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A seguir, discorra sobre o emprego desses tempos verbais, na interpretação do texto 10 Enem 2018 Disponível em: www.sul21..com.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado). Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo imperativo à A indicação de diversos canais de atendimento. divulgação do Centro de Defesa da Mulher. C informação sobre a duração da campanha. D apresentação dos diversos apoiadores. E utilização da imagem das três mulheres. 11 Fuvest 2021 Romance LIII ou Das Palavras Aéreas Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e, em tão rápida existência, tudo se forma e transforma! Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! (...) Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Perdão podíeis ter sido! sois madeira que se corta, — sois vinte degraus de escada, — sois um pedaço de corda... sois povo pelas janelas, cortejo, bandeiras, tropa... Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Éreis um sopro na aragem... sois um homem que se enforca! Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência. Ao substituir a pessoa verbal utilizada para se referir ao substantivo “palavras” pela 3a pessoa do plural, os verbos dos versos “sois de vento, ides no vento,” (v. 4) / “Perdão podíeis ter sido!” (v. 12)! / “Éreis um sopro na aragem ” (v 20) seriam conjugados conforme apre- sentado na alternativa: A são, vão, podiam, eram seriam, iriam, podiam, serão. C eram, foram, poderiam, seriam. D são, vão, poderiam, eram E eram, iriam, podiam, seriam 12 Quanto a mim, se “vos disser” que li o bilhete três ou quatro vezes, naquele dia, “acreditai-o”, que é verdade; se vos disser mais que o reli no dia seguinte, antes e de- pois do almoço, “podeis crê-lo”, é a realidade pura. Mas se vos disser a comoção que tive, “duvidai” um pouco da asserção, e “não a aceiteis” sem provas. Mudando o tratamento para a terceira pessoa do plu- ral, as expressões entre aspas, passam a ser: A lhes disser; acreditem-no; podem crê-lo; duvidem; não a aceitem. lhes disserem; acreditem-lo; podem crê-lo; duvi- dam; não a aceitem. C lhe disser; acreditam-no; podem crer-lhe; duvidam; não a aceitam. D lhe disserem; acreditam-no; possam crê-lo; duvi- dassem; não a aceiteis. E lhes disser, acreditem-o; podem crê-lo; duvidem; não lhe aceitem. 13 Leia o excerto a seguir. LXXII Uma reforma dramática [...] Desta maneira o espectador, por um, acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, porque os últimos atos explicariam o desfecho do primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor Machado de Assis. Dom Casmurro. Porto Alegre: L&PM, 1999. No último período do capítulo LXXII, “espectador” acaba sendo sujeito de dois verbos a) Quais são esses verbos? b) Em que modo e tempo se encontram os verbos? 14 O texto a seguir foi extraído de “O Globo”. Ano novo, uma vida nova Ano novo de eleições Olhemos a cidade As obras que beneficiam certas empresas trazem proveito à maioria da população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O político em quem votamos teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato? [...] Frei Betto. O Globo, 1 jan. 1998, p. 7. F R E N T E 1 115 Tendo em vista o contexto que envolve a frase “olhe- mos a cidade”, pode-se armar que o uso da forma verbal destacada expressa uma: A ordem. reflexão C sugestão. D certeza. E solicitação 15 UFRJ O texto a seguir está publicado em obra dedica da “aos milhares de famílias de brasileiros sem terra”. Levantados do chão Como então? Desgarrados da terra? Como assim? Levantados do chão? Como embaixo dos pés uma terra Como água escorrendo da mão? Como em sonho correr numa estrada? Deslizando no mesmo lugar? Como em sonho perder a passada E no oco da Terra tombar? Como então? Desgarrados da terra? Como assim? Levantados do chão? Ou na planta dos pés uma terra Como água na palma da mão? Habitar uma lama sem fundo? Como em cama de pó se deitar? Num balanço de rede sem rede Ver o mundo de pernas pro ar? Como assim? Levitante colono? Pasto aéreo? Celeste curral? Um rebanho nas nuvens? Mas como? Boi alado? Alazão sideral? Que esquisita lavoura! Mas como? Um arado no espaço? Será? Choverá que laranja? Que pomo? Gomo? Sumo? Granizo? Maná? Chico Buarque de Hollanda. In: Sebastião Salgado. Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 111. pomo: fruto como a maçã ou a pera; maná: alimento que, segundo a Bíblia, foi milagrosamente fornecido aos israelitas em sua travessia do deserto. No texto, o eu lírico constrói progressivamente sua vi são da realidade: nas estrofes 1, 2, 3, tenta decifrar o signicado da imagem “levantados do chão”; nas es- trofes 4, 5, 6, vai reforçando sua opinião crítica sobre a realidade. Releia: “Um rebanho nas nuvens? Mas como?” (verso 19) “Um arado no espaço? Será?” (verso 22) Nos versos citados, a conjunção adversativa “mas” e o futuro do presente do indicativo são utiliza dos para enfatizar esse posicionamento crítico. Explique por quê. Texto para a questão 16 Por onde passava, ficava um fermento de desassos- sego, os homens não reconheciam as suas mulheres, que subitamente se punham a olhar para eles, com pena de que não tivessem desaparecido, para enfim poderem pro- curá-los. Mas esses mesmos homens perguntavam. Já se foi, com uma inexplicável tristeza no coração, e se lhes respondiam. Ainda anda por aí, tornavam a sair com a esperança de a encontrar naquele bosque, na seara alta, banhando os pés no rio ou despindo-se atrás dum canavial, tanto fazia, que do vulto só os olhos gozavam, entre a mão e o fruto há um espigão de ferro, felizmente ninguém mais teve de morrer. José Saramago. Memorial do convento. 16 Fuvest Nesta narrativa, o emprego predominante do imperfeito do indicativo visa a: A destacar os elementos descritivos inseridos, tra- zendo-os para o primeiro plano. apresentar a peregrinação de Blimunda como um fenômeno dinâmico e contínuo C desenhar, como pano de fundo, os traços do cená- rio em que decorre a ação. D marcar o tom dissertativo, em contraposição ao tom descritivo dos trechos em que ocorre o perfeito. E levar a entender Blimunda como personagem consciente do decorrer do tempo. 17 Unicamp A leitura atenta do poema de Mário Quinta- na, transcrito a seguir, permite que se identifiquem, de maneira clara, referências a dois momentos diferen- tes: o presente e o passado. Pesquisa Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal, leio velhos jornais e dos anúncios prescritos das novidades caducas dos poetas mortos há tanto tempo que parecem [de novo estreantes das ferocíssimas batalhas políticas do ano [de 1910 – brotam como balões meus sábados azuis, as horas bebidas aos goles (num copo azul), e as ruas de poeira e sol onde bailam sozinhos os meus sapatos de colegial Mário Quintana. Apontamentos de história sobrenatural. a) Transcreva palavras ou expressões do poema que remetem a esses dois momentos. b) Como se explica que, no poema, formas verbais no presente possam fazer referência tanto ao tempo presente quanto ao tempo passado? LÍNGUA PORTUGUESA Capítulo 16 Verbo116 18 Unicamp Leia com atenção o trecho a seguir. Desinformar, ensina o dicionário, “é informar mal; fornecer informações inverídicas”. Empregada como arma de guerra, a desinformação significa trabalhar a opinião pública de modo que esta, chamada a decidir sobre ideia, pessoa ou evento, ajuíze conforme o querer do desinformador. Não se trata de novidade. É recurso tão antigo quanto os conflitos Porém, no Brasil, raramente foi tão hábil e eficientemente engendrada e utilizada como em 1932 em favor do Governo Provisório Contribuiu para circunscrevero âmbito da Revolução Constitucionalista, inamistá-la em várias áreas do país e para favorecer a mobilização desti- nada a enfrentá-la. Gente simples, recrutada ao norte e ao sul, entrou na luta acreditando combater estrangeiros que, tendo se apoderado do controle econômico de São Paulo, busca- vam empalmar o mando político. Isso fariam ajudados por alguns paulistas antigos, egoístas, rancorosos, vingativos, intencionando fazer do Estado um país independente, hostil às áreas e às classes empobrecidas do Brasil. Os intrusos e os separatistas disfarçariam seus propósitos com o reclamar convocação de assembleia constituinte. Uns e outros deveriam ser combatidos sem piedade. Hernâni Donato Desinformação, arma de guerra em 1932 Leitura, São Paulo, 11 jun 1933, p. 33 a) Quem são, segundo o Governo Provisório, os dois inimigos a serem combatidos? b) O que significa, e a quem se refere, no contexto, a expressão isso fariam? c) Dada a tese do autor de que o Governo Provisó- rio desinformava, como devem ser interpretadas as ocorrências do futuro do pretérito, especial mente fariam e disfarçariam? 19 Fuvest Leia o excerto a seguir, observando as diferen tes formas verbais. Chegou Pôs a cuia no chão, escorou-a com pedras, matou a sede de família Em seguida acocorou se, reme xeu o aió, tirou o fuzil, acendeu as raízes de macambira, soprou-as, inchando as bochechas cavadas. Uma labareda tremeu, elevou-se, tingiu-lhe o rosto queimado, a barba ruiva, os olhos azuis. Minutos depois o preá torcia-se e chiava no espeto de alecrim. Eram todos felizes. Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. A cara murcha de sinhá Vitória remoçaria [ ] [ ] A fazenda renasceria e ele, Fabiano, seria o vaquei ro, para bem dizer seria dono daquele mundo. Graciliano Ramos. Vidas secas. a) Considerando que no primeiro parágrafo predo- mina o pretérito perfeito, justifique o emprego do imperfeito em “O preá torcia-se e chiava no espe to de alecrim”. b) Explique o efeito de sentido produzido no excerto pelo emprego do futuro do pretérito. 20 Efomm 2018 O homem deve reencontrar o Paraíso... Rubem Alves Era uma família grande, todos amigos Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arranca- va um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver a tempestades Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de navegação, astrono- mia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os mapas Disse certo o poeta: Navegar é preciso, a ciência da navegação é saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos sobre tecidos, cordas e ventos, instrumentos de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles se tomaram cientistas, especialistas, cada um na sua - juntos para navegar Chegou então o momento da grande decisão - para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile, outro os canais dos fiordes da Noruega, um outro queria conhecer os exóticos mares e praias das ilhas do Pacífi- co, e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto era a escolha do destino, as ciências que conhe- ciam para nada serviam. De nada valiam números, tabelas, gráficos, estatísti- cas Os computadores, coitados, chamados a dar o seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não têm preferências - falta-lhes essa sutil capacidade de gostar, que é a essência da vida humana. Perguntados sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a per- gunta, que não lhes importava para onde se estava indo. Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com os sonhos Infelizmente a ciência, utilíssima, especia lista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano E preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa imprecisa. Disse certo o poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impre- ciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar Naus e navegação têm sido uma das mais podero- sas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus Cânticos dizendo: E pois com a nau no mar/assestamos a quilha contra as vagas... Cecília Meireles: Foi, desde sem- pre, o mar! A solidez da terra, monótona/parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar/ multiplicada em suas malhas de perigo E Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos nossos filhos Viver é navegar no grande mar! F R E N T E 1 117
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