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Curso: Técnicas Experimentais I Profa. Hermínia V. S. Pessoni MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) Aula 2 Componentes de um MEV Visão Geral Interação dos elétrons com a matéria POSSÍVEIS FENÔMENOS – INTERAÇÃO DOS ELÉTRONS COM A SUPERFÍCIE • Raios X Bremsstrahlung • Raios X característicos • Elétrons Auger • Elétrons Retroespalhados • Elétrons Secundários • Catodoluminescência A formação de imagens no MEV é dependente da aquisição de sinais produzidos a partir da interação do feixe de elétrons e os espécimes em análise. Formação da imagem Espalhamento dos elétrons por átomos λ – livre caminho médio σ - seção de choque N – densidade de partículas Espalhamento elástico Espalhamento de Rutherford Espalhamento elástico Quanto maior a energia do feixe incidente menor a probabilidade de interagir com o alvo. Espalhamento elástico Espalhamento de Rutherford Quanto maior o número atômico Z do alvo maior a probabilidade de ocorrer espalhamentos elásticos e menor o livre caminho médio. OBS: λ aqui é livre caminho médio e não comprimento de onda. Espalhamento inelástico Todos os demais eventos de interação do elétron com a matéria são resultantes de espalhamentos inelásticos (Ex: produção de raios X de frenagem e característicos, elétrons Auger, etc.) Espalhamento inelástico Espalhamento dos elétrons por átomos A maioria dos elétrons é paralisada dentro do sólido, mas alguns voltam à superfície e deixam a amostra. O volume dentro do qual cerca de 95% dos elétrons primários são levados ao repouso é geralmente chamado de volume de interação. Volume de interação Espalhamento dos elétrons por átomos O espalhamento inelástico, que causa a redução da velocidade, é mais intenso para materiais com elevado Z do que para materiais com baixo Z, por isso o volume de interação é menor. F OBS: Vimos que o livre caminho médio também é menor para maiores Z em relação a espalhamento elástico. OBS: Quanto maior Z mais espalhamento irá ocorrer, seja elástico ou inelástico. Espalhamento dos elétrons por átomos Quanto maior a energia do feixe incidente menor a probabilidade de interagir com o alvo. Maior o livre caminho médio e maior o volume de interação. Maior a “Profundidade de penetração dos elétrons” Interação dos elétrons com a matéria Possíveis fenômenos – espalhamentos elásticos e inelásticos • Raios X Bremsstrahlung • Raios X característicos • Produção de Elétrons Auger • Elétrons Retroespalhados • Elétrons Secundários • Catodoluminescência A formação de imagens no MEV é dependente da aquisição de sinais produzidos a partir da interação do feixe de elétrons e os espécimes em análise. Formação da imagem Interação dos elétrons com a matéria Como resultado das interações elásticas e pouco inelásticas, os elétrons do feixe primário podem se tornar um elétron retroespalhado (ERE), em geral de alta energia (> 50 eV), com energia máxima igual a energia do elétron primário. São provenientes de uma região de maior profundidade na amostra, cerca de 100 nm. Tem-se também a ocorrência de ionização, com a produção de elétrons em todo o volume de interação. Os elétrons produzidos deixam o material com uma energia média de 2 a 5 eV. Esses elétrons são chamados de elétrons secundários e são provenientes de uma região de muito pouca profundidade, cerca de 1 nm para os metais e 10 nm para o carbono. RETROESPALHADOS SECUNDÁRIOS Interação elétrons com a matéria Elétrons Retroespalhados São elétrons que faziam parte do feixe incidente. Saem pela superfície da amostra com energias superiores a 50 eV podendo se apresentar com máximo valor de energia da energia incidente. Quanto maior Z mais elétrons retroespalhados serão gerados. OBS: Lembrando que a ordem de energia do feixe incidente é de keV Elétrons Secundários OBS: São mais numerosos que os elétrons retroespalhados. Elétrons secundários (ES) são elétrons que são ejetados de átomos da amostra devido a interações inelásticas dos elétrons energéticos do feixe primário com elétrons pouco energéticos da banda de condução nos metais ou de valência nos semicondutores e isolantes. A maior parte dos elétrons secundários são provenientes de uma região de muito pouca profundidade, cerca de 1 nm para os metais e 10 nm para o carbono por exemplo. Os elétrons secundários, cuja energia cinética é inferior a 50 eV, são elétrons dos orbitais externos dos átomos que são ejetados por interações devido aos elétrons incidentes. O espalhamento inelástico, que causa a redução da velocidade, é mais intenso para materiais com elevado Z do que para materiais com baixo Z. As interações elétron-amostra produzem elétrons secundários em todo o volume de interação mas somente aqueles que são gerados bem próximos a superfície é que escaparão da amostra e irão contribuir com melhor resolução para o sinal. Elétrons Secundários Elétrons Retroespalhados e Secundários Elétrons retroespalhados são mais prováveis de ocorrer quanto maior o número atômico Z. A quantidade de Elétrons secundários não tem uma dependência direta com o número atômico Z. OBS: Materiais com números atômicos Z maiores promovem mais espalhamento, porém não resulta em maior quantidade de elétrons secundários saindo da amostra. A energia deles nem sempre é suficiente para vencer a função trabalho da superfície do material. Espalhamento inelástico Produção de Elétrons Auger Emissão de Raios X característicos Espalhamento inelásticoEmissão de Raios X característicos Espectro de elétrons espalhados detectados OBS: Elétrons Auger aparecem em regiões específicas de energia pelo modo como são produzidos. Energia dos retroespalhados é limitada ao valor da energia do feixe incidente.Não existe um limite inferior de energia dos elétrons secundários. Espectro de elétrons espalhados detectados O elevado pico em torno dos elétrons primários é devido ao espalhamento Rutherford e este processo aumenta com o aumento do número atômico Z. Portanto, os elétrons retroespalhados emitidos pela amostra refletem o valor médio de Z do material: este é o mais importante mecanismo de contraste dos ERE. Detectores Detector de Elétrons Retroespalhados Detector de Elétrons Secundários Detectores OBS: Nem todos os elétrons que saem pela superfície são possíveis de serem coletados pelos detectores, o restante é considerado absorvido. Detector – Elétrons secundários (ES) Detector de Elétrons Secundários O detetor mais usado na microscopia eletrônica de varredura é o detetor do tipo Everhart-Thornley (ET). O detetor é formado pelo cintilador, tubo de luz e a fotomultiplicadora. O detetor é isolado eletricamente do resto do microscópio e possui na sua frente uma grade com potencial de ~ +300 eV. Os elétrons secundários (< 50 eV) são atraídos por esta grade carregada positivamente. Este sistema permite coletar com muita eficiência os elétrons secundários provenientes da amostra, defletindo a direção dos mesmos em direção ao detector. Detector - ESOs elétrons são então acelerados por uma diferença de potencial da ordem de kV entre a grade e o cintilador. Quando atingem o cintilador luz é produzida e transportada até a fotomultiplicadora pelo Guia de Luz. Detector - ES A luz ao atingir a fotomultiplicadora cria um cascata de elétrons gerando um sinal que é amplificado até 108 vezes. Detector - ES Lateral detector Arranjo onde o detector de ES é colocado entre as lentes objetivas e a amostra. Detector - ES In-lens detector - arranjo onde o detector de ES é colocado acima das lentes objetivas Detector - ES Detector - ERE Detector de Estado-Sólido DETECTOR DE CINTILADOR (Detector Robinson) Tem um princípio de funcionamento semelhante aos detectores Evehart-Thornley, isto é, consistem de uma tela fluorescente, um tubo de luz e uma fotomultiplicadora. DETECTOR DE ESTADO SÓLIDO Consistem de uma junção P-N que fica entre a lente final e a amostra, portanto na posição da trajetória dos ERE para aumentar a eficiênciada coleta. Esses elétrons ao penetrarem no detector, geram pares elétron-buraco e gerando um fluxo de corrente, que é amplificado e tratado de forma adequada para produzir a imagem. Detector - ERE Formação da Imagem Formação da Imagem Os elétrons secundários são usados principalmente para contraste topográfico no MEV, ou seja, para a visualização da textura e rugosidade da superfície. Formação da Imagem - ES Os elétrons secundários que são impedidos de alcançar o detector devido a topografia da amostra gerarão sombras ou serão mais escuros em contraste do que as regiões que têm um caminho de elétrons desobstruído para o detector OBS: A imagem formada por MEV é uma imagem 2D, portanto não trás informações reais de topografia, mas o constante de sombra e luz permite dar informações qualitativas sobre a superfície. Formação da Imagem - ES Elétrons incidentes de baixa tensão gerarão elétrons secundários da região da própria superfície, que revelarão informações mais detalhadas sobre a estrutura da superfície da amostra Formação da Imagem - ES Imagens de MEV de superfície de pastilhas cerâmicas de ZnO:Co Resolução Espacial Para os sinais gerados em regiões mais superficiais da amostra a resolução para imagem é melhor (menor) pois o sinal vem de uma região cuja propagação lateral dos elétrons se aproxima do diâmetro do feixe (resolução espacial menor). Portanto, o sinal que fornece a melhor resolução é o dos elétrons secundários, por esse motivo são os responsáveis pelas informações sobre a superfície correlacionadas à topografia. Recordando: O feixe que atinge a amostra tem diâmetro da ordem de 1 – 10 nm Elétrons secundários Elétrons retroespalhados Raios X são gerados em profundidades da ordem de alguns micrômetros. Resolução Espacial Considerando a formação e colimação do feixe através da coluna “óptica”, para que se possa obter um feixe de elétrons com o mínimo diâmetro e com brilho, é necessário que se tenha uma elevada voltagem de aceleração do feixe primário. Entretanto, na condição de alta voltagem, como resultado do processo de detecção dos elétrons secundários, o sinal detectado de ES contém também elétrons retroespalhados que irão influenciar negativamente na resolução espacial. Esta influência será maior quanto maior for a voltagem do feixe. Sob essas circunstâncias a redução do kV , entre 20 - 25 kV, pode ser benéfica pois irá diminuir o volume de interação. Influência da Voltagem As imagens tiradas abaixo de 1 kV forneceram mais detalhes de superfície do que as de 20 kV. A resolução da superfície é perdida em altas tensões de aceleração e a superfície das esferas parece lisa. Isso ocorre porque que com altas tensões o detector de ES acaba detectando ERE em quantidade. O rendimento de retroespalhamento, definido como a porcentagem de elétrons incidentes que são reemitidos pela amostra, é dependente do número atômico da amostra, proporcionando contraste de número atômico nas imagens de MEV. Formação da Imagem - ERE A resolução lateral de uma imagem BSE é consideravelmente pior (1,0 μm) do que para uma imagem de elétrons secundários (10 nm). Mas com uma largura de profundidade de escape bastante grande, os BSEs carregam informações sobre recursos que estão profundamente abaixo da superfície. Formação da Imagem – ES e ERE Regiões com números atômicos maiores vão aparentar mais claras em imagens de ERE porque espalham mais eficientemente os elétrons do feixe primário gerando mais ERE. Formação da Imagem – ES e ERE Formação da Imagem – ES e ERE A redução na energia do feixe original permite uma melhor resolução pois a quantidade de ERE detectados pelo detector de ES é menor e a resolução espacial dos ES é melhor (menor). Informações Cristalográficas via MEV Quanto mais o feixe primário penetra, menos provável é que os elétrons retroespalhados escapem e, portanto, menor é o coeficiente de elétrons retroespalhados. O coeficiente de elétrons retroespalhados (ERE) depende da orientação de um cristal em relação ao feixe incidente. Este efeito. conhecido como canal de elétrons, surge dos efeitos da difração na profundidade de penetração do feixe primário no corpo de prova. Material policristalino com cristais orientados em várias direções. Catodoluminescência A catodoluminescência (CL) varia em cor e intensidade em função da composição de muitos minerais e em semicondutores como o arseneto de gálio (GaAs). Consequentemente, este modo de imagem é de particular importância nestes campos de aplicação Emissão de luz na região do visível por uma amostra previamente “bombardeada” por elétrons acelerados. Semelhante ao detector ET mas sem o cintilador Catodoluminescência Catodoluminescência Catodoluminescência Preparação da amostra para MEV Carbon tapeSample holder - stubs Conductive paint (silver) Em geral as amostras precisam ter uma dimensão considerável para serem coladas em uma base. Preparação da amostra para MEV Dehydration and Air Drying O vácuo do microscópio impede a observação direta de amostras hidratadas, em particular de materiais biológicos, que devem ser previamente estabilizados e desidratados. Liofilização ou criodessecação, é um processo de desidratação à baixa temperatura que envolve o alto resfriamento do produto, a redução da pressão e a remoção da água por sublimação. Preparação da amostra para MEV Freeze Drying Preparação da amostra para MEV Critical Point Drying O dióxido de carbono líquido é então aquecido com pressão controlada até que sua temperatura vai além do ponto crítico, momento em que a pressão pode ser gradualmente liberada, permitindo que o gás escape, deixando um produto seco. Preparação da amostra para MEV Com tensão superficial sem tensão superficial Densidades da fase líquida e fase vapor torna-se igual em ponto crítico de secagem. Preparação da amostra para MEV Critical Point Drying Estruturas de uma pulga deterioradas devido ao processo de secagem. Estruturas de uma pulga preservadas devido ao processo de secagem CPD. Preparação da amostra para MEV Metal Coating Objetivo: Evitar fenômeno de acúmulo de carga Preparação da amostra para MEV Amostras BiológicasSolvente empregado para reduzir as forças de alta tensão superficial. Preparação da amostra para MEV Nem tudo que se vê é do jeito que é visto!!! Em microscopia eletrônica de varredura.... A imagem é uma reconstrução da realidade com base nos sinais detectados!!! Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60
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