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O que é e o que faz a Análise da Conversação Coleção O que é e o que se faz? Volume 4 Reitor José Daniel Diniz Melo Vice-Reitor Henio Ferreira de Miranda Diretoria Administrativa da EDUFRN Maria das Graças Soares Rodrigues (Diretora) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário) Conselho Editorial Maria das Graças Soares Rodrigues (Presidente) Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Adriana Rosa Carvalho Alexandro Teixeira Gomes Elaine Cristina Gavioli Euzébia Maria de Pontes Targino Muniz Everton Rodrigues Barbosa Fabrício Germano Alves Francisco Wildson Confessor Gleydson Pinheiro Albano Gustavo Zampier dos Santos Lima John Fontenele Araújo Josenildo Soares Bezerra Ligia Rejane Siqueira Garcia Lucélio Dantas de Aquino Marcelo de Sousa da Silva Márcia Maria de Cruz Castro Márcio Dias Pereira Martin Pablo Cammarota Nereida Soares Martins Roberval Edson Pinheiro de Lima Samuel Anderson de Oliveira Lima Tatyana Mabel Nobre Barbosa Secretária de Educação a Distância Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Secretária Adjunta de Educação a Distância Ione Rodrigues Diniz Morais Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Coordenação Editorial Mauricio Oliveira Jr. Gestão do Fluxo de Revisão Edineide Marques Gestão do Fluxo de Editoração Mauricio Oliveira Jr. Conselho Técnico-Científico – SEDIS Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo – SEDIS (Presidente) Aline de Pinho Dias – SEDIS André Morais Gurgel – CCSA Antônio de Pádua dos Santos – CS Célia Maria de Araújo – SEDIS Eugênia Maria Dantas – CCHLA Ione Rodrigues Diniz Morais – SEDIS Isabel Dillmann Nunes – IMD Ivan Max Freire de Lacerda – EAJ Jefferson Fernandes Alves – SEDIS José Querginaldo Bezerra – CCET Lilian Giotto Zaros – CB Marcos Aurélio Felipe – SEDIS Maria Cristina Leandro de Paiva – CE Maria da Penha Casado Alves – SEDIS Nedja Suely Fernandes – CCET Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim – SEDIS Sulemi Fabiano Campos – CCHLA Wicliffe de Andrade Costa – CCHLA Revisão Linguístico-textual Fabíola Gonçalves Revisão de ABNT Edineide Marques Revisão Tipográfica Maria das Graças Soares Rodrigues Diagramação Maria Clara Galvão Diagramação Victor Hugo Rocha Silva O que é e o que faz a Análise da Conversação Coleção O que é e o que se faz? Volume 4 Gil Roberto Costa Negreiros Ana Rosa Ferreira Dias Organizadores Natal, 2023 Todos os direitos desta edição reservados à EDUFRN – Editora da UFRN Av. Senador Salgado Filho, 3000 | Campus Universitário Lagoa Nova | 59.078-970 | Natal/RN | Brasil e-mail: contato@editora.ufrn.br | www.editora.ufrn.br Telefone: 84 3342 2221 Negreiros, Gil Roberto Costa. O que é e o que faz a Análise da Conversação [recurso eletrônico] / organizado por Gil Roberto Costa Negreiros e Ana Rosa Ferreira Dias. – 1. ed. – Natal: EDUFRN, 2023. (O que é e o que faz..., v. 4). 1900 KB; 1 PDF. ISBN 978-65-5569-371-3 1. Análise da Conversão. 2. Texto. 3. Sujeito. 4. Enunciação. 5. Interação. I. Dias, Ana Rosa Ferreira. II. Título. CDU 81 N385q Catalogação da publicação na fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte Secretaria de Educação a Distância Elaborada por Edineide da Silva Marques CRB-15/488. Publicação digital financiada com recursos do Fundo de Pós-graduação (PPg-UFRN). A seleção da obra foi realizada pela Comissão de Pós-graduação, com decisão homologada pelo Conselho Editorial da EDUFRN, conforme Edital nº 01/2023-PPG/EDUFRN/ SEDIS, para a linha editorial Técnico-científica. Fundada em 1962, a Editora da UFRN continua até hoje dedicada à sua principal missão: produzir impacto social, cultural e científico por meio de livros. Assim, busca contribuir, permanentemente, para uma sociedade mais digna, igualitária e inclusiva. Dedicamos este volume ao Prof. Dr. Dino Preti, exemplo de pesquisador e docente. Os organizadores Prefácio O Grupo de Trabalho Linguística de Texto e Análise da Conversação (GT LTAC), da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll), foi criado em 1985 e conta com um grande número de pesqui- sadores, pertencentes aos mais diversos Programas de Pós- Graduação e atuantes em grupos de pesquisa consolidados, os quais, sob perspectivas teórico-metodológicas variadas, elegem como objeto empírico o texto, em diferentes modalidades e em diferentes contextos de interação. O grupo, marcado pela pelo caráter interdisciplinar desde a sua criação, tem como grandes temas i) processos discursivo-interacionais de negociação de sentido(s) e ii) estratégias de textualização em contextos de interação diversos. Em 2021, por iniciativa dos coordenadores Ana Lúcia Tinoco Cabral e Rivaldo Capistrano Júnior, procedeu-se ao mapeamento dos temas, das interfaces e das áreas de pesquisa de interesse dos membros do GT. O resultado, além de reiterar o interesse pelos grandes temas, apontou cinco áreas de atuação, a saber: Linguística Textual, Análise Textual dos Discursos, Análise da Conversação, Semiolinguística e Pragmática. Com base nesse mapeamento e com o apoio dos mem- bros do GT LTAC, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPG/UFRN) e da Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EDUFRN), deu-se o início do projeto de publicação eletrônica da coleção O que é e o que faz..., uma coletânea de entrevistas, coordenada pelos professores Ana Lúcia Tinoco Cabral, Rivaldo Capistrano Júnior e Maria das Graças Soares Rodrigues e organizada em cinco volumes, a saber: • Volume 1: O que é e o que faz a Linguística Textual, organizado por Rivaldo Capistrano Júnior (UFES) e Vanda Maria da Silva Elias (UNIFESP); • Volume 2: O que é e o que faz a Análise Textual dos Discursos, organizado por Maria das Graças Soares Rodrigues (UFRN) e Sueli Cristina Marquesi (PUC-SP); • Volume 3: O que é e o que faz a Pragmática, organizado por Rodrigo Albuquerque (UnB), Ana Lúcia Tinoco Cabral (PUC-SP) e Maria da Penha Pereira Lins (UFES); • Volume 4: O que é e o que faz a Análise da Conversação, organizado por Gil Negreiros (UFSM) e Ana Rosa Ferreira Dias (PUC-SP; USP); • Volume 5: O que é e o que faz a Semiolinguística, orga- nizado por Lúcia Helena Martins Gouvêa (UFRJ), Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ) e Rosane Santos Monnerat (UFF). Os diferentes volumes têm, além de perguntas específicas, perguntas em comum, que objetivam manter o fio condutor da proposta da coleção. Em resposta às perguntas de entrevista, cada entrevistado tem a oportunidade de discorrer sobre o quadro e os avanços teórico-metodológicos de sua área, de apontar (novas) questões de investigação e de indicar aplicações de suas pesquisas para o ensino, em seus diferentes níveis e modalidades. Desse modo, a coletânea tem como objetivos i) fomentar atividades vinculadas à implementação, divulgação da pro- dução científica e à formação e/ou consolidação de redes de pesquisa de membros do GT LTAC e de outros GTs da Anpoll; ii) apresentar e promover temas fundamentais dos estudos sobre o texto; aumentar a visibilidade da produção do GT LTAC junto à comunidade científica nacional e internacional; iii) fomentar a discussão sobre diferentes perspectivas de aná- lise e de investigação do texto; iv) promover a interface entre essas diferentes perspectivas; v) contribuir para a formação inicial e continuada de professores e de pesquisadores. Desejamos aos leitores que a pluralidade de perspectivas teórico-metodológicas presentes nos cinco volumes da coleção promova o intercâmbio entre pesquisadores e fomente novas pesquisas em Linguística de Texto e Análise da Conversação. Ana Lúcia Tinoco Cabral Rivaldo Capistrano Júnior Maria das Graças Soares Rodrigues Coordenadores da coleção O que é e o que faz… Apresentação O que é e o que faz a Análise da Conversação é uma das cinco obras que compõem a coleção O que é e o que faz...., uma publicação proposta pelo Grupo de TrabalhoLinguística de Texto e Análise da Conversação (GT LTAC), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL) e reúne entrevistas com pesquisadores nacionais e estrangeiros dedicados aos estudos do texto em suas diversas modalidades e usos. A presente obra, afinada com os objetivos da coleção, con- templa dez expoentes pesquisadores que se dedicam à Análise da Conversação, possibilitando que compartilhem interesses e percursos das investigações. Por meio de entrevista escrita, composta por dez perguntas comuns a todos eles, abordam: aspectos teórico-metodológicos adotados em seus respectivos estudos; as influências e contribuições de pesquisadores para o avanço das investigações na área; a aplicabilidade dos estudos em atividades didático-pedagógicas; o potencial que a área possui para a realização de novas investigações, dentre outros aspectos. As perguntas que pautam as entrevistas são: 01) Como você chegou à Análise da Conversação? Quais autores lhe serviram de inspiração? 02) Quais de suas produções em revistas e/ou em livros impressos ou eletrônicos você destacaria? 03) Considerando a Análise da Conversação como Ciência, quais são seus procedimentos metodológicos e suas principais categorias analíticas? 04) Quais são as preocupações específicas da Análise da Conversação que a diferenciam de outras teorias do texto? 05) Pesquisar implica não só ter o conhecimento de con- ceitos e de procedimentos analíticos, mas também saber as possibilidades de seu campo de investigação. Poderia ressaltar delimitações bem como interfaces da Análise da Conversação? 06) Dos resultados de seus trabalhos, seria possível indicar contribuições para o ensino? 07) A quais avanços da Análise da Conversação na con- temporaneidade daria destaque e como vê os desafios de seu futuro? 08) Que leituras você indicaria para quem está iniciando seus estudos na Análise da Conversação? 09) O que chamamos hoje de Análise da Conversação possui várias subáreas, cada uma com especificidades mar- cantes. Em qual (ou quais) dessas subáreas você se situa e quais são as suas características? 10) Caso haja outros aspectos relevantes que não con- templamos nas questões anteriores, poderia apresentar-nos? As entrevistas que compõem esta obra estão organizadas na ordem alfabética do nome dos entrevistados, que são pesquisadores nacionais e internacionais renomados da área. Para que o leitor possa ter uma prévia dimensão desta publi- cação, inicialmente apresentamos o link que permite acessar informações curriculares dos pesquisadores entrevistados e, a seguir, breves considerações sobre as respectivas entrevistas. A compreensão sobre o que é e o que faz a Análise da Conversação necessariamente encontra suporte nas investi- gações desenvolvidas pelos estudiosos aqui citados. Ao entregarmos esta obra à leitura e à apreciação de pes- quisadores, professores e estudantes interessados nos estudos linguísticos da Análise da Conversação, manifestamos os nossos mais profundos agradecimentos e a nossa absoluta admiração a todos os que dela participaram. Gil Negreiros Ana Rosa Ferreira Dias Organizadores - Grupo I - Beatriz Gallardo-Paúls (Universitat de València - https:// pauls.blogs.uv.es/) apresenta, em sua entrevista, os detalhes de sua formação e de como ela chegou aos estudos do texto oral, em um percurso intelectual que remonta aos estudos pragmáticos e ao funcionalismo de Halliday, além da análise conversacional etnometodológica oriunda da Universidade da Califórnia. Além da apresentação de seu histórico for- mativo, a pesquisadora brinda o leitor com dicas de como os estudos conversacionais podem contribuir para a ciência aplicada básica, em tratamentos de pacientes com afasia e com outros protocolos de avaliação da linguagem e de intervenção fonoaudiológica. -Catherine Kerbrat-Orecchioni (Université Lyon 2 - http:// www.icar.cnrs.fr/membre/ckerbrat/), pesquisadora e teórica fundamental nos estudos da análise da conversação, nos pre- senteia com uma excelente entrevista, em que, primeiramente, nos mostra sua formação epistemológica para, em seguida, apresentar, em detalhes, como os linguistas podem colocar os estudos que envolvem o texto interacional naquilo que ela considera análise do discurso, levando-nos à sua “análise do discurso em interação”. Em sua entrevista, Kerbrat-Orecchioni também nos mostra alguns detalhes de seu espírito de pes- quisadora, ao dizer que se diverte em aperfeiçoar ferramentas https://pauls.blogs.uv.es/ https://pauls.blogs.uv.es/ http://www.icar.cnrs.fr/membre/ckerbrat/ http://www.icar.cnrs.fr/membre/ckerbrat/ que permitam atualizar os mecanismos em ação nas trocas verbais, além de se fascinar com a infinita diversidade de formas dos textos produzidos em interações orais. - Grupo II -Ataliba Teixeira de Castilho (Universidade de São Paulo - http://lattes.cnpq.br/8995142541264871) , em sua entre- vista, remonta aos anos 70 para destacar a novidade que foi o surgimento das investigações sobre a língua falada e registra o protagonismo do Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta (Projeto NURC). Cita a importância da contribuição inicial do Prof. Marcelo Dascal, na análise da oralidade, e as relevantes investigações de Dino Preti (USP) e Luiz Antonio Marcuschi (UFPe). Nesta entrevista, com generosidade intelectual, não só disponibiliza extensa lista de publicações resultantes de pesquisas individuais e de projetos coletivos por ele propostos e coordenados, como o Projeto da Gramática do Português Falado, mas também compartilha com o leitor , de maneira didática, um rol de estudos de pesquisadores da área, criteriosamente sele- cionados e citados, relevantes a quem deseja dar início a investigações na Análise da Conversação -José Gaston Hilgert (Universidade Presbiteriana Mackenzie - http://lattes.cnpq.br/4255785040813204) , http://lattes.cnpq.br/8995142541264871 http://lattes.cnpq.br/4255785040813204 pesquisador do Projeto NURC-SP, relata que os trabalhos do pesquisador Luiz Antônio Marcuschi , por ele considerado o pioneiro da Linguística Interacional no Brasil, foram os que mais o influenciaram a desenvolver estudos sobre análise linguística da conversa . Conforme destaca, os estudos tra- zidos da Alemanha por Marcuschi foram decisivos, a partir da década de 1980, “na reconfiguração do objeto de estudos e da metodologia de pesquisa do Projeto NURC/BR, então em curso no país”. Ao responder às questões desta entrevista, explicita e discute, com precisão e rigor científico, aspectos teóricos e procedimentos analíticos, disponibilizando ao leitor um farto e sólido conjunto de informações sobre a Análise da Conversação como campo de pesquisa linguística no Brasil. -Letícia Storto (Universidade Estadual do Norte do Paraná - http://lattes.cnpq.br/0743245285126825), desde 2017 pesquisadora no Projeto NURC-SP, narra que os tra- balhos publicados pelo projeto tiveram grande influência em sua formação acadêmica desde o tempo da graduação, no anos 2000, quando sob a orientação do Professor Paulo de Tarso Galembeck deu início a pesquisas em Análise da Conversação. Suas pesquisas mais recentes, com apoio e fundamento também em Marcuschi, estão voltadas para a relação entre oralidade e ensino, examinada em livros didá- ticos e documentos de educação como os PCN e a BNCC. http://lattes.cnpq.br/0743245285126825 Preocupada com a formação docente, em 2021, foi uma das fundadoras do Laboratório Brasileiro de Oralidade, Formação e Ensino – Labor . A entrevista de Letícia Storto oferece aos estudiosos informações de práticas pedagógicas fundamen- tadas nos princípios e métodos da Análise da Conversação. Em sua exposição, emerge a didática do “como se faz” Análise da Conversação. -Luiz Antonio Silva (Universidade de São Paulo - http:// lattes.cnpq.br/7015461594398552) é pesquisador do Projeto NURC-SP e seu relato reportaà experiência de , nos idos de 1986, fazer parte de seminários que discutiam importantes estudos alemães sobre Análise da Conversação, à época reper- cutidos no Brasil por Marcuschi. Suas pesquisas de mestrado e doutorado, orientadas pelo Prof. Dino Preti, além de seu estágio pós-doutoral, realizado na Espanha sob a supervisão da Profa. Dra. Ana Maria Cestero Mancera, foram desenvol- vidos com o referencial teórico-metodológico da Análise da Conversação. Na entrevista, relaciona a significativa produção bibliográfica que resultou das várias investigações que realizou e, de modo incisivo, identifica vertentes e interfaces do campo de pesquisa. Para o leitor interessado em subsídios dos estudos da conversação para o ensino, além das contribuições que reporta , sinaliza dar continuidade a investigações sobre a relação oralidade e ensino da língua portuguesa, atentando, http://lattes.cnpq.br/7015461594398552 http://lattes.cnpq.br/7015461594398552 inclusive, para o fato ser esse um recorte da proposta atual das pesquisas do Projeto NURC-SP. -Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade (Universidade de São Pau lo - ht tp:// lat tes .cnpq. br/6814316768356981), é pesquisadora do Projeto NURC-SP desde 1995 e, ao retomar a diacronia de sua formação aca- dêmica, registra as contribuições de vários pesquisadores ligados aos estudos da língua falada e da análise da conver- sação, dentre eles, Luiz Antônio Marcuschi , Ataliba T. de Castilho, Dino Preti, Hudinilson Urbano e Leonor Lopes Fávero, orientadora de suas pesquisas. Em sua entrevista, o leitor terá acesso a uma bibliografia seminal sobre Análise da Conversação e a publicações significativas da pesquisadora, voltadas à oralidade e ensino, à mídia , a gêneros orais da conversação, à organização do texto falado, dentre outras. Destaque-se, ainda, informações objetivas sobre a necessi- dade, relevância e possibilidades de pesquisas que analisem as interações nas redes sociais, uma contribuição possível dos estudos da conversação em interface com a Pragmática Linguística, a Sociolinguística Interacional, a Retórica, a Análise do Discurso Crítica, a Linguística Cognitiva, entre outras. -Marise Galvão (Universidade Federal do Rio Grande do Norte - http://lattes.cnpq.br/1829337364208280) relata http://lattes.cnpq.br/6814316768356981 http://lattes.cnpq.br/6814316768356981 http://lattes.cnpq.br/1829337364208280 que seus estudos sobre a Análise da Conversação deu-se, inicialmente, por meio da leitura de duas obras básicas: A Simplest systematics for the organization of turn taking for conversation (SACKS; SCHEGLOFF; JEFERSON;1974) e Análise da Conversação (MARCUSCHI, 1986). Seguindo perspectivas analíticas da Análise da Conversação, a pesqui- sadora tem investigado, em diferentes corpora, as interações que ocorrem face a face em audiências de conciliações, salas de aula, pronunciamentos e, as mediadas por cartas pesso- ais e em comentários postados no Instagram. Atualmente, desenvolve trabalhos em “Análise da Conversação Textual Discursiva, de natureza interdisciplinar, que se orienta pelos princípios da Análise da Conversação norte-americana, da Linguística de Texto, da Sociolinguística Interacional, da Análise do Discurso e da Semiótica”. Para os pesquisadores que iniciam estudos na Análise da Conversação, sugere leituras que reputa indispensáveis para a compreensão dos rumos, desdobramentos e interfaces dessa perspectiva analítica. -Marli Quadros Leite (Universidade de São Paulo - http:// lattes.cnpq.br/7194095531587318), atual coordenadora do “Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta da Cidade de São Paulo (Projeto NURC – SP)” , relata que o seu primeiro contato com a Análise da Conversação ocor- reu em 1989, quando pesquisou “a história, as atividades, a http://lattes.cnpq.br/7194095531587318 http://lattes.cnpq.br/7194095531587318 produção científica e toda a organização do Projeto”, à época coordenado pelo Prof. Dino Preti. Na entrevista, a professora relaciona e detalha a significativa produção bibliográfica resultante dos estudos vinculados ao Projeto NURC-SP e, com propriedade, ocupa o lugar de fala de quem conhece e participa da história dos estudos da Análise da Conversação no Brasil. Por fim, as informações oferecidas sobre as pos- sibilidades de contribuições do Projeto, que hoje vive a sua terceira fase, reportam à sua inserção na modernidade dos estudos que visam a contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias “que possibilitem a interação com máquinas que usam linguagem humana, falada e escrita em português, para finalidades diversas.” -Zilda Gaspar Oliveira de Aquino (Universidade de São Paulo - http://lattes.cnpq.br/7625238138687080) relata que foi apresentada aos estudos da Análise da Conversação no final da década de 80, por meio das investigações de Luiz Antônio Marcuschi, introdutor dessas pesquisas no Brasil. Com interesses voltados às perspectivas analíticas da Análise da Conversação, realizou pesquisas de mestrado e doutorado, sob a orientação da Profa. Leonor Lopes Fávero e partici- pou de grupos de pesquisa como o Projeto da Gramática do Português Falado, organizado pelo Prof. Dr Ataliba Teixeira de Castilho, e o Projeto NURCSP, sob a coordenação do Prof. http://lattes.cnpq.br/7625238138687080 Dr Dino Preti. Tendo desenvolvido relevantes pesquisas de interface com a Análise da Conversação, compartilha com o leitor uma bibliografia representativa de seus estudos sobre as interações em diferentes contextos discursivos e sobre o tratamento da oralidade no ensino da língua portuguesa. 22 Sumário Ataliba T. de Castilho ........................................................................23 Beatriz Gallardo-Paúls .......................................................................59 Catherine Kerbrat-Orecchioni .........................................................85 José Gaston Hilgert ...........................................................................135 Letícia Jovelina Storto ......................................................................164 Luiz Antonio da Silva .......................................................................184 Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade ............. 201 Marise Adriana Mamede Galvão ..................................................220 Marli Quadros Leite .........................................................................235 Zilda Gaspar Oliveira de Aquino ..................................................261 23 ATALIBA T. DE CASTILHO Universidade de São Paulo - USP 1) Como você chegou à Análise da Conversação? Quais autores lhe serviram de inspiração? Tudo começou com o Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta (Projeto NURC). Feitas as gravações de acordo com a metodologia desse projeto, iniciamos as análises, com base no Guia Questionário que integrava esse projeto. Previa-se ali uma análise apenas gramatical. Mas esse questionário não partia de hipóteses sobre a língua falada – nem poderia tê-lo feito, pois tudo isso era uma novidade na época, ou seja, nos anos 1970. Então, o Dino Preti (USP), o Luiz Antonio Marcuschi (UFPE) e eu (Unicamp) pedimos ajuda ao Prof. Marcelo Dascal, desta universidade, especialista em Pragmática, o qual analisou uma entrevista conosco, destacando aspectos da oralidade. Ou seja, ele fez ATALIBA T. DE CASTILHO 24 uma análise da conversação, uma novidade para nós. Foi um achado! Depois disso, o Marcuschi publicou seu livro Análise da Conversação, o Dino deu início a uma série de ensaios sobre a oralidade, escritos por colegas da USP, e eu propus o desenvolvimento do Projeto de Gramática do Português Falado. Desse projeto coletivo, surgiram vários volumes de ensaios, consolidando-se tudo na série: Vol. 1 – Clélia S. Jubran (Org.) – A construção do texto falado. São Paulo: Editora Contexto, 2015. Vol. 2 – Mary Katoe Milton do Nascimento (Orgs.) – A construção da sentença. São Paulo: Editora Contexto, 2015. Vol. 3 – Rodolfo Ilari (Org.) – Palavras de classe aberta, São Paulo: Editora Contexto, 2014. Vol. 4 – Rodolfo Ilari (Org.) – Palavras de classe fechada, São Paulo: Editora Contexto, 2015. Vol. 5 – Maria Helena de Moura Neves (Org.) – A construção das orações complexas. São Paulo: Editora Contexto, 2016. Vol. 6 – Ângela Rodrigues e Ieda Maria Alves (Orgs.) – A construção morfológica da palavra, São Paulo: Editora Contexto, 2015. ATALIBA T. DE CASTILHO 25 Vol. 7 – Maria Bernadete M. Abaurre (Org.) - A construção fonológica da palavra, São Paulo: Editora Contexto, 2013. Com esse projeto, o português brasileiro foi a primeira língua da România Nova a ter sua variedade falada culta amplamente descrita. 2) Quais de suas produções em revistas e/ou em livros impressos ou eletrônicos você destacaria? Depende da área. Anexo meu curriculum vitae, para que tenham uma ideia. Livros autorais •1965a. A Nova Nomenclatura Gramatical Brasileira e suas Relações com a Terminologia Latina, em parce- ria com Enzo Del Carratore. Marília: FFCL [Coleção Estudos n. 1]. •1967a. A Sintaxe do Verbo e os Tempos do Passado em Português. Marília: FFCL [Coleção Estudos n. 12]. Resenhas: Ricardo Carballo Calero, Sobre Lingua e Literatura Galega. Vigo: Galáxia, 1971, pp. 266-268. Manfred Sandmann, 1972, Romance Philology 26: 506-507. ATALIBA T. DE CASTILHO 26 •1968a. Introdução ao Estudo do Aspecto Verbal na Língua Portuguesa. Marília: FFCL [Coleção Teses n.6]. Resenhas: Luiz Carlos Travaglia, 1981, O Aspecto Verbal no Português. Uberlândia: Un. Fed. de Uberlândia, pp. 24-26. Wolf Dietrich, 1983, El Aspecto Verbal en las Lenguas Románicas. Madrid: Gredos, pp. 140-143. • 1998a. A Língua Falada no Ensino de Português. São Paulo: Contexto; 7a. ed., 2006. Resenha: Cassiano Ricardo Haag e Gabriel de Ávila Othero – O lugar da língua falada no ensino da língua materna. Revista Virtual de Estudos da Linguagem ano 2, número 2 [www.revelhp.cbj.net]. • 2010. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Editora Contexto, 768 páginas (ISBN 978-85- 7244-462-0). Resenhas: Maria Lúcia C.V.O. Andrade, Estudos de Linguística Galega 3: 273-295, 2011. Eliete Figueira Batista da Silveira, Revista de Estudos Linguísticos e Literários. Diadorim (UFRJ) 8: 421-424, 2011. • 2012. Pequena gramática do português brasileiro, em coautoria com Vanda Maria Elias. São Paulo: Editora Contexto, 471 págs. (ISBN 978-85-7244-714-0). ATALIBA T. DE CASTILHO 27 Livros organizados • 1962a. (Org.). Anais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, vol. I (1959-1961). Marília: FFCL. • 1970a. (Org.). Projeto de Estudo da Norma Linguística Culta de algumas das principais capitais brasileiras. Marília: Conselho Municipal de Cultura. • 1978a. (Org.). Subsídios à Proposta Curricular de Língua Portuguesa para o 2o. Grau. São Paulo/Campinas: Secretaria de Estado da Educação/UNICAMP, 1978, 8 vols.; republicação: São Paulo: Secretaria de Estado da Educação, 1988, 3 vols. • 1984a. (Org.). Atas do V Instituto Interamericano de Linguística. Em: Cadernos de Estudos Linguísticos 6, Unicamp, 1984. • 1986. (Org., com Dino Preti). A Linguagem Falada Culta na Cidade de São Paulo. São Paulo: TAQ/Fapesp, vol. I, Elocuções Formais. • 1987a. (Org., com Dino Preti). A Linguagem Falada Culta na Cidade de São Paulo. São Paulo: TAQ/Fapesp, vol. II, Diálogos entre dois informantes. • 1987b. (Org.). A Ordem do Sujeito Nominal no Português Culto Falado em São Paulo. Resultados de ATALIBA T. DE CASTILHO 28 Grupo de Trabalho coordenado por Paola Bentivoglio, Unicamp, inédito. • 1989. (Org.). Português Culto Falado no Brasil. Estudos. Campinas: Editora da Unicamp, 1989. • 1990. (Org.). Gramática do Português Falado. Vol. 1, A ordem. Campinas: Editora da Unicamp / Fapesp, 1990; 4a ed., 2002. Resenhas: Giampaolo Salvi, Lingua e Stile 26: 661663, 1991; Madalena Colaço, Revista Internacional de Língua Portuguesa 5/6: 235236, 1991. • 1991. (Org.) Sistematização de Arquivos Públicos. Campinas: Editora da Unicamp. • 1993 a. (Org.). Gramática do Português Falado, vol. 3. Campinas: Editora da Unicamp / Fapesp, 1993. • 1993b-1998 (Org., com Rodolfo Ilari). Atas do IX Congresso Internacional da ALFAL, vols. I (Conferências), II (Grupos de Trabalho). Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, 1993; vols. III, IV, V (Comunicações). Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem. • 1996. (Org., com Margarida Basílio). Gramática do Português Falado, vol. 4. Campinas: Editora da Unicamp / Fapesp, 1996. • 1998. (Org. 1998). Para a História do Português Brasileiro, vol. I: Primeiras ideias. São Paulo: Humanitas. ATALIBA T. DE CASTILHO 29 • 2007a. (Org., com M.A.C.Torres Morais / R.E.V.Lopes / S.M.L.Cyrino 2007). Descrição, História e Aquisição do Português Brasileiro. Homenagem a Mary A. Kato. Campinas: Pontes / Fapesp, 2007. • 2009. (Org. 2009). História do Português Paulista, série Estudos, vol. I. Campinas: Setor de Publicações do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. • 2018 a. (Coord. 2018) – O Português Brasileiro em seu contexto histórico, vol. 1. São Paulo: Editora Contexto / Fapesp, 2018. • 2018b. (Coord. 2019). Mudança sintática das cons- truções: perspectiva funcionalista, vol. 3. São Paulo: Editora Contexto / Fapesp, 2019. • 2019. (Coord. 2019) – Corpus diacrônico do Português Brasileiro, vol. 2. São Paulo: Editora Contexto / Fapesp, 2019. 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Em: Miguel Oliveira Jr. (Org. 2019). NURC, 50 anos, 1969- 2019. São Paulo: Parábola, p. 19-54, 2019. • 2019. Arte da aula. Em: Denilson Soares Cordeiro; Joaci Pereira Furtado (Org. 2019). Arte da Aula. São Paulo: Edições SESC, p. 49-63, 2019. • 2019. Síntese dos achados do Projeto para a História do Português Brasileiro. Em: Clarinda de Azevedo Maia; Isabel Almeida Santos (Coords. 2019). Estudos de Linguística Histórica. Mudança e estandardização.ATALIBA T. DE CASTILHO 46 Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, p. 53-88, 2019. Artigos em revistas especializadas • 1962b. A Língua Portuguesa no Brasil. Alfa 1: 9-24, 1962 • 1962c. Estudos Linguísticos no Brasil. Alfa 2: 135-143, 1962. • 1963. A Reforma dos Cursos de Letras. Alfa 3: 5-44, 1963. • 1963b. Estruturalismo, História e Aspecto Verbal. Alfa 4: 138-166, 1963. • 1964 a. A Poesia de Carlos Drummond de Andrade. Alfa 5/6: 9-40, 1994. • 1965b. Metodologia da Redação. Didática 2: 35-48, 1965. • 1965c. 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Advérbios Modalizadores: um novo núcleo predicador? em parceria com Mary Kato, como autora principal. DELTA 7/1: 409-423, 1991. ATALIBA T. DE CASTILHO 50 • 1991c. Avanços na pesquisa sociolinguística: o estudo da língua falada. Boletim da ABRALIN 12: 19-24, 1991. • 1991d. Avaliação em Letras e Linguística. Boletim da ANPOLL 15: 14-18, 1991. • 1991e. Projeto de Gramática do Português Falado. Revista Internacional de Língua Portuguesa 5/6: 169-179, 1991. • 1993e. Adjetivos Predicativos, em parceria com Célia M. Moraes de Castilho. Letras 5: 122-143, 1993. • 1993g. A repetição no português falado. Linguística 5: 253-267, 1993. • 1994 a. Problemas de Descrição da Língua Falada. DELTA 10 (1): 47-71, 1994. • 1994d. Para a História da Associação Brasileira de Linguística, em parceria com Maria Cristina F.S. Altman. Boletim da ABRALIN 16: 21-37, 1994. • 1994e. Um ponto de vista funcional sobre a predica- ção. Alfa 38: 75-96, 1994. • 1995d. GEL, Novos Caminhos, em parceria com Dino Preti, Mercedes S. Risso e Maria Bernadete M. Abaurre. Estudos Linguísticos 24: 19-35 [Anais do GEL], 1995. ATALIBA T. DE CASTILHO 51 • 1997 a. A Gramaticalização. Estudos Linguísticos e Literários [UFBa] 19: 25-63, março de 1997. • 1997 b. Língua Falada e Gramaticalização. Filologia e Linguística Portuguesa 1: 107-120, 1997. • 1997 c. Projeto de Gramática do Português Falado. Estudos Linguísticos 26: 62-73 [Anais do GEL], 1997. • 1997 d. Para uma sintaxe da repetição. Língua falada e gramaticalização. Língua e Literatura 22: 293-332, 1997. • 1998 f. História do Português de São Paulo. Grupo de Trabalho, com a participação de Marcelo Módolo, Marcos R. Sagatio, Verena Kewitz e Glauce Passeri. Estudos Linguísticos 27: 190-198 [Anais do GEL], 1998. • 1999 c. Advérbios qualificadores no português falado. Boletín de Filologia – Homenaje a Ambrosio Rabanales, tomo XXXVII: 271-300, 1998-1999. • 2000 a. O modalizador “realmente” no português falado. 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Estudos Linguísticos, 46 (1): p. 109-137, 2017. • 2020. A repetição na língua falada - propriedades discursivas e gramaticais, coautoria com Jose Elderson de Souza-Santos, Abdulai Danfa. Revista do GEL vol. 17, DOI 10.21165/GEL.v17i3.2883, 2020. ATALIBA T. DE CASTILHO 54 3) Considerando a Análise da Conversação como Ciência, quais são seus procedimentos metodológicos e suas prin- cipais categorias analíticas? Na metodologia, os critérios de transcrição das entrevistas.Na análise, a identificação das categorias mencionadas no cap. 5 de minha Nova Gramática do Português Brasileiro, Conversação e texto. 4) Quais são as preocupações específicas da Análise da Conversação que a diferenciam de outras teorias do texto? A Análise da Conversação não é propriamente uma teoria do texto. É o estudo empírico dessa manifestação linguística. 5) Pesquisar implica não só ter o conhecimento de con- ceitos e de procedimentos analíticos, mas também saber as possibilidades de seu campo de investigação. Poderia ressaltar delimitações, bem como interfaces da Análise da Conversação? Não sei se entendi bem a pergunta, mas não há dúvida de que a Análise da Conversação abre caminhos para o estudo da estrutura das línguas naturais, pois mostra a língua no momento de sua produção. ATALIBA T. DE CASTILHO 55 6) Dos resultados de seus trabalhos, seria possível indicar contribuições para o ensino? Mostrar que antes de estudar a língua escrita, principal- mente, deveríamos estudar a língua falada. As categorias aí identificadas poderiam, então, ser comparadas com as categorias da língua escrita. Isso mostrará aos alunos como aprendemos a língua falada em família, e a língua escrita, na escola. 7) A quais avanços da Análise da Conversação na contem- poraneidade daria destaque e como vê os desafios de seu futuro? A principal contribuição da AC foi mostrar uma coisa que estava diante de todos nós, mas de que não nos tínhamos dado conta, que é a oralidade, ou seja, a língua da família. Foi preciso esperar que se inventasse o gravador portátil para podermos analisar as categorias da oralidade e seus correlatos na língua escrita. Mostro isso em minha Nova gramática. 8) Que leituras você indicaria para quem está iniciando seus estudos na Análise da Conversação? Menciono isso na gramática citada. Os dados bibliográ- ficos completos aparecem na bibliografia dessa gramática: ATALIBA T. DE CASTILHO 56 leituras sobre análise da conversação • Grice (1967/1982), Sacks; Schegloff; Jefferson (1974 / 2003), Schenkein (ed. 1978), Ozakabe (1979), Beaugrande (1980), Beaugrande; Dressler (1981), Goodwin (1981), Coulmas (ed. 1981), Levinson (1983: cap. 6), Lavandera (1984), Marcuschi (1986), Coulthard (1987), Andrade (1990), Brait (1993, 2002), Koch; Barros (1993, Org. 1997, 2002), Aquino (1997), Oliveira (1997, 1998), Gavasi (1987), Castilho (1998: cap. 1), Preti (Org. 2002, 2002), Hilgert (2002), Galembeck (2002). • Sobre unidades discursivas e parágrafos (= discursivi- zação), ver Garcia (1967/1982), Pike e Pike (1977), Chafe (1987a ), Castilho (1989b), Jubran et al. (1992), Jubran (2006a ), Koch (2006), Risso, Oliveira e Silva e Urbano (2006), Risso (2006), Urbano (2006), entre outros. • Sobre reformulação tópica, repetição, correção, para- fraseamento (= rediscursivização), ver Perini (1980), Marcuschi (1983, 1992, 1996, 2006b); Ramos (1984), Travaglia (1989 a,b), Hilgert (1989, 2006), Dutra (1990), Koch (1990, 1992 a), Braga (1990), Castro (1994), Neves e Braga (1996), Camacho (1996b), Castilho (1997c, 1998a), Oliveira (1997, 1998), Camacho e Pezatti (1998), Fávero, Andrade e Aquino (1996, 1998, 1999, 2006), entre outros. ATALIBA T. DE CASTILHO 57 • Sobre descontinuação tópica, hesitação, interrupção, digressão, parentetização (= desdiscursivização), ver Andrade (1995), Jubran (2006b), entre outros. • Sobre marcadores discursivos há uma rica bibliogra- fia, desde os trabalhos pioneiros de Bally (1951, 1952), Beinhauer (1964), Keller (1979), até a explosão dos estu- dos sobre a oralidade, em que o Brasil assumiu uma presença forte: Ilari (1986 b), Marcuschi (1986, 1989), Andrade (1990), Rosa (1990), Risso (1993, 1996, 2006), Urbano (1993, 2006), Castilho (1998a, cap. ii), Risso, Oliveira e Silva e Urbano (2006, 2006), entre outros. 9) O que chamamos hoje de Análise da Conversação possui várias subáreas, cada uma com especificidades marcantes. Em qual (ou quais) dessas subáreas você se situa e quais são as suas características? Tenho lidado com os procedimentos conversacionais sobre que assentam as categorias gramaticais. Não dá para resumir tudo isso aqui. ATALIBA T. DE CASTILHO 58 10) Caso haja outros aspectos relevantes que não contem- plamos nas questões anteriores, poderia apresentar-nos? Em algum momento, mais teorizações poderiam ser feitas com base no que a Análise da Conversação descobriu. Dei minha colaboração, desenvolvendo aquilo a que chamo “Abordagem multissistêmica das línguas naturais”. Minha Nova Gramática foi escrita com base nessa abordagem. 59 BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS Professora da Universidade de Valência | UV – Departamento de Teoria das Linguagens e Ciências da Comunicação Antes de começar, gostaria de expressar minha gratidão por seu interesse nesta entrevista, espero poder contribuir com minha experiência. Muito obrigada. Beatriz Gallardo-Paúls 1) Como chegou à Análise da Conversação? Que autores lhe serviram de inspiração? Iniciei os meus estudos de doutoramento em 1989; naquele momento, o itinerário investigador da universidade espanhola tinha um primeiro trabalho (tese de licenciatura) que servia BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 60 de antessala à tese de doutoramento. Li essa tese em 1990, atendendo ao estado da questão dos estudos sobre discurso oral. Paralelamente, comecei meu desenho de um corpus de conversas gravadas (normalmente em contextos informais, sem conhecimento dos demais participantes, bem como conversas telefônicas). Nesses primeiros anos, usei o sistema de transcrição desenvolvido por Gail Jefferson para suas transcrições das aulas de Harvey SACKS, mas com algumas peculiaridades devidas à adaptação a um teclado McIntosh (eram outros tempos, não era fácil a interoperabilidade entre sistemas nem a introdução de diacríticos no Word). Naqueles momentos, toda a pragmática (considero que tanto a análise conversacional como a análise do discurso são dimensões aplicadas da pragmática) vivia uma etapa de efervescência epistemológica e de tentativa de fixação do objeto de estudo. A análise do discurso que me interes- sava era o desenvolvido fundamentalmente pelos autores de Birmingham, reunidos em torno de John Sinclair. Esta escola tratava de realizar uma análise da língua falada que se ajustasse aos orçamentos gramaticais estabelecidos por HALLIDAY em seu artigo de 1961 “Categorias da teoria da Gramática”. Isto explica que a segunda época da escola (nos anos 1980) tenha sido desenvolvida, fundamentalmente, pelos autores sistêmicos de Nottingham. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 61 A pragmática nos remete, é claro, a nomes como Austin, Searle e Grice, mas no estudo da interação falada do momento se concretizava, especialmente, nos linguistas das Universidades de Genebra e de Lyon, cujos representantes, que agrupo sob a epígrafe de pragmática dialógica, destaco Eddy Roulet e Catherine Kerbrat-Orecchioni, bem como Antoine Auchlin o Trognon. Ambas as tendências, a análise do discurso e a pragmá- tica dialógica, tinham em comum uma tradição linguística na qual se baseavam, e um tratamento dos dados bastante reducionista. Em geral, não encontramos em seus trabalhos dados procedentes da interação cotidiana, mas quase sempre de conversas marcadas situacionalmente: professor-aluno, médico-paciente, comerciante-cliente etc. São, em sua maio- ria, interações transacionais, ou seja, concebidas com uma finalidade posterior que as justifique. Esta restrição no corpus é acompanhada além de outra limitação na análise, e é que nunca se supera o âmbito do intercâmbio. Do meu ponto de vista, estas abordagens eram necessaria- mente parciais e inadequadas para oferecer uma verdadeira análise conversacional. Se a etnografia da comunicação de Dell Hymes já tinha identificado unidades superiores ao intercâmbio (o evento comunicativo), e a sociologia da linguagem de Joshua Fishman tinha oferecido também BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 62 alguma tentativade sua classificação, a análise linguística, pensava, não podia prescindir de suas contribuições, tendo só em conta a tradição gramatical. O próprio Halliday tinha também defendido uma teoria que tivesse em conta a inter- dependência entre o sistema da língua e o seu ambiente. Este tipo de reflexões aumentou o atrativo que para nós oferecia a análise conversacional etnometodológica, desenvolvida na Universidade da Califórnia por Harvey Sacks e seus colegas. Em comparação com as duas escolas anteriores, estes eram os seus sinais de identidade, realçados num artigo fundador da SACKS de 1972 (On the usability of conversational data for Doing Sociology): • origem sociológica e não linguística; • rejeição explícita de uma metalinguagem anterior à análise dos dados; • dados de conversas cotidianas reais gravadas; • importância atribuída aos princípios sociais que regem a interação; • atenção à organização sequencial. Estas características propiciavam uma análise conver- sacional muito produtiva, e com uma grande capacidade de descrição. Mas, evidentemente, falhava em outros aspectos. Por exemplo, a rejeição inicial da Sacks em relação a uma BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 63 metalinguagem anterior tornou-se progressivamente a ausên- cia de tal metalinguagem, e as noções básicas, como “sequên- cia”, “preferência”, ou mesmo “turno”, eram manipuladas de forma contraditória por cada autor. Por outro lado, o interesse sociológico negligenciava a análise de traços gramaticais ou pragmáticos, análise que, no entanto, a pragmática havia desenvolvido com inegável acerto. Em terceiro lugar, embora os linguistas europeus incorporem sempre as conclusões básicas da análise conversacional americana (organização tópica, a tomada de turno...), os autores norte-americanos raramente demonstram alguma base linguística nas suas análises. Este era o quadro básico que refletia minha tese de licen- ciatura, cuja pretensão final era poder oferecer um modelo de descrição capaz de incorporar e conciliar as contribuições fundamentais das três escolas. 2) Quais de suas produções em revistas e/ou em livros impressos ou eletrônicos destacaria? Há três trabalhos da minha fase inicial que se centram na descrição do discurso conversacional. • Em 1993, publiquei Lingüística perceptiva y conversa- ción: secuencias (Ed. Universitat de València), texto no BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 64 qual caracterizei a unidade conversacional máxima, a sequência, constituída por um intercâmbio ou con- junto de intercâmbios dotado de entidade temática e/ ou funcional. • Em 1996, na editora Episteme, publiquei Análisis con- versacional y pragmática del receptor, Análise conver- sacional e pragmática do receptor, quando me ocupei dos níveis inferiores à sequência. Hoje, não subscreveria algumas formas rígidas do modelo teórico que eu usei então, mas basicamente mantenho o inventário de categorias e unidades. • Em 1998, publiquei dois cadernos na editora Arco, nos quais propus as bases da análise conversacional e meu modelo de análise estrutural. Em quarto lugar, creio que há dois livros que podem ser especialmente interessantes porque representam minha aplicação da análise conversacional à linguística clínica: são o livro de 2005 Afasia y conversación: las habilidades conver- sacionales del interlocutor clave (Ed. Tirant lo Blanch), y el libro Pragmática para logopedas (publicado pela Universidade de Cádiz em 2007). A minha dedicação à linguística clínica, desde 1999, veio motivada, sobretudo porque o meu ensino na universidade BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 65 me levou a dar aulas aos futuros fonoaudiólogos (foniatras/ terapeutas da fala). Depois, constatei que, curiosamente, este mesmo salto tinha sido feito também por alguns dos autores que mais admirava em análise conversacional, como Charles Goodwin e Emmanuel Schegloff. Comecei trabalhando com dados de falantes com afasia e depois me ocupei de outras situações de dano cerebral, como a síndrome de Williams, o Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade (considerados, atualmente, transtornos diferentes), ou as lesões do hemisfério direito. Em todos estes casos apliquei a análise conversacional a dados ecológicos conversacionais, e dirigi o Corpus PERLA (percepção, Linguagem e Afasia) de discurso patológico. Penso que esta linha de investigação continua a ser extremamente frutuosa e é um exemplo claro de como as Humanidades contribuem para a ciência aplicada básica; os protocolos de avaliação da linguagem e de inter- venção logopédica baseados na análise conversacional têm demonstrado a sua eficácia desde a década de 1980, e ainda há um longo caminho a percorrer. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 66 3) Considerando a Análise da Conversação como Ciência, quais são seus procedimentos metodológicos e suas prin- cipais categorias analíticas? Creio que a ciência é a linguística e que, na sua compar- timentação disciplinar, a análise conversacional corresponde à manifestação aplicada da pragmática interativa. Os meus anos de trabalho com dados orais de natureza muito diferente levaram-me a elaborar um modelo de pragmática em três níveis, cada um com a sua dimensão aplicada. Descrevo-o brevemente a seguir. 1. A pragmática enunciativa é a que surge ao considerar todo enunciado objeto de uma enunciação (no sen- tido de Emile Benveniste); as categorias fundamentais deste nível são o ato de falar, a dêixis, e as inferências (pressuposições, implicações e superestimados), cujo eixo fundamental é a intencionalidade comunicativa do emitente. 2. O texto pragmático centra-se nos aspectos derivados dos princípios de coesão e coerência; as suas categorias fundamentais são as superestruturas textuais, e todas as manifestações gramaticais da enunciação (conectores, por exemplo). A organização temática e a paralinguagem (o paratexto de Gerard Genette) fazem também parte deste nível. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 67 3. A pragmática interativa corresponde à análise conver- sacional e surge quando todo enunciado se concebe integrado em uma cadeia interativa. Gosto de citar Gregory Bateson e sua ideia de que o objeto de inte- resse são as reações dos indivíduos às reações de outros indivíduos. No terreno estrutural, as categorias são as manejadas pelas diferentes escolas (com a habitual discrepância interna segundo autores), e que derivam do processo da tomada de turno: intervenção, troca e par adjacente, e sequência conversacional. Os princípios fundamentais que regem a pragmática interativa são dois: um de natureza interna (a previsibilidade), que se encarrega de ordenar o encadeamento conversacional, e outro de natureza externa (a preferência ou prioridade), que atende à dimensão social dos intercâmbios e ao seu efeito nas nossas relações. Quanto à metodologia, penso que já ninguém pode duvidar da exigência de trabalhar com dados ecológicos, obtidos em situações naturais, e transcritos mediante sistemas específicos de notação que permitam recolher em cada caso a informação necessária. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 68 4) Quais são as preocupações específicas da Análise da Conversação que a diferenciam de outras teorias do texto? A análise conversacional integra na descrição todos os aspectos relevantes do texto interativo; como disse, considera que todo turno surge em um contexto (vivencial ou conversa- cional) ao qual o emissor reage. Portanto, exige a confluência da análise gramatical e o pragmático, diante de outros modelos mais imanentes que desvinculam texto e contexto. 5) Pesquisar implica não só ter o conhecimento de concei- tos e procedimentos analíticos, mas também conhecer as possibilidades de seu campo de pesquisa. Poderia destacar as delimitações, assim como as interfaces da Análise da Conversação? Já mencionei limitações da análise conversacional dos etnometodólogos, sobretudo o indutivismo. Outros mode- los atendem menos às variáveis da enunciação e focalizam excessivamente o enunciado.6) Dos resultados dos seus trabalhos, seria possível indicar contribuições para o ensino? No contexto do ensino de segundas línguas, penso que o estudo da conversação, como o desenvolvimento da prag- mática intercultural demonstrou, pode-se dizer objetivado. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 69 Ao integrar a prioridade (“Preference” dos etnometodólogos) como princípio básico da conversação, que hierarquiza as eleições conversacionais, a análise permite abordar diferenças culturais que ocorrem dentro de uma mesma língua, já que os códigos de cortesia e de ameaça/proteção da imagem são variáveis entre diferentes culturas. Mas existem outros desenvolvimentos aplicados, como já referi, que podem ser importantes no ensino. Por exemplo, a predictibilidade conversacional é um aspecto fundamental na reabilitação dos falantes com déficit linguístico por dano cerebral; os terapeutas devem saber que o paradigma con- versacional é mais importante que o paradigma gramatical, e que o fundamental é que os falantes consigam expressar-se e transmitir sua intenção comunicativa. 7) A que avanços da Análise da Conversação na contempo- raneidade daria relevo e como vê os desafios do seu futuro? As aplicações da análise da conversação são múltiplas, desde a linguística clínica à linguística forense. Creio que há um campo muito interessante de futuro. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 70 8) Que leituras indicaria para quem está iniciando seus estudos na Análise da Conversação? Acho que sempre tem que ler as fontes originais. O artigo que Harvey Sacks, Emmanuel Schelgoff e Gail Jefferson publi- caram, em 1974, em Language, estabelecendo as bases da análise conversacional, há de ser leitura obrigatória, ainda que na atualidade os famosos 14 traços já estejam superados (pois são redundantes muitos deles). Para a análise do discurso, recomendaria o livro de Michel Stubbs de 1989, Análisis del discurso (Análise do discurso), que está traduzido pela Alianza. 9) O que hoje chamamos de Análise de Conversação tem várias subáreas, cada uma com características distintas. Em qual (ou quais) destas subáreas se situa e quais são as suas características? O rótulo “análise da conversação” (AC) é frequentemente utilizado para se referir, exclusivamente, ao modelo iniciado por Harvey Sacks, no final da década de 1960, em Berkeley. Creio que aquilo a que os autores de Birmingham chamaram “análise do discurso” ou os estudos de autores francófonos ligados a Eddy Roulet cabem também na denominação geral de análise da conversa. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 71 Tirei elementos de todas estas escolas. Penso que a con- tribuição fundamental da escola de Birmingham é a noção de “previsibilidade”, cujo alcance operacional é enorme. Paralelamente, os etnometodólogos utilizam a ideia de “pertinência condicionada” e a pragmática dialógica fala de “restrições de encadeamento”. Sem dúvida, estas noções são um eixo essencial na análise da conversação de todas as possíveis escolas. 72 BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS Professora da Universidade de Valência | UV – Departamento de Teoria das Linguagens e Ciências da Comunicação Versão em espanhol Preguntas de la entrevista Antes de empezar, quiero trasladaros mi gratitud por vuestro interés para esta entrevista, espero poder aportar algo con mi experiencia. Muchas gracias. 1) ¿Cómo llegaste al Análisis de la Conversación? ¿Qué autores te sirvieron de inspiración? Inicié mis estudios de doctorado en 1989; en aquel momento, el itinerario investigador de la universidad española tenía un primer trabajo (la Tesina o Tesis de licenciatura) BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 73 que servía de antesala a la tesis de doctorado. Leí esa tesina en 1990, atendiendo al estado de la cuestión de los estudios sobre discurso oral. Paralelamente, comencé mi diseño de un corpus de conversaciones grabadas (normalmente en contextos informales, sin conocimiento de los demás partici- pantes, así como conversaciones telefónicas). En esos primeros años utilicé el sistema de transcripción desarrollado por Gail JEFFERSON para sus transcripciones de las clases de Harvey SACKS, pero con algunas peculiaridades debidas a la adaptación a un teclado McIntosh (eran otros tiempos, no era fácil la interoperabilidad entre sistemas ni la introducción de diacríticos en Word). En aquellos momentos toda la pragmática (considero que tanto el análisis conversacional como el análisis del discurso son dimensiones aplicadas de la pragmática) vivía una etapa de efervescencia epistemológica y de intento de fijación del objeto de estudio. El análisis del discurso que me intere- saba era el desarrollado fundamentalmente por los autores de Birmingham reunidos en torno a John SINCLAIR. Esta escuela trataba de realizar un análisis de la lengua hablada que se adecuara a los presupuestos gramaticales establecidos por HALLIDAY en su artículo de 1961 “Categorías de la teoría de la Gramática”. Esto explica que la segunda época de la escuela BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 74 (en los años 80) haya sido desarrollada fundamentalmente por los autores sistémicos de Nottingham. La pragmática nos remite, por supuesto, a nombres como AUSTIN, SEARLE y GRICE, pero en el estudio de la inte- racción hablada del momento se concretaba especialmente en los lingüistas de las Universidades de Ginebra y de Lyon, entre cuyos representantes, que agrupé bajo el epígrafe de pragmática dialógica, destaco a Eddy ROULET y a Catherine KERBRAT-ORECCHIONI, así como Antoine AUCHLIN o TROGNON. Ambas tendencias, el análisis del discurso y la pragmática dialógica, tenían en común una tradición lingüística en la que se apoyaban, y un tratamiento de los datos bastante reduc- cionista. En general, no encontramos en sus trabajos datos procedentes de la interacción cotidiana, sino casi siempre de conversaciones marcadas situacionalmente: profesor-alumno, médico-paciente, comerciante-cliente, etc. Son, pues, en su mayoría, interacciones transaccionales, es decir, concebidas con alguna finalidad ulterior que las justifica. Esta restricción en el corpus se acompaña además de otra limitación en el análisis, y es que nunca se supera el ámbito del intercambio. Desde mi punto de vista, estos enfoques eran necesaria- mente parciales, e inadecuados para ofrecer un verdadero análisis conversacional. Si la etnografía de la comunicación BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 75 de Dell HYMES había identificado ya unidades superiores al intercambio (el acontecimiento comunicativo), y la sociología del lenguaje de Joshua FISHMAN había ofrecido también algún intento de clasificación de las mismas, el análisis lin- güístico, pensaba, no podía prescindir de sus aportaciones, teniendo sólo en cuenta la tradición gramatical. El propio HALLIDAY había defendido también una teoría que tuviese en cuenta la interdependencia entre el sistema de la lengua y su entorno. Este tipo de reflexiones aumentó el atractivo que para nosotros ofrecía el análisis conversacional etnometodológico desarrollado en la Universidad de California por Harvey SACKS y sus colegas. Frente a las dos escuelas anteriores, estas eran sus señas de identidad, puestas de manifiesto en un artículo fundacional de SACKS de 1972 («On the usability of conversational data for doing sociology»): • procedencia sociológica y no lingüística • rechazo explícito de un metalenguaje que fuera anterior al análisis de los datos • datos provenientes de conversaciones cotidianas reales grabadas • importancia concedida a los principios sociales que gobiernan la interacción • atención a la organización secuencial. BEATRIZ GALLARDO-PAÚLS 76 Estas características propiciaban un análisis conversacio- nal muy productivo, y con una gran capacidad de descripción. Pero evidentemente, fallaba en otros aspectos. Por ejemplo, el rechazo inicial de SACKS hacia un metalenguaje previo se convertía progresivamente en la ausencia de tal metalenguaje, y las nociones básicas, como “secuencia”,
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