho normal e bacia obstétrica inadequada. Na vigência 
de desproporção céfalo-pélvica absoluta, a resolução da 
gestação é feita por cesárea. Considera-se desproporção 
relativa quando existe defeito de posição da apresentação: 
deflexão ou variedades de posição transversas ou posteriores. 
Nestas condições, a deambulação, a rotura artificial da bolsa 
das águas ou a analgesia peridural podem favorecer a 
evolução normal do parto. Nos casos de membranas rotas, a 
deambulação só deve ser recomendada com o pólo cefálico 
completamente apoiado na bacia materna, para evitar a 
ocorrência de prolapso de cordão umbilical. A resolução por 
cesárea deverá ser indicada quando esses procedimentos não 
forem eficientes para corrigir a evolução anormal da cérvico-
dilatação observada no partograma. 
 
O PARTO PRECIPITADO OU TAQUITÓCICO é diagnosticado 
quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto 
ocorrem num período de 4 horas ou menos (Figura 8). O 
padrão da contratilidade uterina é de taquissistolia e 
hipersistolia e, caso a placenta esteja no limite de sua função, 
pode ocorrer o sofrimento fetal. Lacerações do trajeto 
também são mais frequentes neste tipo de parto, pois não há 
tempo para acomodação dos tecidos pélvicos, ocorrendo 
descida e expulsão do feto de modo abrupto. O parto 
taquitócico pode ser espontâneo em multíparas, sendo mais 
raro em primíparas. Também pode acontecer em decorrência 
de iatrogenia pela administração excessiva de ocitocina. 
Neste caso, deve-se suspender a infusão de ocitocina até o 
retorno a um padrão contratural normal. Orienta-se atenção à 
vitalidade fetal no período de dilatação cervical e revisão 
detalhada do canal de parto após a dequitação. 
 
O PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO manifesta-se no 
partograma com a descida progressiva da apresentação, mas 
excessivamente lenta (Figura 9). Nota-se dilatação completa 
do colo uterino e demora na descida e expulsão do feto. Essa 
distócia geralmente está relacionada à contratilidade uterina 
deficiente e sua correção é obtida pela administração de 
ocitocina, rotura artificial da bolsa das águas e, ainda, pela 
utilização do fórcipe, desde que preenchidos os pré-requisitos 
para sua aplicação. Também recomenda-se a posição 
verticalizada para favorecer a descida da apresentação. 
 
A PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA é diagnosticada por dois 
toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais, desde que 
a dilatação do colo uterino esteja completa. Considera-se que 
há parada secundária da progressão da apresentação 
quando ocorre cessação da descida por pelo menos 1 hora 
após o seu início (Figura 10). Deve ter pronta correção. Há 
necessidade de se reavaliar as relações feto-pélvicas, pois a 
causa mais frequente desse tipo de distócia é a desproporção 
céfalopélvica relativa ou absoluta. A presença de 
desproporção absoluta leva à indicação de cesárea. Na 
vigência de desproporção relativa, com pólo cefálico 
profundamente insinuado e cérvico-dilatação completa, é 
válida a tentativa de fórcipe de tração ou rotação, 
dependendo da variedade de posição.

Mais conteúdos dessa disciplina