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Prof. Gustavo Gramática Página 1 de 4 Lista de Exercícios – Sintaxe – Sujeito/Predicado 1. (EEAR/BR - 2019) Marque a alternativa que apresenta correta classificação do sujeito. a) Aniquilaram as fontes de resistência na zona de conflito do país. (Sujeito Oculto) b) O conflito armado é movido pela ideia de paz futura. (Sujeito Paciente) c) Faria tudo de novo, na tentativa de mais um acerto. (Sujeito expresso) d) Choveu elogio na noite da premiação. (Sujeito Inexistente) 2. (EEAR/BR - 2019) Marque a alternativa que apresenta classificação correta em relação ao tipo de sujeito. a) O chefe trovejava de raiva. (Sujeito indeterminado) b) Uma chuva de pétalas tomou conta do céu da cidade. (Oração sem sujeito) c) Amamos a benignidade de nosso Mestre. (Sujeito indeterminado) d) Não podia haver formas mais simplificadas de respostas. (Oração sem sujeito) (FUVEST/SP - 2019) Texto para a questão a seguir. Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às 1circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 2fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo 3em 4que vivem. ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24. 3. (FUVEST/SP - 2019) Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (ref. 3), é correto afirmar: a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal. b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (ref. 1). c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (ref. 4). d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal. e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê‐los” (ref. 2). (EEAR/BR - 2019) Leia o texto abaixo e responda à questão a seguir. Salve, lindo pendão1 da esperança, Salve, símbolo augusto2 da paz! Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz. (trecho do Hino à Bandeira – letra de Olavo Bilac música de Francisco Braga) ____________________________________ Glossário: 1 Pendão – bandeira, flâmula 2 Augusto – nobre 4. (EEAR/BR - 2019) O trecho “Tua nobre presença”, no contexto em que se insere, do ponto de vista sintático, se classifica como a) predicativo do sujeito. b) sujeito simples. c) objeto indireto. d) aposto. 5. (EEAR/BR - 2019) No fragmento do texto “Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz”, ocorre crase a) por haver um verbo, embora posposto, que reclama a preposição “a”. b) por conta da presença da preposição “traz” que reclama a ocorrência de crase. c) para evitar a ambiguidade gerada pela inversão dos versos, tratando-se de uso de acento diferencial. d) para que o leitor reconheça o sujeito “à lembrança”, por meio do acento grave em seu adjunto adnominal “a”. 6. (UNESP/SP - 2019) Leia o trecho inicial do romance O Ateneu, de Raul Pompeia (1863-1895), para responder à questão a seguir. “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico; diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Prof. Gustavo Gramática Página 2 de 4 Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo – a paisagem é a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. Frequentara como externo, durante alguns meses, uma escola familiar do Caminho Novo, onde algumas senhoras inglesas, sob a direção do pai, distribuíam educação à infância como melhor lhes parecia. Entrava às nove horas timidamente, ignorando as lições com a maior regularidade, e bocejava até às duas, torcendo-me de insipidez sobre os carcomidos bancos que o colégio comprara, de pinho e usados, lustrosos do contato da malandragem de não sei quantas gerações de pequenos. Ao meio-dia, davam- nos pão com manteiga. Esta recordação gulosa é o que mais pronunciadamente me ficou dos meses de externato; com a lembrança de alguns companheiros – um que gostava de fazer rir à aula, espécie interessante de mono louro, arrepiado, vivendo a morder, nas costas da mão esquerda, uma protuberância calosa que tinha; outro adamado, elegante, sempre retirado, que vinha à escola de branco, engomadinho e radioso, fechada a blusa em diagonal do ombro à cinta por botões de madrepérola. Mais ainda: a primeira vez que ouvi certa injúria crespa, um palavrão cercado de terror no estabelecimento, que os partistas denunciavam às mestras por duas iniciais como em monograma. Lecionou-me depois um professor em domicílio. Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a família, antes da verdadeira provação, eu estava perfeitamente virgem para as sensações novas da nova fase. O internato! Destacada do conchego placentário da dieta caseira, vinha próximo o momento de se definir a minha individualidade. (O Ateneu, 1999.) a) Identifique os sujeitos dos verbos “houvesse” e “viesse”, sublinhados no segundo parágrafo. b) Transcreva o trecho “Vais encontrar o mundo, disse- me meu pai, à porta do Ateneu.” (1º parágrafo) para o discurso indireto. 7. (EBM/ SP - 2018) A campanha dos Médicos sem Fronteiras desenvolve sua argumentação na chamada principal, através de elementos verbais e não verbais, que estão corretamente analisados na alternativa a) O uso do imperativo “Ajude”, por meio do sujeito implícito, revela que o público a que ela se dirige faz parte do contexto evidenciado na imagem. b) A contração “daqui” e o advérbio “lá”, presentes no texto, sugerem que o enunciador aborda a realidade de um espaço do qual está distante, assim como o seu interlocutor, ficando implícito que esse distanciamento não é empecilho para que se possa apoiar essa organização. c) O infinitivo “espalhar” gera, pela ausência de seu objeto direto, um paradoxo com o imperativo “Ajude”, revelando uma ação oposta e contraditória ao que foi proposto inicialmente. d) O demonstrativo “o” faz referência anafórica ao local em que se encontra o locutor, indicando que o leitor deve divulgar as suas próprias experiências e o cenário em que atua, para que indivíduos de outros lugares e países possam ter mais exemplos de solidariedade. e) A forma verbal “acontece” está no presente do indicativo, apresentando uma comparaçãoentre fatos que já se concretizaram e práticas futuras, inspiradas na ideia transmitida pelo verbo “ajudar”. Prof. Gustavo Gramática Página 3 de 4 8. (UFU/MG - 2018) Leia a tirinha e responda à questão a seguir. O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante. Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja formal. a) Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e compreensão? b) Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e compreensão? c) Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e compreensão? d) Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão? (UNESP/SP - 2018) Leia o trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à questão. ‘A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando. Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente” – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse. Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem. (Contos: uma antologia, 1998.) 9. (UNESP/SP - 2018) Embora não participe da ação, o narrador intromete-se de forma explícita na narrativa em: a) “Há meio século, os escravos fugiam com frequência.” (3º parágrafo) b) “O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões.” (2º parágrafo) c) “A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca.” (1º parágrafo) d) “Mas não cuidemos de máscaras.” (1º parágrafo) e) “Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão.” (3º parágrafo) Prof. Gustavo Gramática Página 4 de 4 GABARITO Resposta da questão 1: [B] [A] Incorreto. O sujeito é indeterminado, uma vez que não há indicação de quem pratica a ação de aniquilar fontes de resistência, além de o verbo estar conjugado na 3ª pessoa do plural. [B] Correto. O sujeito simples e paciente (“o conflito armado”) concorda com o verbo conjugado na voz passiva analítica (“é movido”). [C] Incorreto. Não há sujeito expresso em relação ao verbo fazer; trata-se de sujeito determinado, porém desinencial ou oculto (3ª pessoa do singular). [D] Incorreto. O verbo “chover” está empregado em sentido metafórico, portanto há sujeito simples (“elogio”). Resposta da questão 2: [D] [A] Incorreto. O verbo “trovejar” é empregado metaforicamente, logo concorda com o sujeito simples “O chefe”. [B] Incorreto. O sujeito simples e determinado (“uma chuva de pétalas”) concorda com o verbo (“tomar”). [C] Incorreto. O sujeito do verbo “amar” é desinencial, uma vez que a concordância é feita na 1ª pessoa do plural. [D] Correto. A locução verbal “poder haver” tem como verbo principal “haver”, impessoal quando sinônimo de “existir”. Resposta da questão 3: [E] A oração “em que vivem” apresenta sujeito oculto, elíptico ou desinencial. Remete ao termo “indivíduos”, referido também no pronome oblíquo “os” da expressão verbal “fazê‐los”. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 4: [B] [A] Incorreto. Não há verbo de ligação, expresso ou subentendido, no enunciado para que haja predicativo do sujeito. [B] Correto. Ao considerar o trecho (“Tua nobre presença à lembrança A grandeza da pátria nos traz”), percebe-se que o verbo, conjugado na 3ª pessoa do singular, deve apresentar como sujeito uma expressão que concorde com ele. Dentre as possibilidades, tanto “tua nobre presença” quanto “a grandeza da pátria” poderiam desempenhar as funções de sujeito simples, porém “Tua nobre presença” vem no início da oração. [C] Incorreto. Objeto indireto requer preposição. [D] Incorreto. Aposto requer explicação de termo antecedente. Resposta da questão 5: [A] [A] Correto. O verbo “trazer”, posposto, exige a preposição “a”; logo, seu complemento apresenta acento indicativo de crase por fundir preposição e artigo feminino. [B] Incorreto. “Traz” é a forma conjugada do verbo “trazer”. [C] Incorreto. O acento indicativo de crase tem emprego obrigatório no contexto. [D] Incorreto. Segundo a norma culta, sujeito não pode ser acompanhado de acento indicativo de crase, uma vez que não apresenta preposição. Resposta da questão 6: a) No contexto, o termo “houvesse” faz parte da locução verbal “houvesse perseguido” e tem como núcleo do sujeito a palavra “incerteza”. No segmento “não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam”, o núcleo do sujeito do verbo “viesse” é “enfiada”. b) Em discurso indireto, a frase teria a seguinte configuração: à porta do Ateneu, meu pai disse-me que eu iria encontrar o mundo. Resposta da questão 7: [B] [A] Incorreto. O sujeito oculto do verbo “Ajude” é o público formado pelo voluntário virtual, o qual não faz parte fisicamente do contexto retratado pela imagem do médico e da criança. [B] Correto. A oposição de advérbios de espaço indica que há dois espaços, o de atuação do Médico sem Fronteiras e o de existência do Voluntário virtual; ambos se relacionam quanto ao apoio à causa retratada.[C] Incorreto. O verbo “espalhar” tem como objeto direto a oração “o que acontece lá”. [D] Incorreto. O demonstrativo faz referência à ajuda de que a Organização necessita. [E] Incorreto. O verbo “acontecer” está conjugado no presente do Indicativo, indicando um fato cotidiano; já o verbo “ajudar” está conjugado no Imperativo afirmativo. Resposta da questão 8: [D] No último quadrinho, vemos o uso do pronome pessoal do caso reto no lugar do pronome pessoal do caso oblíquo. Considerando que “ele” está no lugar do objeto direto da oração, para adequar-se ao registro formal, a pergunta deveria ser reescrita como “Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão?”. Resposta da questão 09: [D] O sujeito desinencial da oração transcrita em [D] na primeira pessoa do plural- “cuidemos (nós)”- permite deduzir que o narrador se intromete de forma explícita na narrativa.