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Transtorno_de_personalidade_dependente_TPD_Transtornos_psiquiátricos

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Transtorno de personalidade dependente
(TPD)
Por Andrew Skodol , MD, University of Arizona College of Medicine
Última modificação do conteúdo dez 2019
Transtorno de personalidade dependente é caracterizado por uma necessidade generalizada e excessiva de ser cuidado, levando
à submissão e comportamentos viscosos. O diagnóstico é por critérios clínicos. O tratamento é com psicoterapia e possivelmente
antidepressivos.
(Ver também Visão geral dos transtornos de personalidade.)
Em pacientes com transtorno de personalidade dependente, a necessidade de ser cuidado resulta na perda de sua autonomia e interesses. Como
são intensamente ansiosos sobre cuidar de si mesmos, eles se tornam excessivamente dependentes e submissos.
Estima-se que menos de 1% da população norte-americana geralmente tenha transtorno de personalidade dependente. É diagnosticado com mais
frequência nas mulheres, mas, em alguns estudos, a prevalência entre homens e mulheres foi semelhante.
Comorbidades são comuns. Os pacientes muitas vezes também têm transtorno depressivo (transtorno depressivo maior ou transtorno depressivo
persistente), transtorno de ansiedade, alcoolismo ou outro transtorno de personalidade (p. ex., borderline, histriônico).
Etiologia
Informações sobre as causas do transtorno de personalidade dependente são limitadas. Considera-se que fatores culturais, experiências precoces
negativas e vulnerabilidades biológicas associadas com ansiedade contribuam para o desenvolvimento do transtorno de personalidade
dependente. Traços familiares como submissão, insegurança e comportamento discreto também podem contribuir.
Sinais e sintomas
Pacientes com transtorno de personalidade dependente não acham que possam cuidar de si mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer
outras pessoas cuidarem deles.
Pacientes com esse transtorno geralmente exigem muita reafirmação e aconselhamento ao tomar decisões comuns. Eles muitas vezes deixam que
outros, frequentemente uma única pessoa, assumam a responsabilidade por muitos aspectos de suas vidas. Por exemplo, eles podem depender
do cônjuge para dize o que vestir, que tipo de trabalho procurar e com quem se associar.
Esses pacientes se consideram inferiores e tendem a menosprezar suas habilidades; eles tomam qualquer crítica ou desaprovação como prova de
sua incompetência, minando ainda mais a sua confiança.
É difícil que eles expressem desacordo com os outros porque temem perder suporte ou aprovação. Eles podem concordar com algo que sabem
que é errado, em vez de correr o risco de perder a ajuda dos outros. Mesmo quando a irritação é adequada, eles não ficam com raiva de amigos e
colegas de trabalho por medo de perder seu apoio.
Como esses pacientes têm a certeza de que eles não podem fazer nada por conta própria, eles têm dificuldade em iniciar uma nova tarefa e
trabalhar de forma independente, e evitam tarefas que exijam assumir responsabilidade. Eles se apresentam como incompetentes e precisando de
ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma pessoa competente está supervisionando e aprovando-os, esses pacientes
tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não querem parecer muito competentes para que não sejam abandonados. Como resultado,
suas carreiras podem ser prejudicadas. Eles perpetuam sua dependência porque tendem a não aprender habilidades da vida independente.
Esses pacientes fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas, tolerar
abuso físico, sexual ou emocional). Estar sozinho faz com que se sintam extremamente desconfortáveis ou com medo porque temem que não
possam cuidar de si mesmos.
Os pacientes com transtorno da personalidade dependente tendem a interagir socialmente somente com algumas pessoas das quais dependem.
Quando um relacionamento íntimo termina, os pacientes com esse transtorno tentam imediatamente encontrar um substituto. Por causa de sua
necessidade desesperada de ser cuidado, eles não discriminam ao escolher um substituto.
Esses pacientes temem o abandono por parte daqueles de que dependem, mesmo quando não há nenhuma razão para isso.
Diagnóstico
Clinical criteria (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition [DSM-5])
Para o diagnóstico do transtorno de personalidade dependente, os pacientes devem ter
Necessidade persistente e excessiva de serem cuidados, resultando em submissão e apego
Essa necessidade persistente manifesta-se pela presença de ≥ 5 dos seguintes:
Dificuldade em tomar decisões diárias sem uma quantidade excessiva de conselhos e asseguramento por outras pessoas
Necessidade de fazer com que outros sejam responsáveis por muitos aspectos importantes das suas vidas
Dificuldade para expressar discordância com os outros porque eles temem perder suporte ou aprovação
Dificuldade para iniciar projetos por conta própria porque eles não estão confiantes em seu julgamento e/ou habilidades (não porque não
  
  
  
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têm motivação ou energia)
Disposição de fazer tudo (p. ex., realizar tarefas desagradáveis) para obter o apoio de outros
Sentimentos de desconforto ou desamparo quando estão sozinhos porque temem não poderem cuidar de si mesmos
Necessidade urgente de estabelecer um novo relacionamento com alguém que fornecerá cuidados e suporte quando um relacionamento
íntimo termina
Preocupação irrealista com medo de serem abandonados para cuidar de si mesmos
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta.
Diagnóstico diferencial
Vários outros transtornos de personalidade são caracterizados por hipersensibilidade à rejeição. Mas eles podem ser distinguidos do transtorno de
personalidade dependente com base em aspectos característicos, como a seguir:
Transtorno de personalidade borderline: pacientes com esse transtorno têm muito medo de submeterem-se ao mesmo grau de controle
que os pacientes com transtorno de personalidade dependente. Pacientes com transtorno de personalidade borderline, diferentemente
daqueles com transtorno de personalidade dependente, vacilam entre submissão e hostilidade raivosa.
Transtorno de personalidade esquiva: os pacientes com esse transtorno também têm muito medo de se submeter ao mesmo grau de
controle a que os pacientes com transtorno de personalidade dependente se submetem. Pacientescom transtorno de personalidade esquiva
se afastam até que tenham certeza de que eles serão aceitos sem críticas; em comparação, aqueles com transtorno de personalidade
dependente procuram e tentam manter relacionamentos com os outros.
Transtorno de personalidade histriônica: pacientes com esse transtorno buscam atenção em vez de asseguramento (como fazem aqueles
com transtorno de personalidade dependente), mas eles são mais desinibidos. Eles são mais exuberantes e buscam ativamente atenção;
aqueles com transtorno de personalidade dependente são discretos e tímidos.
O transtorno de personalidade dependente deve ser diferenciado da dependência que está presente em outros transtornos psiquiátricos (p. ex.,
transtornos depressivos, transtorno do pânico, agorafobia).
Tratamento
Terapia cognitivo-comportamental
Psicoterapia psicodinâmica
Possivelmente, antidepressivos
O tratamento geral do transtorno de personalidade dependente é semelhante àquele para todos os transtornos de personalidade.
Psicoterapia psicodinâmica e terapia cognitivo-comportamental que foquem no exame dos medos de independência e dificuldades com
assertividade podem ajudar os pacientes com transtorno de personalidade dependente. Os médicos devem ter cuidado para não promover a
dependência no relacionamento terapêutico.
Há poucas evidências sobre a terapia medicamentosa para transtorno de personalidade dependente. Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs),
que são eficazes no transtorno de personalidade esquiva, podem ser eficazes, assim como inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)
podem ser.
Benzodiazepínicos não são usados porque pacientes com transtorno de personalidade dependente têm maior risco dependência de drogas.
  
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-da-personalidade-esquiva-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-histri%C3%B4nica-tph
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-do-humor
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/ataques-e-transtorno-de-p%C3%A2nico
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/agorafobia
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-personalidade#v25246292_pt
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