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Resenha crítica do artigo intitulado_ Ensino de ciências_ desafios à formação de professores I



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Resenha crítica do artigo intitulado: Ensino de ciências: desafios à formação de professores
Tal como acontece com o resto da educação brasileira, a educação científica tem sido alvo de interferência externa há muito tempo. Isto é mais evidente na forma de políticas educativas delineadas pelo Estado sob a égide de organizações multilaterais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, mas há também uma influência crescente do sector empresarial através de fundações e instituições.
É também importante notar que as mudanças na tecnologia e no estado da economia têm um impacto na política educacional e no desenvolvimento curricular na área da educação científica. Assim, ocorrem inovações educacionais que, em geral, atrapalham a reorganização dos currículos escolares e, consequentemente, a preparação dos professores.
Uma das formas de influenciar as decisões dos alunos é através da educação científica, que promove o pensamento criativo, a apreciação do mundo natural e o interesse no estudo dos processos físicos, químicos e biológicos.
A ciência é parte integrante de praticamente todos os aspectos da vida moderna, servindo como base para o desenvolvimento acadêmico e profissional. Aprender sobre ciências capacita os alunos a fazerem escolhas informadas sobre o seu futuro e o mundo em geral. A educação científica é valiosa porque ajuda os alunos a desenvolver um sentido de responsabilidade e ligação com o mundo que os rodeia.
Na década de 1970, percebeu-se que o estudo de Ciências inclui diversos temas que contribuem para a formação de cidadãos e, portanto, o ensino de Ciências nas escolas adquiriu popularidade.
O século XX e o início do século XXI testemunharam uma série de mudanças na natureza da educação científica. As causas principais estão enraizadas nas políticas neoliberais das organizações multinacionais, que impõem regulamentações na lei e na estrutura do sistema educacional com uma orientação de marketing, e nos avanços técnicos.
Devido, em grande parte, às condições físicas e estruturais inadequadas e aos recursos escassos, o ensino das ciências nas escolas públicas é instável e desactualizado. Além disso, existe um conjunto considerável de educadores que não possuem o conhecimento especializado e a experiência prática necessários para instruir eficazmente os alunos nas disciplinas científicas.
Estudantes de todas as idades podem beneficiar da Ciência, aumentando a sua literacia científica, a fim de compreender melhor o mundo e o seu lugar nele. Deixando para trás a memorização de conceitos e frases científicas, que gerou problemas notadamente no trabalho docente na intervenção para a formação do conhecimento, o valor do ensino de Ciências está nas relações entre o ser humano e o meio em que vive.
Diante deste cenário, é imperativo que os educadores de Ciências compreendam a sua posição crucial como mediadores do conhecimento dos seus alunos durante o processo de ensino-aprendizagem. O envolvimento do professor no processo de aprendizagem ajuda os alunos a construir conhecimento a partir de suas próprias experiências vividas.
Assim, o objetivo do educador de Ciências é despertar o interesse dos alunos por meio de táticas que potencializem o processo de ensino-aprendizagem, sempre aproveitando e valorizando o que já existe.
Repensar políticas educacionais que valorizem conteúdos historicamente sistematizados com vistas à formação crítica e emancipatória, em vez de propostas centradas no desenvolvimento de competências e conhecimentos, é necessário para reverter esse quadro desfavorável ao ensino de Ciências.