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Exame HIV janela imunológica teste rápido ELISA


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Exame HIV: janela imunológica, teste rápido, ELISA
Introdução
Anualmente, entre 2,5 e 3 milhões de pessoas se infectam com o vírus HIV. Muitas delas levam anos até
descobrirem que estão contaminadas.
Na verdade, cerca de um terço dos indivíduos atualmente contaminados pelo HIV não sabem que são
soropositivos, pois nunca realizaram o teste para o diagnóstico, chamado sorologia para o HIV. Isso
corresponde a mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
Desde a década de 1980, quando os primeiros testes para o HIV foram desenvolvidos, muita coisa
mudou, principalmente em relação à janela imunológica, que inicialmente era de até 6 meses e hoje caiu
para apenas 4 semanas.
A sorologia para o HIV é um teste muito importante, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances do
paciente soropositivo viver de modo saudável por muitos anos. Além disso, saber que é portador do HIV
também ajuda a reduz risco de transmissão para outras pessoas.
Atualmente, indicamos a realização da sorologia para HIV para os pacientes com sintomas de infecção
aguda ou crônica pelo vírus, assim como para aqueles que tiveram comportamento de risco, com
possível exposição ao HIV. O teste do HIV também costuma ser feito de rotina nas mulheres grávidas.
Sorologia para HIV
A sorologia tradicional existe desde 1985 e é conhecida como ELISA (Enzyme-Linked Immunoabsorbent
Assay). O ELISA pode ser usado para várias doenças além do HIV, sendo uma técnica que permite a
detecção de anticorpos específicos no sangue.
Neste tipo de teste não se pesquisa diretamente a presença do vírus, mas sim a existência de anticorpos
contra o mesmo. Existem outras metodologias além do ELISA para se detectar anticorpos contra o vírus
HIV, como o MEIA, EQL e ELFA e CMIA, mas o ELISA ainda é o método mais popular.
A lógica do exame é simples: só haverá anticorpos contra HIV no sangue se o paciente tiver sido
contaminado pelo vírus. Pessoas que nunca tiveram contato com o HIV não têm como desenvolver
anticorpos contra o mesmo. O nosso sistema imunológico só consegue produzir anticorpos contra uma
determinada doença se ele tiver sido previamente exposto ao seu agente causador, seja ele um vírus ou
bactéria.
Os anticorpos são proteínas produzidas com o objetivo de combater agentes infecciosos específicos.
Uma vez que o vírus HIV tenha entrado em nosso organismo, ele é imediatamente capturado pelas
células de defesa e sua estrutura é analisada. A partir desta análise, o sistema imune torna-se capaz de
produzir anticorpos diretamente voltados para combater este invasor. 
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Sempre que entramos em contato com algum germe pela primeira vez, o corpo demora algum tempo
para analisar sua estrutura e produzir anticorpos específicos. Porém, uma vez reconhecido, o paciente
terá anticorpos para o resto da vida. Um anticorpo contra o HIV só ataca o vírus do HIV, ele é inócuo
para outras infecções, como, por exemplo, gripe ou catapora.
As atuais técnicas de sorologias para HIV conseguem detectar a presença de anticorpos contra o HIV-1
(subtipo mais comum e agressivo) e HIV-2 (subtipo menos contagioso e menos agressivo).
Janela imunológica
O tempo que decorre entre o momento da contaminação por um vírus até a produção de quantidade
suficiente de anticorpos para serem detectados na sorologia é chamado janela imunológica. Portanto,
quando falamos que um teste tem uma janela imunológica de 3 meses, isto significa que o exame só
será capaz de dar positivo 3 meses após o paciente ter entrado em contato com o determinado vírus ou
bactéria. Qualquer resultado negativo antes desses 3 meses não é confiável.
Nas últimas décadas, o diagnóstico sorológico do HIV evoluiu muito. A primeira geração das sorologias
com ELISA, usada na década de 1980, tinha uma janela imunológica de quase 6 meses. Hoje, já
estamos na 4.ª geração do ELISA, que é superior às gerações antigas não só pelo fato de conseguir
detectar anticorpos contra o HIV mais precocemente, mas também por conseguir pesquisar o antígeno
P24, uma proteína existente no vírus HIV.
O ELISA 4.ª geração é, portanto, um teste duplo que procura por anticorpos e por proteínas do próprio
vírus. Deste modo, a janela imunológica é bem mais curta e o teste consegue detectar infecções com
menos de 4 semanas (em alguns casos em até 2 semanas).
Atualmente, a taxa de detecção do ELISA 4.ª geração é de 95% com a janela imunológica de 4
semanas. Com janela de 6 semanas, a taxa de acerto é de praticamente 100%.
O NAT (Teste de Amplificação de Ácidos Nucleicos) pesquisa o RNA do vírus e consegue detectar o HIV
com janela imunológica de apenas 10 dias. Essa técnica, porém, não costuma ser utilizada nos exames
comuns, sendo habitualmente reservada para os casos em que o resultado das sorologias é
indeterminado ou para triagem de doadores de sangue.
A tabela abaixo é da Organização Mundial de Saúde e resume a janela imunológica do HIV.
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O período imediatamente após a infecção pelo HIV é chamado período do eclipse. Durante o período do
eclipse, nenhum teste consegue detectar o HIV (nem marcadores serológicos, nem virológicos), pois a
quantidade de ácido nucleico do vírus é minúscula e os anticorpos ainda não foram produzidos pelo
sistema imunológico. O período de eclipse normalmente dura aproximadamente 10 dias.
O fim do período de eclipse é marcado pela detecção de ácido nucleico através de testes de ácido
nucleico (NAT), aproximadamente 10 a 14 dias após a infecção.
Com cerca de 14 a 18 dias, os antígenos do HIV já podem ser detectados por testes mais modernos,
como a pesquisa do antígeno P24. Já os primeiros anticorpos costumam ser detectados com 18 a 21
dias após a contaminação.
Resultado do exame de HIV
Se a sorologia vier negativa
Sempre que um paciente faz uma sorologia para HIV e o ELISA vem negativo, o resultado é liberado
para o paciente sem necessidade de realizar outros testes confirmatórios.
O protocolo indicado é fornecer o resultado com a seguinte frase: “Amostra Não Reagente para HIV”.
Se a sorologia vier positiva
Quando ELISA fornece um resultado positivo para HIV, ele precisa ser confirmado por outro exame, que
pode ser um dos três seguintes métodos:
Western blot.
https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/janela-hiv-733x510.jpg
4/6
Imunoblot.
Imunofluorescência indireta para o HIV-1.
O resultado positivo é somente liberado se o exame confirmatório também for positivo. O Western blot,
por exemplo, tem uma acurácia de 99,7%. Quando temos dois resultados positivos (ELISA + WB) a
chance de falso positivo é desprezível.
O resultado positivo confirmado por duas técnicas é liberado como: “Amostra Reagente para o HIV”.
Se a sorologia vier indeterminada
Algumas vezes, o ELISA apresenta um resultado duvidoso, sendo incapaz de afirmar se há ou não a
presença de anticorpos no sangue. Nesses casos com resultado indeterminado, o laboratório costuma
entrar em contato com o paciente para solicitar uma nova amostra de sangue para que o teste possa ser
refeito.
O laudo do laboratório costuma referir: “Amostra Indeterminada para HIV”. Este fato significa que houve
um problema técnico com a amostra que a tornou incapaz de fornecer um resultado confiável.
Quando o ELISA é positivo, mas o teste confirmatório com Western blot é negativo, o resultado também
é liberado como “Amostra Indeterminada para HIV”. Nesses casos, o paciente deve retornar ao
laboratório em 30 dias para colher nova amostra de sangue.
Alguns laboratórios enviam os resultados indeterminados para centros de referência para realização do
teste NAT. Se um resultado inicialmente indeterminado vier negativo pelo NAT, o laboratório libera o
resultado como “Amostra Não Reagente para HIV”.
Quando é necessário repetir um exame negativo?
O exame não reagente para HIV é geralmente um resultado definitivo. Como já referido, se respeitada a
janela imunológica de um mês, o risco de falso negativo é muito baixo.
Porém, se o paciente julga ter sido contaminado ou foi exposto a uma situação com elevado risco de
contaminação, como sexo anal desprotegidoou acidentes com agulhas, sugere-se a repetição do teste
após 30 dias.
Se esta situação de risco aconteceu com alguém sabidamente HIV, ou seja, se o paciente tem certeza
que foi exposto ao vírus HIV, sugere-se que o teste não reagente seja repetido duas vezes, uma aos 3
meses e outra aos 6 meses, para se descartar os raros casos de conversão tardia.
É importante salientar que mesmo nos pacientes expostos ao HIV, um teste inicial negativo torna o risco
de contaminação muito baixo. A repetição é indicada apenas porque há casos raros de seroconversão
tardia e casos ainda mais raros de falso negativo (não existe exame laboratorial 100% perfeito).
Nos pacientes que fazem o teste para HIV apenas por rotina ou sem ter havido uma situação de risco
relevante, um único resultado negativo é suficiente, não sendo necessária a repetição do exame.
Resultados errados
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Causas de resultados falso positivos
Alguns fatores aumentam o risco de a sorologia do HIV dar falso positivo. Os mais comuns são:
gravidez, neoplasias, doenças autoimunes e vacinação recente contra gripe.
Porém, conforme foi explicado nos tópicos anteriores, o protocolo atual de liberação dos resultados, com
um ou dois testes confirmatórios, praticamente elimina o risco de um resultado falso positivo ser
entregue ao paciente.
Causas de resultados falso negativos
A principal causa de resultado falso negativo é a realização do exame antes da janela imunológica
sugerida. Pelo menos um mês de intervalo deve ser respeitado para a realização do ELISA de 4.ª
geração, e pelo menos 3 meses para o ELISA de 3.ª geração.
Teste rápido para HIV
Os testes rápidos para HIV ganharam bastante popularidade a partir dos anos 2000. O teste rápido é
aquele capaz de liberar o resultado em apenas 30 minutos. Este teste pode ser feito com uma pequena
amostra de sangue colhida através de um furinho no dedo ou através da saliva, dependo do tipo de teste
usado.
Os testes rápidos para HIV têm uma sensibilidade um pouco menor do que os testes sorológicos
tradicionais, porém, ainda assim, a sua taxa de falso negativo é baixíssima. Portanto, um resultado
negativo no teste rápido tem o mesmo valor do resultado negativo na sorologia tradicional. Um resultado
positivo deve ser confirmado pela sorologia tradicional.
A janela de segurança do teste rápido é de 3 meses. Seis semanas de intervalo costumam ser
suficientes para a maioria das pessoas, mas como alguns pacientes demoram mais tempo para
desenvolver anticorpos, o teste rápido pode dar falso negativo em cerca de 8% dos casos de infecção
recente.
Se o teste rápido realizado for também de 4ª geração, com pesquisa de anticorpo e antígeno, a janela
imunológica é de apenas 30 dias.
Em geral, indica-se o teste rápido naqueles casos em que se deseja um resultado rápido. Ele é
importante, por exemplo, para profissionais que se acidentam com agulhas (neste caso o teste é feito no
profissional e no paciente) ou em grávidas que chegam em trabalho de parto sem terem realizado
exames pré-natais.
Os pacientes com exposição ao HIV ou com comportamento de risco recente devem dar preferência ao
teste tradicional, pois este ainda é o melhor exame para o HIV, principalmente nas infecções adquiridas
há menos de 3 meses.
Pacientes sob profilaxia pós-exposição (PEP)
A profilaxia pós-exposição (PEP) é uma forma de prevenção do HIV feita através da administração de
medicamentos antirretrovirais após o paciente ter sido potencialmente exposto ao vírus, como nos casos
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de estupro, rompimento da camisinha durante relação com alguém sabidamente soropositivo, usuários
de drogas que compartilharam agulhas ou profissionais de saúde que se acidentaram com agulhas ou
material biológico potencialmente contaminado.
A PEP deve ser iniciada o mais rápido possível, de preferência nas duas primeiras horas após a
exposição ao vírus e no máximo em até 72 horas. A profilaxia pós-exposição dura 28 dias e o paciente
deve ser acompanhado pela equipe de saúde por mais 90 dias.
O paciente deve fazer um teste rápido logo antes de iniciar os medicamentos para comprovar que já não
estava previamente infectado com o HIV. Trinta dias após a exposição, deve ser feito o primeiro ELISA
de 4ª geração. Como há um pequeno risco do tratamento atrasar a detecção de anticorpos e do próprio
vírus nas sorologias, o ELISA deve ser repetido com 90 dias após a exposição de risco. Se vier
novamente negativo, encerra-se o caso.

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