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RESPOSTA: Como vimos nesta matéria os recursos financeiros são escassos, assim é necessário que estes recursos sejam utilizados de maneira eficaz, tanto pelas empresas como pelas famílias. No caso das empresas, talvez seja necessária ainda mais eficiência porque, em suma, no final das contas isso vai afetar as famílias, pois são as verdadeiras beneficiárias das atividades de qualquer empresa, afinal atrás de cada stakeholder há uma pessoa física. No caso proposto, uma loja de vestuário no setor varejista com elevado número de concorrentes e consumidores me parece ser um mix de Concorrência Perfeita (elevado número de empresas, sem barreiras a entrada, sem controle de preço) com Concorrência Monopolística (produtos diferenciados com monopólio-poder do mercado), o que me parece uma característica do mercado de vestuário, levando-se em consideração que os produtos são semelhantes, mas não idênticos e vendidos em diversas lojas, apesar de algumas particularidades que pode haver em do negócio, como ser uma franquia ou uma loja de uma marca exclusiva ou atuar em nichos como moda feminina, masculina ou infantil e, ainda, vai depender do porte da cidade, região ou bairro onde será instalada, se já há outras lojas que atuam no mesmo gênero na região ou marcas concorrentes, todas estas informações afetam as projeções de vendas e, consequentemente vão afetar o resultado do negócio. Exemplo disso, uma loja de roupas infantis que se instala numa cidade grande, num bairro mais afastado do centro com uma demografia em sua maioria composta por casais jovens, com média de 2 filhos por casal e renda estimada em 3 salários- mínimos, se a loja trabalhar com produtos/marcas voltadas a classes A e B estará fadada ao fracasso, apesar de os dados demográficos mostrarem que há crianças na região, seu portfólio de produto não é adequado a realidade de renda da região. Com este exemplo também abordamos outro fator do planejamento a pesquisa e conhecimento econômico e demográfico da região onde a loja será montada. Outro fator importante são os recursos que serão investidos para abertura da loja, estes recursos podem ser dos sócios ou de terceiros. No Brasil não é tão comum a captação de recursos de terceiros para se iniciar um negócio, apesar de haver essa possibilidade com um tipo mais comum de investidor, conhecido como “investidor anjo” mas em sua grande maioria, atualmente, estes investidores me parecem mais voltados para empresas que oferecem algum tipo de inovação tecnológica ou algum produto inovador no mercado (um bom exemplo disso é o que vemos no reality show da TV “Shark Tank” do canal Sony e transmitido também pela TV Bandeirantes), mas, com um bom projeto e orçamento é perfeitamente possível captar investidores no mercado. Assim, se faz necessário um orçamento inicial do capital que será investido, este orçamento deverá ser elaborado depois de algumas decisões estratégicas já tomadas pelos sócios iniciais, tais como: tamanho da loja, local de instalação e funcionamento (estes vão influenciar no valor das despesas de aluguel), quantidade de funcionários, mix de produtos, estoque e fornecedores, sistemas de gestão (sistemas operacionais de gestão de estoque e/ou financeiro, CRMs para cadastro de clientes, entre outros, todos tem custos de aquisição e/ou taxas de licença de uso), e, ainda, temos que levar em consideração que de qualquer forma os recursos investidos pelos sócios ou outros investidores precisam ser remunerados como veremos em seguida. Uma forma mais simples de cálculo de remuneração, ou do retorno do investimento é o payback, ou seja, o prazo para os investidores recuperarem seus investimentos. Para se obter o payback, basta dividir o capital investido pelo retorno esperado, por exemplo um investimento de R$ 100.000 em uma empresa que projeta um retorno mensal de R$ 5.000 será de 20 meses. Podemos aproveitar este mesmo exemplo para tratar de outra análise de remuneração bem simples que deve ser feita pelo investidor que é Custo de Oportunidade, ou seja, quanto eu deixo de receber em um investimento para receber em outro tipo de investimento. Como exemplo de Custo de Oportunidade imagine a situação em que o investidor tenha R$ 100.000 numa aplicação de baixo risco, como uma renda fixa em um grande banco, suponha que esta aplicação seja remunerada pela taxa SELIC (atualmente 13,75% a.a.), representa um retorno de R$ 13.750/ano, logo, o na abertura de uma empresa precisaria, no mínimo projetar um retorno maior que este para que o investidor se proponha a tirar os recursos do banco e investir na abertura da empresa. Neste exemplo desprezamos os riscos envolvidos no negócio, focamos apenas no cálculo financeiro do custo de oportunidade, pois os riscos envolvidos são diversos e não vamos discorrer em modelos e cálculos estatísticos de risco. Outra forma de medir o retorno seria o VPL (valor presente líquido), que, basicamente é representado pelo Fluxo de Caixa da empresa, ou o fluxo esperado de futuros recebimentos. Aqui, entramos em outra importante ferramenta para o planejamento financeiro de um projeto, o Fluxo de Caixa Projetado também será muito útil, prevendo as entradas (vendas) e saídas de recursos e despesas incluindo os custos fixos e variáveis (aluguéis, impostos, salários, comissões de vendas, honorários de contador, etc.) é também pelo Fluxo de Caixa Projetado que os sócios poderão prever a necessidade de mais recursos financeiros, que poderão ser adquiridos através de operações de empréstimos bancários, aportes de capital dos sócios ou mesmo e retenção da distribuição de lucros até o limite permitido em Lei. O Fluxo de Caixa Projetado ainda será importante ferramenta para o cálculo da TIR (Taxa Interna de Retorno) que é uma taxa de desconto hipotética e é calculada a partir de Fluxo de Caixa Projetado, só que, neste caso, considera-se o seu saldo inicial igual a zero. Assim, concluímos que uma boa elaboração do Projeto de Investimento vai depender de uma análise econômico e financeira do negócio, passando por análise demográfica do local onde a empresa será instalada, projeções de despesas com a alocação inicial dos recursos, e projeções de receitas de vendas e despesas operacionais (Fluxo de Caixa). Estes aspectos devem ser analisados no momento da tomada de decisão para o investimento na abertura da empresa e, uma boa análise destas questões, só vai agregar e contribuir para que as chances de sucesso do empreendimento aumentem. Referências e Bibliografia Consultada: Lacerda, C.B. – Estudo de riscos e viabilidade financeiro econômica para edifícios sustentáveis – Curitiba: Contentus 2020. Peris. R.W. – Finanças Corporativas - Curitiba: Contentus 2020 Gitman, L.J. – Princípios de Administração Financeira – 7ª ed. – São Paulo: Harbra 1997. Warren Magazine, Taxa Interna de Retorno (TIR): o que é, por que importa e como calcula. Disponível em <https://warren.com.br/magazine/taxa-interna-de-retorno-tir/> Acesso em 11/06/2023 às 15h. Riconnect, O que é Custo de Oportunidade, Como Calcular e Exemplos. Disponível em < https://riconnect.rico.com.vc/blog/custo-oportunidade-o-que-e/> Acesso em 11/06/2023 às 15:30h. https://warren.com.br/magazine/ https://warren.com.br/magazine/taxa-interna-de-retorno-tir/ https://riconnect.rico.com.vc/blog/custo-oportunidade-o-que-e/
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