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F R E N T E 1 61 Considerando V como verdadeira e F como falsa, as armações I, II e III são, respectivamente, A V, V e V. b F, F e F. C V, F e V. d F, V e F. e F, V e V. 39 UFRJ Duas mesas de 0,80 m de altura estão apoiadas sobre um piso horizontal, como mostra a figura a se- guir. Duas pequenas esferas iniciam o seu movimento simultaneamente do topo da mesa: 1) a primeira, da mesa esquerda, é lançada com velocidade V 0 na di- reção horizontal, apontando para a outra esfera, com módulo igual a 4 m/s; 2) a segunda, da mesa da direi- ta, cai em queda livre. Sabendo que elas se chocam no momento em que tocam o chão, determine: a) o tempo de queda das esferas. b) a distância x horizontal entre os pontos iniciais do movimento. 0,80 m V0 x 40 Mackenzie 2017 Um míssil AX100 é lançado obli- quamente, com velocidade de 800 m/s, formando um ângulo de 30,0° com a direção horizontal. No mesmo instante, de um ponto situado a 12,0 km do ponto de lançamento do míssil, no mesmo plano horizontal, é lançado um projétil caça míssil, verti- calmente para cima, com o objetivo de interceptar o míssil AX100. A velocidade inicial de lançamento do projétil caça míssil, para ocorrer a interceptação desejada, é de A 960 m/s b 480 m/s C 400 m/s d 500 m/s e 900 m/s 41 FEI (Adapt.) Num exercício de tiro ao prato, um prato é lançado verticalmente de um ponto P. Simul- taneamente, uma arma é disparada de um ponto A, situado na mesma horizontal de P, à distância s = 24 m dele. Depois de 2 s, o projétil atinge o prato numa altura h = 12 m. Dado: g = 10 m/s 2 . θ h A s P v 0 Desprezando os efeitos do ar, determine: a) o módulo da velocidade inicial ( 0 ) do projétil. b) o ângulo q que o cano da arma deve fazer com a horizontal. 42 Fuvest Um motociclista de motocross move-se com velocidade v = 10 m/s, sobre uma superfície plana, até atingir uma rampa (em A), inclinada a 45° com a hori- zontal, como indicado na figura. A H D g v 45° A trajetória do motociclista deverá atingir novamente a rampa a uma distância horizontal D (D = H), do ponto A, aproximadamente igual a: A 20 m b 15 m C 10 m d 7,5 m e 5 m 43 Cesgranrio Na superfície horizontal do patamar supe- rior de uma escada, uma esfera de massa 10 g rola de um ponto A para um ponto B, projetando-se no ar a partir deste ponto para os degraus inferiores. Cada degrau tem altura de 20 cm e largura de 30 cm. 20 cm 30 cm BA Considerando-se desprezível a resistência do ar e g = 10 m/s 2 , a velocidade mínima que a esfera deve ter ao passar pelo ponto B, para não tocar no pri- meiro degrau logo abaixo, é, em m/s, igual a: A 0,6 b 0,8 C 1,0 d 1,2 e 1,5 FÍSICA Capítulo 7 Lançamento oblíquo no vácuo62 Parábola de segurança Para analisarmos este aspecto muito interessante do lançamento de projé- teis, tomemos um corpo que é arremessado com velocidade sempre igual a v0 a partir do mesmo ponto, variando somente o ângulo de lançamentoq. Podemos tomar como exemplo um canhão que sempre dispara projéteis com a mesma velocidade. A água utilizada para apagar incêndios também sai da mangueira com a mesma velocidade. Tanto o atirador quanto o bombeiro variam apenas o ângulo para atingir alvos diferentes. Se tomarmos ângulos diferentes de lançamento a partir da origem do sistema xOy, encontramos uma figura da seguinte forma: O x y Da figura, podemos observar que existe uma região limite, tal que um alvo fora dessa região jamais será atingido. Pode ser demonstrado que essa região é delimitada por uma parábola, chamada parábola de segurança. Observação: Não faz parte desse texto a demonstração de que essa região é uma parábola; vamos assumir isso como verdadeiro e deduzir a sua equação. A região envolvida pela curva é chamada zona de perigo e a região exterior à curva é chamada zona de segurança. A parábola de segurança tem propriedades muito interessantes: • se plotarmos todos os lançamentos a partir do ponto O, com uma mesma velocidade v0, apenas variando o ângulo de lançamento, verificamos que as trajetórias obtidas (parábolas) tangenciam a pa- rábola de segurança. zona de segurança zona de perigo O x y • se desejarmos lançar um projétil para atingir um determinado ponto, existem infinitas combinações de v0 e q que satisfarão essa necessi- dade. No entanto, a equação da parábola de segurança determina a menor velocidade de lançamento que possibilita o alvejamento. A equação geral de uma parábola é dada por: y = ax2 + bx + c Para a dedução da equação da parábola de segurança, precisamos conhecer três pontos: I. no lançamento a 45°, o alcance é máximo e a trajetória do projétil tangencia a parábola de segurança no ponto = =x A v gmáx 0 2 e y = 0. II. por simetria, também pertence à parábola o ponto = −x v g 0 2 e y = 0. III. no lançamento vertical (q = 90°), a altura é máxima e a trajetória do pro- jétil tangencia a parábola de segurança no ponto = =y h v 2gmáx 0 2 e x= 0. Como y = ax2 + bx + c, do ponto 0; v 2g 0 2 , temos: = ⋅ + ⋅ + ⇒ = v 2g a 0 b 0 c c v 2g 0 2 2 0 2 Pela simetria da parábola em relação ao eixo Oy, temos que b = 0. Logo, do ponto v g ; 00 2 , temos: = + + ⇒ = − 0 a v g 0 v g v 2g a g 2v 0 2 2 0 2 0 2 0 2 Então, a parábola de segurança tem sua equação dada por: = − ⋅ +y g 2v x v 2g 0 2 2 0 2 Podemos estudar um exemplo de aplicação: Exercício resolvido 5 Um bombeiro deseja apagar um incêndio de um prédio de 15 andares. Devido às proporções do in- cêndio, o bombeiro não pode se aproximar mais de 10 m da base do prédio. Sabendo que a mangueira lança o jato de água com velocidade não superior a 20 m/s, qual a maior altura que o jato de água atingi- rá ao longo do prédio? Desprezando a resistência do ar, a água percorre uma trajetória parabólica. Resolução: Sabemos que v0 = 20 m/s e que g = 10 m/s 2. A maior altura atingida pelo jato de água é aquela pertencente à parábola de segurança para x = 10 m. Da equação = − ⋅ +y g 2v x v 2g 0 2 2 0 2 , temos: = ⋅ ⋅ + ⋅ ⇒ = +h 10 2 20 10 20 2 10 h 1,25 20 2 2 2 Logo: h = 18,75 m Observação: Vale lembrar que esse problema seria de difícil resolução caso não utilizássemos esta ferramenta poderosa, que é a parábola de segurança. No entanto, esse conceito não será utilizado em nenhum de nossos exercícios. eTextos complementares F R E N T E 1 63 A linha de visada é paralela à trajetória do projétil? Em uma competição de tiro ao alvo, um atirador mira seu alvo através da linha de visada, geralmente sinalizada por uma marca na ponta da arma. O prolongamento dessa linha passa pelo alvo do tiro. Para tiros de longo alcance, devido à ação da aceleração da gravidade por um maior intervalo de tempo, é necessário utilizar o ajuste da alça de mira. Esse ajuste é realizado a partir do alcance de alça, que é o alcance registrado na alça de mira, presente em armas que efe tuam tiros a longas distâncias com precisão, como rifles e fuzis. Esse alcance compensa a ação da gravidade na trajetória do projétil. Assim, apesar de o atirador mirar de modo retilíneo, o cano da arma tem uma pequena inclinação ascen dente e realiza um lançamento oblíquo em vez de um lançamento retilíneo. Linha de visada Massa de mira Alça de mira Trajetória do projétil Resumindo Estudamos, neste capítulo, o lançamento de um corpo em que a direção de lançamento não é mais vertical, mas forma um ângulo com a direção horizontal (ou vertical). Para o desenvolvimento do estudo, foi necessário considerar desprezível a resistência do ar e assumir um campo gravitacional uniforme, ou seja, o vetor aceleração da gravidade a que ficará sujeito o corpo será sempre constante. É importante destacar que os conceitos utilizados no presente capítulo já foram objeto de estudo nos capítulos 2 e 3 (movimento uniforme e movimento uniformemente variado). Isso se dá porque o lançamento oblíquo, queé bidimensional, nada mais é do que a composição de dois movimentos unidi- mensionais: • MRUV na vertical, pois, nessa direção, o corpo estará sujeito à aceleração constante da gravidade. • MRU na horizontal, pois, nessa direção, o corpo estará livre de acelerações. As velocidades iniciais vertical e horizontal são obtidas a partir da decomposição da velocidade inicial do corpo em y e x, respectivamente. Consideramos, ao longo do estudo, um lançamento em que o corpo deixa e atinge pontos situados no mesmo nível. Desse modo, as equações válidas para o movimento oblíquo são: • movimento vertical: = ⋅ θ −y v sen t 1 2 gt 0 2 vy = v0 ⋅ sen q - gt ay = -g v 2 y = v 2 0 ⋅ sen 2 q - 2gDy • movimento horizontal: x = v0⋅cos q t vx = v0⋅cos q ax = 0 Dessas equações, podemos deduzir algumas relações importantes para o lançamento oblíquo: • tempo de subida: = ⋅ θ t v sen gs 0 • altura máxima: = ⋅ θ h v sen 2gmáx 0 2 2 • alcance máximo: =A v gmáx 0 2 • tempo total de movimento: = ⋅ θ T 2v sen g 0 • alcance: = ⋅ θ A v sen2 g 0 2 • equação da trajetória: = θ ⋅ − ⋅ θ ⋅y tg x g 2v cos x 0 2 2 2 Vale observar que o movimento resultante é uma parábola, em que a velocidade vetorial, que é a resultante das velocidades vertical e horizontal, é sempre tangente à trajetória. Além disso, a aceleração vetorial, que é a resultante das acelerações tangencial e centrípeta, é sempre igual ao vetor aceleração da gravidade. FÍSICA Capítulo 7 Lançamento oblíquo no vácuo64 Dado: Considere, quando necessário, g = 10 m/s 2 . 1 UFSC Suponha um bombardeiro voando horizontal- mente com velocidade vetorial constante. Em certo instante, uma bomba é solta do avião. Desprezando a resistência do ar, podemos afirmar que: I. a bomba cai verticalmente, para um observador na Terra. II. o movimento da bomba pode ser interpretado como sendo composto por dois movimentos: MRUV na vertical e MRU na horizontal. III. a bomba atingirá o solo exatamente abaixo do avião. IV. a bomba adquire uma aceleração vertical igual à aceleração da gravidade, g. Estão corretas: A II, III e IV. b II e IV. C II e III d I, II e IV. e todas. 2 UFMG Uma pessoa observa o movimento parabólico de uma pedra lançada horizontalmente com velocida- de v0. A pessoa poderia ver a pedra cair verticalmente se se deslocasse: A com velocidade v' = 2v0, paralela a v0 e no mesmo sentido. b com velocidade v' = v0, paralela a v0 e no sentido oposto. C com velocidade v' = v0, paralela a v0 e no mesmo sentido. d com velocidade v' = 2v0, paralela a v0 e no sentido oposto. e com velocidade v' = v0, em qualquer direção e em qualquer sentido. 3 UFPB Uma partícula é abandonada de uma altura h em relação ao solo. Durante a queda, além da aceleração da gravidade, essa partícula fica sujeita a uma acelera- ção horizontal constante devido a uma força horizontal que atua sobre a mesma. Nessas condições, a trajetó- ria da partícula está mais bem representada no gráfico: Quer saber mais? Sites • Simulação de lançamento oblíquo. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/sims/html/projectile-motion/latest/projectile-motion_pt_BR.html>. Acesso em: 08 set. 2020. • Análise biomecânica do salto em distância. UFABC. Disponível em: <http://pesquisa.ufabc.edu.br/bmclab/x/salto/fundamentos.html>. Acesso em: 08 set. 2020. Exercícios complementares A y x b y x C y x d y x e y x 4 UFMG Um corpo A é lançado horizontalmente de uma determinada altura. No mesmo instante, um outro cor- po B é solto em queda livre, a partir do repouso, dessa mesma altura, como mostra a figura. A B Sejam vA e vB os módulos das velocidades dos cor- pos A e B, respectivamente, imediatamente antes de tocarem o chão e tA e tB os tempos despendidos por cada corpo nesse percurso. Despreze os efeitos da resistência do ar. Nessas condições, pode-se armar que: A vA = vB e tA > tB b vA = vB e tA = tB C vA > vB e tA > tB d vA > vB e tA = tB