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Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 1 de 6 
EXERCÍCIOS EXTRAS – VERBOS – CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
 1. (EEAR 2019) Assinale a frase com erro de concordância verbal: 
 
a) Que me importavam as questões complexas e extensas? 
b) Nem a mentira nem o dinheiro o aproximaram de seu pai. 
c) Não faltará, para a festa de Ana, pessoas que gostem dela. 
d) Proibiu-se a venda direta e lojas de produtos importados na movimentada avenida. 
 
(UNIFESP/SP - 2019) Para responder à questão a seguir, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto 
Freyre. 
 
Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de 
moças, hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas 
grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores. 
Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de 
teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, 
raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São 
Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-
se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros. 
Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências 
comunistas dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, 
enterraram dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-
grandes acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que 
de manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos aparadores; com almas de senhores 
de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo 
lamentações, indicando lugares com botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores ilicitamente 
se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para guardar. Sucedeu 
muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte súbita do depositário. 
Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de estranhos e desentendidos: 
“Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?” 
Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande 
de Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente 
enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm 
encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na 
Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm 
desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de casa, 
à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou enterrar no 
jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram senhores, os das casas-
grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô, por descobrir que o filho 
mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais velho. 
 
(In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.) 
 
2. (UNIFESP/SP - 2019) A forma verbal destacada deve sua flexão ao termo sublinhado em: 
 
a) “Deu-me lá alguma cousa para guardar?” (2º parágrafo) 
b) “Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte súbita do 
depositário.” (2º parágrafo) 
c) “Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco.” (1º parágrafo) 
d) “os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram dentro de casa as joias e o ouro 
do mesmo modo que os mortos queridos.” (2º parágrafo) 
e) “Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores ilicitamente se haviam apoderado.” (2º parágrafo) 
 
 
 
3. (UFSC/SC - 2018) Leia o texto e responda à questão a seguir. 
 
“Quando você se transformou...” 
“Nisso?! Nessa coisa?” 
“Não foi isso que...” 
“1Há duas maneiras de lidar com o desejo: ou você apaga com o extintor, que é o que as pessoas geralmente fazem, 
ou você deixa o fogo se alastrar. Eu resolvi me incendiar.” 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
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“Mas você tinha um bom emprego...” 
“Um bom emprego? Jornalista? Em Mendoza? É tudo prostituição, meu caro, tudo, uns vendem o corpo, outros a 
cabeça, alguns seu tempo, é tudo putaria [...].” 
 
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 50. 
 
a Considerando o texto, o romance As fantasias eletivas, de Carlos Henrique Schroeder, e o romance Lucíola, de José 
de Alencar, bem como o contexto sócio-histórico e literário, é correto afirmar que: 
 
01) no texto, pode-se perceber o momento da narrativa em que Ratón, retrato do homem que sofre desgraças na vida, 
revela-se homofóbico e preconceituoso em relação à ocupação de Sebastián Hernández. 
02) a exemplo da cortesã Lúcia, protagonista do romance Lucíola, de José de Alencar, Copi ingressa muito jovem na 
prostituição com o propósito de auxiliar no sustento de sua família, que vive na cidade de Mendoza, Argentina. 
04) para a travesti Copi, existe o entendimento amplo acerca da ideia de prostituição, que pode ser encarada como uma 
forma de troca e de favor nas relações interpessoais, não se restringindo ao âmbito sexual. 
08) para a personagem Copi, as fotografias são as fantasias eletivas, antecipadas no título do livro, porque são 
responsáveis por imortalizar o tempo e recortar uma realidade, a da solidão e da singularidade das coisas. 
16) é possível perceber duas experiências em relação à fotografia da menina sentada sobre os trilhos do trem: a do 
sujeito que fotografa (Copi), que descreve suas impressões a Renê antes de fotografar a menina, e a do sujeito 
fotografado (a menina), cuja sensação de ser observada é revelada pelo narrador no final do romance. 
32) os romances As fantasias eletivas e Lucíola abordam a temática da prostituição em centros urbanos e comparam 
dois momentos históricos: o Rio de Janeiro do século XIX e a cidade de “Bregário Camboriú” dos tempos atuais. 
64) em “Há duas maneiras” (ref. 1), o verbo haver tem sentido existencial, podendo ser substituído por “existe” sem ferir 
a norma culta da língua escrita. 
 
 
4. (FUVEST/SP - 2018) Leia o texto. 
 
A complicada arte de ver 
 
 Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela 
me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os 
tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera 
centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. 
Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a 
impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se 
transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... 
Agora, tudo o que vejo me causa espanto." 
 Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes 
Elementares",de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é 
comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água 
com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver". 
 
Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 26/10/2004. Adaptado. 
 
a) Segundo a concepção do autor, como a poesia pode ser entendida? 
 
b) Reescreva o trecho “Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”, substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” 
e empregando a primeira pessoa do plural. Faça as adaptações necessárias. 
 
5. (PUCCAMP/SP - 2018) Palavras do texto inspiraram as frases que seguem, que devem, entretanto, ser consideradas 
independentes dele. A frase que está em concordância com a norma-padrão da língua é: 
 
a) Deviam haver, naquele tempo, uns três ou quatro canais, restrito a uma programação de cinco ou seis horas por dia, 
que passaria, mais tarde a ocupar 24 horas. 
b) Tendo surgido o celular, o que não tardou foram as mudanças de hábitos, entre eles, bastante notável, a falta de 
discrição com que as pessoas conversam, em alta voz, em espaços públicos. 
c) Muitos jovens que não crêm que existiu um mundo sem TV, dificilmente acreditarão que os celulares podem um dia 
não existirem. 
d) Seja quais forem as formas de entretenimento que a TV propicia, todas, possivelmente sem excessão, têm audiência 
garantida, o que mantém a publicidade que paga os custos da programação. 
e) Se jovens se entreterem com filmes de qualidade, existe grandes possibilidades que venham a se interessar por 
outras formas de arte. 
 
 
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6. (FUVEST/SP - 2018) Leia o texto. 
 
 No Brasil colonial, o indissolúvel vínculo do matrimônio, tal como ele era concebido pela Igreja Católica, nem 
sempre terminava com a morte natural de um dos cônjuges. A crise do casamento assumia várias formas: a clausura 
das mulheres, enquanto os maridos continuavam suas vidas; a separação ou a anulação do matrimônio decretadas 
pela Igreja; a transgressão pela bigamia ou mesmo pelo assassínio do cônjuge. 
 
Maria Beatriz Nizza da Silva, História da Família no Brasil Colonial. Adaptado. 
 
a) No texto, que ideia é sintetizada pela palavra “crise”? 
 
b) Reescreva a oração “tal como ele era concebido pela Igreja Católica”, empregando a voz ativa e fazendo as 
adaptações necessárias. 
 
 
7. (FUVEST/SP - 2018) Leia o texto. 
 
 Um tema frequente em culturas variadas é o do desafio à ordem divina, a apropriação do fogo pelos mortais. 
Nos mitos gregos, Prometeu é quem rouba o fogo dos deuses. Diz Vernant que Prometeu representa no Olimpo uma 
vozinha de contestação, espécie de movimento estudantil de maio de 1968. Zeus decide esconder dos homens o fogo, 
antes disponível para todos, mortais e imortais, na copa de certas árvores – os freixos – porque Prometeu tentara tapeá-
lo numa repartição da carne de um touro entre deuses e homens. 
 Na mitologia dos Yanomami, o dono do fogo era o jacaré, que cuidadosamente o escondia dos outros, comendo 
taturanas assadas com sua mulher sapo, sem que ninguém soubesse. Ao resto do povo – animais que naquela época 
eram gente – eles só davam as taturanas cruas. O jacaré costumava esconder o fogo na boca. Os outros decidem fazer 
uma festa para fazê-lo rir e soltar as chamas. Todos fazem coisas engraçadas, mas o jacaré fica firme, no máximo dá 
um sorrisinho. 
 
Betty Mindlin, O fogo e as chamas dos mitos. Revista Estudos Avançados. Adaptado. 
 
a) O emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho”, consideradas no contexto, produz o mesmo efeito de 
sentido nos dois casos? Justifique. 
 
b) Reescreva o trecho “Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir (...). Todos fazem coisas engraçadas”, 
substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto em duas de suas três ocorrências. 
 
 
8. (ESPCEX (AMAN) 2018) Assinale a alternativa em que o emprego do verbo "haver" está correto. 
 
a) Haverá nove dias que ela visitou os pais. 
b) Brigavam à toa, sem que houvessem motivos. 
c) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverão. 
d) Não ligue, caso hajam desavenças entre vocês. 
e) Morávamos ali há quase cinco anos. 
 
 
9. (FMP/BR - 2018) A concordância da forma verbal em destaque está de acordo com a norma-padrão da Língua 
Portuguesa em: 
a) Não basta, na opinião das autoridades, oportunidades de trabalho para o jovem se desenvolver, mas é preciso 
oferecer escolaridade a todos. 
b) Crescem continuamente, de acordo com as estatísticas, os percentuais de comércio nacional e internacional por 
meio da rede. 
c) Acredita-se que a profusão de informações e a amplitude de acesso a elas está forjando uma geração mais 
inteligente. 
d) Consta da programação da Feira Literária Internacional de Paraty vários títulos a serem lançados sobre o escritor 
Lima Barreto. 
e) Contribuíram para o aumento da expectativa de vida da humanidade o crescimento das pesquisas científicas e 
tecnológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
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(UEM/PR - 2018) Leia o texto e responda à questão a seguir. 
 
Ser como todo mundo? 
(Roberto DaMatta*) 
 
Uma palavra resume a crise brasileira: a igualdade. 1Conforme 2tenho salientado no meu trabalho e nesta 
coluna, o Brasil não tem problemas com a desigualdade. Ele 3ama de paixão as hierarquias e as gradações 4que 5estão 
em toda parte. Em nossas leis 6sobram privilégios, penachos, recursos, isenções7... 
Nossa formação nacional teve no escravismo, no patrimonialismo aristocrático e no compadrio das casas-
grandes e nos grandes apartamentos dos “bairros nobres” de nossas cidades o seu centro e razão. Não é fácil ser 
igualitário com essa folha corrida. 
Sempre 8fomos dinamizados 9por elos pessoais oficializados e legais. Nosso projeto de vida funda-se no 
arrumar-se e no “10subir na vida”. Alcançar o baronato — ser alguém —, “11virar famoso” e, do alto da sua celebrização, 
ter direito a fazer tudo sem ser molestado pelo bando de caretas que, infelizmente, não são como nós. 
Saber com certeza quem é quem, 12mapear 13com precisão genealogias familísticas, poder dizer com um riso 
superior — “14conheci Frank Sinatra 15quando ele morava em Hoboken e era um merdinha”16; 17ou, “esse eu conheço!” 
— confirma a nossa ontologia segundo 18a qual “conhecer” ou relacionar-se pessoalmente é um modo de estar num 
mundo ordenado por ricos e pobres, superiores e inferiores, homens e mulheres, brancos e negros, limpos e sujos. O 
modo de navegação social confirma um universo ordenado em camadas e é melhor você estar “por cima”. 
Nossa questão mais angustiante, o que eventualmente nos tira do sério, não é 19saber 20que tudo tem um dono, 
e dele receber ordens. Não21! 22É entrar numa sala 23onde outras pessoas também aguardam na fila, e todos se olham 
com uma ofensiva indiferença porque ninguém sabe quem é quem. 24No Brasil, a igualdade é vivida como uma ofensa 
ou um castigo. 
25O anonimato associado à cidadania nos perturba. Para nós, o maior castigo não é a prisão, é saber que somos 
iguais a todo mundo porque burlamos a lei que foi feita para todos, menos para nós. 26Quando indiciados, viramos 
vítimas de uma maldosa igualdade republicana! No Brasil lido como Estado nacional, somos todos “cidadãos”. Mas no 
Brasil relacional da casa e das 27amizades que nos impedem de dizer não, somos todos parentes e amigos. Não somos 
como todo mundo. 
28Saiu ao pai ou ao avô... Merece a nomeação. Ademais, é afilhado do presidente e tem “pinta” e “jeito” de alto 
funcionário: não vai fazer feio. 
A “29aparência”30. 31Eis um traço merecedor de um tratado de sociologia. Meu mentor harvardiano, Richard 
Moneygrand, dizia que a “32luta das aparências” (e das recomendações e empenhos) é tão ou 33mais importante do que 
a 34luta de classes no Brasil... 
35— Logo vi que era “36gentinha”... 
— Vocêviu o “jeito” dele (ou dela)? Descobri imediatamente quem era pelo modo como ele (ou ela) se sentou, 
comeu e falou. 
37— Você viu a roupa? Notou o sapato? Atinou para a sujeira das unhas? 
38— Eu até que tolero a pobreza, mas não me conformo com falta de limpeza. Um pobre precisa ser limpo. 
39Sobretudo se for preto... 
Nosso inferno não são os “40palácios” onde poucos entram, todos se conhecem e sabem dos seus lugares, 
41mas os espaços abertos. 42Sobretudo quando temos que esperar o sinal para caminhar e sentir como todo mundo! 
43— Eu sei que não sou e jamais vou ser todo mundo! — diz o magistrado do Tribunal Supremo. 
É justo nesse “todo mundo” que jaz, 44como um 45cadáver oculto, o 46nosso problema. 47Pois como ser como 
todo mundo se mamãe nos criou para ser ministro? 48Como ser como todo mundo se a nossa família tem origem nobre? 
49Empobrecemos50, mas “temos berço”. 
Como, então, seguir as normas de urbanidade deste nosso mundo urbano? 
51— Não entro em fila! Não tenho paciência para esperas imbecis. Pago a um criado para tanto. Tenho que 
cuidar do meu projeto político socialista, que é urgente e está atrasado. Como é que eu vou ter tempo para ser como 
os outros? 
A República proclamada sem um viés igualitário 52só tem a perna da liberdade. 53A da 54igualdade que, ao lado 
da fraternidade, 55regularia o seu caminho, nasceu 56atrofiada e até hoje permanece torta. A liberdade de gritar, de 
confrontar, é reveladora. 57Só grita quem pode, e calar é sinal de juízo e respeito. 
58Hoje assistimos às tramas para impedir a realização da igualdade que, para muitos poderosos, foi longe 
demais igualando quem deveria estar acima da lei. 
59— Como ser como todo mundo numa sociedade marcada por privilégios? Qual a fórmula do viver democrático 
e igualitário? 
60Aprenda a dizer não a si mesmo. É nesse abrir-se para ser como todo mundo que está o espírito igualitário. A 
alma da democracia. 
 
*Roberto DaMatta é antropólogo e colunista dos jornais O Estado de São Paulo e O Globo. 
(Texto adaptado do original e disponível em <https://oglobo.globo.com/opiniao/ser-como-todo-mundo-21656782>. Acesso em 30 ago. 2017) 
 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
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Vocabulário 
Ontologia: Parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum 
que é inerente a todos e a cada um dos seres 
(Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010) 
 
 
10. (UEM/PR - 2018) Assinale o que for correto quanto ao emprego de elementos linguísticos no texto. 
 
01) Na referência 3, o verbo “ama” é transitivo indireto, por isso a necessidade da preposição “de”, que liga o 
complemento “paixão” ao vocábulo “ama”. 
02) Na referência 6, a forma verbal “sobram” encontra-se no plural para manter a concordância com o sujeito da 
sentença “Em nossas leis”. 
04) A locução verbal “tenho salientado” (referência 2) remete a um evento iniciado no passado, mas com alcance até o 
presente. 
08) A expressão “com precisão” (referência 13) é equivalente semanticamente a um advérbio de modo, caracterizando 
o processo verbal indicado por “mapear” (referência 12). 
16) A expressão “por elos pessoais oficializados e legais.” (referência 9) exerce função sintática de agente da passiva 
em relação ao processo verbal “fomos dinamizados” (referência 8). 
 
 
 
(UNESP/SP - 2018) Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão a seguir. 
 
Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes 
caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e 
banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde 
serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou 
conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre 
para dar mais acidez; giz ao leite; 1terebintina ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais 
verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. 
O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, 
se não mais seguro para comer, mais belo para olhar. 
Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o 
varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam 
novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas 
damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e 
roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”? 
O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett 
definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, 2alume e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo 
para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre 
a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente 
em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns 
padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento 
dos vivos”. 
 
(Em casa, 2011. Adaptado.) 
_______________________________ 
1terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc. 
2alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel, porcelana, 
na purificação de água, na clarificação de açúcar etc. 
 
 
11. (UNESP/SP - 2018) “O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante” (1º parágrafo) 
 
a Preservando-se a correção gramatical e o seu sentido original, essa oração pode ser reescrita na forma: 
 
a) Adicionava-se o acetato de chumbo às bebidas como adoçante. 
b) Adiciona-se o acetato de chumbo às bebidas como adoçantes. 
c) Eram adicionadas às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. 
d) Adicionam-se às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. 
e) Adicionavam-se às bebidas como adoçante o acetato de chumbo. 
 
 
 
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12. (FGV/SP - 2017) Leia o texto. 
 
(...) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de 
Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui 
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce 
que chovia – peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis 
da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: – “Vós, que o 
conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de 
um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens 
escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas 
entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado”. 
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. E foi assim que cheguei à cláusula 
dos meus dias; foi assim que me encaminhei para o undiscovered country de Hamlet, sem as ânsias nem as dúvidas 
do moço príncipe, mas pausado e trôpego como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido. 
 
Machadode Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. 
 
a) Identifique uma expressão do texto por meio da qual o narrador manifesta sua ironia. Justifique. 
 
 
b) Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda 
irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. 
Reescreva esse trecho, fazendo as modificações necessárias, de acordo com as seguintes instruções: 
- substitua “vós” por “vocês”; 
- mantenha os verbos no mesmo modo e tempo; 
- substitua as palavras sublinhadas por sinônimos adequados ao contexto. 
 
13. (ACAFE/SC - 2017) Assinale a frase em que o(s) verbo(s) concorda(m) com o sujeito em pessoa e número. 
 
a) Assim que se concluiu a apuração dos votos, verificou-se que do eleitorado votaram em branco ou anularam o 
voto. 
b) Com toda certeza, algumas coisas erradas haviam, sobretudo diante de algumas indagações que se fazia diante dos 
resultados inesperados. 
c) Para diversas obras importantes em Santa Catarina destinou-se recursos no próximo orçamento, mas penso que os 
recursos não deve chegar a tempo de serem concluídas no até 2018. 
d) Não se faz mais brincadeiras como no meu tempo de guri; hoje em dia, o que mais se vê é crianças trancadas em 
casa brincando de videogame, acessando smartphone ou vendo TV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_________________________________________ 
 
Gabarito: 
 
1: [C] 2: [B] 3: 04 + 16 + 32 = 52. 
5: [B] 8: [A] 9: [B] 
10: 04 + 08 + 16 = 28. 11: [A] 13: [A] 
 
2 3

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