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FILOSOFIA Capítulo 5 Aristóteles 58 7 UFPA 2012 Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o que per- mite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo”. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332. De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é A conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e irrestrito. b instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos nos sistemas jurídicos. c determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam valer por si mesmos. d promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada cidadão individualmente. e estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível por meio de leis. 8 UEM 2019 Devemos considerar agora o que é a virtude. Visto que na alma se encontram três espécies de coisas – paixões, faculdades e disposições de caráter –, a virtude deve pertencer a uma destas. (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, p. 54, 1979). A partir do fragmento acima e de conhecimentos sobre a ética aristotélica, assinale o que for correto. 01 Para Aristóteles, o homem virtuoso será o bom cidadão, ou seja, aquele que vive sob as normas da justiça. 02 A virtude, para Aristóteles, é a equidistância entre dois vícios, um por excesso, outro por falta. 04 Segundo Aristóteles, somos chamados bons e maus pelas nossas paixões, quando agimos, por exemplo, tomados pela ira. 08 A virtude é uma modalidade de escolha ou envolve algum tipo de escolha. 16 Segundo Aristóteles, somos virtuosos pelas nossas faculdades, entendidas como capacidades que te- mos de sentir emoções. Soma: Texto para a questão 9: ... não é fácil determinar de que maneira, e com quem e por que motivos, e por quanto tempo devemos encolerizar-nos; às vezes nós mesmos louvamos as pessoas que cedem e as chamamos de amáveis, mas às vezes louvamos aquelas que se encolerizam e as chamamos de viris. Entretanto, as pessoas que se desviam um pouco da excelência não são censuradas, quer o façam no sentido do mais, quer o façam no sentido do menos; censuramos apenas as pessoas que se desviam consideravelmente, pois estas não passarão despercebidas. Mas não é fácil determinar racionalmente até onde e em que medida uma pessoa pode desviar-se antes de tornar-se censurável (de fato, nada que é percebido pelos sentidos é fácil de definir); tais coisas dependem de circunstâncias específicas, e a decisão depende da percepção. Isto é bastante para determinar que a situação intermediária deve ser louvada em todas as circunstâncias, mas que às vezes devemos inclinar-nos no sentido do excesso, e às vezes no sentido da falta, pois assim atingiremos mais facilmente o meio- -termo e o que é certo. Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 150 (Col. Os Pensadores). 9 UFPR 2015 Uma vez que Aristóteles antes define as virtudes como disposições de caráter e, na passa- gem acima, acrescenta que as virtudes situam-se num “meio-termo”, de que modo devem ser definidos os vícios? Por quê? 10 Enem PPL 2019 Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo; evidentemente todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições que tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos, quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem. ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado). De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a A moral e a vida privada. b virtude e os interesses públicos. c utilidade e os critérios pragmáticos. d lógica e os princípios metafísicos. e razão e as verdades transcendentes. PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL FR EN TE Ú N IC A 59 1 UFU Leia atentamente o texto abaixo. Logo, o que é primeiramente, isto é, não em sentido determinado, mas sem determinações, deve ser a substância. Ora, em vários sentidos se diz que uma coisa é primeira, e em todos eles o é a substância: na definição, na ordem de conhecimento, no tempo. ARISTÓTELES. Metafísica. (1028a 30-35). Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p.147-148. De acordo com o pensamento de Aristóteles, marque a alternativa incorreta. A Para Aristóteles, o conhecimento somente é pos- sível tendo por objeto as substâncias, pois dos acidentes não é possível se fazer ciência. b A substância, ao contrário do acidente, é a categoria por meio da qual sabemos o que uma coisa é, pois é a partir da substância que definimos uma coisa. c Pode-se dizer que, para a metafísica aristotélica, a substância é a característica necessária de uma coisa, uma vez que nos indica em que sentido uma coisa é. d Segundo a metafísica aristotélica, a definição de cada ser é apreendida pela ordenação e classifica- ção de suas características acidentais. 2 Unisc 2012 Na obra de Aristóteles, a Ética é uma ciên- cia prática, concepção distinta da de Platão, referida a um tipo de saber voltado à ação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral determinan- te para a constituição de uma vida virtuosa. Esta excelência moral tão importante é A a coragem. b a retórica. c a verdade. d a prudência ou moderação. e Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 3 UEL 2012 Leia o texto a seguir. No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que ca- racteriza a physis como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na cons- tância do hábito. (Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.) Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por Aristóteles, compreende: A A disposição da ação humana, que ordena a natureza. b A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. c A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas. d A origem da virtude articulada, segundo a necessi- dade da natureza. e A razão matemática, que assegura ordem à natureza. 4 UEPG 2019 Sobre a concepção política na Antiguidade grega, assinale o que for correto. 01 O filósofo grego Platão propõe um modelo aristocrático de poder (sofocracia). 02 Aristóteles recusou o autoritarismo e a utopia platônica. 04 Segundo Platão, o bom governante deve ser: corajoso, moderado, justo e sábio. 08 A política aristotélica aspira a uma cidade justa e feliz. Soma: 5 Uece 2019 Se na Ética a Nicômaco Aristóteles visa encaminhar o indivíduo à felicidade, na Política ele tem por finalidade alcançar o bem comum, o bem viver. Por isso, ele compreende que a origem da pólis está na necessidade natural do homem em buscar a felicidade. A comunidade natural mais incipiente é a família,na qual seus membros se unem para facilitar as atividades básicas de sobrevivência. E várias famílias se ligam para formar a aldeia. E as aldeias se juntam para instituir a pólis. Sobre isso, é correto afirmar que A o homem não é naturalmente um animal político, mas é, por natureza, um membro da família. b a pólis não é uma noção artificial, mas natural, pois é o lugar do homem desenvolver as suas potencia- lidades em vista ao bem-viver. c a felicidade do homem está nas condições que permitem sua sobrevivência no âmbito da família. d a pólis se constitui independente das famílias e das aldeias, pois é a única comunidade natural a que o homem pertence. 6 UEL 2018 Leia o texto a seguir. Alguns julgam que a grandeza de uma cidade depen- de do número dos seus habitantes, quando o que importa é prestar atenção à capacidade, mais do que ao número de habitantes, visto que uma cidade tem uma obra a realizar. [...] A cidade melhor é, necessariamente, aquela em que existe uma quantidade de população suficiente para vi- ver bem numa comunidade política. [...] resulta evidente, pois, que o limite populacional perfeito é aquele que não excede a quantidade necessária de indivíduos para reali- zar uma vida autossuficiente comum a todos. Fica, assim, determinada a questão relativa à grandeza da cidade. (ARISTÓTELES, Política 1326b6-25 Edição bilíngue. Tradução e notas de António C. Amaral e Carlos C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998. p. 495- 499.) Exercícios propostos PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL FILOSOFIA Capítulo 5 Aristóteles 60 Com base no texto e considerando o papel da cidade-estado (pólis) no pensamento ético-político de Aristóteles, assinale a alternativa correta. A As dimensões da pólis determinam a qualidade de seu governo: quanto mais cidadãos, maior e me- lhor será a sua participação política. b A pólis não é natural, por isso é importante organi- zá-la bem em tamanho e quantidade de cidadãos para que a sociedade seja autossuficiente. c O ser humano, por ser autossuficiente, pode prescindir da pólis, pois o bem viver depende mais do indivíduo que da sociedade. d A pólis realiza a própria obra quando possui um número suficiente de cidadãos que possibilite o bem viver. e O ser humano, como animal político, tende a reali- zar-se na pólis, mesmo que esta possua quantidade excessiva de cidadãos. Aristóteles × Platão: forma imanente × mundo transcendente Ser humano: finalidade = felicidade = vida virtuosa = disposição para o meio-termo (nem excesso, nem falta) Associação política → exemplos virtuosos → repetição → hábito Mudança: teoria das causas ato e potência Justiça: teleológica (qual é a finalidade?) honorífica (quem merece ser honrado?) Sócrates Platão Aristóteles Resumindo Trecho da obra Ética a Nicômano, de Aristóteles Mas dizer que a felicidade é o sumo bem talvez pareça uma banalidade, e falta ainda explicar mais claramente o que ela seja. Tal explicação não ofereceria grande dificuldade se pudéssemos determinar primeiro a função do homem. Pois, assim como para um flautista, um escultor ou um pintor, e em geral para todas as coisas que têm uma função ou atividade, considera-se que o bem e o “bem feito” residem na função, o mesmo ocorreria com o homem se ele tivesse uma função. Dar-se-á o caso, então, de que o carpinteiro e o curtidor tenham certas funções e atividades, e o homem não tenha nenhuma? Terá ele nascido sem função? Ou, assim como o olho, a mão, o pé e em geral cada parte do corpo têm eviden- temente uma função própria, poderemos assentar que o homem, do mesmo modo, tem uma função à parte de todas essas? Qual poderá ser ela? A vida parece ser comum até às próprias plantas, mas agora estamos procurando o que é peculiar ao homem. Excluamos, portanto, a vida de nutrição e crescimento. A seguir há uma vida de percepção, mas essa também parece ser comum ao cavalo, ao boi e a todos os animais. Resta, pois, a vida ativa do elemento que tem um princípio racional; desta, uma parte tem tal princípio no sentido de ser-lhe obediente, e a outra no sentido de possuí-lo e de exercer o pensamento. E, como a “vida do elemento racional” também tem dois significados, devemos esclarecer aqui que nos referimos a vida no sentido de atividade; pois esta parece ser a acepção mais própria do termo. Ora, se a função do homem é uma atividade da alma que segue ou que implica um princípio racional, e se dizemos que “um tal-e-tal” e “um bom tal-e-tal” têm uma função que é a mesma em espécie (por exemplo, um tocador de lira e um bom tocador de lira, e assim em todos os casos, sem maiores discriminações, sendo acrescentada ao nome da função a eminência com respeito à bondade — pois a função de um tocador de lira é tocar lira, e a de um bom tocador de lira é fazê-lo bem); se realmente assim é [e afirmamos ser a função do homem uma certa espécie de vida, e esta vida uma atividade ou ações da alma que implicam um princípio racional; e acrescentamos que a função de um bom homem é uma boa e nobre realização das mesmas; e se qualquer ação é bem realizada quando está de acordo com a excelência que lhe é própria; se realmente assim é], o bem do homem nos aparece como uma atividade da alma em consonância com a virtude, e, se há mais de uma virtude, com a melhor e mais completa. Mas é preciso ajuntar “numa vida completa”. Porquanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim (Trad.). São Paulo: Nova Cultural, 1991. (Coleção Os Pensadores). Texto complementar PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_FIL_FU_CAP5.INDD / 07-09-2020 (16:54) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL
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