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14/05/2024 Colibacilose Enterotoxemia* Isosporose* Rotavirose Salmonelose Coronarivose Profa. Cristiane Lopes Mazzinghy Disenteria Complexo enteropatia proliferativa dos suínos (ileítes) Úlceras gástricas Doenças gastrointestinais Diarreia: Fatores predisponentes Falhas no fornecimento do colostro o Não há transferência via placentária o Principal fonte de imunoglobulinas o Reserva gordura e glicogênio baixas ao nascer 14/05/2024 Fornecimento colostro: Diarreia: Fatores predisponentes Diarreia: fatores predisponentes Uso da maternidade no sistema contínuo ou sem o vazio sanitário adequado Má higiene da cela parideira no parto e durante a lactação Porca com glândula mamária suja de fezes no momento do parto e no período de lactação 14/05/2024 COLIBACILOSE Colibacilose Escherichia coli Família Enterobacteriacea Enterobactéria Bacilo Gram (-) Flagelos peritríqueos Fímbrias: Permite adesão e colonização Pili: plasmídeo resistência à antibiótico Várias cepas (patótipos) Cepa enterotoxigênica (ETEC): Toxinas LT (sensível calor) e ST (termoestável) Principais patógenos suinocultura Alta resistência aos agentes antimicrobianos 14/05/2024 Colibacilose Escherichia coli Cepa enterotoxigênica Fímbrias e enterotoxinas Diarreia neonatal Ausência defesas naturais: Barreira gástrica Receptores nos enterócitos (1°s dias após nascimento) Diarreia pós-desmame (15 a 20%) Sinais sistêmicos Colibacilose neonatal Patogenia perda de eletrólitos, necrose isquêmica atrofia de vilosidades 14/05/2024 Colibacilose Cadeia epidemiológica Fonte de infecção animal infectado Grau imunitário da fêmea Via de eliminação fezes Meio de transmissão Água e alimentos Fômites Vetores mecânicos Porta de entrada oral Colibacilose Diagnóstico Isolamento E. coli insuficiente Biotipificação de fímbrias e toxinas Soroaglutinação ELISA Imunofluorescência PCR 14/05/2024 Colibacilose Sinais clínicos Diarreia cremosa e /ou pastosa Colibacilose Prevenção ambiente seco e aquecido> leitões 14/05/2024 Colibacilose Prevenção limpeza, desinfecção > leitões Colibacilose Prevenção 14/05/2024 Colibacilose Tratamento Ideal antibiograma Doença do Edema Escherichia coli • Enterobactéria • Bacilo Gram (-) • Produzem toxinas • Várias cepas (patótipos) • Verotoxina-2e (VT2e) ou Shiga-Like Toxin IIe (SLT-IIe) •Toxina no endotélio de intestino, tecidos subcutâneos e encéfalo 14/05/2024 Toxi-infecção caracterizada pela ocorrência de disfunção neurológica, morte súbita e edemas Leitões entre 4 e 15 dias após o desmame Alta letalidade: 100% Doença do Edema Patogenia Doença do Edema Multiplicação (Verotoxina 2e) Absorção Toxina Injúria vascular sistêmica 14/05/2024 Sinais clínicos: • Dispneia • Edema de face • Incoordenação • Ataxia, apatia • Paralisia • Tremores, convulsões e movimentos de pedalagem em estágio final • Recuperação: Animais refugos Doença do Edema Prevenção • Falta de higiene da cela parideira o Má drenagem da urina e deficiente remoção das fezes da matriz o Atendimento ao parto com mãos sujas provocando ingestão de bactérias por um leitão que não mamou o Má higienização da matriz (vulva e tetos – parto) • Contaminação das baias por botas, vassouras e fômites de uma maneira geral • Alojamentos dos leitões me pisos frios • Cela parideira úmida • Vacinação: Matriz: 40 e 20 dias antes do parto, leitoas antes do primeiro parto Doença do Edema 14/05/2024 Tratamento ciprofloxacina, gentamicina, levofloxacin Doença do Edema Rotavirose 14/05/2024 Características do agente: Família: Reoviridae; Hospedeiros: animais e homem Rotavírus tipo A, B, C afetam suínos Forma intensiva: 2° semana Infecta porcas: proteção via colostro Atrofia de vilosidades e enterite Morbidade alta e mortalidade moderada Diarreira por Rotavírus Características do agente: Vírus sobrevive em fezes e resíduos; Resistência a muitos desinfetantes; Portadores assintomáticos Longos períodos no ambiente Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Epidemiologia - transmissão Ingestão de fezes, água e alimento contendo rotavírus; Vetores (moscas); Eliminado por fezes das porcas assintomáticas e leitões afetados; Alta quantidade de partículas virais nas fezes; (1 trilhão de partícula por grama de fezes) Diarreira por Rotavírus Cadeia Epidemiológica Fonte de infecção: Suínos infectados Via de eliminação: fezes Meio de transmissão: água, alimento e fezes contaminadas; Porta de entrada: oral Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Patogenia Diarreira por Rotavírus Jejuno Dissacaridases e enzimas Reduz absorção de Na e CL Má absorção (Diarreia e perda de eletrólitos) Regressão (4 dias a 2 semanas) Sinais clínicos Diarreia; Febre; Redução do apetite; Apatia; Vômitos ocasionais; Desidratação; Desequilíbrio eletrolítico Morte (20%) Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Diarreira por Rotavírus Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Diarreira por Rotavírus A gravidade depende: estirpe viral infectante; intensidade da infecção; faixa etária dos animais; condições imunológicas; fatores ambientais e manejo; envolvimento de outros enteropatógenos. Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Diagnóstico ELISA; Histopatológico Diarreira por Rotavírus Prevenção o Diarreira por Rotavírus 14/05/2024 Diarreira por Rotavírus Profilaxia Limpeza e desinfecção rigorosas das instalações, Glutaraldeído 2% iodopolvidona 1% amônia quaternária + álcool 40% + ácido clorídrico Não há como combater diretamente o vírus Diarreira por Rotavírus Tratamento Hidratação Antibióticos mediante infecções secundárias 14/05/2024 Agente • Família: Coronaviridae • Coronavírus • envelopado • Vírus RNA de fita simples • Doença rara no Brasil • Hospedeiros: suínos em qualquer fase de criação • Alta mortalidade: 100% em leitões nas primeiras semanas Gastroenterite transmissível Patogenia Sinais • diarreia aquosa • Vômitos • rápida desidratação • alta mortalidade em leitões Diagnóstico • ELISA Tratamento • Doença de notificação obrigatória Gastroenterite transmissível Semelhante ao Rotavírus 14/05/2024 Doença reemergente: resistência antibióticos Disenteria dos suínos Brachyspira hyodesinteriae e B. pilosicoli • Único reservatório natural sensível: suíno • Diarreia mucohemorrágica e “Colite espiroquetal suína” • Morbidade 37% a 90% e mortalidade 30% 14/05/2024 Doença reemergente: resistência antibióticos Agente etiológico Disenteria dos suínos Brachyspira hyodesinteriae e B. pilosicoli • Espiroqueta • Anaeróbico • intracelular obrigatório • Corado com corantes de anilina • Sensível: calor, secagem, PH ácido • Ambiente protegido: Fezes longos períodos Epidemiologia Suínos portadores naturais Roedores, aves, cães, moscas: reservatórios disseminadores Água e alimentos Disenteria dos suínos 14/05/2024 Epidemiologia VE: fezes PE: Via oral MT: contato direto, botas, roupas, alimentos, poças d’água Comercialização reprodutores (portadores assintomáticos) Porcas portadoras (leitões sem sinais até o desmame) Disenteria dos suínos Fatores predisponentes: Estressantes Superlotação Movimentação e mistura de animais Mudanças em rações: Ricas em energia e pouca fibra: Deficiência vit. E/Se Instalações úmidas e frias e falhas higienização: Maiores prejuízos Disenteria dos suínos 14/05/2024 Patogenia Disenteria dos suínos Hemolisina citotóxica Abundante formação de muco Emigração leucocitária fora de vasos Lesões catarrais inflamatórias Alterações circulatórias Edema de mucosa Hemorragia na mucosa com formação de fibrina Sinais clínicos Diarreia mucohemorrágica Anorexia sede intensa abdômen retraído emagrecimento: Atraso em crescimento e aumento índice de conversão febre Aumento linfonodos mesentéricos Disenteria dos suínos 14/05/2024 Sinais clínicos Colite e diarreia Disenteria dos suínos Diagnóstico Esfregaços de mucosas em microscópio de campo escuro Técnicas moleculares Elisa, imunodifusão, RIFI Imunohistoquímica Disenteria dos suínos 14/05/2024 Tratamento Medicação coletiva de todos os suínos da granja, com antibiótico eficiente, durante 3 a 4 semanas; Dimetridazol ou tiamulin: água ou ração Tilosina: 1 a 4 mg Kg/PV Disenteria dos suínos Profilaxia Limpeza diária das baias; Limpeza e desinfecção semanal das calhas; Caiação das baias vazias; Combate a roedores e insetos; Evitar a entrada de pessoas, veículos e outros animais à granja. Disenteria dos suínos 14/05/2024 Complexo enteropatia proliferativa dos suínos (ileítes) Complexo enteropatia proliferativa dos suínos Agente: Lawsonia intracellularis Bacilo curvo, Gram-positivo, intracelular obrigatório “Asa de gaivota” Animais: Recria, terminação e reposição Pode se tornar crônica: Prejuízos significativo Elevada prevalência 14/05/2024 Epidemiologia: PE: oral VE: fecal MT: contato direto e fômites Animais eliminam bilhões de bactérias por grama de fezes Enterócitos do íleo Complexo enteropatia proliferativa dos suínos Diferentes formas de apresentação Enterite proliferativa hemorrágica Enterite necróticaIleíte regionalAdenomatose intestinal proliferante Características > 5 meses 6 a 12 semanas 6 a 20 semanas6 a 20 semanas Idade de maior ocorrência Fezes escurecidas à sanguinolenta e amolecidas Palidez de carcaça Diarreia crônica Perda de peso Morte súbita Diarreia crônica Perda peso Moderados: atraso crescimento e anorexia. Com ou sem diarreia Sinais Mucosa do íleo e jejuno terminal espessada, congestionada e com úlceras, sangue no intestino grosso Mucosa recoberta por pseudomembrana necrótica (fibrinóide) Mucosa do íleo espessa e enrijecida Capa muscular espessada Mucosa íleo espessa Aspecto enrugado Lesões macroscópicas Complexo enteropatia proliferativa dos suínos 14/05/2024 Patogenia Vacúolo endocítico (multiplicação) rompimento Infecção de novas células Eliminação fezes Regressão: ileíte regional Necrótica: enterite necrótica Proliferação: Enterite proliferativa hemorrágica ou adenomatose proliferativa intestinal Complexo enteropatia proliferativa dos suínos Sinal: Enterite proliferativa dos suínos (ileíte) o Fezes sanguinolentas, morte rápida dos animais 14/05/2024 Histopatológico: Enterite proliferativa dos suínos (ileíte) o Enterite necrótica Necropsia: Enterite proliferativa dos suínos (ileíte) o Enterite necrótica 14/05/2024 Diagnóstico: Fragmentos intestinais fixados em formol para coloração colorações especiais (impregnação pela prata) Imuno-histoquímica técnicas diagnósticas ante mortem Sorologia: ELISA PCR Complexo enteropatia proliferativa dos suínos Diagnóstico: Complexo enteropatia proliferativa dos suínos 14/05/2024 TRATAMENTO Injetável: Tiamulina (20%) durante 3 dias consecutivos (10 mg/Kg P.V. dia). Água: Tilvalosina durante 5 dias (4,25 mg/Kg P.V. dia). Ração: Tilosina durante 14 dias. Depois do tratamento oral na água Complexo enteropatia proliferativa dos suínos Úlceras gástricas em suínos 14/05/2024 Úlceras gástricas em suínos Etiologia multifatorial: o Principal causa de morte súbita e esporádica de reprodutores o Recria e terminação o Fêmeas de descarte o Suíno de abate o Aumento incidência por intensificação sistema de criação Úlceras gástricas em suínos Ulceração do quadrilátero esofágico: doença gástrica Revestimento: epitélio escamoso estratificado Desprovido de células produtoras de muco- sem camada de muco Ausência mecanismo produtor de bicarbonato: Neutraliza ácido Região fúndica e cárdia: Sem alterações 14/05/2024 Úlceras gástricas em suínos Fatores relacionados com ocorrência: Outros NutriçãoManejo/ Instalações HereditariedadeGranulometria da raçãoTipo de confinamento Infecções concomitante Regime alimentarTamanho do rebanho Ração peletizada x fareladaMistura de animais Tipos de grãosManejo no transporte Ausência de fibras na dietaNutrição Deficiência Vit.E/Se Úlceras gástricas em suínos Sinais clínicos o palidez, fraqueza, respiração acelerada> anemia o Melena o Ulcerações extensas e profundas o Lesões crônicas: Estenose do cárdia> retardo no desenvolvimento o Morte súbita 14/05/2024 Úlceras gástricas em suínos Sinais clínicos Úlceras gástricas em suínos Diagnóstico presuntivo o Sinais o Análise macroscópica o Inspeção de análise de estômago de animais mortos Tratamento o AINE: Eficiência limitada o Leite+ Alimentos fibrosos 14/05/2024 SALMONELOSE Agente: • Enterobactéria da espécie Salmonella enterica • Trato digestório de animais e humanos • S. Choleraesuis (sorovar) • S. Thyphimurium (sorovar) • S. Enteritidis (sorovar): • Gram-negativas não esporuladas • Forma de bastonetes SALMONELOSE Agente: 14/05/2024 SALMONELOSE Agente: Características • Pode sobreviver meses no ambiente; • Resiste ao congelamento; • Sensível ao calor: > 70°C • temperatura de 35° C a 43° C • Tolerância ao sal • É sensível a luz solar e a maioria dos desinfetantes • Dose infectante: 10 5 a 10 8 células SALMONELOSE Epidemiologia • Leitões: cinco semanas a quatro meses; • Frequentes na recria e terminação • Morbidade: < 15% • Mortalidade: entre 4 a 6% • Rara em jovens: Proteção pelo colostro 14/05/2024 SALMONELOSE Epidemiologia • Leitões: cinco semanas a quatro meses; • Lotes provenientes de diferentes estabelecimentos determinam um fator de risco muito alto para a infecção dos indivíduos e contaminação do ambiente • Animais adultos portadores • Meios de transmissão: rações, ingredientes, lixo, vetores • Porta de entrada: oral A infecção por Salmonella possui um grande potencial de amplificação ao longo da cadeia produtiva, uma vez que os animais portadores podem excretar a bactéria e infectar os demais lotes de maneira silenciosa SALMONELOSE Patogenia de infecção: Depende de sorotipo • Depende de valores de adesão, invasão, citotoxicidade e resistência à fagócitos (bactéria intracelular facultativa- pode sobreviver dentro de células). •Sorotipo Typhimurium, na maioria dos casos, é restrito ao trato gastrointestinal e ocasiona enterocolite e diarreia. •Menos invasiva: Necessita n° maior bactérias- Sem predileção por segmento 14/05/2024 SALMONELOSE Patogenia de infecção: Depende de sorotipo • Sorotipo Choleraesuis: Forma mais grave • ultrapassa a barreira intestinal • tecidos linfoides secundários • Prefere íleo e colón (Placa de Peyer): mais invasiva • alcança a corrente sanguínea, causando septicemia em 48 a 72 horas, antes mesmo da ocorrência da diarréia. • Permanece em linfonodos do TGI e é excretada intermitentemente • Fator estressante: transporte ou reagrupamento Infecção sistêmica SALMONELOSE Sinais – Forma septicêmica (aguda) • Febre, dificuldade de locomoção, diarreia, áreas avermelhadas na pele • Morte em 1 a 4 dias após sinais • Recuperação é rara 14/05/2024 SALMONELOSE Achados de Necropsia • Gastroenterite hemorrágica com perda da mucosa do estômago e focos necróticos • esplenomegalia • presença de petéquias nos rins, bexiga e epiglote • focos pneumônicos purulentos e/ou caseosos com áreas hemorrágicas nos pulmões, coração com petéquias e excesso de líquido no saco pericárdico SALMONELOSE Sinais – Forma crônica • Queda e apetite, diarreia, fezes liquidas odor fétido, amarelo esverdeadas e sanguinolentas • Estrias de material necrótico • Perda progressiva de peso pela má absorção de nutrientes 14/05/2024 SALMONELOSE Achados de Necropsia Úlceras em botão no ceco. Fonte: Retiradodo site Suinocultura em foco. SALMONELOSE Sinais e achados de necropsia 14/05/2024 SALMONELOSE Sinais e achados de necropsia Prevenção Vacina • Viva atenuada: via oral nos leitões no primeiro dia de vida. • cepa não patogênica de S. Choleraesuis • reduzir a presença e difusão desse e de outros sorovares de Salmonella por ocasião do abate. • Estudos no Brasil • Diminuição de 77% entre animais não vacinados para 41% em vacinados SALMONELOSE 14/05/2024 Tratamento SALMONELOSE Soroprevalência alta? SALMONELOSE 14/05/2024 Soroprevalência alta? SALMONELOSE Soroprevalência alta? SALMONELOSE infectados Roedores, vetores 14/05/2024 Soroprevalência alta? SALMONELOSE infectados Roedores, vetores SALMONELOSE Risco de transmissão: Manejo 14/05/2024 Obrigada!!! Caso clínico Você é responsável técnico de uma granja de suínos de recria e terminação no estado de Santa Catarina. Pouco animais apresentaram morte súbita, outros animais apresentaram sinais de dor abdominal e quadro de diarreia hemorrágica de consistência líquida e pastosa, outros apresentam pouco ganho de peso e isso tem preocupado o produtor. Diante da situação, responda. a) Você suspeitaria de úlcera gástrica? Por que? b) Qual seria o principal agente suspeita baseando-se nas informações adquiridas na aula? Como se dá o desenvolvimento da lesão? c) Qual seria sua atitude para chegar a um diagnóstico? d) A doença em questão apresenta tratamento? O que você recomendaria?