Prévia do material em texto
Questão 1 (História do Brasil - Período Colonial) Texto I “A cana-de-açúcar, que se vinha tornando a grande e quase única cultura agrícola da colônia, encontrou no Nordeste, e especialmente em Pernambuco e na Bahia, as melhores condições para se desenvolver. A proximidade de portos bem situados e a qualidade do solo — o massapê — garantiam a produtividade e o escoamento do produto.” PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1996. A organização social e econômica da colônia descrita no Texto I, baseada na cultura da cana-de-açúcar, ficou conhecida como sociedade do engenho. Uma de suas principais características era: a) a predominância do trabalho assalariado e a flexibilidade social, permitindo a ascensão de escravizados a posições de comando. b) a estrutura social patriarcal e aristocrática, centrada na figura do senhor de engenho, que detinha poder sobre terras, pessoas e produção. c) a produção voltada para o mercado interno, com o objetivo de abastecer as vilas e cidades coloniais em crescimento. d) o desenvolvimento de uma sociedade urbana e diversificada, com forte presença de comerciantes e artesãos livres no topo da hierarquia social. e) a igualdade jurídica entre senhores e escravizados, garantida pelas Ordenações Manuelinas, que regulavam as relações de trabalho. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A sociedade do açúcar era marcadamente patriarcal, com o senhor de engenho no centro do poder, controlando a vida econômica, social e política. Era também aristocrática, com pouquíssima mobilidade social, e baseada na grande propriedade rural (latifúndio). • Alternativa A: Incorreta. A base do trabalho era a mão de obra escravizada africana, e não o trabalho assalariado. A mobilidade social era praticamente inexistente. • Alternativa C: Incorreta. A produção açucareira era um plantation, caracterizada pela monocultura voltada para a exportação para o mercado europeu. • Alternativa D: Incorreta. A sociedade era fundamentalmente agrária e rural. Os centros urbanos eram secundários e dependentes da dinâmica dos engenhos. • Alternativa E: Incorreta. Não havia qualquer tipo de igualdade jurídica. A condição de escravizado retirava todos os direitos da pessoa, que era tratada como propriedade. Questão 2 (História Geral - Idade Média) Texto II "A fidelidade, um dos cimentos da sociedade feudal, era um compromisso de homem para homem, que se estabelecia por meio de uma cerimônia, a homenagem. O vassalo, de joelhos, sem armas, colocava as suas mãos juntas entre as do senhor, que as apertava. Em seguida, jurava sobre a Bíblia ou relíquias de santos ser fiel ao seu senhor." LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Estampa, 1993. O ritual descrito no Texto II era fundamental para a manutenção da estrutura política e social do feudalismo. As relações de suserania e vassalagem garantiam: a) a centralização do poder nas mãos do rei, que utilizava a fidelidade dos nobres para criar um exército nacional e unificar o território. b) a ascensão da burguesia, que, ao jurar fidelidade aos senhores, conseguia proteção para suas rotas comerciais e feiras. c) a organização de uma rede de poder fragmentada, na qual a lealdade e as obrigações militares eram a base das alianças entre os membros da nobreza. d) a submissão dos camponeses (servos) aos seus senhores, que, através deste juramento, garantiam o direito de explorar o trabalho na terra. e) o fortalecimento da Igreja Católica, que atuava como suserana máxima, recebendo o juramento de fidelidade de todos os reis da Europa. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: C. O feudalismo caracterizou-se pela descentralização do poder político. A lealdade não era diretamente ao rei, mas a uma cadeia de senhores e vassalos. O suserano (senhor) concedia um feudo (terra) ao vassalo em troca de obrigações, principalmente militares, criando uma teia de dependência que sustentava a nobreza. • Alternativa A: Incorreta. O processo foi o oposto. A vassalagem fragmentou o poder, enfraquecendo a autoridade central do rei. A formação de exércitos nacionais é uma característica do Estado Moderno. • Alternativa B: Incorreta. As relações de suserania e vassalagem eram exclusivas da nobreza. A burguesia não participava deste sistema. • Alternativa D: Incorreta. A relação entre o servo e o senhor era de servidão, e não de vassalagem. A servidão era uma obrigação ligada à terra e baseada no nascimento, não em um juramento de fidelidade militar. • Alternativa E: Incorreta. Embora a Igreja fosse uma grande senhora feudal e tivesse imenso poder, a relação descrita é específica entre nobres. Reis poderiam ser vassalos de outros reis ou do Papa em contextos específicos, mas o sistema não se resumia a isso. Questão 3 (História do Brasil - Crise do Sistema Colonial) A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) foram dois importantes movimentos que questionaram o domínio português no Brasil. Embora ambos expressassem o descontentamento com a metrópole, possuíam diferenças significativas em suas composições sociais e objetivos. A principal diferença entre os dois movimentos reside no fato de que: a) a Inconfidência Mineira, ao contrário da Baiana, defendia o fim da escravidão como pilar de seu projeto de nação. b) a Conjuração Baiana teve uma participação popular e de escravizados muito mais expressiva, defendendo pautas sociais radicais, como o fim da escravidão e a igualdade racial. c) a Inconfidência Mineira foi um movimento com forte apoio da Coroa Portuguesa, que buscava descentralizar a administração colonial. d) a Conjuração Baiana, de caráter elitista, visava apenas romper os laços comerciais com Portugal, mantendo a estrutura social intacta. e) ambos os movimentos foram bem-sucedidos em proclamar a independência e estabelecer repúblicas duradouras em suas respectivas capitanias. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi um movimento com ampla participação de camadas populares (artesãos, soldados, ex-escravos e escravos). Suas pautas, influenciadas pela fase jacobina da Revolução Francesa, incluíam o fim da escravidão e a igualdade de direitos, o que a tornava socialmente mais radical que a Inconfidência Mineira. • Alternativa A: Incorreta. A Inconfidência Mineira foi um movimento elitista, liderado por grandes mineradores, intelectuais e militares. A questão do fim da escravidão não era um consenso entre eles, e muitos eram donos de escravos. • Alternativa C: Incorreta. Ambos os movimentos foram duramente reprimidos pela Coroa Portuguesa, sendo considerados crimes de lesa-majestade (traição). • Alternativa D: Incorreta. A Conjuração Baiana foi o movimento de caráter mais popular e radical, enquanto a Inconfidência Mineira é que pode ser caracterizada como mais elitista. • Alternativa E: Incorreta. Ambos os movimentos foram descobertos antes de sua deflagração e seus líderes foram severamente punidos. Questão 4 (História Geral - Revolução Industrial) Imagem (Imagine uma pintura ou gravura do século XIX mostrando uma cidade industrial inglesa, com chaminés soltando fumaça escura, ruas lotadas de trabalhadores e moradias precárias ao fundo.) A imagem representa uma paisagem típica da Primeira Revolução Industrial. Esse processo, iniciado na Inglaterra no século XVIII, transformou radicalmente as formas de produção, o espaço urbano e as relações sociais. Uma consequência social direta desse processo foi: a) a melhoria generalizada das condições de vida dos trabalhadores urbanos, com a criação de leis trabalhistas e de saneamento básico desde o início. b) o surgimento do proletariado, uma nova classe social composta por trabalhadores que vendiam sua força de trabalho em troca de um salário e viviam em condições precárias. c) o fortalecimentodas corporações de ofício medievais, que passaram a controlar a produção industrial e proteger os direitos dos artesãos. d) a diminuição da poluição e do impacto ambiental nas cidades, graças às novas tecnologias fabris que otimizavam o uso de recursos naturais. e) o êxodo urbano, com grande parte da população deixando as cidades para buscar melhores oportunidades de trabalho no campo. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A Revolução Industrial consolidou o modo de produção capitalista e deu origem a duas novas classes sociais antagônicas: a burguesia industrial (dona dos meios de produção) e o proletariado (trabalhadores que possuíam apenas sua força de trabalho). As condições de vida e trabalho deste último eram extremamente precárias, com longas jornadas, baixos salários e moradias insalubres. • Alternativa A: Incorreta. As leis trabalhistas e melhorias nas condições de vida só surgiram muito tempo depois, como resultado de intensa luta e organização dos trabalhadores (sindicatos, greves, etc.). • Alternativa C: Incorreta. A Revolução Industrial representou o fim das corporações de ofício, pois a produção artesanal foi substituída pela produção fabril em larga escala. • Alternativa D: Incorreta. A Revolução Industrial, baseada no carvão mineral, iniciou um processo de degradação ambiental e poluição urbana sem precedentes. • Alternativa E: Incorreta. O fenômeno ocorrido foi o êxodo rural, com a população migrando massivamente do campo para as cidades em busca de emprego nas fábricas. Questão 5 (História do Brasil - Segundo Reinado) "A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, não foi um ato isolado, mas uma resposta à pressão externa, sobretudo da Inglaterra (Bill Aberdeen), e a uma nova realidade econômica interna que começava a se desenhar. A partir de então, os capitais que antes eram investidos na compra de africanos escravizados foram redirecionados para outras atividades." O redirecionamento de capitais mencionado no texto, após a proibição do tráfico negreiro, foi fundamental para o que ficou conhecido como a "Era Mauá". Esse período caracterizou-se pelo(a): a) expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, utilizando exclusivamente mão de obra imigrante europeia. b) crise econômica profunda, devido à falta de mão de obra para a agricultura de exportação. c) surto de modernização e industrialização, com investimentos em ferrovias, bancos, companhias de navegação e iluminação a gás. d) reforma agrária que distribuiu terras aos ex-escravizados para incentivar a produção de alimentos. e) diminuição da influência britânica na economia brasileira, com o fortalecimento de parcerias comerciais com a Alemanha. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: C. Com o fim do dispendioso tráfico de escravos, enormes quantias de capital foram liberadas. Parte significativa desse capital foi investida em atividades industriais e de infraestrutura, impulsionando a modernização do país sob a liderança de empresários como Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. • Alternativa A: Incorreta. A mão de obra imigrante só se tornaria a principal força de trabalho no café décadas depois, no Oeste Paulista. No Vale do Paraíba, a escravidão interna (compra de escravos de outras províncias) se intensificou após 1850. • Alternativa B: Incorreta. Embora a questão da mão de obra fosse um desafio, a economia brasileira, impulsionada pelo café, vivia um período de prosperidade, e o fim do tráfico estimulou novos investimentos, e não uma crise imediata. • Alternativa D: Incorreta. Não houve nenhuma política de reforma agrária no Segundo Reinado. Pelo contrário, a Lei de Terras de 1850 dificultou o acesso à terra para os mais pobres e imigrantes. • Alternativa E: Incorreta. A influência britânica continuou sendo predominante na economia brasileira ao longo de todo o século XIX. Questão 6 (História Geral - Neocolonialismo) "O fardo do homem branco." A expressão, título de um famoso poema de Rudyard Kipling, foi amplamente utilizada no final do século XIX para justificar a política imperialista das potências europeias na África e na Ásia. A principal ideia contida nessa expressão era a de que: a) os povos africanos e asiáticos eram vistos como iguais aos europeus, e o colonialismo era uma forma de estabelecer uma parceria comercial justa. b) as nações europeias tinham o dever moral e civilizatório de levar o progresso, a cultura e a religião cristã aos povos considerados "atrasados" e "selvagens". c) os trabalhadores europeus (homens brancos) carregavam o fardo de sustentar a economia de suas metrópoles através de impostos abusivos. d) a colonização era um fardo econômico para a Europa, sendo realizada apenas por motivos estratégicos e militares, sem interesse em matérias-primas. e) havia uma missão de proteger a cultura e a autonomia dos povos colonizados, impedindo que outras potências os dominassem. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A ideologia do "fardo do homem branco" foi uma justificativa racista e etnocêntrica para o neocolonialismo. Ela mascarava os reais interesses econômicos (busca por mercados, matérias-primas e áreas de investimento) com um discurso de superioridade racial e uma suposta missão civilizatória. • Alternativa A: Incorreta. A base do imperialismo era a crença na desigualdade e na inferioridade dos povos colonizados. A relação era de exploração, não de parceria justa. • Alternativa C: Incorreta. A expressão se refere à relação entre o colonizador europeu e os povos colonizados, e não a questões de política interna da Europa. • Alternativa D: Incorreta. O interesse em matérias-primas (borracha, diamantes, petróleo, etc.) e na exploração econômica era o principal motor do imperialismo. • Alternativa E: Incorreta. O imperialismo destruiu a autonomia política, econômica e cultural dos povos dominados, impondo fronteiras artificiais e modelos de administração europeus. Questão 7 (História do Brasil - República Velha) A Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, é frequentemente lembrada como uma rebelião popular contra a vacinação obrigatória. No entanto, uma análise mais aprofundada do contexto revela que a revolta foi também uma reação a um processo mais amplo de: a) modernização conservadora e exclusão social, promovido pela reforma urbana do prefeito Pereira Passos, que demoliu cortiços e expulsou a população pobre do centro da cidade. b) fanatismo religioso, liderado por movimentos messiânicos que viam a vacina como um símbolo do diabo e do Estado laico republicano. c) insatisfação do Exército com o governo civil, que se aliou à população para tentar restaurar a monarquia no Brasil. d) crise na exportação de café, que levou a um aumento do desemprego e da miséria, tornando a população mais suscetível a se rebelar contra qualquer medida do governo. e) aliança entre as elites agrárias e a população urbana contra as novas políticas sanitaristas, vistas como uma interferência indevida na vida privada. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: A. A vacinação obrigatória foi o estopim, mas a insatisfação popular já era grande. A reforma urbana do Rio de Janeiro, conhecida como "Bota- Abaixo", estava removendo à força a população pobre de suas moradias (cortiços) para "embelezar" e "sanear" o centro da cidade, sem oferecer alternativas. A revolta, portanto, canalizou a raiva contra um Estado autoritário que impunha a modernização de forma violenta e excludente. • Alternativa B: Incorreta. Embora houvesse desconfiança e boatos, a revolta não teve uma liderança messiânica ou um caráter fundamentalmente religioso. • Alternativa C: Incorreta. A revolta foi um movimento popular. Houve uma tentativa de golpe militar paralela (da Escola Militar da Praia Vermelha), mas ela não se confundiu com a rebelião popular nas ruas. • AlternativaD: Incorreta. O início do século XX foi um período de relativa estabilidade na economia cafeeira, após a crise do Encilhamento. A causa não foi primariamente uma crise de exportação. • Alternativa E: Incorreta. As elites agrárias apoiavam o projeto de modernização e "civilização" da capital, não se aliando à população pobre. Questão 8 (História Geral - Período Entreguerras) "Uma depressão de tamanha magnitude causou severas dificuldades sociais. Por toda parte, o desemprego massivo se tornou a principal praga da vida dos cidadãos comuns. (...) O desemprego prolongado e em massa, que era a sorte de talvez um terço da força de trabalho da Alemanha, dos Estados Unidos e da Bélgica no auge da Depressão, significava pobreza e desespero." HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. O trecho descreve os efeitos sociais da Crise de 1929. Politicamente, esse cenário de crise econômica e social no período entreguerras contribuiu diretamente para: a) o fortalecimento das democracias liberais e do livre mercado, vistos como a única solução para a crise. b) a ascensão de regimes totalitários na Europa, como o Nazismo e o Fascismo, que se apresentavam como alternativas à crise do liberalismo. c) a expansão global do comunismo, com a União Soviética liderando a recuperação econômica mundial e influenciando todos os países ocidentais. d) o fim dos nacionalismos e a criação de blocos econômicos pacíficos, como a União Europeia, para evitar novas crises. e) a diminuição da intervenção do Estado na economia, seguindo os princípios do economista John Maynard Keynes. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A Crise de 1929 abalou a crença no liberalismo econômico e nas democracias parlamentares. Nesse vácuo de poder e descrença, discursos autoritários, nacionalistas e anticomunistas ganharam força. Líderes como Hitler e Mussolini exploraram o descontentamento popular para ascender ao poder, prometendo ordem, recuperação econômica e glória nacional. • Alternativa A: Incorreta. As democracias liberais foram profundamente desacreditadas pela crise. • Alternativa C: Incorreta. Embora a URSS não tenha sido diretamente afetada pela crise por ter uma economia planificada, ela não liderou a recuperação mundial. O comunismo se fortaleceu como ideologia, mas não se expandiu globalmente no poder. • Alternativa D: Incorreta. A crise exacerbou os nacionalismos econômicos (protecionismo) e as tensões que levariam à Segunda Guerra Mundial. A União Europeia é um projeto do pós-guerra. • Alternativa E: Incorreta. O Keynesianismo, que ganhou força com o New Deal nos EUA, pregava justamente o oposto: a maior intervenção do Estado na economia para regular o mercado e garantir o bem-estar social. Questão 9 (História do Brasil - Era Vargas) A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), promulgada por Getúlio Vargas em 1943, é um marco na história dos direitos sociais no Brasil. A implementação da CLT e de outras políticas trabalhistas durante o Estado Novo (1937-1945) cumpriu um duplo objetivo para o governo Vargas: a) promover a livre negociação entre patrões e empregados sem a interferência do Estado e extinguir os sindicatos. b) atender às demandas dos trabalhadores, garantindo direitos, e ao mesmo tempo atrelar os sindicatos ao Estado, controlando e desmobilizando o movimento operário. c) fortalecer os partidos de oposição, especialmente o Partido Comunista Brasileiro, que viam na CLT uma vitória de sua plataforma política. d) preparar o Brasil para uma economia exclusivamente agrária, protegendo o trabalhador rural e desincentivando a migração para as cidades. e) seguir as determinações de organismos internacionais, como a ONU, que exigiam legislações trabalhistas como condição para o Brasil participar da Segunda Guerra. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A política trabalhista de Vargas é um exemplo clássico de populismo e corporativismo. Por um lado, ele concedeu direitos históricos (férias, salário mínimo, jornada de 8 horas), o que lhe rendeu o título de "Pai dos Pobres" e grande apoio popular. Por outro, a estrutura sindical passou a ser controlada pelo Ministério do Trabalho, que podia intervir, fechar sindicatos e perseguir lideranças não alinhadas ao governo, esvaziando a autonomia do movimento operário. • Alternativa A: Incorreta. A CLT representa a máxima intervenção do Estado nas relações de trabalho. Os sindicatos não foram extintos, mas sim atrelados ao poder estatal. • Alternativa C: Incorreta. O Estado Novo foi uma ditadura que perseguiu e prendeu opositores, incluindo os comunistas. A CLT foi uma forma de o governo se antecipar e esvaziar a pauta de luta desses grupos. • Alternativa D: Incorreta. O projeto de Vargas era de industrialização e modernização do Brasil, incentivando a urbanização e a formação de um proletariado industrial. • Alternativa E: Incorreta. A ONU foi criada após a Segunda Guerra Mundial (1945). A CLT é de 1943 e foi uma decisão de política interna, não uma exigência externa para entrar na guerra. Questão 10 (História Geral - Guerra Fria) A charge abaixo, de 1961, retrata os líderes dos EUA (John F. Kennedy) e da URSS (Nikita Khrushchev) medindo forças, sentados sobre foguetes nucleares, em uma disputa de queda de braço. (Imagine uma charge com Kennedy e Khrushchev em uma queda de braço, ambos sentados em bombas com as inscrições "USA" e "URSS", e com o dedo no botão de detonar.) A imagem é uma representação da tensão geopolítica que marcou a Guerra Fria. Essa tensão, conhecida como "Equilíbrio do Terror", era baseada na: a) cooperação militar entre as duas superpotências para combater inimigos comuns, como os países não alinhados. b) certeza de que um ataque nuclear de um lado resultaria na destruição mútua e total de ambos (Doutrina MAD - Mutual Assured Destruction), o que paradoxalmente evitava um confronto direto. c) competição econômica saudável, na qual ambos os países buscavam provar a superioridade de seus sistemas através do livre comércio e da ajuda humanitária. d) aliança cultural e científica que promovia o intercâmbio de conhecimentos e artistas para diminuir as hostilidades entre os blocos capitalista e socialista. e) superioridade militar convencional da União Soviética, que impedia qualquer ação mais incisiva por parte dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. A Guerra Fria foi caracterizada pela ausência de um confronto militar direto entre EUA e URSS, justamente pelo medo das consequências de uma guerra nuclear. Ambos os lados possuíam arsenais atômicos capazes de aniquilar o adversário (e o planeta). Essa capacidade de "Destruição Mútua Assegurada" criou uma paz armada, tensa e instável, onde o conflito se dava em esferas indiretas (disputas regionais, corrida espacial, espionagem). • Alternativa A: Incorreta. EUA e URSS eram líderes de blocos militares antagônicos (OTAN e Pacto de Varsóvia) e não cooperavam militarmente. • Alternativa C: Incorreta. A competição econômica existiu, mas não foi saudável nem baseada no livre comércio, e sim na disputa por áreas de influência. • Alternativa D: Incorreta. O que predominou foi a propaganda e a desconfiança, com uma forte "Cortina de Ferro" limitando o intercâmbio cultural e científico. • Alternativa E: Incorreta. O poderio militar era relativamente equilibrado, especialmente no campo nuclear. A superioridade não era claramente de um lado. Questão 11 (História do Brasil - Ditadura Militar) "Art. 10 - Fica suspenso o direito de 'habeas-corpus' nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular." "Art. 11 - Ficam excluídas de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados pelo Comando Supremo da Revolução, de 9 de abril de 1964, bem como os atos do Governo Federal, com base neste Atoe nos Atos Complementares que se expedirem." Fragmentos do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), de 13 de dezembro de 1968. Os artigos do AI-5, decretado durante o governo do General Costa e Silva, representam o momento de maior endurecimento do regime militar brasileiro. As medidas citadas no texto tiveram como consequência direta a: a) democratização do sistema judiciário, que passou a ter mais autonomia para julgar crimes contra a segurança nacional. b) intensificação da repressão, da censura e da perseguição a opositores políticos, consolidando o poder arbitrário do Executivo sobre os direitos individuais e o Judiciário. c) anistia de todos os presos políticos, como um gesto de reconciliação nacional para pacificar o país. d) realização de eleições diretas para presidente, como forma de legitimar as medidas de exceção perante a população. e) abertura econômica e o fim do controle estatal sobre a imprensa, seguindo uma tendência global de liberalização. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. O AI-5 é considerado um "golpe dentro do golpe". Ao suspender o habeas corpus para crimes políticos e excluir de apreciação judicial os atos do regime, ele removeu as últimas garantias do cidadão perante o Estado. Isso deu carta branca para a repressão, a tortura, os desaparecimentos e a censura, inaugurando o período mais sombrio da ditadura. • Alternativa A: Incorreta. O Judiciário perdeu autonomia, pois foi proibido de apreciar os atos do Executivo baseados no AI-5. • Alternativa C: Incorreta. A anistia só ocorreria em 1979, no contexto da abertura política. O AI-5 intensificou as prisões políticas. • Alternativa D: Incorreta. O AI-5 também permitiu o fechamento do Congresso Nacional e a cassação de mandatos. As eleições diretas para presidente só voltariam em 1989. • Alternativa E: Incorreta. A censura à imprensa e às artes foi drasticamente intensificada após o AI-5. Questão 12 (História Geral - Iluminismo) "Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder. [...] Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as querelas dos particulares." MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. 1748. O pensamento de Montesquieu, um dos mais importantes filósofos do Iluminismo, foi fundamental para a teoria política moderna. O princípio defendido pelo autor no trecho acima tornou-se a base para a: a) formulação do Absolutismo monárquico, no qual todo o poder se concentrava nas mãos de um único governante para garantir a ordem. b) organização do Estado liberal-democrático, fundamentado na separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. c) justificação da teocracia, onde o poder político é exercido por líderes religiosos que acumulam as funções de governar e julgar. d) implementação de sistemas socialistas, que pregam o controle total do Estado sobre a sociedade para eliminar as desigualdades. e) defesa do anarquismo, que propõe a abolição de qualquer forma de poder estatal centralizado. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: B. Montesquieu é o principal teórico da separação dos poderes. Ele defendia que, para evitar o despotismo (o abuso do poder), as funções do Estado deveriam ser divididas em três ramos autônomos e harmônicos: o Legislativo (cria as leis), o Executivo (as executa) e o Judiciário (julga de acordo com elas). Esse modelo é a espinha dorsal das democracias modernas, incluindo a brasileira. • Alternativa A: Incorreta. O pensamento de Montesquieu é uma crítica direta ao Absolutismo, que se caracteriza pela concentração de poderes. • Alternativa C: Incorreta. A teocracia também representa uma concentração de poder, neste caso, de natureza religiosa e política. • Alternativa D: Incorreta. Os sistemas socialistas, especialmente em suas vertentes autoritárias, também promoveram a concentração de poder no Estado- partido. • Alternativa E: Incorreta. O anarquismo propõe a ausência do Estado, enquanto Montesquieu busca um modelo para organizar o Estado de forma justa e equilibrada. Questão 13 (História do Brasil - Período Populista) O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) ficou marcado pelo slogan "50 anos em 5", que sintetizava seu projeto de desenvolvimento acelerado para o país. Esse projeto, conhecido como Plano de Metas, priorizou investimentos em: a) reforma agrária e na agricultura familiar, visando à distribuição de renda no campo e à soberania alimentar. b) educação de base e saúde pública, com o objetivo de erradicar o analfabetismo e as principais endemias do país. c) setores de energia e transportes, com a construção de hidrelétricas e rodovias, além da atração de capital estrangeiro para a indústria automobilística. d) pagamento da dívida externa e na austeridade fiscal, buscando o equilíbrio das contas públicas como meta principal. e) indústria bélica e na expansão das Forças Armadas, preparando o Brasil para assumir uma posição de liderança militar na América do Sul. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: C. O Plano de Metas foi a expressão máxima do nacional- desenvolvimentismo. Ele concentrou enormes recursos em áreas consideradas estratégicas para a industrialização: energia (hidrelétricas como Furnas e Três Marias), transportes (construção de rodovias como a Belém-Brasília) e indústria de base. A vinda de multinacionais automobilísticas foi um dos símbolos desse modelo. A construção de Brasília também se insere nesse projeto de integração e modernização. • Alternativa A: Incorreta. A reforma agrária não fez parte das prioridades de JK, o que manteve a estrutura fundiária concentrada e gerou tensões no campo. • Alternativa B: Incorreta. Embora tenham recebido alguma atenção, educação e saúde não foram as áreas prioritárias do Plano de Metas, que focou na infraestrutura industrial. • Alternativa D: Incorreta. O desenvolvimentismo de JK foi financiado com grande emissão de moeda e endividamento externo, o que gerou inflação e o aumento da dívida, contrariando a ideia de austeridade. • Alternativa E: Incorreta. O foco do governo JK era o desenvolvimento econômico e industrial, e não a expansão militar. Questão 14 (História Geral - Antiguidade Clássica) A democracia, um dos legados mais significativos da Grécia Antiga para o mundo ocidental, atingiu seu apogeu em Atenas durante o século V a.C. No entanto, a democracia ateniense diferia substancialmente da concepção moderna de democracia. Uma característica fundamental da democracia em Atenas era seu caráter: a) universal, pois garantia o direito de participação política a todos os habitantes da cidade, incluindo mulheres, estrangeiros e escravos. b) representativo, com os cidadãos elegendo políticos profissionais para tomar as decisões em seu nome no parlamento. c) direto e restrito, pois as decisões eram tomadas pelos próprios cidadãos reunidos em assembleia (Eclésia), mas o conceito de cidadão excluía a maioria da população. d) teocrático, uma vez que todas as decisões políticas precisavam ser aprovadas pelos sacerdotes do Oráculo de Delfos. e) hereditário, em que o direito de participar das decisões políticas era passado de pai para filho dentro de um grupo limitado de famílias nobres. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: C. A democracia ateniense era direta porque os cidadãos não elegiam representantes para decidir por eles; eles mesmos participavam e votavam diretamente nas assembleias. No entanto, era extremamente restritiva. A cidadania era concedida apenas a homens, maiores de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses. Isso excluía mulheres, estrangeiros (metecos) e escravos, que compunham a grande maioria da população da pólis. • Alternativa A: Incorreta. Como explicado, a participaçãoera restrita a uma pequena parcela da população. • Alternativa B: Incorreta. O modelo de eleger representantes é característico da democracia moderna (representativa), e não da ateniense (direta). • Alternativa D: Incorreta. Embora a religião fosse importante, as decisões políticas eram tomadas pelos cidadãos na assembleia, e não por uma autoridade religiosa. • Alternativa E: Incorreta. A democracia ateniense, especialmente após as reformas de Clístenes, buscou quebrar o poder hereditário da aristocracia (eupátridas). Questão 15 (História do Brasil - Nova República) A Constituição Federal de 1988, promulgada ao final do processo de redemocratização do Brasil, ficou conhecida como "Constituição Cidadã". Esse apelido se justifica porque o texto constitucional: a) restabeleceu o regime militar, conferindo plenos poderes às Forças Armadas para garantir a ordem social. b) instituiu o bipartidarismo, limitando a criação de novos partidos políticos para fortalecer as legendas existentes. c) ampliou significativamente os direitos sociais e as garantias individuais, como a liberdade de expressão, o direito de greve, e definiu o racismo como crime inafiançável. d) adotou o parlamentarismo como sistema de governo, retirando do presidente da República a função de chefe de governo. e) centralizou o poder na União, diminuindo a autonomia dos estados e municípios e revogando as eleições diretas para governadores e prefeitos. Gabarito Comentado: • Alternativa correta: C. A Constituição de 1988 é chamada de "Cidadã" por ter sido o resultado de uma ampla participação social (via Assembleia Nacional Constituinte) e por ter consagrado uma vasta gama de direitos e garantias que haviam sido suprimidos durante a Ditadura Militar. Ela representou uma ruptura com o autoritarismo, colocando a dignidade da pessoa humana e os direitos sociais (saúde, educação, trabalho) como pilares do novo Estado brasileiro. • Alternativa A: Incorreta. A Constituição de 1988 consolidou o fim do regime militar e a subordinação dos militares ao poder civil. • Alternativa B: Incorreta. Ela extinguiu o bipartidarismo forçado da ditadura (ARENA e MDB) e garantiu o pluripartidarismo. • Alternativa D: Incorreta. O Brasil realizou um plebiscito em 1993, e a população optou pela manutenção do presidencialismo. • Alternativa E: Incorreta. A Constituição de 1988 é marcadamente federalista, fortalecendo a autonomia dos estados e municípios. Ela também garantiu eleições diretas em todos os níveis (presidente, governadores e prefeitos). Questão 1 (História do Brasil - Período Colonial) Questão 2 (História Geral - Idade Média) Questão 3 (História do Brasil - Crise do Sistema Colonial) Questão 4 (História Geral - Revolução Industrial) Questão 5 (História do Brasil - Segundo Reinado) Questão 6 (História Geral - Neocolonialismo) Questão 7 (História do Brasil - República Velha) Questão 8 (História Geral - Período Entreguerras) Questão 9 (História do Brasil - Era Vargas) Questão 10 (História Geral - Guerra Fria) Questão 11 (História do Brasil - Ditadura Militar) Questão 12 (História Geral - Iluminismo) Questão 13 (História do Brasil - Período Populista) Questão 14 (História Geral - Antiguidade Clássica) Questão 15 (História do Brasil - Nova República)