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ACIONAMENTO DE DISPOSITIVOS ATUADORES SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL VOLUME 2 ACIONAMENTO DE DISPOSITIVOS ATUADORES SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL VOLUME 2 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SENAI-DN – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Regina Maria de Fátima Torres Diretora Associada de Educação Profissional SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL ACIONAMENTO DE DISPOSITIVOS ATUADORES VOLUME 2 SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190 http://www.senai.br © 2015. SENAI – Departamento Nacional © 2015. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul 2ª edição A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional – GDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul Gerência de Desenvolvimento Educacional – GDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD FICHA CATALOGRÁFICA S491 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional Acionamento de dispositivos atuadores / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. – 2. ed. – Brasília: SENAI/DN, 2015. 256 p.: il. v.2. (Automação e Mecatrônica Industrial). ISBN 978-85-7519-852-0 1. Controlador Programável. 2. Pneumática. 3. Hidráulica. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional do Rio Grande do Sul. II. Título. III. Série. CDU – 621.38 Bibliotecário Responsável: Cristiane Mesquita T. Luvizetto - CRB 10/1266 Lista de ilustrações Figura 1 - Elevação de plataforma por ar comprimido .......................................................................................19 Figura 2 - Usos do ar ambiente e ar comprimido .................................................................................................20 Figura 3 - Exemplo prático de pressão .....................................................................................................................21 Figura 4 - Manômetro .....................................................................................................................................................21 Figura 5 - Experimento da coluna de mercúrio .....................................................................................................22 Figura 6 - Lei geral do gases .........................................................................................................................................24 Figura 7 - Comparativo entre as escalas de temperatura em Celsius, Fahrenheit e Kelvin ...................26 Figura 8 - Experimento de Pascal ...............................................................................................................................28 Figura 9 - Experimento de Boyle-Mariotte ..............................................................................................................28 Figura 10 - Experimento de Gay-Lussac ...................................................................................................................29 Figura 11 - Experimento de Charles ..........................................................................................................................29 Figura 12 - Produção, preparação e distribuição do ar comprimido .............................................................33 Figura 13 - Compressor tipo pistão (amarelo), com reservatório de 25L (preto). .....................................34 Figura 14 - Divisão dos compressores conforme a sua funcionalidade .......................................................35 Figura 15 - Compressor por pistão ............................................................................................................................35 Figura 16 - Compressor por diafragma ....................................................................................................................36 Figura 17 - Compressor tipo palheta ........................................................................................................................36 Figura 18 - Compressor tipo parafuso ......................................................................................................................37 Figura 19 - Compressor de lóbulo ou roots ............................................................................................................37 Figura 20 - Compressor de anel líquido ...................................................................................................................37 Figura 21 - Compressor radial ......................................................................................................................................38 Figura 22 - Compressor axial ........................................................................................................................................38 Figura 23 - Resfriador posterior com a sua simbologia ......................................................................................44 Figura 24 - Reservatório de ar comprimido com a sua simbologia ...............................................................44 Figura 25 - Secagem por refrigeração ......................................................................................................................47 Figura 26 - Secagem por absorção ............................................................................................................................48 Figura 27 - Secagem por adsorção ............................................................................................................................49 Figura 28 - Esquema da produção, armazenamento e limpeza do ar comprimido.................................50 Figura 29 - a) Rede de ar comprimido com circuito aberto; b) Circuito fechado e circuito misto ......51 Figura 30 - Colocação de dreno e inclinação das tubulações ..........................................................................51 Figura 31 - a) Tubo de polietileno; b) Tubo de nylon ...........................................................................................53 Figura 32 - Conexão instantânea ................................................................................................................................54 Figura 33 - Unidade de conservação com as suas simbologias ......................................................................55 Figura 34 - Distribuição dos componentes de acordo com o tipo de elemento ......................................59 Figura 35 - Atuadores de simples ação com suas respectivas simbologias ................................................60 Figura 36 - Atuador de dupla ação ............................................................................................................................61 Figura 37 - Composição interna de um cilindro de dupla ação ......................................................................61 Figura 38 - a) Atuadorcom giro controlado; b) Atuador tipo motor (motor tipo palheta), com suas respectivas simbologias ..............................................................................................................................61 Figura 39 - a) Atuadores com haste passante; b) Tandem; c) Sem haste; d) Com garra; e) Com músculos ...............................................................................................................................................................62 Figura 40 - Válvula direcional 5/2 vias com duplo piloto e acionamento manual, com a sua simbologia ...........................................................................................................................................................................62 Figura 41 - Válvula direcional com três direções...................................................................................................63 Figura 42 - Válvula direcional com cinco vias ........................................................................................................63 Figura 43 - Utilização de simbologias de leitura ...................................................................................................64 Figura 44 - Representação dos orifícios de uma válvula direcional ...............................................................65 Figura 45 - Válvula 3/2 vias com duplo piloto ........................................................................................................66 Figura 46 - Válvula de controle de fluxo variável unidirecional .......................................................................67 Figura 47 - Válvula de controle de fluxo variável bidirecional .........................................................................67 Figura 48 - Válvula alternadora ...................................................................................................................................68 Figura 49 - Válvula de simultaneidade .....................................................................................................................68 Figura 50 - Válvula de controle de fluxo com escape rápido............................................................................69 Figura 51 - Temporizador com suas simbologias .................................................................................................69 Figura 52 - Contador pneumático com a sua simbologia .................................................................................70 Figura 53 - a) Acionamento direto; b) Acionamento indireto ..........................................................................71 Figura 54 - Tipos de acionamentos musculares ....................................................................................................71 Figura 55 - Acionamento por pino .............................................................................................................................72 Figura 56 - Acionamento por rolete ..........................................................................................................................72 Figura 57 - Acionamento por rolete escamoteável ou gatilho ........................................................................73 Figura 58 - Posicionamento dos acionamentos mecânicos. a) por pino; b) por rolete; c) por rolete escamoteável .............................................................................................................................................73 Figura 59 - Acionamentos pneumáticos: piloto negativo .................................................................................74 Figura 60 - Acionamentos pneumáticos: piloto positivo ...................................................................................74 Figura 61 - Acionamento combinado por eletroímã e válvula de pré-comando interno .....................75 Figura 62 - Acionamento combinado por eletroímã e válvula de pré-comando externo ....................75 Figura 63 - Acionamento combinado por solenoide e piloto ou botão ......................................................75 Figura 64 - Válvula direcional 2/2 vias NF com acionamento por rolete e retorno por mola ...............79 Figura 65 - Princípio de funcionamento de um vácuo .......................................................................................81 Figura 66 - Princípio do efeito de Venturi e ventosas..........................................................................................82 Figura 67 - Simbologias das ventosas de acordo com a sua aplicação ........................................................83 Figura 68 - Exemplo para aplicação da representação dos movimentos ....................................................85 Figura 69 - Diagrama trajeto-passo ...........................................................................................................................87 Figura 70 - Exemplo de diagrama trajeto-passo ...................................................................................................87 Figura 71 - Diagrama trajeto-tempo .........................................................................................................................87 Figura 72 - Diagrama de comando ............................................................................................................................88 Figura 73 - Divisão de um circuito pneumático, utilizando uma representação numérica e por letras ...............................................................................................................................................................................90 Figura 74 - Exemplo para utilizar o método intuitivo: transporte de produtos ........................................90 Figura 75 - Sequência de funcionamento pelo método intuitivo ..................................................................91 Figura 76 - Acionamento indireto para avanço e retorno dos cilindros A e B............................................92 Figura 77 - Circuito pneumático com a representação em forma de letras e numérica ........................92 Figura 78 - Circuito 1 .......................................................................................................................................................93 Figura 79 - Circuito 2 .......................................................................................................................................................93 Figura 80 - Circuito 3 .......................................................................................................................................................94 Figura 81 - Circuito 4 .......................................................................................................................................................94 Figura 82 - Circuito 5 .......................................................................................................................................................95 Figura 83 - Circuito 6 .......................................................................................................................................................95 Figura 84 - Circuito 7 .......................................................................................................................................................96 Figura 85 - Circuito 8 .......................................................................................................................................................97 Figura 86 - Roda d’água .................................................................................................................................................99 Figura 87 - Princípio de uma prensa hidráulica .................................................................................................. 101 Figura 88 - Aplicação da lei de Stevin ....................................................................................................................101 Figura 89 - Força exercida sobre um objeto com sólido e sobre objeto com líquido .......................... 103 Figura 90 - Exemplo de um intensificador de pressão .................................................................................... 103 Figura 91 - Reservatórios de água ........................................................................................................................... 104 Figura 92 - Reservatório de água com três furos ............................................................................................... 104 Figura 93 - Aplicação do princípio de Bernouli .................................................................................................. 105 Figura 94 - Exemplo de fluxo laminar e turbulento .......................................................................................... 105 Figura 95 - a) Reservatório; b) Filtros ...................................................................................................................... 108 Figura 96 - Esquema de um reservatório ............................................................................................................. 110 Figura 97 - Tipos de reservatórios ........................................................................................................................... 110 Figura 98 - Resfriadores .............................................................................................................................................. 111 Figura 99 - Válvula direcional de centro aberto ................................................................................................. 112 Figura 100 - Válvula direcional de centro fechado ............................................................................................ 113 Figura 101 - Válvula direcional de centro em tandem ..................................................................................... 113 Figura 102 - Válvula direcional de centro aberto negativo ............................................................................ 114 Figura 103 - a) Válvula de desaceleração; b) Simbologia ................................................................................ 115 Figura 104 - a) Válvula reguladora de pressão; b) Um circuito utilizando uma válvula reguladora de pressão .................................................................................................................................................. 115 Figura 105 - a) Válvula controladora de vazão com pressão compensada; b) Simbologia ............... 116 Figura 106 - Tipos de válvulas redutoras de pressão ........................................................................................ 116 Figura 107 - Acumulador ............................................................................................................................................ 117 Figura 108 - a) Atuador telescópico; b) Simbologia ......................................................................................... 120 Figura 109 - Circuito de descarga ............................................................................................................................ 121 Figura 110 - Circuito regenerativo .......................................................................................................................... 122 Figura 111 - Válvula limitadora de pressão de descarga diferencial ........................................................... 123 Figura 112 - Circuito de descarga de um acumulador .................................................................................... 124 Figura 113 - Circuito com aproximação rápida e avanço controlado ........................................................ 125 Figura 114 - Descarga automática da bomba..................................................................................................... 126 Figura 115 - Sistema alta-baixa ................................................................................................................................ 127 Figura 116 - Circuito de controle de entrada do fluxo ..................................................................................... 128 Figura 117 - Circuito de controle de saída de fluxo .......................................................................................... 129 Figura 118 - Controle de vazão por desvio do fluxo ......................................................................................... 130 Figura 119 - Válvula de contrabalanço .................................................................................................................. 131 Figura 120 - Circuito com redução de pressão ................................................................................................... 132 Figura 121 - Válvula de contrabalanço diferencial ............................................................................................ 133 Figura 122 - Válvula de retenção pilotada ............................................................................................................ 134 Figura 123 - Gráfico para estabelecer o diâmetro interno de uma mangueira ...................................... 157 Figura 124 - a) Funcionamento de uma botoeira; b) Botão pulsador; c) Botão giratório com trava; d) Botão cogumelo com trava. ........................................................................................................... 166 Figura 125 - a) Chave fim de curso tipo rolete; b) Chave fim de curso do tipo rolete escamoteável (gatilho) ................................................................................................................................................. 166 Figura 126 - a) Sensor capacitivo; b) Sensor indutivo; c) Sensor óptico de barreira. As imagens estão acompanhadas de suas simbologias .......................................................................................................... 167 Figura 127 - Sensor magnético acoplado a um atuador com êmbolo magnético ............................... 167 Figura 128 - Pressostato com a sua simbologia ................................................................................................. 168 Figura 129 - a) Temporizador TON; b) Temporizador TOF. ............................................................................. 169 Figura 130 - Contador com a sua simbologia ..................................................................................................... 169 Figura 131 - Válvula direcional 3/2 vias NF. a) Acionamento por solenoide; b) Retorno por mola com a sua simbologia .................................................................................................................................................. 169 Figura 132 - Funcionamento de um solenoide com a sua simbologia ...................................................... 170 Figura 133 - Resolução do circuito 1 ...................................................................................................................... 170 Figura 134 - Resolução do circuito 2 ...................................................................................................................... 171 Figura 135 - Resolução do circuito 3 ...................................................................................................................... 171 Figura 136 - a) Circuito A; b) Circuito B; c) Circuito C; d) Circuito D ............................................................. 172 Figura 137 - a) Circuito A; b) Circuito B .................................................................................................................. 174 Figura 138 - a) Circuito A; b) Circuito B .................................................................................................................. 175 Figura 139 - a) Circuito A; b) Circuito B .................................................................................................................. 177 Figura 140- Diagrama trajeto-passo do circuito proposto ............................................................................ 178 Figura 141 - Sequência de funcionamento pelo método intuitivo ............................................................ 178 Figura 142 - Resolução do circuito 8 ...................................................................................................................... 179 Figura 143 - Diagrama trajeto-passo do circuito proposto ............................................................................ 180 Figura 144 - Sequência de funcionamento pelo método intuitivo ............................................................ 180 Figura 145 - Circuito 9 ................................................................................................................................................. 180 Figura 146 - Circuito de dois setores ...................................................................................................................... 182 Figura 147 - Circuito de três setores ....................................................................................................................... 182 Figura 148 - Circuito de quatro setores ................................................................................................................. 183 Figura 149 - Circuito de cinco setores.................................................................................................................... 183 Figura 150 - Circuito pelo método intuitivo ........................................................................................................ 184 Figura 151 - Circuito com a divisão em setores .................................................................................................. 184 Figura 152 - Fazendo a “transição” de um setor para outro ........................................................................... 185 Figura 153 - Fazendo a ativação ou desativação do contator K1 ................................................................ 185 Figura 154 - Fazendo a transição de um setor para outro .............................................................................. 186 Figura 155 - Esquema do circuito ............................................................................................................................ 187 Figura 156 - Sistema de controle utilizando um CP.......................................................................................... 194 Figura 157 - Dispositivos de entrada e saída que podem ser conectados ao CP .................................. 194 Figura 158 - Estrutura interna de um CP ............................................................................................................... 196 Figura 159 - a) Entrada CC; b) Entrada CA ............................................................................................................ 199 Figura 160 - Saídas digitais: a) Relé; b) Transistor; c) Triac .............................................................................. 200 Figura 161 - Saída analógica ..................................................................................................................................... 200 Figura 162 - CP compacto .......................................................................................................................................... 204 Figura 163 - Arquitetura de um CP modular ....................................................................................................... 204 Figura 164 - CP modular ............................................................................................................................................. 204 Figura 165 - Diagrama em blocos do princípio de funcionamento de um CP ....................................... 205 Figura 166 - Representação dos contatos: a) NA; b) NF .................................................................................. 212 Figura 167 - Estrutura de um diagrama Ladder ................................................................................................. 213 Figura 168 - Possíveis combinações das entradas para habilitar uma saída ........................................... 214 Figura 169 - Repetibilidade de entradas e saídas .............................................................................................. 215 Figura 170 - Representação de um circuito com relés eletromecânicos .................................................. 215 Figura 171 - a) Lógica Ladder simplificada; b) Lógica Ladder do circuito elétrico da figura 170. .... 216 Figura 172 - Ligação das entradas e saídas do CP ............................................................................................. 217 Figura 173 - Leitura de um programa de CP ....................................................................................................... 217 Figura 174 - Entradas dependente da energização dessa entrada ............................................................. 218 Figura 175 - Contato selo de um circuito em um diagrama Ladder ........................................................... 219 Figura 176 - Instruções SET e RESET ....................................................................................................................... 219 Figura 177 - Representação da porta lógica AND com o diagrama Ladder ............................................ 221 Figura 178 - Representação da porta lógica OR com o diagrama Ladder ................................................ 221 Figura 179 - Representação da porta lógica NOT com o diagrama Ladder ............................................. 222 Figura 180 - Representação da porta lógica XOR com o diagrama Ladder ............................................. 222 Figura 181 - Simplificação da tabela verdade pelo mapa de Karnaugh ................................................... 223 Figura 182 - Representação do circuito simplificado (pelo mapa de Karnaugh) com o diagrama em Ladder ..................................................................................................................................................... 223 Tabela 1: Conversão de pressão e vazão volumétrica ..........................................................................................27 Tabela 2: Consumo de potência de acordo com furos em tubulações de pneumática .........................52 Tabela 3: Comparação entre as normas ....................................................................................................................66 Tabela 4: Tamanho relativo das partículas ............................................................................................................. 109 Tabela 5: Comprimento de tubo equivalente à perda de carga por singularidades em metros ....... 139 Tabela 6: Comprimento de tubo equivalente à perda de carga por singularidades em metros ....... 140 Tabela 7: Tubo de aço para condução de fluidos e outros fins ...................................................................... 141 Tabela 8: Catálogo de cilindros FESTO .................................................................................................................... 146 Tabela 9: Catálogo de cilindros PARKER HANNIFIN – forças (N)..................................................................... 147 Tabela 10: Tabela de velocidades.............................................................................................................................. 154 Tabela 11: Tabela de valores ....................................................................................................................................... 155 Tabela 12: Tabela verdade da porta lógica AND .................................................................................................. 220 Tabela 13: Tabela verdade da lógica OR ................................................................................................................. 221 Tabela 14:Tabela verdade da lógica NOT .............................................................................................................. 221 Tabela 15: Tabela verdade da lógica XOR .............................................................................................................. 222 Tabela 16: Tabela verdade ........................................................................................................................................... 223 Quadro 1 - Propriedades físicas do ar comprimido ..............................................................................................23 Quadro 2 - Tipos de compressores ..............................................................................................................................34 Quadro 3 - Tipo de Compressores ...............................................................................................................................39 Quadro 4 - Critérios para escolha de compressores .............................................................................................40 Quadro 5 - Consequências da presença de água condensada nas linhas de ar .........................................43 Quadro 6 - Principais funções dos componentes da unidade de conservação ..........................................55 Quadro 7 - Identificação dos orifícios da válvula direcional ..............................................................................65 Quadro 8 - Representação simbólica dos componentes ....................................................................................80 Quadro 9 - Anotação em forma de quadro ..............................................................................................................86 Quadro 10 - Principais unidades utilizadas na hidráulica ................................................................................ 107 Quadro 11 - Composição de um sistema hidráulico ......................................................................................... 107 Quadro 12 - Composição de um sistema hidráulico ......................................................................................... 108 Quadro 13 - Comparação entre os tipos filtrantes hidráulicos ...................................................................... 109 Quadro 14 - Quadro comparativo entre os centros das válvulas direcionais ........................................... 114 Quadro 15 - Elementos construtivos das mangueiras ...................................................................................... 118 Quadro 16 - Dicas para instalação de mangueiras ............................................................................................. 119 Quadro 17 - Dicas para instalação de mangueiras ............................................................................................. 120 Quadro 18 - Fator de correção ................................................................................................................................... 145 Quadro 19 - Aplicações de cargas de Euler ........................................................................................................... 145 Quadro 20 - Comparação entre os sistemas elétrico, pneumático e hidráulico ..................................... 160 Quadro 21 - Comparação entre os sistemas pneumáticos, eletro-mecanico e eletrônicos ................ 160 Quadro 22 - Vantagens da utilização do sistema pneumático ...................................................................... 161 Quadro 23 - Vantagens da utilização do sistema hidráulico ........................................................................... 162 Quadro 24 - Mapeamento de posições de memória de um CP .................................................................... 211 Quadro 25 - Símbolos Ladder para contatos NA e NF para diferentes tipos de fabricantes ............... 212 Quadro 26 - Símbolos Ladder para saídas de diferentes tipos de fabricantes ......................................... 213 Quadro 27 - Representação das entradas e saídas de acordo com a função mostrada na figura 170. ......................................................................................................................................................................... 215 Quadro 28 - Letras para utilização nas entradas e saídas ................................................................................ 216 Quadro 29 - Funcionamento do SET e RESET ....................................................................................................... 220 Quadro 30 - Representação de portas lógicas ..................................................................................................... 220 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................15 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO ......................................................................19 2.1 Pneumática: características do ar comprimido ................................................................................20 2.2 Propriedades físicas do ar comprimido ..............................................................................................22 2.2.1 As leis utilizadas na pneumática ..........................................................................................23 3 PRODUÇÃO, PREPARAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO ...........................................................33 3.1 Produção do ar comprimido ...................................................................................................................33 3.1.1 Compressores .............................................................................................................................34 3.1.2 Sistema de refrigeração ..........................................................................................................41 3.2 Preparação do ar comprimido ...............................................................................................................42 3.2.1 Umidade .......................................................................................................................................42 3.2.2 Resfriador posterior..................................................................................................................43 3.2.3 Reservatório de ar comprimido ...........................................................................................44 3.2.4 Filtros de ar comprimido ........................................................................................................45 3.2.5 Secadores de ar..........................................................................................................................46 3.2.6 Esquema completo de produção, armazenamento e limpeza do ar comprimido ...........................................................................................................................................50 3.3 Distribuição do ar comprimido ..............................................................................................................50 3.3.1 Rede de distribuição ................................................................................................................50 3.3.2 Materiais utilizados nas redes de pressão ........................................................................53 4 ELEMENTOS PNEUMÁTICOS......................................................................................................................................59 4.1 Elementos pneumáticos de trabalho ..................................................................................................59 4.1.1 Atuadores pneumáticos .........................................................................................................60 4.2 Elementos de comando ............................................................................................................................624.2.1 Válvulas direcionais ..................................................................................................................62 4.3 Elementos de processamento de sinais..............................................................................................66 4.3.1 Temporizadores .........................................................................................................................69 4.3.2 Contadores ..................................................................................................................................70 4.4 Elementos de sinais ...................................................................................................................................70 4.4.1 Comandos diretos e indiretos ..............................................................................................70 4.4.2 Acionadores ................................................................................................................................71 Sumário 5 SIMBOLOGIAS DA PNEUMÁTICA E TECNOLOGIA DO VÁCUO .......................................................................79 5.1 Representação simbólica de acordo com o tipo de acionamento ...........................................79 5.1.1 Definição das posições (conforme VDI 3260) .................................................................79 5.1.2 Simbologia gráfica de circuitos pneumáticos conforme norma ISO 1219 (NBR 8896) ........................................................................................................................................................80 5.2 Tecnologia do vácuo ..................................................................................................................................81 5.2.1 Efeito Venturi ..............................................................................................................................81 6 COMANDOS PNEUMÁTICOS SEQUENCIAIS E CIRCUITOS PRÁTICOS ..........................................................85 6.1 Formas de representação .........................................................................................................................86 6.1.1 Diagramas de movimentos ...................................................................................................87 6.1.2 Diagrama de comando ...........................................................................................................88 6.2 Representação da numeração das simbologias de um circuito pneumático ......................88 6.2.1 Elementos de produção, tratamento e distribuição ....................................................89 6.3 Método intuitivo de construção de circuitos pneumáticos ........................................................90 6.4 Circuitos pneumáticos práticos .............................................................................................................93 7 HIDRÁULICA: CARACTERÍSTICAS, COMPONENTES E CIRCUITOS PRÁTICOS ............................................99 7.1 Hidrostática ................................................................................................................................................ 100 7.1.1 Leis aplicadas à hidráulica .................................................................................................. 100 7.1.2 Outras características da hidráulica ................................................................................ 102 7.2 Hidrodinâmica .......................................................................................................................................... 104 7.2.1 Velocidade x vazão ................................................................................................................ 104 7.3 Composição de um sistema hidráulico ............................................................................................ 107 7.3.1 Filtros .......................................................................................................................................... 109 7.3.2 Reservatórios hidráulicos .................................................................................................... 110 7.3.3 Resfriadores (trocadores de calor) ................................................................................... 110 7.3.4 Bombas hidráulicas ............................................................................................................... 111 7.3.5 Válvulas direcionais ............................................................................................................... 112 7.3.6 Válvula de desaceleração .................................................................................................... 115 7.3.7 Acumuladores ......................................................................................................................... 117 7.3.8 Mangueiras ............................................................................................................................... 117 7.3.9 Atuadores hidráulicos .......................................................................................................... 119 7.4 Circuitos hidráulicos práticos............................................................................................................... 120 8 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS E HIDRÁULICOS ..................................................... 137 8.1 Dimensionamento de sistemas pneumáticos ............................................................................... 137 8.2 Dimensionamento de sistemas hidráulicos ................................................................................... 150 9 COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS ELÉTRICOS, PNEUMÁTICOS E HIDRÁULICOS ............................ 159 10 ELETROPNEUMÁTICA E ELETRO-HIDRÁULICA .............................................................................................. 165 10.1 Principais componentes dos sistemas eletropneumáticos e eletro-hidráulicos ........... 165 10.1.1 Equipamento de saída de sinal ...................................................................................... 169 10.2 Circuitos eletropneumáticos práticos ............................................................................................ 170 10.3 Método cascata elétrica ...................................................................................................................... 181 10.3.1 Etapas da cascata elétrica ................................................................................................. 182 11 HISTÓRIA DOS SISTEMAS DE CONTROLE, CONCEITO E UTILIZAÇÃO DO CP ..................................... 191 11.1 A era dos controladores de lógica programável ........................................................................ 193 11.2 Utilização de um CP .............................................................................................................................. 193 12 CAPACIDADE E TIPOS DE CP ................................................................................................................................ 203 12.1 Classificação dos CPS .......................................................................................................................... 203 12.2 Modos de operação de um CP.......................................................................................................... 204 12.2.1 Princípio de funcionamento: diagrama em blocos ................................................. 205 12.2.2 Modos para verificar se o programa está certo e limpar o CP ............................. 206 12.3 Comparação do CP com outros sistemas de controle ............................................................. 206 13 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO .................................................................................................................... 209 13.1 Norma IEC 61131-3 ...............................................................................................................................209 13.2 Lógica de contatos ................................................................................................................................ 212 13.2.1 Símbolos básicos ................................................................................................................. 212 13.3 Diagrama de contatos em Ladder ................................................................................................... 213 13.3.1 Ligação de um CP ................................................................................................................ 217 13.3.2 Representação de portas lógicas com o diagrama Ladder .................................. 220 13.3.3 Utilização do mapa de Karnaugh para a simplificação de circuitos em Ladder ...222 14 Referências ................................................................................................................................................................ 227 15 APÊNDICES ................................................................................................................................................................ 232 16 Minicurrículo do Autor .......................................................................................................................................... 250 17 Índice ........................................................................................................................................................................... 251 A Unidade Curricular Acionamentos de Dispositivos Atuadores compõe o Módulo Introdutório comum aos Cursos de Habilitação Profissional da Área de Automação e Mecatrônica Industrial. O Curso Técnico em Mecatrônica tem o objetivo formar Técnicos em Mecatrônica com sólidos conhecimentos para atuar no desenvolvimento de sistemas automatizados de manufatura e na implementação e manutenção de máquinas e equipamentos automatizados, respeitando procedimentos e normas técnicas, bem como normas de qualidade, de saúde, de segurança e de meio ambiente. Esta Unidade Curricular tem o objetivo de familiarizar o aluno com as características e o funcionamento de dispositivos atuadores em sistemas de controle e automação. Considera conhecimentos relativos à eletricidade industrial, pneumática, hidráulica e controladores programáveis. Desse modo, trabalharemos com as principais características da pneumática e do ar comprimido, e os processos relacionados para sua utilização em um sistema industrial. Conheceremos a produção, a preparação e a distribuição do ar comprimido, mostrando as etapas e características de geração do ar comprimido, ate seu estagio final. Abordaremos os principais elementos pneumáticos, suas diferenças e aplicações para o funcionamento em um circuito pneumático. Estudaremos as principais simbologias da pneumática utilizadas em um diagrama esquemático de um circuito pneumático real, além de mostrarmos o funcionamento da tecnologia do vácuo. Conheceremos, também, os comandos sequenciais pneumáticos e os circuitos práticos que podem ser utilizados na indústria, detalhando seu funcionamento e apresentaremos as principais características da hidráulica, da hidrostática e da hidrodinâmica, mostrando os principais componentes e alguns circuitos práticos hidráulicos que podem ser utilizados na indústria. Apresentaremos os conceitos e cálculos necessários para o dimensionamento dos componentes hidráulicos e pneumáticos e faremos a comparação dos sistemas elétricos, pneumáticos e hidráulicos, suas semelhanças e diferenças e suas aplicações na indústria. INTRODUÇÃO 1 16 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Estudaremos, ainda, a eletropneumática e a eletro-hidráulica, mostrando suas principais vantagens com relação à pneumática e a hidráulica, bem como a simplificação dos circuitos, o método cascata elétrica e os principais circuitos que podem ser feitos com a elétrica. Em relação aos controladores programáveis, conheceremos o histórico dos sistemas de controle, o conceito e a utilização do CP, mostrando as gerações desses equipamentos, conceitos e suas principais utilizações. Estudaremos os tipos de controladores programáveis que existem, os seus modos de operação, a comparação dos CPs com outros sistemas de controle, além do principio de funcionamento dos controladores programáveis. Aprenderemos as linguagens de programação utilizadas na indústria abordando as características de cada uma e especificando a lógica Ladder. Concluindo, entenderemos a transformação de uma cascata elétrica em um programa de CP, mostrando as etapas dessa transformação. Anotações: CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 2 O interesse pela Pneumática acompanha a humanidade há muito tempo. Desde a antiga Grécia, os princípios hidráulicos e pneumáticos têm sido utilizados em benefício da sociedade. O termo pneumática, que é de origem grega (pneumos ou pneuma), significa respiração, sopro. A Física sempre se interessou por estudar os fenômenos dinâmicos relacionados aos gases e aos vácuos. Atualmente, uma forma de utilizar a energia do ar para gerar energia mecânica pode ser vista nos elevadores de plataformas de cadeiras de rodas de alguns ônibus urbanos (FIGURA 1). Figura 1 - Elevação de plataforma por ar comprimido Fonte: SENAI-RS A constante evolução tecnológica impulsiona o desenvolvimento de técnicas de trabalho que possibilitam o aprimoramento dos processos e dos equipamentos. Para isso, é fundamental o conhecimento acerca dos meios de transmissão de energia. Podemos transmitir energia de um meio para outro de forma pneumática, hidráulica, mecânica, elétrica e eletrônica. Em nosso estudo sobre as características dos sistemas pneumáticos, vamos descobrir como eles são criados, como são armazenadas e transmitidas as energias do ar, para que servem essas energias e como você pode utilizá-las. 20 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Você deve saber que o ar atmosférico é constituído por uma mistura de diversos gases, por impurezas decorrentes de poluição (poeira, partículas de carbono provenientes de combustões incompletas, dióxido de enxofre e outros) e por vapor d’água. Enquanto o ar é um elemento abundante na natureza e, de certa forma, gratuito, o ar atmosférico comprimido é a energia dos equipamentos pneumáticos. Embora os conceitos básicos da Pneumática e sua aplicação sejam bastante conhecidos pela humanidade, foi preciso aguardar até o século XIX para o estudo contínuo de seu comportamento e de suas características. A introdução da pneumática na indústria só ocorreu em 1950. Antes dessa data, já havia alguns campos de aplicação e de aproveitamento da pneumática, por exemplo, a indústria de mineração, da construção civil e a indústria ferroviária (freios a ar comprimido). A introdução da pneumática na indústria começou com a necessidade de automatização e de racionalização dos processos de trabalho. Apesar de sua rejeição inicial, normalmente devido à falta de conhecimento e de instrução, a pneumática foi aceita, e a variedade de campos de aplicação aumentou cada vez mais com o passar do tempo. Como essa área de conhecimento é bastante ampla, vamos iniciar nosso estudo com algumas informações básicas. Começaremos com as características do ar comprimido. 2.1 PNEUMÁTICA: CARACTERÍSTICAS DO AR COMPRIMIDO Para que possamos obter ar comprimido, é necessária a combinação de força e de pressão. Mas, o que é ar comprimido? Como o nome já diz, é o ar atmosférico que encontramos normalmente na natureza sobre pressão em um objeto confinado. Comprimimos o ar em um objeto, que pode ser grande ou pequeno, para utilizar sua força de várias maneiras. Uma corneta, um frasco de desodorante spray, a porta do ônibus, um amortecedor de carro, todos esses objetos e equipamentos usam a força do ar que está confinado em reservatórios confinados. Usamos os princípios da pneumática quando sopramos em uma corneta (FIGURA 2), para gerar o som, utilizamos a força do ar que sai dosnossos pulmões. Uma forma mais fácil de gerar um som semelhante é usando uma corneta de ar comprimido, o ar atmosférico fica comprimido no frasco e, quando apertamos o botão, ele sai com força e pressão maior do que a produzida pelos nossos pulmões. Figura 2 - Usos do ar ambiente e ar comprimido Fonte: SENAI-RS Então, como vimos, para transformar o ar comum em ar comprimido, precisamos combinar força e pressão. A seguir, vamos relembrar os conceitos relacionados a essas duas grandezas. 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 21 Força É qualquer influência capaz de produzir uma alteração no movimento de um corpo. Quando alguém empurra um carro, por exemplo, uma força é gerada para que ocorra o deslocamento do veículo. Quanto mais pessoas ajudarem a empurrar o carro, maior será a força aplicada e, consequentemente, o deslocamento do veículo será maior em determinado período de tempo. No ramo industrial podem existir empurradores para expulsar um material de cima de uma esteira. Eles devem ter uma força maior do que a força que deixa o material em cima da esteira. Pressão É a força exercida por unidade de superfície. Quando enchemos um pneu de bicicleta temos um exemplo prático da pressão. Quanto mais enchemos um pneu, mais “duro” ele fica, aumentando, assim, sua pressão interna (FIGURA 3). Para podermos encher o pneu, a força do ar que entra deverá ser maior do que a força do ar que sai dele. Assim podemos enchê-lo. Figura 3 - Exemplo prático de pressão Fonte: SENAI-RS Em um ambiente ou local confinado em que a área é fixa, quanto maior for a pressão que exercermos maior será a força resultante. Veja o exemplo de um empurrador que funciona na indústria: quanto maior for a pressão do expulsador, maior será sua força. Ou seja, um material mais pesado pode ser expulso com o aumento da pressão, desde que o expulsador aceite aquela pressão exercida nele. Quando estudamos pressão, devemos levar em conta a pressão absoluta, que é a soma das pressões atmosférica e relativa. A pressão relativa, também conhecida como sobrepressão, pressão manométrica ou pressão instrumental, é a pressão medida no manômetro, conforme demonstra a Figura 4. 50 0 100 150 psi 350 400 300 250 200 Figura 4 - Manômetro Fonte: SENAI-RS 22 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL A pressão atinge tudo o que está na a Terra. Sobre a superfície do planeta há uma camada de ar que exerce uma determinada pressão, mas que não é constante. Essa pressão muda de acordo com a situação geográfica e as condições atmosféricas. O zero de pressão absoluta é o ponto em que não existe pressão alguma, conhecido como vácuo. A atmosfera exerce sobre nós uma força equivalente ao seu peso, mas não a sentimos, pois ela atua em todos os sentidos e direções com a mesma intensidade. A pressão atmosférica pode ser medida de diversas maneiras, mas todos os seus valores são equivalentes. Podemos medir a pressão atmosférica das seguintes formas: método da coluna de mercúrio, bar, Pascal ou quilograma-força (FIGURA 5). Figura 5 - Experimento da coluna de mercúrio Fonte: SENAI-RS O valor da pressão atmosférica ao nível do mar a uma temperatura de 20°C e a uma umidade relativa de 36% é de: a) 1 atm (atmosfera) = 760 mm (torricelli, coluna de mercúrio); b) 1 atm (atmosfera) = 1 bar; c) 1 atm (atmosfera) = 14,5 lbf/pol² (libras por polegadas); d) 1 atm (atmosfera) = 100.000 (105Pa) – Pascal (do físico Blaise Pascal); e) 1 atm (atmosfera) = 1 kgf/cm² (quilogramas por centímetros). Agora, vamos ver como a indústria utiliza a pressão relativa, que é a pressão dos sistemas pneumáticos. Assim, entenderemos como a força do ar é utilizada nos processos da indústria. FIQUE ALERTA A pressão de trabalho na pneumática é perigosa e necessita de equipamentos de proteção para o seu correto manuseio. 2.2 PROPRIEDADES FÍSICAS DO AR COMPRIMIDO Por causa de algumas propriedades físicas muito interessantes do ar comprimido, ele é utilizado na indústria em processos que precisam ser automatizados; isto é, algumas máquinas precisam trabalhar de forma automática exercendo uma força muito grande para empurrar outros objetos, gerar produtos, enfim, várias aplicações que vamos ver agora. Como o ar é de graça, a utilização da pneumática é uma atividade barata, limpa e rentável. Veremos, a seguir, as propriedades do ar comprimido para que tudo isso seja possível. O Quadro 1 mostra as principais propriedades com exemplos. 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 23 COMPRESSIBILIDADE Reduz o volume da estrutura do ar. F ELASTICIDADE Possibilita que o ar volte a seu volume inicial após aplicar uma força de compressão F DIFUSIBILIDADE Permite a mistura homogênea com qualquer meio gasoso que não seja saturado. PESO DO AR Se colocarmos dois recipientes em uma balança, um vazio e o outro com ar, notamos que o recipiente sem ar é mais leve do que o recipiente com ar. PESO DO AR (COM TEMPERATURA NORMAL E AQUECIDO) Com dois recipientes, um aquecido e outro com temperatura ambiente, notaremos que o recipiente que teve elevação de temperatura ficou mais leve. EXPANSIBILIDADE O ar se expande e se adapta a qualquer tipo de forma. Quadro 1 - Propriedades físicas do ar comprimido Fonte: PARKER HANNIFIN, [2000] 2.2.1 AS LEIS UTILIZADAS NA PNEUMÁTICA A partir de várias experiências, os físicos verificaram que as propriedades físicas do ar comprimido apresentavam alguns padrões; isto é, sempre que se fazia determinada ação, o experimento respondia da mesma forma, por exemplo, na experiência do peso do ar. Os físicos notaram que sempre que se aquecia um recipiente, ele ficava mais leve do que o outro recipiente que não tinha sido aquecido. Assim, eles fizeram várias experiências e registraram os resultados, surgindo, assim, as leis que mostravam o comportamento de cada experiência. Essas leis são muito importantes, pois nos ajudam a saber como um equipamento vai se comportar se agirmos de determinado modo. Para trabalhar em uma máquina pneumática, você deve saber algumas dessas leis. Vamos ver a lei geral dos gases, pois esses princípios se aplicam a todas as leis. 24 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Lei geral dos gases ideais Esta lei leva em consideração que o volume (V), a temperatura (T) e a pressão (P) são variáveis. Assim, para o caso de dois gases diferentes, de acordo com a lei geral dos gases (FIGURA 6), temos: P1.V1 P2.V2 T1 T2= Nessa fórmula temos as seguintes definições: P1 = pressão de um dos gases (em atm); P2 = pressão do outro gás (em atm); V1 = volume de um dos gases (em litros ou dm³); V2 = volume do outro gás (em litros ou dm³); T1 = temperatura de um dos gases (em kelvin); T2 = temperatura do outro gás (em kelvin). Condições iniciais de pressão volume temperatura Transformação Condições �nais de pressão volume temperatura (a) (b) Figura 6 - Lei geral do gases Fonte: SENAI-RS Ou seja, em relação a um gás, se multiplicarmos a pressão (P) pelo volume (V) e dividirmos por sua temperatura (T), o resultado desse cálculo terá um valor constante idêntico para qualquer outro gás ideal. Nesse tipo de transformação, é necessário saber qual o tipo de gás que está sendo utilizado, para que os cálculos possam ser feitos. Antes de continuar vendo as leis utilizadas na Pneumática, vamos conhecer algumas questões sobre transformações e temperaturas que os gases e os líquidos podem sofrer. Quando você estiver trabalhando com gases, terá de saber como podem ser medidas suas temperaturas e as transformações que eles sofrem ao serem aquecidos ou resfriados. Dependo da situação, você utilizará as medições baseadas em graus Celsius (°C) Fahrenheit (ºF) ou Kelvin (K). Vamos ver cada uma. Temperatura em graus Celsius (°C) A escala de temperatura de graus Celsius é dividida em 100 partes iguais. Zero grau Celsius (0°C) representa o congelamento da água, enquanto 100 graus Celsius (100°C) representa sua evaporação. 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICAE DO AR COMPRIMIDO 25 Temperatura em graus Fahrenheit (ºF) A escala de temperatura de graus Fahrenheit é dividida em 180 partes iguais. O congelamento da água acontece aos 32 graus Fahrenheit (32°F) e a evaporação, aos 212 graus Fahrenheit (212°F). A escala Fahrenheit foi utilizada principalmente pelos países colonizados pelos bri- tânicos. Atualmente, seu uso se restringe a poucos países de língua inglesa, como os Estados Unidos e Belize. A escala Celsius é utilizada em países que adotam o SI, entre eles, o Brasil. VOCÊ SABIA? CASOS E RELATOS Nas férias de julho, um casal brasileiro resolveu viajar a Nova Iorque. Compraram as passagens de uma companhia aérea norte-americana, pois havia uma boa promoção. Minutos antes de pousar no aeroporto da Big Apple, o piloto americano informou aos passageiros a temperatura local, que era de 30°. Ansiosos pela chegada a Nova Iorque, tiraram todos os casacos que vestiam e se prepararam para o desembarque. Pegaram as malas, passaram pela alfândega e, quando saíram do aeroporto, tomaram um tremendo susto. Estava um frio de bater os queixos! Foi aí que eles se lembraram de converter a temperatura que o piloto norte-americano tinha informado no avião. Os 30° de temperatura local a que o piloto se referiu era na escala Fahrenheit, que é o padrão para os EUA, enquanto no Brasil, o padrão é a escala Celsius. Fazendo rapidamente as contas, eles viram que 30°F equivale a 0°C! Estava explicada a confusão. Temperatura em graus Kelvin (K) A escala de temperatura de graus Kelvin é dividida em 100 partes iguais. A temperatura em Kelvin também é conhecida como “zero absoluto”, pois é a mínima temperatura natural. Nessas condições, não ocorre mais a vibração de moléculas, de modo que é impossível chegar a uma temperatura inferior. A temperatura mínima em graus Kelvin corresponde a -273,15°C. Esse valor é resultado da conversão entre graus Celsius e graus Kelvin: 0°C = 273,15K 100°C = 373,15K Relação entre escalas de temperatura 26 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Tmax - T Tmax - Tmin Nessa fórmula, temos as seguintes definições: Tmax significa temperatura máxima de uma das escalas; Tmin significa temperatura mínima de uma das escalas; T significa temperatura atual de uma das escalas. 100 - ºC 373,15 - K 100 - 0 373,15 - 273,15 = 212 - ºF 212 - 32 = Como vimos: ºC significa temperatura em graus Celsius. ºF significa temperatura em graus Fahrenheit. K significa temperatura atual em Kelvin. 100 - ºC 373,15 - K 100 100 = 212 - ºF 180 = , dividindo os divisores por 20, temos: 100 - ºC 373,15 - K 5 5 = 212 - ºF 9 = Comparação entre as escalas A Figura 7 mostra um comparativo entre as escalas. Notamos que a comparação entre elas é feita sempre de acordo com o congelamento e a evaporação da água. T Evaporação da água Congelamento da água 100 212 373,15 100 divisões 180 divisões 100 divisões 0 32 273,15 Celsius Fahrenheit Kelvin max minT Figura 7 - Comparativo entre as escalas de temperatura em Celsius, Fahrenheit e Kelvin Fonte: FESTO DIDATIC, 2012a Fases de transformação da água Como você sabe, quando aquecemos a água ela se transforma em vapor, e quando a resfriamos, torna-se gelo. A esse processo damos o nome de transição de fase ou mudança de fase, que é a transformação de uma fase para outra. Uma característica bem interessante que pode ocorrer na mudança de fase é a mudança de temperatura. 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 27 As principais mudanças que ocorrem são: f ) solidificação - transformação do estado líquido para o sólido; g) fusão - transformação do estado sólido para o líquido; h) condensação - transformação do vapor em água; i) evaporação/ebulição - transformação da água em vapor. A partir de várias experiências, os físicos criaram algumas medidas para facilitar o processo de análise de transformação dos líquidos e da própria água. Essas medidas são dadas por suas siglas: bar; atm (atmosfera); kgf (quilograma-força); N (newton); pé (medida de um pé); m (metro); dm (decímetro); gal (galão). Veja na Tabela 1 as unidades de medida e as equivalências relativas à conversão de pressão e vazão volumétrica. Em negrito, marcamos as equivalências que são mais utilizadas. Tabela 1: Conversão de pressão e vazão volumétrica Equivalências 1kgf/cm² 14,22lbf/pol² 0,98bar ≈ 1bar 10m.c.a (metros de coluna de água) 0,968atm ≈ 1atm 1atm 1,083kgf/cm² ≈ 1kgf/cm² 14,51psi ≈ 14,7psi 1bar 1bar 1,083kgf/cm² ≈ 1kgf/cm² 14,51psi ≈ 14,7psi 100 kPa 1N/m² 0,0001kgf/cm² 1pé³/min (ft³/min) 28,32 l/min 1m³/min 1000 l/min 35,32pés³/min 264,17ga l/min 1dm³/min 1 Galão/min (gpm) 1 l/min 3,78 l/min Fonte: PARKER HANNIFIN, 2000 A partir da lei geral dos gases, vamos ver agora as leis aplicadas à Pneumática. Cada lei leva o nome de seus descobridores, os físicos Blaise Pascal, Boyle-Marriotte, Gay-Lussac e Charles. 28 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Lei de Pascal O físico Blaise Pascal formulou a seguinte lei, que leva seu nome: “A pressão exercida em um líquido confinado em forma estática atua em todos os sentidos e direções, com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em áreas iguais”. O que Pascal quer dizer com isso? Ora, como o ar é muito compressível (você se lembra da característica da compressibildiade que vimos antes?) quanto está sob a ação de pequenas forças contido em um recipiente fechado, ele exerce uma pressão igual sobre as paredes, em todos os sentidos. A experiência que Pascal fez está ilustrada na Figura 8. Ele viu que, ao pressionar a tampa da garrafa, a pressão era distribuída em todo o recipiente e em todas as direções. P F A P A P A P Figura 8 - Experimento de Pascal Fonte: SENAI-RS Lei de Boyle-Mariotte Pela lei de Boyle-Mariotte podemos saber como ocorre a transformação isotérmica, isto é, a transformação que ocorre sobre uma mesma temperatura (“iso”, em grego, significa igual). Como já vimos nas propriedades físicas do ar comprimido, o ar tem uma propriedade específica para se tornar comprimido. O ar pode ser pressionado, variando seu volume conforme a força exercida em um recipiente. Assim, de acordo com a lei de Boyle-Mariotte, “em um sistema isotérmico, quanto menor o volume de um recipiente, maior é a pressão aplicada” (FIGURA 9). Figura 9 - Experimento de Boyle-Mariotte Fonte: SENAI-RS Quanto maior a pressão sobre o ar, maior a variação de seu volume. Nesse tipo de ação, notamos que a variação do volume e de pressão ocorre com uma temperatura constante. Sabemos que, no sistema isotérmico (mesma temperatura), a temperatura do gás 1 é igual à temperatura do gás 2; ou seja: T1 = T2. Assim, utilizando a fórmula geral dos gases, temos: P1 . V1 = P2 . V2 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 29 Lei de Gay-Lussac Pela lei Gay-Lussac podemos saber como ocorre a transformação isobárica, isto é, a transformação que ocorre sobre uma mesma pressão. Segundo a Lei de Gay-Lussac, “em uma transformação isobárica, quanto maior a temperatura, maior será o volume utilizado” (FIGURA 10). (1,00 atm) (1,37 atm) Gelo Água Fervento Figura 10 - Experimento de Gay-Lussac Fonte: SENAI-RS No sistema isobárico, a pressão do gás 1 é igual à pressão do gás 2, P1 = P2. Assim, utilizando a lei geral dos gases, temos: P1 = P2 T1 > T2 V1 > V2 V2V1 T1 T2= , ou . Lei de Charles Pela lei de Charles podemos saber como ocorre a transformação isocórica, ou isométrica, isto é, a transformação que ocorre sobre um mesmo volume. Segundo a lei de Charles, “quanto maior a pressão de um gás aplicada em um recipiente com um volume constante, maior será a temperatura desse gás” (FIGURA 11). Gás Líquido Figura 11 - Experimento de Charles Fonte: SENAI-RS No sistema isocórico (ou isométrico), o volume do gás 1 é igual ao volume do gás 2, V1 = V2. Utilizando a lei geral dos gases, temos: V1 = V2 P1 > P2 T1 > T2 P2P1 T1 T2= , ou . 30 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL RECAPITULANDO Estudamos neste capítulo as característicasdos sistemas pneumáticos que são usados, principalmente, como elementos de transmissão e força. Vimos as características do ar comprimido, além das características do próprio ar, que são atribuídas também ao ar comprimido. Conhecemos as formas de transformação de temperatura, pressão e volume que podem interferir na eficiência do ar comprimido, além das fases de transformação da água, que interferem também no rendimento do ar comprimido. 2 CARACTERÍSTICAS DA PNEUMÁTICA E DO AR COMPRIMIDO 31 Anotações: PRODUÇÃO, PREPARAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO 3 Agora que vimos as características e propriedades do ar comprimido, vamos estudar como ele é produzido, preparado e distribuído. Antes de tudo, você deve saber que, na pneumática, os gases sempre permanecem em seu estado, nas temperaturas e pressões normais. Isso quer dizer que, para produzir, preparar e distribuir o ar comprimido, ele sempre estará em seu estado normal, isto é, sem variações. Vamos ver como é a instalação de uma rede de ar comprimido. Na Figura 12 você acompanha todo o caminho que o ar natural percorre até se transformar em ar comprimido. 1 5 7 8 2 3 4 6 9 10 11 12 1. Compressor 2. Resfriador posterior ar/ar 3. Separador de condensados 4. Reservatório 5. Purgador automático 6. Pré - �ltro coalescente 7. Secador 8. Purgador automático eletrônico 9. Pré - �ltro coalescente grau x 10. Pré - �ltro coalescente grau y 11. Pré - �ltro coalescente z 12. Separador de água e óleo Figura 12 - Produção, preparação e distribuição do ar comprimido Fonte: FESTO DIDATIC, 2012a 3.1 PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO A partir da Figura 12, apresentaremos cada elemento que compõe essa rede, que é formada por 12 elementos. AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL34 3.1.1 COMPRESSORES Há vários tipos de compressores. Cada compressor deve ser escolhido de acordo com as características do ambiente em que será utilizado. O compressor tem como principais funções: a) transformar o ar em ar comprimido; b) filtrar o ar; c) armazenar o ar. A Figura 13 mostra um exemplo de compressor com a sua simbologia. A compressão é feita pelo compressor, e o ar é armazenado no reservatório e sua simbologia ao lado direito. Figura 13 - Compressor tipo pistão (amarelo), com reservatório de 25L (preto). Fonte: SENAI-RS Tipos de compressores No Quadro 2, temos os tipos de compressores. TIPO DESCRIÇÃO Compressores volumétricos ou de deslocamento positivo Trabalham com a ajuda de uma rotação em conjunto com o movimento alternado do pistão. Nesses compressores se consegue a elevação da pressão por meio da redução do volume ocupado pelo ar. O funcionamento é o seguinte: inicialmente, entra uma certa quantidade de ar no interior de uma câmara de compressão, na qual ocorre uma força para diminuir o volume dessa câmara, aumentando consequente- mente a pressão do ar. Após essa fase, a câmara é liberada, de modo que o ar é liberado com uma pressão muito maior. Compressores dinâmicos ou turbocompressores Possuem duas partes principais: impelidor e difusor. O impelidor é uma parte rotativa munida de pás que transferem ao gás a energia recebida pelo acionador. Após essa fase, o escoamento feito pelo impelidor é recebido pelo difusor, que tem como principal função transformar a energia do gás em entalpia (transformação de energia), tendo assim um ganho de pressão. Quadro 2 - Tipos de compressores Fonte: PARKER HANNIFIN, [2001] Os compressores volumétricos (ou de descolamento positivo) e dinâmicos (ou turbocompressores) possuem subdivisões. A Figura 14 mostra essa subdivisão. 3 PRODUÇÃO, PREPARAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO 35 Pistão Diafragma Palhetas Radiais Parafuso Lóbulos Anel Líquido Axiais Compressores Alternativos Rotativos Volumétricos Dinâmicos Figura 14 - Divisão dos compressores conforme a sua funcionalidade Fonte: PARKER HANNIFIN, [2001] A seguir, veremos as características principais de cada tipo de compressor, iniciando pelo compressores volumétricos alternativos e os compressores volumétricos rotativos; posteriormente, teremos os compressores dinâmicos radiais e os compressores dinâmicos axiais. Características dos compressores volumétricos alternativos Compressor de pistão O compressor de pistão, apresentado na Figura 15, leva o ar por meio do movimento do pistão (para cima e para baixo), comprimindo e descarregando o ar. Esses processos são controlados por válvulas de entrada e de descarga. Diferentes pressões são geradas por vários estágios de compressão em série e pelo uso de vários cilindros, e assim podem produzir diferentes volumes de ar. Os compressores de pistão podem ser construídos em vários modelos e com diferentes posicionamentos dos cilindros, como: vertical, horizontal, em V, em W ou horizontalmente oposto. Figura 15 - Compressor por pistão Fonte: FESTO DIDATIC, 20012a Compressor de diafragma O compressor de diafragma (FIGURA 16) usa eixos de ligação e diafragmas elásticos para compressão. Ao contrário do compressor de pistão, cujo pistão se move de um lado para outro entre duas posições, o compressor de diafragma é induzido a se mover em oscilações não lineares. O diafragma é fixo por sua extremidade e é movimentado pelo eixo de ligação, cujo comprimento depende da deformação do diafragma. AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL36 Figura 16 - Compressor por diafragma Fonte: FESTO DIDATIC, 2012a Características dos compressores volumétricos rotativos Compressor tipo palheta O compressor tipo palheta (FIGURA 17) possui um rotor que gira excentricamente 1em relação à carcaça. Esse rotor possui rasgos radiais que se prolongam por todo o seu comprimento e nos quais são inseridas palhetas retangulares. Quando o rotor gira, as palhetas se deslocam radialmente sob a ação da força centrífuga e se mantêm em contato com a carcaça. O ar penetra pela abertura de sucção e ocupa os espaços definidos entre as palhetas. Devido à excentricidade do rotor e às posições das aberturas de sucção e descarga, os espaços entre as palhetas se reduzem, diminuindo o volume ocupado pelo ar e aumentando sua pressão, liberando-o para fora. Figura 17 - Compressor tipo palheta Fonte: FESTO DIDATIC, 2012a Compressor tipo parafuso O compressor tipo parafuso (FIGURA 18) possui dois rotores em forma de parafuso que giram em sentido contrário, mantendo entre si uma condição de engrenamento. A conexão do compressor com o sistema é feita por meio das aberturas de sucção e descarga diretamente opostas. O ar entra pela abertura de sucção e ocupa os intervalos entre os filetes dos rotores. A partir do momento em que há o engrenamento de um determinado filete, o ar nele contido fica fechado entre o rotor e as paredes da carcaça. A rotação permite que o ponto de engrenamento vá se deslocando para a frente, reduzindo o espaço disponível para o ar, aumentando a compressão e, posteriormente, liberando a descarga. 1 Dentro de um cilindro gira um rotor acionado pelo motor. 3 PRODUÇÃO, PREPARAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO 37 Figura 18 - Compressor tipo parafuso Fonte: FESTO DIDATIC, 2012a Compressor de lóbulo ou roots O compressor de lóbulo ou roots (FIGURA 19) possui dois rotores que giram em sentido contrário, mantendo uma folga muito pequena no ponto de tangência entre si e com relação à carcaça. O ar penetra pela abertura de sucção e ocupa a câmara de compressão, sendo conduzido até a abertura de descarga pelos rotores. Este subtipo de compressor, apesar de ser classificado como volumétrico, não possui compressão interna. Os rotores apenas deslocam o ar de uma região de baixa pressão para uma de alta pressão. Na verdade, a máquina é mais conhecida como soprador roots, sendo utilizada para elevações muito baixas de pressão. Figura 19 - Compressor de lóbulo ou roots Fonte: FESTO, 2012a Compressor de anel líquido O compressor de anel líquido (FIGURA 20) é um compressor de deslocamento rotativo. Um eixo com lâminas
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