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Resumo – Parasitologia DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE COCCÍDIOS Cryptosporidium spp., Cyclospora cayetanensis e Cystoisospora belli Em pacientes imunocomprometidos as doenças parasitárias podem adquirir características muito mais graves do que no hospedeiro imunocompetente. A imunossupressão é uma das consequências de fatores genéticos, constitucionais ou nutricionais, de doenças neoplásicas, de administração de fármacos esteroides ou antineoplásicos e da AIDS. As infecções parasitárias mais comuns e que apresentam sérias repercussões clínicas em hospedeiros imunocomprometidos são criptosporidiose, ciclosporose e cistoisosporose; microsporidioses, toxoplasmose e estrongiloidose. ❖ Biologia Os coccídios intestinais Cryptosporidium spp., (Cryptosporidium parvum, C. hominis), Cyclospora cayetanensis, Cystoisospora belli, fazem parte do filo Apicomplexa e são parasitos intracelulares obrigatórios que habitam a mucosa do intestino delgado do homem. A transmissão ocorre através da ingestão dos oocistos em água e alimentos contaminados. A grande importância atual da criptosporidiose é o reconhecimento de surtos epidêmicos de diarreia causados pelo Cryptosporidium spp., em que a transmissão dos oocistos é feita por meio da água potável distribuída nas grandes cidades. ❖ Morfologia • O estágio de infecção e de diagnóstico dos coccídios são os oocistos. • Os oocistos do Cryptosporidium spp. são esféricos, medem de 3-4 a 6 µm e possuem 4 esporozoítos livres no seu interior (não possuem esporocisto). • Os oocistos da Cyclospora cayetanensis necessitam de uma a duas semanas em condições ideais de temperatura para se tornarem esporulados. Os oocistos esporulados são arredondados, medem 8 a 10 µm. Cada oocisto esporulado possui dois esporocistos com dois esporozoítos cada. • O oocisto da Cystoisospora belli é tipicamente elipsoide. Quando excretados nas fezes, os oocistos são imaturos, (não esporulados) contendo um esporoblasto. Em condições ambientais favoráveis, os oocistos maduros dividem-se formando dois esporoblastos, que se transformam em esporocistos, com quatro esporozoítos cada. ❖ Patogenia Cryptosporidium spp. • A criptosporidiose é uma zoonose que causa problemas graves e prolongados em imunodeficientes, notadamente em pacientes aidéticos. • As manifestações clínicas da criptosporidiose podem ser agrupadas em dois tipos: gastroenterite transitória em pacientes imunocompetentes e manifestações persistentes, com diarreia aquosa e severa, podendo levar à morte nos pacientes imunodeprimidos. Manifestações clínicas –indivíduos imunocompetentes – geralmente assintomáticos. • Período de incubação: 4-14 dias • Oocistos identificados nas fezes 3 dias após a contaminação. • Tempo de emissão dos oocistos: 2-3 semanas. • Gastroenterite: 5-10 evacuações/dia durante 2 semanas; diarreia, vômitos, dores abdominais. Manifestações clínicas - Imunodeprimidos • Tempo de emissão dos oocistos: indefinido e descontínuo, correspondendo aos períodos de diarreia. • Sintomatologia: frequente, severa, prolongada. • Diarreia: aquosa, coleriforme, 20-30 evacuações/dia durante 2 semanas ou mais, eliminação de 17 litros/dia • Náuseas, vômitos, dores abdominais, cefaleia, febre. Cyclospora cayetanensis • Nos pacientes imunodeprimidos, a ciclosporose é caracterizada por moderada à severa fadiga, náuseas, anorexia, mialgia, perda de peso e intensa diarréia. Manifestações clínicas - Hospedeiro imunocompetente • Diarreia intermitente, autolimitada. • Infecções moderadas e assintomáticas. Manifestações clínicas - Hospedeiro imunodeprimido • Moderada à severa fadiga, náuseas, anorexia, mialgia, perda de peso. • Intensa diarreia: 1-8 evacuações diárias por 1-3 semanas. • No intestino delgado: inflamação e alterações na mucosa (atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas intestinais). Cystoisospora belli • A cistoisosporose tem sido diagnosticada em pacientes aidéticos. • Os sintomas incluem diarréia, náuseas, febre, cefaléia e perda de peso. • A doença pode persistir por meses ou anos. Manifestações clínicas - Hospedeiro imunocompetente • Infecções benignas, cura espontânea. Manifestações clínicas - Hospedeiro imunocomprometido • Alterações na mucosa do intestino delgado: síndrome da má absorção. • Destruição das células epiteliais, atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas e infiltração de células plasmáticas, linfócitos e leucócitos polimorfonucleares. • Febre, diarreia, cólicas abdominais, esteatorréia, vômitos, desidratação, perda de peso, astenia e emagrecimento. ❖ Diagnóstico laboratorial da criptosporidiose, ciclosporose e cistoisosporose • A emissão dos oocistos de Cryptosporidium spp. é descontínua, sendo necessária a realização de várias colheitas e exames a cada três dias antes de concluir pela ausência do protozoário. • As abundantes leveduras presentes nas fezes devem ser diferenciadas do Cryptosporidium spp., o qual apresenta o mesmo tamanho. • Durante o procedimento de diagnóstico laboratorial das infecções causadas por coccídios, é necessário tomar precauções durante a manipulação do material fecal (usar luvas, descontaminar o material e incinerar os resíduos). • Quando as fezes forem provenientes de pacientes aidéticos, devem-se tomar os mesmos cuidados usados para a hepatite. Amostras: fezes, líquido de aspirado jejunal, escarro, aspirado brônquico, biópsia da mucosa intestinal Preservação dos oocistos: − Fixador acetato de sódio-ácido acético-formaldeído (SAF) − Solução salina de formaldeído a 10% (inativa os oocistos) − Solução de bicromato de potássio a 2 - 2,5% 4 3.3. Técnicas de Concentração para Coccídios • Técnica de Sheather (Centrífugo-flutuação em solução de sacarose, D = 1,2 g/ml). • Técnica de Ritchie modificada (Centrífugo-sedimentação pelo formaldeído-éter). Os oocistos de Cryptosporidium spp. são diagnosticados através de: • Exame direto a fresco: microscopia de contraste diferencial de interferência (DIC ou Nomarsky) – somente como método de triagem. • Imunofluorescência Indireta (IFI) – detecção de oocistos. • Enzimaimunoensaio (EIA) – detecção de antígenos • Colorações permanentes: pelos métodos derivados de Ziehl-Neelsen (fucsina- fenicada) e pelo método da safranina. • Fluorocromos são utilizados como teste de triagem: auramina-rodamina, alaranjado de acridina, iodeto de propídio. Alta sensibilidade, mas baixa especificidade, produzem muitos falso-positivos. Os oocistos da C. caytanensis são diagnosticados através de: • Exame direto a fresco: microscopia de contraste diferencial de interferência (DIC ou Nomarsky) – somente como método de triagem. • Imunofluorescência Indireta (IFI) – detecção de oocistos. • Epifluorescência (autofluorescência) (luz UV) • Reação em cadeia da polimerase (PCR) • Colorações permanentes: pelos métodos derivados de Ziehl-Neelsen (fucsina- fenicada) -- desvantagem: variabilidade de coloração nos cistos de C. cayetanensis, na mesma preparação, alguns cistos são corados enquanto outros não tomam o corante. Pelo método da safranina. É indispensável a morfometria com o micrômetro ocular para a diferenciação entre os oocistos da C. cayetanensis (8 a 10 µm), que são duas vezes maiores que os oocistos de Cryptosporidium spp. (3 a 6 µm). Os oocistos da C. belli são diagnosticados através de: • Exame direto a fresco: Esfregaços sem coloração Microscopia de contraste diferencial de interferência (DIC ou Nomarsky). • Epifluorescência: ação da luz ultravioleta (UV). • Colorações permanentes: Colorações derivadas de Ziehl-Neelsen (fucsina-fenicada) e da safranina • Microscopia de fluorescência: detecção de oocistos É importante ressaltar que a presença de cristais de Charcot-Leyden é um bom indício para prosseguir a busca de oocistos de C. bellinas fezes, visto que os mesmos se encontram em 75% dos casos de cistoisosporose. O hemograma também pode auxiliar no diagnóstico, demonstrando leucocitose e desvio à esquerda. Porém, o mais importante é o surgimento de elevada eosinofilia, em mais de 50% dos casos. A infecção intestinal por Cystoisospora é praticamente a única protozoose que produz eosinofilia elevada no ser humano. ❖ Tratamento Criptosporidiose: sintomático para os efeitos da diarreia e desidratação e o fármaco utilizado recentemente é a nitazoxanida. Ciclosporose: sulfametoxazol-trimetoprim (TMP-SMX). 4.3. Cistoisosporose: sulfametoxazol-trimetoprim (TMP-SMX), metronidazol, sulfadiazina- pirimetamina, sulfadoxina-pirimetamina. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS LEISHMANIOSES ❖ Biologia As leishmanioses são infecções parasitárias que ocorrem em inúmeras espécies animais, incluindo o ser humano, sendo causadas por protozoários pertencentes ao gênero Leishmania. • A transmissão do parasito ao hospedeiro vertebrado ocorre pela picada de fêmeas de dípteros (flebotomíneos). • Inicialmente: caráter eminentemente rural – hoje: áreas urbanas de médio e grande porte. É considerada endêmica em 98 países. • Maior suscetibilidade: crianças < 10 anos e idosos • Imaturidade imunológica celular agravada pela desnutrição • Maior exposição ao vetor no peridomicílio • Adulto: formas oligossintomáticas ou assintomáticas • Atualmente são conhecidas nas Américas 20 espécies do gênero Leishmania das quais 14 infectam o homem. • Entretanto, os agentes etiológicos mais frequentemente isolados de casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) em humanos são: L. mexicana, L. braziliensis, L. amazonensis, L. guyanensis, L. panamensis, L. peruviana. • As espécies responsáveis pela leishmaniose visceral (LV) são L. donovani e L. chagasi. • As espécies L. tropica, L. major e L. aethiopica causam a leishmaniose tegumentar do Velho Mundo, com prevalência na Ásia e na África. • Localização: Leishmania é um protozoário parasita intracelular obrigatório que se multiplica nas células do sistema fagocítico mononuclear dos mamíferos suscetíveis. ❖ Morfologia Leishmania é um protozoário parasita intracelular obrigatório que apresenta dois estágios de desenvolvimento: • Amastigota: mede entre 1,5-3,0 x 3,0-6,5 µm, forma intracelular, com formato arredondado e flagelo internalizado; • Promastigota: mede entre 16-40 x 1,5-3,0 µm, com flagelo livre. • Promastigotas metacíclicas são os estágios de infecção. • Ambos os estágios apresentam o cinetoplasto, organela característica dos tripanossomatídeos, que contém kDNA e as sequências de minicírculos e maxicírculos de kDNA são muito utilizadas no diagnóstico molecular. ❖ Patogenia A doença humana apresenta um largo espectro de manifestações clínicas que incluem formas tegumentares, mucocutâneas e viscerais. Entre todas as doenças causadas por protozoários, as leishmanioses são consideradas como sendo a terceira em importância médica para o homem, seguindo a malária e a amebíase. Embora as formas tegumentares e mucocutâneas raramente levem à morte, a leishmaniose visceral, quando não tratada, ocasiona elevadas taxas de mortalidade. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Doença de caráter zoonótico que acomete o homem e animais silvestres e domésticos, manifestando-se através das formas clínicas: • Leishmaniose cutânea • Leishmaniose mucocutânea ou cutaneomucosa • Leishmaniose cutânea difusa • Leishmaniose cutânea disseminada: várias lesões devido a várias picadas do vetor • Período de incubação: duas semanas a três meses. • Evolução: a lesão pode regredir espontaneamente, permanecer estacionária ou evoluir para um nódulo dérmico chamado histiocitoma, no local da picada do vetor. Formas clínicas: Leishmaniose cutânea: • úlceras na derme e epiderme; • grande densidade de parasitos nos estágios iniciais da infecção, com tendência à escassez nas úlceras crônicas. Leishmaniose mucocutânea: • infecção na derme, com úlceras; • lesões metastáticas podem ocorrer, com invasão de mucosa e destruição da cartilagem: nariz, faringe, boca e laringe. Leishmaniose cutânea difusa: • Formação de lesões difusas não-ulceradas por toda a pele, contendo um grande número de amastigotas; • É uma variação da forma cutânea e geralmente está associada com pacientes imunodeprimidos (AIDS). Leishmaniose Visceral Americana (LV) Forma sintomática crônica ou Calazar clássico • Quadro clínico: hepatoesplenomegalia, febre, palidez, anemia, perda de peso, dor abdominal, tosse, edema, aumento de linfonodos, anorexia, epistaxe (hemorragia nasal), diarreia. • Forma assintomática • Forma aguda (2 meses) Período inicial (fase aguda) • Febre Palidez cutâneo-mucosa Hepatoesplenomegalia • Uso de antimicrobianos sem resposta clínica • Tosse e diarreia Período de estado • Febre irregular • Emagrecimento progressivo • Palidez cutâneo-mucosa • Aumento hepatoesplenomegalia • Quadro arrastado > 2 meses • Comprometimento do estado geral • Período final • Febre contínua • Desnutrição (cabelos quebradiços, pele seca) • Edema membros inferiores • Hemorragias • Icterícia • Ascite • Infecções bacterianas e/ou sangramentos: óbito ❖ Diagnóstico laboratorial da LTA e da LV Devido à grande variedade de manifestações clínicas da LTA, torna-se da maior importância o diagnóstico diferencial de outras patologias como tuberculose, hanseníase, sífilis, micoses, úlcera tropical, picadas de insetos e neoplasias. • O diagnóstico da LTA baseia-se nos aspectos clínico, epidemiológicos, intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva, testes parasitológicos, imunológicos e técnicas de biologia molecular. • A obtenção do material para o diagnóstico parasitológico é realizada através de biópsia. • No caso de suspeita de LTA, realiza-se biópsia das bordas da lesão, com assepsia e anestesia local. • Quanto mais recente for a lesão, mas rica em parasitos. O fragmento de tecido pode ser utilizado para o diagnóstico através de: • métodos parasitológicos: esfregaços por aposição (imprint), histopatologia, semeadura em meio de cultura, inoculação em hamster; • métodos imunológicos: IDRM; • métodos moleculares: PCR, multiplex-PCR, hibridização com sondas; neste caso fixar o material em álcool 70% pois o formaldeído pode inibir a reação. • No caso de suspeita de LV, as amostras de tecidos podem ser obtidas por punção de vísceras (baço, fígado e medula óssea). Considerando que a biópsia de baço e fígado é um procedimento de elevado risco para o paciente, o material de medula óssea é coletado através de punção do esterno, tíbia ou crista ilíaca. O material coletado pode ser utilizado para: • métodos parasitológicos: esfregaços por aposição (imprint), semeadura em meio de cultura, inoculação em hamster; • métodos imunológicos: RIFI e ELISA; • métodos moleculares: PCR, multiplex-PCR, hibridização com sondas. • Esfregaços devem ser feitos em papel Whatmann n°1 esterilizado ou papel de nitrocelulose. Esfregaços corados: esfregaços por aposição (imprint), coloração de Giemsa ou de Leishman. • A pesquisa é realizada com objetiva de 100x e requer experiência do microscopista devido à usual baixa parasitemia. • Formas amastigotas podem ser encontradas livres ou no interior de macrófagos ou histiócitos. • De maneira geral, a demonstração do parasito é inversamente proporcional ao tempo de evolução da úlcera. Histopatologia: podem ser utilizadas colorações pela HE, Giemsa ou Grocott. • Permite identificar além das leishmanias, bactérias, fungos, neoplasias, importante para a diferenciação de outras doenças. Cultura: pode ser realizada nos meios LIT, NNN + LIT ou de Schneider. • Recentemente, tubos selados a vácuo (Vacutainer) estãosendo utilizados em trabalhos em condições de campo, pela praticidade e redução do risco de contaminação. Inoculação em animais: o hamster (Mesocricetus auratus) é o animal mais utilizado devido a sua grande susceptibilidade ao parasito. • O tecido obtido na biópsia é triturado em solução salina e inoculado via subcutânea na superfície dorsal das patas traseiras e/ ou no focinho do animal. • O tempo de aparecimento das lesões pode variar de dois meses 5 a um ano, dependendo do inóculo e da espécie do parasito. • Por questões bioéticas e pela demora em obter o resultado, esta técnica está em desuso. Os mecanismos imunopatogênicos observados na leishmaniose servem de modelo para estudo da complexa relação parasito/hospedeiro e do papel da resposta imune nas lesões teciduais. São exemplos dessas características a invasão da mucosa e do tecido cartilaginoso, na forma tegumentar, dependente de mecanismos de hipersensibilidade, e a alergia observada na forma visceral. • Na LTA, são características a imunidade mediada por células e a quantidade mínima de anticorpos produzidos. • Na LV a hipersensibilidade tardia ocorre apenas após a cura ou terapêutica eficaz, observa- se hipergamaglobulinemia com anticorpos específicos e imunoglobulinas inespecíficas de ativação policlonal. • De modo geral, a pesquisa de anticorpos séricos tem maior significado no diagnóstico e acompanhamento da forma visceral e o teste de hipersensibilidade tardia para a forma tegumentar (mucocutânea). Intradermorreação de Montenegro (IDRM): avalia a reação de hipersensibilidade retardada do paciente frente a Ag de Leishmania sp. (promastigotas). • O Ag é injetado no antebraço do paciente e a leitura é realizada 48 a 72 horas após, medindo-se o diâmetro do halo de enduração com auxílio de uma caneta esferográfica: diâmetro maior ou igual a 5 mm indica resultado positivo. • A intensidade da reação pode variar com a resposta celular do paciente, tempo de evolução da lesão, forma clínica da doença e qualidade do Ag. • É utilizada para fins de diagnóstico em inquéritos epidemiológicos, na monitoração de programas de vacinação. • Na forma cutânea ocorrem úlceras crônicas, maior resposta na IDRM, positiva. • Na forma mucocutânea, o estado hiperreativo do paciente pode provocar uma resposta exacerbada, IDRM positiva; no entanto não é utilizada porque forma uma lesão no local da injeção (flictema). • Na forma cutânea difusa, o estado anérgico do paciente provoca resposta negativa na IDRM. • Na LV: fase ativa (imunossupressão pelo parasito): resposta negativa; após a cura, resposta positiva. RIFI e ELISA: não são usados na rotina laboratorial. Entretanto, podem ser utilizados para detectar Ac da classe IgM e IgG anti-Leishmania na LV em inquéritos soro-epidemiológicos. • Podem ocorrer reações cruzadas com T. cruzi. • Outros testes também podem ser utilizados: Dot-ELISA, Fast-ELISA, contra- imunoeletroforese, aglutinação direta. • Elevadas sensibilidade e especificidade têm sido demonstradas no sorodiagnóstico da LV utilizando-se Ag recombinantes. • Metodologias para a detecção de Ag circulantes no sangue e na urina estão sendo desenvolvidas. Reação em cadeia da polimerase (PCR): as sequências de DNA com propósitos diagnósticos utilizadas na leishmaniose são as dos minicírculos de kDNA, cuja abundância e conservação constituem-se como importantes pré-requisitos. • A sensibilidade de detecção do DNA destes parasitos é torno de fg de DNA. • A coleta do material em papel Whatmann n°1 esterilizado ou papel de nitrocelulose, é eficaz inclusive para trabalhos no campo, evitando problemas de fixação e preservação do 6 material e inibição posterior da PCR. • Deve-se ter especial cuidado com a quantidade de sangue na amostra coletada, excesso de sangue prejudica a PCR. • No diagnóstico da leishmaniose também podem ser usadas a multiplex-PCR e a hibridização dos produtos de amplificação com sondas espécie-específicas. • Na multiplex-PCR são usados diferentes pares de iniciadores em uma mesma reação, permitindo o diagnóstico através de detecção do DNA do parasito, assim como a caracterização específica dos parasitos. • No diagnóstico de pacientes imunodeprimidos co-infectados com leishmania e HIV, a punção esplênica é mais sensível, apesar do risco para o paciente. • A cultura de material obtido de medula óssea tem a sensibilidade aumentada, ao contrário dos testes imunológicos, que têm baixa sensibilidade nos pacientes imunodeprimidos. ❖ Tratamento e profilaxia Proteção individual contra a picada dos flebotomíneos Diagnóstico e tratamento dos doentes Eutanásia ou tratamento dos cães com sorologia positiva Combate às formas adultas no inseto vetor LTA Antimoniato de N-metilglucamina (Glucantime®) - contra-indicação: cardiopatas, nefropatas, gestantes Infecções secundárias: compressas com permanganato de potássio (1:5.000 mL de água) Anfotericina B Pentamidina, paromomicina LV • Antimoniato de N-metilglucamina • Estibogliconato sódico (Pentostam® ) • Desoxicolato de sódio de anfotericina B • Pentamidina, sitamaquina Miltefosina (anticâncer, hexadecilfosfocolina)
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