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História do Brasil – Frente 1 
Economia Açucareira 
 
Prof. Filipe Leite 
 
 
Página 1 de 6 
Aula: 4 
1 – Características gerais 
 Causas da opção pela produção açucareira no Brasil colonial 
*Alto valor de mercado do produto 
 Usos: remédio ou condimento exótico 
*Modelo já testado nas Ilhas Atlânticas 
 Modelo produtivo: Plantation 
*Grande Propriedade 
*Mão-de-obra escrava negra africana 
*Monocultura 
*Produção voltada para o mercado externo 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
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___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
2 – Estrutura produtiva 
 Engenho 
*Unidade produtiva do açúcar 
*Composição 
 Área de plantio 
 Casa grande e senzala 
 Moenda (real ou trapiche) 
 Casa de purgar 
 Fabrico do açúcar 
 Produtos 
*Açúcares: Mascavo ou Barreada 
*Subprodutos: Rapadura e Cachaça 
 Parceria comercial com a burguesia Holandesa 
*Banco de Amsterdam 
 Financiamento, transporte, refino e comercialização do 
açúcar na Europa 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
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___________________________________________________________ 
3 - Sociedade Açucareira 
 Sociedade rural, patriarcal, aristocrática e com pouca 
mobilidade (estamental) 
 Composição 
*Senhor de Engenho 
*Trabalhadores livres 
*Escravizados 
 Formação da sociedade brasileira 
*Processo de mestiçagem 
*Princípio da exclusão social – “Pureza de Sangue” 
 Impossibilidade de mestiços ocuparem cargos públicos, ter 
títulos de nobreza ou participar de irmandades 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
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4 – Escravidão Africana Negra no Brasil 
 Origem do conceito de escravidão 
*Antiguidade oriental 
 Justificativas ao sistema 
*Econômica: Lucros para a coroa de Portugal 
*Política: existência de escravizados na África 
*Religiosa: Bula Dum Diversas 
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___________________________________________________________
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___________________________________________________________ 
 Processo de mercantilização dos escravizados 
*Origem dos cativos na África 
 Prisioneiros de guerras tribais comercializados pelos 
Chefes das tribos vencedoras com mercadores lusos 
 Trocas de escravizados por armas, joias ou cachaça. 
*Estoque de almas em feitorias 
 Navios Negreiros 
*Transporte de almas entre África e América 
 Comércio de almas no Brasil 
*Portos, feiras 
*Interprovíncias 
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___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
 Tipos de Escravizados 
*Doméstico: casa grande 
*Campo: Produção agrícola ou mineração 
*Forros: libertos por compra ou merecimento 
 Modelos de Escravos 
*Boçais, Ladinos e Crioulo 
 Principais etnias de africanos no Brasil 
*Bantos, Sudaneses, Nagôs e Costa da Mina 
 Resistência dos escravizados ao sistema 
*Violência (homicídio, suicídio, aborto) 
*Revoltas 
*Quilombos 
*Cultural 
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___________________________________________________________ 
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___________________________________________________________
___________________________________________________________ 
 
Orientações de Estudos 
Leitura: Livro I, página 461 até 464 
Tarefa: Lista: ex: 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 17, 18, 20 
 Livro I, pg 465 ex 3 e 5 / pg 467 ex: 1, 2, 3 e 4 
Aprofundamento: Lista: ex: 4, 5, 10, 13, 16, 19 
 Livro I, pg 465 ex: 6 e 8 
Leitura Complementar: Lopez, Adriana; Mota, Carlos Guilherme. 
História do Brasil: uma interpretação. Ed Senac. SP. 2008 
 
 
 
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Exercícios de Tarefa 
 
1. (Enem PPL 2020) Ao longo de uma evolução iniciada nos meados 
do século XIV, o tráfico lusitano se desenvolve na periferia da 
economia metropolitana e das trocas africanas. Em seguida, o 
negócio se apresenta como uma fonte de receita para a Coroa e 
responde à demanda escravista de outras regiões europeias. Por 
fim, os africanos são usados para consolidar a produção ultramarina. 
ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes. São Paulo: Cia. das 
Letras, 2000 (adaptado). 
 
A atividade econômica destacada no texto é um dos elementos do 
processo que levou o reino português a 
a) utilizar o clero jesuíta para garantir a manutenção da emancipação 
indígena. 
b) dinamizar o setor fabril para absorver os lucros dos investimentos 
senhoriais. 
c) aceitar a tutela papal para reivindicar a exclusividade das rotas 
transoceânicas. 
d) fortalecer os estabelecimentos bancários para financiar a 
expansão da exploração mineradora. 
e) implementar a agromanufatura açucareira para viabilizar a 
continuidade da empreitada colonial. 
 
2. (Famerp 2019) O sistema de plantation, predominante na 
colonização portuguesa do Brasil, baseou-se na 
a) produção agrícola voltada à subsistência e ao comércio local. 
b) exportação dos excedentes agrícolas não consumidos 
internamente. 
c) aplicação de moderna tecnologia europeia à agricultura. 
d) rotação de culturas em pequenas propriedades rurais. 
e) monocultura extensiva com emprego de trabalho compulsório. 
 
3. (Famema 2018) Havia muito capital e muita riqueza entre os 
lavradores de cana, alguns ligados por laços de sangue ou 
matrimônio aos senhores de engenho. Havia também um bom 
número de mulheres, não raro viúvas, participando da economia 
açucareira. Digno de nota até o fim do século XVIII, contudo, era o 
fato de os lavradores de cana serem quase invariavelmente brancos. 
Os negros e mulatos livres simplesmente não dispunham de créditos 
ou capital para assumir os encargos desse tipo de agricultura. 
(Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro no Brasil Colonial”. In: 
João Luis R. Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa (orgs). O Brasil 
Colonial, vol 2, 2014.) 
 
O excerto indica que a sociedade colonial açucareira foi 
a) organizada em classes, cuja posição dependia de bens móveis. 
b) apoiada no trabalho escravo, principalmente o dos lavradores de 
cana. 
c) baseada na “limpeza de sangue”, portanto se proibia a 
miscigenação. 
d) determinada pelos recursos financeiros, o que impedia a 
mobilidade. 
e) hierarquizada por critérios diversos, tais como a etnia e riqueza. 
 
4. (Fgv 2018) A agromanufatura da cana resultaria em outro produto 
tão importante quanto o açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram 
ao longo dos séculos coloniais. A comercialização da bebida afetava 
profundamente a importação de vinhos de Portugal. Esse comércio 
era obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas do vinho 
importado é que a Coroa pagava as suas tropas na Colônia. A 
cachaça produzida aqui passou a concorrer com os vinhos, com 
vantagens econômicas e culturais. Essa concorrência comercialentre colônia e metrópole se estendeu para as praças negreiras e 
rotas de comercialização de escravos na África portuguesa. A 
cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os negócios de 
compra e venda de escravos africanos, colocou em grande 
desvantagem a comercialização dos vinhos portugueses remetidos 
à África. A longa queda de braço mercantil acabou favorecendo 
afinal a cachaça, porque sem ela, nada de escravos, nada de 
produção na Colônia, com consequências graves para a 
arrecadação do reino. 
(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa História, 
ano 3, nº 29, 2006. Adaptado) 
 
A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é correto afirmar 
que 
a) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao açúcar, 
porque desviava parte considerável da mão de obra e dos 
capitais, além de incentivar o tráfico negreiro em detrimento do 
uso do trabalho compulsório indígena, que mais interessava ao 
Estado português. 
b) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites colonial e 
metropolitana, condição em parte solucionada quando as regiões 
africanas fornecedoras de escravos tornaram-se também 
produtoras de cachaça, o que desestimulou a sua produção na 
América portuguesa. 
c) essa bebida tem uma trajetória que comprova a ausência de 
domínio da metrópole sobre a América portuguesa, porque as 
restrições ao comércio e à produção de mercadorias no espaço 
colonial não surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de 
engenho impor a ordem na Colônia. 
d) esse produto desrespeitava um princípio central nas relações que 
algumas metrópoles europeias impunham aos seus espaços 
coloniais, nesse caso, a quebra do monopólio de grupos 
mercantis do reino e a concorrência a produtos da metrópole. 
e) essa mercadoria recebeu um impulso importante, mesmo 
contrariando as determinações metropolitanas, mas, 
gradativamente, perdeu a sua importância, em especial quando o 
tabaco e os tecidos de algodão assumiram a função de moeda de 
troca por escravos na África. 
 
5. (Fuvest 2017) Durante as obras relativas ao projeto urbanístico 
Porto Maravilha, na zona portuária do Rio de Janeiro, foram 
encontradas, na escavação da área, as lajes de pedra do antigo Cais 
do Valongo. Esse cais de pedra foi construído no local que era 
utilizado para o desembarque de africanos escravizados desde o 
século XVIII. Quase um quarto de todos os africanos escravizados 
nas Américas chegou pelo Rio de Janeiro, podendo esta cidade ser 
considerada o maior porto escravagista do mundo. 
a) Considerando as atividades econômicas importantes do século 
XVIII que utilizavam predominantemente mão de obra 
escravizada, escreva, na legenda do mapa a seguir, duas dessas 
atividades e as localize no mapa utilizando os números I e II. 
 
 
 
 
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b) Indique dois motivos que explicam por que, no Brasil, durante o 
período colonial, a mão de obra escravizada dos indígenas foi 
substituída pela mão de obra escravizada dos africanos. 
 
6. (Espcex (Aman) 2017) As relações entre a metrópole e a colônia 
foram regidas pelo chamado pacto colonial, sendo este aspecto uma 
das principais características do estabelecimento de um sistema de 
exploração mercantil implementado pelas nações europeias com 
relação à América. 
Com relação ao Brasil, do que constava este pacto? 
a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados. 
b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à 
subsistência da colônia. 
c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não 
tivesse condições de produzir. 
d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às 
necessidades da metrópole. 
e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela 
colônia, desde que a matéria-prima fosse adquirida da metrópole. 
 
7. (Espm 2016) Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas 
tremendas perpetuamente ardentes, o ruído das rodas, das cadeias, 
da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e 
gemendo tudo ao mesmo tempo sem momento de tréguas, nem de 
descanso; quem vir enfim toda a máquina e aparato confuso e 
estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha 
visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno. 
(Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling 
in Brasil uma Biografia) 
 
A leitura do trecho deve ser relacionada com: 
a) o trabalho indígena na extração do pau-brasil; 
b) o trabalho indígena na lavoura da cana-de-açúcar; 
c) o trabalho de escravos negros africanos no engenho de cana-de-
açúcar; 
d) o trabalho de escravos negros africanos no garimpo, na 
mineração; 
e) o trabalho de imigrantes italianos na lavoura cafeeira. 
 
8. (Unesp 2016) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens 
escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e 
exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais 
fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV 
ao XVIII. 
A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram 
atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a 
sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas 
práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação 
dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da 
América. 
(Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.) 
 
 As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a 
a) um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, 
com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias 
ibéricas da América e da costa africana. 
b) uma estratégia de valorização, na colonização da América e na 
África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra 
escrava, com a consequente eliminação de toda forma de 
artesanato e de comércio local. 
c) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado 
pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que 
utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua 
produção ao mercado externo. 
d) uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas 
colônias africanas a partir do sucesso da experiência de 
povoamento das colônias inglesas na América do Norte. 
e) uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem 
africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que 
não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão. 
 
9. (Unesp 2015) A casa-grande, residência do senhor de engenho, é 
uma vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; distingue-se pelo 
seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje 
empresta majestade à paisagem rural, nas velhas fazendas de 
açúcar que a preservaram. Constituía o centro de irradiação de toda 
a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande 
completava-se com a capela, onde se realizavam os ofícios e as 
cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala, habitação 
dos escravos, os quais, nos grandes engenhos, podiam alcançar 
algumas centenas de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, 
traçando através da floresta uma via de comunicação vital. O rio e o 
mar se mantiveram, no período colonial, como elementos constantes 
de preferência para a escolha da situação da grande lavoura. Ambos 
constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o engenho fazia 
escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que 
conduziam as toras de madeira abatidas na floresta, que 
alimentavam as fornalhas do engenho, ou a variedade e a 
multiplicidade de gêneros e artigos manufaturados que o engenho 
adquiria alhures [...]. 
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de 
história do Brasil,1986.) 
 
Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho colonial, o 
texto 
a) destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de 
amizade dos senhores com os seus escravos. 
b) demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel nofuncionamento e na lógica do poder dentro do engenho. 
c) enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros 
obtidos na comercialização de escravos de origem africana. 
d) denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da 
localização para a instalação do engenho. 
e) atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os 
problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial. 
 
10. (Unicamp 2021) Em estudo amplamente divulgado pela 
historiografia luso-brasileira, o historiador Charles Boxer afirmou: 
“entre as instituições que foram características do império marítimo 
português e que ajudaram a manter unidas as suas diferentes 
 
 
 
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colônias, contavam-se o Senado da Câmara, as irmandades de 
caridade e as confrarias laicas”. 
(Adaptado de Maria Fernanda Bicalho, “As Câmaras Municipais no 
Império Português: o Exemplo do Rio de Janeiro”. Revista 
Brasileira de História, São Paulo: ANPUH, v. 18, n. 36, p. 252, 
1998.) 
A partir da leitura do texto e dos seus conhecimentos, 
a) cite e explique uma função de uma das instituições citadas no 
texto que contribuía para a manutenção da unidade de diferentes 
colônias do império marítimo português; 
b) explique duas razões pelas quais a existência de quilombos no 
período colonial problematiza a noção de integridade do império 
português. 
 
11. (Unesp 2021) O consumo dos alimentos nas propriedades de 
monocultura de cana-de-açúcar estava […] baseado no que se podia 
produzir nas brechas de um grande sistema subordinado ao 
mercado externo, resultando em uma grande quantidade de farinha 
de mandioca, feijões de diversos tipos, batata-doce, milho e cará 
comidos com pouco rigor, além de uma cultura do doce, cristalizada 
na mistura das frutas com açúcar refinado e simbolizada, 
popularmente, pela rapadura. 
(Paula Pinto e Silva. “Sabores da colônia”. In: Luciano Figueiredo 
(org). História do Brasil para ocupados, 2013.) 
 
O texto caracteriza formas de alimentação no Brasil colonial e revela 
a) o esforço metropolitano de diversificar a produção da colônia, com 
o intuito de ampliar as vendas de alimentos para outros países 
europeus. 
b) a diferença entre a sofisticação da alimentação da população 
colonial e o restrito conjunto de alimentos disponíveis na 
metrópole. 
c) a articulação entre um sistema de produção voltado ao 
atendimento das necessidades e interesses da metrópole e as 
estratégias de subsistência. 
d) o interesse dos grandes proprietários de terras na colônia de 
produzir para o mercado interno, rejeitando a submissão ao 
domínio metropolitano. 
e) a separação entre as lavouras voltadas ao fornecimento de 
alimentos para os países vizinhos e as plantações destinadas ao 
consumo interno. 
 
12. (Fuvest 2021) [No Brasil] a transição da predominância indígena 
para a africana na composição da força de trabalho escrava ocorreu 
aos poucos ao longo de aproximadamente meio século. Quando os 
senhores de engenho, individualmente, acumulavam recursos 
suficientes, compravam alguns cativos africanos, e iam 
acrescentando outros à medida que capital e crédito se tornavam 
disponíveis. Em fins do século XVI, a mão de obra dos engenhos era 
mista do ponto de vista racial, e a proporção foi mudando 
constantemente e favor dos africanos e sua prole. 
Stuart Schwartz, Segredos internos. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1988, p.68. 
 
Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos, podemos 
afirmar corretamente que no Brasil 
a) a implementação da escravidão de origem africana não fez 
desaparecer a escravidão indígena, pois o emprego de ambos 
poderia variar segundo épocas e regiões específicas. 
b) do ponto de vista senhorial, valia a pena pagar mais caro por 
escravos africanos, porque estes viviam mais do que os escravos 
indígenas, que eram mais baratos. 
c) o comércio de escravos africanos foi incompatível com o comércio 
de indígenas, porque eram explorados por diferentes traficantes, 
que competiam entre si. 
d) havia crédito disponível para a compra de escravos africanos, mas 
não de escravos indígenas, pois a Igreja estava interessada na 
manutenção de boas relações com os nativos. 
e) a escravização dos indígenas pelos portugueses foi 
impossibilitada pelo fato de que os povos nativos americanos 
eram contrários ao aprisionamento de seres humanos. 
 
13. (Unicamp 2020) Um dos eixos da bipolaridade escravista que 
unia a África à América portuguesa girava, justamente, na rota aberta 
entre as duas margens do mar por correntezas e ventos 
complementares. Na ida, a rota principal seguia o inverso dos 
ponteiros do relógio, no sentido dos ventos oeste-leste, entre o 
Trópico de Capricórnio e 30 5. Na volta, a rota principal seguia no 
sentido dos alísios de sudeste, abaixo da linha do Equador. Na 
medida em que se zarpava com facilidade de Pernambuco, da Bahia 
e do Rio de Janeiro até Luanda ou a Costa da Mina, e vice-versa, a 
navegação luso-brasileira que se desenvolveu naquelas rotas foi 
transatlântica e negreira. Vários tipos de trocas uniam as duas 
margens do oceano. 
(Adaptado de Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: 
formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2000, p. 61 - 63.) 
 
Com base no excerto e em seus conhecimentos, responda às 
questões. 
a) Explique a direção dos ventos alísios no Atlântico Sul e a sua 
funcionalidade no transporte marítimo da África para o Brasil. 
b) Cite e explique um exemplo de relação estabelecida entre o Brasil 
e a África na época da colonização portuguesa na América. 
 
14. (Famema 2020) O avanço das culturas sul-americanas nas 
zonas tropicais africanas conhece três etapas. Num primeiro tempo, 
a América exporta mandioca através da Guanabara e do litoral 
vicentino. Numa segunda etapa, a mandioca, o milho, a batata-doce 
e frutas sul-americanas passam a ser plantados nas terras africanas. 
Num terceiro tempo, tais culturas espalham-se pelos sertões 
africanos. 
 
O uso do milho e da mandioca como ração dos povos da região 
permitiu que os guerreiros negreiros dilatassem suas áreas de 
captura. Roças de mandioca e milho são abertas nas áreas de 
parada e descanso dos bandos, facilitando o transporte terrestre de 
um maior número de cativos do sertão. 
(Luiz Felipe de Alencastro. O trato dos viventes, 2000. Adaptado.) 
 
O historiador 
a) relaciona a influência cultural africana com o desenvolvimento da 
agricultura na América. 
b) mostra o intercâmbio econômico entre os indígenas americanos e 
os guerreiros africanos. 
c) associa a introdução de novos cultivos na África com o aumento 
do tráfico negreiro. 
d) evidencia o escambo de produtos agrícolas americanos por 
cativos do interior africano. 
 
 
 
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e) destaca a importância da monocultura de exportação 
desenvolvida no Atlântico Sul. 
 
15. (Mackenzie 2020) “Com a longa depressão dos preços do açúcar 
brasileiro que persistiu na maior parte do século XVIII, o tráfico 
baiano com a Costa da Mina tornou-se a principal fonte de escravos 
na economia colonial em um sistema assemelhado ao uso da 
geritiba (cachaça) pelos comerciantes do Rio na compra de escravos 
em Benguela e Luanda. Os baianos compravam escravos no 
ocidente da África com tabaco de rolo feito com a parte não vendida 
da colheita e resultante de um processamento inferior que o tornava 
um produto agrícola de baixo custo em relação à indústria do fumo 
orientada para mercados metropolitanos.” 
(PANTOJA, Selma e SARAIVA, José Flávio. Angola e Brasil nas 
rotas do Atlântico. Rio de Janeiro: Bertrand, 1998. p.27) 
 
É possível inferir que o trecho acima indica que 
a) A lucratividade do tráfico negreiro está relacionada com o baixo 
custo na aquisição dos escravos em território africano e o alto 
valor desses vendidos no litoral brasileiro. 
b) A crise do açúcar brasileiro acarretada pela concorrência com o 
açúcar antilhano dinamizou o tráficode escravos para o sudeste 
da colônia. 
c) A geritiba e a tabaco eram os únicos produtos aceitos nas trocas 
entre traficantes de escravos africanos e baianos. 
d) O preço do escravo africano caiu vertiginosamente no litoral 
brasileiro, durante o século XVIII, devido às crises econômicas 
coloniais. 
e) A economia brasileira foi menos dependente da mão de obra 
escrava, durante o século XVIII, devido à mineração e a uma nova 
dinâmica econômica. 
 
16. (Fuvest 2020) O suplício tem então uma função jurídico‐política. 
É um cerimonial para reconstituir a soberania lesada por um instante 
[...]. A execução pública, por rápida e cotidiana que seja, se insere 
em toda a série dos grandes rituais do poder eclipsado e restaurado 
(coroação, entrada do rei numa cidade conquistada, submissão dos 
súditos revoltados). [...] 
 
O suplício não restabelecia a justiça; reativava o poder. No século 
XVII, e ainda no começo do XVIII, ele não era, com todo o seu teatro 
de terror, o resíduo ainda não extinto de uma outra época. Suas 
crueldades, sua ostentação, a violência corporal, o jogo 
desmesurado de forcas, o cerimonial cuidadoso, enfim, todo o seu 
aparato se engrenava no funcionamento político da penalidade. [...] 
 
Mas nessa cena de terror o papel do povo é ambíguo. Ele é chamado 
como espectador: é convocado para assistir às exposições, às 
confissões públicas; os pelourinhos, as forcas e os cadafalsos são 
erguidos nas praças públicas ou à beira dos caminhos; os cadáveres 
dos supliciados muitas vezes são colocados bem em evidência perto 
do local de seus crimes. As pessoas não só têm que saber, mas 
também ver com seus próprios olhos. Porque é necessário que 
tenham medo; mas também porque devem ser testemunhas e 
garantias da punição, e porque até certo ponto devem tomar parte 
nela. 
Michel Foucault, Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1983. 
 
a) Identifique uma das práticas punitivas descritas no texto 
empregadas na sociedade colonial brasileira. 
b) Explique as relações entre a exibição do poder monárquico e as 
punições judiciais na sociedade do Antigo Regime europeu. 
c) A participação do povo nas execuções conferia a elas um caráter 
democrático? Justifique. 
 
17. (Enem digital 2020) Associados a atividades importantes e 
variadas na evolução das sociedades americanas modernas, os 
africanos conseguiram impor sua marca nas línguas, culturas, 
economias, além de participar, quase invariavelmente, na 
composição étnica das comunidades do Novo Mundo.A sua 
influência alcançou mais fortemente as regiões do latifúndio agrícola, 
em comunidades cujo desenvolvimento ocorreu às margens do 
Atlântico e do mar das Antilhas, do sudeste dos Estados Unidos até 
a porção nordeste do Brasil, e ao longo das costas do Pacífico, na 
Colômbia, no Equador e no Peru. 
KNIGHT, F. W. A diáspora africana. In: AJAYI, J. F. A. (Org.). 
História geral da África: África do século XIX à década de 1880. 
Brasília: Unesco, 2010 (adaptado). 
 
Uma das contribuições da diáspora descrita no texto para o 
continente americano foi o(a) 
a) fim da escravidão indígena. 
b) declínio de monoculturas locais. 
c) introdução de técnicas produtivas. 
d) formação de sociedades estamentais. 
e) desvalorização das capitanias hereditárias. 
 
18. (Unesp 2020) Nem existia Brasil no começo dessa história. 
Existiam o Peru e o México, no contexto pré-colombiano, mas 
Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, não. No que seria 
o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul, mas toda essa 
gente tinha pouca relação entre si até meados do século XVIII. E há 
aí a questão da navegação marítima, torna-se importante aprender 
bem história marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa 
compreensão me deu muita liberdade para ver as relações que Rio, 
Pernambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito 
mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. 
Isso formava um todo, muito mais do que o Brasil ou a América 
portuguesa. [...] 
Nunca os missionários entraram na briga para saber se o 
africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a 
escravidão indígena foi embargada pelos missionários desde o 
começo, e isso também é um pouco interesse dos negreiros, ou seja, 
que a escravidão africana predomine. [...] A escravização tem dois 
processos: o primeiro é a despersonalização, e o segundo é a 
dessocialização. 
 
(Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “O 
observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa 
 
 
 
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Fapesp, no 188, outubro de 2011.) 
 A “despersonalização” e a “dessocialização” dos escravizados 
podem ser associadas, respectivamente, 
a) ao fato de que os escravos eram identificados por números 
marcados a ferro e à interdição do contato entre os cativos e seus 
senhores. 
b) à noção do escravo como mercadoria e ao fato de que os 
africanos eram extraídos de sua comunidade de origem. 
c) à noção do escravo como tolerante ao trabalho compulsório e ao 
fato de que ele era proibido de fazer amizades ou constituir 
família. 
d) ao fato de que os escravos eram etnologicamente indistintos e à 
proibição de realização de festas e cultos. 
e) à noção do escravo como desconhecedor do território colonial e 
ao fato de que ele não era reconhecido como brasileiro. 
 
19. (Enem PPL 2019) A população africana residente nesta 
província, bem como a de todo o Império, compõe-se de indivíduos 
de diferentes lugares da África que variam em costumes e religiões; 
a que aqui segue o maometismo, à qual pertencemos, é uma 
população pequena, porém, distinta entre si, e notando a 
necessidade de sustentarmos nosso culto e fundados ainda no artigo 
5º da Constituição do Império, requeremos ao sr. chefe de polícia 
licença para exercermos o culto. 
REIS, J. J.; GOMES, F. S.; CARVALHO, M. J. M. O Alufá Rufino: 
tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro (1822-1853). São 
Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado). 
 
O pedido de um grupo de africanos de Recife ao chefe de polícia 
local tinha como objetivo, naquele contexto, 
a) criticar a doutrina oficial. 
b) professar uma fé alternativa. 
c) assegurar a cidadania política. 
d) legalizar os terreiros de candomblé. 
e) eliminar algumas tradições culturais. 
 
20. (Enem 2019) O processamento da mandioca era uma atividade 
já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de 
portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de 
colonização portuguesa, a produção da farinha foi aperfeiçoada e 
ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o território da colônia 
portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico 
em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e 
chegou aos mercados africanos. 
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo 
olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-
1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 
(adaptado). 
Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto 
exemplifica historicamente a 
a) difusão de hábitos alimentares. 
b) disseminação de rituais festivos. 
c) ampliação dos saberes autóctones. 
d) apropriação de costumes guerreiros. 
e) diversificação de oferendas religiosas. 
 
Gabarito: 
1: [E] 
2: [E] 
3: [E] 
4: [D] 
5: a) Podemos citar a mineração (indicando no mapa os estados de 
Minas Gerais ou Mato Grosso) e o ciclo do açúcar (indicando no 
mapa os estados de Pernambuco ou Bahia). 
b) Podemos citar como motivos: 
1. a oposição dos jesuítas à escravidão indígena; 
2. o lucro português com o tráfico negreiro. 
6: [C] 
7: [C] 
8: [C] 
9: [B] 
10: a) Podemos citar as Câmaras Municipais, comandadas pelos 
homens-bons. A partir da proeminência da elite local, as Câmaras 
Municipais auxiliavam na conexão entre as vilas – em geral no 
interior da Colônia – e a autoridade colonial, contribuindo, assim, 
para a manutenção da unidade colonial portuguesa.b) Basicamente, as duas razões foram que (1) a escravidão africana 
não esteve presente em todas as colônias portuguesas e que (2) a 
existência de quilombos denota revolta, e nem em todas as 
possessões portuguesas ocorreram revoltas escravas. 
11: [C] 
12: [A] 
13:a) Os ventos alísios sopram no hemisfério Sul na proximidade do 
Trópico de Capricórnio em direção ao Equador, recebem inclinação 
em função da rotação da terra. Desta forma, ganham direção 
aproximada oeste-leste atuando durante o ano inteiro. As 
embarcações que saiam da África com os africanos aproveitavam os 
ventos alísios para chegar ao Brasil. 
b) Havia uma troca (escambo) entre Brasil e África. Os africanos 
enviados ao Brasil eram trocados por tabaco e aguardente, entre 
outros produtos. 
14: [C] 
15: [A] 
16: a) O texto cita o pelourinho – a aplicação de castigos públicos 
corporais aos escravos – e a forca e o cadafalso – a execução 
pública de infratores mediante enforcamento. 
b) As punições judiciais físicas tinham caráter exemplar e serviam 
para reafirmar o poder monárquico. 
c) Não, porque a participação popular se dava através da execução 
de função inferior ou através da formação de um público para assistir 
as punições. 
17: [C] 
18: [B] 
19: [B] 
20: [A]

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