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Elaboração de Projetos

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PROVA
IMPORTANTE
1.Introdução
Você já imaginou a complexidade que envolve a elaboração e análise de um projeto? Pois é, tudo começa pela decisão de investir, no entanto, para que essa decisão seja tomada com segurança, há necessidade de estudos sobre aspectos presentes no ambiente, que são descritos detalhadamente no âmbito do projeto.
Muitos estudiosos se debruçam sobre o tema, afinal de contas, a elaboração e análise de projetos requisita amplos conhecimentos em diversas áreas. São conhecimentos sobre a marca, o produto ou serviço, a empresa, o mercado e seus atores, entre tantos outros, como economia, contabilidade, gestão, logística e tecnologias. Por essas palavras, você percebe a amplitude e todas as conexões que o tema possui dentro e fora das empresas.
Iniciar os estudos tendo uma visão conceitual sobre o significado para o termo Projeto, bem como conhecer os atributos e a estrutura de projetos, é importante para que você perceba que, conceitualmente, um projeto, por mais simples que pareça como veremos no transcorrer da disciplina, consiste em múltiplos esforços dada a complexidade que envolve sua elaboração e análise.
2.Informação: um importante insumo à decisão
Qualquer decisão é complexa, pois cada opção feita tem ônus e bônus. Essa regra se aplica a qualquer instância da nossa vida, sendo aplicável nas nossas casas, na escola, nas ruas, no trabalho, sendo inerente à nossa capacidade racional.
Veja um exemplo: você já pensou em construir uma casa sem um projeto? Pois bem, não é incomum, depois de concluída a obra, comentários sobre a simplicidade do projeto, havendo opiniões questionando até a necessidade do projeto. A elaboração de um projeto residencial, por mais simples que pareça, exige ampla coleta de informações que vise oferecer níveis razoáveis de segurança à viabilidade técnica e financeira do projeto. Em uma obra residencial, todos sabem: se faz necessário ter informações para definir prazos, contratação de mão de obra, contratação de serviços, aquisição de materiais, entre outros aspectos.
O fato é que um projeto, simples ou complexo, entretanto, bem elaborado, isto é, consistente, facilita a tomada de decisão de potenciais investidores, além de dinamizar os trabalhos, ampliando as possibilidades de resultados positivos.
A informação é absolutamente importante em todas as etapas de um projeto, pois fortalece o processo decisório. Nenhuma empresa decide pela implementação de um projeto sem a segurança que os estudos de viabilidade oferecem.
Por isso, à priori, podemos entender um projeto como um processo de gestão que necessariamente contempla a transformação das entradas, dos insumos, em saídas, no formato de produtos e serviços que atendem às necessidades de determinado público, tendo na informação um insumo essencial à decisão.
Desde o início, qualquer projeto requer um planejamento, que contemple o cenário de curto, médio e longo prazo, necessitando também de uma definição do negócio a ser desenvolvido, contendo, evidentemente, a avaliação dos riscos envolvidos, a capacidade financeira, estudo de mercado, enfim, elementos que fazem parte da análise de viabilidade financeira e técnica do projeto.
Quando o projeto está na sua fase de estudos iniciais, a coleta de informações se faz importante, entre outros, para possibilitar as primeiras percepções sobre o ambiente, compreender os riscos e potencialidades do projeto, que, no limite, podem significar a interrupção de qualquer iniciativa ou fortalecer as convicções sobre a necessidade de continuidade do projeto.
Nesse momento, Woiler e Mathias (2018) consideram que definir estratégias para planejar as ações iniciais, permitindo confrontar o ambiente interno e externo, é importante para oferecer segurança à decisão de dar continuidade ao processo de elaboração do projeto.
Por isso, afirmamos que a decisão de investir é fruto de um processo que envolve planejamento e ações estratégicas, visando justamente elaborar um projeto que contemple as ações de curto, médio e longo prazo. De outra forma, entendem Woiler e Mathias (2018) que todo o processo se fragiliza.
Essa não consiste em atividade para apenas uma pessoa, mas um grupo, comumente composto de profissionais oriundos de diferentes áreas da empresa, cujas capacidades são complementares o suficiente para oferecer uma visão ampla e profunda, portanto, mais segura sobre a condução do projeto e a decisão de investir.
A figura 1 ilustra uma reunião de planejamento de um grupo de trabalho em atividade de elaboração de projeto
Em reuniões como essa, o grupo de profissionais pode, por exemplo, discutir sobre os cinco elementos estratégicos à tomada de decisão de investir, quais sejam: recursos, ações, pessoas, controles e resultados.
Para levantar dados iniciais que permitam apresentar claramente cada um dos elementos supracitados, a empresa ou o grupo de profissionais pode fazer uso, por exemplo, de um método bastante conhecido de avaliação do ambiente, a Matriz SWOT, que possibilita visualizar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças existentes no ambiente que devem influenciar na decisão de investir.
Sucintamente, Woiler e Mathias (2018, p. 4) descrevem cada passo ou etapa dessa metodologia da seguinte forma:
“Seguindo essa metodologia, o processo consiste e analisar as oportunidades (por exemplo, potencial de mercado crescente para um produto ou serviço) e as eventuais ameaças (um novo concorrente com mais recursos ou com um produto ou serviço melhor). Em seguida é feita uma análise das forças que a empresa possui (uma equipe de vendas treinada, por exemplo) e das fraquezas internas (necessidade de investir em marketing para divulgar um novo produto”.
Esse método é aplicado em processos decisórios por oferecer uma visão mais assertiva sobre os benefícios e riscos do negócio a partir do conhecimento que se obtém sobre o ambiente e os vários aspectos que circundam o negócio. Dessa forma, a aplicação de um método com a Análise SWOT facilita e tende a oferecer maior segurança à decisão de investir.
Para saber mais sobre o Método de Análise Swot, clique aqui.
Lembre-se que, em qualquer momento do processo elaboração e análise de projetos, mesmo os elementos mais óbvios precisam ser descritos e analisados, pois, o que parece óbvio para uma pessoa, pode não o ser para outra.
Nesse sentido, sob o ponto de vista das empresas, métodos como a Matriz Swot permitem ampliar a capacidade avaliativa das vantagens, alternativas e possibilidades para o investimento, enfim, possibilitam ampliar a visão sobre o projeto.
A figura 2 ilustra a visão focada e objetiva sobre o ambiente de atuação organizacional. Essa visão é importante para que não se perca tempo com debates e análises de fatores não influenciadores à decisão.
Toda essa etapa inicial é importante ao planejamento de qualquer projeto, afinal de contas, após a decisão do investimento reduz-se as margens para erros.
Você pode se perguntar que tipo de informação é importante para a elaboração de um projeto e onde encontrá-las?
Definitivamente, de forma geral, informações são essenciais para qualquer projeto, no entanto, as informações financeiras, comerciais, a estrutura do mercado, o potencial produtivo para um novo produto, entre outras, se configuram em informações relevantes às decisões. A coleta de informações pode ser realizada em múltiplas fontes, mas tudo depende do tipo de projeto, devendo-se considerar também o seu objetivo. A coleta de dados pode ocorrer em bases de dados institucionais, como a da FIESC, FIESP, FIRJAN, do IBGE, da FGV, de algum Ministério ou outros órgãos governamentais, além de instituições representativas de classes, como os conselhos profissionais, sindicatos, associações comerciais. Entre outras fontes, não esqueça que a própria empresa é uma fonte importante de dados para elaboração de projetos. Os estudos podem abranger aspectos do mercado, indicadores financeiros, perfil dos consumidores, estratégias dos concorrentes, entre outros. Para essas atividades, as empresas podem atuar diretamente na coletade dados, ou terceirizar esse tipo de atividade.
3. Fatores críticos aos projetos
Até aqui, vimos que há necessidade de levantar dados, visando à análise do ambiente, possibilitando ao projeto oferecer segurança à decisão de investir.
O fato é que o assunto deve mesmo ser tratado de forma complexa, pois um projeto pode originar ou ter como desdobramentos, produtos, serviços, processo. Conforme o Project Management Institute (PMI, 2017, p, 3), um projeto pode criar: um produto que pode ser um componente de outro item, um aprimoramento de outro item, ou um item final; um serviço ou a capacidade de realizar um serviço (p.ex., uma função de negócios que dá suporte à produção ou distribuição); uma melhoria nas linhas de produtos e serviços (por exemplo, um projeto Seis Sigma executado para reduzir falhas); um resultado, como um produto ou documento (por exemplo, um projeto de pesquisa que desenvolve o conhecimento que pode ser usado para determinar se uma tendência existe ou se um novo processo beneficiará a sociedade).
Gido, Clements e Baker (2018, p.3) entendem que projeto “é um esforço para se alcançar um objetivo específico por meio de um conjunto único de atividades inter-relacionadas e da utilização eficaz de recursos”.
Para Woiler e Mathias (2018, p.15), projeto é “o conjunto de informações internas e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar-se (e, eventualmente, implementar-se) uma decisão de investimento”.
Quando falamos sobre projetos, logo as pessoas imaginam alguns formatos comuns, por exemplo, como um projeto de engenharia, com cálculo, desenhos, enfim, elementos que, por si só, explicam o objetivo maior do projeto. Contudo, podemos também pensar em projetos de pesquisa, projetos de estratégias organizacionais, projetos de desenvolvimento de produtos ou de serviços, entre outros. Comumente, esses projetos também possuem cálculos, desenhos, mas, também é comum a presença de elementos contextuais e analíticos.
Ao falarmos sobre os objetivos de um projeto, podemos vislumbrar, por exemplo, etapas para alcançar sua plena implementação. Nesse sentido, podemos inferir, a partir dos escritos de Gido, Clements e Baker (2018, p. 3), que um projeto deve ter um objetivo claro para estabelecer de forma efetiva para um conjunto de pessoas o que se pretende realizar. Para esses autores, “o objetivo deve também incluir um demonstrativo de benefícios e resultados desejados que serão alcançados em sua implementação”.
O objetivo, nesse sentido, deve indicar com precisão o resultado a ser perseguido, o alvo ou target que a empresa almeja.
A figura 3 ilustra a precisão que deve ter um objetivo de projeto, pois é ele que direciona as estratégias do projeto.
Ao relembrarmos o exemplo do projeto para construção de uma residência, podemos ter uma ideia bem clara sobre a função do seu objetivo, qual seja, a construção completa de uma residência conforme definida no projeto de engenharia, isto é, o produto entregue com esse projeto será um prédio residencial.
Como mencionado, certamente, o proprietário da obra sabe que, para a construção, serão necessários orçamento, prazos, características de alguns produtos ou do serviço, entre outros, contudo, convenhamos: sem um projeto, as chances de erros na contratação dos serviços, nos prazos, no próprio orçamento, aumentam consideravelmente.
Os projetos são, definitivamente, importantes por oferecerem segurança informacional nas tomadas de decisão.
Vários autores abordam o assunto, atributos de projetos, a partir de diversos enfoques, contudo, saiba que, independente do enfoque, os atributos sofrem pouquíssimas alterações. Inspirados em Gido, Clements e Baker (2018), apresentamos, na figura 4, alguns dos atributos de um projeto.
A figura 4 apresenta atributos dos projetos, tais como: prazo, objetivo, recursos, tarefas, cliente/patrocinador, esforços, risco/incertezas ou hipóteses.
Todos esses elementos e alguns outros oferecem uma boa visão da viabilidade do projeto, contudo, você deve saber que, mesmo oferecendo viabilidade, todo projeto pode fracassar durante sua execução. Para reduzir os problemas na execução, os projetos possuem elementos que fazem diminuir suas restrições ou limitações no momento da sua execução.
O quadro 1 apresenta alguns elementos que, quando bem elaborados, restringem as possibilidades de problemas durante a execução dos projetos
Quadro 1: Elementos que restringem erros em projetos
	Elemento
	Descrição
	Escopo
	É o trabalho que deve ser feito com a finalidade de produzir todas as entregas. Consiste na descrição dos requisitos ou critérios dos elementos entregáveis, visando a plena satisfação do cliente ou consumidor. O escopo é parametrizado pelo objetivo.
	Qualidade
	Todo produto ou serviço satisfaz alguma necessidade, por isso, a qualidade impressa na produção é empregada para atender a níveis elevados de expectativa em relação ao consumo do produto ou serviço.
	Programação/Prazo
	Em um projeto, as tarefas ou atividades possuem conexões, são complementares, enfim, possuem algum grau de relacionamento. A programação de um projeto pode ser materializada no seu cronograma de execução, em que se define quando inicia e quando encerra cada ação ou tarefa.
	Orçamento
	Define a quantia necessária para sua implementação integral. O orçamento é elaborado com base no custo estimado, cujos valores serão empregados para a realização das atividades.
	Recursos
	Apresenta a necessidade de todos os recursos necessários à execução das tarefas, ações ou atividades. Os recursos podem ser humanos ou materiais, sendo quantificáveis ou mensuráveis em sua aplicação durante o tempo e até o alcance do objetivo. Por exemplo: os orçamentos, comumente, apresentam as necessidades de recursos financeiros ao projeto.
	Riscos/Incertezas
	Todo projeto deve prever os riscos ou as adversidades que podem, de alguma forma, afetar negativamente sua realização, frustrando o alcance dos resultados pretendidos. Há muitos fatores, no ambiente, que podem influenciar a execução de um projeto organizacional, por isso, fazer a estimativa dos riscos é importante, pois possibilita a ação proativa, mitigadora ou resolutiva. Por exemplo: todo investidor precisa saber os riscos ao retorno do seu investimento.
	Satisfação do cliente
	Sem dúvida, todo produto ou serviço deve satisfazer seu cliente ou consumidor. Esse é um fator que faz parte do processo decisório no momento de investir. A percepção ou sentimento de insatisfação com algum elemento do projeto pode adiar ou bloquear completamente uma decisão de um investidor ou patrocinador do projeto. Uma das missões do pós-venda de qualquer empresa consiste em mensurar a satisfação do consumidor.
Convém destacar que esses elementos, isolados ou em conjunto, são, ao mesmo tempo, facilitadores, quando executados perfeitamente, ou limitadores na execução de um projeto.
Na visão de Gido, Clements e Baker (2018, p.7) são fatores que podem prejudicar o alcance do objetivo de um projeto:
1. Custo de materiais maior eu o estimado;
2. Atrasos derivados de problemas climáticos;
3. Necessidade de modificações ou reestruturação de componentes do projeto;
4. Atrasos nos processos de trabalho;
5. Contaminantes ambientais;
6. Perda de pessoas com alto nível de conhecimentos técnicos sobre o projeto.
Aos elementos supracitados, podemos incluir: crise econômica, instabilidades políticas, espionagem industrial, escassez repentina de recursos financeiros, entre outros.
Destacamos que projetos de longo prazo tendem sofrer mais que projetos de curto prazo com os fatores influenciadores, externos e internos. Além disso, a demora no retorno ou na apresentação de resultados, sobretudo, para projetos de longo prazo, influenciam negativamente no comportamento dos patrocinadores ou outros stakholders (pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Pessoas e/ou instituições interessadas nos resultados do projeto.).
4. Estrutura de projetos
Sabemos que informaçõessão vitais para os projetos, contudo, as informações são úteis dependendo do tipo de projeto, pois, apesar de existirem atributos comuns em projetos e o mesmo se aplica à elementos da estrutura, o fato é que algumas informações são utilizadas somente em um tipo de projeto, não tendo serventia a outros tipos.
Sobre a tipologia de projetos, Woiler e Mathias (2018, p. 15) a classifica por setor econômico da seguinte forma: “agrícola, industrial, de serviços”. Convém lembrar que esses são os três grandes setores da atividade econômica de qualquer país. Ainda tipificando os projetos, sob o ponto de vista de impacto nas empresas, esses mesmos autores classificam os projetos da seguinte forma: “de implantação, de expansão ou de ampliação, de modernização, de relocalização, de diversificação”.
O quadro 2 ilustra a tipologia de projetos segundo a função de uso no processo decisórios organizacional.
	Quadro 2: Tipo de processo por função do projeto.
	Função de Uso
	Definição
	De viabilidade
	É um projeto de estudo e análise, que procura verificar a viabilidade interna da empresa. A informação coletada e organizada facilita a viabilidade, mesmo assim, costuma ser complexa.
	Final
	É constituído por um conjunto de informações em que a grande maioria dos parâmetros críticos para a fase de implantação já se encontra definida.
	De Financiamento
	É um projeto elaborado para atender às exigências de potenciais financiadores privados, como bancos, e públicos, como agências de fomento.
Fonte: Adaptado de Woiler e Mathias (2018).
De forma geral, há alguns componentes comumente encontrados nas estruturas de projetos, tais como: econômicos, técnicos, financeiros, administrativos e institucionais.
Inspirados em Woiler e Mathias (2018), apontamos alguns elementos do componente econômico que fazem parte da estrutura de projetos:
1. Mercado: as informações são coletadas do ambiente, incluindo aí a percepção de oportunidades apresentadas pelo estudo que necessariamente deve ser feito e apresentado no projeto;
2. Localização: trata-se em situar a alternativa de investimento. A escolha é baseada em uma séria de informações coletadas para a elaboração do projeto, como infraestrutura para instalações, perfil do mercado, potencial de produção, entre outros.
3. Tamanho: vários são os elementos que podem, por exemplo, definir o tamanho de uma unidade produtiva, a escala de produção, entre outros aspectos que dependem também do estudo do mercado.
Na visão de Woiler e Mathias (2018, p. 17 e 18), “os aspectos técnicos envolvem as considerações referentes à seleção entre os diversos de produção, à engenharia do projeto, ao arranjo físico dos equipamentos e outros fatores”. Além desses aspectos, no âmbito dos componentes técnicos, por exemplo, pode-se fazer a melhor conexão entre processos de produção e tecnologias.
No diz respeito ao componente recursos financeiros, podemos destacar o seguinte:
1. Composição do Capital: trata-se da definição da origem do capital a ser investido no projeto, se recursos próprios ou de terceiros. Além desse, pode ser elaborado um plano de retorno de remuneração para financiadores ou sócios.
2. Financiamentos: esse elemento trata basicamente de apresentar alternativas de captação de cursos para o projeto. Entre elas, os famosos empréstimos.
3. Capital de Giro: trata-se da análise das fontes financeiras e aplicações dos recursos captados.
4. Outros: aqui, envolve a apresentação do grau de endividamento, índices de liquidez, patrimônio, entre outros.
No tocante ao componente Recursos Administrativas, destacamos que Woiler e Mathias (2018, p.19) acrescem que “os aspectos administrativos dizem respeito à estrutura organizacional que será necessária para a implantação do projeto”. Nesse sentido, destacamos, o departamento jurídico, a área administrativa e outros elementos importantes para que o projeto tenha a cadência esperada.
Lembre-se que o sucesso de um projeto depende de recursos financeiros, pessoas, infraestrutura, mas, fundamentalmente, da informação que lhe é aportada e do domínio do negócio.
Por fim, para que um projeto se desenvolva, podemos afirmar que a etapa de planejamento, em que são coletados dados e informações, mais uma vez, são determinantes na decisão de investir
1. Introdução
Você já deve ter ouvido ou lido a seguinte frase: “se há alguém vendendo, é porque há alguém comprando”. Parece óbvio, pois esse é o movimento natural do mercado de bens e serviços, compra e venda, mas, para nosso propósito aqui na disciplina, temos que pensar um pouco antes, nos estudos de oferta e demanda.
Antes da oferta propriamente dita, existe uma série de variáveis estudadas sobre as reais demandas do mercado que são avaliadas visando estimar as possibilidades do movimento de oferta.
Nesse contexto, a localização física da empresa deve ser percebida como estratégica, sendo considerada como um fator facilitador do escoamento da produção e da proximidade com o mercado, dinamizando a oferta visando atender à demanda.
Esses elementos são importantes ao se dimensionar o projeto, os recursos a serem empregados, enfim, todos os esforços para que o projeto se viabilize.
É por esse caminho que vamos caminhar neste Tópico.
Vamos lá!
2. Análise do mercado
Demanda
Você já deve conhecer a frase: “informação é poder”. Ela faz muito sentido quando tratamos do assunto elaboração e análise de projeto, pois você vai perceber com muita clareza que um projeto requer muitos estudos, independente do projeto e seus objetivos. Projetos de produtos, processos organizacionais, projetos culturais ou sociais, não importa, todo demandas grandes volumes de informações.
Woiler e Mathias (2018, p.24) afirmam que, “a análise de mercado não é só o ponto de partida para a elaboração do projeto como também é um de seus aspectos mais importantes”.
Nessa direção, ilustramos um pouco mais a complexidade do atual momento do mercado global, fazendo uso dos dizeres de Gido, Clements e Baker (2018) quando afirmam que “a globalização acrescenta uma dimensão excepcional na gestão de projetos. Muda as dinâmicas do projeto e acrescenta um nível de complexidade que pode afetar de maneira adversa seu resultado”.
Essas afirmações se complementam e justamente se conectam à ideia de que, quanto mais estudos sobre o mercado ou a sociedade são realizados, mais ampla e profunda é a visão e compreensão sobre seus movimentos, sobre suas demandas, mais se percebe também a necessidade de cada vez mais estudar e conectar múltiplas variáveis de comportamentos presentes no mercado, tanto por parte das empresas quanto das redes, das cadeias produtivas ou mesmo dos consumidores e todos os stakholders.
Reforçando essa visão, o Project Management Institute (PMI, 2017) considera que os estudos de mercado são importantes para ampliar a visão sobre os seus movimentos, suas necessidades e demandas. O que de fato ocorre é que uma demanda bem percebida pode gerar excelentes oportunidades de negócios.
Perceber a existência de uma demanda por produto ou serviço não significa apenas enxergar uma oportunidade, um negócio, pois a demanda pode ser pontual, sazonal, local, limitando severamente qualquer possibilidade de implantação de um projeto para supri-la; significa, então, perceber os novos movimentos do mercado, que podem oferecer oportunidades ou apresentar imitações negociais e esses aspectos precisam ser materializados nos projetos.
Deve ser compreendido que, a partir da percepção de uma oportunidade, se faz necessário saber, com amplo nível de precisão, as possibilidades negociais que se tem, para se avaliar a capacidade produtiva da empresa, quando, evidentemente, estamos falando de um projeto para um produto, se fazendo necessário estimar outros aspectos, como a absorção da produção por parte do mercado demandante, o preço a ser praticado na venda do produto, o custo de produção do produto, a dimensão geográfica do negócio, entre tantos outros aspectos que compõem um projeto e permitem perceber sua viabilidade.
Com relação à abordagem conceitual sobre o termo demanda,destacamos que Woiler e Mathias (2018, p. 25) entendem da seguinte forma:
“No mercado, a quantidade de um bem que os consumidores desejam e podem comprar, em dado intervalo de tempo, tende a variar inversamente com o preço do bem, quando todas as demais condições permanecem constantes”.
(WOILER e MATHIAS, 2018)
Essa definição pode ser interpretada a partir do conhecimento sobre os mecanismos mercadológicos sobre oferta e demanda e suas relações com o preço de um produto ou de um serviço. Saber com total segurança que, para determinado produto ou serviço existe uma demanda importante, mas saber o ponto de equilíbrio entre a demanda e a oferta é absolutamente fundamental para que o projeto se mantenha sustentável.
Sabemos que a oferta ser maior que a demanda significa necessariamente aplicar uma política de preço baixo, pois, no mercado, quando há mais oferta do que procura, o preço se mantém baixo, contudo, por outro lado, quando a demanda é maior que a oferta, os preços são mantidos aquecidos.
A figura 1 ilustra a curva de demanda, em que o preço e a quantidade se movimentam conforme a dinâmica do mercado.
É lógico que, quando se trabalha com necessidades ou demandas, é sabido que existem fatores importantes que explicam o seu tamanho (tamanho ou quantidade demandada), tais como: as despesas com produção, com marketing, o perfil de compra do consumidor, nível socioeconômico dos consumidores, ente outros.
Classificação dos Bens e Variáveis Relevantes que Influenciam na Demanda
Os bens respeitam uma classificação apresentando variáveis que influenciam na sua demanda. Dentro dessa classificação, é possível citar, por exemplo, os bens de consumo e os bens de produção, cada qual com suas variáveis. Na figura 2, apresentamos a classificação dos bens e suas respectivas variáveis.
A figura 2 apresenta a classificação dos bens e suas variáveis que influenciam na demanda de cada um dos tipos de bens. 
Inspirados em Woiler e Mathias (2018), descrevemos alguns detalhes de cada um desses elementos. Aproveite bem esse conhecimento, pois em qualquer análise que você venha fazer do mercado eles estarão presentes.
Bens de consumo não duráveis: são bens que se esgotam rapidamente por serem perecíveis como, por exemplo, os alimentos. Se você observar com atenção, boa parcela dos alimentos possui prazo de validade significativamente curto.
Ao estruturar um projeto, você precisa saber que o consumo de bens não duráveis possui os seguintes fatores influenciadores: população, tendências de consumo per capita por produto, renda e suas características, preço do bem.
Bens de consumo duráveis: como a própria denominação sugere, são bens com durabilidade ou vida útil significativa. Os bens classificados como duráveis têm como principal característica a utilidade para o comprador. Como exemplo, podemos destacar, entre outros, os móveis e utensílios domésticos.
São variáveis importantes que influenciam as demandas por esse tipo de bem: número de famílias, renda, condições de crédito, preço do produto, durabilidade.
Bens de produção intermediários: a energia, a mão de obra, a matéria-prima, entre outros, são bens não duráveis utilizados como fatores de produção. Como esse tipo de bem é utilizado como fator de produção, as variáveis importantes sobre esse tipo de bem não são preponderantemente externas. Dessa forma, podemos exemplificar como o nível de agregação que gera no processo produtivo.
Bens de capital: as máquinas e equipamentos, as edificações e outros são caracterizados como bens de capital. Esses bens são utilizados para obter bens de produção intermediários.
Ao fazer leituras mais aprofundadas, por exemplo, em áreas como a economia, você verá abordagens mais amplas sobre essa classificação, no entanto, não perca de vista que estamos trabalhando com projetos e, nas decisões de investimentos em projetos, conhecer para abordar corretamente as variáveis que compõem essa classificação é de fundamental importância.
 As variáveis mais importantes são: rentabilidade do setor, situação do lucro, nível de utilização, entre outras.
Considerando somente essa incipiente abordagem, você pode perceber claramente a complexidade que envolve os elementos dessa classificação e as variáveis influenciadoras.
Oferta
Demandas e ofertas caminham juntas, pois são elementos de um processo complexo, existente nas organizações e nos mais variados setores ou segmentos da sociedade, que definem o tipo de projeto a ser desenvolvido.
Conceitualmente, o entendimento sobre oferta é relativamente simples, como apresentado por Woiler e Mathias (2018, p.27) ao entenderem que:
“A oferta que determinada empresa está disposta a colocar no mercado reflete aspectos de custo dessa empresa. Isto é, a oferta depende dos custos dos fatores utilizados para a produção de determinado tipo de bem”.
(WOILER e MATHIAS, 2018)
Parece óbvio, mas a definição do preço de um produto que é ofertado para atender a determinada demanda possui na sua composição, entre outros, o cálculo de todos os custos envolvidos na produção do bem ou serviço. Depreende-se disso que o preço que você observa na etiqueta de determinado produto é definido a partir dos custos de produção, que consiste em um cálculo racional e objetivo.
Na figura 3, apresentamos a curva de oferta e demanda que é determinada pelo movimento do mercado ou da sociedade.
A figura 3 ilustra a curva de oferta, que se movimenta de acordo com a dinâmica do mercado.
Certamente, já era do seu conhecimento que a dinâmica ou os movimentos do mercado é que determinam o preço de bens e serviços. Você também deve saber que o consumidor deseja sempre o preço mais baixo, mas, no entanto, o preço é definido por variáveis existentes no mercado, como a concorrência, a oferta efetiva, a demanda efetiva, entre outros fatores. Nesse sentido, Woiler e Mathias (2018, p. 28) afirmam que, “as empresas estarão dispostas a aumentar quantidade ofertada se lhes for oferecido um preço capaz de cobrir o custo de produzir uma unidade adicional”.
Leia mais sobre a teoria da oferta e da demanda.
Quando pensamos, por exemplo, na dificuldade de comercialização dos agricultores familiares, cuja quantidade produzida é limitada em função, principalmente por possuírem pequenas áreas de terra para produzir, deve-se, de fato, compreender que é o mercado quem dita o valor dos seus produtos e não os próprios agricultores. Por essa razão, muitos agricultores decidem pelas vendas coletivas, cujo poder de barganha aumenta, mesmo assim, o preço da venda dos seus produtos continua a ser definido pelo mercado.
No caso da agricultura, há outro problema que merece ser destacado. Como são produtos comumente considerados como commodities, os preços, muitas vezes, são definidos pelo mercado internacional, cujas variáveis influenciadoras são muito mais amplas e complexas do que as do mercado interno, nacional, comprovando, assim, que o preço é um fator que realmente não é de total domínio do setor produtivo, mas é amplamente influenciado pelo mercado e seus movimentos.
Saiba o significado mercadológica da palavra Commodities e como funciona esse mercado no mundo globalizado. Disponível neste site.
Por fim, convém destacar que os produtos possuem suas características físicas e diferentes durabilidades, fatores relevantes na sua precificação, portanto, elementos essenciais que devem ser detalhados para a análise de qualquer projeto.
Nesse sentido, torna-se importante compreendermos o ciclo de vida dos produtos, que será abordado logo em seguida.
Ciclo de vida do projeto
O ciclo de vida não é um atributo apenas dos seres vivos, mas também de produtos e projetos, que nascem, se desenvolvem, amadurecem e entram na fase final de vida até ser descontinuado. Isso acontece com projetos culturais, sociais, projetos elaborados para a criação de produtos, entre outros.
Quando pensamos em produtos de forma geral, é importante saber que as etapas do seu ciclo de vida, conforme apresentado na figura 4, são: introdução, crescimento, maturidade, saturação, declínio.
A figura 4 apresentao ciclo de vida completo do produto em todas as suas etapas.
Convém destacar que é possível reduzir ou ampliar o ciclo de vida de um produto, evidentemente que depende de estudos do seu comportamento no mercado e do próprio comportamento do mercado, em termos aceitação e demanda em relação ao produto.
Aprofunde seus conhecimentos sobre o ciclo de vida de produto. Além de fortalecer sua compreensão conceitual, você poderá agregar outras informações complementares ao que apresentamos neste Tópico. Disponível neste site.
Há produtos virtuosos, com permanência no mercado por décadas, havendo também marcas criadas a partir do produto, como o caso da Xerox, cujo processo que materializa seu principal produto foi criado na década de 1930.
Sem dúvida, os bons resultados nas vendas costumam influenciar no ciclo de vida dos produtos. Entre outros aspectos, bons canais de comercialização oferecem positivas possibilidades para os produtos no mercado, influenciando no seu ciclo de vida.
O sucesso de produtos que perduram por longos períodos no mercado, oferecendo significativas taxas de retorno, não ocorre por acaso, são, a rigor, consequência da elaboração de sólidos projetos.
Não devemos esquecer que a elaboração e a execução de projetos são influenciadas por elementos organizacionais, entre outros, a cultura, uma vez que as organizações, como apresentado no PMI (2017), “são arranjos sistemáticos” que envolvem pessoas, departamentos ou setores que, por meio da ação coletiva, procuram alcançar objetivos institucionais, comumente materializados nos seus projetos.
Segundo Woiler e Mathias (2018, p.112),
“A cultura organizacional é moldada pelas experiências comuns dos membros da organização, e a maioria das organizações desenvolve culturas únicas ao longo do tempo através da prática e uso comum. Essas experiências incluem, mas não se limitam, a:
· Visões compartilhadas, missão, valores, crenças e expectativas;
· Regulamentos, políticas, métodos e procedimentos;
· Sistemas de motivação e recompensa;
· Tolerância a riscos;
· Visão das relações de liderança, hierarquia e autoridade;
· Código de conduta, ética de trabalho e horas de trabalho;
· Ambientes operacionais”.
Sem dúvida alguma, a cultura organizacional é um dos mais fortes elementos influenciadores de tudo que ocorre no seu ambiente, especialmente o interno.
Não podemos nos esquecer que projetos sociais, culturais e tantos outros possuem ciclo de vida. Por exemplo: ao pensarmos no ciclo de vida de um projeto social, podemos imaginar que esses surgem da visão coletiva de um problema existente na sociedade, que merece a intervenção do poder público e conscientização ampla para que não se transforme em um problema para a sociedade.
Evidentemente, não devemos tratar projetos sociais com a mesma finalidade de um projeto organizacional, que visa o lucro financeiro, mas devemos sim compreender que os projetos possuem características e ciclo de vida semelhantes, modificando alguns elementos, como os objetivos.
3. Localização
Qualquer pessoa que decide empreender, tanto vendendo cachorro quente ou qualquer produto nas ruas, ou mesmo construir uma grande empresa, sabe muito bem que a localização do ponto é fundamental, isto é, consiste em um grande passo para o sucesso do negócio.
“O problema de encontrar a localização ótima corresponde, em termo de empresa, a achar a localização que dê a maior diferença entre receitas e custos. Em outras palavras, procura-se a localização que dê o maior lucro possível para a empresa, num prazo de tempo compatível com a vida útil do empreendimento no local”.
(WOILER e MATHIAS, 2018, p.112)
A localização sempre é importante, independente do projeto, do tipo de produto, afinal de contas, é preciso reduzir custos para maximizar lucros, então, ter uma situação favorável em termos de acesso ao mercado passa a figurar como um dos diferenciais da organização.
A localização equivocada tende a gerar maior investimento e, ao longo do tempo, maiores esforços para se manter competitivo no mercado. Woiler e Mathias (2018) indicam haver três custos associados às etapas de produção, que possuem relação com a localização.
“Os custos de aquisição dizem respeito à compra e transporte das entradas, ou seja, das matérias-primas, energia, mão de obras, etc. Os custos de distribuição estão associados à distribuição dos bens ou serviços para mercados consumidores. Existem também os custos de transformação associados, entre outros fatores, à própria localização. Estes dizem respeito, por exemplo, ao investimento que é necessário fazer para que o processo seja instalado em determinado lugar. Isto porque a localização influi, pelo mesmo parcialmente, nos gastos de capital e nos custos de operação do processo”.
(WOILER e MATHIAS, 2018, p.113)
Alguns fatores devem ser atentamente analisados para a definição da localização, sobretudo, fazendo a conexão com a área de atuação da empresa, seus produtos, o público, entre outros aspectos. Apoiados em Woiler e Mathias (2018), elencamos os seguintes fatores influenciadores à definição da localização:
a) Fatores que tornam a localização dependente das entradas, sobretudo, quando a produção depende de volumosas quantidades de matéria-prima;
b) Fatores que tornam a localização dependente das saídas, havendo necessidade de proximidade física com o mercado consumidor.
c) Fatores que tornam a localização dependente do processo, sobretudo, quando o processo produtivo requer recursos naturais, como água em abundância ou condições atmosféricas favoráveis;
d) Impostos, fatores legais e incentivos, quando às empresas são oferecidos incentivos para implantar um projeto em determinado local;
e) Meio ambiente, quando há preocupações com impactos à natureza. Essa definição pode gerar muitos benefícios à marca.
Sem dúvida alguma, nos projetos, há necessidade em se prever e detalhar a definição pela localização, pois esse passou a ser considerado fator estratégico.
A localização é percebida pelo PMI (2017) como um fator ambiental importante, pois pode acarretar problemas maiores do que os que comumente ocorrem nas empresas que erram nas suas definições de localização.
Os problemas podem ser relacionados às contratações de mão de obra especializada, condições do mercado, infraestrutura organizacional (problemas de abastecimento de água, esgoto e energia elétrica), normas governamentais locais, clima político local, canais de comunicação, entre outros.
A figura 5 ilustra a difícil decisão sobre a localização.
A figura 5 ilustra a difícil decisão sobre a localização, que não é tomada apenas sobre um aspecto, o lucro direto.
O fato é que muitos erros de localização são visivelmente percebidos, quando a tomada de decisão foi realizada baseada somente na projeção de lucro. Os maiores problemas de localização têm ocorrido com empresas que, com seu processo produtivo, agridem o meio ambiente, atingindo diretamente a marca e seus produtos.
Você pode perguntar, mas afinal de contas, como, na localização, um fator estratégico para qualquer projeto, ocorrem erros que podem significar o fracasso de projetos?
Outro erro comum diz respeito ao distanciamento da localização aos fornecedores de insumos e ao mercado consumidor, pois a logística implantada para solucionar esse tipo de problema costuma elevar os custos de operação organizacional.
4.Determinação da escala do projeto
Vamos concordar, há total necessidade de atender a alguns requisitos para iniciar projetos. Por exemplo: iniciar um projeto sem recursos financeiros é um risco enorme ao pretenso sucesso que se almeja. Pensar em infraestrutura, processos, pessoas, tecnologias, recursos financeiros, para mencionar apenas alguns, é absolutamente fundamental.
Na elaboração de um projeto, há necessidade de verificar quais condições mínimas ou essenciais devem ser criadas para sua implementação, evitando alguns riscos plenamente previsíveis e, por isso, desnecessários.
Sempre se recomenda a criação de uma espécie de check-list, constando alguns elementos que efetivamente facilitam a visão escalabilidadeao projeto, entre outros: a quantidade de capital próprio disponível; a necessidade de captação de recursos financeiros no mercado; a situação da infraestrutura para iniciar as operações; as necessidades de novos conhecimentos e pessoas; os relacionamentos com demais atores da cadeia produtiva; a capacidade de produção.
Você pode até perguntar, mas há necessidade de criar um check-list para averiguar se as condições mínimas foram criadas para operacionalizar o projeto?
A resposta é SIM, é necessário que isso seja feito, pois, para que qualquer projeto inicie suas atividades e atenda às expectativas, as condições para que isso ocorra devem ser aferidas.
Esses aspectos devem se fazer presentes no projeto, pois estão na realidade das empresas e do mercado, por isso, mesmo que qualquer investidor deseje conhecê-los no momento do projeto, uma vez que são dinâmicos, sofrem mutações constantes.
Além disso, faz parte também da visão de escalabilidade do projeto a noção clara sobre alguns tipos de informações. Gido, Clements e Baker (2018) apontam algumas informações absolutamente necessárias à análise de qualquer projeto: Volume de vendas esperado; Estabelecimento de novos mercados; Preço de venda previsto; Investimento necessário; Custo de produção; Desenvolvimento tecnológico esperado; Retorno sobre o investimento.
As informações apresentadas facilitam, por exemplo, identificar o tamanho do mercado, em suas demandas e espaço geográfico; o tamanho dos recursos técnicos necessários; o tamanho dos recursos financeiros para iniciar as operações; o tamanho da empresa e sua localização, além de apresentar a capacidade de produção.
Os projetos costumam ser um dos primeiros contatos dos investidores com algumas marcas, por isso, para decidir sobre o investimento, há necessidade de muitas informações, que sejam objetivas e consigam responder a maioria das perguntas que comumente são feitas.
1. Introdução
Vamos concordar que, para se investir em um projeto, é absolutamente necessário tomar decisões em relação ao investimento. É sabido que os investidores necessitam ter conhecimento sobre quanto custará o projeto em análise, quanto esse projeto retornará e em quanto tempo.
Por isso, você deve sim pensar que o projeto precisa apresentar com clareza os dados financeiros que o envolve, para gerar segurança à decisão do investimento.
Para chegar aos resultados comumente requeridos pelos investidores, vamos apresentar os aspectos financeiros e econômicos de maior relevância no entorno da elaboração do projeto.
Você deverá ter conhecimento sobre fluxo de caixa, recursos próprios, recursos de terceiros, os critérios comumente aplicados na avaliação de investimentos em projetos, análises de custos e receitas, depreciação, as análises de cenário para o projeto, entre outras informações que, no limite, compõem o que se chama de quadro financeiro do projeto, que é um elemento estratégico para se perceber sua viabilidade financeira.
Vamos lá!
2. Fontes de Recursos
A complexidade dos projetos é percebida em qualquer de suas etapas, no entanto, quando se procura configurar sua viabilidade financeira, você deve apresentar uma ampla gama de informações para que os investidores decidam com segurança.
Saber quanto de capital há disponível, quanto será necessário ser investido em cada etapa do projeto, quanto de capital será necessário captar no mercado e quais as instituições oferecem os recursos financeiros em condições favoráveis ao projeto será essencial à elaboração dos aspectos financeiros e econômicos do projeto.
Woiler e Mathias (2018) argumentam que a execução de projetos depende da disponibilidade interna e externa de recursos, entre outros, recursos financeiros, recursos humanos, tecnologias.
Nesse sentido, deve-se sim atentar muitíssimo para a capacidade de investimento no projeto, especialmente, perceber com clareza o momento exato da necessidade de captação de recursos no mercado, uma vez que é exatamente esse o aspecto que mais comumente limita o desenvolvimento de projetos.
“A disponibilidade de recursos internos ou externos poderá limitar o tamanho do processo que se pretende implantar. Além disso, o endividamento excessivo pode acarretar um risco financeiro elevado, com a possibilidade de comprometer a viabilidade do projeto”.
Woiler; Mathias (2018, p.112)
Nos estudos que se faz sobre o mercado financeiro visando a capitação de recursos, um dos mais importantes elementos a ser intensamente estudado é o do custo do capital. No Brasil, esse custo varia muito, pois, além de taxas de juros elevadas, há custos adicionais que as instituições financeiras, especialmente do setor privado, procuram embutir nos financiamentos. Por mais que se tente fugir, ao capitar recursos no mercado, inevitavelmente, haverá a contratação de empréstimos ou mesmo a opção pelo capital de risco, que pode se tornar em uma oportunidade de negócios por meio de parcerias estratégicas.
Se a empresa tiver que contratar um empréstimo para pagar outro empréstimo, então, saiba que a situação financeira do projeto está limitada e que a empresa certamente está em situação de vulnerabilidade financeira. Essa condição é muito desfavorável para a empresa, pois o mercado financeiro costuma exigir garantias para o resgate do valor emprestado. Nessas situações, fazer uso de investimentos de capital de risco pode se configurar em uma boa alternativa de capitar os recursos necessários para o projeto.
Visando mitigar o impacto desse tipo de financiamento sobre o desenvolvimento do projeto, há necessidade de estruturar um plano financeiro que permita a visão de necessidade de recursos financeiros no curto, médio e longo prazo.
Reforçando a classificação anteriormente atribuída a Woiler e Mathias (2018), devemos ter em mente que os recursos financeiros são muito importantes para qualquer tipo de projeto, contudo, as tecnologias, ou melhor dizendo, a falta delas pode também oferecer limitações mais relevante ao desenvolvimento de projetos; igualmente importante figura o capital humano, também conhecido como recursos humanos.
Entenda um pouco mais sobre o significado de capital de risco, para que serve e outras características dessa possibilidade para projetos clicando aqui .
Todos os recursos são importantes para os projetos, tendo sua aplicação de forma complementar. Entretanto, não dispor de pessoas com ampla capacidade de aplicar as diretrizes, procedimentos, tarefas, cumprir objetivos e assumir responsabilidades, além de dominar tecnicamente o projeto, se configura em um fator de limitação severa a qualquer projeto.
A rigor, para a elaboração do projeto, se faz necessário identificar inicialmente as condições para o financiamento do projeto, isto é, se há recursos próprios, se há a necessidade de recursos de terceiros, se existem garantias para captar recursos no mercado, tudo isso, entre outros aspectos, faz parte do que se chama capacidade financeira do projeto.
Fatores que precisam ser considerados na seleção de fontes de financiamento
Já fizemos uma breve abordagem sobre a importância em saber as necessidades de recursos que o projeto absorverá e a respectiva disponibilidade de recursos financeiros, pois existe uma relação muito clara nos projetos, qual seja, volume de recursos disponíveis X cronograma de desembolsos financeiros.
Saber quando exatamente haverá necessidade de captar recursos financeiros de terceiros é importante para antecipar os estudos sobre as melhores fontes de financiamento para o projeto. Woiler e Mathias (2018) apresentam alguns aspectos interessantes que devem ser considerados nos estudos para a seleção das fontes de financiamento. A figura 1 apresenta esses elementos.
A figura 1 ilustra alguns aspectos que merecem ser considerados nas análises a seleção das fontes de financiamento.
Inspirados em Woiler e Mathias (2018), apresentamos rapidamente esses aspectos:
1. Compatibilidade: a equipe de gestão do projeto ou a empresa pode compatibilizar os recursos financeiros próprios para uso no curto prazoe recursos de empréstimos para aplicações de longo prazo;
2. Risco: sucintamente, o lucro gerado pelo projeto precisa ser maior que valor emprestado;
3. Rendimento: o resultado final do projeto deve oferecer um rendimento maior que os riscos enfrentados durante o projeto;
4. Controle: os investidores iniciais procuram controlar o projeto e evitar com que a empresa não se inviabilize com empréstimos adicionais;
5. Flexibilidade: esse aspecto diz respeito à estrutura de financiamento para o projeto, que tem relação interna, na forma de captação de recursos dos investidores, como na própria estrutura de financiamentos para projetos no Brasil;
6. Época: esse aspecto tem relação com o tempo da decisão de investir no projeto que, quanto mais cedo, apesar dos riscos, tende a gerar maior lucro. Por outro lado, esse aspecto também tem relação do momento ideal para captar recursos no mercado. Quanto mais cedo, mais caro fica o dinheiro, em termos de juros aplicados e de exigências de garantias. Por outro, quando está no seu final, tanto mais inviável se torna a captação por fatores como carência para devolução dos recursos captados.
Como mencionado, esses elementos devem ser considerados, pois possuem relação direta com as possibilidades de uso de recursos próprios e da captação de recursos no mercado.
Além desses aspectos, você deve saber que existe também uma classificação para as fontes de recursos captados pelas empresas. Segundo Woiler e Mathias (2018), a classificação é a seguinte:
⇒ Quanto ao prazo: podem ser de curto, médio e longo prazo;
⇒ Quanto à origem: fontes internas e fontes externas.
Os prazos possuem relação com a duração do projeto (cronograma); as condições de financiamento, a política de juros e exigências de garantias das instituições de financiamento; o retorno dos investimentos, o sucesso do projeto, o emprego de recursos no projeto, como pessoas e equipamentos, entre outros fatores.
Com relação às fontes de financiamentos, convém dizer que, no Brasil, há um sistema institucional de financiamento de projetos, composto por instituições do mercado privado e do setor público.
No setor privado, podemos destacar, entre outros, empresas do sistema financeiro, como os bancos, além de capitalistas de risco e fundos de investidores privados. No setor público, destacamos, entre outros, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), as Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa (FAPESP, FAPESC, etc.) e a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME).
A figura 2 apresenta um tipo de instituição financiadora de projetos.
Essa estrutura é importante, contudo, para os padrões atuais, se mostra limitada em relação à demanda de projetos existente em todo o país.
Convém destacar que todo tipo de captação de recursos oferece algum tipo de risco, afinal de contas, por vezes, a empresa abre mão de um percentual para investidores, que somente tem interesse em lucrar. Há também o risco das exigências de garantias na captação de recursos financeiros, que podem, dependendo dos resultados do projeto, comprometer as atividades da empresa.
Além de instituições nacionais, é possível captar recursos fora do Brasil, tanto em bancos, fundações quanto em fundos internacionais de investidores. Dependendo do perfil do projeto e da empresa, também é possível captar recursos financeiros em instituições ligadas a Organização das Nações Unidas (ONU), Banco Mundial, Banco Interamericano para o Desenvolvimento, entre outros.
Ao formalizar parcerias para captação de recursos, com investidores, instituições financeiras, instituições de fomento, convém buscar assessoria jurídica e contábil para que a operação não resulte em maiores problemas para a empresa.
É sabido que cada setor da economia possui uma linguagem própria, expressa por termos comumente presentes nas falas de seus agentes e nos documentos que formalizam parcerias. Para que você conheça um pouco sobre os termos comumente usados pelo setor financeiro, apresentamos, na tabela 1, um glossário de termos que fazem parte da rotina dos agentes desse setor.
	Tabela 1: Glossário
	Termo
	Significado
	Mutuante ou credor
	É aquele que faz ou concede o empréstimo.
	Mutuário ou devedor
	É aquele que recebe o empréstimo.
	Taxa de juros
	É a taxa de juros contratada entre as partes. Pode referir-se ou não ao custo efetivo do empréstimo, dependendo das condições contratadas.
	IOF
	Imposto sobre operações financeiras.
	Prazo de utilização
	Corresponde ao intervalo de tempo durante o qual o empréstimo é transferido do credor para o devedor.
	Prazo de carência
	Corresponde ao período compreendido entre o fim do prazo de utilização e o pagamento da primeira amortização.
	Parcelas de amortização
	Correspondem às parcelas de devolução do principal ou valor total emprestado.
	Prazo de amortização
	Intervalo de tempo durante o qual são pagas as amortizações.
	Prestação
	É a soma da parcela de amortização com os juros e outros encargos que devem ser pagos em certo período.
	Planilha
	É um quadro no qual são colocados os valores referentes ao empréstimo, ou seja, o cronograma dos valores de recebimento e de desembolso.
	Prazo total de financiamento
	É a soma do prazo de carência com o prazo de amortização.
	Saldo devedor
	É o estado da dívida, correspondente ao débito total em determinado instante do período de vigência do empréstimo.
	Período de amortização
	É o intervalo de tempo existente entre duas amortizações sucessivas.
Fonte: Adaptado de Woiler e Mathias (2018).
Além dos termos citados na tabela 1, destacamos que, para quem faz a captação do recurso financeiro, é importante saber as taxas multa e juros, e, quando o financiamento é internacional, é importante conhecer as taxas de conversão de moeda e outros requisitos que costumam apresentados nos contratos.
No Brasil, por exemplo, a Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, influencia em todas as taxas de crédito no mercado, como a do cheque especial, do cartão de crédito, de empréstimos, entre outros. Conhecer a projeção dessa taxa é importante, uma vez que, quanto mais alta, mais cara se torna a atividade de captação de recursos financeiros para projetos.
Saiba um pouco mais sobre a taxa Selic, seu significado e importância para a economia clicando aqui.
Por fim, você deve saber que, em sistemas econômicos instáveis, como o brasileiro, conhecer as fontes de financiamento de projetos, suas políticas e, entre outros, o comportamento da economia nacional no curto e médio prazo, sem dúvida alguma, facilita a decisão de selecionar a melhor fonte de financiamento para o projeto.
3. Quadros financeiros do projeto
Neste Tópico, apresentaremos algumas informações financeiras importantes, tanto no que diz respeito à viabilidade financeira de projetos, quanto para projetos de financiamentos. A ideia aqui é simples, apresentaremos os elementos que qualquer investidor necessita analisar para decidir apoiar projetos ou mesmo, subsidiar a decisão de uma instituição financeira em conceder um empréstimo para financiar um projeto.
É comum que projetos tenham vários atores com diferentes interesses nos projetos, como a empresa que elaborou e executará o projeto, o investidor, que aportou recursos financeiros e está interessado nos lucros do projeto, a instituição que promoveu um empréstimo e quer ver seus recursos devolvidos. Justamente por haver interesses diferentes no âmbito dos projetos, o PMI (2017, p. 194) aponta que “o gerenciamento dos custos do projeto deve considerar os requisitos das partes interessadas para gerenciamento de custos. As diferentes partes interessadas medirão os custos do projeto de maneiras diferentes em tempos diferentes”.
Segundo Woiler e Mathias (2018, p. 170), é muito comum ser apresentado nos projetos a seguinte sequência de quadros financeiros: a) Quadro de investimentos; b) Quadro de fonte e aplicação de recursos; c) Quadro de projeção de resultados; d) Fluxo de caixa.
Na tabela 2, apresentamos um exemplode quadro de investimentos em projetos.
	Tabela 2: Quadro de investimentos
	Item
	Valor R$
	Percentual do Projeto
	Estudos e pesquisas preliminares
	3.000,00
	1%
	Máquinas e equipamentos
	6.000,00
	2%
	Patentes e licenças
	6.000,00
	2%
	 
	Total
	15.000,00
	5%
Esse quadro é importante para visualizar, entre outros, os tipos de investimentos, o período do projeto em que serão realizados, o percentual do valor total do projeto que será destinado aos investimentos.  Destaca-se que alguns modelos exibem uma coluna com os valores estimados para os investimentos e a coluna de valor real desembolsado por investimento.
A figura 3 apresenta um exemplo de quadro de fonte de aplicação de recursos em projetos.
	 
	Períodos de Implantação
	
	1
	2
	…
	Itens
	Fontes
	Capital de Terceiros
	 
	 
	 
	
	
	Capital Próprio
	 
	 
	 
	
	Total de Fontes
	 
	 
	 
	
	Aplicações
	Terrenos
	 
	 
	 
	
	
	Construções
	 
	 
	 
	
	
	Equipamentos
	 
	 
	 
	
	
	Capital de Giro próprio
	 
	 
	 
	
	
	Outros
	 
	 
	 
	
	Total de Aplicações
	 
	 
	 
Fonte: Woiler; Mathias (2018).
Esse tipo de quadro revela as aplicações realizadas durante o projeto, permitindo simultaneamente ofertar a fonte de recursos utilizada para as aplicações. Quando se trata de projeto cuja fonte de recursos é capital próprio, convém retirar o item capital de terceiros para evitar confusões nos lançamentos dos valores.
Na figura 4, apresentamos um exemplo de quadro de projeção de resultados de projetos.
	 
	Períodos de projeção
	
	1
	2
	…
	Itens
	VENDAS
	
	(-) Abatimentos nas vendas e impostos
	 
	 
	 
	
	VENDAS LÍQUIDAS
	
	(-) Despesas Diretas de Vendas
	 
	 
	 
	
	(-) Custos Diretos de Produção
	 
	 
	 
	
	MARGEM DIRETA
	
	(-) Custo de Pessoal
	 
	 
	 
	
	(-) Custo de Manutenção
	 
	 
	 
	
	(-) Despesas Diversas
	 
	 
	 
	
	(-) Despesas Financeiras
	 
	 
	 
	
	(-) Depreciações e Amortizações
	 
	 
	 
	
	LUCRO TRIBUTÁVEL
	
	(-) Imposto de Renda
	 
	 
	 
	
	LUCRO LÍQUIDO DO ANO
	 
	 
	 
Fonte: Woiler; Mathias (2018).
Esse quadro permite analisar, mesmo que a partir das estimativas, a relação entre as receitas e custos do projeto, permitindo detalhar, como por exemplo, os custos, classificando-os por tipo: custo com infraestrutura, custo com pessoal, custo com materiais, alcançando o nível dos custos por atividades.
Na tabela 3, apresentamos um exemplo de quadro de fluxo de caixa.
	Data
	Tipo de Conta
	Receita
	Despesa
	Saldo
	D/C
	01/05/2019
	Saldo Caixa
	 
	 
	120.000,00
	C
	15/06/2019
	Vale alimentação funcionários
	 
	15.000,00
	105.000,00
	C
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
Esse quadro é dos mais simples, contudo, utilizado massivamente em projetos, ou mesmo na gestão das nossas contas pessoais. Ao permitir verificar o comportamento financeiro diário, oferta informações importantes à gestão de qualquer projeto.
Esses exemplos possibilitam perceber que é da complementaridade das informações que se consegue enxergar o projeto na sua integridade. As informações prestadas por esses relatórios podem ser diárias, semanais, mensais ou em qualquer período de tempo que for necessário à gestão do projeto, subsidiando muitas decisões da equipe de gestão.
Coloque-se na figura de um investidor ou de um financiador e se pergunte: afinal é necessário e interessante receber informações sobre o potencial retorno financeiro do projeto?
As informações constantes nesses quadros podem, por exemplo, apresentar o ponto de equilíbrio do projeto, oferecendo então, para um bom observador, dados sobre o retorno do investimento, tanto em tempo quanto em lucro financeiro.
“Analisar o investimento total é uma das tarefas mais importantes associadas ao projeto de viabilidade […] Alguns dos valores do projeto podem ser determinados de modo relativamente rápido e com razoável grau de precisão. Ao passo que outros serão de determinação difícil e, frequentemente, imprecisos”.Woiler; Mathias (2018, p.171)
Por questões como as que foram apresentadas na citação, dizemos que quanto mais objetiva for a informação, maior segurança tende a gerar na decisão, por isso, muitas empresas terceirizam essa etapa para empresas de consultoria, cujas marcas são reconhecidas e respeitadas no mercado. Certamente, uma instituição financiadora ou um investidor, ao analisar os quadros financeiros de um projeto elaborados por uma empresa forte e idônea, se sentirão mais à vontade para tomar decidir.
O fato é que, a possibilidade de obter resultados promissores em um projeto sempre parece atrair investidores e instituições de financiamento a projetos, mas essa atração é sempre acompanhada da sensação presente de segurança.
Para Gido, Clements e Baker (2018), os resultados financeiros oferecem aos investidores uma visão ampla do potencial de algumas vantagens exclusivas que poderão ter ao aportar recursos no projeto. Para esses autores, a organização dos dados financeiros deve ser feita de forma tal que os investidores percebam com clareza suas vantagens competitivas identificadas, no entanto, a equipe de gestão do projeto deve elaborar quadros resumos que apresentem tais vantagens de forma óbvia e inconteste.
Demonstrar com clareza às fontes de financiamento e as formas de aplicação dos recursos, sem dúvida, é a mais assertiva das estratégias para convencer investidores. Comumente, fontes de financiamento de projetos demandam relatórios para analisar a consistência do projeto. Esses relatórios apresentam os estudos de viabilidade econômica, os estudos de planejamento e execução do projeto, entre outros, que preferencialmente sejam apresentados em conformidade com o período ou etapas de implantação do projeto. De forma geral, você dividirá na tabela os itens em Fontes de Investimentos e Aplicações de Recurso, que serão descritos no tempo, nas etapas do projeto.
Dessa forma, os investidores terão uma visão mais precisa sobre a disponibilidade de recursos próprios, a necessidade de recursos de terceiros. Além disso, que tipos de investimentos serão realizados, por exemplo, em equipamentos, softwares, construções, entre outros.
Outro importante ponto nessa equação diz respeito ao quadro de projeções de resultados, o qual é desenvolvido a partir de estudos de mercado, pois trata de projeções de vendas, situação da concorrência, preços praticados no mercado, estudo da cadeia produtiva, indicadores do mercado, como a inflação, estudo do público-alvo, entre outros.
Para Woiler e Mathias (2018, p.179), “a inflação pode provocar distorções relativos, principalmente quando a taxa de variação é elevada”. Convém destacar que, mesmo em períodos de inflação controlada, se faz necessário considerá-la nos cálculos do projeto.
Nesses cálculos, há também necessidade de ter uma visão muito clara sobre custos, que podem ser fixos e estruturais, diretos e indiretos, enfim, você deve saber que há custos inerentes às atividades do projeto, como as operacionais. Os custos diretos estão relacionados à matéria-prima, impostos e taxas, salários, etc.
Além dos custos, interessa saber também sobre a depreciação, que, na visão de Woiler e Mathias (2018), é classificada como um custo fictício, pois pode gerar abatimentos no imposto de renda.
Para Woiler e Mathias (2018, p.182 e 183), há diferentes pontos de vista sobre a depreciação:
1. Do ponto de vista do engenheiro, a depreciação de um equipamento é associada ao seu desgaste físico;
2. Do ponto de vista do contador, a depreciação é percebida sob a lógica fiscal, isto é, a depreciação é realizada por um período que compreende o ciclo de vida do bem;
3. Do ponto de vista do economista, a depreciação deve ter relação com o capital investido.
Taxas de depreciação linear por tipo de bem
	Item
	Taxa
	Construção civil
	4% a.a.
	Máquinas e equipamentos
	10% a.a.
	Acessórios e ferramentas, veículos, despesas pré-operacionais
	20% a.a.
	Móveis e utensílios
	10% a.a.
Fonte: Woiler e Mathias (2018)
Esses elementos, custos e depreciação contribuem para a construção de um cenário para o projeto. Aprojeção do projeto é um item muito consultado por investidores, visando conhecer os limites do projeto e as potencialidades do projeto.
Por fim, nas análises de viabilidade de projetos, um dos itens apresentados é o fluxo de caixa, que fornece um espectro longitudinal do comportamento do caixa durante o projeto.
Woiler e Mathias (2018, p. 186) destacam que o “método de receitas e desembolsos” se mostra muito eficiente para a visão do comportamento do caixa no curto prazo.
A figura 8 apresenta o fluxograma do processo de elaboração dos quadros financeiros de projetos.
Sabemos que, por mais complexo que pareça ser o mercado, são os projetos que devem proporcionar a leitura da oportunidade que oferecem. Os quadros financeiros contribuem significativamente para essa visão, funcionando como elemento importante no processo decisório do investimento.
4. Análise econômica de projetos
Todo ator financiador ou investidor do projeto deseja saber sobre sua viabilidade financeira, enquanto que, para a empresa, além do financeiro, é necessário saber se o projeto possui viabilidade econômica, afinal de contas, no limite, a empresa não pode quebrar por conta de um projeto.
Há muitos aspectos que envolvem uma análise econômica de projeto, por exemplo, a empresa precisa saber sobre o retorno do investimento ao longo do tempo, a sua situação do caixa durante a execução ou desenvolvimento do projeto, informações sobre taxas de juros na economia, situação econômica do país, situação sobre demandas de mercado. Por vezes, dependendo do porte do projeto, há necessidade de estudos mais aprofundados da economia local, regional e nacional. Esses estudos indicam as possibilidades de sucesso de qualquer projeto, chegando ao ponto de indicar as possibilidades de retorno financeiro que o projeto pode oferecer.
Evidentemente que, ao indicar a viabilidade de um projeto, os mesmos elementos podem indicar a inviabilidade de um projeto, que pode ser manifestada a partir de fatores como: desaquecimento da economia, saturação do mercado provocado pela alta taxa de concorrência, elevado custo dos recursos financeiros disponíveis para captação no mercado, entre outros.
Adotando a hipótese de que o investimento feito no projeto será rentável ao longo do tempo, a empresa precisa adotar alguns critérios para confirmar ou refutar essa hipótese. Para isso, deve usar o que Woiler e Mathias (2018, p. 195) denominam de “diagrama de capital no tempo”. Isso significa dizer que a empresa, com o uso desse diagrama, passa a saber quando e quanto de dinheiro entra e sai por meio das atividades relacionadas ao projeto.
Esse tipo de prática permite à empresa estimar o tempo de recuperação econômica, além de saber, por exemplo, sua situação do caixa durante os intervalos de tempo durante o projeto, isto é, se ficará negativo ou positivo e por quanto tempo.
A rigor, esse tipo de lançamento é bem simples, como se você estivesse trabalhando com uma planilha de fluxo de caixa, apenas, nesse caso, você fará uma simulação dos lançamentos futuros (entradas e saídas) enquanto o projeto estiver em atividade.
Nessa direção, para o PMI (2017), os quadros financeiros representam muito mais do que apenas o custo de um projeto, podem significar sim não somente sua viabilidade ou inviabilidade, como afetar a manutenção ou continuidade da do negócio ou da empresa.
Lembre-se que os valores de entradas e saídas ao longo do tempo devem ser apresentados nos quadros financeiros, conforme apresentamos nessa unidade, e o prazo de vigência do projeto está descrito no próprio projeto. A partir dessas informações básicas, você deve criar uma planilha com campo: data, descrição do lançamento, entrada e saída. Se o orçamento estiver pronto, você pode criar uma coluna chamada Saldo. Essa simples planilha oferece condições de você perceber os movimentos financeiros do projeto ao longo do tempo, facilitando a análise econômica.
É logico que esse não é o único dado a ser sistematizado para a análise econômica do projeto. Para a empresa, há necessidade em ter mais detalhes financeiros do projeto para efetivamente fazer com que sua gestão se torne algo positivo e não um problema para a empresa.
Gido, Clements e Baker (2018) afirmam haver necessidade em se conhecer em detalhes o impacto financeiro do projeto, para, por um lado, convencer os investidores do potencial do projeto e, por outro lado, para que esse se torne viável econômica e financeiramente. Por isso, indicam que conhecer, entre outros, os custos de mão de obra, materiais, equipamentos, instalações, subcontratações, viagens, despesas com alvarás e taxas e emolumentos públicos, impostos, certificações, situação econômica do país.
Nesse sentido, se torna necessário conhecer também a taxa de retorno de cada item de investimento, o lucro obtido com o projeto ao longo do tempo, o impacto de cada despesa sobre a receita do projeto, as projeções de compras, a vida útil dos equipamentos adquiridos e a possibilidade de utilização desses em outros projetos, entre outras informações, são absolutamente essenciais para a visão de viabilidade econômica do projeto.
A composição desses elementos permite à empresa uma visão clara, precisa, ou muito próxima da realidade, da relação custo/benefício do projeto.
Woiler e Mathias (2019, p.223) afirmam que o método de critérios de avaliação custo/benefício é aplicado nas análises econômicas de projetos.
Vou exemplificar solicitando de você uma reflexão sobre a razão custo/benefício na construção de uma estrada, uma hidrelétrica, um conjunto habitacional. Certamente que o poder público percebe com clareza os benefícios de investimentos em tais empreendimentos, contudo, o contribuinte pode questionar a limitada extensão de benefícios frente aos custos financeiros que essas obras representam ao longo do tempo.
Todo projeto apresentará custos e benefícios. O fato é que há necessidade de se estabelecer o ponto de equilíbrio, para que não se tenha problemas de endividamento excessivo da empresa em um projeto. O endividamento excessivo pode levar a uma situação de insolvência não somente do projeto, mas da empresa em si.
1. Introdução
Quanto tempo deve durar um projeto? Quais são os aspectos de maior relevância à gestão de um projeto? Como tratar metodologicamente um projeto?
Essas e outras perguntas são recorrentemente feitas quando tratamos do assunto projeto. Para começar a respondê-las, saiba que não há um tempo ou prazo fixo que define o ciclo de vida de um projeto. O fato é que há projetos que têm um ciclo de vida muito curto, alguns meses, por exemplo. Noutros casos, há projetos que podem ter um ciclo de vida bem mais longo, se estendendo por alguns anos.
Seguramente, o ciclo de vida de um projeto não é definido aleatoriamente, mas sim baseado nos estudos de mercado, no formato do negócio envolvido, no emprego de recursos metodológicos, entre outros fatores que influenciam nessa definição. Contudo, saiba que uma vez definido o ciclo de vida de um projeto, não significa que não poderá ser interrompido ou descontinuado antes do final do seu ciclo de vida.
Por isso, conhecer diversos aspectos ligados à gestão de projetos se torna fundamental para que você continue no movimento evolutivo de agregar novos conhecimentos sobre a elaboração de gestão de projetos.
Vamos lá!
2. Atributos, abordagens de projetos e ciclo de vida de um projeto
A cada novo tópico, você percebe claramente que existe ampla conexão entre as inúmeras atividades desenvolvidas, que, conjuntamente, facilitam ou permitem alcançar os objetivos definidos para o projeto e que, no seu desenvolvimento, há necessidade de mensurar, entre outros, os recursos utilizados ou aplicados.
Gido, Clements e Baker (2018) esclarecem que cada projeto deve ter seu objetivo claramente definido, a fim de permitir a elaboração de atributos importantes, como o cronograma, o orçamento, o produto final ou o que se chama de entregáveis.
Você pode sim imaginar inúmeros objetivos para projetos, tais como: a construção de uma casa,a criação de um eletrodoméstico, a construção de uma rodovia, entre outros. Por vezes, o objetivo do projeto consiste apenas em aumentar a participação de uma empresa no mercado, por meio do aperfeiçoamento de um produto, ou mesmo a ampliação de um projeto arquitetônico de um prédio.
O fato é que cada projeto terá características e atributos próprios definidos a partir do seu objetivo.
Você vai concordar que todo projeto deve ter objetivos que são alcançados por meio de atividades (tarefas); que os projetos também necessitam de recursos (humanos, financeiros, tecnológicos); que devem ter um período de atividades (cronograma). Por isso, ao falarmos em atributos comuns nos projetos, certamente, você encontrará esses mencionados acima. É claro que não devemos esquecer que projetos precisam de investidores e são desenvolvidos para atender a determinada necessidade de determinado público.
Gido, Clements e Baker (2018) descrevem alguns desses elementos da seguinte forma:
1. Todo projeto é executado por meio de atividades interdependentes (tarefas);
2. Todo projeto necessita de recursos para ter suas atividades executadas;
3. Todo projeto possui um período definido para execução das suas atividades (cronograma);
4. Há projetos com esforços repetitivos como, por exemplo, uma planta industrial para fabricação de veículos; enquanto que há projetos cujos esforços são únicos, como a construção de uma ponte;
5. Todo projeto precisa de financiadores e clientes;
6. Todo projeto envolve riscos, que devem ser descritos detalhadamente no projeto.
Esses aspectos são amplamente percebidos em projetos:
1. Modernizar uma planta industrial;
2. Desenvolver e introduzir no mercado um novo produto;
3. Projetar e produzir panfletos;
4. Reconstruir uma cidade;
5. Construir uma residência;
6. Organizar e preparar um jantar;
7. Organizar e implementar um mutirão comunitário.
Entenda que, independentemente do tipo de projeto, os atributos citados devem se fazer presentes, pois facilitam estruturar e tornar compreensível qualquer projeto para qualquer pessoa que o for analisar.
Gido, Clements e Baker (2018) sugerem que a presença de atributos nos projetos, tais como programação, orçamento, recursos e riscos, oferece uma ampla visão sobre a proposta do projeto, por isso mesmo, afirmam taxativamente que qualquer projeto precisa apresentar esses atributos, pois são considerados norteadores da sua estruturação. Sem esses atributos, o projeto se torna incompreensível.
Na figura 1, detalhamos cada um desses atributos de projetos, conforme cunhados por Gido, Clements e Baker (2018).
IMPORTANTE
A figura 1 apresenta atributos que podemos chamar deestruturantes, por estarem presentes em todos os tipos de projetos.
Imagine se é possível elaborar, por exemplo, um projeto para a construção de uma estrada sem estimar os valores a serem investidos, os recursos humanos e máquinas necessárias à obra, o seu cronograma de execução. Se você imaginou ser realmente muito difícil gerir uma obra dessa natureza sem a descrição desses atributos no projeto, então, pense em uma viagem, uma cirurgia, a construção de uma casa e tantas outras atividades que necessitam de projetos.
Você concordará que esses atributos, que podemos chamar de fundamentais, possibilitam perceber o ciclo de vida do projeto, que pode, por exemplo, ser percebido pelo cronograma do projeto.
Gido, Clements e Baker (2018, p.7) indicam que o ciclo de vida de um projeto possui as seguintes fases: “iniciação, planejamento, realização e encerramento”.
Para o PMI (2017), o ciclo de vida de um projeto compreende a série de fases pelas quais um projeto passa, do início ao término. As fases são geralmente sequenciais e os seus nomes e números são determinados pelas necessidades de gerenciamento e controle da organização envolvida no projeto, a natureza do projeto em si e sua área de aplicação. As etapas dos projetos podem ser desmembradas por objetivos funcionais ou parciais, resultados ou entregas intermediárias. As fases são geralmente limitadas pelo tempo, com um início e término ou ponto de controle. Um ciclo de vida pode ser documentado em uma
Metodologia. O ciclo de vida do projeto pode ser definido ou moldado de acordo com aspectos exclusivos da organização, setor ou tecnologia empregada.
O ciclo de vida oferece uma estrutura básica para o gerenciamento do projeto, independentemente do trabalho específico envolvido.
Essas etapas não variam, mas sim o tempo de um projeto é que pode e, comumente, é diverso. Os projetos têm duração deferentes, dependendo principalmente da sua natureza, expressa no objetivo. Um projeto pode ter duração de algumas semanas, com a construção de uma pequena moradia, ou de anos, como a construção de uma usina hidrelétrica. No quadro 1, detalhamos cada uma dessas fases.
Quadro 1: Fases do ciclo de vida de projeto
	Fase
	Descrição
	Inicialização
	Nesse momento, os projetos são definidos e selecionados, tendo sua autorização apresentada em um documento chamado Termo de Abertura do Projeto.
	Planejamento
	Nessa fase, há definição do escopo do projeto, apresentando os recursos necessários à sua execução, o cronograma com as etapas e entregáveis, o orçamento, os riscos, enfim, informações essenciais à sua execução.
	Realização
	Nessa fase, são executadas as tarefas visando alcançar os objetivos do projeto. Aqui, são feitas as entregas do projeto. Nesse momento, controlar cada atividade é importante para que a programação seja cumprida.
	Encerramento
	Nesse momento, são elaborados relatórios identificando, por exemplo, as lições aprendidas, avaliando o desempenho, todos materializados em documentos.
Complementarmente, apresentamos a figura 2, que apresenta o ciclo de vida de um projeto.
A figura 2 ilustra o ciclo de vida de projetos, apresentando suas fases: inicialização, planejamento, realização e encerramento.
Para que você tenha uma visão mais prática sobre o significado de cada fase, podemos retomar o exemplo da construção de uma residência em que o termo de abertura pode ser considerado com a elaboração dos projetos hidráulico, sanitário, elétrico e estrutural do prédio.
Enquanto são providenciados alvarás e licenciamentos, há uma maior interação com o engenheiro, sobretudo, para detalhamento de elementos importantes ao desenvolvimento do projeto, tais como tempo de duração da obra, contratação de profissionais, aquisição de materiais, entre outros. Quando a obra inicia, há necessidade de um instrumento de controle de fluxo de caixa e registro de tempo dos profissionais contratados, além de um pequeno banco de dados dos fornecedores de materiais. Esse tipo de controle permite antecipar situações problemáticas ao projeto, além de possibilitar acompanhar o desempenho da execução física da obra ao planejado.
Além desses aspectos, é possível também, controlar e conferir a qualidade e os prazos de todas as entregas que, aqui, são materializados nas fases da obra. Por fim, o encerramento da obra ocorre com a análise de tudo que foi realizado, os custos totais do projeto, os pagamentos finais à equipe de trabalho, fornecedores, a organização e arquivamento dos documentos.
Para facilitar sua compreensão sobre o exemplo supracitado, apresentamos a figura 3.
A figura 3 ilustra o ciclo de vida de projetos, detalhando suas etapas: inicialização, planejamento, realização e encerramento.
A abordagem do ciclo de vida de projetos é interessante para que você perceba que, mesmo durante sua execução, há possibilidades de percepções sobre novas oportunidades ou riscos, anteriormente não percebidos. Por exemplo: uma empresa pode perceber a reutilização das sobras de uma obra, aproveitando-as em outro projeto, ou desenvolvendo uma ação de responsabilidade social.
Além disso, outras percepções sobre riscos e oportunidades podem oferecer a possibilidade de correções ou ajustes necessários ao bom desenvolvimento do projeto.
Ao se deparar com as figuras 2 e 3, você claramente percebe que a fase de realização é a mais extensa de um projeto e isso parece óbvio, afinal de contas,

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