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F R E N T E 2 139 Regime A Regime B Planta de dia curto 2 4 h o ra s Planta de dia longo Regime C Período de luz Período escuro crítico Período escuro Período de luz Regime A Regime B Regime C Pode-se dizer que as plantas de dia curto oresceram: a no regime A e as de dia longo no regime C, apenas. b no regime B e as de dia longo nos regimes A e C, apenas. c nos regimes B e C e as de dia longo no regime A, apenas. d nos regimes B e C e as de dia longo no regime B, apenas. e no regime C e as de dia longo no regime C, apenas. A atuação do fitocromo Há duas formas de fitocromo: ativo e inativo. Quando o fitocromo ina- tivo é exposto à luz vermelha (presente durante o dia) converte-se em fitocromo ativo, predominando durante o dia. O fitocromo ativo pode ser novamente convertido em fitocromo inativo, com exposição prolongada à escuridão ou a uma faixa de luz vermelha com maior comprimento de onda (o chamado vermelho longo). Assim, durante a noite, acaba predominando o fitocromo inativo. O fitocromo ativo é denominado fitocromo F (de far red, termo da língua inglesa empregado para designar vermelho com comprimento de onda mais longo) e o fitocromo inativo é também conhecido como fitocromo R (do inglês red, que significa vermelho). Condição do fitocromo Período do dia Ativo (F) Claro Inativo (R) Escuro Formas de fitocromos e sua relação com o período do dia O fitocromo ativo tem efeito diferente, conforme o tipo de planta na qual está presente: em plantas de dia longo estimula a floração e em plantas de dia curto inibe a floração. Em períodos do ano que apresentam dias longos e noites curtas, a quantidade de fitocromo ativo é maior do que a de fitocromo inativo; nesse período, a floração em plantas de dia longo é estimulada, e a floração em plantas de dia curto é inibida. Nas estações com dias curtos e noites longas, a quantidade de fito- cromo ativo é menor do que a de inativo; dessa maneira, as plantas de dia curto não têm a floração inibida (florescem) e as plantas de dia longo não têm estímulo para a floração (não florescem). No entanto, caso haja a interrupção da escuridão em plantas de dia curto e noite longa, forma-se mais fitocromo ativo e é inibida a floração. Estação Quantidade de fitocromo ativo (atuante durante o dia) Tipo de planta Floração Dias longos/ noites curtas Maior PDL Estimulada Maior PDC Inibida Dias curtos/ noites longas Menor PDL Inibida Menor PDC Estimulada Aspectos envolvidos entre estações do ano, fitocromos e floração Fotoblastismo e vernalização Fotoblastismo é o efeito da luz sobre a germinação de sementes. Fo- toblastismo positivo é a germinação de sementes estimuladas pela luz; espécies que têm fotoblastismo negativo são as que apresentam a germinação inibida pela luz. O fotoblastismo também está relacionado à atuação de fitocromos. Essas duas modalidades têm grande importância na adaptação de plantas a ambientes específicos. Em florestas densas, chega pouca ou nenhuma luz ao solo; muitas das plantas apresentam fotoblastismo negativo. Já em pradarias, as sementes de gramíneas ficam expostas ao sol e se desenvolvem, pois têm fotoblastismo positivo. Assim, caso uma floresta seja derrubada, ocorre inicialmente o desenvol- vimento de gramíneas, cujas sementes são adaptadas à presença de luz. Para a recuperação da vegetação florestal, há a necessidade do crescimen- to de plantas pioneiras (mais adaptadas à claridade), que irão sombrear o solo e permitir a germinação de plantas adaptadas à menor exposição ao sol, chamadas secundárias e plantas de clímax. Nesse momento, há uma heterogeneidade maior na vegetação, já que vários tipos de hábitat foram criados. A complexidade de comunidades vegetais pode ser obser- vada nos diversos biomas do planeta, cada qual com suas peculiaridades. Colonizadoras Pioneiras Secundárias Clímax Clímax dinâmico Etapas da sucessão ecológica. Floresta tropical, ambiente com baixa intensidade luminosa no solo, e pradaria, com grande incidência solar. Texto complementar V e g g ie g re tz /M o rg u e fi le B o y h id in g in tr e e /M o rg u e fi le BIOLOGIA Capítulo 20 Movimentos vegetais e fotoperiodismo140 Vernalização é a indução de germinação ou floração por tempe- raturas baixas. Isso é adaptativo para plantas de regiões de clima temperado, com a primavera sucedendo o inverno rigoroso. Sem o estímulo da baixa temperatura, muitas plantas não florescem ou não apresentam germinação de suas sementes. A indução de sementes por baixas temperaturas pode ser realizada artificialmente, permitindo o cultivo de plantas procedentes de áreas de clima temperado em locais onde o inverno não é tão frio. Com isso, não só o cultivo torna-se possível, mas também é aumentada a produtividade É comum usar esse tipo de técnica com plantas de alho. Planta de alho, típica de clima frio. Movimentos vegetais Plantas apresentam três tipos fundamentais de movimentos realizados ao longo do seu desenvolvimento. Esses movi-mentos podem ser desencadeados por estímulos ambientais e permitem que o organismo se adapte de acordo com determinada situação. Dentre os movimentos vegetais, podem ser citados: y Tactismo: corresponde ao deslocamento do organismo (ou de algu- ma estrutura) em meio líquido Pode ser realizado segundo estímulos diferentes, como o quimiotactismo, que depende de substâncias químicas para ocorrer (caso do anterozoide que nada em direção à oosfera), e o fototactismo, quando o estímulo é a luz (caso de algas unicelulares que nadam em direção à luz). y Tropismo: é um movimento irreversível que depende da origem do estímulo e que envolve o crescimento de uma estrutura. Há quatro tipos principais de tropismos, classificados em função do estímulo que desencadeia sua ocorrência. Quimiotropismo: desencadeado por estímulo químico. Exemplos: raízes, que crescem em busca de água ou de nutrientes minerais no solo; tubo polínico, que cresce até o óvulo. – Tigmotropismo: determinado por estímulos mecânicos. Exemplos: trepadeira, estimulada pelo contato com um suporte no qual enrola seu caule; gavinhas, que se enrolam em um suporte, permitindo a sustentação da planta. – Gravitropismo: também é conhecido como geotropismo; se relacio- na com o estímulo da gravidade sobre as plantas. É determinado pela distribuição de auxina, transportada do ápice do caule em direção ao ápice da raiz Pode ser observado quando uma planta é colocada para se desenvolver deitada Pode ocorrer de duas formas: y Gravitropismo positivo: observado nas raízes, que crescem no mesmo sentido da gravidade. A concentração elevada de auxina inibe o crescimento, e a raiz cresce para baixo. y Gravitropismo negativo: observado no caule, que tem crescimen- to em sentido contrário ao da gravidade. A concentração elevada de auxina estimula o crescimento, e o caule cresce para cima. Fototropismo: ocorre com o estímulo luminoso É determinado pelo fluxo de auxina no caule e na raiz O hormônio se desloca no sentido contrário à presença de luz Pode ocorrer de duas formas: y Fototropismo positivo: observado no caule, que cresce em di- reção à luz, sendo que a curvatura formada é determinada pelo maior crescimento da parte não iluminada (onde a auxina acumula). y Fototropismo negativo: observado na raiz, que cresce na direção oposta à luz, sendo que a curvatura formada é determinada pelo maior crescimento da parte iluminada. Há ainda o heliotropismo, que tem como exemplo o girassol. Essa planta movimenta sua inflorescência acompanhando a movimentação do Sol. y Nastismo: também chamado de nastia, é um movimento reversível que não envolve deslocamento e que não depende da origem do estímulo. Podem ser descritas várias situações em que ocorre esse tipo de movimento, como: – Fotonastismo: ocorre no processo de abertura e fechamento dos estômatos, que envolve a disponibilidade de água no solo e a presença de claridade (independentemente do local de fonte). Acontece também durante a movimentaçãodas pétalas da flor onze-horas, que abre suas flores nas horas mais iluminadas do dia e as fecha quando a luz se torna mais fraca. Nictinastismo: tipo de movimento que envolve ciclos de repetição diários; acontece durante a movimentação das folhas de legumino- sas, como o feijão. Elas ficam levantadas durante o dia e abaixadas durante a noite, em decorrência do teor de água presente nos pulvinos (estruturas com teor variável de água, localizadas abaixo das folhas); quando as células da parte inferior dessa estrutura ganham água pela entrada de íons K+ (ficam túrgidas) e provocam a elevação das folhas; ao perder água, desencadeiam o abaixamento delas. – Seismonastismo: movimento que ocorre longe do ponto de origem do estímulo. Como exemplo, pode ser citada a planta conhecida como dormideira, ou sensitiva. Ela é dotada de folhas constituídas por vários folíolos, com pulvinos na base da folha e na base de cada um de seus folíolos. Variações na turgescência dessas estruturas permitem sua elevação ou seu abaixamento, sendo que um grande abalo em um ramo da planta pode provocar o fechamento de vários folíolos. – Tigmonastismo: movimento estimulado pelo contato com um animal, que possibilita a sua captura. Pode ser observado em plantas carnívoras como a Dionaea sp., que tem folhas com capacidade de abertura e de fechamento Fotoperiodismo Os seres vivos podem apresentar modificações diante das mudanças das estações O fotoperiodismo representa a resposta fisiológica dos orga nismos a determinados fotoperíodos; para as plantas, um dos estímulos mais importantes nas mudanças das estações é a variação no fotoperíodo (quantidade de horas diárias de iluminação): y Outono e inverno têm fotoperíodos curtos – dias curtos e noites longas. y Primavera e verão têm fotoperíodos longos – dias longos e noites curtas. Em muitas plantas, a floração (processo que converte gemas em flores) é estimulada por fotoperíodos específicos, sendo observados tipos de plantas diferentes em cada caso: y Plantas de dia longo (PDL): são estimuladas a florescer na primavera ou no verão, quando os dias são mais longos. Exemplos: espinafre e cravo. y Plantas de dia curto (PDC): são estimuladas a florescer no outono ou no inverno, estações com dias mais curtos. Exemplos: morango e café. y Plantas indiferentes: produzem flores em qualquer época do ano, independentemente do fotoperíodo. Exemplos: tomateiro, milho e arroz. Resumindo e a rl 5 3 /M o rg u e fi le F R E N T E 2 141 Determinação do tipo de planta em relação à floração Para determinar o tipo de planta em relação à floração (PDC ou PDL), é realizado o seguinte experimento: y 24 plantas de uma mesma espécie são expostas a fotoperíodos diferen- tes (cada uma ficará exposta à luminosidade por um número de horas distinto, de 1 a 24). Fotoperíodos mais prolongados podem ser obtidos com iluminação artificial em condições experimentais. y Um grupo vai florescer, e o outro não y O valor do fotoperíodo crítico corresponde ao valor inicial (em horas de iluminação) a partir do qual estão presentes as plantas que floresceram Seu valor só pode ser obtido experimentalmente; isoladamente, não permite identificar o tipo de planta. y A floração nas plantas do experimento acontecerá em situações dis- tintas, permitindo a determinação do tipo de planta: floração ocorre no fotoperíodo crítico ou em fotope ríodos me- nores = PDC; floração ocorre no fotoperíodo crítico e em fotoperíodos de maior duração = PDL. Atuação de fitocromos na floração y Fitocromos: – São pigmentos azulados (de natureza proteica) presentes em pe- quenas quantidades nas plantas. São estimulados pela luz vermelha, presente durante o dia Condição do fitocromo Período do dia Ativo (R) Claro Inativo (F) Escuro – Podem provocar alterações metabólicas que favorecem a formação de flores de acordo com o tipo de planta. Estação Quantidade de fitocromo ativo (atuante durante o dia) Tipo de planta Floração Dias longos/ noites curtas Maior PDL Estimulada Maior PDC Inibida Dias curtos/ noites longas Menor PDL Inibida Menor PDC Estimulada Atuação da escuridão como indutora de floração O estímulo para a floração é o tempo que a planta fica exposta à escuridão. Assim, as plantas podem seguir as modalidades: Plantas de dia curto = plantas de noite longa Precisam de longa exposição diária à escuridão para serem estimuladas à floração. Plantas de dia longo = plantas de noite curta Precisam de curto período de tempo expostas à escuridão para serem estimuladas à floração. A interrupção de períodos claros com momentos de exposição ao escuro não ocasiona a quebra do estímulo de floração nas plantas, mas a con- tinuidade dos períodos de escuro influencia a indução ao florescimento, dependendo do tipo de planta: y Plantas de noite longa (PDC): floração depende de longos períodos de escuro que não sejam interrompidos com claridade, mesmo que por alguns minutos. y Plantas de noite curta (PDL): floração acontece mesmo que o período de escuro seja interrompido com iluminação. Quer saber mais? Sites y Vídeo que faz uma demonstração de como as plantas respondem aos estímulos ambientais, considerando os aspectos do fototropismo. Disponível em: <https://www.youtube com/watch?v=ipxAf80jqw4> y Vídeos que apresentam o crescimento de plântulas, mostrando o geotropismo das raízes e o fototropismo do caule. Disponíveis em: <https://www youtube com/watch?v=w77zPAtVTuI> e <https://www youtube com/watch?v=sMK BKUYM0s> 1 UPF 2016 (Adapt.) As plantas são capazes de reagir a estímulos ambientais, produzindo movimentos. Entre os tipos de movimento, destacam-se os tropismos e os nastismos ou nastias. Considere as afirmativas abaixo sobre esses tipos de movimento vegetal, assi- nalando com V as verdadeiras e com F as falsas. J Tropismos resultam do crescimento de uma planta, ou parte dela, em resposta a um estímulo externo e dependem da posição do estímulo J Nastismos ocorrem em resposta a um estímulo ex- terno, mas o movimento independe da posição do fator estimulante. Exercícios complementares J As gavinhas das plantas que se enrolam em di- versos tipos de suporte apresentam um tipo de tropismo denominado gravitropismo. J Como exemplo de nastismo, pode-se citar as folhas de Mimosa pudica (sensitiva ou dorme-dorme), que se fecham quando são tocadas. J O crescimento diferencial de uma planta observado durante o fototropismo positivo resulta da ação do fitormônio giberelina sobre o alongamento celular. A sequência correta de cima para baixo, é: a V V F F V b V V F V F c F F V F V d V V F F F e F F V V F
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