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Transtorno de personalidade

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Feito por Hanna 
TIPOS DE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
O DSM-5 divide os 10 tipos de transtornos de personalidade em 3 grupos (A, B e C), com base em características 
semelhantes. 
O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico. Contempla os seguintes transtornos de 
personalidade e suas características distintivas: 
 Paranoide : desconfiança e suspeita 
 Esquizoide : desinteresse em outras pessoas 
 Esquizotípico : ideias e comportamentos excêntricos 
O grupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático. Contempla os seguintes transtornos de 
personalidade e suas características distintivas: 
 Antissocial : irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação dos outros para 
ganho pessoal 
 Bordeline : intolerância de estar sozinho e desregulação emocional 
 Histriônico : busca atenção 
 Narcisista : autoestima desregulada e frágil subjacente e grandiosidade aparente 
O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo. Contempla os seguintes transtornos de 
personalidade e suas características distintivas: 
 Esquivo : evitar contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição 
 Dependente : submissão e necessidade de ser cuidado 
 Obsessivo-compulsivo : perfeccionismo, rigidez, e obstinação 
 
PARA QUE UM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE SEJA DIAGNOSTICADO EM PACIENTES < 18 
ANOS DE IDADE, O PADRÃO DEVE TER ESTADO PRESENTE DURANTE ≥ 1 ANO, COM EXCEÇÃO 
DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL, QUE NÃO PODEM SER DIAGNOSTICADOS 
EM PACIENTES < 18 ANOS. 
Como muitos pacientes com transtorno de personalidade não percebem sua condição, os médicos podem precisar 
obter a história de médicos que trataram esses pacientes anteriormente, outros profissionais, familiares, amigos ou 
outras pessoas que tenham entrado em contato com eles 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE PARANOIDE 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DO TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE 
 São suspeita e desconfiança excessivas em relação a outras pessoas expressas como uma tendência global de 
interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, malévolos, ameaçadores, exploradores ou 
enganadores. 
 Indivíduos com o transtorno esperam ser explorados ou lesados pelos outros de alguma forma. Eles com 
frequência questionam, sem qualquer justificativa, a lealdade ou integridade de caráter de amigos ou sócios. 
 Essas pessoas costumam ser patologicamente ciumentas e, sem algum motivo, questionam a fidelidade de 
seus cônjuges ou parceiros sexuais. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-paranoide-tpp
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-esquizoide-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-esquizot%C3%ADpica-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-antissocial-tpas
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-histri%C3%B4nica-tph
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-narcisista-tpn
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-da-personalidade-esquiva-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-dependente-tpd
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-obsessivo-compulsiva-tpoc
1 
 Indivíduos com esse transtorno exteriorizam suas próprias emoções e usam o mecanismo de defesa de 
projeção; atribuem a outros os impulsos e pensamentos que não podem aceitar em si mesmos. 
 Ideias de referência e ilusões defendidas com argumentos lógicos são comuns. 
 Pessoas com transtorno da personalidade paranoide têm afeto restrito (ausência de afeição ) e parecem frias, 
sem emoção. 
 Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, mas isso não corresponde à realidade. 
 Expressam desdém em relação a indivíduos que percebam como fracos, doentios, debilitados ou deficientes 
de alguma forma. 
 Em situações sociais, essas pessoas podem transmitir uma ideia de profissionalismo e eficiência, mas 
costumam gerar medo e conflito em outras pessoas. 
DIAGNÓSTICO 
A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas motivações são interpretadas como 
malévolas, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro 
(ou mais) dos seguintes: 
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por outros. 
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de amigos e sócios. 
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão usadas maldosamente contra 
si. 
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos benignos. 
5. Guarda rancores de forma persistente (i.e., não perdoa insultos, injúrias ou desprezo). 
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-
ataca rapidamente. 
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. 
 B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas 
psicóticos ou outro transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de outra condição médica. 
Nota: Se os critérios são atendidos antes do surgimento de esquizofrenia, acrescentar “pré-mórbido”, isto é, 
“transtorno da personalidade paranoide (pré-mórbido)” 
TRATAMENTO 
 Psicoterapia: 
A psicoterapia é o tratamento recomendado para indivíduos com transtorno da personalidade paranoide. Terapeutas 
devem tratar esses pacientes sempre de forma direta. Caso um terapeuta seja acusado de incoerência ou de alguma 
falha, como estar atrasado para uma consulta, sinceridade e desculpas são preferíveis a uma explicação defensiva. O 
terapeuta deve se lembrar de que confiança e tolerância a intimidade são áreas problemáticas para pessoas com esse 
transtorno. 
 Farmacoterapia: 
A farmacoterapia é útil para lidar com agitação e ansiedade. Na maioria dos casos, um agente ansiolítico como 
diazepam é o suficiente. Pode ser necessário, no entanto, usar um antipsicótico COMO HALOPERIDOL em 
pequenas doses e durante períodos curtos de tempo PARA O MANEJO DE AGITAÇÃO GRAVE OU 
PENSAMENTO QUASE DELIRANTE. O fármaco antipsicótico pimozida reduziu a ideação paranoide com sucesso 
em alguns pacientes. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE 
O transtorno da personalidade esquizoide é caracterizado por um padrão vitalício de retraimento social. Indivíduos 
com esse transtorno costumam ser vistos pelos outros como excêntricos, isolados ou solitários. Seu desconforto com 
a interação humana, sua introversão e seu afeto frio e constrito são destaques. 
2 
DIAGNÓSTICO 
 Em um exame psiquiátrico inicial, o paciente com transtorno da personalidade esquizoide pode parecer pouco 
à vontade. Ele raramente tolera contato visual, e o entrevistador pode supor que esse tipo de paciente esteja 
ansioso para que a entrevista termine. 
 Pessoas com transtorno da personalidade esquizoide parecem frias e indiferentes; exibem um retraimento 
distante e demonstram falta de envolvimento com eventos diáriose com as preocupações de terceiros. 
Parecem caladas, distantes, isoladas e insociáveis. Podem viver suas vidas com extraordinariamente pouca 
necessidade ou vontade de formar laços afetivos e são as últimas a perceber mudanças na moda popular 
 Homens podem não se casar porque são incapazes de atingir intimidade; mulheres podem concordar de forma 
passiva a se casar com um homem agressivo que deseje o casamento. Indivíduos com transtorno da 
personalidade esquizoide costumam revelar uma incapacidade vitalícia de expressar diretamente a raiva. Eles 
podem investir quantidades enormes de energia afetiva a interesses não humanos, como matemática e 
astronomia, e podem ser muito ligados a animais 
 CURSO E PROGNÓSTICO 
 O início do transtorno da personalidade esquizoide em geral ocorre no começo da infância ou na adolescência. Assim 
como todos os transtornos da personalidade, este tem longa duração, mas não é necessariamente vitalício. A 
proporção da incidência de esquizofrenia nesses pacientes é desconhecida. 
 TRATAMENTO 
Psicoterapia: 
 O tratamento de pacientes com transtorno da personalidade esquizoide é semelhante àquele para indivíduos com 
transtorno da personalidade paranoide. Pessoas esquizoides têm tendência a introspecção; contudo, essas 
tendências são consistentes com as expectativas do psicoterapeuta, e esses pacientes podem se tornar devotados, 
ainda que distantes. 
 Com o desenvolvimento de confiança, o paciente esquizoide pode, com bastante apreensão, revelar uma 
abundância de fantasias, amigos imaginários e temores de dependência insuportáveis – até mesmo de se fundir ao 
terapeuta. No contexto de terapia grupal, pacientes com transtorno da personalidade esquizoide podem ficar 
calados durante longos períodos; ainda assim, ficam envolvidos. 
 Esses pacientes devem ser protegidos contra ataques agressivos de outros membros do grupo devido a sua 
inclinação a permanecerem quietos. Com o tempo, os membros do grupo assumem importância para o indivíduo 
com o transtorno e podem proporcionar o único contato social em sua existência, que, de outra forma, é isolada. 
Farmacoterapia: 
 A farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns 
pacientes. Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. Benzodiazepínicos podem 
ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA 
Pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica exibem características estranhas ou excêntricas 
impressionantes, mesmo para leigos. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e 
desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa com o transtorno. 
 O DSM-5 sugere que o transtorno possa ser ligeiramente mais comum no sexo masculino 
 . Existe uma maior associação de casos entre parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia do que entre 
controles e uma incidência maior entre gêmeos monozigóticos do que entre dizigóticos 
3 
SINAIS E SINTOMAS 
 Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica exibem perturbação de pensamento e comunicação. 
Embora não haja transtorno do pensamento totalmente manifesto, sua fala pode ser distinta ou peculiar, pode 
fazer sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação. Assim como ocorre com 
os afetados por esquizofrenia, o indivíduo com transtorno da personalidade esquizotípica pode desconhecer 
seus próprios sentimentos e ainda assim ter extrema sensibilidade e consciência a respeito dos sentimentos 
dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. 
 Esses indivíduos podem ser supersticiosos ou alegar poderes de clarividência e acreditar ser dotados de 
poderes especiais de pensamento e insight. Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos 
imaginários vívidos e temores e fantasias infantis 
 Sob estresse, pacientes com transtorno da personalidade esquizotípica podem sofrer descompensação e 
apresentar sintomas psicóticos, mas que costumam ser breves. Aqueles com casos graves do transtorno 
podem apresentar anedonia e depressão grave 
DIAGNÓSTICO 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno da personalidade esquizotípica 
A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para 
relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no 
início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes: 
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência). 
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas 
subculturais (p. ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, 
fantasias ou preocupações bizarras). 
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais. 
4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico, excessivamente elaborado ou 
estereotipado). 
5. Desconfiança ou ideação paranoide 
6. Afeto inadequado ou constrito. 
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar. 
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau. 
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associada mais a temores 
paranoides do que a julgamentos negativos sobre si mesmo. 
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas 
psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro autista. 
TRATAMENTO 
Psicoterapia. 
Os princípios de tratamento do transtorno da personalidade esquizotípica não diferem dos usados no tratamento do 
transtorno da personalidade esquizoide, mas o clínico deve lidar com o primeiro com maior sensibilidade. Esses 
pacientes apresentam padrões de pensamento peculiares, e alguns estão envolvidos em cultos, estranhas práticas 
religiosas e o ocultismo. O terapeuta não deve ridicularizar essas peculiaridades nem criticar essas crenças ou 
atividades. 
Farmacoterapia. 
Medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para lidar com ideias de referência, ilusões e outros sintomas do 
transtorno e ser usados em conjunto com psicoterapia. 
4 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (TPAS) 
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial cometem atos ilegais, fraudulentos, exploradores e imprudentes 
para ganho pessoal ou prazer e sem remorsos; eles podem fazer o seguinte: 
 Justificar ou racionalizar seu comportamento (p. ex., achar que perdedores merecem perder, tomar cuidado 
com o número um) 
 Culpar a vítima por ser tola ou impotente 
 Ser indiferente aos efeitos exploradores e prejudiciais de suas ações sobre os outros 
EPIDEMIOLOGIA 
 Quanto ao transtorno de personalidade antissocial, estima-se que as taxas de prevalência em 12 meses nos 
EUA) variam cerca de 0,2% a 3,3%. 
 O transtorno de personalidade antissocial é mais comum entre os homens do que entre as mulheres (6:1), e 
há um forte componente hereditário. 
 A prevalência diminui com a idade, sugerindo que os pacientes podem aprender ao longo do tempo a mudar 
seus comportamentos mal-adaptativos e tentar construir uma vida. 
 A prevalência mais elevada é encontrada entre as amostras mais graves de homens com transtorno por uso 
de álcool (acima de 70%) e na população carcerária, na qual pode chegar a 75% 
 Comorbidades são comuns. A maioria dos pacientes também apresenta abuso de drogas (e cerca de metade 
das pessoas que usam fármacos atende os critérios para transtorno de personalidade antissocial). Pacientes 
com transtorno de personalidade antissocial muitas vezes também têm transtorno de controle de 
impulsos, transtorno de deficit de atenção/hiperatividade ou transtorno de personalidade borderline. 
ETIOLOGIA Tanto fatores genéticos como ambientais (p. ex., abuso durante a infância ) contribuem para o 
desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial. Um mecanismo possível é agressividade 
impulsiva, relacionada com o funcionamento anormal do transportador de serotonina. Desprezo pela dor 
dos outros durante a primeira infância foi associada ao comportamento antissocial durante a adolescência 
tardia. 
 O transtorno de personalidade antissocial é mais comum em parentes de 1º grau de pacientes com o 
transtorno do que na população em geral. O risco de desenvolver esse transtorno aumenta tanto em filhos 
adotivos como biológicos dos pais com o transtorno. 
 O risco de transtorno de conduta evoluir para transtorno de personalidade antissocial pode ser maior 
quando os pais abusam ou negligenciam o filho ou são inconsistentes quanto à disciplina ou em estilo 
parental (p. ex., alternar entre cordial e apoiador para insensível e critico) 
DIAGNÓSTICO 
Uma bateria de exames diagnósticos deve incluir testes neurológicos. Uma vez que os pacientes costumam 
demonstrar resultados de EEG anormais e leves sinais neurológicos que sugerem dano cerebral mínimo na infância, 
esses achados podem ser usados para confirmar a impressão clínica. 
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre desde os 15 anos 
de idade, conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes: 
 1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado pela repetição 
de atos que constituem motivos de detenção. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-aprendizagem
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-aprendizagem
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/transtorno-de-d%C3%A9ficit-de-aten%C3%A7%C3%A3o-hiperatividade-tda-tdah
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/crian%C3%A7a-maltratada/vis%C3%A3o-geral-da-crian%C3%A7a-maltratada
5 
 2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de trapaça para ganho 
ou prazer pessoal. 
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. 
 4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agressões físicas. 
5. Descaso pela segurança de si ou de outros. 
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma conduta consistente no 
trabalho ou honrar obrigações financeiras. 
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado 
ou roubado outras pessoas. 
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade. 
 D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou 
transtorno bipolar 
SINAIS E SINTOMAS 
 Expressa seu descaso pelos outros e pela lei destruindo propriedade, assediando outros ou roubando. Eles 
podem enganar, explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que querem (p. ex., dinheiro, 
poder, sexo). Eles podem usar um pseudônimo. 
 Esses pacientes são impulsivos, não planejam com antecedência e não consideram as consequências para a 
segurança deles mesmos ou dos outros. Como resultado, eles podem de repente trocar de emprego, casa ou 
relacionamento. Eles podem dirigir em alta velocidade e embriagados, às vezes levando a acidentes. Eles 
podem consumir quantidades excessivas de álcool ou usar drogas ilícitas que podem ter efeitos nocivos. 
 São social e financeiramente irresponsáveis. Eles podem trocar de emprego sem um plano para conseguir 
outro. Eles podem não procurar emprego quando as oportunidades estão disponíveis. Eles podem não pagar 
suas contas, empréstimos, ou pensão alimentícia. 
 Esses pacientes são muitas vezes facilmente irritados e fisicamente agressivos; eles podem começar lutas ou 
abusar do cônjuge ou parceiro. Nas relações sexuais, eles podem ser irresponsáveis e explorar seu parceiro e 
não conseguirem permanecer monogâmicos. 
 Não há remorso pelas ações. Pacientes com transtorno de personalidade antissocial podem explicar suas 
ações culpando aqueles que eles prejudicam (p. ex., eles mereciam) ou a forma como a vida é (p. ex., injusta). 
Eles estão determinados a não serem intimidados e fazem o que eles acham que é melhor para si mesmos a 
qualquer custo. 
 Esses pacientes não têm empatia pelos outros e podem ser desdenhosos ou indiferente aos sentimentos, 
direitos e sofrimento dos outros. 
 Pacientes com transtorno de personalidade antissocial tendem a ter uma opinião elevada de si mesmos e 
podem ser muito teimosos, autoconfiantes ou arrogantes. Eles podem ser charmosos, volúveis e verbalmente 
superficiais em seus esforços para conseguirem o que querem. 
 Pessoas com esse transtorno são autênticas representantes dos vigaristas. Elas são extremamente 
manipuladoras e com frequência podem convencer os outros a participar de esquemas para obter dinheiro 
fácil ou para alcançar fama ou notoriedade. Esses esquemas podem, no fim, levar o incauto a ruína financeira 
ou constrangimento social, ou a ambos. 
 Indivíduos com esse transtorno não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo 
de tarefa ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade. Promiscuidade, abuso conjugal, abuso 
infantil e condução de veículos em estado de embriaguez são eventos comuns em suas vidas. Um achado de 
destaque é a ausência de remorso por tais atos; ou seja, eles parecem não ter uma consciência. 
6 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
O transtorno de personalidade antissocial deve ser diferenciado do seguinte: 
 Transtorno por abuso de drogas : determinar se a impulsividade e irresponsabilidade resultam do uso de 
fármacos ou do transtorno de personalidade antissocial pode ser difícil, mas é possível com base em uma 
revisão da história do paciente, incluindo história inicial, para verificar se há períodos de sobriedade. Às 
vezes, o transtorno de personalidade antissocial pode ser diagnosticado mais facilmente após um transtorno 
coexistente de uso de droga ser tratado, mas transtornos de personalidade antissocial podem ser 
diagnosticados mesmo quando o transtorno de uso de fármacos está presente. 
 Transtorno de conduta : transtorno de conduta tem um padrão generalizado semelhante de violação de normas 
sociais e leis, mas o transtorno de conduta deve estar presente antes dos 15 anos de idade. 
 Transtorno de personalidade narcisista : pacientes são igualmente exploradores e não têm empatia, mas eles 
tendem a não ser agressivos e enganosos como ocorre no transtorno de personalidade antissocial. 
 Transtorno de personalidade borderline : pacientes são igualmente manipuladores, mas fazem isso para que 
sejam cuidados, em vez de para conseguir o que querem (p. ex., dinheiro, poder), como ocorre no transtorno 
de personalidade antissocial. 
TRATAMENTO 
 Grupos de mútua ajuda são mais úteis do que o cárcere para atenuar o transtorno. 
 Não há evidências de que qualquer tratamento específico resulte em uma melhoria de longo prazo. Assim, o 
tratamento visa alcançar outro objetivo a curto prazo, como evitar consequências legais, em vez de mudar o 
paciente. Manejo de contingência (dar ou recusar o que os pacientes querem com base em seus 
comportamentos) éindicado. 
 Pacientes agressivos com impulsividade proeminente e afeto variável podem se beneficiar do tratamento com 
terapia cognitivo-comportamental ou fármacos (p. ex., lítio, valproato, inibidores seletivos da recaptação da 
serotonina [ISRS]). Antipsicóticos atípicos podem ajudar, mas há menos evidências sobre sua utilização 
 Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDELINE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA 
 Estresses durante a primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de 
personalidade borderline. História infantil de abuso físico e sexual, negligência, separação dos cuidadores 
e/ou perda de um pai é comum entre pacientes com transtorno de personalidade borderline. 
 Certas pessoas podem apresentar tendência genética de ter respostas patológicas ao estresse do meio-
ambiente e o transtorno de personalidade borderline parece claramente ter um componente hereditário. 
 Parentes de primeiro grau de pacientes com transtorno de personalidade borderline são 5 vezes mais 
propensos a ter a doença do que a população em geral. 
 Distúrbios nas funções reguladoras dos sistemas cerebrais e de neuropeptídeos também podem contribuir, 
mas não estão presentes em todos os pacientes com transtorno de personalidade borderline. 
 É duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. 
SINAIS E SINTOMAS 
 Quando os pacientes com transtorno de personalidade borderline acham que estão sendo abandonados ou 
negligenciados, eles sentem medo intenso ou raiva. Por exemplo, eles podem ficar em pânico ou furiosos 
quando alguém importante para eles, está alguns minutos atrasado ou cancela um compromisso. Eles pensam 
que esse abandono significa que eles são ruins. Eles temem o abandono em parte porque não querem estar 
sozinhos. 
 Esses pacientes tendem a mudar o ponto de vista que têm de outras pessoas de forma abrupta e dramática. 
Eles podem idealizar um potencial cuidador ou amante no início do relacionamento, exigir que passem muito 
7 
tempo juntos e compartilhem tudo. De repente, eles podem achar que a pessoa não se importa o suficiente, e 
ficam desiludidos; então eles podem desprezar ou ficar irritados com a pessoa. Essa mudança da idealização 
para desvalorização reflete o pensamento maniqueísta (divisão e polarização do bem e do mal). 
 Sentem empatia e cuidar de uma pessoa, mas somente se eles acharem que essa outra pessoa estará disponível 
para eles sempre que necessário. 
 Têm dificuldade de controlar sua raiva e muitas vezes se tornam inadequados e intensamente irritados. Eles 
podem expressar sua raiva com sarcasmo cortante, amargura ou falação irritada, muitas vezes direcionada ao 
cuidador ou amante por negligência ou abandono. Após a explosão, eles muitas vezes sentem vergonha e 
culpa, reforçando seus sentimentos de que são maus. 
 Impulsividade que leva à automutilação é comum. Esses pacientes podem apostar em jogos de azar, 
praticar sexo inseguro, ter compulsão alimentar, dirigir de forma imprudente, abusar de droga ou gastar 
demais. Comportamentos suicidas , gestos e ameaças e automutilação (p. ex., se cortar, queimar) são muito 
comuns. Embora muitos desses atos autodestrutivos não visem acabar com a vida, o risco de suicídio 
nesses pacientes é 40 vezes maior do que na população em geral; cerca de 8 a 10% desses pacientes 
cometem suicídio. Esses atos autodestrutivos são geralmente desencadeados pela rejeição por possível 
abandono ou decepção com um cuidador ou amante. Os pacientes podem se automutilar para compensar 
por serem maus ou para reafirmar sua capacidade de sentir durante uma episódio dissociativo . 
DIAGNÓSTICO 
Para o diagnóstico do transtorno de personalidade limítrofe, os pacientes devem ter: 
Instabilidade persistente nos relacionamentos, na autoimagem e nas emoções (desequilíbrio emocional), bem 
como acentuada impulsividade. Esse padrão é caracterizado por ≥ 5 dos seguintes: 
Esforços desesperados para evitar o abandono (real ou imaginado) 
Relacionamentos intensos e instáveis que se alternam entre idealização e desvalorização da outra pessoa 
Autoimagem ou senso do eu instável 
Impulsividade em ≥ 2 áreas que pode prejudicá-los (p. ex., sexo inseguro, compulsão alimentar, dirigir de forma 
imprudente) 
Comportamentos, gestos ou ameaças repetidos de suicídio ou automutilação 
Mudanças rápidas no humor, normalmente durando apenas algumas horas e raramente mais do que alguns dias 
Sentimentos persistentes de vazio 
Raiva inadequadamente intensa ou problemas para controlar a raiva 
Pensamentos paranoicos temporários ou sintomas dissociativos graves desencadeados por estresse 
Além disso, os sintomas devem ter acontecido no início da idade adulta, mas também podem ocorrer durante a 
adolescência. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Na maioria das vezes, o transtorno de personalidade limítrofe é diagnosticado equivocadamente como: 
 Transtorno bipolar : esse transtorno também é caracterizado por grandes variações no humor, 
comportamento e sono. Contudo, no transtorno de personalidade borderline, o humor e o comportamento 
mudam rapidamente em resposta a estressores, especialmente os interpessoais, enquanto no transtorno 
bipolar o humor é mais sustentado e menos reativo e as pessoas costumam ter alterações significativas de 
energia e atividade. 
 Transtorno de personalidade histriônica ou transtorno de personalidade narcisista : pacientes com algum 
desses transtornos buscam atenção e são manipuladores, mas os que têm transtorno de personalidade 
limítrofe também se consideram maus e se sentem vazios. Alguns pacientes atendem aos critérios dos 
transtornos de personalidade antissocial. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/comportamento-suicida-e-autoles%C3%A3o/comportamento-suicida
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/comportamento-suicida-e-autoles%C3%A3o/autoles%C3%A3o-n%C3%A3o-suicida-alns
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-dissociativos/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-dissociativos
8 
 O diagnóstico diferencial do transtorno de personalidade limítrofe também abrange:Transtornos 
depressivos e transtornos da ansiedade : esses transtornos podem ser diferenciados do transtorno da 
personalidade limítrofe, ou borderline, pela autoimagem negativa, instabilidade dos vínculos e 
sensibilidade à rejeição, que são características proeminentes do transtorno de personalidade limítrofe e 
geralmente estão ausentes nos pacientes com um transtorno de humor ou ansiedade. 
TRATAMENTO 
Psicoterapia 
O principal tratamento para o transtorno de personalidade borderline é psicoterapia. 
Muitas intervenções psicoterapêuticas são eficazes para reduzir comportamentos suicidas, melhorar a depressão e 
a função em pacientes com esse transtorno. 
A terapia cognitivo-comportamental focaliza a desregulação emocional e a falta de habilidades sociais. Isso 
engloba: 
 A terapia comportamental dialética (uma combinação de sessões individuais e em grupo com os terapeutas 
agindo como conselheiros comportamentais disponíveis sob demanda dia e noite) 
 Sistemas de treinamento para previsibilidade emocional e resolução de problemas (STEPPS) 
 O STEPPS é feito em sessões semanais em grupo durante 20 semanas. Os pacientes adquirem habilidades 
para gerenciar suas emoções, questionar suas expectativas negativas e cuidar melhor de si mesmos. 
Aprendem a estabelecer metas, evitar substâncias ilícitas e melhorar seus hábitos alimentares, de sono e 
de exercícios. Os pacientes são convidados a construir uma rede de apoio de amigos, familiares e 
profissionais de saúde que estejam dispostos a ajudar em caso de crise. 
 Outras intervenções focalizam em distúrbios na maneira como os pacientes experimentam emocionalmente 
a si mesmos e aos outros. Essas intervenções incluem: 
Tratamento baseado em mentalização 
 Psicoterapia focada na transferência 
 Terapia focada em esquema.. 
Farmacoterapia 
 Fármacos funcionam melhor quando usados com moderação e sistematicamente para sintomas específicos. 
 Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) geralmente são bem tolerados; a probabilidade 
de uma overdose letal é mínima. Mas ISRSs só são marginalmente eficazes para depressão e ansiedade em 
pacientes com transtorno de personalidade borderline. 
 Os fármacos a seguir podem ser eficazes para atenuar os sintomas do transtorno de personalidade 
borderline: 
 Estabilizadores de humor como a lamotrigina: para depressão, ansiedade, labilidade de humor e 
impulsividade 
 Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração) : para ansiedade, raiva e sintomas cognitivos, incluindo distorções 
cognitivas transitórias relacionadas a estresse (p. ex., pensamentos paranoicos, pensamento maniqueísta, 
desorganização cognitiva grave) 
 Benzodiazepínicos e estimulantes não são recomendados por causa dos riscos de dependência, overdose, 
desinibição e uso inadequado. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA 
SINAIS E SINTOMAS 
 Pacientes com transtorno de personalidade histriônica exigem continuamente que sejam o centro das atenções 
e muitas vezes ficam deprimidos quando não são. Eles são muitas vezes ALTAMENTE DRAMÁTICOS, 
ENTUSIASTAS E PAQUERADORES e, às vezes, encantam novos conhecidos. 
9 
 Esses pacientes muitas vezes se vestem e agem de forma inadequadamente sedutora e provocante, não apenas 
com potenciais interesses românticos, mas em muitos contextos (p. ex., trabalho, escola). Eles querem 
impressionar os outros com sua aparência e, assim, muitas vezes ficam preocupados com a forma como 
parecem. 
 Expressão da emoção pode ser superficial (desligada e ligada muito rapidamente) e exagerada. Eles falam 
de forma dramática, expressando opiniões fortes, mas com poucos fatos ou detalhes para apoiar suas opiniões. 
 São facilmente influenciados por outros e pelas tendências momentâneas. Eles tendem a confiar muito nos 
outros, especialmente em figuras de autoridade que, pensam, podem ser capazes de resolver todos os seus 
problemas. Eles frequentemente acham que os relacionamentos são mais próximos do que eles são. Eles 
anseiam por novidade e tendem a se aborrecer facilmente. Assim, eles podem trocar de emprego e amigos 
com frequência. Gratificação adiada é muito frustrante para eles, então suas ações são muitas vezes 
motivadas pela obtenção de satisfação imediata. 
 Alcançar intimidade emocional ou sexual pode ser difícil. Os pacientes podem, muitas vezes sem ter ciência 
disso, desempenhar um papel (p. ex., vítima). Eles podem tentar controlar seus parceiros usando sedução ou 
manipulações emocionais e, ao tempo, tornarem-se muito dependentes do parceiro. 
DIAGNÓSTICO 
Para o diagnóstico do transtorno de personalidade histriônica, os pacientes devem ter 
 Padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção. Esse padrão se caracteriza 
por ≥ 5 dos seguintes: 
 Desconforto quando eles não são o centro das atenções 
 Interação com os outros que é inadequadamente sedutora ou provocativa sexualmente 
 Mudança rápida e expressão superficial das emoções 
 Uso consistente da aparência física para chamar a atenção para eles mesmos 
 Discurso que é extremamente impressionista e vago 
 Autodramatização, teatralidade e expressão extravagante das emoções 
 Sugestionabilidade (facilmente influenciados por outras pessoas ou situações) 
 Interpretação dos relacionamentos como mais íntimos do que são 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
O transtorno de personalidade histriônica pode ser distinguido de outros transtornos de personalidade com base em 
componentes característicos: 
 Transtorno de personalidade narcisista : também buscam atenção, mas, ao contrário daqueles com 
transtorno de personalidade histriônica, querem sentir-se admirados ou enaltecidos; os pacientes com 
transtorno de personalidade histriônica não são tão exigentes quanto ao tipo de atenção que recebem e não 
se importam de serem considerados espertos ou tolos. 
 Transtorno de personalidade limítrofe se consideram maus e sentem emoções de modo intenso e 
profundo; os pacientes com transtorno de personalidade histriônica não se veem como maus, embora sua 
dependência da reação dos outros possa ser decorrente de baixa autoestima. 
 Transtorno de personalidade dependente : pacientes com transtorno de personalidade dependente, como 
aqueles com transtorno de personalidade histriônica, tentam estar perto dos outros, mas são mais ansiosos, 
inibidos e submissos (porque estão preocupados com a rejeição); pacientes com transtorno de personalidade 
histriônica são menos inibidos e mais extravagantes. 
O diagnóstico diferencial do transtorno de personalidade histriônica também compreende o transtorno de sintoma 
somático e o transtorno de ansiedade de doença . 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-narcisista-tpn
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-dependente-tpd
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/sintoma-som%C3%A1tico-e-transtornos-relacionados/transtorno-de-sintoma-som%C3%A1tico
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/sintoma-som%C3%A1tico-e-transtornos-relacionados/transtorno-de-sintoma-som%C3%A1tico
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/sintoma-som%C3%A1tico-e-transtornos-relacionados/transtorno-de-ansiedade-de-doen%C3%A7a
10 
CURSO E PROGNÓSTICO 
Com a idade, pessoas com transtorno da personalidade histriônica mostram menos sintomas, mas, como não têm a 
energia de anos anteriores, a diferença na quantidade de sintomas pode ser mais aparente do que real. Indivíduos com 
esse transtorno buscam sensações e podem ter problemas legais, fazer abuso de substâncias e agir de forma promíscua. 
TRATAMENTO 
 Psicoterapia psicodinâmica: A psicoterapia psicodinâmica, que focaliza os conflitos subjacentes, pode ser 
tentada. O terapeuta pode começar incentivando os pacientes a substituir o discurso pelo comportamento e, 
portanto, os pacientes podem compreender-se e se comunicar com os outros de uma forma menos dramática. 
Então, o terapeuta pode ajudar os pacientes a perceber como seus comportamentos histriônicos são uma 
forma mal-adaptativa de atrair atenção dos outros e de gerenciar sua auto-estima. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA 
 caracterizadas por um senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos 
de serem únicas. Contudo, por trás dessas características, existe uma autoestima frágil e vulnerável às 
menores críticas. 
 podem transmitir uma ideia irrealista de onipotência, grandiosidade, beleza e talento a seus filhos e, 
assim, os filhos, de pais com essas características podem apresentar um risco acima do normal de 
desenvolver, eles próprios, o transtorno. 
 lidam mal com críticas e podem ficar com raiva quando alguém ousa criticá-las, ou podem parecer 
completamente indiferentes a críticas. 
 Querem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência têm ambição de obter fama e fortuna. Seus 
relacionamentos são pouco importantes, e podem deixar os outros furiosos por sua recusa em obedecer 
às regras convencionais de comportamento. A exploração interpessoal é frequente. 
 Não conseguem demonstrar empatia e fingem simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos 
egoístas. Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a depressão.Dificuldades interpessoais, 
problemas profissionais, rejeição e perda estão entre os estresses que os narcisistas normalmente 
produzem com seu comportamento 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 PARA TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA 
Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de 
empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou 
mais) dos seguintes: 
1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera conquistas e talentos, espera ser 
reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes). 
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal. 
 3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas (ou 
instituições) especiais ou com condição elevada. 
4. Demanda admiração excessiva. 
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (i.e., expectativas irracionais de tratamento especialmente 
favorável ou que estejam automaticamente de acordo com as próprias expectativas). 
 6. É explorador em relações interpessoais (i.e., tira vantagem de outros para atingir os próprios fins). 
7. Carece de empatia: reluta em reconhecerou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros. 
8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam. 
9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes. 
 
11 
TRATAMENTO 
Psicoterapia. Visto que os pacientes precisam renunciar a seu narcisismo para progredir, o tratamento do transtorno 
da personalidade narcisista é difícil. 
Farmacoterapia. Usou-se lítio em pacientes cujo quadro clínico incluía mudanças de humor. Uma vez que os 
pacientes com transtorno da personalidade narcisista têm baixa tolerância a rejeição e são suscetíveis a depressão, 
antidepressivos, especialmente fármacos serotonérgicos, também podem ser úteis. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIVA 
Pessoas com transtorno de personalidade esquiva têm sentimentos intensos de inadequação e lidam de maneira mal-
adaptativa evitando quaisquer situações em que podem ser avaliadas negativamente. 
EPIDEMIOLOGIA 
A prevalência relatada do transtorno de personalidade esquiva nos EUA varia, mas a prevalência estimada é cerca de 
2,4%. O transtorno da personalidade esquiva acomete homens e mulheres em iguais proporções. 
Comorbidades são comuns. Os pacientes muitas vezes também têm transtorno depressivo maior, transtorno 
depressivo persistente, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno de ansiedade (p. ex., transtorno do pânico, 
particularmente fobia social [transtorno de ansiedade social]). Eles também podem ter outro transtorno de 
personalidade (p. ex., dependente, borderline). Pacientes com fobia social e transtorno de personalidade esquiva têm 
sintomas mais graves e incapacidade do que aqueles apenas com um dos transtornos. 
ETIOLOGIA 
Pesquisas sugerem que as experiências de rejeição e marginalização durante a infância e características inatas da 
ansiedade e esquiva sociais podem contribuir para transtorno de personalidade esquiva. Esquiva em situações sociais 
foi detectada tão cedo quanto aos 2 anos de idade. 
SINAIS E SINTOMAS 
Pacientes com transtorno de personalidade esquiva evitam interação social, incluindo aquelas no trabalho, porque 
temem que eles serão criticados ou rejeitados ou que as pessoas vão desaprová-los, como nas situações a seguir: 
 Eles podem recusar uma promoção porque temem que colegas de trabalho vão criticá-los. 
 Eles podem evitar reuniões. 
 Eles evitam fazer novos amigos a menos que tenham certeza de que serão aprovados. 
 Presença de um complexo de inferioridade 
Esses pacientes pressupõem que as pessoas serão críticas e vão desaprová-los até que passem por testes rigorosos 
provando o contrário. Assim, antes de ingressar em um grupo e formar um relacionamento íntimo, pacientes com 
esse transtorno exigem garantias repetidas de suporte aceitação acrítica. 
 Anseiam por interação social, mas temem colocar seu bem-estar nas mãos dos outros. Como esses pacientes 
limitam suas interações com as pessoas, eles tendem a ser relativamente isolados e não têm uma rede social 
que possa ajudá-los quando precisam. 
 Esses pacientes são muito sensíveis a qualquer coisa ligeiramente crítica, desaprovação ou ridicularização 
porque pensam constantemente sobre serem criticados ou rejeitados por outros. Eles estão atentos a qualquer 
sinal de resposta negativa a eles. Sua aparência tensa e ansiosa pode provocar zombaria ou ridicularização, 
parecendo assim confirmar suas autodúvidas. 
 Baixa autoestima e um senso de inadequação inibem esses pacientes em situações sociais, especialmente as 
novas. Interações com novas pessoas são inibidas porque os pacientes se consideram socialmente ineptos, 
desagradáveis e inferiores aos outros. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028038_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtorno-obsessivo-compulsivo-e-transtornos-relacionados/transtorno-obsessivo-compulsivo
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/ataques-e-transtorno-de-p%C3%A2nico
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/fobia-social
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-dependente-tpd
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline-tpb
12 
 Eles tendem a ser quietos e tímidos e tentar desaparecer porque acham que se disserem alguma coisa, os 
outros dirão que isso está errado. Eles relutam em falar sobre si mesmos temendo ridicularização ou 
humilhação. Eles temem que irão ruborizar ou chorar quando forem criticados. 
 São muito relutantes em assumir riscos pessoais ou participar de novas atividades por razões semelhantes. 
Nesses casos, eles tendem a exagerar os perigos e usar sintomas mínimos ou outros problemas para explicar 
seu lado esquivo. Eles podem preferir um estilo de vida limitado por causa da sua necessidade de segurança 
e certeza. 
DIAGNÓSTICO 
Para o diagnóstico do transtorno de personalidade esquiva, os pacientes devem ter 
 Padrão persistente de esquiva de contato social, sentirem-se inadequados e serem hipersensíveis a críticas 
e rejeição. Esse padrão é caracterizado pela presença de ≥ 4 dos seguintes: 
 Esquiva de atividades relacionadas ao trabalho que envolvam contato interpessoal porque temem que serão 
criticados ou rejeitados ou que as pessoas vão desaprová-los 
 Falta de vontade para se envolverem com as pessoas, a menos que tenham certeza de que são amados 
 Reserva em relacionamentos íntimos porque temem o ridículo ou a humilhação 
 Preocupação em serem criticados ou rejeitados em situações sociais 
 Inibição em novas situações sociais porque se sentem inadequados 
 Um visão do eu como socialmente incompetente, desagradável ou inferior aos outros 
 Relutância em assumir riscos pessoais ou participar de qualquer nova atividade porque podem ficar 
constrangidos 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno de personalidade esquiva deve ser diferenciado dos 2 transtornos a seguir: 
 Fobia social : as diferenças entre fobia social e transtorno de personalidade esquiva são sutis. O transtorno 
de personalidade esquiva envolve ansiedade e esquivamais generalizadas do que a fobia social, que muitas 
vezes é específica para situações que podem resultar em constrangimento em público (p. ex., falar em público, 
encenar no palco). Mas a fobia social pode envolver um padrão de esquiva mais amplo e, assim, pode ser 
difícil de distinguir. Os 2 transtornos frequentemente ocorrem juntos. 
 Transtorno de personalidade esquizoide : ambos os transtornos são caracterizados por isolamento social. 
Entretanto, pacientes com transtorno de personalidade esquizoide se isolam porque eles não tem interesse 
nos outros, enquanto aqueles com transtorno de personalidade esquiva se isolam porque são hipersensíveis à 
possível rejeição ou críticas de outros. 
Tratamento 
 Terapia cognitivo-comportamental focada nas habilidades sociais; Psicoterapia de suporte; Psicoterapia 
psicodinâmica; Ansiolíticos e antidepressivos 
PACIENTES COM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIVA MUITAS VEZES EVITAM O 
TRATAMENTO. 
Pacientes com transtorno de personalidade esquiva se beneficiam de: 
 Terapias individuais que são solidárias e sensíveis às hipersensibidades do paciente em relação aos outros 
 Psicoterapia psicodinâmica, que focalize os conflitos subjacentes, pode ser útil. 
O tratamento medicamentoso eficaz inclui inibidores seletivos de recaptação de serotonina ( ISRSs); ansiolíticos , 
que ajudam a reduzir a ansiedade o suficiente para permitir que os pacientes se exponham a novas situações sociais; 
e inibidores da monoaminoxidase ( IMAOs). 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/fobia-social
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-esquizoide-tpe
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413030_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/transtorno-de-ansiedade-generalizado-tag#v1025320_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413109_pt
13 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA 
 Informações sobre as causas do transtorno de personalidade dependente são limitadas. Considera-se que 
fatores culturais, experiências precoces negativas e vulnerabilidades biológicas associadas com ansiedade 
contribuam para o desenvolvimento do transtorno de personalidade dependente. Traços familiares como 
submissão, insegurança e comportamento discreto também podem contribuir. 
 O transtorno da personalidade dependente é mais comum em mulheres do que em homens 
SINAIS E SINTOMAS 
 Não acham que possam cuidar de si mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer outras pessoas 
cuidarem deles. 
 Exigem muita reafirmação e aconselhamento ao tomar decisões comuns. Eles muitas vezes deixam que 
outros, frequentemente uma única pessoa, assumam a responsabilidade por muitos aspectos de suas vidas. 
Por exemplo, eles podem depender do cônjuge para dize o que vestir, que tipo de trabalho procurar e com 
quem se associar. 
 Se consideram inferiores e tendem a menosprezar suas habilidades; eles tomam qualquer crítica ou 
desaprovação como prova de sua incompetência, minando ainda mais a sua confiança. 
 É difícil que eles expressem desacordo com os outros porque temem perder suporte ou aprovação. Eles 
podem concordar com algo que sabem que é errado, em vez de correr o risco de perder a ajuda dos outros. 
Mesmo quando a irritação é adequada, eles não ficam com raiva de amigos e colegas de trabalho por medo 
de perder seu apoio. 
 Evitam tarefas que exijam assumir responsabilidade. Eles se apresentam como incompetentes e precisando 
de ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma pessoa competente está 
supervisionando e aprovando-os, esses pacientes tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não 
querem parecer muito competentes para que não sejam abandonados. 
 Fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas desagradáveis, submeter-se a exigências 
descabidas, tolerar abuso físico, sexual ou emocional). Estar sozinho faz com que se sintam extremamente 
desconfortáveis ou com medo porque temem que não possam cuidar de si mesmos. 
 Tendem a interagir socialmente somente com algumas pessoas das quais dependem. Quando um 
relacionamento íntimo termina, os pacientes com esse transtorno tentam imediatamente encontrar um 
substituto. Por causa de sua necessidade desesperada de ser cuidado, eles não discriminam ao escolher um 
substituto. 
DIAGNÓSTICO 
Para o diagnóstico do transtorno de personalidade dependente, os pacientes devem ter 
Necessidade persistente e excessiva de serem cuidados, resultando em submissão e apego. Essa necessidade 
persistente manifesta-se pela presença de ≥ 5 dos seguintes: 
Dificuldade em tomar decisões diárias sem uma quantidade excessiva de conselhos e asseguramento por outras 
pessoas 
Necessidade de fazer com que outros sejam responsáveis por muitos aspectos importantes das suas vidas 
Dificuldade para expressar discordância com os outros porque eles temem perder suporte ou aprovação 
Dificuldade para iniciar projetos por conta própria porque eles não estão confiantes em seu julgamento e/ou 
habilidades (não porque não têm motivação ou energia) 
Disposição de fazer tudo (p. ex., realizar tarefas desagradáveis) para obter o apoio de outros 
Sentimentos de desconforto ou desamparo quando estão sozinhos porque temem não poderem cuidar de si 
mesmos 
14 
Necessidade urgente de estabelecer um novo relacionamento com alguém que fornecerá cuidados e suporte 
quando um relacionamento íntimo termina 
Preocupação irrealista com medo de serem abandonados para cuidar de si mesmos 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Transtorno de personalidade borderline : Pacientes com transtorno de personalidade borderline, 
diferentemente daqueles com transtorno de personalidade dependente, vacilam entre submissão e 
hostilidade raivosa. 
 Transtorno de personalidade esquiva : Pacientes com transtorno de personalidade esquiva se afastam até 
que tenham certeza de que eles serão aceitos sem críticas; em comparação, aqueles com transtorno de 
personalidade dependente procuram e tentam manter relacionamentos com os outros. 
 Transtorno de personalidade histriônica : pacientes com esse transtorno buscam atenção em vez de 
asseguramento (como fazem aqueles com transtorno de personalidade dependente), mas eles são mais 
desinibidos. Eles são mais exuberantes e buscam ativamente atenção; aqueles com transtorno de 
personalidade dependente são discretos e tímidos. 
TRATAMENTO 
 Psicoterapia psicodinâmica e terapia cognitivo-comportamental que foquem no exame dos medos de 
independência e dificuldades com assertividade podem ajudar os pacientes com transtorno de 
personalidade dependente. Os médicos devem ter cuidado para não promover a dependência no 
relacionamento terapêutico. 
 Têm níveis elevados de ansiedade de separação podem ser beneficiados do uso de imipramina. 
Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos também foram úteis. Caso a depressão de um paciente ou os 
sintomas de abstinência reajam a psicoestimulantes, eles podem ser usados. 
 Benzodiazepínicos não são usados porque pacientes com transtorno de personalidade dependente têm 
maior risco dependência de drogas. 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA 
 é caracterizado por constrição emocional, organização, perseverança, teimosia e indecisão. 
 A característica essencial do transtorno é um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. 
 EPIDEMIOLOGIA 
 O DSM-5 relata uma prevalência estimada de 2 a 8%. O transtorno é mais comum em homens do que em mulheres e é diagnosticado com maior frequência em 
irmãos mais velhos. 
 Também é mais observado em parentes biológicos em primeiro grau de pessoas com o transtorno do que na 
população em geral. 
DIAGNÓSTICO 
Em entrevistas, pacientes com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva podem ter uma atitude formal, 
rígida, distante. Seu afeto não é embotado nem plano, mas pode ser descrito como constrito. Não demonstram 
espontaneidade, e seu humor costuma ser sério. 
Os mecanismos de defesa que usam são racionalização, isolamento, intelectualização, formação reativa e anulação. 
15 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 PARA TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-
COMPULSIVA 
Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de 
flexibilidade, abertura e eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme 
indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: 
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de o objetivo principal 
da atividade ser perdido. 
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (p. ex., não consegue completar um projeto 
porque seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são atingidos). 
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades (não 
explicado por uma óbvia necessidade financeira). 
 4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores 
(não explicado por identificação cultural ou religiosa). 
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm valor sentimental. 
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à sua forma exata de 
fazer as coisas. 
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado 
para futuras catástrofes. 
8. Exibe rigidez e teimosia 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 Pessoas com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva são obcecadas por regras, regulamentos, método, 
limpeza, organização, detalhes e desejo de alcançar a perfeição. Esses traços explicam a constrição geral de toda 
a personalidade. Elas insistem em que as regras devem ser seguidas de forma rígida e não conseguem tolerar o 
que consideram infrações. Correspondentemente, não apresentam flexibilidade e são intolerantes 
 Como temem cometer erros, são indecisos e ruminam as tomadas de decisão. Embora um casamento estável e 
adequação profissional sejam comuns, indivíduos com o transtorno têm poucos amigos. Qualquer coisa que 
ameace a estabilidade percebida de sua rotina pode precipitar muita ansiedade que, de outra forma, está ligada 
aos rituais que impõem às suas vidas e tentam impor aos outros 
TRATAMENTO 
 Os pacientes com esse transtorno costumam estar cientes de seu sofrimento e buscam tratamento sozinhos 
 O tratamento, no entanto, costuma ser prolongado e complexo, e problemas de contratransferência são 
frequentes. Terapia de grupo e terapia comportamental eventualmente oferecem certas vantagens. 
 Clonazepam, um benzodiazepínico com uso anticonvulsivante, reduziu os sintomas em pacientes com 
transtorno obsessivo-compulsivo 
 Clomipramina e agentes serotonérgicos como fluoxetina, normalmente em dosagens de 60 a 80 mg ao dia, 
podem ser úteis se sinais e sintomas obsessivo-compulsivos se manifestarem 
 
REFERÊNCIAS 
COMPENDIO DE PSIQUIATRIA 11ª edição

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