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Anatomia Nervos

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE MOÇAMBIQUE
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA GERAL
Nervos Cranianos
Nome: Waznabanú Mamudmiã
Código: 20211039 Turma: A
Dr. Estêvão Júlio
Maputo
Outubro de 2023
ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 03
2.OBJECTIVOS ..................................................................................................................... 04
2.1.Geral ................................................................................................................................. 04
2.2.Específicos ....................................................................................................................... 04
3.METODOLOGIA ............................................................................................................... 05
4.NERVOS CRANIANOS ..................................................................................................... 06
4.1.Classificação ..................................................................................................................... 06
4.2.Nervo Olfatório (1º Par) ................................................................................................... 06
4.3.Nervo Óptico (2º Par) ....................................................................................................... 08
4.4.Nervo Óculo-motor (3º Par) ............................................................................................. 11
4.5.Nervo Troclear/ Patético (4º Par) ..................................................................................... 14
4.6.Nervo Trigêmio (5º Par) ................................................................................................... 16
4.7.Nervo Abducente (6º Par) ................................................................................................ 18
4.8.Nervo Facial e Intermediário (7º Par) .............................................................................. 20
4.9.Nervo Auditivo (Vestibulo-coclear) (8º Par) ................................................................... 23
4.10.Nervo Glosso-faríngeo (9º Par) ...................................................................................... 25
4.11.Nervo Vago ou Pneumogástrico (10º Par) ..................................................................... 27
4.12.Nervo Acessório (11º Par) .............................................................................................. 31
4.13.Nervo Hipoglosso (12º Par) ........................................................................................... 34
5.CONCLUSÃO .................................................................................................................... 37
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 38
1.INTRODUÇÃO
O sistema nervoso tem duas divisões principais, o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC consiste no encéfalo e na medula espinal, e contém a maioria dos corpos celulares neuronais. O SNP inclui todo o tecido nervoso fora do sistema nervoso central, e é subdividido em nervos cranianos e espinais, o sistema nervoso autônomo (SNA) periférico (incluindo o sistema nervoso entérico da parede do tubo digestório, SNE) e os sentidos especiais (paladar, olfato, visão, audição e equilíbrio). O encéfalo e a medula espinal se comunicam com o restante do corpo pelos nervos cranianos e pelos nervos espinais, respectivamente. Esses nervos contêm fibras (axônios) aferentes que trazem informações de receptores sensoriais até a SNC e fibras eferentes que levam instruções da SNC aos órgãos efectores periféricos.
2.OBJECTIVOS
Dentre os objectivos deste trabalho destacam-se:
2.1.Geral
· Descrever os diferentes nervos cranianos.
2.2.Específicos 
· Mencionar a origem de cada par de nervos cranianos;
· Identificar a função;
· Explicar o trajecto e suas relações anatómicas;
· Relacionar com a parte clínica.
3.METODOLOGIA
A pesquisa realizada neste trabalho é de natureza básica ou fundamental, isto é, buscou construir novos conhecimentos sobre o tema, usando um objectivo explicativo, de modo que, descrevesse e explicasse sobre os nervos cranianos.
Aborda o assunto de forma qualitativa, a fim de obter resultados subjectivos, com base em conhecimentos teóricos sobre o assunto, usando como procedimento ou técnica de colecta de dados uma pesquisa bibliográfica, isto é, os dados colectados no presente trabalho foram baseados em livros.
4.NERVOS CRANIANOS
Os nervos cranianos foram estudados por Galeno (II século AD) que descreveu sete pares. Posteriormente, Thomas Willis (1664) enumerou nove pares e, finalmente, Soemmering (1778), estabeleceu os doze pares de nervos cranianos. Os doze pares de nervos cranianos têm conexões bilaterais no encéfalo e recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal.
4.1.Classificação
Os nervos podem ser classificado quanto à função das fibras nervosas em: nervos sensitivos (aqueles que estão envolvidos com a sensibilidade); nervos motores (aqueles que estão envolvidos com a motricidade); e nervos mistos (aqueles que possuem os componentes sensitivo e motor).
	Número
	Nome
	Classificação
	1º Par
	Nervo Olfatório
	Sensorial
	2º Par
	Nervo Óptico
	Sensorial
	3º Par
	Nervo Óculo-motor
	Motor
	4º Par
	Nervo Troclear/ Patético
	Motor
	5º Par
	Nervo Trigêmio
	Misto
	6º Par
	Nervo Abducente
	Motor
	7º Par
	Nervo Facial e Intermediário
	Misto
	8º Par
	Nervo Auditivo (Vestibulo-coclear)
	Sensorial
	9º Par
	Nervo Glosso-faríngeo
	Misto
	10º Par
	Nervo Vago ou Pneumogástrico
	Misto
	11º Par
	Nervo Acessório
	Motor
	12º Par
	Nervo Hipoglosso
	Motor
4.2.Nervo Olfatório (1º Par)
Origem
Origina-se de células nervosas localizadas na mucosa olfatória que reveste a porção superior das paredes laterais e mediais das cavidades nasais, desde a placa cribiforme do osso etmoide até um plano horizontal tangente à borda inferior do corneto nasal superior. Em conjunto, essas células constituem um gânglio estendido, comparável a um gânglio espinhal. Elas são células bipolares. 
Função
Olfacto.
Trajecto e Relações anatómicas 
Os feixes de nervos olfatórios percorrem profundamente a mucosa olfatória, aplicados contra a parede óssea, onde deixam sulcos finos e convergem na lâmina cribiforme do etmoide. Na face inferior da lâmina cribiforme, os ramos laterais do nervo olfatório que vêm da parede lateral das cavidades nasais são de 12 a 20, enquanto os ramos mediais que vêm do septo são um pouco menos numerosos, sendo descritos de 12 a 16. Todos esses ramos atravessam os orifícios da lâmina cribiforme e alcançam a face inferior do bulbo olfatório. Os ramos dos nervos olfatórios estabelecem relações diferentes com as meninges em comparação com outros nervos cranianos. A pia-máter forma uma bainha conjuntiva ao redor de cada feixe olfatório, constituindo seu neurilema. A aracnoide fixa-se no contorno dos orifícios da lâmina cribiforme, mas o tecido subaracnoideo se estende profundamente a essa lâmina ao redor dos ramos nervosos até sua origem. A dura-máter se divide na altura dos orifícios da lâmina cribiforme em duas camadas: uma se mistura com o periósteo e outra penetra nas cavidades nasais ao redor dos ramos nervosos, formando uma bainha separada da cobertura de pia-máter.
Avaliação
É solicitado ao paciente para fechar os olhos, ocluir uma das narinas e inspirar profundamente. São utilizados odores como café, baunilha e hortelã.
Aplicação clínica 
· Anosmia é a designação que se dá à ausência de olfato. 
· Parosmia corresponde às alterações do odor, sendo a cacosmia, odor desagradável ou fétido, a forma mais comum. As patologias que mais frequentemente cursam com alterações do odor são as rinites alérgicas ou infecciosas,os traumatismos cranioencefálicos com lesão da lâmina crivosa do etmoide, os tumores do lobo temporal, os processos infecciosos crônicos e as doenças psiquiátricas. 
Ocasionalmente, a anosmia ou hiposmia (diminuição da capacidade olfativa) podem anteceder os sintomas e sinais típicos da doença de Parkinson e de outras doenças degenerativas.
 Figura 1- Esquema do Nervo Olfatório
4.3.Nervo Óptico (2º Par)
Origem 
É composto por fibras nervosas que se originam das células ganglionares da retina. Todas essas fibras convergem para o disco óptico, atravessam a coroide e a esclera, e emergem do globo ocular como um cordão volumoso chamado nervo óptico.
Função
Visão.
Trajecto e Relações anatómicas 
O nervo óptico se desprende do globo ocular. A partir desse ponto, segue um trajecto medial e se dirige ao quiasma óptico. Na órbita, o nervo óptico ocupa o eixo do cone musculotendinoso formado pelos músculos retos do olho e suas expansões tendinosas. Ele descreve duas sinuosidades de amplo raio: uma anterior, com concavidade lateral; e outra posterior, com concavidade medial. Essas sinuosidades evitam o esticamento do nervo óptico durante os movimentos do globo ocular. 
O nervo se relaciona: a) com o corpo adiposo da órbita; b) com a artéria oftálmica, que cruza primeiro sua face lateral e depois sua face superior; c) com as veias oftálmicas, que passam uma acima e outra abaixo do nervo; d) com os nervos nasociliar, oculomotor e abducente; e) com o gânglio ciliar situado em sua face lateral; e f) com os vasos e nervos ciliares.
No ápice da órbita, o nervo é cercado pelas origens dos músculos retos do olho e depois penetra no canal óptico. No canal óptico, o nervo óptico adere às paredes do canal por meio de sua bainha de dura-máter. Nesse canal, ele se relaciona com a artéria oftálmica, que percorre ao longo da parte lateral de sua face inferior.
Na cavidade craniana, o nervo óptico se achatara gradualmente de cima para baixo até chegar ao quiasma óptico. Essa porção intra craniana se relaciona: inferiormente com o diafragma da sela; superiormente com a substância perfurada anterior, a artéria cerebral anterior e a estria olfatória medial; lateralmente com a extremidade terminal da artéria carótida interna e a origem de seus ramos terminais. 
Avaliação
São realizados testes de acuidade visual, campos visuais, fundoscopia e reacção pupilar à luz.
Aplicação clínica
As lesões das vias ópticas causam alterações visuais específicas, possibilitando uma localização da patologia de forma precisa. 
As lesões do nervo óptico causam diminuição ou ausência unilateral da visão do olho comprometido. Nesse caso, as principais patologias encontradas são: seção traumática do nervo óptico, neurite retrobulbar e tumores como os gliomas do nervo óptico. 
Lesões do quiasma óptico têm como sintomatologia a hemianopsia heterônima ou perda da visão nos campos temporais bilateralmente. As principais causas são os tumores da hipófise e os da região suprasselar, como os craniofaringiomas, os adenomas e os meningiomas, e dilatações do terceiro ventrículo que ocorrem em hidrocefalias. 
As lesões do trato óptico, do corpo geniculado lateral, das radiações ópticas ou do córtex cerebral visual produzem, quando completas, as hemianopsias homônimas, ou perda da visão em um lado dos dois campos visuais. As patologias mais comuns são os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos, os traumatismos cranianos e os tumores.
 Figura 2- Esquema da Via Óptica
4.4.Nervo Óculo-motor (3º Par)
Origem real e aparente
Ele se origina de um núcleo localizado ao nível do colículo superior, na parte anterolateral da substância cinzenta que circunda o aqueduto mesencefálico. A porção anterior do núcleo fornece fibras para os músculos elevador da pálpebra superior e reto superior; a porção média, para o músculo reto medial; a porção posterior, para os músculos oblíquo inferior e reto inferior.
Todas essas fibras se reúnem em delicados feixes radiculares que atravessam o tegumento mesencefálico e saem do sistema nervoso central seguindo duas linhas de emergência: uma linha medial, ao longo da fenda que separa o pedúnculo cerebral da substância perfurada posterior; outra linha lateral, correspondente à parte medial do pedúnculo.Os feixes radiculares se unem logo em seguida em um tronco comum, o nervo oculomotor.
Função
Movimento dos olhos, constrição pupilar, acomodação e abertura das pálpebras.
Trajecto
O nervo, a partir do pedúnculo, se dirige inicialmente anteriormente, lateralmente e um pouco superiormente, passando ao lado da apófise clinóide posterior. Em seguida, o nervo penetra na parede superior, triangular, do seio cavernoso. Depois, percorre de posterior a anterior na espessura da parede lateral do seio, até a parte medial da fissura orbitária superior, onde se divide em dois ramos terminais. 
Relações anatómicas 
Desde sua origem até a parede do seio cavernoso, o nervo oculomotor atravessa o tecido subaracnoideo, a aracnoide e o espaço supraaracnoideo. Na parede lateral do seio cavernoso, o nervo oculomotor está localizado na lâmina fibrosa profunda que separa as porções superficial e profunda do seio cavernoso. Inicialmente, é superior aos nervos troclear e oftálmico, mas próximo à extremidade anterior do seio, o nervo troclear, assim como os ramos frontal e lacrimal do nervo oftálmico, cruzam e passam lateralmente a ele.
Ramos
O nervo oculomotor se divide ao atravessar a extremidade medial da fissura orbitária superior em dois ramos terminais. O ramo superior se dirige para cima, cruzando a face lateral do nervo óptico, e se divide em dois ramos. Um ramo penetra na parte posterior profunda do músculo reto superior, enquanto o outro atravessa a borda medial desse músculo e penetra no músculo elevador da pálpebra superior. O ramo inferior, volumoso mas curto, se divide em três ramos. O ramo do músculo reto inferior penetra nesse músculo perto de sua extremidade posterior. O ramo do músculo reto medial termina no músculo reto medial. Por fim, o ramo do músculo oblíquo inferior alcança a borda posterior desse músculo abaixo do globo ocular. Desse último ramo se desprende um filamento curto e fino, que termina no gânglio ciliar e inerva as fibras circulares do músculo ciliar e o esfíncter da pupila por meio dos nervos ciliares curtos. 
Avaliação
Solicita-se ao paciente que acompanhe com o olhar o dedo do examinador ou um alvo próximo à uma distância aproximada de um braço do paciente que é movido em um padrão típico de H. É pedido ao paciente para olhar fixamente o nariz do examinador enquanto as duas mão do examinador são colocadas em uma posição média entre o paciente e o examinador, o exeminador move uma das mãos enquanto o paciente olha para seu nariz, a seguir o paciente é orientado a olhar para a mão em movimento e depois voltar a olhar o nariz do examinador.
Aplicação clínica 
A lesão completa do nervo oculomotor produz a lateralização do globo ocular, associada a uma ausência da elevação da pálpebra, chamada ptose palpebral, e midríase, ou dilatação da pupila. Esse conjunto de sinais é conhecido como oftalmoplegia. As causas mais comuns são as compressões por aneurismas, ou dilatações localizadas, das artérias carótida interna e comunicante posterior, e por tumores. As doenças desmielinizantes e os acidentes vasculares mesencefálicos podem lesar os núcleos ou fibras do nervo oculomotor. Nos casos de hipertensão intracraniana, que pode ser causada por diferentes factores, existe a possibilidade de ocorrer uma hérnia cerebral pela borda livre do tentório e compressão do nervo oculomotor, provocando a midríase. Esse sinal é pesquisado em pacientes em estado de coma, como, por exemplo, nos traumatismos cranianos, pois corresponde a um sinal de gravidade. O reflexo fotomotor ocorre quando a luz incide sobre o olho e, da retina, um estímulo pelo nervo óptico vai passar pelo quiasma e trato ópticos dirigindo-se, sem fazer sinapse, ao corpo geniculado lateral, pelo braçodo colículo superior à área pré-tectal. A via eferente desse reflexo se origina da conexão no núcleo de Edinger-Westphal que envia fibras pelo nervo oculomotor, as quais, após sinapse no gânglio ciliar, vão provocar a contração do músculo esfíncter pupilar da íris, causando miose. Esse reflexo é muito importante para a regulação da intensidade de luz que penetra pela pupila. Quando há muita claridade, ocorre miose, e, ao contrário, no escuro, ocorre midríase. O reflexo consensual corresponde ao reflexo fotomotor de forma bilateral. É pesquisado ao se estimular com luz um olho para a obtenção da resposta (miose) no olho contralateral. O estímulo cruza a linha média pelo quiasma óptico e pela comissura posterior, local de associação entre a área tectal, de um lado, e o núcleo de Edinger-Westphal, do outro.
 Figura 3 - Esquemas dos Nervos Oculomotor, Troclear e Abducente
4.5.Nervo Troclear/ Patético (4º Par)
Origem real e aparente
Tem sua origem em um núcleo localizado inferiormente e na extensão do núcleo do nervo oculomotor. Ele se cruza na linha média com o do lado oposto e sai do sistema nervoso central em ambos os lados do frenulo do véu medular superior.
Função
Movimento dos olhos.
Trajecto 
O nervo troclear se dirige lateral e anteriormente, contornando primeiro os pedúnculos cerebelares superiores e depois o pedúnculo cerebral. Assim, o nervo chega à base do crânio e penetra na parede do seio cavernoso, posterior e lateralmente ao nervo oculomotor, na altura do ângulo formado pela interseção das duas circunferências da tenda do cerebelo. Em seguida, ele se dirige de posterior para anterior pela parede lateral do seio cavernoso, atravessa a fissura orbitária superior e penetra na órbita.
Relações anatómicas 
O nervo troclear passa pelo tecido subaracnoideo e apresenta as mesmas relações com as meninges que o nervo oculomotor.
Na parede lateral do seio cavernoso, no início, o nervo está situado abaixo do nervo oculomotor e acima do nervo oftálmico. Perto da extremidade anterior do seio, o nervo troclear cruza o nervo oculomotor e se posiciona acima e lateral a ele.
Na fissura orbitária superior, o nervo troclear está localizado na porção medial larga dessa fissura, lateral ao anel tendinoso comum dos músculos extrínsecos do globo ocular e medial ao nervo frontal.
Na órbita, o nervo troclear se dirige anterior e medialmente sob o teto da órbita. Ele cruza a face superior do músculo elevador da pálpebra superior e penetra na borda superior do músculo oblíquo superior, perto da extremidade posterior desse músculo.
Avaliação
Solicita-se ao paciente que acompanhe com o olhar o dedo do examinador ou um alvo próximo à uma distância aproximada de um braço do paciente que é movido em um padrão típico de H. É pedido ao paciente para olhar fixamente o nariz do examinador enquanto as duas mão do examinador são colocadas em uma posição média entre o paciente e o examinador, o exeminador move uma das mãos enquanto o paciente olha para seu nariz, a seguir o paciente é orientado a olhar para a mão em movimento e depois voltar a olhar o nariz do examinador.
Aplicação clínica 
As lesões do nervo troclear podem ocorrer nos processos isquêmicos ou hemorrágicos dos pedúnculos cerebrais. A sintomatologia atém-se apenas a uma diplopia, isto é, visão dupla, de objetos situados medial e inferiormente. Dificuldades para descer escadas pela diplopia causada no olhar inferior e medial são sinais frequentes das lesões do nervo troclear.
 Figura 4- Esquema do Nervo Trigêmio
4.6.Nervo Trigêmio (5º Par)
Origem real
Sensitiva- Gânglio trigeminal de Gasser.
Motora- Núcleos mastigadores.
Origem aparente
As duas raízes emergem da ponte na fronteira entre sua face inferior e os pedúnculos cerebelares médios. A raiz motora, que é consideravelmente menor do que a raiz sensitiva, emerge do sistema nervoso central medialmente à raiz sensitiva, próxima à sua borda superior.
Função
Sensibilidade facial e mastigação.
Trajecto e relações anatómicas
Desde sua origem aparente, as duas raízes do nervo trigêmeo se dirigem superior, anterior e lateralmente, entre o pedúnculo cerebelar médio e a face posterossuperior da porção petrosa do osso temporal. Elas penetram na cavidade trigeminal por meio de um orifício relativamente grande, localizado entre o bordo superior da porção petrosa do osso temporal, que apresenta uma concavidade nessa altura, e a circunferência maior da tenda do cerebelo, que contém o seio petroso superior.
Ramos 
É dividido em 3 ramos que apresentam ramos terminais:
Ramo oftálmico (V1): É responsável pelas sensações na testa, olhos e nariz.
Ramo maxilar (V2): Responsável pelas sensações na bochecha, parte superior da boca e nariz.
Ramo mandibular (V3): Controla os músculos da mastigação e transmite sensações na mandíbula e parte inferior da boca.
· Nervo Oftálmico
- Nervo nasociliar 
- Nervo frontal
- Nervo lacrimal
· Nervo Maxilar
- Ramo meníngeo 
- Ramo zigomático
- Nervo esfeno-palatino
- Nervo alveolar superior posterior
- Nervo alveolar superior medio 
- Nervo alveolar superior anterior
- Nervo infraorbitário
· Nervo Mandibular
- Nervo temporal profundo anterior
- Nervo bucal
- Nervo temporal profundo medio 
- Nervo temporal profundo posterior 
- Nervo masseterino
- Nervo do músculo pterigóideo interno
- Nervo do músculo pterigóideo externo
- Nervo do músculo tensor do tímpano
- Nervo aurículo-temporal (S) 
- Nervo lingual (S) 
- Nervo Alveolar inferior
Avaliação
É feita a palpação da face, avaliação da abertura e fechamento da boca.
Aplicação clínica 
As perdas de diferentes formas de sensibilidade, como tacto, dor, pressão e temperatura, em todo o território de distribuição do nervo, indicam lesão anterior ao gânglio, do próprio gânglio ou da raiz sensorial. As principais causas são os traumatismos ou os tumores da base do crânio e as meningites crônicas. A perda de todas as formas de sensibilidade de um ou mais ramos principais indica lesão individualizada; como, por exemplo, a compressão do ramo oftálmico no seio cavernoso por um aneurisma carotídeo ou na fissura orbitária por um tumor. Também pode indicar lesão parcial do gânglio trigeminal, como na neurite por herpes-zóster. Cavidades existentes na medula espinal alta e no bulbo podem provocar alterações da sensibilidade dolorosa e térmica por lesão no núcleo do trato espinal do trigêmeo. Uma dor muito intensa no trajecto de um ou mais ramos do nervo trigêmeo, chamada de neuralgia do trigêmeo, pode ser confundida com dores de dente. A neuralgia do trigêmeo é unilateral, acomete a face e pode ser desencadeada por estímulos simples como se alimentar, fazer a barba ou até mesmo lavar o rosto. Os analgésicos comuns em geral não produzem efeito. A etiologia dessas dores pode ser um tumor, uma compressão vascular ou uma doença desmielinizante, como a esclerose múltipla, mas, na maioria das vezes, é considerada essencial ou idiopática, isto é, sem causa definida. O reflexo mentoniano corresponde ao fechamento da boca ao se percutir com um martelo de reflexos o mento. A via aferente passa pelo ramo mandibular do nervo trigêmeo, até o núcleo do trato mesencefálico do trigêmeo. A via eferente se dirige também pelo ramo mandibular, com origem no núcleo motor (mastigatório) do trigêmeo, causando contração dos músculos da mastigação. É um reflexo importante durante o acto da mastigação e para que a boca se mantenha fechada. 
4.7.Nervo Abducente (6º Par)
Origem real e aparente
O nervo abducente tem sua origem em um núcleo pontino localizado na fossa rombóide ou assoalho do quarto ventrículo, à altura do colículo facial. Ele atravessa o bulbo de trás para frente e emerge do sistema nervoso central pelo sulco bulbopontino, acima da pirâmide.
Função
Movimento dos olhos.
Trajecto 
Desde sua origem aparente, o nervo abducente segue uma direção anterior, lateral e superior, penetrando no seio cavernoso, o qual percorre de trás para frente, e entra na órbita através da fissura orbital superior.
Relações anatómicas 
Desde suaorigem até a parede do seio cavernoso, o nervo abducente percorre uma extensão da pia-máter que, ao formar seu neurilema, atravessa o tecido subaracnoideo entre a ponte e o clivus. Ele atravessa a aracnoide, o espaço subaracnoideo e a dura-máter, chegando um pouco abaixo da parede posterior do seio cavernoso, próximo à fissura petrooccipital. Dentro dessa membrana, o nervo toma uma direção obliqua superior, lateralmente, cruzando a face posterior e depois a borda superior da porção petrosa do osso temporal perto de seu vértice, passando medialmente ao seio petroso superior e inferiormente ao ligamento petroesfenoidal. Este ligamento se estende do vértice da porção petrosa do osso temporal até a borda lateral do dorso da sela esfenoidal. O nervo abducente então entra no seio cavernoso.
Dentro do seio cavernoso, o nervo muitas vezes está livre no canal venoso, posicionando-se entre a artéria carótida interna e a parede lateral do seio. Anteriormente ao seio cavernoso, o nervo abducente passa pela parte larga da fissura orbital superior, atravessa o anel tendinoso comum dos músculos extrínsecos do globo ocular e termina no músculo reto lateral, próximo à extremidade posterior desse músculo.
Avaliação
Solicita-se ao paciente que acompanhe com o olhar o dedo do examinador ou um alvo próximo à uma distância aproximada de um braço do paciente que é movido em um padrão típico de H. É pedido ao paciente para olhar fixamente o nariz do examinador enquanto as duas mão do examinador são colocadas em uma posição média entre o paciente e o examinador, o exeminador move uma das mãos enquanto o paciente olha para seu nariz, a seguir o paciente é orientado a olhar para a mão em movimento e depois voltar a olhar o nariz do examinador.
Aplicação clínica 
As lesões do nervo abducente impossibilitam a lateralização do olho, causando um estrabismo convergente e diplopia durante a mirada lateral do globo ocular lesado. As principais causas dessa sintomatologia são os traumatismos, os tumores, a hipertensão intracraniana, entre várias outras patologias.
4.8.Nervo Facial e Intermediário (7º Par)
Origem real e aparente
A raiz motora do nervo facial tem origem no núcleo do nervo facial, localizado na substância cinzenta da ponte. Ela emerge pela parte lateral do sulco bulbopontino, dentro da substância reticular do sistema nervoso central. As fibras vegetativas originam-se em dois núcleos localizados posteriormente ao núcleo motor, conhecidos como núcleos parassimpáticos do nervo facial.
A raiz sensitiva do nervo facial tem origem no gânglio geniculado, que está localizado no trajeto do nervo facial. As extensões celulares das células do gânglio geniculado constituem as fibras sensitivas do nervo intermédio. Essas fibras penetram no sistema nervoso central à altura do sulco bulbopontino, lateralmente ao nervo facial e medialmente ao nervo vestibulococlear, e terminam finalmente na parte superior do núcleo do trato solitário.
Função
Movimentos faciais, lacrimejo, salivação, oclusão da pálpebra, reflexo auditivo, salivação.
Trajecto
A partir do sulco bulbopontino, as raízes do nervo facial se dirigem lateral, anterior e superiormente, penetrando no conduto auditivo interno. Quando chegam ao fundo deste canal, as duas raízes entram no conduto facial e o percorrem em toda a sua extensão. O nervo facial, assim como o conduto, possui 3 segmentos distintos. Ao sair da porção petrosa do osso temporal, o nervo facial penetra na glândula parótida, onde se divide em seus ramos terminais.
Ramos colaterais
Intrapetrosos: 
· Nervo grande petroso superficial 
· Nervo pequeno petroso superficial 
· Nervo estapédio 
· Nervo corda do timpano 
· Ramo sensitivo do Conduto Auditivo Externo
Extrapetrosos
· Ansa de Haller 
· Nervo auricular posterior
· Ramo do músculo estilo-hioideo e ventre posterior do digástrico 
· Ramo lingual 
Ramos terminais
· Tronco temporo-facial
· Tronco cervico-facial
Avaliação
O examinador pode pedir para o paciente sorrir, franzir os lábios, fechamento forçado dos olhos, elevar as sobrancelhas, dilatação das bochechas enquanto o examinador traciona qualquer um dos músculos que está sendo testado para o lado oposto. Percepção de gosto conhecido pelo paciente.
Aplicação clínica 
Como o nervo facial é responsável pela inervação motora dos músculos da mímica, o principal sintoma de sua lesão, seja central ou periférica, envolve uma paresia ou plegia desses músculos, cujo exame minucioso nos fornece a localização do ponto de lesão do nervo facial. As lesões situadas entre o córtex cerebral e o núcleo do nervo facial, este localizado na ponte, provocam uma paresia ou paralisia do andar inferior da hemiface contralateral à lesão, como é frequente observarmos nos acidentes vasculares cerebrais, processos expansivos intracranianos e doenças desmielinizantes. Nesses casos, essa situação é denominada paralisia facial central ou paralisia do neurônio motor superior. Entretanto, se a lesão ocorre no trajeto do nervo facial ou no seu núcleo, haverá uma paresia ou paralisia de toda a hemiface homolateral à lesão. Há incapacidade do fechamento da pálpebra, ausência do reflexo corneano, sensibilidade auditiva aumentada (hiperacusia) e perda da sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua, no lado afetado. Tal situação é denominada paralisia facial periférica ou paralisia do neurônio motor inferior, frequentemente encontrada na paralisia de Bell (neurite facial idiopática), traumatismo da mandíbula, da parótida e da parte petrosa do osso temporal, infecção e cirurgias da orelha média, patologias tumorais ou vasculares da ponte, tumores do ângulo pontocerebelar e da parótida. Em alguns casos especiais, como na síndrome de Guillain-Barré, atrofia muscular progressiva e lesões do tronco do encéfalo, pode ocorrer paralisia facial periférica bilateral ou, ainda, paralisia facial central bilateral (paralisia pseudobulbar), como nas doenças cerebrovasculares difusas. 
Alguns reflexos relacionados ao nervo facial são importantes em clínica médica. O reflexo corneopalpebral ocorre pelo estímulo, com um algodão, por exemplo, na córnea do paciente, provocando como resposta o fechamento dos dois olhos. A via aferente depende do ramo oftálmico do nervo trigêmeo, e a via eferente, do nervo facial. Esse reflexo é necessário para proteção do olho contra corpos estranhos; e, com a sua abolição, pode ocorrer úlcera de córnea. Sendo um dos últimos reflexos a desaparecer antes da morte encefálica, é frequentemente utilizado no exame de pacientes em estado de coma. O reflexo lacrimal é semelhante, mas, como resposta, obtém-se o lacrimejamento. A via aferente é o ramo oftálmico do nervo trigêmeo, e a via eferente, o ramo intermédio do nervo facial, com origem no núcleo lacrimal e conexão no gânglio pterigopalatino. Sua função é limpar a córnea com lágrimas, para protegê-la contra corpos estranhos. O reflexo de piscar corresponde ao fechamento palpebral quando algum objeto se dirige ao olho, sendo também um mecanismo de proteção contra corpos estranhos.
 Figura 5 - Esquema do Nervo Facial
4.9.Nervo Auditivo (Vestibulo-coclear) (8º Par)
Origem real
As duas partes do nervo vestibulococlear têm sua origem real em gânglios periféricos análogos aos gânglios espinhais. O gânglio de origem do nervo coclear é chamado de gânglio coclear ou gânglio espiral (de Corti). O gânglio de origem do nervo vestibular é chamado de gânglio vestibular (de Scarpa).
Origem aparente
O nervo vestibulococlear penetra na ponte pelo lado lateral do sulco bulbopontino, lateralmente aos nervos facial e intermédio.
Função
Audição e equilíbrio.
Trajecto e Relações anatómicas 
O nervo vestibulococlear, formado pela fusão dos nervos coclear e vestibular, estende-se desde o fundo do conduto auditivo interno até a porção lateral do sulco bulbopontino. Ao longo desse trajeto, o nervo vestibulococlear apresenta relações com as meninges e os nervos intermédio e facial.
Avaliação
Uso de diapasão, sussurrar um número na orelha do paciente e solicitar que ele repita, Testede Weber, Teste de Fukuda, Teste de impulso da cabeça.
Aplicação clínica 
As lesões das vias auditivas causam surdez ou alterações de percepção dos sons. As doenças que acometem a orelha externa, a orelha média e a tuba auditiva (surdez de condução) não são neurológicas, podendo, no máximo, associar-se a infecções e tumores semelhantes de localização intracraniana. De modo diverso ocorre nas seguintes doenças: (a) que acometem a cóclea, como a doença de Méniere, trombose da artéria auditiva interna, otosclerose, exposição prolongada a ruídos intensos, surdez por fármacos ou medicamentos; (b) que acometem o nervo coclear, como as neurites infecciosas ou tóxicas, processos degenerativos, meningites, traumatismos e tumores do ângulo pontocerebelar; e (c) que afetam o tronco do encéfalo, como as lesões vasculares ou tumorais pontinas e lesões desmielinizantes. Esses 3 tipos de afecções são responsáveis pela surdez de percepção.
Os distúrbios vestibulares espontâneos (sensação nauseosa, síndrome vertiginosa, nistagmo, tonturas, desequilíbrio) têm várias causas determinantes. Nas lesões labirínticas, as mais frequentes são: a doença de Méniere, a síndrome vertiginosa aguda (labirintite aguda), a ação tóxica dos fármacos, medicamentos e substâncias nocivas e a sensação nauseosa do movimento. Nas lesões do nervo vestibular, repetem-se as causas da surdez de percepção e também a neuronite vestibular.
 Figura 6 - Esquema do Nervo Vestibulococlear
4.10.Nervo Glosso-faríngeo (9º Par)
Origem real
As fibras motoras têm origem no bulbo, a partir de células localizadas na parte superior do núcleo ambíguo. As fibras sensitivas têm origem em dois gânglios localizados no trajeto do nervo glossofaríngeo, à altura do forâmen jugular.
Origem aparente
As fibras motoras e sensitivas saem misturadas do bulbo pela parte superior do sulco posterolateral, acima do nervo vago e abaixo do nervo vestibulococlear. Esse processo de emergência envolve cinco a seis pequenos filetes radiculares que se unem rapidamente em um único cordão nervoso, que é o nervo glossofaríngeo.
Função
Paladar e sensibilidade no 1/3 posterior da lingua, elevação da laringe/ faringe.
Trajecto 
A partir do bulbo, o nervo glossofaríngeo se dirige anterior e lateralmente e emerge do crânio através do forâmen jugular. Ele se curva em um ângulo com convexidade anterior e superior, descendo em uma curva até a base da língua, onde termina.
Relações anatómicas 
Relaciona-se com estruturas como a artéria carótida interna, veia jugular interna, nervos vago, acessório, hipoglosso e seio sigmoide.
Ramos colaterais
· Ramos do seio carotídeo
· Ramos faríngeos
· Ramo do músculo estilofaríngeo
· Ramo do músculo estilogloso
· Ramos tonsilares
· Nervo Timpánico.
Ramos terminais
Ao chegar à base da língua, o nervo glossofaríngeo se divide em vários ramos terminais, que se ramificam na mucosa da língua ao redor das papilas do sulco terminal e posteriormente a ele.
Avaliação
Revisão de fonemas. É solicitado ao paciente que abra a boca para que seja medida a simetria na elevação do palato e que coloque a língua para fora.
Aplicação clínica 
As afecções do nervo glossofaríngeo isoladas são raras, destacando-se as manifestações neurológicas, como distúrbios dolorosos na faringe, terço posterior da língua e irradiação para o ouvido. Observam-se, também, perda da sensação gustativa no terço posterior da língua e perda ou redução do reflexo do engasgo. 
 Figura 7 - Esquema do Nervo Glossofaríngeo
4.11.Nervo Vago ou Pneumogástrico (10º Par)
Origem real
As fibras somatomotoras do nervo vago procedem do segmento do núcleo ambíguo situado inferiormente ao núcleo de origem das fibras motoras do nervo glossofaríngeo.
As fibras sensitivas nascem de dois gânglios, denominados gânglio superior (jugular) e gânglio inferior (plexiforme). Ambos estão situados no trajeto do nervo vago; o gânglio superior está à altura do forâmen jugular e o inferior fica um pouco abaixo do gânglio superior, na base do crânio. As células desses gânglios são semelhantes às dos gânglios espinhais e aos dos gânglios de outros nervos cranianos sensitivos mistos. Sua única extensão se divide em dois ramos: um periférico que se estende até o território sensitivo do nervo; o outro é central e penetra no sistema nervoso central pelo sulco posterolateral do bulbo, terminando no núcleo do trato solitário inferiormente à raiz sensitiva do nervo glossofaríngeo.
A porção vegetativa do nervo vago é a mais importante. As fibras visceromotoras têm sua origem no núcleo dorsal do nervo vago, que está em relação com o trígono do nervo vago; as fibras viscerossensitivas terminam em um núcleo viscerossensitivo adjacente à parte lateral do núcleo dorsal do vago.
Origem aparente
O nervo vago, composto por fibras sensitivas, vegetativas e motoras, emerge através de 6-8 principais feixes radiculares do sulco posterolateral do bulbo, abaixo do nervo glossofaríngeo e acima da raiz craniana do nervo acessório.
Função
Paladar na região supraglótica, deglutição, elevação do palato mole, discursso, reflexo da tosse, inervação parassimpática das vias toracoabdominais.
Trajecto 
Os fascículos radiculares logo se reúnem em um cordão nervoso que se direciona lateralmente, anteriormente e superiormente, emergindo da cavidade craniana pelo forame jugular. O nervo vago desce quase verticalmente, atravessa o pescoço e o tórax e penetra no abdômen, onde termina.
Relações anatómicas 
Relações no Pescoço:
O nervo vago passa próximo aos vasos sanguíneos do pescoço, incluindo a artéria carótida e a veia jugular. Ele se relaciona com os músculos do pescoço, como o músculo esternocleidomastoideo.
Relações no Tórax:
No tórax, o nervo vago se aproxima do coração e dos pulmões. Ele se relaciona com as artérias e veias que irrigam o coração, como a artéria coronária.Também se relaciona com o tronco simpático, que é parte do sistema nervoso autônomo.
Relações no Abdômen:
Dentro do abdômen, o nervo vago se divide em ramos que inervam órgãos como o estômago, o intestino delgado e o fígado.Ele se relaciona com o plexo celíaco, um importante centro nervoso que controla as funções viscerais no abdômen.
Ramos colaterais
· Ramo Meníngeo;
· Ramo Auricular;
· Ramos Faríngeos;
· Ramos Cardíacos;
· Nervo Laríngeo Superior;
· Ramo Carotídeo;
· Nervo Laríngeo Recorrente;
· Ramos Cardíacos;
· Ramos Pulmonares;
· Ramo Esofágico.
Ramos terminais
· Gástricos;
· Hepáticos;
· Celíacos;
· Renais.
Avaliação
Revisão de fonemas. É solicitado ao paciente que abra a boca para que seja medida a simetria na elevação do palato e que coloque a língua para fora.
Aplicação clínica 
As lesões do nervo vago proporcionam mais comumente paresias e paralisias das musculaturas faríngea e laríngea. Assim, é comum observarem-se nessas lesões rouquidão (disfonia), dificuldade na deglutição (disfagia), queda do palato mole do lado afectado e desvio da úvula em direção oposta ao lado da lesão (sinal da cortina) e ausência do reflexo do vômito. Nas lesões do núcleo ambíguo, outras estruturas adjacentes podem ser afetadas, como na síndrome bulhar lateral (de Wallenberg), decorrente do infarto da artéria cerebelar posteroinferior. As lesões mais comuns dos nervos vago e glossofaríngeo são: (a) na paralisia motora unilateral com déficit sensorial - acidentes vasculares cerebrais bulhares, tumores da fossa posterior, siringobulbia e processos expansivos próximos ao forame jugular; (b) na paralisia motora pura - poliomielite e ação de toxinas; ( c) na paralisia bilateral do neurônio motor superior - doença cerebrovascular bilateral (paralisia pseudobulbar), parkinsonismo avançado e esclerose lateral amiotrófica; (d) na paralisia bilateral do neurônio motor inferior - poliomielite, ação de toxinas e paralisia bulhar progressiva; e) nos déficits motores por fadiga - miastenia gravis.
 Figura 8 - Esquema do Nervo Vago
4.12.Nervo Acessório (11º Par)
Origem real
O nervo acessório possui duas raízes: uma raiz cranial, também chamadade raiz bulbar, e uma raiz espinal. A raiz espinal é responsável por funções motoras, sensitivas e vegetativas. A porção motora origina-se no núcleo do nervo acessório, localizado na parte anterolateral do corno anterior da medula. As fibras sensitivas originam-se nos gânglios espinais, localizados nos filetes radiculares em união com o tronco das raízes sensitivas espinhais. As fibras vegetativas têm origem na coluna intermediolateral da medula. Todos esses origens estão localizados nas cinco a seis primeiras vértebras cervicais. A raiz cranial tem origem em um núcleo que é a continuação inferior do núcleo ambíguo. Essa raiz cranial é considerada uma porção aberrante do nervo vago, pois as fibras de ambos os nervos têm o mesmo origem e território.
Origem aparente
A raiz espinal do nervo acessório é formada por vários filetes que saem da parte lateral da medula, anteriormente às raízes espinhais posteriores, a partir da quinta vértebra cervical. A raiz cranial compreende desde a raiz cervical até o bulbo e consiste em quatro a cinco filetes radiculares que saem do sulco posterolateral do bulbo, abaixo das raízes do nervo vago.
Função
Virar a cabeça e encolher os ombros.
Trajecto 
A raiz espinal do nervo acessório sobe pelo canal vertebral, penetra no crânio pelo forámen magno e se une à raiz cranial perto do forámen jugular. Assim formado, o nervo acessório segue um trajeto lateral, anterior e superior, atravessando a saída em seus dois ramos terminais.
Relações anatómicas
No canal vertebral, a raiz espinal está localizada posteriormente ao ligamento dentado e anteriormente às raízes posteriores. A raiz espinal frequentemente se comunica com as raízes posteriores dos dois primeiros nervos cervicais. É um simples adosamento de filetes radiculares das raízes espinais em um curto trajeto: a raiz espinal do nervo acessório. No forámen magno, ela cruza posteriormente a borda superior do ligamento dentado e imediatamente depois, a face posterior da artéria vertebral. Nesse ponto, as duas raízes do nervo acessório estão em relação com a origem da artéria cerebelar inferoposterior; frequentemente passam medial e posteriormente a essa artéria. Por fim, às vezes a raiz espinal ascende anteriormente e a raiz cranial posteriormente a esse vaso.
Na cavidade craniana, o nervo acessório percorre posterior e inferiormente ao nervo vago; estabelece as mesmas relações que este com a parede craniana, o cerebelo e as meninges.
No forámen jugular, o nervo acessório está no mesmo espaço que o nervo vago e posterior a ele. Apresenta as mesmas relações que esse nervo. 
Avaliação
· Movimento giratório da cabeça.
· Encolher os ombros.
Aplicação clínica 
As lesões que afetam comumente o nervo podem causar: (a) paralisia bilateral do músculo esternocleidomastóideo, como na distrofia muscular ou nas lesões nucleares (poliomielite e polineurite); (b) paralisia bilateral do trapézio, como nas doenças do neurônio motor inferior (poliomielite e polineurite); (c) lesões unilaterais, como na siringomielia, traumatismos do pescoço e/ ou base do crânio, viroses (incluindo a poliomielite), processos expansivos na altura do forámen jugular.
 Figura 9 - Esquema do Nervo Acessório
4.13.Nervo Hipoglosso (12º Par)
Origem real
As fibras do nervo hipoglosso originam-se de células de uma coluna cinzenta do bulbo que se estende ao longo de quase todo o bulbo: superiormente, na altura do trígono do nervo hipoglosso na fossa romboide; inferiormente, no lado anterolateral do canal central.
Origem aparente
As fibras radiculares do nervo hipoglosso são de 10 a 12 e saem do bulbo através do sulco anterolateral.
Função
Movimentos da língua.
Trajecto 
Todos esses feixes convergem lateralmente e se unem em um único tronco que atravessa o canal do hipoglosso. Fora do crânio, o nervo hipoglosso desce em direção à face lateral da língua, descrevendo uma curva de concavidade anterior e superior.
Relações anatómicas
Na cavidade craniana, o nervo hipoglosso percorre o espaço subaracnoideo, onde cruza a artéria vertebral, que passa inferiormente a ele, e a artéria cerebelar posterior, que está posteriormente. Ele atravessa a aracnoide, o espaço subaracnoideo e a dura-máter por um ou dois orifícios distintos, mas muito próximos um do outro.
No canal do hipoglosso, o nervo é frequentemente acompanhado pela artéria meníngea posterior, ramo terminal da artéria faríngea ascendente, e pela veia condilar anterior.
Da base do crânio ao pescoço, o nervo hipoglosso desce pelo espaço laterofaríngeo e segue uma direção ligeiramente oblíqua em direção inferior, anterior e lateral. Desde sua entrada nesse espaço, o nervo hipoglosso está posterior e medial à artéria carótida interna. Ele cruza inicialmente a face posterior desse vaso e passa posteriormente ao nervo carotídeo interno, próximo à sua origem no polo superior do gânglio cervical superior do tronco simpático ou posteriormente à parte superior desse gânglio. O nervo então passa posteriormente ao gânglio inferior do nervo vago, ao qual se adere; em seguida, curva-se inferior e anteriormente e se insinua muito obliquamente entre a veia jugular interna, que está lateral a ele, o nervo vago e a artéria carótida interna, que continuam medialmente ao nervo. Em seguida, o nervo hipoglosso contorna lateralmente a artéria carótida externa. O ponto em que o nervo hipoglosso cruza a face lateral da artéria carótida externa é imediatamente inferior à origem da artéria occipital. Nesse nível, o nervo muda de direção e segue anteriormente em direção à região suprahioidea.
Na região suprahioidea, o nervo hipoglosso está situado, juntamente com a veia lingual, que segue sua borda inferior, superficialmente ao músculo hioglosso, que o separa da artéria lingual. Ele é coberto pelo ventre posterior do músculo digástrico, pelo músculo estilohioideo e pela glândula submandibular. O nervo hipoglosso forma nessa região, anterior e posteriormente ao ventre posterior do músculo digástrico, o lado superior dos triângulos de Béclard e de Pirogoff. Mais anteriormente, o hipoglosso se introduz junto com o ducto submandibular, localizado superiormente a este, na região sublingual, exatamente no intervalo que separa os músculos hioglosso e genioglosso da glândula sublingual. Anteriormente à borda anterior do músculo hioglosso, o nervo se divide em seus ramos terminais.
Ramos terminais
Ramos musculares que inervam os músculos da língua.
Avaliação
Revisão de fonemas. É solicitado ao paciente que abra a boca para que seja medida a simetria na elevação do palato e que coloque a língua para fora.
Aplicação clínica 
Nas lesões do nervo hipoglosso, ou de seu núcleo, ocorre a paralisia da musculatura da hemilíngua, havendo, durante a protrusão da língua, desvio para o lado lesado, devido à ação da musculatura íntegra. São várias as causas de lesão do nervo, como na siringomielia, poliomielite, processos expansivos e traumatismos da base do crânio, esclerose lateral amiotrófica, paralisia pseudobulbar, paralisia bulhar progressiva e anomalias do forámen occipital.
 Figura 10 - Esquema do Nervo Hipoglosso
5.CONCLUSÃO
Conclui-se que os nervos cranianos são os meios pelos quais o encéfalo recebe informações da cabeça e do pescoço e, em menor escala, das vísceras torácicas e abdominais, controlando suas atividades. Em suma, há 12 pares de nervos cranianos. Apenas alguns nervos cranianos são mistos quanto à função, levando tanto fibras sensoriais quanto motoras. Outros são puramente sensoriais ou puramente motores. O primeiro nervo craniano (I; olfatório) tem uma linhagem antiga e deriva como precursor do hemisfério cerebral. Ele conserva sua posição singular através das conexões do bulbo olfatório e é o único nervo craniano sensorial que se projeta diretamente para o córtex cerebral, e não indiretamente através do tálamo. As áreas do córtex cerebral que recebem estímulos olfatórios têm uma organização celular primitiva e são parte integrante do lobo límbico, que está ligadoaos aspectos emocionais do comportamento. O segundo nervo craniano (II; óptico) consiste em axônios de neurônios visuais de segunda ordem que terminam no tálamo. Os outros 10 pares de nervos cranianos se fixam ao tronco encefálico e muitas de suas fibras componentes se originam dos núcleos dos nervos cranianos no tronco encefálico ou terminam nesses núcleos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRAY’S Anatomia humana- A base anatómica de pratica clinica- 40ª edição, Elsevier 2011 
MACHADO, Ângelo- Neuroanatomia Funcional- 3ª edição 
MENESES, Murilo- Neuroanatomia Aplicada, 3ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan- 2011
NETTER,F. Atlas de Anatomia Humana. 6ª edição, Rio de Janeiro: Elsevier 2015.
ROUVIERE, Henry & DELMAS, Andre - Anatomia Humana.-11ª edição.
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