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SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DE PAREDES DRYWALL Rua Julio Diniz, 56 – cj. 41 – Vila Olímpia CEP 04547-090 – São Paulo, SP Tel. 55 (11) 3842-2433 www.drywall.org.br Índice Apresentação 4 Introdução 5 Atribuições 6 Responsabilidades 7 Composição das paredes drywall 8 Desempenho ao fogo das paredes drywall 10 Utilzação das paredes drywall 12 Ensaios de avaliação das paredes drywall 16 PSQ-Drywall 23 Regulamentação legal 24 Normas técnicas 25 3 Segurança Contra Incêndios de Paredes Drywall Associação Brasileira do Drywall Realização Autor Carlos Roberto de Luca Conselho Claudio Benevides Soares, Eduardo Eleutério, Philippe Rainero Presidente Executivo Luiz Antonio Martins Filho Gerente Técnico Carlos Roberto de Luca Comissão Técnica Carlos Caruy, Carlos Roberto de Luca, Eduardo Carneiro e Omair Zorzi Comissão de Desenvolvimento Amedeo Salvatore, Leonardo Gonçalves e Sérgio Felsch Comissão de Marketing e Comunicação Carlos Caruy, Eduardo Eboli e Rodrigo Trevizani Coordenadora de Comunicação e Marketing Glenda Gradilone Revisão de texto Allen Dupré Apoio institucional Este manual foi revisado pela Comissão de Estudos da IT 08 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Criação e produção gráfica S7 Propaganda Ilustrações Nicoletti Impresso em setembro de 2018 A Associação Brasileira do Drywall tem, como princípio ético, atuar com total neutralidade comercial. Nesse sen- tido, mantém relações equidistantes com todos os fabricantes aprovados pelo PSQ-Drywall (Programa Setorial da Qualidade dos Componentes para os Sistemas Construtivos em Drywall) e está aberta à participação destes, em conjunto ou isoladamente, em seus projetos. Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall FUNDABOM FUNDAÇÃO DE APOIO AO CORPO DE BOMBEIROS Apresentação Este manual aborda o desempenho ao fogo de paredes de vedação interna em drywall em edificações residenciais e não residenciais. Foi desenvolvido para orientar o trabalho de profissionais da construção civil nas áreas de projeto, suprimentos e produção; profissionais da área de segurança ao fogo; Corpo de Bombei- ros; e empresas de seguros. Apresenta um histórico do surgimento do drywall, as atribui- ções, as responsabilidades e as exigências quanto à segu- rança contra incêndios, a composição das chapas e dos outros componentes do sistema drywall e o desempenho ao fogo das paredes mais utilizadas com essa tecnologia. Introdução A chapa de gesso para drywall foi criada nos Estados Unidos em 1894 com a função de proteção ao fogo das construções. Nessa época e desde o início da colonização americana a construção de casas e edifícios comerciais de uma forma geral utilizava es- truturas e fechamentos em madeira. As edificações eram execu- tadas formando pequenas vilas, que, com o tempo, se transformavam em cidades. Não havia preocupação com o espaçamento entre unidades e o tipo de materiais de acaba- mento empregado, nem maiores cuidados com o fogo. Em con- sequência, ao longo dos anos, grandes incêndios arrasaram cidades como São Francisco, Boston e Chicago. Foi nesse contexto que o químico Augustine Sackett, ao pesquisar diferentes materiais, descobriu que uma massa de gesso revestida com lâminas de cartão em ambos os lados resultava em um mate- rial com resistência mecânica, bom acabamento e, principalmente, resistente ao fogo quando aplicado para revestir as estruturas de madeira. Nascia assim a chapa de gesso para drywall. Na primeira fase, a nova chapa foi empregada na construção de casas e prédios baixos, com um a dois pavimentos. Depois, com o advento dos edifícios altos, no início do século vinte, passou a ser empregada em vedações internas, como paredes, forros e revesti- mentos internos de paredes externas, proporcionando bom acaba- mento e proteção ao fogo às construções americanas. Em pouco tempo, seu emprego foi disseminado pelo mundo e intensificou-se após a Segunda Guerra Mundial, contribuindo para a reconstrução das cidades destruídas durante o conflito. No Brasil, o sistema construtivo drywall foi implantado nos anos 1970 e consolidou-se a partir de 1995, sendo hoje utilizado de forma crescente em construções residenciais e não residenciais em todo o País. 5Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall 7 O Decreto nº 56.819, citado na página 6, define as seguintes regras em seu Capítulo VI – Das responsabilidades Artigo 17 – Nas edificações e áreas de risco a serem construídas, cabe aos respectivos autores e/ou responsáveis técnicos, o de- talhamento técnico dos projetos e instalações das medidas se- gurança contra incêndio, objeto deste Regulamento, e ao responsável pela obra, o fiel cumprimento do que foi projetado e das normas pertinentes. Artigo 18 – Nas edificações e áreas de risco já construídas, é de inteira responsabilidade do proprietário ou do responsável pelo uso, a qualquer título: I – utilizar a edificação de acordo com o uso para o qual foi projetada; II – tomar todas as providências cabíveis para a adequação da edificação e das áreas de risco às exigências deste Regulamento, quando necessário. Artigo 19 – O proprietário do imóvel ou o responsável pelo uso obrigam-se a manter as medidas de segurança contra incêndio em condições de utilização, providenciando sua adequada ma- nutenção, sob pena de cassação do AVCB, independentemente das responsabilidades civis e penais cabíveis. Atribuições Compete aos Corpos de Bombeiros, além de outras atribuições legais, a regulamentação, análise e vistoria das medidas de segurança contra incêndios nas edificações e áreas de risco, bem como a realização de pesquisa de incêndio. No Estado de São Paulo, o Decreto nº 56.819, de 10 de março de 2011, instituiu o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco, preconizando os seguintes objetivos: I – proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio; II – dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio; III – proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; IV – dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; V – proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco. Além desses objetivos, o Regulamento estabelece quais são as medidas de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco, a exemplo das seguintes: compartimentação; saídas de emergência; alarme de incêndio; sinalização de emergência; extintores; hidrante e mangotinho. O mencionado Regulamento de Segurança Contra Incêndio traz em anexo as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, que devem ser atendidas para a execução e implantação das medi- das de segurança contra incêndio. Essas Instruções Técnicas, aprovadas juntamente com o Decreto nº 56.819/2011, foram recentemente atualizadas, por meio de Portaria do Comandante do Corpo de Bombeiros, cuja nova edi- ção passou a ter sua vigência a partir de junho deste ano de 2018. Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Responsabilidades Chapas de gesso As chapas de gesso para drywall, fabricadas de acordo com a norma técnica ABNT NBR 14.715, são constituídas por um miolo de gesso – material encontrado na natureza como a rocha mineral gipsita, cuja fórmula química é CaSO4.2H2O – reves- tido em ambos os lados por lâminas de cartão duplex especial- mente desenvolvido para o sistema drywall. As duas moléculas de água existentes na molécula da gipsita representam 20% do peso da chapa, e sob a ação do fogo são liberadas na forma de vapor d’água, retardando a ação deste. O cartão, por ser uma película fina, não agravao poder calorí- fico da chapa = 1.100 kcl/m² sendo classificada na categoria IIA. Demais componentes do sistema Parafusos, fitas, massas, e acessórios são os componentes que completam os sistemas de paredes drywall. Atendem à norma técnica ABNT NBR 15.758 – Parte 1. 9Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Composição das paredes Parafusos Fitas para junta Acessórios Lãs isolantes Perfis de aço Massas para juntas Chapas de gesso Standard (ST) Resistente a umidade (RU), Resistente ao fogo (RF) Figura 2 - Componentes dos sistemas construtivos drywall Figura 1 - Montagem de parede drywall As paredes drywall são compostas por uma estrutura de perfis de aço galvanizado revestida em ambas as faces com chapas de gesso fixadas com parafusos próprios para drywall. As juntas das chapas e as cabeças dos parafusos são tratadas com fitas e massas próprias para drywall, proporcionando bom acabamento à parede. Estrutura de perfis de aço A estrutura é o elemento que define a forma da parede e garante boa parte de sua resistência mecânica. Os perfis de aço para drywall são fabricados de acordo com a norma técnica ABNT NBR 15.217. 11Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Segurança ao fogo As paredes drywall, devido à sua concepção e às características dos materiais envolvidos, possibilitam uma grande gama de montagens, atendendo às necessidades e exigências de desem- penho com relação à segurança ao fogo. Desempenho das paredes Legendas: CH = Chapa de gesso ST = Standard RU = Resistente à umidade RF = Resistente ao fogo 1 73/48/600/1CH 12,5 - 1CH 12,5 73 48 600 2 12,5 2,50 2,90 CF30 CF30 2 73/48/400/1CH 12,5 -1CH 12,5 73 48 400 2 12,5 2,70 3,25 CF30 CF30 3 98/48/600/2CH 12,5 - 2CH 12,5 98 48 600 4 12,5 2,90 3,50 CF60 CF90 4 98/48/400/2CH 12,5 - 2CH 12,5 98 48 400 4 12,5 3,20 3,80 CF60 CF90 5 108/48/600/2CH 15 - 2CH 15 108 48 600 4 15 3,00 3,60 CF90 CF120 6 108/48/400/2CH 15 - 2CH 15 108 48 400 4 15 3,30 3,90 CF90 CF120 7 95/70/600/1CH 12,5 - 1CH 12.5 95 70 600 2 12,5 3,00 3,60 CF30 CF30 8 95/70/400/1CH 12,5 - 1CH 12.5 95 70 400 2 12,5 3,30 4,05 CF30 CF30 9 120/70/600/2CH 12,5 - 2CH 12,5 120 70 600 4 12,5 3,70 4,40 CF60 CF90 10 120/70/400/2CH 12,5 - 2CH 12,5 120 70 400 4 12,5 4,10 4,80 CF60 CF90 11 130/70/600/2CH 15 - 2CH 15 130 70 600 4 15 3,80 4,50 CF90 CF120 12 130/70/400/2CH 15 - 2CH 15 130 70 400 4 15 4,20 4,90 CF90 CF120 13 115/90/600/1CH 12,5 - 1CH 12,5 115 90 600 2 12,5 3,50 4,15 CF30 CF30 14 115/90/400/1CH 12,5 - 1CH 12,5 115 90 400 2 12,5 3,85 4,60 CF30 CF30 15 140/90/600/2CH 12,5 - 2CH 12,5 140 90 600 4 12,5 4,20 5,00 CF60 CF90 16 140/90/400/2CH 12,5 - 2CH 12,5 140 90 400 4 12,5 4,60 5,50 CF60 CF90 17 150/90/600/2CH 15 - 2CH 15 150 90 600 4 15 4,30 5,10 CF90 CF120 18 150/90/400/2CH 15 - 2CH 15 150 90 400 4 15 4,70 5,60 CF90 CF120 19 160/48/600/DEL/2CH 12,5 - 2CH 12,5 160 48 600 4 12,5 4,90 5,80 CF60 CF90 20 160/48/400/DEL/2CH 12,5 - 2CH 12,5 160 48 400 4 12,5 5,50 6,50 CF60 CF90 Altura máxima Resistência ao fogo Itens Designação das paredes Espessura Largura da Distância Chapas de gesso da parede em m CF (corta fogo) total da estrutura entre parede em mm montantes Quantidade Espessura Montantes Tipos de chapas em mm em mm em mm Simples Duplo ST ou RU RF A tabela abaixo apresenta os tipos de paredes mais utilizadas na construção civil e faz parte do Anexo C da IT 08 e do Anexo D da IT 09 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Tabela 1 - Resistência ao fogo de paredes em chapas de gesso para drywall Notas: 1) Especificações e execução de acordo com a norma ABNT 15.758. 2) Exigir atestado de qualificação do PSQ Drywall(Programa Setorial da Qualidade) do PBQP-H. 3) Será admitido o uso de parede drywall com altura superior a 6,5 m em compartimentações de áreas, desde de que seja apresentado atestado da empresa fabricante do sistema drywall, especificando a altura limite em que pode ser executada a parede, a tipologia (características construtivas de montagem dos componentes) e tempo de resistência ao fogo correspondente. 13Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Como paredes de compartimentação horizontal Paredes com até 6,5 metros de altura devem atender ao item 5.5.9 da IT 09, conforme segue: 5.5.9 Para compartimentação com paredes de gesso acarto- nado (drywall), deve ser observado o constante no Anexo D (tabela) da IT 09. Paredes altas Paredes com altura superior a 6,5 metros devem atender ao item 5.5.10 da IT 09, transcrito a seguir: 5.5.10 Quando for utilizada parede de drywall, com altura acima de 6,5 metros, será também indispensável a apresentação de: 5.5.10.1 Atestado da empresa fabricante do drywall especi- ficando a altura que pode ser executada a parede, a tipologia (características construtivas) e o tempo de resistência ao fogo correspondente. 5.5.10.2 ART/RRT do responsável técnico pela instalação. Setor compartimentado Setor compartimentado Setor compartimentado Porta corta-fogo de compartimentação Porta corta-fogo de correr NBR - 11711 Saída de emergência Saída de emergência Saída de emergência PC - P90 PC - P90 2,00 2,00 0,90 Afastamento horizontal entre aberturas Afastamento horizontal entre aberturas Paredes drywall CF 120 Janela <2 m ≥2 m Figura 4 - Paredes de compartimentação Como paredes de vedação interna não estrutural em construções residenciais e não residenciais Para resistência ao fogo, observar o constante no anexo C (tabela) da IT 08. Utilização das paredes drywall Dormitório de empregada Área de serviço Cozinha Depósito Dormitório 2 Dormitório 1 Suíte Banheiro Banheiro Sala de jantar 73/48/400/1ST12,5+1ST12,5 120/70/400/2ST12,5+2ST12,5/LI70 160/48/400/DEL/ 1RU 12,5 + 1 RU 12,5 Sala de estar Sacada Hall Elevador Banheiro Figura 3 - Exemplos de paredes drywall Figura 5 Paredes de cinema Devem ser projetadas de forma a resistir a cargas transmitidas por corrimãos nelas fixados ou calculadas para resistir a uma força horizontal de 730 N/m, aplicada a 1,05 m de altura, aten- dendo ao item 5.8.3.1 alínea a da IT 011. Outras formas de fixação consultar o Manual de Resistência Mecânica e Fixação de Objetos em Paredes Drywall. Como paredes em áreas desocupadas ou obras em shoppings centers Para áreas <300 m² as paredes devem ser CF 30 (corta fogo 30 minutos). Exemplo: 73/48/600/1ST 12,5 + 1ST 12,5 Para áreas >300 m² as paredes devem ser CF 60 (corta fogo 60 minutos). Exemplo: 78/48/600/1RF 15 + 1RF 15 Em ambos os casos, atendendo a Consulta Técnica nº CCB 007/600/12 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado São de Paulo. Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall 15 Modulação Vista frontal Parede drywall Corrimão Máximo 400 0,80 a 0,92 m Corrimão Suporte Montante Reforço RCP de 18 mm 400400 A A bucha basculante e parafuso Como paredes de compartimentação horizontal de caixas de escada e elevador Paredes drywall podem ser usadas como fechamento das caixas de escadas e de elevador. Paredes de escadas enclausuradas protegidas e de escadas enclausuradas à prova de fumaça (PF) devem ter resistência ao fogo de 120 minutos, atendendo aos itens 5.7.9.1 alínea a, 5.7.10.1 alínea a e 5.7.10.2 alínea i da IT 011. Antecâmara 1,50 Elevador de emergência Paredes Drywall CF 120 Figura 6 - Exemplos de paredes de compartimentação horizontal em caixas de escadas e elevador Figura 7 - Exemplo de fixação de corrimão Corte AA 0,90 17Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall O ensaio é conduzido por 20 minutos e, nasequência, deve-se fazer a avaliação da reação ao fogo da parede (face interna e seu miolo) de acordo com as seguintes determinações: FIGRA – Índice da taxa de desenvolvimento de calor; LFS – Propagação lateral da chama; THR600s – Liberação total de calor do corpo de prova nos primeiros 600s de exposição às chamas; TSP600S – Produção total de fumaça do corpo de prova nos primeiros 600s de exposição às chamas; SMOGRA – Taxa de desenvolvimento de fumaça, correspon- dendo ao máximo do quociente de produção de fumaça do corpo de prova e o tempo de sua ocorrência; FS – Tempo em que a frente da chama leva para atingir a marca de 150 mm indicada na face do material ensaiado; 1.000 mm 500 mm 1.500 mm 200 mm Material Junta horizontal Junta vertical Substrato 500 mm Substrato Figura 9 – Ilustração com foco de incêndio e ocupação de pessoas no mesmo ambienteFigura 8 – Esquema ilustrativo do ensaio de reação ao fogo pelo método EN13823:2010 Reação ao fogo O ensaio de reação ao fogo visa basicamente a obter informações sobre a propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça de um determinado material ou sistema construtivo quando submetidos à ação do fogo. As paredes drywall, por constituírem um sistema construtivo multicamada, devem ser avaliadas pela metodologia prescrita na EN13823:2010 – Reaction to fire tests for building products – Building products excluding floorings exposed to the termal attack by a single burning item. (SBI), atendendo os itens: 9.1.2, 9.1.3, 9.1.4 e 9.2 da IT 10. Nesta metodologia, o corpo de prova é constituído de duas asas (asa maior e asa menor) montadas, adotando-se os componen- tes e procedimentos de montagem de uma aplicação real de pa- rede. Devem ser previstas duas juntas – uma vertical a 200 mm do canto e outra horizontal a 500 mm do piso. O desenho a seguir mostra o esquema do corpo de prova a ser avaliado. Ensaios de avaliação das paredes drywall Os resultados obtidos estão na tabela abaixo: 19Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Resistência ao fogo Os objetivos principais de garantir a resistência ao fogo dos ele- mentos estruturais e de compartimentação de uma edificação são: - Possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança; - Garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso operacional de viaturas, equi- pamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para exer- cer as atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção); - Evitar ou minimizar danos à própria edificação, às outras adjacentes, à infraestrutura pública e ao meio ambiente. Para ilustrar, a figura abaixo apresenta uma condição em que se inicia um incêndio num dado ambiente. Para que as pessoas consigam fugir do ambiente adjacente, é necessário que, por exemplo, a parede que separa os ambientes apresente resistência ao fogo pelo tempo mínimo necessário para a fuga. Figura 12 – Ilustração de parede separando dois ambientes: um com o foco de incêndio e o outro com a ocupação de pessoas Figura 10 – Corpos de prova Exigências da NBR Miolo Miolo Miolo de reforço 15575: parte 4 lã de pet lã de vidro de compensado plastificado FIGRA ≤ 120W/s 20W/s 39W/s 25W/s LFS < canto do corpo Não atingiu Não atingiu Não atingiu de prova THR600s ≤ 7,5 MJ 2MJ 1MJ 1MJ TSP600s 200 m2 22m2 20 m2 19 m2 SMOGRA ≤ 180 m2/s2 1m2/s2 Limiar não alcançado Limiar não alcançado FS ≤ 150 mm em 60 s Não atingiu 150 mm Não atingiu 150 mm Não atingiu 150 mm Classificação I ou II A II A II A II A Resultado Final APROVADO APROVADO APROVADO A figura a seguir apresenta as fotografias dos corpos de prova avaliados, nas seguintes configurações: A A 73 48 12 ,5 12 ,5 73 48 12 ,5 12 ,5 Tabela 2: Resultados de reação ao fogo em parede drywall Os resultados obtidos na menor espessura de parede poderão ser estendidos para as paredes com maior espessura e largura de montante 73/48/1ST12,5 + 1ST12,5 + reforço de compensado plastificado (RCP 18 mm) 73/48/1ST12,5 + 1ST12,5 + lã de pet ou lã de vidro (LP 48 mm ou LV 50 mm) Figura 11 – Fotografia do ensaio de SBI em um corpo de prova 21Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall A foto a seguir mostra os equipamentos do laboratório de Segu- rança ao Fogo e Explosões do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Figura 13 – Forno de ensaio do laboratório do IPT composto por cinco queimadores a gás natural (à esquerda: visão interna do forno; à direita: parede drywall montada para o ensaio) A resistência ao fogo de paredes drywal com chapas de gesso pode ser determinada por meio de ensaio laboratorial em aten- dimento à norma técnica ABNT NBR 10636:1989 - Paredes divi- sórias sem função estrutural – Determinação da resistência ao fogo - Método de ensaio. O ensaio consiste em fixar o elemento/sistema construtivo no forno de ensaio, que contém sistema de queimadores a gás na- tural, que por sua vez simulam uma condição de incêndio em uma das faces do sistema construtivo. No lado oposto à simula- ção do incêndio, as temperaturas do sistema são medidas por dispositivos (termopares), e se faz a verificação das ocorrências da parede em relação a sua estabilidade, estanqueidade e iso- lação térmica. Utiliza-se um computador acoplado ao forno com software para registro das temperaturas do forno e da face da parede oposta ao incêndio, bem como para registro da du- ração do ensaio. Após o ensaio, que corresponde ao tempo requerido de resis- tência ao fogo, são feitas as seguintes verificações: • se a parede está estável; • se a parede está estanque; para tanto executa-se o teste do chumaço de algodão na região de juntas da parede, para verifi- cação de ocorrência de ignição; • se a parede apresentou isolação térmica, ou seja: as tempera- turas registradas pelos termopares não foram superiores aos limites normativos (140°C + temperatura ambiente na média e 180°C + temperatura ambiente em qualquer ponto de medida). Figura 14 – fotografia de parede drywall fixada no forno do laboratório do IPT, com a colocação dos termopares na face oposta ao incêndio Figura 15 – Fotografia do pórtico do ensaio montado e, à direita detalhe de aplicação de impacto (20 joules) durante a execução do ensaio Figura 16 – Atestado de Qualificação do PSQ-Drywall Programa Setorial da Qualidade do Drywall O programa foi criado em 2007 pela Associação Brasileira do Drywall, com o objetivo de oferecer uma garantia adicional aos projetistas, construtores e incorporadores – e por extensão aos consumidores - de que, ao optarem pela tecnologia drywall, os materiais correspondentes utilizados em suas obras estejam de acordo com as normas técnicas brasileiras, que definem os padrões de qualidade essenciais para o correto desempenho do sistema e sua segurança. Ou seja, ao cuidar da qualidade de cada um dos componentes utilizados nos sistemas em drywall, o Programa Setorial da Qua- lidade contribui para o crescimento sustentável e seguro do setor e valoriza os fabricantes comprometidos com a qualidade dos seus produtos. A estrutura do PSQ-Drywall está de acordo com o regimento do Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Siste- mas Construtivos – SiMaC do PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, Portaria nº 570 de 27/11/2012. PSQ-Drywall 23Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall Pórtico 20 joules Parede de drywall Detalhe Programa Setorial da Qualidade dos Componentes para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall A DRYWALL - Associação Brasileira do Drywall e a TESIS Tecnologia e Qualidadede Sistemas em Engenharia Ltda. atestam que a empresa: at es ta do d e qu al ifi ca çã o está qualificada junto ao Programa Setorial da Qualidade dos Componentes para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H, do Ministério das Cidades do Governo Federal, de acordo com o Relatório Setorial nº 13, e está em conformidade nos seguintes componentes para sistemas em drywall em relação às referências normativas brasileiras e do Programa Setorial da Qualidade: s Chapa de gesso tipo Standard, Resistente à Umidade e Resistente ao Fogo de espessura 12,5 mm em conformidade com a NBR14715:2010 (requisitos: Identificação, Dimensional, Rebaixo, Densidade superficial de massa, Dureza superficial, Resistência à ruptura na flexão longitudinal e transversal, Absorção de água - somente para chapa Resistente à Umidade); s Perfis de aço Montante 70, Montante 48, Guia 70, Guia 48 e Canaleta C em conformidade com os requisitos da NBR15217:2009 e do Programa (requisitos: Identificação, Dimensional, Espessura do perfil, Massa do revestimento de zinco, Limite de escoamento e Resistência à corrosão); s Suportes niveladores e Tirante para perfil de aço Canaleta C em conformidade com os requisitos da NBR15758:2009 e do Programa (requisitos: Identificação, Espessura do suporte, Resistência à tração no conjunto, Resistência à tração no pendural, Massa de zinco no suporte e no tirante e Resistência à corrosão no suporte); s Massa Pronta e em Pó para tratamento de juntas em conformidade com os requisitos da NBR15758:2009 e do Programa (requisitos: Identificação da embalagem, Craqueamento/fissuração e Fissuração da massa nas bordas da fita); s Fita de papel para tratamento de juntas em conformidade com a NBR 15758:2009 (requisitos: Resistência à tração; Estabilidade dimensional; Espessura, Largura e Quantidade de furos). Para maiores informações sobre o Programa Setorial da Qualidade, acessar o site: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h Esta qualificação é válida até 31 de outubro de 2013. Brasil. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. São Paulo. Decreto nº 56.819, de 10 de março de 2011. São Paulo. Corpo de Bombeiros. IT 08/2018, de 15 de março de 2018. São Paulo. Corpo de Bombeiros. IT 09/2018, de 15 de março de 2018. São Paulo. Corpo de Bombeiros. IT 10/2018, de 15 de março de 2018. São Paulo. Corpo de Bombeiros. IT 11/2018, de 15 de março de 2018. São Paulo. Corpo de Bombeiros. Consulta técnica nº CCB- 007/600/12, de 30 de março de 2012. Brasil. Ministério das Cidades. SiMaC do PBQP-H. Portaria nº 570, de 27 de novembro de 2012. Regulamentação legal Normas técnicas 25Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall ABNT NBR 14715-1:2010 Chapas de gesso para drywall – Requisitos. ABNT NBR 14715-2:2010 Chapas de gesso para drywall – Métodos de ensaio. ABNT NBR 15217:2009 Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Requisitos e métodos de ensaio. ABNT NBR 15758-1:2009 Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall: Projetos e procedimentos executivos para montagem – Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes. ABNT NBR 15758-2:2009 Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall: Projetos e procedimentos executivos para montagem – Parte 2: Requisitos para sistemas usados como forros. ABNT NBR 15758-3:2009 Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall: Projetos e procedimentos executivos para montagem – Parte 3: Requisitos para sistemas usados como revestimento. ABNT NBR 10636:1989 Paredes divisórias sem função estrutural - Determinação da resistência ao fogo – Método de ensaio. ABNT NBR 15.575:2013 Edificações Habitacionais – Desempenho - Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais externas e internas. EN 13832:2010 Reaction to fire tests for building products. Building products excluding floorings exposed to the thermal attack by a single burning item. 27Seguranca Contra Incêndios de Paredes Drywall
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