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Cinema Mudo

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Cinema Mudo
 
O cinema mudo é a forma de fazer cinema que demarcou o começo da narração por meio das imagens
em movimento. Apesar de hoje em dia algumas pessoas julgarem essa estética como um momento
“inferior” ou mais pobre do cinema, os filmes sem som e diálogos foram uma inovação muito importante,
com características específicas para funcionar como história, sendo adorados pelo público da época.
Veja como foi esse momento histórico da sétima arte:
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O que é o cinema mudo
Durante muito tempo, inventores e produtores cinematográficos buscaram unir de forma sincronizada
imagem e som, mas nenhuma técnica deu certo até a década de 1920. Em 1926, a Warner Brothers
introduziu o sistema de som Vitaphone e, no ano seguinte, lançou o filme “The Jazz Singer”, em que,
pela primeira vez na história do cinema, havia diálogos e canções sincronizados às imagens – ainda que
intercalados a trechos sem som.
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construção da sua linguagem. O cinema relata os grandes acontecimentos da história da humanidade.
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Finalmente, em 1928, o filme “The Lights of New York” (também da Warner) foi o primeiro filme com som
totalmente sincronizado. A partir do final de 1929, o cinema de Hollywood já era quase totalmente falado,
porém, no restante do mundo, essa transição foi mais lenta, devido principalmente a razões econômicas.
Pode-se pensar hoje, dentro do costume de ver e ouvir de forma simultânea, que a carência sonora
poderia despertar no público uma ânsia por ouvir o que se assistia. Mas isso não ocorria – até por ser
uma linguagem pensada especialmente para funcionar exatamente assim, sem som. Inclusive, quando o
som surgiu no cinema, houve protesto de muitos cineastas. Além disso, atores e atrizes perderam seus
trabalhos por não ter uma voz adequada e os críticos consideravam a introdução da voz um “retrocesso”
às formas teatrais.
https://www.todoestudo.com.br/artes/historia-do-cinema
https://www.todoestudo.com.br/artes/teatro-do-oprimido
https://www.todoestudo.com.br/artes/cinema-novo
2/5
O empenho maior para o advento do som vinha das produtoras, que visavam (e visam até hoje) a
questão mercadológica e atiçavam a curiosidade do público para as sessões sonoras. Porém, o cinema
mudo foi uma época do cinema. Um momento em que a linguagem cinematográfica era construída
unicamente por meio da imagem em movimento. A narrativa era organizada como um modo de discurso
que unia a encenação a cartões que traziam escrito algo importante para o desenrolar da narrativa do
filme.
Porém, vale enfatizar que já havia uma noção de planos e enquadramentos bem amadurecida e em
plena expansão criativa, até para que a história pudesse ser claramente apresentada ao público,
desenvolvendo suas próprias características.
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No vídeo a seguir você pode se aprofundar mais um pouco no assunto.
https://youtu.be/Y-mJuTxf05I
Para explicar o assunto, o canal “Espaço fora da tela” se utiliza de trechos de filmes representativos do
cinema mudo, facilitando a compreensão de suas características – sobre as quais você também pode ler
abaixo.
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Características do cinema mudo
Jacques Aumont e Michel Marie afirmam, no Dicionário teórico e crítico de Cinema (2010), que o cinema
mudo “é uma forma de arte diferente do cinema falado. A ausência de falas audíveis caminha com o
desenvolvimento de procedimentos visuais que o cinema falado utiliza pouco ou nunca”. Veja, então,
algumas características próprias que essa época da sétima arte fixou em suas narrativas:
Preocupação íntegra do aspecto visual, ou mise-en-scène
https://youtu.be/Y-mJuTxf05I
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Na escrita ou na oralidade pode-se usar de diversas palavras para deixar claro para o receptor as
sensações que querem ser passadas. Na forma visual, isso é mais complexo. Por isso, um empenho
maior em construir cenários que definam bem os espaços, assim como o posicionamento da câmera, a
distância entre os atores e objetos, e o gestual das atuações, recebiam uma preocupação especial, para
a compreensão do espectador.
Esse aspecto da produção cinematográfica (e teatral), é chamado mise-en-scène. Ou seja, o arranjo do
palco e atores em cenas visando, com isso, contribuir com uma narrativa.
Expressividade gestual e mímicas no trabalho de atores e atrizes
Como explicado anteriormente, o cinema mudo só teria a imagem e alguns letreiros para se comunicar
com o espectador (modo que também será chamado de “cinema puro”, quando, mesmo com a
possibilidade de diálogo e som, ainda assim priorizavam a comunicação imagética). Por isso, as
expressões dos atores eram de extrema importância para passar as emoções que a narrativa pedia. O
exagero era importante. Para o cinema de hoje esse excesso é por vezes visto de forma negativa, como
“overacting” – ainda que, em certos tipos de filmes essa abordagem seja mais aceita que em outros. O
curioso aqui é que o que antes era primordial, atualmente é visto por algumas vertentes
cinematográficas como algo a ser evitado.
O close
O primeiro plano (ou close) é um enquadramento em que a câmera registra somente uma parte
importante da imagem. É mais comum acontecer quando se foca somente o rosto de um personagem.
Porém, também pode acontecer para focar em objetos ou qualquer outro elemento importante para a
narrativa. Embora alguns livros citem que o primeiro close no cinema está em “O nascimento de uma
nação”, de 1915, sabe-se que em 1901, o curta “The little doctor and the sick kitten”, já havia utilizado
dessa técnica (confirmando que a periodização da história do cinema é sempre problemática). Essa
técnica era utilizada para dar ênfase as emoções dos personagens e a outros detalhes da trama.
Há ainda outras características estéticas importantes, como a montagem paralela (quando as cenas se
alternam entre duas ações ocorridas ao mesmo tempo), o corte analítico (corte de um plano aberto para
um pleno bem mais fechado, como forma de fragmentar a percepção do espectador) e o jogo entre “fade
in” e “fade out”. Diversas dessas características podem ser facilmente percebidas nas obras a seguir,
que marcaram essa época.
Filmes do cinema mudo
Tem-se acesso hoje a uma quantidade considerável de filmes da época de ouro do cinema mudo. Com a
digitalização como nova maneira de armazenamento e restauração, essas obras podem ser mantidas
pela eternidade. Ainda assim, é muito provável que vários longas tenham se perdido no tempo, visto que
o número de produções foi elevado a época e as tecnologias para armazenamento e guarda de tais itens
ainda não era tão desenvolvida.
Muitos filmes dessa época se tornaram verdadeiros clássicos da história do cinema e seguem
exemplares tanto de entretenimento, quanto da compreensão da linguagem cinematográfica. Seguem
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alguns deles:
Intolerância (1916), de D. W. Griffith
D. W. Griffith é um dos nomes mais conhecidos do cinema mudo e da formação da linguagem
cinematográfica. Infelizmente, seu filme “O nascimento de uma nação” (1915) traz uma história
discriminatória contra os negros e já recebia essa denúncia na época. Como forma de se redimir, fez o
filme Intolerância, no ano seguinte, agora com uma ficção que denuncia o racismo. O filme narra quatro
histórias, cada qual em um período sob um determinado ponto de vista. Todas elas trazem um contexto
violento para mostrar a “intolerância” contra os inferiorizados.
O encouraçado Potemkin (1925), de Serguei Eisenstein
Uma das cenas mais famosas do cinema está neste filme soviético: o trecho da escadaria de Odessa
onde uma batalha se trava e a montagem (cortes de uma imagem para outra) mostra imagens de horror.
O filme é o principal exemplar da escola soviética de montadores, que revolucionou o cinema enquanto
linguagem. Praticamente todas as novastécnicas usadas no filme são importantes até hoje. Em sua
história, o filme traz o protesto da classe de marinheiros que começa uma rebelião por estarem sendo
alimentados com carne podre em alto mar. A revolução que começa no navio se estende até a cidade
portuária de Odessa.
Ben-hur (1925), de Fred Niblo, Charles Brabin e J.J. Cohn
Se alguns filmes estão à frente do seu tempo pela crítica que constrói em suas histórias, essa versão da
década de 20 se sobressai pelos efeitos alcançados em tão pouco tempo de cinema. Em algumas
cenas, é possível ver alguns pigmentos coloridos, antes do que viria ser a técnica de coloração chamada
de Technocolor. Além disso, movimentos de câmera não muito comuns, dado que o equipamento da
época era grande e pesado, foram utilizadas nos momentos de mais ação do filme. Em sua narrativa,
Ben-hur busca vingança após ser preso por um ex-amigo, em uma jornada épica lutando por si e para
defender sua família.
Metrópolis (1927), de Fritz Lang
Um filme atemporal, pois sua crítica cabe até os dias de hoje. Neste filme alemão, o diretor austríaco
traz dois universos: um onde trabalhadores são explorados por máquinas e vivem na miséria, e outro,
onde homens ricos e poderosos desfrutam de sua soberania e privilégio. A intriga se dá em uma paixão
que surge entre duas pessoas, cada qual de um lado desses mundos. Interessante notar que os atores
foram conduzidos a se movimentarem como robôs, em alguns momentos do filme, para enfatizar a
crítica de exploração e alienação do sistema de trabalho. Curiosamente, a obra não fez muito sucesso
na época e, na Argentina, em 2008, foram encontrados mais 30 minutos de metragem, que depois foi
anexado ao material antigo e teve sua segunda estreia mundial nos cinemas, em 2010.
Um homem com uma câmera (1929), de Dziga Vertov
Com um título que simplesmente resume todo o filme, este documentário é uma experiência
cinematográfica, em que o diretor russo Dziga Vertov registra, do dia até o anoitecer, o movimento
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urbano de uma cidade da União Soviética em 1929. No próprio letreiro do filme, que antecede o seu
início, afirma tratar-se de “uma obra experimental que foi feita com a intenção de criar uma linguagem
absolutamente cinematográfica”, sem semelhança com as outras manifestações artísticas da época. O
que surpreende no filme são alguns posicionamentos de câmera, conquistadas sem muito recurso, mas
com uma precisão de enquadramento que fascina.
Luzes da Cidade (1931), de Charles Chaplin
Chaplin foi um dos cineastas resistentes ao cinema sonoro. E na época da produção de Luzes da
Cidade já havia a possibilidade de fazê-lo de forma sonora. Ainda assim, Luzes da Cidade foi sucesso
de bilheteria e de crítica. Em seu enredo, traz a história de um morador de rua (trazido, no filme, com o
termo “vagabundo”) que começa uma relação afetuosa com uma florista cega que pensa que ele é, na
verdade, um homem rico. Sabendo que a moça corre o risco de ser expulsa de sua moradia devido ao
atraso de aluguel, ele busca formas de conseguir dinheiro para ajudá-la. Mas, tudo parece se resolver
quando um milionário é salvo pelo rapaz e doa para ele um bom valor em dinheiro. Sem titubear, ele
repassa o valor para a florista pagar o aluguel e fazer uma cirurgia para voltar a enxergar. Como será a
reação da moça quando vir que ele é um “vagabundo”? Essa é uma das diversas intrigas do filme, em
que Chaplin mais uma vez traz as questões da classe trabalhadora e da desigualdade, com um humor
bem demarcado pelo seu estilo e um romantismo leve.
O Artista (2011), de Michel Hazanavicius
Como explicado anteriormente, o cinema mudo foi uma estética que surgiu em um determinado
momento da história, mas que não desapareceu. “O Artista”, de 2011, é um exemplar de longa não
sonoros que arrebenta as barreiras da história e nasce, enquanto cinema mudo, na contemporaneidade,
mostrando que essa é uma estética que ainda pode ser muito aproveitada artisticamente. Ou seja, o
cinema mudo não está datado, ele está vivo. Com ese filme, Michel Hazanavicius realizou seu grande
desejo de se fazer um filme mudo no mundo contemporâneo, contando a história de um ator em
declínio, que se apaixona por uma atriz em ascensão, no contexto em que o advento do som faz com
alguns artistas perderem seu espaço e outros se firmarem no universo cinematográfico.
Muito se falou aqui sobre a expressividade e gestos dos atores no período do cinema mudo. Então
aproveite e veja sobre o teatro grego, o que enriquecerá o seu conhecimento sobre essa arte.
https://www.todoestudo.com.br/artes/o-teatro-grego

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