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Hidrologia e Drenagem Técnicas compensatórias em drenagem urbana Prof. Me. Renan Borelli Galvão • Unidade de Ensino: 04 • Competência da Unidade de Ensino: Conceituar as principais técnicas compensatórias em drenagem urbana. Conhecer as principais medidas estruturais, tais como retificação e renaturalização de cursos d’água, controle na fonte, dimensionamento de canais para controle de erosão (método das tensões de arraste) e revestimento de canais. Conhecer as principais medidas não estruturais, tais como controle da ocupação urbana, sistemas de alerta, seguros, programas de educação ambiental e plano diretor de drenagem urbana. • Resumo: Seção 4.1 – Técnicas compensatórias em drenagem urbana: conceitos gerais e introdução às medidas estruturais; Seção 4.2 – Técnicas compensatórias em drenagem urbana: medidas estruturais; Seção 4.3 – Técnicas compensatórias em drenagem urbana: medidas não estruturais. • Palavras-chave: Drenagem urbana; Técnicas compensatórias; Medidas estruturais; Medidas não estruturais; Erosão; Assoreamento; Detenção e retenção; Zoneamento; Uso e ocupação do solo. • Título da teleaula: Técnicas compensatórias em drenagem urbana • Teleaula nº: 04 Contextualização da teleaula • Controle de enchentes; • Medidas estruturais: • Obras que podem ser implantadas visando a correção e/ou prevenção dos problemas decorrentes de enchentes. • Medidas não estruturais: • Procuram reduzir os danos ou as consequências das inundações pela introdução de normas, regulamentos e programas. Fonte: http://bit.ly/35E6n2P Conceitos Técnicas compensatórias em drenagem urbana: introdução às medidas estruturais Estabilidade de taludes e proteção de margens • Manter a seção do curso d’água estável e dentro dos limites estabelecidos para sua utilização: • Evitar a erosão das margens com perda de material; • Melhorar o alinhamento do fluxo, manter a forma da seção transversal; • Estabilidade geotécnica; • Manutenção, aspectos paisagísticos, limpeza, etc. Fonte: http://bit.ly/35FxNoX • Ação hidráulica → forma de correntes; • Formas de proteção: • Revestimentos – proteções diretas ou contínuas: • Redução do ângulo do talude e revestimento das margens. • Diques e espigões – proteções indiretas ou descontínuas: • Desviam as correntes e provocam a decantação de material sólido. Controle do processo de erosão e assoreamento • Erosão das margens → transporte de sedimentos → assoreamento nos canais; • Forças erosivas críticas sobre o material do leito e das margens: • Força erosiva atuante > Força erosiva crítica → ocorrerá a erosão. • Transporte por arraste e por suspensão. Leito Talude Retificação e renaturalização • Retificação de canalizações: • Manter o traçado natural original – ampliação da calha em caso de majoração da capacidade; • Redução das declividades – inclusão de degraus; • Adoção de revestimentos rugosos (gabiões e enrocamento) ou naturais (vegetação); • Adotar seção hidráulica de patamares (seções mistas). Renaturalização Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Controle na fonte • Valas abertas de infiltração: Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Superfícies de infiltração: Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Lagoas de infiltração: • Bacias e trincheiras de percolação: Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Reservatórios domiciliares: • Poços de infiltração: Resolução da SP Medidas estruturais para um loteamento Resolvendo a Situação Problema 01 • Engenheiro projeJsta → legalização de novo loteamento; • Deverá adotar medidas sustentáveis de gestão das águas pluviais; • Loteamento é rodeado por córregos e rios → processos erosivos e transbordamento da calha. SOLUÇÃO: • Propor medidas de controle de escoamento na fonte; • Reaproveitamento da água e redução do lançamento na rede pública; • Obrigatório o uso de cisternas e poços ou trincheiras de infiltração. Fonte: http://bit.ly/38XGSv6 SOLUÇÃO: • Valas abertas de infiltração ao longo das vias internas do loteamento; • Excesso de água não foi infiltrado nas valas será coletado por bocas de lobo; • Transporte de água por tubos perfurados. Fonte: http://bit.ly/2PDA66f SOLUÇÃO: • Lagoa de infiltração localizada no centro do loteamento → função estrutural na drenagem e função paisagística; • Drenagem das áreas comuns → áreas verdes ou poços e trincheiras de infiltração. Fonte: http://bit.ly/2McNDzB Conceitos Medidas estruturais: dimensionamento de canais Dimensionamento de canais • Canais revestidos – equação de Manning: � � � · �� � �⁄ · � � Em que: � = vazão; �= área molhada; �� = raio hidráulico (Rh = A/Pm); � = inclinação de fundo; = coeficiente de rugosidade (revestimento). Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Parâmetros característicos de seções tipo Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Seções de máxima eficiência Método da velocidade permissível • Dimensionamento respeitando-se as limitações de velocidade; • Velocidade máxima é função do material constituinte e da carga de material sólido transportada; • Aplicação da fórmula de Manning. Método das tensões de arraste • Aplicar a redução da tensão crítica de arraste em função da sinuosidade: 1,00 para canais retilíneos a 0,60 para canais extremamente sinuosos; • Determinar K: • Determinar a tensão crítica nos taludes: • Determinar y: • Verificar a tensão crítica no fundo: • Calcular a base pela equação de Manning. Revestimento de canais • Escolha da forma e do revestimento depende de aspectos: • Hidráulicos: vazões, velocidades e altura da lâmina d’água; • Tecnológicos e operacionais: topografia, faixa disponível para implantação, disponibilidade de materiais, área para bota-fora, etc.; • Ambientais: impacto das obras e serviços; • Sociais: inserção no sistema viário, possibilidade de recreação e lazer, etc. • Canais em solos: ↓ custo, ↓ velocidade, ↑ seções, ↑ manutenção; • Canais gramados; • Revestimento em concreto: ↑ custo, ↑ velocidade (antecipação dos picos de cheias), ↓ faixas para implantação, ↓ manutenção; • Gabiões: estruturas em grades metálicas preenchidas com pedras; • Canais revestidos com enrocamentos: pedras lançadas ou arrumadas. Resolução da SP Medidas estruturais para um loteamento Resolvendo a Situação Problema 02 • Engenheiro projeJsta → legalização de novo loteamento; • Loteamento é rodeado por córregos e rios → estudo de estabilidade dos canais; • Método das tensões de arraste; • Canal em cascalho aluvionar de sinuosidade mediana. • S = 0,16%; • Tensão de arraste crítica inicial = 1,56 kgf/m²; • Taludes com inclinação máxima 2:1 (θ = 26,6°); • Ângulo de repouso do material φ = 34°. SOLUÇÃO: Fator de correção – sinuosidade mediana = 75%: SOLUÇÃO: • Tensão crítica nos taludes - θ = 26,6° e φ = 34°: 0,70 kgf/m2 SOLUÇÃO: • Altura máxima da lâmina d’água: �� � ��,� ��,� � 0,76 · � · � · � � 0,70 ���/�² SOLUÇÃO: • Verificação da tensão no fundo: Interação Reservatórios domiciliares Dimensionamento de reservatórios domiciliares • Cidade de São Paulo - Lei Municipal nº 13.276/2002; • Torna obrigatória a execução de reservatórios para águas coletadas em lotes que tenham área impermeabilizada superior a 500 m2; • Duração da chuva (t) = 1h; • Precipitação (P) = 60 mm/h. Calcule o volume do reservatório necessário para atender uma residência com 250 m² de área impermeável. Adotar duração de chuva de 1h e precipitação de 60 mm/h. Conceitos Medidas estruturais: detenção e retenção Reservatório de detenção Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Reservatório de retenção Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Dispositivo de saída • Orifícios e vertedouros; • Liberação lenta da água armazenada; • Pelo menos 1 dispositivo de saída + 1 vertedor de emergência; Equação de orifícios Orifício Livre Fonte: http://bit.ly/2kkSfJr Parâmetrosde projeto • Volume de qualidade da água (WQV): volume inicial do escoamento superficial a ser armazenado e tratado; • Tempo de evacuação (Te): tempo para que o WQV seja descarregado; • Tempo de detenção (Td): aplicável apenas a reservatórios de retenção, mede o tempo médio que o escoamento superficial permanece no reservatório. Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) • Cálculo do hidrograma de saída: • Conceitos da conservação da massa. • Solução numérica é um processo de iteração. Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Hidrograma de saída Resolução da SP Volume de reservatório de retenção Resolvendo a Situação Problema 03 • Projetista de um reservatório de retenção; • Conhecer o hidrograma antes e depois da urbanização; • Volume armazenado é igual a diferença entre os dois hidrogramas; • Determine o volume do reservatório para um tempo de detenção de 10 min. Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) � !"#$ � %&' · ∆) � %&' · ∆) � *, +, · -.#/0 · 1.2 � 34,* #³ Conceitos Técnicas compensatórias em drenagem urbana: medidas não estruturais Medidas não estruturais • Controle de inundações → miJgação de danos provocados por enchentes; • Restrição da urbanização em áreas de risco; • Evacuação temporária; • Redução do escoamento superficial com medidas de gestão da bacia hidrográfica; • Sistemas de alerta de enchentes (sondas de medição de NA). Controle da ocupação urbana • Zoneamento → conjunto de regras para a ocupação das áreas de maior risco de inundação; • Regulamentação apoia-se em mapas com demarcação de áreas de diferentes riscos e nos critérios de ocupação; • Plano diretor dos municípios → leis de uso e ocupação do solo. • (1) Zona de passagem de enchente, (2) Zona com restrições, (3) Zona de baixo risco. Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Sistemas de alerta • Medições em tempo real da precipitação e dos NAs; • Transmitida para a comunidade de forma rápida e precisa; • Previsões baseadas na precipitação projetada – a partir de tempestades anteriores; • Plano de ação e Plano de contingências. Fonte: http://bit.ly/2EBeTDC Seguros e Educação Ambiental • Seguros • Seguro Enchente – fundo pago pela comunidade. • Educação Ambiental • Programas de educação ambiental – conscientização popular; • ParJcipação da comunidade → nova postura em relação ao meio ambiente. Fonte: http://bit.ly/2EBFIYs Plano diretor de drenagem urbana Objetivos: • (i) Planejar a distribuição da água no tempo e no espaço; • (ii) Controlar a ocupação de áreas de risco de inundação. Fases: • 1 – definições básicas, coleta de informações e diagnóstico preliminar da situação do sistema de drenagem. Fases: • 2 – proposições de medidas de curto prazo, incluindo monitoramento e outros levantamentos de campo; • 3 – elaboração de cenários e definição de medidas de médio e longo prazo e análise econômica; • 4 – hierarquização das propostas, proposição de medidas de caráter legal e institucional e outros programas. Resolução da SP Medidas não estruturais para um loteamento Resolvendo a Situação Problema 04 • Projeto de loteamento; • Solicitação do órgão municipal de gestão de águas urbanas: • Medidas não estruturais para minimização de danos em caso de enchente dos cursos d’água. • Zoneamento da ocupação do solo → importante! • Loteamento deverá ter toda a área de várzea preservada; • Relevo natural será preservado; • Loteamento não está em área acidentada → � sem risco de deslizamentos; • Instalação de sondas com detecção do nível dos cursos d’água; • Moradores cadastrados no sistema de alertas em tempo real. Fonte: http://bit.ly/2Z2HiMq • Loteamento possui plano de gestão sustentável de drenagem: • Obriga a retenção das águas no próprio lote. • Desenvolver um programa permanente de educação ambiental, com ações teóricas e práticas na área. Fonte: Almeida, Masini e Malta (2017) Resolução da SP Plano Diretor de Drenagem Urbana Resolvendo a Situação Problema 05 • Engenheiro especialista em gestão de águas pluviais; • Anteprojeto do plano diretor de drenagem urbana; • Relatório mostrando os principais pontos do plano; • Apresentar a estrutura essencial do plano. Fonte: http://bit.ly/2tzW1Tn Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana: • Informações: levantamento de dados básicos – cadastro de rede pluvial; dados físicos da bacia; dados hidráulicos e hidrológicos; uso e tipo do solo; e levantamento de planos municipais. • Fundamentos: definições bases do plano – princípios e objetivos; estratégias e cenários de estudo; e diagnóstico. Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana: • Desenvolvimento do plano: definição das medidas estruturais e não estruturais e avaliação econômica (viabilidade técnico-financeira e fontes de financiamento). • Produtos: estabelecimento de planos de ação, projetos de lei e manual de drenagem. • Programas de médio e longo prazo: estudos adicionais, programas de educação ambiental e monitoramento. Recapitulando ... • Controle de enchentes e definição de medidas estruturais e não estruturais; • Estabilidade de taludes e proteção de margens; • Controle do processo de erosão e assoreamento; • Retificação e renaturalização de cursos d’água; • Controle na fonte; • Dimensionamento de canais – método das tensões de arraste; • Reservatórios de detenção e retenção – parâmetros de projeto; • Medidas não estruturais – controle da ocupação urbana, sistemas de alerta e plano diretor de drenagem.
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