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Sedação e Anestesia Geral

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Sedação e Anestesia Geral em 
Odontopediatria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sedação 
Principais indicações 
 • Crianças medrosas ou rebeldes; 
• Crianças com baixa faixa etária, acima de 2 anos; 
• Crianças refratárias a técnicas de condicionamento (2 a 17 anos de idade); 
• Crianças com deficits cognitivos, retardo de desenvolvimento neuropsicomotor ou 
distúrbios de conduta; 
• Crianças portadoras de doenças sistêmicas, tais como hemofilia, hepatopatia., 
nefropatia, diabetes ou leucemias. 
Em crianças medrosas e rebeldes, principalmente aquelas com baixa faixa etária, em geral 
não se consegue um condicionamento adequado para o tratamento dentário completo. Esses 
pacientes ainda não apresentam capacidade de compreensão bem desenvolvida, dificultando o 
tratamento dentário. Crianças refratárias ao condicionamento e que não apresentam cardiopatias 
ou pneumopatias, mesmo pré-adolescentes e adolescentes, também podem ser incluídos em 
tratamento dentário sob sedação consciente. 
Devemos enfatizar os pacientes hemofílicos, hepatopatas, nefropatas, portadores de 
anemia falciforme, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) e diabetes. Crianças portadoras 
dessas doenças, por serem bastante traumatizadas emocionalmente, por tantas idas e vindas a 
hospitais e laboratórios de exames, não aceitam o tratamento dentário tradicional, em estado 
absolutamente vigil. Nesses casos, a melhor opção é a sedação, pois ela constitui menor risco que 
a anestesia geral. 
Principais contraindicações 
Contraindicações relativas 
• Hepatopatias: grande parte das drogas utilizadas em anestesia é metabolizada no fígado, 
porém, quando se considera o risco /benefício, a opção é a sedação. Nessa situação, é necessário 
a presença de um anestesiologista com conhecimento de farmacologia e das técnicas anestésicas 
apropriadas. Os pacientes devem ser avaliados com antecedência, por profissionais da área 
médica, para a indicação do melhor momento para a realização do tratamento dentário. Os 
exames hematológicos, relatórios e prontuários médicos do paciente devem ser apresentados ao 
anestesiologista, antes dos procedimentos odontológicos de rotina: exodontias, restaurações ou 
cirurgias. 
• Faixa etária inferior a 2 anos: nesses pacientes, a sedação não parece alcançar 
plenamente seus objetivos, pois doses anestésicas maiores são necessárias para a diminuição real 
da ansiedade e do comportamento combativo. Isso resulta em maior sedação e tempo de 
recuperação prolongado, impedindo alta anestésica precoce. Uma alternativa pode ser a utilização 
de técnica anestésica combinada com um agente inalatório (óxido nitroso - N2O) e outro 
intravenoso (cetamina), com cuidados adequados e sob supervisão de um especialista em 
anestesiologia. 
• Peso acima de 50 kg: a dificuldade de posicionamento adequado na cadeira odontológica 
e o manuseio dessas crianças, além do grande consumo de drogas anestésicas, aumentam o risco 
anestésico nesses pacientes, constituindo uma contraindicação relativa a uma sedação. É 
necessário enfatizar que a maioria dos procedimentos odontológicos, nesses pacientes, é realizada 
fora do centro cirúrgico, onde os recursos são evidentemente maiores que em consultórios 
ambulatoriais. 
Contraindicações absolutas 
• Pneumopatias: os procedimentos odontológicos são realizados evidentemente na 
cavidade bucal, sem entubação endotraqueal, para a manutenção de uma via aérea permeável e 
segura, fundamental para pacientes pneumopatas. Sob ação de drogas depressoras do sistema 
nervoso central (SNC) e dos reflexos protetores da via aérea e a presença de instrumentos 
odontológicos na cavidade bucal, o paciente terá limitações para oxigenação adequada. Portanto, 
o risco de aspiração de secreções e a exacerbação de uma hipóxia preexistente contra-indicam a 
sedação desses pacientes. 
• Cardiopatias: insuficiência cardíaca grave e doença valvular cardíaca constituem 
situações graves, que devem ser avaliadas precisamente antes de qualquer procedimento 
odontológico sob sedação. Para esses pacientes, a realização do procedimento em centro cirúrgico, 
sob anestesia geral, com entubação endotraqueal e monitoração rigorosa, mostra-se mais segura 
para o paciente. O anestesiologista deve fazer a escolha criteriosa das drogas a serem utilizadas, a 
fim de evitar uma descompensação da cardiopatia. A cetamina, anestésico intravenoso 
frequentemente utilizado para sedação em procedimentos odontológicos ambulatoriais, provoca 
aumento do trabalho cardíaco e dos níveis pressóricos através da liberação de catecolaminas, 
devendo ser evitada nesses pacientes. 
• Anemia grave: o oxigênio é transportado no sangue; através da hemoglobina presente 
nas hemácias. Quanto mais baixa a taxa de hemoglobina, menor a disponibilidade de oxigênio aos 
tecidos. Por isso, para realizar procedimento odontológico sob sedação ou anestesia geral em 
crianças, podemos avaliar a taxa de hemoglobina desses pacientes se houver suspeita de anemia. 
Quando a taxa estiver abaixo de 7 mg/dl, a oxigenação desse paciente estará precária, aumentando 
o seu risco anestésico, sendo interessante postergar o procedimento caso não seja uma 
emergência odontológica. Uma pesquisa acurada das causas da anemia e a instituição precoce do 
tratamento devem ser realizadas antes da sessão odontológica sob sedação ou anestesia geral, 
sempre que possível. As principais causas de anemia em crianças incluem desnutrição e parasitose 
intestinal (anemia por deficiência de ferro) ou mesmo em decorrência de doenças hematológicas. 
Técnicas de sedação em Odontopediatria 
As principais técnicas de sedação consciente disponíveis são: 
• inalatória: óxido nitroso+ oxigênio; 
• intramuscular (IM): cetamina; 
• intravenosa (IV): cetamina + benzodiazepínicos; 
• inalatória + IM: cetamina + óxido nitroso/ oxigênio; 
• inalatória + IV: cetamina + óxido nitroso/ oxigênio; 
• IM + IV: cetamina + benzodiazepínicos; 
• retal: hidrato de cloral. 
Inalatória 
Em 1908, descobriu-se que pacientes submetidos à inalação com óxido nitroso (N2O) não 
sentiam dor e apresentavam euforia sob o efeito do gás. Atualmente., esse gás é utilizado em 
alguns países, por odontólogos, em consultórios., se administra N2O combinado com o oxigênio, 
através de equipamentos que misturam esses gases, chamados de fluxômetros, por meio de 
máscara nasal, em concentrações que podem variar até 70% de óxido nitroso na mistura, para os 
procedimentos odontológicos. 
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, os odontólogos apresentam formação médica, e têm 
autorização para realizar tais procedimentos. No Brasil esse procedimento pode ser realizado por 
odontólogos devidamente habilitados seguindo as normas do CFO publicadas no Diário Oficial, em 
12/05/2004, Resolução CFO no 51/2004. 
 
Intramuscular 
Apenas excepcionalmente o uso isolado de cetamina IM é suficiente, sendo necessário 
com frequência, a combinação de outras drogas ou doses subsequentes de cetamina por via 
intravenosa. 
Intravenosa 
Utiliza-se cetamina (1 mg/ kg), associada ao diazepam (0,1 mg/kg), intravenosa (Fig. 53.8). 
Inalatória + IM 
Pode-se administrar cetamina (1 a 3 mg/kg) por via IM antes do procedimento e, após a 
adaptação adequada do paciente à cadeira odontológica, iniciar a administração de uma 
combinação N 20 / oxigênio por meio de máscara facial, mantendo monitoração adequada do 
paciente através de oximetria de pulso. 
Inalatória + IV 
Técnica utilizada em alguns centros, composta de cetamina IV (1 mg/kg) associada à 
combinação N20 / oxigênio, por meio de máscara facial, em concentração de 30°/o a 70o/o. 
IM+IV 
A cetamina é administrada por via intramuscular, antes do procedimento (1 a 3 mg/kg). 
Cinco a 10 minutos após a sua administração, a criança é transferida para a sala de atendimento 
odontológico, onde se procede a morutoração adequada e venóclise para posterior administraçãode diazepam (0,1 mg/ kg) e cetamina (1 mg/kg). 
Retal 
Técnica raramente utilizada em centros para sedar crianças com menos de 20 kg. Utiliza-
se hidrato de cloral, através de sonda apropriada, por via retal. Trata-se de uma medicação 
bastante segura, mas possui ação sedativa discreta e não apresenta efeito analgésico. 
Pode-se esquematizar um fluxograma das técnicas de sedação da seguinte forma: 
• anamnese rápida com os pais ou acompanhantes do paciente; 
• verificação do jejum adequado (6 a 8 horas); 
• exame físico do paciente; 
• verificação do peso do paciente; 
• verificação do termo de responsabilidade assinado pelo pai ou responsável, e explicação 
clara do procedimento anestésico; 
• início da sedação por via intramuscular, caso necessário, e posterior encaminhamento à 
sala de procedimento odontológico; 
• monitoração do paciente com oximetria de pulso, e posicionamento adequado e 
confortável na cadeira de procedimentos ( criança sentada, com os membros inferiores formando 
ângulo reto com o tronco, e a cabeça direcionada para a frente, sem flexão ou extensão desta); 
• posicionamento de cateter de oxigênio na narina (fluxo de 2 a 3 litros/minuto) ou 
máscara facial, ou nasal para administrar N2O / oxigênio, quando ilndicado; 
• venóclise nos membros superiores com instalação de soro fisiológico ou glicosado (salvo 
se houver contraindicação clínica) para a administração de anestésicos ou outras drogas 
intravenosas, se necessário; 
• posicionamento dos instrumentos odontológicos na cavidade bucal, com cuidado, para 
manter a orofaringe do paciente sem secreções e corpos estranhos, assegurando a permeabilidade 
da via aérea; 
• após o procedimento, encaminhar o paciente à sala de recuperação (ambiente pouco 
iluminado, tranquilo e sem estímulos auditivos), retirar o cateter venoso e manter o paciente 
aquecido, em decúbito lateral e com dorso elevado para evitar aspiração de secreções; 
• após a recuperação, o anestesiologista deve reavaliar o paciente e prescrever sua alta 
com acompanhamento e orientação adequada aos pais. 
Anestesia geral 
 Conceito: estado controlado de depressão de consciência ou inconsciência, associado à 
perda parcial ou total dos reflexos protetores, incluindo a capacidade de manter a permeabilidade 
das vias aéreas e respostas a estímulos verbais ou físicos, produzidos por via farmacológica ou não 
farmacológica. 
Principais indicações 
• Pacientes com peso acima de 40 kg. 
• Cardiopatias valvulares (maior infraestrutura para monitoração e tratamento de 
complicações). 
• Doenças psiquiátricas graves, tal como esquizofrenia (interação dos anestésicos com 
drogas usadas habitualmente pelos pacientes). 
• Doenças sistêmicas, tais como hipertensão arterial sistêmica ou hipertireoidismo (maior 
infraestrutura em centro cirúrgico para tratamento de complicações). 
• Pacientes que não toleraram procedimentos ambulatoriais sob sedação. 
Principais contraindicações 
• pacientes com doenças sistêmicas descompensadas (exceto emergências 
odontológicas); 
• recusa do paciente ou do responsável em realizar o procedimento anestésico; 
• falta de infraestrutura adequada para realizar a anestesia geral com as mínimas 
condições de segurança. 
Técnicas de anestesia geral em Odontopediatria 
A técnica anestésica ideal em Odontologia deve permitir indução rápida e tranquila, 
manejo fácil da via aérea, manutenção estável e simples e emergência sem complicações. A 
monitoração-padrão deve incluir eletrocardioscopia, oximetria de pulso, pressão arterial não 
invasiva e capnografia. A monitoração de temperatura é particularmente importante em pediatria 
devido ao maior risco de hipertermia maligna. 
O anestesiologista e o odontólogo devem proteger a via aérea de secreções ou corpos 
estranhos utilizando tubo endotraqueal com calibre adequado para o paciente. 
A anestesia geral pode ser dividida em fases: pré-anestesia, indução (inalatória, 
intravenosa ou a combinação de ambas), manutenção (inalatória ou a combinação de ambas) e 
regressão. É na fase pré-anestésica que existe o primeiro contato do paciente com o 
anestesiologista. O anestesiologista deve realizar a anamnese, o exame físico, a verificação de 
exames complementares, a orientação dos responsáveis, semelhante ao fluxograma 
desempenhado para a realização de sedação consciente. Nessa fase, devemos escolher a 
medicação pré-anestésica, quando indicado. Em geral, podemos utilizar benzodiazepínicos por via 
oral ou intramuscular, alguns minutos antes do procedimento. 
Antes de realizar a indução anestésica, devemos verificar e testar todos os instrumentos 
necessários para sua realização com segurança (material de intubação e monitoração, seleção de 
drogas, aspiradores, etc.,). Em geral inicia-se com a indução inalatória, seguida de venóclise 
adequada para posterior administração de agente intravenoso, para a intubação endotraqueal. A 
manutenção poderá ser realizada por via inalatória, intravenosa ou balanceada ( combinação de 
ambas as vias de administração). 
Por via inalatória, as drogas mais utilizadas são o N2O (gás), isoflurano ou sevoflurano 
(líquidos voláteis), combinados com oxigênio, para evitar hipóxia. A utilização isolada de N2O não 
é suficiente para a indução ou manutenção da anestesia geral, sendo necessário a combinação 
com os outros anestésicos citados. 
Por via intravenosa, podemos citar como agentes anestésicos mais frequentemente 
utilizados os barbitúricos de curta duração (tiopental sódico-2 a 5 mg/kg), benzodiazepínicos 
(midazolam 0,1 a 0,2 mg/ kg), etomidato (0,1 a 0,4 mg/kg em adultos), propofol (2 a 2,5 mg/kg) e 
cetamina (1 a 2,5 mg/kg). 
A extubação deve ser realizada quando o paciente ventilar espontaneamente, com 
frequência e amplitude adequadas, compatíveis com as anteriores ao procedimento. A retirada do 
tubo endotraqueal deve ser realizada após a aspiração adequada da orofaringe. Após a extubação 
sem intercorrências, o paciente deve ser encaminhado à sala de recuperação pós-anestésica, onde 
deve permanecer em observação até o momento da alta, a qual deverá ser prescrita pelo 
anestesiologista após uma avaliação atenta das condições cardiovasculares, ventilatórias e do 
sensório do paciente. 
Pode-se esquematizar um fluxograma das técnicas de anestesia geral da seguinte forma: 
• anamnese realizada com os pais ou responsáveis do paciente; 
• verificação do jejum adequado (6 a 8 horas); 
• exame físico do paciente; 
• verificação do peso do paciente; 
• verificação do termo de responsabilidade assinado pelo pai ou responsável, e explicação 
clara do procedimento anestésico; 
• revisão dos instrumentos necessários para a monitoração e entubação endotraqueal; 
• administração da medicação pré-anestésica, por via oral ou IM, e posterior 
encaminhamento à sala de procedimento odontológico; 
• monitoração do paciente com oximetria de pulso, pressão arterial não invasiva, 
eletrocardioscopia e posicionamento adequado e confortável na mesa de procedimentos; 
• indução anestésica inalatória, por meio de máscara facial; 
• venóclise no membro superior com a instalação de soro fisiológico ou glicosado (salvo se 
houver contraindicação clínica), para a administração de anestésicos ou outras drogas 
intravenosas; 
• entubação endotraqueal após a administração de anestésico intravenoso; 
• manutenção da anestesia geral por via inalatória e intravenosa; 
• posicionamento dos instrumentos odontológicos na cavidade bucal e realização do 
procedimento odontológico sob monitoração adequada; 
• realização da extubação, quando o paciente apresentar condições ventilatórias 
adequadas; 
• após o procedimento, encaminhar o paciente à sala de recuperação (ambiente pouco 
iluminado, tranquilo e sem estímulos auditivos), retirar o cateter venoso, e manter paciente 
aquecido, em decúbito lateral e com o dorso elevado para evitar a aspiraçãode secreções; 
• Após a recuperação, o anestesiologista deve reavaliar o paciente e prescrever sua alta 
com acompanhamento e orientação adequada aos pais. 
 
Uso da Sedação Consciente Inalatória em Odontopediatria 
Para melhor entendimento do termo sedação consciente segue a definição da American 
Dental Association de 1989: "Sedação consciente é uma depressão mínima da consciência na qual 
o paciente mantém sua habilidade de independentemente (sem auxílio de máquinas) e 
continuamente, respirar e responder apropriadamente a estímulos físicos e comandos verbais; é 
produzida por métodos farmacológicos e não farmacológicos". Os métodos não farmacológicos 
são a iatrosedação (capacidade de o dentista acalmar o paciente), ou hipnose. Os métodos 
farmacológicos na Odontologia brasileira, dentro do consultório, são realizados tanto com 
medicação por via oral como por inalatória. 
O óxido nitroso em concentrações variadas tem sido usado por muitos anos para promover 
analgesia em uma variedade de procedimentos dolorosos na odontopediatria. 
A analgesia relativa pode acontecer usando-se concentrações de 35% a 65% de óxido 
nitroso. Embora a sedação por óxido nitroso possa produzir sinais e sintomas semelhantes às da 
fase da II analgesia", descrita por Guedel no processo de anestesia geral (primeira fase de indução 
para o estado de anestesia geral cirúrgico), a dor pode ainda estar presente e, de fato, o limiar de 
dor pode não ter sofrido alteração significante. 
A analgesia por ele produzida não é consistente de paciente para paciente. É um 
analgésico fraco, geralmente insuficiente para analgesia em procedimentos dentários. O N2O é o 
menos potente dos gases anestésicos. Portanto, não podemos dar o crédito do poder analgésico 
da sedação com óxido nitroso e oxigênio para a maioria dos procedimentos realizados na 
odontologia. Na verdade, com a introdução dos anestésicos locais, o objetivo principal do uso do 
óxido nitroso não é mais o controle da dor. A técnica é utilizada com a finalidade principal de 
sedação consciente (efeito relaxante) para o controle da ansiedade, com sedação mínima ou 
mesmo moderada, sendo necessário menor porcentagem de N2O para esse efeito, quando 
comparado ao seu efeito anestésico. 
Para depressão mínima do sistema nervoso central ou sedação mínima (ansiólise), a 
concentração de óxido nitroso não deve ultrapassar 50%, sendo os outros 50% de oxigênio. E não 
se deve usar outra droga sedativa, narcótico ou outro depressor do sistema nervoso central 
utilizados antes ou durante a sedação. Na sedação mínima o paciente mantém a comunicação 
verbal. Se o óxido nitroso é combinado com outra medicação de efeito sedativo, como hidrato de 
cloral, benzodiazepínicos ou opioides, ou se o óxido nitroso for utilizado em concentração superior 
a 50%, a probabilidade de sedação moderada ou profunda aumenta. Nessa situação, o clínico deve 
estar preparado para os protocolos de sedação moderada e profunda segundo a resposta de cada 
paciente. 
 
Saúde geral do paciente e sua relação com sedação inalatória no consultório de odontologia 
 São candidatos ideais para sedação pacientes que apresentam risco mínimo de ocorrência 
de uma situação de emergência. Para facilitar a identificação do risco médico do paciente, utiliza-
se a classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA). 
Classificação do risco médico segundo a saúde geral do paciente pela American Society of 
Anesthesiologists 
A ASA tem uma classificação para estimar o risco médico do paciente que passará por 
procedimento cirúrgico em anestesia geral em ambiente hospitalar. No entanto, esse sistema 
também está sendo utilizado para pacientes que passarão por procedimentos mesmo fora da 
anestesia geral. O sistema de classificação é: 
ASA I: Paciente saudável, sem problemas médicos, pode ter nenhuma ou pouca ansiedade 
para tratamento dentário. Representa "luz verde" para tratamento dentário. 
ASA II: Paciente com doença sistêmica moderada controlada (p. ex.: epilepsia e asma 
controladas, alergia a drogas, diabete não insulinodependente ou diabete tipo II, hipo ou 
hipertireoidismo controlados, pacientes idosos [> 60 anos], grávidas e paciente saudável com 
exacerbada ansiedade para tratamento dentário ). Representa "luz amarela" para tratamento 
dentário. 
ASA III: Paciente com doença sistêmica severa, mas que não o torna incapaz de exercer 
atividades diárias (p. ex.: epilepsia não controlada com várias crises ao ano, asma não controlada 
induzida por estresse ou exercício físico, diabete tipo I insulinodependente controlado, hipo ou 
hipertireoidismo com sintomas, paciente pós-enfarte do miocárdio há mais de 6 meses sem 
sequelas, paciente pós-acidente vásculo-encefálico há mais de 6 meses sem sequelas, paciente 
com angina do peito estável, ortopneia, doença cardíaca congestiva, enfisema pulmonar 
moderado e bronquite crônica moderada). Representa "luz amarela" para tratamento dentário. 
ASA IV: Paciente com doença sistêmica severa incapacitante, que está sob constante risco 
de vida. Esses pacientes não podem caminhar dois quarteirões ou subir um lance de escada. 
Exemplos: diabete insulinodependente incontrolado, angina do peito instável (pré-enfarte), 
disritmias cardíacas, severa doença cardíaca congestiva, paciente pós-enfarte do miocárdio há 
menos de 6 meses, paciente pós-acidente vásculo-encefálico há menos de 6 meses, enfisema 
pulmonar severo, bronquite crônica severa. Representa "luz vermelha" para tratamento dentário. 
ASA V: Paciente moribundo, com 24 h de expectativa de vida. 
Na atualidade há uma sugestão de ser inserido a ASA VI para pacientes doadores de 
órgãos, com paralisia cerebral. 
Para o tratamento dentário em consultório, o paciente deve ser saudável ou ter seu 
problema de saúde controlado. Quando o paciente apresenta uma doença sistêmica que possa 
colocá-lo em situação de emergência devido a uma intercorrência, é sugerido que o tratamento 
seja realizado em ambiente hospitalar. O mesmo é válido para o paciente que será sedado para 
tratamento dentário. Via de regra, após uma anamnese completa, os pacientes ASA I e ASA II 
podem ser atendidos com sedação com óxido nitroso e oxigênio. Esses pacientes podem receber 
sedação mínima, moderada ou profunda com uma variedade de fármacos. Os pacientes 
classificados como ASA III devem ser avaliados juntamente com seus médicos responsáveis, em 
relação aos riscos de procedimento dentário sob sedação inalatória em consultório. Da mesma 
maneira os pacientes ASA IV, aqueles com necessidades especiais e com anormalidades 
anatômicas do sistema respiratório e mesmo aumento considerado das tonsilas, devem ser 
avaliados individualmente com atenção, sobretudo nos casos de sedação moderada e profunda. 
Os pacientes ASA IV e V, em caso de emergência para tratamento dentário, pelo risco de vida, 
devem ser atendidos em hospital. No Brasil, a finalidade de sedação com óxido nitroso sugerida é 
levar o paciente à sedação mínima, podendo chegar à moderada. 
 
Protocolo para redução de estresse em tratamento dentário 
 Existem alguns sinais e sintomas clínicos observados e descritos, sobretudo em em relação 
à ansiedade moderada e à ansiedade severa, que podem ser reconhecidos pela equipe, indicando 
que o paciente está ansioso: 
• aumento da pressão sanguínea; 
• tremedeira; 
• suor excessivo; 
• pupilas dilatadas. 
• o escorrer de lágrimas; 
• olhar desconfiado para o ambiente; 
• apertar as mãos; 
• não parar de se mover; 
• não parar de perguntar coisas (inclusive parando o procedimento); 
• suor facial excessivo. 
O estresse pode ter natureza fisiológica (dor e exercício exacerbado) ou psicológica 
(ansiedade e medo). O paciente ASA I consegue tolerar melhor o estresse do que os ASA II, ASA III 
e ASA IV. Embora até mesmo o paciente saudável esteja sujeito a complicações do estresse, ou 
seja, hiperventilação ou a síncopevago-vagal. Para os pacientes com comprometimento médico, 
dependendo do tipo e gravidade, o estresse pode gerar ou desencadear situações ainda mais 
delicadas como, por exemplo, edema pulmonar, crises de asma ou epilepsia e arritmia cardíaca. 
Um paciente cansado devido a uma noite mal dormida ou mesmo um dia estressante, 
pode ter seu limiar de dor diminuído, portanto, responder com maior intensidade a um estímulo 
doloroso. Uma noite de sono adequada no dia anterior à consulta é o primeiro passo para o sucesso 
de um tratamento dentário com mais conforto. 
Deve-se: 
• reconhecer a ansiedade; 
• reconhecer o risco médico; 
• pedir consulta médica prévia, se necessário; 
• marcar consulta pela manhã; 
• minimizar o tempo de espera pelo paciente; 
• monitorar sinais vitais no pré e pós-operatório; 
• controlar adequadamente a dor; 
• tentar não exceder o tempo de tolerância do paciente para o tratamento dentário; 
• controlar dor no pós-operatório. 
A redução do estresse e a sedação consciente são difíceis de serem alcançadas no fracasso 
do controle adequado da dor. 
 
Histórico do óxido nitroso 
 Atualmente exige-se no mínimo 30% de oxigênio para manter a oferta de oxigênio ao 
paciente, portanto, um máximo de 70% de óxido nitroso. Na atmosfera, a quantidade de oxigênio 
no ar é em torno de 21%. 
Os aparelhos de sedação aprovados e utilizados no Brasil permitem o mínimo de 30% de 
oferta de oxigênio. Portanto, na sedação com óxido nitroso existe uma oferta mínima de oxigênio 
maior que a existente na atmosfera. 
 
Reações do óxido nitroso 
 O óxido nitroso é um gás não irritante para as vias aéreas, levemente adocicado e sem cor. 
É inorgânico, diferente de todos os demais gases anestésicos. Sua gravidade é de 1.53, comparado 
ao ar que pesa aproximadamente. É relativamente insolúvel no sangue, praticamente não 
sofrendo metabolismo no organismo humano. 
Depois de uma passagem rápida pela boca ou nariz, traqueia e pulmões, a droga entra no 
sistema cardiovascular, sendo carregada pela corrente sanguínea ao sistema nervoso central. O 
óxido nitroso tem baixa solubilidade nos tecidos. Portanto, tem um rápido efeito clínico e uma 
recuperação pós operatória rápida (ambos em minutos). O efeito do óxido nitroso no organismo 
pode ser rápido de 15 a 30 segundos, depois de inalado. Possui uma concentração alveolar mínima 
(MAC - concentração mínima necessária para produzir estado de anestesia geral em 50% da 
amostra). Portanto, nas condições normais de pressão e temperatura é impossível sedar o paciente 
a um estado de anestesia geral. 
Quando utilizado com um mínimo de 20% de oxigênio, o óxido nitroso deprime levemente 
o córtex cerebral. O mecanismo de ação ainda não está esclarecido. É sugerido que os receptores 
de GABA (ácido gama-aminobutírico) e NMDA (N-metil Daspartato) sejam afetados pelo óxido 
nitroso. Como efeito há uma diminuição da capacidade intelectual, da memória, das funções de 
integração com o meio, da percepção de tempo e espaço. Como resultado temos os efeitos 
ansiolítico e sedativo combinados com graus variados de analgesia ( diminuição ou eliminação da 
dor) e relaxamento muscular. Seu efeito nos sistemas cardiovascular e respiratório e no reflexo 
laringeano é mínimo A analgesia relativa pode acontecer com concentrações de 35% a 65% de 
óxido nitroso. Embora tenha o potencial, o limiar de dor pode não sofrer alteração significante. E 
um analgésico fraco, geralmente insuficiente para analgesia em procedimentos dentários. É o 
menos potente dos gases anestésicos. 
O paciente sedado com óxido nitroso e oxigênio permanece consciente, acordado, e 
responde a comandos verbais (ao ser chamado) e estímulos físicos (um toque no braço, por 
exemplo) e passa informações ao cirurgião- dentista, como a presença ou ausência de dor. Embora 
essas respostas possam estar mais lentas. O paciente está relaxado e mais cooperativo, com uma 
perda relativa de percepção dos fatos à sua volta. 
A respiração do paciente permanece normal, movimentos dos olhos, normais e reflexos 
de proteção do sistema respiratório, intactos, limpando laringe e faringe de saliva ou corpos 
estranhos. Embora raro, amnésia pode estar presente (2 horas de procedimento podem dar a 
sensação de 15 minutos). 
No decorrer do procedimento, de acordo com a necessidade de aumentar ou diminuir o 
efeito da sedação, pela variação dos sentimentos de ansiedade e relaxamento do paciente, o óxido 
nitroso pode ter sua concentração alterada para adequação da sedação, pelo manuseio da oferta 
dos gases. 
Vale destacar que alguns pacientes não terão sua ansiedade controlada com a sedação 
com óxido nitroso. Seja por não se sentirem confortáveis com os sinais e sintomas, por não 
atingirem a sedação adequada ou mesmo por não respirarem pelo nariz. Não fosse por isso, a 
sedação com óxido nitroso poderia ser a única sedação necessária para o controle da ansiedade 
para tratamento dentário. 
Para remover a sedação basta retirar a oferta do N2O, e o paciente terá sua recuperação 
rapidamente, em tomo de 3-5 minutos. Vale ressaltar que para a remoção dos efeitos sedativos 
com o uso de N2O-O2 não há a necessidade de droga antagonista. 
Objetivos da técnica de sedação com óxido nitroso 
 O objetivo principal é alterar levemente a consciência do paciente, de maneira que ele 
fique mais relaxado e menos preocupado durante o tratamento dentário, oferecendo-lhe mais 
conforto e aumentando sua cooperação. Previne, portanto, o desenvolvimento de medo e 
ansiedade em tratamento dentário. Na odontopediatria, em muitos casos, atua como coadjuvante 
nas técnicas de condicionamento, pois o paciente permanece consciente e mais cooperativo. 
O aumento do limiar de dor, no entanto, não é o objetivo primário da técnica. A analgesia 
que a sedação com óxido nitroso oferece não é consistente, podendo variar de um paciente para 
outro em intensidade, e, no mesmo paciente, em dias diferentes ou em momentos distintos do 
procedimento odontológico. No entanto é fato que o paciente possa ter menor sensibilidade a 
estímulos dolorosos. Consideramos, portanto, a analgesia uma consequência positiva da sedação, 
que pode estar presente de maneira mais ou menos evidente. O paciente pode relatar não sentir 
o desconforto com uma agulha sendo introduzida ou um líquido sendo injetado e mesmo suportar 
uma raspagem periodontal. Em alguns pacientes a analgesia relativa pode existir em concentração 
de 35% de óxido nitroso, e em concentarações variadas, mesmo mais elevadas, pode ter um efeito 
clínico analgésico positivo. No entanto, esse poder analgésico, que é leve, em alguns pacientes, 
pode ser evidente apenas em porcentagens mais elevadas de óxido nitroso. A dor a tratamento 
dentário pode persistir, cuide dela com os meios de rotina do seu atendimento. 
O paciente sedado com óxido nitroso e oxigênio tende a perder clareza de certos 
desconfortos, de maneira mais ou menos intensa, como o longo tempo de procedimento, forças 
colocadas em extração dentária, barulho de alta rotação e outros. Em procedimentos não 
confortáveis isso é considerado um efeito secundário. 
 
Sinais e sintomas 
 Durante a sedação ideal, o paciente permanece acordado, com um grau mínimo de 
depressão da consciência, oferece resposta verbal e a estímulos físicos. A concentração utilizada é 
suficiente para produzir sedação, mas não o bastante para comprometer os reflexos protetores do 
paciente (reflexos laringofaríngeos). Outro sintoma é a perda da noção de tempo e espaço, que 
varia de paciente para paciente. 
Monitoramento durante a sedação inalatória 
Fase Sintomas Sinais 
I. Início ao ideal Tontura inicial Aumento leve de pressão sanguínea e de 
da sedação batimento cardíaco no início do 
procedimento, que retornam às medidas 
basais 
Formigamento nas 
extremidades 
Respiração normal, macia 
Onda de calor Vasodilatação periférica 
Sentimento de vibração nocorpo 
Vermelhidão nas extremidades e face 
Mãos e pés com menor 
sensibilidade 
Menos ansioso 
Tecidos bucais com menor 
sensibilidade 
Tônus muscular menor (braços e pernas 
relaxam) 
Sentimento de euforia 
Sensação de extremidades 
mais leves ou pesadas 
Analgesia 
II. Sedação 
pesada ao início 
de over sedação 
Audição, sobretudo de sons 
distantes, mais aguda 
Movimento do corpo aumentado, não 
coordenado 
Imagens visuais se tornam 
confusas 
Aumento de pressão e batimento cardíaco 
Respostas inadequadas e 
lentas 
Aumento da frequência respiratória 
Sonolência Aumento de suor 
Paciente, persistentemente, 
fecha a boca ou respira pela 
boca 
Palidez 
Ri ou chora (sentimentos Lacrimejo 
exacerbados) 
Sonha (irrealidade) 
Náusea 
Desconforto 
III. Over sedação Náusea Vômito 
Perda de consciência 
 Os equipamentos para monitoramento, em sua maioria, medem as funções dos sistemas 
nervoso central, respiratório e cardiovascular, e a temperatura. 
Sedação mínima (ansiolítica) 
 Sedação mínima é o estado induzido por droga, e durante o qual o paciente responde 
normalmente a comando verbal. Embora a função cognitiva e de coordenação possam estar 
deprimidas, as funções respiratórias e cardiovasculares estarão intactas. Nesse estado de sedação 
com óxido nitroso o paciente sente o efeito ansiolítico. O monitoramento de crianças com sedação 
mínima, geralmente, não precisa mais que uma observação visual e checagem intermitente de seu 
grau de sedação, sobretudo por meio de comunicação. No entanto, mesmo com o óxido nitroso, 
algumas crianças terão uma depressão moderada do sistema nervoso central ou sedação 
moderada, a despeito da intenção de mantê-la em grau de sedação mínima. Caso isto ocorra, o 
protocolo para sedação moderada deve ser seguido. Vale ressaltar que sedação moderada com 
óxido nitroso como agente único pode acontecer geralmente em concentrações acima de 50% de 
óxido nitroso. 
 
Sedação moderada (sedação consciente ou analgesia) 
Sedação moderada é uma sedação induzida por drogas que deprimem a consciência 
moderadamente, e o paciente responde a comando verbal ou contato tátil leve. A respiração é 
espontânea e contínua. A função do sistema cardiovascular é usualmente mantida. O paciente não 
perde a consciência. Nesta profundidade com a sedação com óxido nitroso o paciente pode ter a 
analgesia como efeito. Vale ressaltar que, em consultório, a sedação moderada deve ser 
administrada apenas aos pacientes ASAI e ASA II. 
Para monitorar sedação moderada com óxido nitroso e oxigênio sugerimos: 
• antes da sedação, aferir sinais vitais basais: pressão arterial, batimento cardíaco e 
saturação periférica de oxigênio. Anotar na ficha clínica; 
• durante o procedimento, aferir continuamente o batimento cardíaco e a oxigenação 
periférica (através de oxímetro de pulso), em intervalos de 15 minutos aferir a pressão sanguínea. 
Anotar na ficha clínica; 
• depois do procedimento: o paciente deve estar totalmente acordado e seus sinais vitais 
aferidos. Sugerimos aplicar o teste de Trieger (teste neurológico que compara função motora antes 
de o paciente ser sedado e depois, onde o paciente une pontilhados de um desenho, com 
observação do tempo utilizado). Anotar na ficha clínica. 
No caso de sedação moderada, sugerimos a presença de um profissional responsável 
apenas pela sedação e monitoramento. 
Na sedação com óxido nitroso como agente único, e seguindo a técnica adequada, o 
paciente raramente terá uma sedação profunda, a qual é geralmente obtida através de via oral ou 
endovenosa, a sedação profunda é tal que o paciente não pode ser facilmente acordado, no 
entanto responde a comandos verbais mais intensos e repetidos e também a estímulo doloroso, 
como o beliscar do músculo trapézio. 
 
Oxímetro de pulso 
O oxímetro de pulso é um monitor não invasivo usado para acessar a saturação de oxigênio 
no sangue arterial periférico e a frequência cardíaca (batimento cardíaco/ minuto), ele é colocado 
em dedo da mão ou do pé. 
O oxímetro de pulso não é rigorosamente exigido para uma sedação consciente com óxido 
nitroso e oxigênio (mas é fortemente sugerido em sedação via oral). 
Quando o oxímetro de pulso é utilizado, mais de três em quatro alarmes podem ser falsos 
positivos devido aos artefatos de movimentação, mau posicionamento do sensor ou outro motivo. 
Ele pode trazer ansiedade ao ser colocado em crianças mais novas. 
Suporte básico de vida (SBV) 
O cirurgião-dentista é o responsável por prestar suporte básico de vida para promover 
resgate inicial em complicações que coloquem seu paciente em risco de vida. Essa 
responsabilidade existe mesmo que um serviço de emergência esteja a caminho, pois até a 
chegada do mesmo, os atos de primeiros socorros devem ser aplicados pelo dentista. 
Jejum 
A orientação de jejum varia um pouco entre os países. Para uma sedação consciente via 
oral é sugerido que a criança fique sem beber líquidos claros de 2 a 3 horas antes da sedação e, 
sem alimentos sólidos ou líquidos não claros por 4 horas antes da sedação. Os líquidos claros são 
água, chás, café e sucos, exceto de polpa de fruta; o leite é líquido não claro. 
Para a sedação com óxido nitroso não há necessidade de jejum, apenas uma restrição 
alimentar é sugerida: a última refeição deve ser leve e cerca de 2 horas antes do início do 
procedimento. 
A refeição pesada, sobretudo no caso de crianças, deve ser evitada, pois pode levar a 
náusea e vômito. Se a refeição for pesada, sugerimos esperar 4 horas para o procedimento. Por 
outro lado, um paciente que não tenha se alimentado pode também ter náusea. Portanto, uma 
alimentação leve 2 horas antes é positiva ao invés do jejum. Crianças em idade pré-escolar, caso 
estejam em jejum, podem mesmo ter o inconveniente da baixa de açúcar sanguíneo. 
 
Técnica de administração de óxido nitroso e oxigênio 
O óxido nitroso e o oxigênio devem ser administrados apenas por profissionais 
devidamente habilitados, que devem conhecer o uso do agente e as técnicas apropriadas em 
tratamento de emergências. 
Passos da técnica para sedação consciente: 
• selecionar uma máscara nasal de tamanho adequado; 
• adequar o fluxo total de ar, iniciando com 3 a 4 litros/minuto de puro oxigênio e 
observando o saco de reserva de ar, que deve pulsar gentilmente a cada respiração, não devendo 
superinflar ou murchar; 
• oferecer 100% de oxigênio por 1 ou 2 minutos como pré-oxigenação; 
• iniciar oferta de óxido nitroso em 20%; esperar de 1 a 2 minutos, observar os sinais e 
perguntar ao paciente sobre os sintomas. Monitorar, observando consciência do paciente; 
• aumentar a concentração de 10% de óxido nitroso, se a oferta não for suficiente. (Em 
crianças, após necessidade de aumentar mais que 30% a concentração de óxido nitroso, 
poderemos acrescentar 5% a cada 1-2 minutos. Assim, dificilmente perderemos o ideal da 
sedação.) Repetir os acréscimos na concentração de óxido nitroso até chegar ao ideal para o 
paciente, naquele dia. Quando o paciente relatar que se sente confortável e relaxado, e por 
avaliação de seus sinais e sintomas, o nível ideal de sedação clínica foi obtido. Procurar não exceder 
rotineiramente a concentração máxima de 50% de óxido nitroso, sobretudo em crianças até 12 
anos de idade. A maioria dos pacientes obtém níveis ideais de sedação com uma concentração 
média de, 30% a 40% de óxido nitroso. Monitorar, observando consciência do paciente; 
• a concentração de óxido nitroso pode ser alterada durante o procedimento. Portanto, 
em fases menos incômodas (p. ex.: preenchimento com material restaurador), poderemos 
diminuir a concentração, e em fases mais incômodas (p. ex.: uso de alta rotação, injeção de 
anestésico local e extração dentária), poderemos aumentar a concentração. Monitorar, 
observando consciência do paciente; 
• o monitoramento deve ser constante e registrado. Sugerimos registro a cada15 minutos; 
• ao término da sedação, retirar a oferta de óxido nitroso de maneira não incremental e 
oferecer oxigênio a 100% durante 3-5 minutos, para evitar hipóxia de difusão (pode ocorrer como 
resultado da rápida remoção de óxido nitroso da circulação sanguínea do alvéolo, diluindo também 
a concentração de oxigênio, e provocando dor de cabeça e desorientação); 
• para dispensar o paciente, este deve retornar ao seu estado de consciência e 
responsividade semelhantes ao do pré-operatório (basal). Deve estar alerta e orientado ou ter 
retomado o comportamento próprio da idade. A recuperação do paciente sedado com óxido 
nitroso/ oxigênio é muito rápida, em tomo de 3 a 5 minutos. O paciente deve reportar algo 
semelhante a "estou perfeitamente normal". Cheque os sinais vitais. Se houver alteração maior 
que 15% do basal, sugerimos que aguarde alguns minutos e os afira novamente. 
Previamente à administração deve ser feita a revisão do equipamento. A sedação com 
óxido nitroso é leve. Portanto, técnicas convencionais de controle de comportamento e 
condicionamento são adjuntos importantes em muitos casos, para o sucesso da sedação. 
Para uma sedação ideal, uma porcentagem de óxido nitroso varia de paciente para 
paciente. A maioria, cerca de 70%, ficará sedada com 30% a 40% de óxido nitroso. 
Aproximadamente 12% precisarão menos de 30% para o ideal da sedação e cerca de 18% mais de 
40% de óxido nitroso para serem sedados. Outro fato é que cerca de 3% dos pacientes (medo 
exacerbado, respirador bucal, claustrofóbico e outros) não chegarão ao ideal de sedação com o 
óxido nitroso, mesmo em doses mais altas (70%). Portanto, uma falha na técnica em 3% dos casos. 
Se durante o procedimento, sobretudo em fases que causam menor ansiedade, o CD 
perceber, pelos sinais e sintomas, que o paciente está supersedado, deve diminuir em 5% a 
concentração de óxido nitroso. Se a supersedação persistir, diminuir mais 5% e observar a 
necessidade de continuar alterando. Os indicadores clínicos mais comuns de supersedação são: 
fechar a boca persistentemente, começar a respirar espontaneamente pela boca, reclamar de 
náusea e efeitos muito intensos da sedação, falhar nas respostas racionais ou responder 
vagarosamente, ficar com sono, falar incoerências ou sonhar, tornar-se não cooperativo, rir, chorar 
ou ter vertigens, ou movimentos não coordenados. 
 
Indicações 
• pacientes que sintam medo e/ ou ansiedade para tratamento dentário; 
• pacientes com comprometimentos físicos, mentais ou psicológicos, classificados em ASA 
II; 
• pacientes com reflexo de náusea forte que interfira em tratamento dentário. 
• procedimentos longos; 
• como coadjuvante para obtenção de anestesia local profunda. 
• procedimentos curtos, porém traumáticos; 
• pacientes hiperativos; 
• como coadjuvante em condicionamento de comportamento; 
• pacientes ASA III com baixo risco de intercorrências médicas que terão o benefício da 
técnica (com estudo prévio com grupo médico). 
Para a segurança do paciente, durante procedimento dentário em consultório com 
sedação, este deve ser saudável ou ter seu problema de saúde controlado. Casos que fujam de ASA 
I e ASA II devem ser estudados com um médico, sobre o benefício da sedação aos pacientes, pois 
estes apresentam maior risco para reações adversas. Alguns casos de ASA III vão se beneficiar da 
técnica, desde que apresentem baixo risco de intercorrência médica durante tratamento dentário 
em consultório. 
O paciente deve ter capacidade para respirar continuamente pela máscara nasal. Portanto, 
deve entender e participar dessa tarefa. Caso isso não ocorra, a sedação inalatória no consultório 
poderá ser um fracasso. Exemplos de potenciais fracassos são as crianças com menos de 3 anos de 
idade e os pacientes com problemas mentais pois, via de regra, não possuem maturidade e/ou 
capacidade para entender que têm de permanecer com a máscara no nariz e respirar 
continuamente o gás oferecido. O paciente respirador bucal pode ser também um potencial 
fracasso para sedação, embora muitos casos tenham sucesso. 
Também para os pacientes muito ativos ou aqueles hiperativos, a sedação com óxido 
nitroso os relaxa, diminuindo sua movimentação, trazendo mais conforto durante o tratamento e, 
portanto, possibilidade de melhor qualidade, no atendimento. A técnica é um excelente 
coadjuvante das técnicas de condicionamento psicológico. 
 
Contraindicações 
Não existem contra-indicações absolutas para o uso da sedação consciente por óxido 
nitroso e oxigênio desde que se utilize a concentração de, no mínimo, 20% de oxigênio. No entanto, 
há contraindicações as quais devem ser citadas: 
• algumas doenças pulmonares obstrutivas crônicas mais severas (enfisema e bronquite 
crônica) e pacientes ASA IV e ASA V, incluindo deficiente mental; 
• distúrbios emocionais severos ou em caso de dependência química; 
• pacientes que não querem ser sedados; 
• primeiro trimestre de gestação; 
• infecções agudas no trato respiratório (tuberculose, bronquite e resfriado); 
• pacientes claustrofóbicos. 
• tratamento com sulfato de bleomicina (o paciente pode ter fibrose pulmonar); 
• crianças sem maturidade para cooperar; 
• pacientes com sinusite; 
• pacientes com porfiria; 
• obstrução nasal ou respirador bucal; 
• acrescentamos ainda alimentação pesada com término inferior a 4 horas. 
 
Efeitos colaterais 
Efeitos adversos agudos ou crônicos em pacientes são raros, os mais comuns são: náusea 
e vômito, que ocorrem em cerca de 1%-10% dos casos. A causa pode ser a variação exagerada na 
concentração de óxido nitroso-oxigênio, a concentração acima do ideal de óxido nitroso, 
procedimentos mais longos, ou alimentação pesada, menos de 4 horas antes do procedimento, ou 
ainda, ser resultado da hipóxia de difusão, no final do procedimento. A hipóxia de difusão pode 
causar dor de cabeça ou desorientação. De tempos em tempos, são revistas as preocupações 
quanto ao risco profissional diante do uso indiscriminado dessa técnica e equipamentos de 
segurança inadequados. Os mais sujeitos aos efeitos colaterais crônicos são os profissionais 
envolvidos no procedimento, pelas horas de exposição, pois o sistema de oferta de óxido nitroso 
é aberto. A exposição crônica ao óxido nitroso a que os profissionais se submetem leva ao aborto 
espontâneo, e a neuropatias sensoriais. 
 
Vantagens gerais 
Período de latência curto e com rápida indução: efeito no sistema nervoso central em 
segundos, atingindo o ideal da sedação em 2 a 3 minutos. 
Individualidade na dosagem: a concentração do óxido nitroso é gradativamente 
aumentada, até se chegar ao ideal para o paciente. 
Flexibilidade: a profundidade da sedação pode ser alterada durante o procedimento, 
dosando a oferta de gases. 
Reversão rápida e sem antagonista: permite rápida reversão da sedação, apenas com o 
cessar da oferta de óxido nitroso, em 3 a 5 minutos. 
Baixo risco: droga segura por seu baixo efeito anestésico, flexibilidade e reversão rápida. 
Não existem relatos de reações alérgicas. 
 
Desvantagens 
Necessidade de cooperação do paciente para receber o fármaco: o paciente deve aceitar 
a máscara e respirar continuamente pelo nariz. Destacamos crianças imaturas com 3 ou 4 anos de 
idade, pacientes com problemas mentais e outros motivos que os coloquem em posição de não 
cooperativo. 
Pouco potente: devido seu baixo efeito anestésico, alguns pacientes não vão se beneficiar 
da técnica, com falha em tomo de 3% a 5% dos casos. 
Risco ocupacional dos profissionais: a exposição crônica pode levar a danos no sistema 
neurológico, sobretudo se houver má exaustão e vazamentos no ambiente de trabalho. 
Necessidade de fazer curso de habilitação. 
Custo dos equipamentos e gases. 
Necessidade de espaço físico no consultório.

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