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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional 2 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MiSSÃo Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. ViSÃo Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO biblioTeca MulTiViX (dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Noguchi, Liza Dantas. Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional / Liza Dantas Noguchi; Aloísio Andre dos Santos. – Serra: Multivix, 2018. ediTorial Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2018 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Faculdade capiXaba da Serra • MulTiViX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da Educação a Distância Pedro Cunha Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina diretor executivo do grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO liSTa de FiguraS > FIGURA 1 - Hygeia, deusa grega da saúde 15 > FIGURA 2 - Higiene bucal 16 > FIGURA 3 - Higiene ocupacional – proteção dos pés 17 > FIGURA 4 - Acidente de trabalho 20 > FIGURA 5 - Organização Mundial de Saúde 28 > FIGURA 6 - Representação ilustrativa de saúde ocupacional 29 > FIGURA 7 - Ambiente de trabalho seguro e limpo 30 > FIGURA 9 - Trabalho infantil no século XIX 34 > FIGURA 10 - Imagem ilustrativa de lei, justiça 35 > FIGURA 11 - Mina de amianto 37 > FIGURA 12 - Acidente de trabalho (queda) 43 > FIGURA 13 - Acidente com automóvel 44 > FIGURA 14 - Acidente de trabalho grave 45 > FIGURA 15 - Esforço ao carregar produtos pesado 47 > FIGURA 16 - Ambiente com risco de queda do trabalhador 47 > FIGURA 17 - Acidente de Trabalho - escorregão 48 > FIGURA 18 - Queda de objetos ocasionando acidentes de trabalho 49 > FIGURA 19 - Digitação – movimento repetitivo 49 > FIGURA 20 - Ambiente impróprio para trabalho 51 > FIGURA 21 - Fratura – consequência de Acidente de Trabalho 57 > FIGURA 22 - Educação Ambiental – preocupação com o meio ambiente 63 > FIGURA 23 - Informação ambiental 64 > FIGURA 24 - Educação Ambiental – ensinando as pessoas 65 > FIGURA 25 - Educação Ambiental – ensinando as crianças 66 > FIGURA 26 - Conscientização Ambiental 67 > FIGURA 27 - Construindo conhecimento ambiental 67 > FIGURA 28 - Reciclar: uma atitude de todos 68 > FIGURA 29 - Habilidades e capacitação sobre o meio ambiente 68 6 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO > FIGURA 30 - Planejamento ambiental 69 > FIGURA 31 - Água poluída 75 > FIGURA 32 - Poluição do ar: carros 75 > FIGURA 33 - Poluição do solo: construções de edifícios 76 > FIGURA 34 - Qualidade de vida: felicidade e bem estar 83 > FIGURA 35 - Qualidade de Vida no Trabalho – ambiente agradável 85 > FIGURA 37 - Qualidade de Vida no trabalho: uma questão cultural 91 > FIGURA 39 - CIPA 103 > FIGURA 40 - As principais atividades da CIPA 104 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO liSTa de QuadroS > QUADRO 1 - Partes constituintes do ambiente 73 8 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portariaMEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SuMÁrio 1UNIDADE 2UNIDADE 1 conceiTo de higiene e Segurança do Trabalho 15 1.1 HIGIENE 15 1.1.1 HIGIENE OCUPACIONAL 17 1.2 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 20 1.2.1 CONDIÇÕES DE TRABALHO PRECÁRIAS AFETAM A SAÚDE E A SEGURANÇA DO TRABALHADOR 22 1.2.2 PROGRAMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA 24 concluSÃo 26 2 Saúde ocupacional 28 2.1 SAÚDE OCUPACIONAL 28 2.2 CONTEXTO HISTÓRICO 33 2.3 LEGISLAÇÃO 35 2.4 DOENÇAS OCUPACIONAIS 36 concluSÃo 40 3 cauSaS e conSeQuÊnciaS doS acidenTeS de Trabalho 42 3.1 O QUE É ACIDENTE DE TRABALHO 42 3.1.1 CAUSAS DO ACIDENTE DE TRABALHO 50 3.1.2 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO 56 concluSÃo 60 4 educaçÃo aMbienTal 62 4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 62 4.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 62 4.2.1 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 66 4.2.2 TIPOS DE AMBIENTES 71 3UNIDADE 4UNIDADE 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO 5UNIDADE 6UNIDADE 4.2.3 IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE 74 4.2.3.1 POLUIÇÃO DA ÁGUA 74 4.2.3.2 POLUIÇÃO DO AR 75 4.2.3.3 POLUIÇÃO DO SOLO 76 concluSÃo 80 5 Qualidade de Vida 82 5.1 QUALIDADE DE VIDA 83 5.1.1 QUALIDADE DE VIDA LABORAL (QVL) OU QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) 85 5.1.2 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 90 concluSÃo 96 6 legiSlaçÃo 98 6.1 LEGISLAÇÃO 98 6.1.1 NORMAS EM VIGOR 101 6.1.2 CIPA 103 concluSÃo 109 reFerÊnciaS 110 10 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO iconograFia ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a disciplina Segurança do Trabalho e Saúde Ocu- pacional. Nesta disciplina, apresentaremos a você os conteúdos básicos relativos a limpeza e higiene ocupacional. Você irá compreender se há diferença entre Higiene Industrial, do Trabalho e Ocupacional, no entanto, para qualquer um dos termos, a higiene tem papel fundamental dentro do vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do SESMT (Serviço Espe- cializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), você deverá explicar também o conceito de saúde e segurança do trabalho e os desafios que temos para os próximos anos. Iremos estudar o conceito de Saúde Ocupacional, assim como de- veremos entender a importância da mesma para um ambiente de saúde saudável e isento de acidentes uma vez que esses pode afetar a capacidade do trabalhador de desempenhar bem seu papel. Estudaremos o conceito de acidente de trabalho, en- tenderemos que os acidentes que ocorrem no ambiente de trabalho são eventos não planejados, inesperados e indesejados, que acabam comprometendo tanto o traba- lhador, que pode até mesmo perder a sua vida, quando os seus familiares e também o empregador, desta forma, teremos a oportunidade de conhecer quais as causas mais comuns de acidentes de trabalho e quais as consequências dos mesmos tanto para o trabalhador quanto para o empregador. O conceito de Educação Ambiental, e quais as consequências da não educação ambiental para os trabalhadores, empresa, sociedade e governo serão apresentados também nessa disciplina, onde serão estu- dados ainda o significado de Qualidade de Vida e a importância da mesma para um ambiente de saúde saudável e isento de acidentes. As empresas que investem na Qualidade de Vida dos funcionários reduzem as doenças ocupacionais e, desta for- ma, o custo operacional. Ao final da disciplina estudaremos a legislação pertinente, a importância da CIPA e as normas em vigor. Tenha um ótimo estudo! Ao final desta unidade, esperamos que você: • Defina o conceito de higiene. • Esclareça saúde ocupacional. • Esclareça e analise o conceito de segurança do trabalho. • Analise o conceito de saúde ocupacional. 12 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • Descreva o contexto histórico da saúde ocupacional. • Explique sobre legislação e doenças ocupacionais. • Defina acidente de trabalho. • Aponte as causas dos acidentes de trabalho. • Analise as consequências dos acidentes de trabalho. • Defina Educação Ambiental. • Identifique tipos de ambiente. • Analise os impactos no meio ambiente. • Aprenda sobre o conceito de qualidade de vida. • Identifique o contexto histórico de qualidade de vida. • Identifique a aplicação da ergonomia na qualidade de vida do trabalho. • Explique a legislação pertinente. • Identifique o papel da CIPA. • Analise as normas em vigor. 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA UNIDADE Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, apresentaremos a você os con- teúdos básicos relativos a limpeza e higiene ocupacional. Você irá compreender se há diferença entre Higiene Industrial, Higiene do Trabalho e Higiene Ocupacional, no entanto, para qualquer um dos termos, a higiene tem papel fundamental dentro do vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) — por meio de seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição — conseguem garantir que o funcionário trabalhe em num ambiente saudável. Ao final, você deverá compreender o conceito de saúde e segurança do trabalho e os desafios que temos para os próximos anos. À medida que a humanidade evolui, há necessidade de maior comprometimento dos empregadores e empregados de forma a manter padrões de segurança desejáveis e que garantam a saúde do trabalhador. 14 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Explicar o conceito de higiene. > Descrever o conceito de saúde ocupacional. > Identificar e analise o conceito de segurança do trabalho. UNIDADE 1 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO 1 CONCEITO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO Administração é uma ciência que estuda os eventos que envolvem a administração de empresas e governos, através de técnicas e procedimentos metodológicos com o intuito de entender e explicar as melhores técnicas de aumentar a eficiência e eficá- cia. No entanto, administração financeira, segundo Cherobim, Lemes Jr. e Rigo (2015) é a ciência de cuidar do dinheiro e tomar decisões de investimento, financiamento e destinação dos resultados. 1.1 HIGIENE A palavra higiene é derivada do nome da deusa grega da saúde conhecida como Hygeia (FIGURA 1). Ela era filha de Asklepios e irmã de Panacea. Enquanto seu pai e sua irmã estavam conectados com o tratamento da doença existente, Hygeia foi considerada preocupada com a preservação da boa saúde e a prevenção de doenças. FIGURA 1 - HYGEIA, DEUSA GREGA DA SAÚDE Fonte: Shutterstock, 2018. 16 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017,Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Higiene refere-se aos comportamentos que podem melhorar a limpeza e levar a boa saúde, conforme pode ser visualizado na figura 2. De acordo com a Associação Nor- te-Americana de Higienistas Industriais, a Higiene Industrial pode ser definida como: (...) uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reconhecimento, a avalia- ção e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade. (BARBOSA E BARSAMO, 2012, p.92). FIGURA 2 - HIGIENE BUCAL Shutterstock, 2018. diferença entre limpeza e higiene O termo limpeza não deve ser usado em lugar de higiene. A limpeza em muitos casos é remover sujeira, resíduos ou objetos indesejados da superfície dos objetos usando detergentes e equipamentos necessários. A prática da higiene concentra-se na prevenção de doenças através do uso da limpeza como um dos vários insumos. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Veja o exemplo: Um zelador limpa o chão de um centro de saúde usando detergente, esfregão e vas- soura. Ele também pode usar solução de cloro para desinfetar o chão. O processo de limpeza neste exemplo é a remoção de sujeira visível, enquanto o uso da solução de cloro remove os microrganismos invisíveis. Podemos verificar que a prática higiênica abrange tanto a limpeza para a remoção de questões fisicamente observáveis quanto o uso de cloro para a remoção de mi- crorganismos. A prática de higiene neste exemplo visa impedir a disseminação de organismos causadores de doenças. A limpeza é um meio para realizar essa tarefa. 1.1.1 HIGIENE OCUPACIONAL A Higiene Ocupacional (FIGURA 3), por sua vez, busca antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos à saúde no ambiente de trabalho, com o objetivo de proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores e salvaguardar a comunidade em geral. FIGURA 3 - HIGIENE OCUPACIONAL – PROTEÇÃO DOS PÉS Fonte: Shutterstock, 2018. É também conhecida como Higiene do Trabalho ou Higiene Industrial. A Higiene Ocupacional também tem sido definida como a prática de identificação de agentes perigosos; química, física e biológica; no local de trabalho que poderia causar doença ou desconforto, avaliar a extensão do risco devido à exposição a esses agentes perigo- sos e o controle desses riscos para evitar problemas de saúde a longo ou curto prazo. 18 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Segundo Barbosa e Barsamo, (2012, p.92): (...) higiene do trabalho ou higiene industrial, como é conhecida por muitos, tem papel fundamental dentro do vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), por meio de seus conhecimentos técnicos, e com o uso de instru- mentos de medição específicos, conseguem garantir que o funcionário elabo- re num ambiente de trabalho saudável, ou seja, num lugar em que lhe seja garantida, na medida do possível, sua integridade física e psíquica. (BARBOSA E BARSAMO, 2012, p.92) Mas por que a higiene ocupacional é importante? Embora muitos dos desafios ocupacionais do passado, como o amianto, o chumbo, a sílica cristalina e os solventes ainda estejam conosco, mesmo em um ambiente mais controlado, atualmente, a gama de riscos à saúde no local de trabalho é mais variada do que nunca. Raramente temos um dia sem uma referência nos jornais, na televisão ou na internet de doenças ou deficiências causadas no trabalho. Em alguns casos, os efeitos podem ser reversíveis. Em muitos outros, efeitos prejudiciais à saúde não podem ser superados e podem até encurtar a expectativa de vida. a higiene ocupacional utiliza a ciência e a engenharia para prevenir problemas de saúde causados pelo ambiente em que as pessoas trabalham e ajuda os emprega- dores e funcionários a compreender os riscos e melhorar as condições de trabalho e práticas de trabalho. O trabalho sempre envolveu riscos para a saúde, como por exemplo: • Encanadores foram envenenados pelo chumbo que usaram para tubos e jun- tas na construção civil. • Crianças trabalhando nas carvoarias morreram de câncer causado por compo- nentes da fuligem. • Moedores de talheres morreram jovens de doenças pulmonares causadas pela sílica em rebolos. 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Com uma boa prática de higiene ocupacional, alguns riscos históricos foram elimina- dos e outros foram controlados. No entanto, os padrões ainda são pobres em muitas partes do mundo. Além disso, mudanças na tecnologia e na sociedade criam cons- tantemente novos riscos para nós entendermos e atacarmos, de preferência antes do resultado da doença ou deficiência. Qual o papel de um higienista ocupacional? Os higienistas ocupacionais estão comprometidos em proteger a saúde e a segurança das pessoas no local de trabalho e na comunidade. Alguns higienistas ocupacionais trabalham nas indústrias de manufatura, petroquímica, farmacêutica, siderúrgica, mineradora e outras. Outros trabalham em governos nacionais, hospitais e serviços públicos. Alguns são empregados como consultores ou em pesquisa ou na academia. o que faz um higienista ocupacional? Os higienistas ocupacionais mantêm os trabalhadores e as comunidades próximas aos locais de trabalho, saudáveis e seguros. Eles também garantem a conformidade com leis e regulamentos no ambiente de trabalho. Higienistas ocupacionais avaliam riscos para a saúde em um local de trabalho; amos- tra de ar para determinar se existem substâncias nocivas presentes; medir os níveis de ruído nas fábricas; supervisionar a remoção segura do amianto dos edifícios; e forne- cer conselhos práticos sobre como os trabalhadores podem ser protegidos dos riscos de saúde e segurança relacionados ao trabalho. desafios e riscos para a saúde de hoje Atualmente, a variedade de riscos à saúde no local de trabalho é mais variada do que nunca. Não só reconhecemos os riscos químicos, mas também os riscos para a saúde causados pelo ruído, calor ou frio, tensões ergonômicas, radiação ionizante, microon- das, doenças infecciosas e estresse psicológico. 20 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Os higienistas ocupacionais têm que proteger os trabalhadores contra os riscos cau- sados por tecnologias avançadas, como fabricação de semicondutores e produtos farmacêuticos altamente potentes. É necessário antecipar os riscos do nano, gene e outras tecnologias emergentes, além de considerar o impacto da mudança demo- gráfica e dos padrões de emprego. A higiene ocupacional é um campo e uma profis- são constantemente desafiadora. 1.2 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Os acidentes de trabalho, conforme figura 4, prejudicam a atividade produtiva e co- locam em risco a saúde do trabalhador. Existem casos que não há recuperação e, até mesmo, levam ao óbito. FIGURA 4 - ACIDENTE DE TRABALHO Fonte: Shutterstock, 2018. A segurança do trabalho deve ser uma constante em todo o ambiente de trabalho, de acordo com Barbosa e Barsamo (2012, p.24), a segurança do trabalho no Brasil, (...) até a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/1988), sempre foi vista pelo empregador como uma mera necessidade para seu emprega- do. Pouco importando se este estava bem ou não, não se levavam em conta suasreclamações de saúde, suas necessidades médicas. Para os empregadores ca- pitalistas, naquela época, funcionário bom era aquele que não faltava, não de- monstrava sintomas de doenças, não se queixava dos problemas da empresa, só trabalhava. (BARBOSA E BARSAMO, 2012, p.24) 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Saúde e segurança ocupacional é um conceito amplo envolvendo muitos campos especializados. Em seu sentido mais amplo, deve visar: • A promoção e manutenção do mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações. • A prevenção entre trabalhadores dos efeitos adversos à saúde causados por suas condições de trabalho. • A proteção dos trabalhadores em seus empregos contra os riscos resultantes de fatores adversos à saúde.•A colocação e manutenção de trabalhadores em um ambiente ocupacional adaptado às necessidades físicas e mentais. • A adaptação do trabalho para os seres humanos. Em outras palavras, a saúde e a segurança ocupacional englobam o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores, ou seja, a “pessoa inteira”. A prática bem-sucedida de saúde e segurança ocupacional exige a colaboração e participação de emprega- dores e trabalhadores em programas de saúde e segurança, e envolve a considera- ção de questões relacionadas à medicina ocupacional, higiene industrial, toxicologia, educação, segurança de engenharia, ergonomia, psicologia etc. De fato, conforme destacado Zocchio (2002, p.41) “qualquer atividade numa empre- sa é mais fácil de ser administrada – e mais eficaz a administração – se estiver apoiada numa política adequadamente definida para o assunto ao qual se refere. A segurança do trabalho não foge à regra”. As questões de saúde ocupacional recebem menos atenção do que as questões de segurança ocupacional porque as primeiras são geralmente mais difíceis de enfren- tar. No entanto, quando a saúde é abordada, o mesmo acontece com a segurança, porque um local de trabalho saudável é, por definição, também um local de trabalho seguro. O inverso, no entanto, pode não ser verdade - um chamado local de traba- lho seguro não é necessariamente também um local de trabalho saudável. O ponto importante é que as questões de saúde e segurança devem ser abordadas em todos os locais de trabalho. De modo geral, a definição de saúde e segurança ocupacional acima mencionada abrange saúde e segurança em seus contextos mais amplos. 22 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1.2.1 CONDIÇÕES DE TRABALHO PRECÁRIAS AFETAM A SAÚDE E A SEGURANÇA DO TRABALHADOR • As más condições de trabalho, como na figura 1, de qualquer tipo tem o po- tencial de afetar a saúde e a segurança de um trabalhador. • Condições de trabalho insalubres ou inseguras não se limitam às fábricas - elas podem ser encontradas em qualquer lugar, seja no local de trabalho em am- bientes fechados ou ao ar livre. Para muitos trabalhadores, como trabalhado- res agrícolas ou mineiros, o local de trabalho é “ao ar livre” e pode representar muitos riscos para a saúde e a segurança. • As más condições de trabalho também afetam o meio ambiente em que os trabalhadores vivem, uma vez que os ambientes de trabalho e de vida são os mesmos para muitos trabalhadores. Isso significa que os riscos ocupacionais têm efeitos nocivos sobre os trabalhadores, suas famílias e outras pessoas na comunidade, bem como sobre o ambiente físico em torno do local de trabalho. Um exemplo clássico é o uso de pesticidas no trabalho agrícola. Os trabalhadores e seus familiares podem ser expostos a produtos químicos tóxicos de várias maneiras ao pulverizar pesticidas. Eles podem ser contaminados por meio de inalação, absor- ção e ingestão de produtos químicos. O contágio acontece pelo ar, na ingestão de água contaminada, pelas roupas e pelo contato de pele. Quando os produtos quími- cos são absorvidos no solo ou lixiviados no abastecimento de água subterrânea, os efeitos adversos no ambiente natural podem ser permanentes. Em geral, os esforços em saúde e segurança ocupacional devem visar a prevenção de acidentes e doenças industriais e, ao mesmo tempo, reconhecer a conexão entre a saúde e a segurança do trabalhador, o local de trabalho e o meio ambiente fora do local de trabalho. por que a saúde e a segurança no trabalho são importantes? O trabalho desempenha um papel central na vida das pessoas, uma vez que a maio- ria dos trabalhadores passa pelo menos oito horas por dia no local de trabalho, seja em uma plantação, em um escritório, fábrica etc. Portanto, os ambientes de trabalho devem ser seguros e saudáveis. No entanto, este não é o caso de muitos trabalha- dores. Todos os dias, trabalhadores de todo o mundo enfrentam uma infinidade de riscos à saúde, como: 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO • Poeira. • Gases. • Barulho. • Vibração. • Temperaturas extremas. Infelizmente, alguns empregadores assumem pouca responsabilidade pela proteção da saúde e segurança dos trabalhadores. De fato, alguns empregadores nem sabem que têm a responsabilidade moral e muitas vezes legal de proteger os trabalhadores. Como resultado dos perigos e da falta de atenção dada à saúde e segurança, aciden- tes e doenças relacionados ao trabalho são comuns em todas as partes do mundo. Acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho são muito dispendiosos e podem ter sérios efeitos diretos e indiretos na vida dos trabalhadores e de suas famílias. Para os trabalhadores, alguns dos custos diretos de uma lesão ou doença são: • A dor e o sofrimento da lesão ou doença. • A perda de renda. • A possível perda de emprego. • Custos de cuidados de saúde. Estima-se que os custos indiretos de um acidente ou doença podem ser quatro a dez vezes maiores do que os custos diretos, ou até mais. Uma doença ocupacional ou acidente pode ter tantos custos indiretos para os trabalhadores que muitas vezes é difícil medi-los. Um dos custos indiretos mais óbvios é o sofrimento humano causado às famílias dos trabalhadores, que não pode ser compensado com dinheiro. Os custos para os empregadores de acidentes de trabalho ou doenças também são estimados como enormes. Para uma pequena empresa, o custo de um único acidente pode ser um desastre financeiro. Para os empregadores, alguns dos custos diretos são: • Pagamento por trabalho não realizado. • Pagamentos médicos e compensatórios. • Reparo ou substituição de máquinas e equipamentos danificados. • Redução ou parada temporária na produção. 24 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO • Aumento de despesas de treinamento e custos de administração. • Possível redução na qualidade do trabalho. • Efeito negativo sobre o moral em outros trabalhadores. Alguns dos custos indiretos para os empregadores são: • O trabalhador ferido/doente tem que ser substituído. • Um novo trabalhador precisa ser treinado e ter tempo para se ajustar. • Leva tempo até que o novo trabalhador esteja produzindo à taxa do trabalha- dor original. • O tempo deve ser dedicado à investigações obrigatórias, à redação de relató- rios e ao preenchimento de formulários. • Os acidentes muitas vezes despertam a preocupação dos colegas de trabalho e influenciam as relações de trabalho de maneira negativa. • Más condições de saúde e segurança no local de trabalho também podem resultar em más relações públicas. No geral, os custos da maioria dos acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho para os trabalhadorese suas famílias e para os empregadores são muito altos. Em escala nacional, os custos estimados de acidentes e doenças ocupacionais po- dem ser de três a quatro por cento do produto interno bruto de um país. Na realida- de, ninguém conhece realmente os custos totais de acidentes ou doenças relacio- nadas ao trabalho, porque há uma infinidade de custos indiretos que são difíceis de medir, além dos custos diretos mais óbvios. 1.2.2 PROGRAMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA Em virtude de uma série de problemas que podem ocorrer no ambiente de traba- lho, é crucial que empregadores, trabalhadores e sindicatos estejam comprometidos com a saúde e a segurança e que: • Os perigos no local de trabalho são controlados - na origem, sempre que possível. • Registros de qualquer exposição são mantidos por muitos anos. • Tanto os trabalhadores como os empregadores são informados sobre os riscos de saúde e segurança no local de trabalho. 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO • Há um comitê ativo e efetivo de saúde e segurança que inclui tanto os traba- lhadores quanto a administração. • Os esforços de saúde e segurança dos trabalhadores estão em andamento. Programas efetivos de saúde e segurança no local de trabalho podem ajudar a salvar as vidas dos trabalhadores, reduzindo os riscos e suas consequências. Os programas de saúde e segurança também tem efeitos positivos no moral e na produtividade do trabalhador, que são benefícios importantes. Ao mesmo tempo, programas eficazes podem poupar muito dinheiro aos empregadores. Fique atento! 1. Saúde e segurança ocupacional engloba o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores em todas as ocupações. 2. As más condições de trabalho têm o potencial de afetar a saúde e a segurança de um trabalhador. 3. Condições de trabalho insalubres ou inseguras podem ser encontradas em qualquer lugar, seja o local de trabalho em ambientes fechados ou ao ar livre. 4. As más condições de trabalho podem afetar o meio ambiente em que os trabalhadores vivem. Isso significa que os trabalhadores, suas famílias, outras pessoas na comunidade e o ambiente físico em torno do local de trabalho podem estar em risco de exposição. 5. Os empregadores têm uma responsabilidade moral e muitas vezes legal para proteger os trabalhadores. 6. Acidentes e doenças relacionados ao trabalho são comuns em todas as partes do mundo e muitas vezes têm muitas consequências negativas diretas e indiretas para os trabalhadores e suas famílias. Um único acidente ou doença pode significar enormes perdas financeiras para trabalhadores e empregadores. 26 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO Nesta unidade, podemos entender a diferença entre limpeza e higiene. Enquanto a limpeza se restringe a atividade, como por exemplo, remover a poeira, o conceito de higiene é mais amplo e concentra-se na prevenção de doenças através do uso da limpeza como um dos vários insumos. Vimos que quando falamos em Higiene do Trabalho, industrial ou ocupacional, esta- mos falando da mesma coisa. Na unidade, procuramos destacar que saúde e segu- rança ocupacional é um conceito amplo que envolve muitos campos especializados, desta forma, os estudos envolvem anos de pesquisas e a participação tanto do tra- balhador quanto do empregador, se faz necessária. Por fim, vimos que no geral, os custos da maioria dos acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho para os traba- lhadores e suas famílias e para os empregadores são muito altos. Em escala nacional, os custos estimados de acidentes e doenças ocupacionais podem ser de três a qua- tro por cento do produto interno bruto de um país. Na realidade, ninguém conhece realmente os custos totais de acidentes ou doenças, e o melhor mesmo é prevenir, investindo na saúde e segurança no ambiente de trabalho. 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Definir saúde ocupacional. > Interpretar o contexto histórico da saúde ocupacional. > Explicar sobre legislação e doenças ocupacionais. UNIDADE 2 28 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2 SAÚDE OCUPACIONAL Caro aluno, seja bem-vindo! Nesta unidade, estudaremos o conceito de saúde ocupa- cional e entenderemos a sua importância para um ambiente de saúde saudável e isento de acidentes, uma vez que este pode afetar a capacidade do trabalhador de desempenhar bem o seu papel. A saúde dos funcionários é uma parte importante do trabalho e da produtividade nas empresas. Aquelas que investem na área redu- zem as doenças ocupacionais e, desta forma, o custo operacional. Sendo assim, é importante ressaltar que é dever da empresa assegurar, sempre que possível, a segu- rança, saúde e bem-estar dos trabalhadores e do público. Também é fundamental que façam a administração e condução de todas as atividades de trabalho, de forma a garantir a sua segurança, saúde e bem-estar. Isso exige que todos os que têm essa responsabilidade legal sejam proativos no gerenciamento de suas responsabilidades de segurança, saúde e bem-estar e lidem com isso de maneira sistemática. 2.1 SAÚDE OCUPACIONAL Saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), representada na figura 1, como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de afecções e enfermidades”. De acordo com Sousa (2014, p. 12), “saúde é muito mais do que estar em boas condições físicas, é o equilíbrio entre corpo, mente e ambiente, que proporciona qualidade de vida a todos nós”. FIGURA 5 - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO A saúde ocupacional (FIGURA 2), por sua vez, é um campo multidisciplinar preocu- pado com a segurança, saúde e pessoas no trabalho. Conforme definido pela OMS, “saúde ocupacional lida com todos os aspectos da saúde e segurança no local de trabalho e tem um forte foco na prevenção primária de perigos”. Preocupa-se, ainda, com a prevenção de riscos, ou seja, toma cuidados com a saúde dos trabalhadores. Isso é primordial no contexto profissional e tem diversos determinantes, incluindo fatores de risco no local de trabalho, que podem levar ao desenvolvimento de diver- sos tipos de câncer, acidentes, perda auditiva, transtornos relacionados ao estresse e doenças osteomusculares, respiratórias, circulatórias, transmissíveis, entre outras. FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO ILUSTRATIVA DE SAÚDE OCUPACIONAL Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS compartilham uma definição comum de saúde ocupacional desde os anos 1950. Ela foi adotada pelo Comitê Con- junto OIT/OMS sobre Saúde Ocupacional em sua primeira sessão em 1950 e revisada em sua décima segunda sessão em 1995. A definição diz: “O foco principal na saúde ocupacional está em três objetivos diferentes: (i) a ma- nutenção e promoção da saúde e capacidade de trabalho dos trabalhadores; (ii) a melhoria do ambiente de trabalho e trabalho para tornar-se favorável à segurança e saúde e (iii) desenvolvimento de organizações de trabalho e culturas de trabalho numa direção que apoie a saúde e a segurança no trabalho e que também pro- mova um clima social positivo e um bom funcionamento e que possa aumentar a 30 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADECAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO produtividade dos empreendimentos. O conceito de cultura de trabalho destina-se, neste contexto, a reflexo dos sistemas de valores essenciais adaptados pela empresa. Tal cultura reflete-se na prática nos sistemas de gestão, política de pessoal, princípios de participação, políticas de formação e gestão da qualidade da empresa.” O emprego e as condições de trabalho na economia formal ou informal englobam ou- tros determinantes importantes, incluindo horas de trabalho, salário, políticas de traba- lho relativas à licença de maternidade, provisões de proteção e promoção da saúde, etc. A Convenção da OIT sobre Serviços de Saúde Ocupacional e as Recomendações so- bre Serviços de Saúde Ocupacional foram adotadas em 1985. Definem os “serviços de saúde ocupacional” como serviços com funções essencialmente preventivas e en- carregados de aconselhar o empregador, os trabalhadores e seus representantes na empresa. Isso com a finalidade de estabelecer e manter um ambiente de trabalho seguro e saudável (conforme a figura 2), que facilite a saúde física e mental em rela- ção ao trabalho a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhadores, à luz de seu estado de saúde física e mental. FIGURA 7 - AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO E LIMPO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. A definição apresentada, no entanto, não é suficiente para descrever a gama de ati- vidades realizadas pelos serviços de saúde ocupacional. Há uma série de funções listadas na convenção, conforme: 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO • Identificação e avaliação dos riscos dos perigos para a saúde no local de traba- lho. Isso envolve a vigilância dos fatores no ambiente e nas práticas de trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores. Também requer uma aborda- gem sistemática para a análise de “acidentes” e doenças ocupacionais. • Aconselhamento sobre planejamento e organização das práticas profissionais e do trabalho em si, incluindo a concepção de locais de trabalho e a avaliação, escolha e manutenção de equipamentos e substâncias utilizadas no trabalho. Ao fazê-lo, a adaptação do trabalho ao trabalhador é promovida. • Fornecimento de aconselhamento, informação, formação e educação sobre saúde ocupacional, segurança, higiene, ergonomia e equipamento de proteção. • Vigilância da saúde dos trabalhadores em relação ao trabalho. • Contribuição para a reabilitação profissional e manutenção do emprego de pessoas em idade produtiva, ou auxiliar no retorno ao mercado daqueles que estão desempregados por motivo de doença ou deficiência. • Organização dos primeiros socorros e tratamento de emergência. A saúde de uma pessoa pode afetar seu trabalho, seja de forma benéfica por meio de níveis mais altos de engajamento e desempenho, seja negativamente por níveis mais altos de absenteísmo e presenteísmo. Da mesma forma, o trabalho de um funcioná- rio pode afetar sua saúde, levando a uma doença ocupacional (FIGURA 4) ou a um ciclo virtuoso de aumento de desempenho e bem-estar. FIGURA 8 - TRABALHADOR CAÍDO APÓS CHOQUE ELÉTRICO QUE PODE DEIXAR SEQUELAS Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 32 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO As raízes originais da saúde ocupacional estão nas indústrias ma- nufatureiras, e o precursor é o italiano Bernadino Ramazzini, cuja prática médica incluía muitos pacientes trabalhando em minas. Em 1700, ele publicou seu livro “De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores)” descrevendo as várias doenças de seus pacientes que trabalhavam expostos a substâncias quími- cas nocivas, poeiras, metais e outras substâncias perigosas. Enquanto uma empresa não é responsável pela saúde geral de seus funcionários, ela tem uma responsabilidade moral e legal pela saúde ocupacional destes. Na prá- tica, isso significa garantir que eles não fiquem doentes por causa de seu trabalho e que sejam, na medida do possível, apurados medicamente para sua profissão. Isso é apoiado pelo conceito de “dever de cuidado” na relação de emprego. A ideia de “adequação ao trabalho” se desenvolveu para além de um gerenciamento de ausência de doença, ou seja, a avaliação de um funcionário que está doente para garantir que está recebendo o suporte médico necessário, bem como aconselha- mento sobre seu provável retorno ao trabalho e, em caso afirmativo, de que maneira. Algumas empresas também querem que seus departamentos de saúde ocupacional assumam a responsabilidade pelo atendimento de emergência no local, com a pro- visão e treinamento de primeiros socorristas e equipamento apropriado, bem como planejamento para grandes desastres. Nos últimos anos, os benefícios comerciais de uma força de trabalho mais saudável levaram muitas unidades da saúde ocupacio- nal a fornecer serviços de promoção da saúde. Com níveis de pessoal mais baixos, bem como uma população em envelhecimento no local de trabalho mais sujeita a problemas de saúde relacionados à idade, a área de saúde ocupacional tem uma oportunidade crescente de ajudar tanto o empregado como o empregador, devido aos benefícios de cuidar do grupo de funcionários. A saúde ocupacional é um ramo da medicina especializado na relação entre traba- lho e saúde, fornecendo conselhos para empregado e empregador. Seus principais objetivos são: • Identificar e ajudar a prevenir doenças causadas pelo trabalho. • Aconselhar sobre a adequação de um funcionário para fazer seu trabalho a fim de fornecer resposta de emergência no local. • Melhorar e manter a saúde da força de trabalho em benefício mútuo, tanto ao empregado quanto ao empregador. 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO 2.2 CONTEXTO HISTÓRICO As doenças ocupacionais já existem desde os tempos da antiguidade, quando Platão investigava a demonstração da capacidade cognitiva de um escravo. Sendo assim, vamos analisar a cronologia através dos séculos. idade Média Maimonide e Villeneuve estudavam sobre os riscos físicos e ergonômicos, tais como calor, umidade e postura. Século XVii Hales e Camus estudaram, dentro da engenharia de segurança, sobre a ventilação e iluminação nos ambientes de trabalho; neste mesmo século, Vauban e Belidor pes- quisaram sobre transporte e manuseio de cargas. Século XViii Coulomb e Lavoisier estudaram sobre o funcionamento do organismo humano (in- fluência do clima e alimentação no rendimento). Já Ramazzini identificou as doen- ças profissionais (problemas: oculares, posturais e surdez). O livro “De Morbis Artifi- cum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores)”, de Ramazzini (1700), já abordava as preocupações das doenças relacionadas ao trabalho. Segundo o autor: “um médico que atende um doente deve informa-se de muitas coisas a seu respeito pelo próprio e por seus acompanhantes (...)”. A estas interrogações devia acrescentar outra: ‘e que arte exerce?’” (RAMAZZINI, 1700) Ramazzini (1700) classifica as doenças do trabalho em dois grupos: 1) doenças diretamente causadas pela “novicidade da matéria manipulada”, de natu- reza relativamente específica; 2) doenças produzidas pelas condições de trabalho, como posturas forçadas e inade- quadas, operários que passam o dia de pé, sentados, agachados, inclinados e encur- vados, entre outros. Ainda no século XVIII, Tissot criou serviços para atender aos artesãos doentes. 34 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SéculoXiX Surgiram as preocupações com a saúde precária das crianças (FIGURA 3) que traba- lhavam em fábricas de algodão no início do século, principalmente no Reino Unido, a partir da 1802, onde criou-se a Lei de 1833 sobre inspetoria de fábrica profissional dedicada. A função inicial da inspetoria era policiar as restrições sobre o horário de trabalho de crianças e jovens na indústria têxtil (introduzida para evitar o excesso de trabalho recorrente, identificado como causa direta de problemas de saúde e defor- mação, e indireta, de uma alta taxa de acidentes). A pedido da inspetoria de fábrica, criou-se outra lei, em 1844, que atribuía restrições semelhantes às horas de trabalho das mulheres na indústria têxtil. FIGURA 9 - TRABALHO INFANTIL NO SÉCULO XIX Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Alguns estudiosos deste século foram: • Patíssier: realizou estudos estatísticos, mortalidade e morbidade da população operária. (Mentor do movimento para criação da inspeção do trabalho.) • D’Arret: criou regras de higiene nas fábricas. • Vaucanson e Jacquard: realizaram estudos das atividades de trabalho para aumentar o rendimento (criação de dispositivos automáticos para teares). 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Século XX Foi Marey quem desenvolveu métodos, técnicas e equipamentos para mensurar o desempenho físico do ser humano. Já Max Ruber criou institutos e laboratórios de pesquisa sobre fisiologia do trabalho (gastos energéticos no trabalho). Como os movimentos trabalhistas surgiram em resposta às preocupações dos traba- lhadores na esteira da revolução industrial, a saúde do trabalhador entrou em consi- deração como uma questão relacionada ao trabalho. 2.3 LEGISLAÇÃO A primeira lei (FIGURA 4) sobre saúde ocupacional surgiu na Inglaterra. O objetivo foi a segurança do homem no trabalho, devido ao crescimento dos acidentes e adoeci- mentos laborais. Já no Brasil, a preocupação com a segurança no trabalho teve início a partir de 1919, quando Rui Barbosa, em sua campanha eleitoral, preconizou leis em função do bem-estar social e segurança do trabalhador. Criou-se a Lei Acidentária de 1919 devido à moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho. FIGURA 10 - IMAGEM ILUSTRATIVA DE LEI, JUSTIÇA Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 36 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Em 1943, foi publicado o Decreto Lei no 5.452, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujo capítulo V refere-se à segurança e medicina do trabalho. Em meados da década de 1950, o Brasil passou por um período de desenvolvimento industrial muito intenso, principalmente durante o governo de Getúlio Vargas. Com o apoio às indústrias e, consequentemente, com o seu crescimento, foi primordial regulamentar as demandas trabalhistas com a criação da CLT. A partir desse pano- rama, a medicina do trabalho e a preocupação com a saúde ocupacional ganharam destaque devido ao desenvolvimento de construções e obras faraônicas e ao ritmo intenso, o que gerou aumento nas estatísticas de acidentes e doenças do trabalho. Em 1967, criou-se a Lei n° 8.231/91 (Doenças do Trabalho), na qual o art. 20 diz: “Con- sideram-se acidentes do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entida- des mórbidas: (i) doença profissional; (ii) doença do trabalho”. Em 22/12/1977, a Lei n° 6.154 alterou o capítulo V, título II, da CLT, sendo posterior- mente regulamentada pelas normas regulamentadoras da Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978. No final da década de 1980, o Brasil começou o processo de redemocratização dos direitos dos trabalhadores. A partir dos anos 2000, os trabalhadores passaram a con- tar com auxílio em caso de acidentes ou doenças de trabalho, acompanhamento obrigatório de exames médicos de acordo com os riscos que a profissão oferece, entre outros direitos. 2.4 DOENÇAS OCUPACIONAIS As doenças ocupacionais são aquelas relacionadas ao trabalho, as quais os traba- lhadores compartilham os perfis de adoecimento e/ou morte em função dos riscos iminentes existentes nos ambientes de trabalho. o que é considerado doença ocupacional? Uma condição física, mental e/ou sensorial originada e exposta às condições ambientais decorrentes e relacionadas à atividade de trabalho. 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO e quais os tipos de doenças ocupacionais? Doenças ocupacionais são aquelas oriundas da exposição de contaminação nos ambientes de trabalho. Podem ser pelas vias aéreas, epiderme, corrente sanguínea e pelos cinco senti- dos sensoriais (audição, visão, tato, olfato e paladar). Doenças das vias aéreas nas quais os trabalhadores estão expostos à poeira da sílica, que causa as pneumoconioses (silicose), do asbesto (asbestose) e também a asma ocupacional. Essas substâncias são inaladas no decorrer da jornada de trabalho devi- do à exposição nos ambientes laborais. Elas são agressivas ao ser humano pelas vias aéreas, pois são aspiradas e depositadas nos pulmões, provocando o adoecimento, como tosse, falta de ar, espirros, lacrimejamento e chiadeira. Quando essas substâncias (fibras) da sílica são inaladas, automaticamente se fixam nas paredes dos pulmões, provocando cicatrizes (conhecidas como “empedramento do pulmão”). Geralmente são expelidas por alguns processos produtivos, como a fabrica- ção de amianto utilizado na construção civil, na indústria automobilística, entre outras. Ainda existem problemas com amianto (FIGURA 7), o chumbo, a sílica cristalina e os solventes, que deveriam fazer parte do passa- do, mesmo com todo o advento da tecnolo- gia e a fiscalização no ambiente de trabalho. Os trabalhadores ainda estão sujeitos a uma gama de riscos à saúde das formas mais va- riadas possíveis. Raramente se passa um dia sem uma referência nos jornais, na televisão ou na internet, de doenças ou deficiências causadas no ambiente do trabalho. Em alguns casos, os efeitos podem ser reversíveis, no entanto, em outros, os efeitos prejudiciais à saúde não podem ser superados e podem até encurtar a expectativa de vida. A perda auditiva, por exemplo, é a redução gradual da audição devido à exposição contínua e acima dos níveis de tolerância (85 db) permitidos pela norma regulamen- tadora, o que prejudica a qualidade de vida laboral dos trabalhadores. Essa perda pode ocorrer, por exemplo, devido às exposições: FIGURA 11 - MINA DE AMIANTO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 38 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO a. inicial, em que há uma perda temporária se for observada no final do período de trabalho, podendo desaparecer após algumas horas; b. contínua, em que ocorre perda auditiva progressiva devido à exposição perma- nente. Contaminações pelos agentes químicos que, em contato pelas vias aéreas ou pela epiderme, podem trazer grandes danos à saúde dos trabalhadores, como os agrotó- xicos, que podem provocar câncer. Outro material muito utilizado nas indústrias é o chumbo, que, exposto por longo prazo, provoca intoxicação pela inalação ou epider- me dos trabalhadores. Quais os riscos existentes no ambiente que podem afetar a saúde? O ambiente em que vivemos pode ser considerado sob o enfoque de cinco riscos fun- damentais de componentes: físicos; químicos; biológicos; ergonômicos; de acidentes e/ou mecânicos. Os riscos podem se apresentar em vários meios, por exemplo, o ar e a água. A influên- cia que eles podem exercer sobre a nossa saúde é muito complexa e pode sermo- dulada pela nossa constituição genética, fatores psicológicos e percepção dos riscos que eles apresentam. As doenças ocupacionais normalmente são adquiridas pela exposição acima dos li- mites de tolerância permitidos pelas Normas Regulamentadoras (NRs). Geralmen- te, as proteções utilizadas são os equipamentos de proteção individual (EPIs), ou os equipamentos de proteção coletiva (EPCs), que auxiliam na minimização ou redução da contaminação. A saúde ambiental é um campo de especialidades de saúde pú- blica que se preocupa com todos os aspectos dos ambientes na- turais e construídos que afetam a saúde individual e da popula- ção. A saúde ocupacional é um subcampo da saúde ambiental. Trata especificamente da saúde e segurança no local de trabalho e tem um forte foco na prevenção primária de riscos que podem causar lesões e doenças. 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO A maioria dos profissionais de saúde ocupacional e ambiental trabalham como ins- petores e detetives. Eles avaliam e garantem água segura, alimentos, qualidade do ar, condições sanitárias, condições seguras de trabalho, soluções para prevenção e controle de riscos, remediação de resíduos tóxicos, etc. Também previnem e inves- tigam epidemias de doenças, incluindo aquelas causadas por agentes infecciosos e tóxicos, desastres naturais e bioterrorismo. Ainda desenvolvem políticas ambientais para sociedades sustentáveis. A crescente necessidade de profissionais ambientais e de saúde ocupacional vem de ameaças nessas áreas, como aquelas associadas ao aquecimento global e mudanças climáticas, tais como as listadas a seguir. • Efeitos da poluição do ar interior e exterior em doenças cardiovasculares e respiratórias. • Surtos mortais causados por alimentos contaminados com E. coli, Salmonella e Listeria. • Doenças espalhadas pela água potável insegura. • Produtos químicos, toxinas e outros agentes causadores de câncer. • Surtos de vírus Ebola, gripe aviária, gripe, tuberculose e raiva. • Bioterrorismo, desastres naturais e catástrofes provocadas pelo homem. • Vírus do Nilo Ocidental, Zika, malária da dengue, leishmaniose e outras doen- ças transmitidas por vetores. • Contribuições benéficas de ambientes naturais e espaços verdes para a saúde e o bem-estar humanos. • Fatores de risco no local de trabalho, que levam a lesões e acidentes, doenças musculoesqueléticas, cânceres, doenças cardiorrespiratórias, perda auditiva, condições relacionadas ao estresse e doenças transmissíveis. 40 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO Nesta unidade, vimos a importância do conceito de saúde ocupacional. Podemos perceber que há uma ampla gama de efeitos que o meio ambiente pode ter sobre a saúde humana e que as doenças ocupacionais já existem desde os tempos da anti- guidade. A humanidade sempre presenciou situações de trabalho adversas que co- locavam em risco a vida das pessoas. Crianças e mulheres eram expostas a situações insalubres de trabalhado, o que acabava por prejudicar a rotina do trabalho e, por consequência, a vida familiar. Percebemos que os problemas para a saúde surgem em dois níveis: no nível do indivíduo, as influências ambientais que lentamente “moldam” a espécie, podem, em algum aspecto ou outra causa, prejudicar alguns membros da espécie - é assim que uma espécie evolui; no nível da espécie, o processo de evolução é relativamente lento quando comparado com a taxa em que o homem pode provocar mudanças ambientais. Isso significa que, a menos que sejam feitos esforços para cuidar do meio ambiente, a espécie humana pode sofrer, até certo ponto, o que outras espécies já tenham sofrido. Concluímos ainda que, no Brasil, foi no início do século XX que se voltaram as preocu- pações para a segurança no trabalho, quando Rui Barbosa, em 1919, em sua campanha eleitoral, preconizou leis em função do bem-estar social e segurança do trabalhador. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Definir acidente de trabalho; > Apontar as causas dos acidentes de trabalho; > Analisar as consequências dos acidentes de trabalho. UNIDADE 3 42 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nessa unidade iremos estudar o conceito de acidente de trabalho, entenderemos que os acidentes que ocorrem no ambiente de trabalho são eventos não planejados, inesperados e indesejados, que acabam comprometendo o trabalhador, que pode até mesmo perder a sua vida, quanto os seus familiares que podem perder o pai, a mãe, quem é o(a) responsável pela renda da família, até mesmo a empresa, que pode ter que arcar com indenizações aos acidentados, além de perder em produtividade, desta forma, teremos a oportunidade de conhecer quais as causas mais comuns de acidentes de trabalho e quais as consequências dos mesmos tanto para o trabalha- dor quanto para o empregador, vamos lá? 3.1 O QUE É ACIDENTE DE TRABALHO Um Acidente de Trabalho, conforme figura 1, é um evento não planejado, inesperado e indesejado, que ocorre repentinamente e causa dano ou perda, uma diminuição no valor dos recursos, ou um aumento no passivo. Como termo técnico “acidente” não tem um significado legal claramente definido. Na terminologia do seguro, um acidente são os eventos que não são causados deliberadamente e que não são ine- vitáveis. 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO FIGURA 12 - ACIDENTE DE TRABALHO (QUEDA) Fonte: Shutterstock, 2018 Qualquer que seja a variação da definição que você preferir, os acidentes de trabalho podem ser dolorosos e caros para os empregadores e empregados. Aqui estão alguns tipos de acidentes mais comumente relatados no local de trabalho. Se um motorista (que está coberto pelo seguro de automóvel pessoal por lesões e perdas por negligência) forçar o veículo a entrar em uma árvore (FIGURA 2), a lesão ou perda resultante não é segurada. 44 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO FIGURA 13 - ACIDENTE COM AUTOMÓVEL Fonte: Shutterstock, 2018 Não importa o quão atenta e conscienciosa você seja em observar as regras de saúde e segurança no trabalho, o potencial de lesões no local de trabalho está sempre pre- sente. Essas lesões não só podem colocar os funcionários em risco de hospitalização - ou mesmo morte - mas também podem afetar as taxas de seguro, reduzir a produ- tividade, aumentar os pedidos de indenização dos trabalhadores e afetar a moral da empresa. A vigilância da equipe em todos os níveis é fundamental para manter um ambiente seguro e evitar que acidentes aconteçam. Em relação aos conceitos sobre o que é acidente do trabalho, no conceito legal (no 6.367 de 19/10/76 no seu artigo 2) o acidente é caracterizado pela lesão, não somente caracterizado como perda de tempo, danos materiais ou lesão, que é o mais comum. O acidente de trabalho (Figura 3) é grave se o empregado falecer ou se sofrer um fe- rimento grave ou permanente. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúdeocupacional SUMÁRIO FIGURA 14 - ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE Fonte: Shutterstock (2018) Ferimentos graves são, por exemplo: • fraturas de ossos longos ou fraturas que podem necessitar de cirurgia, fraturas da coluna vertebral, fraturas viscerocraniais, múltiplas fraturas de costelas e he- motórax, fraturas graves no crânio, fraturas graves no pescoço, tórax ou coluna lombar; • luxação grave causando lesão permanente; • perda de membro, por exemplo, um dedo ou parte dele, encurtamento do membro; • lesão dos órgãos da cavidade abdominal que requerem cirurgia; • lesão cerebral deixando também ferimentos leves; • perda ou enfraquecimento permanente da fala, visão ou audição, perda de olhos • queimaduras ou lesões semelhantes à pele que requerem transplante de pele, 46 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO queimaduras extensas ou queimaduras; • deformidades gravemente desfigurantes, por exemplo, perda do lóbulo ou na- riz do ouvido ou parte dele ou outras deformidades graves; • dano permanente, doença ou lesão graves com risco de vida. Mesmo quando a gravidade final da lesão não é clara, o acidente deve ser relatado, pois a natureza das lesões pode ficar clara somente através de exames posteriores. Sendo assim, um acidente relacionado ao trabalho é qualquer evento não intencio- nal que ocorra no decorrer do trabalho (excluindo o trabalho doméstico) que leve a uma lesão ou condição. Também pode ser uma Ocorrência Perigosa, uma Doença Ocupacional ou: • acidentes de trânsito que acontecem no local de trabalho ou no decorrer do trabalho, por exemplo, um acidente de trânsito enquanto se viaja para traba- lhar no transporte da empresa; • acidentes que são incidentais ou provenientes do trabalho, por exemplo, es- corregando e caindo no local de trabalho, mas quando não estão cumprindo suas obrigações oficiais de trabalho; • condições de natureza médica, como ataques cardíacos ou derrames, que po- dem ser desencadeadas pelo trabalho. Um acidente de trabalho é um acidente súbito e inesperado, causado por fatores externos, devido aos quais o empregado sofre lesões. Pode-se considerar acidente de trabalho: • O que ocorre nas instalações do local e trabalho. • No caminho de casa do trabalho ou vice-versa. • Quando o empregado está ausente em uma viagem de negócios ou execu- tando uma tarefa encomendada pelo empregador. Veja, agora, os tipos mais comuns de acidente de trabalho:: 1. excesso de esforço Fazemos isso o tempo todo: puxar uma estante de livros, carregar equipamen- tos pesados ou levantar caixas ou outros objetos de forma incorreta e desajeita- da (FIGURA 4). Lesões por esforço excessivo, como entorses e distensões, são o principal acidente de trabalho lá fora. 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO FIGURA 15 - ESFORÇO AO CARREGAR PRODUTOS PESADO Fonte: Shutterstock (2018) 2. Queda Assim como no nosso exemplo de abertura, a queda apresenta um risco sig- nificativo em muitos ambientes de trabalho (FIGURA 5). Pode ser tão simples quanto descer escadas ou cair de um telhado. FIGURA 16 - AMBIENTE COM RISCO DE QUEDA DO TRABALHADOR Fonte: Shutterstock (2018) 48 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3. escorregões e viagens Você já viu a imagem de alguém escorregando em uma casca de banana? É a mesma ideia (provavelmente menos a banana). Escorregões (FIGURA 6) e tro- peções podem ser o culpado por coisas como tensões musculares e outros fe- rimentos. FIGURA 17 - ACIDENTE DE TRABALHO - ESCORREGÃO Fonte: Shutterstock (2018) 4. objetos em queda Seja uma caixa pesada de arquivos ou uma peça de maquinário em um cantei- ro de obras, os objetos em queda (FIGURA 7) apresentam um risco particular de ferimentos na cabeça dos trabalhadores. 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO FIGURA 18 - QUEDA DE OBJETOS OCASIONANDO ACIDENTES DE TRABALHO Fonte: Shutterstock (2018) 5. Movimento repetitivo É um pouco menos óbvio, mas as lesões por movimentos repetitivos (FIGURA 8) têm impacto em muitos tipos de trabalhadores, desde frequentes usuários de computadores que lutam contra a síndrome do túnel do carpo até a mecânica de automóveis que desenvolvem dor lombar crônica. FIGURA 19 - DIGITAÇÃO – MOVIMENTO REPETITIVO Fonte: Shutterstock (2018) 50 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O trabalhador quando executa a sua atividade de trabalho pode: 1. nunca ter aprendido a fazer seu trabalho de maneira correta; 2. aprender o trabalho na primeira vez em que o executa; 3. não seguir os hábitos corretos e seguros; 4. ter aprendido como trabalhar seguramente sob condições normais; 5. não ter ciência do perigo de certos atos inseguros. Antes de entrar em uma análise do processo que envolve a realização de um aci- dente de trabalho, é melhor olhar um pouco mais para as causas e consequências dos acidentes de trabalho. Todos os empregadores e autoridades de qualquer orga- nização são obrigados por lei a permitir que os funcionários tenham um ambiente de trabalho seguro e protegido. Ao fazê-lo, os empregadores devem facilitar o uso de máquinas e equipamentos que estão em perfeitas condições, uma fiação elétrica adequada e um piso de escritório limpo, juntamente com treinamento adequado dos funcionários, que são obrigados a realizar trabalhos especializados, envolvendo riscos. Uma negligência na execução desses deveres resultaria em uma situação não muito agradável para os funcionários. A prevenção de acidentes visa basicamente, a mudança do com- portamento do homem, através da correção das falhas huma- nas, que poderão ser amenizadas pela educação e motivação. 3.1.1 CAUSAS DO ACIDENTE DE TRABALHO O empregador deve trabalhar sempre para não haver acidente de trabalho, no entan- to, caso aconteça, o acidente deve ser investigado, assim como as circunstâncias que o causaram. Pela figura 9, podemos perceber um local propício a acidente de traba- lho, trata-se de um ambiente com entulhos que podem gerar acidentes como, por exemplo, perfuração de pés e mãos por meio de pregos e parafusos, O empregador deve sempre manter registro de todos os acidentes ocorridos no local de trabalho de forma a contribuir para o processo de investigação. 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO FIGURA 20 - AMBIENTE IMPRÓPRIO PARA TRABALHO Fonte: Shutterstock (2018) 80% dos acidentes que acontecem no local de trabalho são, em última instância, culpa da pessoa envolvida no incidente. o que isso nos diz? Os trabalhadores não estão tomando as devidas medidas cautelares antes de traba- lhar, ou simplesmente estão com preguiça de se incomodar com isso. afinal, eles fazem o trabalho todos os dias, certo? por que eles precisam perder seu tempo com coisas tediosas, como inspeções e medidas de precaução? 52 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Bem, considerando a estatística destacada, supomos que deve haver uma ampla quantidade de evidências para convencer os trabalhadores negligentes a começar a prestar mais atenção às medidas corretas de segurança. A maioria dos trabalhadores parece gostar de encontrar“coisas” para culpar quando ocorrem acidentes de traba- lho, em vez de “causas raízes”. No entanto, existem causas comuns para acidentes de trabalho e as “causas básicas” são responsáveis por cada uma delas. Para incentivar os trabalhadores a praticar me- didas de segurança adequadas no local de trabalho, listamos essas causas comuns para ilustrar melhor quais são as principais causas de acidentes no local de trabalho. 6. atalhos Para os seres humanos, tomar atalhos é uma prática bastante comum em todas as esferas da vida, não necessariamente trabalhar sozinho, isto porque o tem- po é fator determinante. No entanto, quando os trabalhadores tomam atalhos no trabalho, especialmente quando estão trabalhando em torno de máquinas perigosas ou produtos químicos letais, eles estão apenas se expondo a uma possível catástrofe. Simplificando, atalhos que são adotados no trabalho não são realmente atalhos. Eles estão simplesmente aumentando o risco de ferimentos, ou pior, a morte. 7. excesso de confiança Quando os trabalhadores entram no trabalho todos os dias com a atitude de que “Isso nunca vai acontecer comigo”, eles estão definindo uma atitude que leva a procedimentos, métodos e ferramentas incorretos durante o trabalho. Seja confiante, mas lembre-se de que você não é invencível. Consequentemen- te, existe muita confiança por parte das pessoas. 8. limpeza O serviço de limpeza é um dos indicadores mais precisos da atitude da empresa em relação à produção, qualidade e segurança do trabalhador. Uma área des- leixada leva a riscos e ameaças em todos os lugares. Não só o bom serviço de limpeza leva a uma maior segurança, mas também estabelece um bom padrão para todos os outros no local de trabalho seguirem. 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO O deslizamento do trabalhador ao caminhar nos ambientes pode-se citar como exemplo: as cozinhas de escritório e as salas de descanso são locais comuns para que os deslizamentos ocorram devido ao número de líquidos que são res- pingados e, posteriormente, não são limpos. As superfícies de linóleo, madeira dura e revestimento de azulejos são particularmente perigosas depois de terem sido esfregadas ou enceradas. Outra consideração é o tipo de calçado usado pelos funcionários. 9. iniciar uma tarefa antes de obter todas as informações necessárias Para fazer certo da primeira vez, você precisa ter certeza de que você tem toda e qualquer informação pertinente relacionada à tarefa que você irá realizar. Os trabalhadores que começam um trabalho com apenas metade das informa- ções, ou metade das instruções, estão essencialmente fazendo o trabalho en- quanto estão cegos. Lembre-se disso; não é estúpido fazer perguntas, é estúpi- do não fazer isso. A maneira mais rápida de fazer um trabalho é fazer certo na primeira vez” 10. negligenciar procedimentos de Segurança Negligenciar deliberadamente os procedimentos de segurança definidos no local de trabalho não põe em perigo a si mesmo, mas põe em perigo os traba- lhadores à sua volta, bem como a empresa como um todo. Acompanhar ca- sualmente os procedimentos de segurança também não funciona. Os traba- lhadores devem entender que os procedimentos de segurança precisam ser seguidos, por pior que seja o entendimento por parte do trabalho. Um exemplo: trabalhadores sentem incômodo ao usar o capacete de segurança, por enten- derem que o mesmo não é necessário . 11. distrações Mentais Todo mundo tem uma vida fora do local de trabalho e, às vezes, a vida pode fazer mergulhos que afetam suas emoções e seu humor negativamente. No entanto, por mais duro que pareça, os trabalhadores não podem deixar que as distra- ções mentais de suas vidas pessoais afetem seu desempenho no trabalho. Não só eles se tornarão menos conscientes de seu ambiente e menos seguros, mas também se tornarão menos produtivos, custando tempo e dinheiro à empresa. 54 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 12. Falta de preparação Quando os trabalhadores começam uma tarefa sem pensar em todo o proces- so, ou apressadamente dão início às atividades sem qualquer tipo de planeja- mento e treinamento, eles estão se preparando para o fracasso. Certifique-se de planejar seu trabalho e, em seguida, trabalhe seu plano. Há várias razões pelas quais os acidentes de trabalho acontecem, mas essas são as causas mais comuns e, infelizmente, as mais negligenciadas. Isso realmente se resume a consciência e foco. Trabalhadores preguiçosos não são tão eficazes e não são tão seguros quanto seus colegas conscientes e focados. Além disso, os trabalhadores preguiçosos imediatamente se tornam uma ameaça direta a todos que os rodeiam. É preciso haver um esforço consciente todos os dias no local de trabalho para garantir que essas causas não aconteçam. Sua vida, a de seus colegas de trabalho e o bem-estar geral de sua empresa dependem disso. 13. Fadiga Se alguém é empurrado - ou se empurra - além dos limites razoáveis para se manter no topo da carga de trabalho, os resultados geralmente são exaustão fí- sica e mental. Isso se traduz em julgamento prejudicado, reflexos mais lentos na operação de máquinas ou veículos motorizados, resposta atrasada a situações de emergência e desatenção a detalhes e instruções. Os trabalhadores têm três tipos de fadiga: • Física: Falta de descanso e/ou sono incorrendo no esgotamento muscular. • Mental: Excesso de demanda e carga de trabalho. Essa fadiga requer mais cuidado e a sua recuperação é lenta e também pode levar a danos maiores caso não trate na fase inicial. Outro fator neste item, é o estresse devido a insegurança no emprego, finan- ças, problemas de saúde e ansiedade sobre relacionamentos pessoais são fatores que contribuem para a equação do estresse. Quando a mente de um funcionário é muito distraída por ameaças reais ou percebidas, ele não só tem mais probabilidade de cometer erros que podem causar ferimentos, mas também convida a um risco maior de um ataque cardíaco, derrame ou hipertensão. 55 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Segurança do Trabalho e Saúde ocupacional SUMÁRIO Sensorial: essa fadiga ocorre devido aos trabalhadores estarem expostos aos ambientes em níveis altos e tempo de exposição. Com o decorrer dos anos, pelo tempo de exposição e níveis de riscos vai somatizando os danos. 14. condições inseguras Os itens deixados em um corredor de tráfego intenso, os cabos de extensão que não estão devidamente afixados e os carpetes que se soltaram pedaços de teci- dos, são contribuintes para tropeços dos funcionários e, às vezes, causam mais transtornos do que que imaginamos. Corredores e escadas pouco iluminados também são pontos de perigo, porque obscurecem a capacidade de ver o que está sob os pés. Má iluminação - A iluminação inadequada é responsável por vários acidentes todos os anos. Isso é muitas vezes esquecido quando se tenta evitar acidentes no armazém ou no local de trabalho. Materiais perigosos - O manuseio inadequado de materiais perigosos ou o não uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é outra causa comum de aci- dentes no local de trabalho. Ao ler as folhas de dados de segurança do material e fornecer o traje de proteção apropriado, muitos incidentes no local de traba- lho podem ser evitados. 15. objetos derrubados Se móveis altos, como estantes de livros e componentes de arquivamento, não estiverem ancorados com segurança, um terremoto poderia fazer com que eles se inclinassem para a frente e desalojassem seu conteúdo, colocando os traba- lhadores próximos em perigo. As lesões no local de trabalho também podem
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