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Estudo de impacto ambiental e relatórios de sustentabilidade

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
PROGRAMA DE MESTRADO EM CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
SARA COIMBRA DA SILVA 
 
 
 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: 
CONTRIBUIÇÕES PARA OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL NA KLABIN S.A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
SARA COIMBRA DA SILVA 
 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: 
CONTRIBUIÇÕES PARA OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL NA KLABIN S.A. 
 
 
 
 
 
ENVIRONMENTAL IMPACT STUDY AND SUSTAINABLE REPORTS: 
CONTRIBUTIONS TO SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS AT KLABIN S.A. 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – 
UNINOVE, como requisito parcial para a obtenção 
do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis 
 
Orientador: Profª. Drª. Amarilis Lucia Casteli F. 
Gallardo 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, Sara Coimbra da. 
 Estudo de impacto ambiental e relatórios de sustentabilidade: 
contribuições para os objetivos do desenvolvimento sustentável na 
Klabin S.A. / Sara Coimbra da Silva. 2022. 
 181 f. 
 Dissertação (Mestrado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, 
São Paulo, 2022. 
 Orientador (a): Profª. Drª. Amarilis Lucia Casteli Figueiredo 
Gallardo. 
1. Avaliação de impacto ambiental. 2. Estudo de impacto 
ambiental. 3. Objetivos do desenvolvimento sustentável. 4. 
Relatórios de sustentabilidade. 5. GRI. 
I. Gallardo, Amarilis Lucia Casteli Figueiredo. II. Título. 
 
CDU 711.4 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: 
CONTRIBUIÇÕES PARA OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL NA KLABIN S.A 
Por 
 
SARA COIMBRA DA SILVA 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de 
Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – 
UNINOVE, como requisito da disciplina Seminário 
de Dissertação. 
 
 
___________________________________________________________ 
Profª. Drª. Amarilis Lucia Casteli F. Gallardo–Universidade Nove de Julho–UNINOVE 
 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Dra. Andreza Portella Ribeiro – Universidade Nove de Julho – UNINOVE 
 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Dr. Giovano Candiani – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) 
 
 
São Paulo, 06 de dezembro de 2022. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre comigo na realização dos meus 
sonhos e por colocar no meu caminho pessoas especiais. Obrigada por cuidar de mim e nunca 
me deixar sozinha. 
 Aos meus pais, Sonia e José, que sempre me incentivaram a estudar e se esforçaram 
para que eu tivesse a melhor educação possível e que sempre estão comigo, me estimulando a 
sonhar cada vez mais alto. Ao meu irmão, Renan, colega de profissão, que é meu parceiro para 
todas as horas. 
 À querida professora Amarilis, a qual tive a honra de ser orientada e que é uma grande 
referência na minha área de estudo. Obrigada por ser uma amiga, por me apoiar nas ideias desde 
o início, se preocupar comigo, ajudar a trilhar o caminho para conseguir desenvolver o trabalho 
da melhor forma possível. Não conseguiria sem a sua ajuda, atenção e disponibilidade. 
 Aos meus amigos incríveis que fiz durante o curso e vou levar para sempre no meu 
coração: Evandro Nogueira, Dara Meira e Mateus Taraborelli. 
 À UNINOVE por disponibilizar a bolsa de estudo no Mestrado em Cidades Inteligentes 
e Sustentáveis, um curso de extrema relevância e único, com professores extraordinários, aos 
quais também gostaria de agradecer 
 Ao Instituto Água e Terra, um órgão que tenho muito orgulho em ter trabalhado, que 
me ensinou muito, que me estimulou a entrar nesse curso e que me fez me apaixonar ainda mais 
pelo meio ambiente. 
 À Klabin pela oportunidade de registrar momentos de sua história e por ter me 
acompanhado nessa jornada. 
 A todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho, meus 
sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Quando 193 governos se juntam para concordar e alcançar 17 objetivos combatendo os 
maiores problemas do mundo, só parece sensato que as empresas alinhem sua estratégia e 
relatórios ao encontro dos mesmos objetivos” 
Global Sustainability Leader (tradução nossa) 
 
 
 
RESUMO 
 
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU estão norteando políticas 
públicas e privadas ao redor do mundo, em busca do cumprimento da Agenda 2030 que promete 
um mundo mais sustentável alinhado com questões sociais e econômicas. Estudos indicam que 
as empresas com práticas sustentáveis estão sendo as mais rentáveis, o que abre o olhar de 
investidores, que fazem uso dos Relatórios de Sustentabilidade (RS), em especial os em 
conformidade com a Norma Global Reporting Iniciative (GRI), como fonte para obtenção de 
informações sobre as questões ambientais, sociais e econômicas das companhias e a relevância 
dada por elas em cada tema. Pela extensão do conteúdo, o GRI é uma grande oportunidade para 
mostrar o andamento do cumprimento da Agenda 2030 e para relatar e direcionar ações 
pertinentes aos temas materiais da governança das companhias. O Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA), dentro do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), é considerado 
o instrumento de planejamento e gestão ambiental mais utilizado em todo o mundo, e é exigido 
para implantação ou expansão de novos empreendimentos que possam causar significativo 
impacto ambiental. Debates, principalmente no meio acadêmico, têm sugerido promover a 
integração entre os ODS e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) uma vez que ambos visam, 
dentre outros objetivos, a promoção do desenvolvimento sustentável. De modo a contribuir com 
evidências para essas discussões, realizou-se a análise de um estudo de caso do maior 
empreendimento da companhia Klabin S. A., a Unidade Puma. Assim, o objetivo dessa pesquisa 
foi de analisar a integração do ODS desde a etapa de planejamento, através do EIA, à operação, 
com o GRI. Utilizou-se como método a análise de conteúdo desses relatórios técnicos (EIA e 
GRI), com subsídios de referencial da literatura. Os resultados demonstram que o GRI esteve 
80% integrado ao EIA, tendo os ODS como elemento integrador, e que essa conexão pode ser 
utilizada de forma estratégica. O GRI, por sua vez, obteve 95% de integração às metas ODS, 
tendo apenas a meta 12.8 como inexplorada. O EIA da Unidade Puma teve 85% de integração 
com as metas ODS e deixou de explorar as metas 3.4, 7.2 e 7.3. Conclui-se que os resultados 
dessa pesquisa podem ser aproveitados como modelo para concepção no desenvolvimento de 
EIAs e GRI com maior integração às metas ODS e, consequentemente para colaborar na 
promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
Palavras chaves: Avaliação de Impacto Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental, Objetivos 
do Desenvolvimento Sustentável, Relatórios de Sustentabilidade, GRI. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The UN Sustainable Development Goals (SDGs) are guiding public and private policies around 
the world in pursuit of the Agenda 2030, which promises a more sustainable world aligned with 
social and economic issues. Studies indicate that companies with sustainable practices are being 
the most profitable, which attracts eyes of investors, who use Sustainability Reports (SR), 
especially those in conformity with Global Reporting Initiative (GRI) Standard, as sourcefor 
obtaining information on environmental, social, and economic issues of the companies, also the 
relevance given by them in each theme. Due to the extent of its content, the GRI is a great 
opportunity to show the progress in compliance with Agenda 2030 and to report relevant actions 
related to material topics of corporate governance. The Environmental Impact Study (EIS), 
inside the process of Environmental Impact Assessment (EIA), is considered the most widely 
used planning and environmental management instrument in the world, and it is required for 
implementation or expansion of new projects that may cause significant environmental impact. 
Debates, mainly in academia, have suggested promoting the integration between the SDGs and 
the Environmental Impact Study (EIS) since both aims, among other objectives, to promote 
sustainable development. In order to contribute with evidence for these discussions, an analysis 
of a case study of the largest enterprise of the company Klabin S. A., the Puma Unit, was carried 
out. The objective of this research was to analyze the integration of the SDG from the planning 
stage, through the EIS, to operation phase, with GRI. The content analysis of these technical 
reports (EIS and GRI) was used as the method used, with references from the literature. The 
results demonstrate that the GRI was 80% integrated with the EIS, having some SDG targets as 
integrating elements, and that this connection can be used strategically. The GRI, in turn, 
achieved 95% integration with the SDG targets, with only target 12.8 as unexplored. The Puma 
Unit EIS had 85% integration with the SDG targets and failed to explore targets 3.4, 7.2 and 
7.3. It is concluded that the results of this research can be used as a model for designing the 
development of EIS and GRI with greater integration with the SDG goals and, consequently, 
to collaborate in promotion of sustainable development. 
 
Keywords: Environmental Impact Assessment, Environmental Impact Study, Sustainable 
Development Goals, Sustainable Reports, GRI. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1. Unidade Puma da Klabin .......................................................................................... 21 
Figura 2. Construção da MP28 ................................................................................................. 23 
Figura 3. Processo de AIA ........................................................................................................ 27 
Figura 4. Principais etapas no planejamento e execução do EIA ............................................. 32 
Figura 5. Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) ................................... 34 
Figura 6. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.............................................................. 35 
Figura 7. Organização dos KODS ............................................................................................ 37 
Figura 8. Danica Pension em Tuborg Syd ............................................................................... 48 
Figura 9. Firskovvej .................................................................................................................. 48 
Figura 10. Planta de incineração Vestforbrænding ................................................................... 49 
Figura 11. Porto de Odense ...................................................................................................... 49 
Figura 12. Ampliação Skagen Havn ......................................................................................... 50 
Figura 13. Conteúdo 102-6 - Valores, princípios, normas e códigos de comportamento ........ 56 
Figura 14. Requisitos do Conteúdo 303-5 – Consumo de Água .............................................. 57 
Figura 15. Linha do tempo da história da GRI ......................................................................... 57 
Figura 16. Cabeçalho do Sumário GRI da Klabin S. A. ........................................................... 60 
Figura 17. Detalhamento GRI do ‘Desempenho socioambiental de fornecedores’ ................. 60 
Figura 18. Detalhamento GRI do Desempenho Econômico .................................................... 61 
Figura 19. Processo de definição da materialidade no Relatório GRI de 2018 ........................ 80 
 
Quadro 1. Principais definições de AIA ................................................................................... 24 
Quadro 2. Conexões diretas e indiretas do EIA com as metas ODS ........................................ 52 
Quadro 3. Metas ODS aplicáveis às normas GRI .................................................................... 58 
Quadro 4. Metas ODS aplicáveis ao EIA brasileiro ................................................................. 66 
Quadro 5. Metas aplicáveis ao EIA e ao negócio da Klabin S.A. ............................................ 67 
Quadro 6. Palavras-chave identificadas no EIA da Unidade Puma ......................................... 73 
Quadro 7. Conexões diretas e indiretas do EIA da Unidade Puma com os ODS ..................... 75 
Quadro 8. Relatórios GRI analisados da Klabin S. A. ............................................................. 81 
Quadro 9. Metas ODS relacionadas com o RS de 2017 da Klabin S. A. ................................. 84 
Quadro 10. Conexão dos Relatórios GRI com as metas ODS ................................................. 85 
Quadro 11. Conexão das metas ODS com os Relatórios GRI e o EIA .................................... 86 
 
 
Quadro 12.Comparação de conexão das metas ODS do EIA com Boess et al (2021b) ........... 89 
Quadro 13. Uniformização dos parâmetros de EIA ................................................................. 91 
Quadro 14. Comparação de EIAs por parâmetro ..................................................................... 92 
Quadro 15. ODS e metas da ONU .......................................................................................... 110 
Quadro 16. KODS e metas ..................................................................................................... 128 
Quadro 17. Normas Universais GRI: 102 – Conteúdos Gerais .............................................. 133 
Quadro 18. Normas Universais GRI: 103 – Forma de Gestão ............................................... 139 
Quadro 19. Normas Específicas GRI: 201 – Desempenho econômico .................................. 140 
Quadro 20. Normas Específicas GRI: 202 – Presença no Mercado ....................................... 141 
Quadro 21. Normas Específicas GRI: Impactos Econômicos Indiretos ................................. 142 
Quadro 22. Normas Específicas GRI: Práticas de Compra .................................................... 142 
Quadro 23. Normas Específicas GRI: Combate à Corrupção ................................................ 143 
Quadro 24. Normas Específicas GRI: 206 – Concorrência Desleal ....................................... 144 
Quadro 25. Normas Específicas GRI: Econômico 207 – Tributos......................................... 144 
Quadro 26. Normas Específicas GRI: Ambiental 301 – Materiais ........................................ 145 
Quadro 27. Normas Específicas GRI: Ambiental 302 – Energia ........................................... 145 
Quadro 28. Normas Específicas GRI: Ambiental 303 – Água e efluentes............................. 147 
Quadro 29. Normas Específicas GRI: Ambiental 304 - Biodiversidade ................................ 149 
Quadro 30. Normas Específicas GRI: Ambiental 305 - Emissões ......................................... 150 
Quadro 31. Normas específicas GRI: Ambiental 306 - Resíduos .......................................... 152 
Quadro 32. Normas específicas GRI: Ambiental 307 – Conformidade Ambiental ............... 154 
Quadro 33. Normas específicas GRI: Ambiental 308 – Avaliação Ambiental de Fornecedores
 ................................................................................................................................................154 
Quadro 34. Normas específicas GRI: Social 401– Emprego ................................................. 155 
Quadro 35. Normas específicas GRI: Social 402 – Relações de trabalho .............................. 155 
Quadro 36. Normas específicas GRI: Social 403 – Saúde e Segurança do Trabalho ............ 156 
Quadro 37. Normas Específicas GRI: Social 404 – Capacitação e Educação ....................... 159 
Quadro 38. Normas específicas GRI: Social 405 – Diversidade e Igualdade de Oportunidades
 ................................................................................................................................................ 160 
Quadro 39. Normas específicas GRI: Social 406 – Não Discriminação ................................ 160 
Quadro 40. Normas específicas GRI: Social 407 – Liberdade Sindical e Negociação Coletiva
 ................................................................................................................................................ 160 
Quadro 41. Normas específicas GRI: Social 408 – Trabalho Infantil .................................... 161 
 
 
Quadro 42. Normas específicas GRI: Social 409 – Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo
 ................................................................................................................................................ 161 
Quadro 43. Normas específicas GRI: Social 410 – Práticas de Segurança ............................ 161 
Quadro 44. Normas específicas GRI: Social 411 – Direitos de Povos Indígenas .................. 162 
Quadro 45. Normas específicas GRI: Social 412 – Avaliação de Direitos Humanos ............ 162 
Quadro 46. Normas específicas GRI: Social 413 – Comunidades Locais ............................. 163 
Quadro 47. Normas específicas GRI: Social 414 – Avaliação social de fornecedores .......... 163 
Quadro 48. Normas específicas GRI: Social 415 – Políticas Públicas ................................... 164 
Quadro 49. Normas específicas GRI: Social 416 – Saúde e Segurança do Consumidor ....... 164 
Quadro 50. Normas específicas GRI: Social 417 – Marketing e Rotulagem ......................... 165 
Quadro 51. Normas específicas GRI: Social 418 – Privacidade do Cliente........................... 165 
Quadro 52. Normas específicas GRI: Social 419 – Conformidade Socioeconômica ............ 166 
 
Tabela 1. Análise das metas ODS ............................................................................................ 41 
Tabela 2. Metas ODS e palavras-chave relacionadas a AIA .................................................... 42 
Tabela 4. Palavras-chave dos EIAs analisados agrupadas por parâmetros .............................. 45 
Tabela 5. Resultado das palavras-chave dos EIAs analisados.................................................. 50 
Tabela 6. RS da Klabin S. A. analisados .................................................................................. 63 
Tabela 7. Metas eliminadas por não se aplicarem ao contexto dinamarquês ........................... 65 
Tabela 8. Metas ODS com relação ao EIA, negócio da Klabin e GRI ..................................... 68 
Tabela 9. Palavras-chave dos ODS com relação ao EIA e ao negócio da Klabin .................... 70 
Tabela 10. Divisão e conteúdo do EIA e RIMA da Unidade Puma ......................................... 71 
Tabela 11. Fatores ambientais passíveis de impacto ................................................................ 72 
Tabela 12. Metas ODS e Conteúdo normativo GRI ................................................................. 76 
Tabela 13. Integração dos Relatórios GRI da Klabin às metas ODS selecionadas .................. 86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIAÇÃO E SIGLAS 
 
AAE – Avaliação Ambiental Estratégica 
AIA – Avaliação de Impacto Ambiental 
AS – Avaliação da Sustentabilidade 
ARH – Administração de Recursos Hídricos 
ASG – Ambiental, Social e Governança 
CISL – Cambridge Institute for Sustainability Leadership 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
COP26 – 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 
DJSI - Dow Jones Sustainability Index 
EIA – Estudo de Impacto Ambiental 
EPCI - Environmental Paper Company Index 
FSC – Forest Stewardship Council 
GEE – Gases de Efeito Estufa 
GRI – Global Report Iniciative 
GTSC A2030 – Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 
IAIA – International Association for Impact Assessment 
IAP – Instituto Ambiental do Paraná 
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
IBE – Índice de Sustentabilidade Empresarial 
IEA - Institute of Environmental Assessment 
ISAR - International Standards of Accounting and Reporting 
ITCG - Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná 
KODS - Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável 
KPI - Key Performance Indicator 
MP27 – Máquina de Papel 27 
MP28 – Máquina de Papel 28 
ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio 
ODS – Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 
 
 
ONG – Organização Não Governamental 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PBA – Programas Básicos Ambientais 
PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente 
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental 
RS – Relatório de Sustentabilidade 
SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
SUREHMA - Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente 
UN – United Nations 
WWF- World Wide Fund 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 17 
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 17 
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 18 
3.1 Klabin S. A. .................................................................................................................... 18 
3.2 Avaliação de Impacto Ambiental .............................................................................. 24 
3.2.1. Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil ............................................................ 28 
3.2.2 Avaliação de Impacto Ambiental no Paraná ............................................................ 32 
3.3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ................................................................... 34 
3.3.1 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e Avaliação de Impacto Ambiental .... 37 
3.4. Relatórios de Sustentabilidade ....................................................................................... 53 
3.4.1 Relatórios GRI e ODS .............................................................................................. 58 
3.4.2 Relatórios GRI da Klabin S. A. ................................................................................ 59 
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 61 
4.1 Análise do EIA ........................................................................................................... 62 
4.2 Análise dos Relatórios GRI ............................................................................................ 63 
4.3 Integração das metas ODS com o EIA e Relatórios GRI ............................................... 64 
5. RESULTADOS ................................................................................................................... 65 
5.1 Validação do método ...................................................................................................... 65 
5.2Aplicação do método ...................................................................................................... 69 
5.2.1 Análise do EIA ......................................................................................................... 69 
5.2.2 Análise dos Relatórios GRI ...................................................................................... 76 
5.2.3 Integração das metas ODS com o EIA e Relatórios GRI ......................................... 86 
5.3. Discussão dos Resultados .............................................................................................. 87 
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 95 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 98 
ANEXO A – Lista dos ODS e metas da ONU ....................................................................... 110 
ANEXO B – Objetivos Klabin de Desenvolvimento Sustentável ......................................... 128 
ANEXO C - Conteúdo GRI e requisitos ................................................................................ 133 
ANEXO D – Principais impactos ambientais e medidas mitigadoras e compensatórias da 
Unidade Puma ........................................................................................................................ 167 
 
14 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos em 2015 pela ONU 
para cumprimento até 2030, refletem os grandes desafios urgentes que a comunidade global 
precisa conduzir para assegurar sustentabilidade econômica, qualidade ambiental, coesão social 
e prosperidade para as futuras gerações (United Nations [UN], 2015). 
Os ODS se tornaram um ponto de referência mundial para a elaboração de políticas 
tanto públicas (Abhayawansa, Adams e Neesham, 2021), como privadas. Nos últimos anos, têm 
crescido consideravelmente a adoção voluntária dos ODS pelo setor privado, o que representa 
como o desenvolvimento é considerado em cada aspecto da sociedade, e retrata uma mudança 
no pensamento sobre desenvolvimento, economia, meio ambiente e sociedade, com 
transformação desses critérios em torno da sustentabilidade (Hacking, 2018). 
As tendências do mercado têm mostrado que empresas com práticas sustentáveis 
apresentam maiores retornos financeiros quando comparadas com as demais e por conta disso, 
têm sido a opção preferida dos investidores (Grecco, 2013; Agustini, Almeida, Agostinho e 
Giannetti, 2015). Uma das principais formas que os investidores acessam informações sem 
cunho financeiro, mas relevantes ao impacto social, ambiental e econômico das empresas, é 
pelos Relatórios de Sustentabilidade (RS), na busca de compreensão da organização e seu 
sistema de valor (Al-Ajmi, 2009; Jensen e Berg, 2012). 
Os RS são divulgados voluntariamente pelas empresas anualmente e trazem um resumo 
com as ações praticadas mais relevantes relacionadas a sustentabilidade, sendo o modelo da 
Global Report Iniciative (GRI) o mais utilizado (Andriadi e Werastuti, 2022). Dentro dos RS 
são publicados os temas materiais relevantes para as empresas, os quais traçam o 
direcionamento das ações em operação e planejadas para execução. 
O Relatório GRI aborda aspectos sociais, ambientais e econômicos que podem ser 
aproveitados para verificar o andamento das companhias em relação a Agenda 2030 e incentivar 
a incrementar metas para o cumprimento dos ODS. A própria GRI tem divulgado oficialmente 
guias orientados para a incorporação dos ODS e suas metas dentro dos RS (GRI, 2022a). 
Um outro mecanismo institucionalizado globalmente apontado como de grande 
relevância para o cumprimento dos ODS são os estudos ambientais (International Association 
for Impact Assessment [IAIA], 2019; Boess, Kørnøv, Lyhne e Partidário, 2021a). A Avaliação 
de Impacto Ambiental (AIA) é o processo ambiental mais utilizado por governos no mundo 
todo, possui caráter mandatório e se encontra em uma posição estratégica e de extrema 
relevância para cooperar com o alcance da Agenda 2030 (Walmsley e Ofosu-Koranteng, 2017). 
15 
 
O processo de AIA, tem no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) seu principal 
documento técnico, que contempla a análise dos aspectos do meio físico, biótico e 
socioeconômico na análise de empreendimentos com potencial de significativo impacto 
ambiental. Ao analisar os aspectos da viabilidade ambiental do empreendimento, o EIA discute 
a análise das alternativas locacionais e tecnológicas, dentre outros aspectos relevantes para 
subsidiar a tomada de decisão (Sánchez, 2013a). 
O EIA também detalha o plano de gestão do empreendimento para todo o seu ciclo de 
vida, desde o planejamento até a operação, o qual é composto por principais programas e 
medidas que serão implantadas relacionadas às etapas de projeto, construção e operação do 
empreendimento, garantindo a redução e mitigação de impactos negativos ambientais e sociais 
e promovendo o desenvolvimento sustentável (Gallardo e Sánchez, 2006), 
Embora o EIA planeje o ciclo de novos empreendimentos e apresente o propósito em 
comum com os ODS sobre desenvolvimento sustentável, ainda não foi incorporado na 
legislação quesitos com relação explícita a Agenda 2030, mesmo após sete anos da publicação 
dos ODS. O EIA ainda segue primordialmente os critérios estabelecidos pela Resolução 
CONAMA nº 001/1986 e as legislações estaduais a respeito de licenciamento ambiental 
(Sánchez, 2013a). 
Alguns trabalhos têm discutido a importância de fortalecer o EIA frente a outros 
instrumentos de gestão ambiental utilizados no mundo para fortalecer a promoção de 
sustentabilidade. Sozinho, Gallardo, Duarte, Ramos e Ruiz (2018) discutiram a aproximação 
entre o EIA e a certificação Bonsucro, de demonstração de sustentabilidade para o setor 
sucroalcooleiro mundial, como meio para captar as dimensões ambientais, sociais e econômicas 
na viabilidade ambiental de empreendimentos do setor. Gallardo, de Oliveira, Aguiar e Sánchez 
(2016) discutiram as aproximações entre o processo de AIA e EIA às características e recursos 
dos sistemas de gestão ambiental (SGA) como uma forma de fortalecer os procedimentos 
técnicos para realização de futuros EIAs. Boess, Lyhne, Davila, Jantzen, Kjellerup e Kørnøv 
(2021b) destacam a escassez de estudos explorando a integração entre EIA e os ODS e 
exploram o tema acerca da contribuição dos ODS no escopo de futuros EIAs. 
Com respeito à integração dos ODS aos EIAs, Kørnøv, Lyhne e Davila (2020) enfatizam 
que embora esse seja um tema emergente e de mútuos benefícios, o conhecimento de modelos 
e meios para realizar essa ligação ainda são bastante desconhecidos e novos; porém devem 
tentar ser integrados de alguma forma (Boess et al., 2021b). 
De modo a contribuir com esse recente debate na pesquisa e se alinhar com as práticas 
internacionais, como os ODS contemplam perspectivas do âmbito ambiental, social e 
16 
 
econômico, assim como os EIA, um estudo focado no planejamento, e o RS, um relatório que 
reporta a operação e governança das empresas, optou-se por explorar um estudo de caso em 
profundidade. 
Assim, selecionou-se como caso de estudo, a maior e mais sustentável unidade da 
Klabin S. A., indústria de papel e celulose, que conforme a tipologia precisou entregar o EIA, 
conforme a Resolução CONAMA nº 001/1986 e Resolução CEMA nº 065/2008, em uma 
companhia que publica RS, a fim de analisar a integração do planejamento à operação do 
empreendimento com os ODS. 
A Unidade Puma da Klabin, inaugurada em 2016, é considerada o maior 
empreendimento privado do estado do Paraná e foi projetada para ser referência em 
sustentabilidade: conta com autossuficiência energética por meio do aproveitamento de 
biomassa; interligação com a malha ferroviária do Porto de Paranaguá; tratamento terciário de 
efluentes; matéria-primaproveniente integralmente de florestas certificadas; além de tecnologia 
e inovação nas suas máquinas, nas quais resultam em menor uso de recursos naturais quando 
comparada com máquinas convencionais do mercado e no oferecimento de produtos de alta 
qualidade ao mercado (Vieira, 2016a). 
Dada a sua complexidade e tamanho, o empreendimento Klabin Puma passou antes de 
sua construção pelo processo de AIA em 2012, conduzido pelo Instituto Ambiental do Paraná 
(IAP), atual Instituto Água e Terra (Instituto Água e Terra, 2022). 
A Klabin S.A. publica desde 1999, anualmente, RS e desde 2017, os relatórios 
começaram a ser publicados seguindo a Norma GRI Standards versão Essencial (Klabin, 
2018a); aderiu aos ODS oficialmente, em 2016, e em 2020, aprofundou seu comprometimento 
da Agenda 2030 com o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Klabin 
(KODS) (Klabin, 2020a). 
Como a Klabin possui o histórico de ciclos de expansão e tensiona abrir outras unidades 
no Brasil em breve, as lições a serem aprendidas e experiências na análise do EIA da Unidade 
Puma, objeto de avaliação deste trabalho, poderão também contribuir na elaboração de novos 
EIAs nas eventuais novas ampliações da empresa, com foco nos ODS, e ainda para outros 
empreendimentos similares. 
 
 
 
 
 
17 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
O objetivo geral dessa pesquisa é analisar a integração dos Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) do planejamento à operação da Unidade Puma da Klabin 
S.A. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
 
• Analisar se o EIA da Unidade Puma da Klabin possui integração com os ODS; 
• Analisar se os Relatórios GRI da Klabin possuem integração com os ODS; 
• Verificar se o EIA possui integração com os Relatórios GRI, tendo os ODS como ponto 
em comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 De modo a fornecer uma base para compreensão das análises a serem realizadas, o 
Referencial Teórico está estruturado em 4 principais tópicos: 
• Klabin S. A.: apresentação do que é a Klabin e a importância da Unidade Puma para a 
companhia; 
• Avaliação de Impacto Ambiental: definição sobre a AIA, o EIA e o histórico e valor do 
instrumento; 
• Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: surgimento dos objetivos e relevância na 
sociedade; 
• Relatórios de Sustentabilidade: importância de sua publicação, modelo GRI e como a 
Klabin publica seus RS. 
 
3.1 Klabin S. A. 
Fundada em 1899, como inicialmente uma pequena empresa importadora de produtos 
de papelaria e com produção de artigos de escritório, hoje com mais de 120 anos de história, a 
Klabin é a maior fabricante e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. É caracterizada 
como líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais, além de ser a 
única companhia do país a ofertar ao mercado soluções em celuloses de fibra curta, fibra longa 
e fluff. (Almanaque Klabin 120+, 2021; Klabin, 2022a). 
 Atualmente, a Klabin conta com 23 unidades industriais, sendo 22 no Brasil uma na 
Argentina. A capacidade de produção da companhia é de 2,6 milhões t/ano de papel, 1,6 milhão 
t/ano de celulose e 414 mil t/ano de papéis reciclados, sendo a maior recicladora de papéis do 
Brasil (Klabin, 2022a). 
 A companhia possui quatro unidades de negócio: florestal, celulose, papéis e 
embalagem, as quais contemplam desde a produção e comercialização de madeira e de celulose 
até a produção de papéis e diversidade de embalagens que abrangem diferentes segmentos do 
mercado e que são leves, biodegradáveis, recicláveis e originadas de fontes renováveis (Klabin, 
2022b). 
Quanto a base florestal, matéria-prima para o negócio, a Klabin possui cerca de 549 mil 
hectares de florestas, sendo mais de 42% composta por matas nativas preservadas (Klabin, 
2022a). No Paraná, a companhia detém uma taxa de produtividade florestal de 54 m³/ha. ao ano 
19 
 
nas áreas de eucalipto, valor superior à média anual brasileira que já é a mais alta do mundo e 
possui o valor médio de 40 m³/ha. ao ano (Vieira, 2016a). 
Na década de 60, a empresa desenvolveu um modelo de plantio inovador chamado de 
plantio em mosaico, o qual intercala os trechos de florestas homogêneas de eucalipto e pínus 
com trechos de mata nativa. A Fazenda Monte Alegre, área mais antiga da Klabin no Paraná, 
foi projetada dessa forma. Esse modelo mais tarde passou a ser amplamente aderido pelas 
empresas do setor por proporcionar além da diversidade de fauna e flora por meio dos 
corredores ecológicos que são estabelecidos, benefícios como redução de pragas (Vieira, 
2016a). 
A Klabin foi pioneira no setor de papel e celulose no Hemisfério Sul a conquistar a 
certificação de manejo florestal pelo Forest Stewardship Council (FSC) em 1998, contando 
atualmente 100% de suas unidades florestais e etapas do processo de produção são certificadas 
(Ishikawa, 2012; Klabin, 2022a). 
A certificação FSC é uma influente ferramenta econômica de desenvolvimento 
sustentável e gestão ambiental que garante o combate ao desmatamento, utilização consciente 
dos recursos florestais, manutenção ou aperfeiçoamento dos serviços, conservação e 
regeneração das florestas naturais e da vida silvestre, além de promover o respeito, bem-estar, 
dignidade e defesa dos direitos dos trabalhadores, das comunidades locais e do público indígena 
(FSC, 2022). 
Segundo Ishikawa (2012), a preocupação com o correto manejo florestal na Klabin e 
suas boas práticas já existia desde a instituição do projeto florestal na companhia, há mais de 
70 anos, desse modo a obtenção do selo FSC não foi um desafio e sim uma consequência do 
zelo da companhia com o bom desempenho ambiental. 
Nas fábricas da Klabin, 89% da matriz energética para abastecimento provém de fontes 
renováveis e limpas (Klabin, 2022a) e 98,1% dos resíduos sólidos são aproveitados, tendo como 
meta 100% de reaproveitamento para ser atingido em 2030 (Klabin, 2022b). 
A Klabin já recebeu vários prêmios e reconhecimentos por sua atuação sustentável, com 
destaque para o “Selo Triple A” da CDP, em que foi a primeira empresa da América Latina a 
obter a classificação, junto com apenas 14 empresas no restante do mundo (Mattos, 2021, 7 de 
dezembro) e a presença por dois anos consecutivos no Dow Jones Sustainability Index (DJSI), 
como única empresa no seguimento, índice de ações que tem a finalidade de dar 
reconhecimento para as melhores práticas de sustentabilidade das empresas cotadas em bolsa 
de valores, obtendo ainda o selo “Ouro” em 2021 no “The Sustainability Yearbook de 2021” 
(Forbes Brasil, 2020, 19 de novembro; Klabin, 2022b). 
20 
 
A companhia faz parte desde 2017 da carteira anual do Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (IBE) e por quatro vezes consecutivas participou do Environmental Paper 
Company Index (EPCI), índice levantado a cada dois anos pelo World Wide Fund (WWF), 
levando a pontuação de 90,5% em 2019 (Klabin, 2020b). 
Em 2021, foi a única empresa latino-americana convidada para participar do grupo de 
Business Leaders da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) 
em Glasgow na Escócia. Desde 1992, durante a Eco-92 a Klabin tem se envolvido com 
conferências ambientais e possui reconhecimento mundial pelas boas práticas nessa área 
(Klabin, 2022b). 
Após ter sido destaque por anos consecutivos desde 2013 no Guia Exame de 
Sustentabilidade, no ramo de papel e celulose, em 2016 a Klabin ganhou o ilustre título de 
“Empresa Sustentável do Ano” e o artigo publicado no Guia foi intitulado de “Uma fábrica 
verde para o futuro”, dando o destaque para a inauguração da Unidade Puma, que teve grande 
peso para a Klabin conseguir o título (Vieira, 2016a) 
O Projeto Puma em Ortigueira-PR, referência em sustentabilidade, foi concebido para 
dobrar a capacidade produção da Klabin em três anos. O Puma, inaugurado em 2016, é 
reconhecido como o maior empreendimento privadodo Paraná e posicionou a Klabin entre os 
fabricantes globais da commodity. (Klabin, 2020c). 
Com localização estratégica, a planta se situa próxima a então agora segunda maior 
unidade da Klabin, a Unidade Monte Alegre em Telêmaco Borba-PR, município vizinho de 
Ortigueira-PR. A mesma área florestal abastece as duas fábricas (Monte Alegre e Puma) de 
celulose e papel, o que resulta na maior operação florestal do mundo, totalizando em 11 milhões 
de metros cúbicos de abastecimento por ano. O raio médio entre a operação florestal e o Puma 
é de 72 km a 100 km (Martin, 2016; Klabin, 2020c) 
As obras do Projeto Puma, iniciadas em 2014, foram executadas em 24 meses em uma 
área de 200 hectares, dentro do orçamento previsto. O investimento totalizou em R$ 8,5 bilhões 
incluindo infraestrutura, impostos e correções contratuais (Martin, 2016). 
A Unidade Puma, Figura 1, é a única do mundo a fabricar simultaneamente três tipos de 
celulose, tendo como capacidade produtiva anual de 1,6 milhões de toneladas, dos tipos 
branqueada de fibra curta (eucalipto): LyptusCel TM; branqueada de fibra longa (pinus): PineCel 
TM; parte desta última é convertida em celulose fluff, levando a marca de PineFluffTM. (Martin, 
2016; Klabin, 2022b). 
 
21 
 
 
Figura 1. Unidade Puma da Klabin 
Fonte: Klabin (2020b) 
A unidade fabril tem capacidade de produzir 270 MW de energia elétrica, sendo 120 
MW para uso no próprio site e 150 MW de excedente. A quantidade excedente é capaz de 
abastecer uma cidade de 500 mil habitantes. A energia provém da queima da biomassa gerada 
no processo de preparação da madeira, queimada em uma caldeira de biomassa, que com base 
na queima de licor negro, gerado no processo de cozimento de pínus e eucalipto, como também 
no aproveitamento da totalidade da biomassa que entra na fábrica, obtém esse número 
expressivo (Martin, 2016). 
A fábrica também tem destaque no quesito de consumo de água, utilizando apenas 25 
metros cúbicos de água por tonelada de celulose fabricada, defronte a uma média convencional 
de 30 a 40 metros cúbicos em outras fábricas de celulose. Os motivos do número mais reduzido 
se devem ao regime de circuito de abastecimento fechado, que viabiliza a reutilização da água 
de alguns processos em outros e ao uso de um equipamento de lavagem de fibra de celulose 
mais eficiente (Vieira, 2016a). 
O tratamento de esgoto da Unidade Puma é do tipo terciário, com padrões de lançamento 
que garantem a fácil absorção pelo corpo hídrico (Klabin, 2022b). A Estação de Tratamento de 
Esgoto (ETE) é capaz de armazenar e tratar 2700m³/h de efluentes, e é considerado o maior 
tanque da América Latina (Klabin, 2021a). 
No contexto da economia circular, em que a indústria deve observar o resíduo como 
matéria-prima para novos produtos, a Unidade Puma inicialmente conseguia processar 90% de 
22 
 
todos os resíduos gerados na planta, que retornava como fertilizantes e corretivos de solo para 
áreas de plantio e como fibras que eram incorporadas no processo de produção de papel (Vieira, 
2016a). No entanto, os dados de 2021 divulgados, demonstram que a capacidade de reciclagem 
e reutilização aumentou para 99% dos resíduos gerados na produção (Klabin, 2021b). 
 O empreendimento também possui um ramal ferroviário de 23,5 km de extensão, o qual 
proporciona a interligação da Unidade Puma com a ferrovia Central do Paraná, percorrendo os 
municípios de Ponta Grossa e Curitiba (Klabin, 2020c) e em 2021 deu início às operações do 
terminal ferroviário de contêineres, situado na Unidade em Ortigueira-PR. 
 O terminal de contêineres está entre os maiores do mundo em capacidade transporte 
para uma única empresa, cuja capacidade de operação para carregamento mensal é de 125 mil 
toneladas de celulose e papel inseridos e contêineres. O terminal contribui com a diversidade 
logística de modais para deslocamento de cargas, acarretando benefícios para aumento da 
segurança de rodovias, redução e 25% de custos logísticos da Klabin no Paraná e diminui o 
trânsito de dois a três mil caminhões nas rodovias por mês (Klabin, 2022b). 
 Em 2019, foi aprovado o Projeto Puma II com investimento de 12,9 bilhões, o maior da 
história da Klabin. O projeto contempla a ampliação de capacidade no segmento de papéis para 
embalagem, através da construção de duas máquinas de papel com fabricação de celulose 
integrada: A Máquina de Papel 27 (MP27), com capacidade de produção de 450 mil 
toneladas/ano, e Máquina de Papel 28 (MP28), com capacidade de produção de 460 mil 
toneladas/ano (Klabin, 2020c; Laier, 2021). 
 O projeto foi dividido em duas fases, sendo a primeira com entrega da MP27 em 2021, 
e a segunda com a entrega planejada da MP28 para 2023, Figura 2. A MP27 produz o 
Eukaliner®, um papel kraftliner fabricado exclusivamente com fibra de eucalipto, sendo a 
Klabin pioneira no mundo com essa inovação, a qual demanda menor área plantada para 
produzir a mesma quantidade de kraftliner, quando confrontado com papéis comuns de 
diferentes locais do mundo (Klabin, 2022c). 
 
23 
 
 
Figura 2. Construção da MP28 
Fonte: Klabin (2020b) 
O Eukaliner® possui alta performance e economiza vapor nas onduladeiras, fator que 
propicia maior resistência e estrutura mais incorporada. Além disso, o produto tem benefícios 
quanto à melhor qualidade de impressão e possibilidade de redução de gramatura, mantendo a 
estrutura das embalagens (Klabin, 2022c). A MP28 será uma máquina de papel-cartão moderna 
que irá consolidar a Klabin como fabricante global de cartões para alimentos líquidos e 
industrializados (Klabin, 2022c). 
Hoje a Unidade Puma representa a maior fatia de lucro da Klabin dentre as 23 unidades, 
tendo somente a celulose representado 37% da receita da companhia no terceiro semestre de 
2022, cerca de 2.016 bilhões de reais. No negócio de papéis, considerando todas as unidades, o 
ramp-up do Eukaliner® foram um dos fatores contribuíram com o aumento de 103% acima do 
terceiro semestre de 2021 (Klabin, 2022d). 
A Klabin já percorreu ciclos de expansão consideráveis desde a inauguração do Puma, 
como a aquisição das Unidades de Manaus (AM), Rio Verde (GO), Suzano (SP), Paulínia (SP) 
e Franco da Rocha (SP) da International Paper em 2020 (Rosa, 2020). Para os próximos anos, 
está prevista a construção de uma nova unidade em Piracicaba (SP), o Projeto Figueira, ainda 
em fase de projeto e com inauguração estimada para o segundo trimestre de 2024 (Moreira, 
2022). 
 
 
24 
 
3.2 Avaliação de Impacto Ambiental 
A Avalição de Impacto é o processo para aperfeiçoar a tomada de decisão e garantir que 
as opções disponíveis do empreendimento em questão são ambientalmente e socialmente 
saudáveis e sustentáveis (Donelly, Dalal-Clayton e Hughes, 1998). 
Sánchez (2013) transcreve algumas das principais definições de AIA em seu livro, que 
estão sintetizadas no Quadro 1 a seguir: 
 
Quadro 1. Principais definições de AIA 
Fonte: Adaptado de Sánchez (2020, p. 61-62) 
 
Autor Conceito 
Munn (1975, p. 23) Atividade que visa identificar, prever, interpretar e comunicar 
informações sobre as consequências de uma determinada ação sobre a 
saúde e o bem-estar humanos. 
Horberry (1984, p. 269) Procedimento para encorajar as pessoas encarregadas da tomada de 
decisões a levar em conta os possíveis efeitos de investimentos e projetos 
de desenvolvimento sobre a qualidade ambiental e a produtividade dos 
recursos naturais e um instrumento para coleta e a organização dos dados 
que os planejadores necessitam para fazer com os projetos de 
desenvolvimento sejam mais sustentáveis e ambientalmente menos 
agressivos 
Moreira (1992, p. 33) Instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de 
procedimentos, capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça 
um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta 
(projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, e que os 
resultadossejam apresentados de forma adequada ao público e aos 
responsáveis pela tomada de decisão, e por eles sejam considerados. 
Gilpin, (1995, p.4-5) Apreciação oficial dos prováveis efeitos ambientais de uma política, 
programa ou projeto; alternativas à propostas; e medidas a serem adotadas 
para proteger o ambiente. 
Glasson, Therivel e 
Chadwick (1999, p. 4) 
Um processo sistemático que examina antecipadamente as consequências 
ambientais de ações humanas. 
Leduc e Raymond 
(2000, p. 26-27) 
Um processo de exame e de negociação do conjunto das consequências 
de um projeto. 
Morgan (2012, p. 5) Avaliação de ações propostas quanto às suas implicações em todos os 
aspectos do ambiente, do social ao biofísico, antes que sejam tomadas 
decisões sobre essas ações, e a formulação de respostas apropriadas às 
questões levantadas na avaliação. 
IAIA e Institute of 
Environmental 
Assessment (IEA) (1999, 
p.2) 
Avaliação de impacto, simplesmente definida, é o processo de identificar 
as consequências futuras de uma ação presente ou proposta. 
25 
 
A AIA surgiu em 1969 nos Estados Unidos através da implantação da National 
Environmental Policy Act – NEPA, na qual demandava a elaboração de um documento 
detalhado analisando os impactos ambientais provenientes de iniciativas do governo americano. 
(Sánchez, 2013). 
Canadá, Nova Zelândia e Austrália também foram países pioneiros na adoção do sistema 
de AIA para tomada de grandes decisões governamentais no início da década 1970 (Morgan, 
2012). 
Apesar do uso em alguns países desse instrumento de proteção, somente em 1972 é que 
a AIA foi institucionalizada em nível mundial, através da Conferência de Estocolmo organizada 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da criação do Plano de Ação para o 
Desenvolvimento Humano. O plano estabeleceu diretrizes para a composição de um relatório 
de avaliações ambientais e gestão do meio ambiente, muito similar ao AIA norte americano 
(UN, 1972). 
Esse plano também incentivava as agências internacionais de fomento, como o Banco 
Mundial, a auxiliarem países menos industrializados nos problemas ambientais inseridos dentro 
dos projetos a serem implantados (UN, 1972). 
Duas décadas mais tarde, em 1992, sediada no Rio de Janeiro, a Conferência da 
Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida 
como ECO/92 ou Rio/92, instituiu a AIA como princípio ambiental consubstanciado em sua 
Declaração Rio 92 (Santos, 2013). O princípio 17, tem como descrição: 
A Avaliação de impacto ambiental, como instrumento nacional, deve ser realizada para 
atividades propostas que provavelmente irão causar impactos negativos significativos 
no meio ambiente e que esteja sujeita à decisão de uma autoridade nacional competente 
(UN, 1993, p.6, tradução nossa). 
Os princípios tinham o objetivo de estabelecer uma nova e equitativa parceria global 
através da criação de novos níveis de cooperação entre os países, setores chaves da sociedade 
e pessoas (UN, 1993) e tiveram uma importância história, visto que a Rio-92 foi uma 
conferência que contou com grande representatividade, já que teve a presença de 187 Estados, 
representados, 102 chefes de Estado e governo, 16 agências especializadas, 35 organizações 
intergovernamentais, 1.800 ONGs e nove mil jornalistas do mundo todo (Campello, 2018). 
Muito se evoluiu desde 1969, e a AIA é um dos instrumentos de planejamento ambiental 
mais aplicados no mundo, Morgan (2012) menciona que em 2012, 191 dos 193 países 
participantes da ONU continham leis nacionais com referência à AIA ou eram signatários de 
algum instrumento legal internacional relacionado à AIA. 
26 
 
A AIA está atrelada à identificação, predição e avaliação dos impactos previsíveis, tanto 
benéficos como adversos, relativos às atividades de empreendimentos públicos ou privados, 
incluindo alternativas e medidas mitigadoras. Tem o objetivo de eliminar ou minimizar 
impactos negativos e otimizar impactos positivos. 
Franks, Davis, Bebbington, Ali, Kemp e Scurah (2014) ressaltam que a avaliação do 
potencial adverso biofísico e social dos impactos em grandes projetos desde o início do ciclo 
de vida pode prevenir eventuais perdas financeiras ou danos à reputação. 
Sánchez (2013b) apresenta um modelo genérico do processo de AIA, o qual abrange 
três principais etapas, representadas na Figura 1, descritas por Gallardo (2004) como: etapas 
iniciais, que correspondem a definição do tipo de análise mais apropriada para submissão do 
projeto; análise detalhada, cujo escopo integra múltiplas atividades até a aprovação do projeto; 
e etapa pós-aprovação, que seria o acatamento dos procedimentos após a comprobação da 
viabilidade ambiental e nos quais a AIA compreende e se associa com outros instrumentos de 
gestão ambiental. 
Como processo de AIA é complexo e moroso, Dias (2001) destaca a necessidade de 
uma etapa de triagem (screening, na língua inglesa), enquadrada nas etapas iniciais conforme 
Figura 3. Dessa forma, devem ser expostos à análise detalhada somente projetos que podem 
gerar impactos ambientais significativos (Gallardo, 2004). 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Figura 3. Processo de AIA 
Fonte: Sánchez (2013b, p. 160) 
 
A Avaliação de impacto envolve o processo do empreendimento como um todo ao invés 
de apenas atividades singulares. Quando adotada no nível de projeto, deve ser vista como a 
parte principal que rege o ciclo de vida do projeto (Donelly, Dalal-Clayton, Hughes, 1998). 
Para atingir esses objetivos, a avaliação de impacto precisa ser orientada ao processo, 
elaborada por uma equipe multidisciplinar e interativa e deve resultar em uma melhor 
compreensão das conexões entre os sistemas ecológicos, sociais, econômicos e políticos 
(Donelly et al, 1998). 
28 
 
Gallardo (2004) ressalta que na etapa após-aprovação, a avaliação da magnitude dos 
impactos previstos e a eficiência das medidas mitigadoras propostas nas etapas anteriores é 
desenvolvida pelas relações intervenções-meio. 
 
3.2.1. Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil 
 
A década de 30 marcou a abertura das ações governamentais no Brasil sobre políticas 
ambientais com a promulgação em 1934 do Código das Águas (ainda válido até hoje), Decreto 
nº 24.643/1934, do Código de Minas, Decreto nº 23.642/1934 e do Código Florestal, Decreto 
nº 23.793/1934; e em 1938 com a adoção do Código da Pesca, Decreto-lei nº 794/1938 (Lira, 
2015). 
Ramos (2004) menciona que nesta fase a preocupação dos legisladores incidia sobre a 
proteção da flora, da fauna e dos recursos naturais, não tendo relação com problemas ambientais 
e o processo de desenvolvimento econômico. Até então, não era estabelecido nenhum tipo de 
avaliação prévia dos possíveis impactos ambientais das atividades. 
A primeira Avaliação de Impacto no Brasil foi feita em 1972, por conta de uma 
exigência do Banco Mundial para aprovação de financiamento da Usina Hidrelétrica de 
Sobradinho (Moreira, 1988; Bramorski, 2019), antes de sua instituição formal por lei. 
A história legislativa do EIA no Brasil tem início com o Decreto-lei nº 1.413/1975, o 
qual introduziu o zoneamento das áreas críticas de poluição e possibilitou uma base legal para 
o licenciamento ambiental. Antunes (2021) ainda considera esse decreto como um marco 
temporal, visto que ao dispor sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por 
atividades industriais, proporcionou uma forte modificação de até então uma sucessão de 
conceitos jurídicos que eram indiscutíveis. 
As empresas que viessem a ser implantadas após a data de expedição do decreto-lei 
eram obrigadas a possuir antipoluição conforme os critérios previstos e para isso, era 
indispensável a avaliação prévia dos impactos ambientais provocados pela atividade, ainda que 
sem um maior rigor metodológico e sem uma imposição legal clara e precisa (Antunes, 2021). 
Até mesmo as indústrias que já se encontravaminstaladas quando da dição do decreto-
lei foram obrigadas a cumprirem as novas exigências de ordem pública ambiental. 
Manifestando o rumo soberanista da política ambiental durante o Regime Militar, o Decreto-
Lei também previa a competência exclusiva ao Poder Executivo Federal de decretar ou cancelar 
a suspensão da atividade de estabelecimento industrial cuja prática fosse julgada de alta 
relevância para desenvolvimento e segurança nacional (Thorstensen e Silva, 2021). 
29 
 
Sem legitimar o “direito adquirido de poluir”, o decreto foi compreensível a realidades 
que não poderiam ser mudadas de forma repentina. Antunes (2021) pontua que foi estabelecido 
um canal de negociação entre governo e indústria, com o objetivo de, em período razoável, 
mudar situações ambientalmente inadmissíveis, dando como última possibilidade a realocação 
das empresas que não conseguissem reduzir efetivamente a poluição gerada. 
Antunes (2021) exemplifica a realocação das instalações industriais do Curtume Carioca 
no Rio de Janeiro – RJ como ação resultante do Decreto-lei nº 1.413/1975, que devida a alta 
densidade populacional da região, não havia mais viabilidade do empreendimento permanecer 
no local. A realocação da fábrica para a Zona Oeste da cidade foi decidida após uma extensa 
negociação entre governo, população e indústria. 
Em complemento ao Decreto-lei nº 1.413/1975, foi editada a Lei nº 6.803/1980, que 
representou um marco de grande importância para a AIA, pois foi através dela que foi 
estabelecido de forma concisa a necessidade da avaliação de impacto ambiental em 
empreendimentos industriais, em seu art. 10 §3º: 
Além dos estudos normalmente exigíveis para o estabelecimento do zoneamento urbano, a 
aprovação das zonas a que se refere o parágrafo anterior será precedida de estudos especiais 
de alternativas e de avaliações de impactos, que permitam estabelecer a confiabilidade da 
solução a ser adotada (Brasil, 1980). 
Fiorillo (2013) ressalta que essa lei ainda se distanciava muito do atual instrumento 
constitucional de prevenção do meio ambiente, EIA/RIMA, já que não previa participação 
pública, possuía o campo de aplicação restrito às aprovações de estabelecimentos das zonas 
estritamente industriais, e não compreendia integração com licenciamento ambiental. 
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei nº 6.938/1981 instituiu em seu 
Art.9º inciso III, a AIA como instrumento de gestão pública ambiental no Brasil (Brasil, 1981). 
A PNMA é reconhecida como um marco fundamental na introdução da AIA no Brasil, a qual 
trouxe a abrangência do instrumento sem limitações ou imposição de condicionantes, podendo 
alcançar projetos públicos ou privados, urbanos ou rurais, industriais ou não (Dias, 2001). 
Após à publicação desta lei, houve a regulamentação da AIA pelos dispositivos – 
Decreto nº 88.351/83, Decreto nº 99.274/90 e Resolução CONAMA nº 001/1986 – os quais 
vincularam a AIA ao licenciamento ambiental, subordinando-a a ele. Dessa forma, Dias (2001) 
ressalta que o alcance do instrumento foi restringido e passou a não incluir mais as políticas, 
planos e programas no âmbito de aplicação da AIA. 
A AIA possibilitou em caráter inédito a participação pública, de forma privilegiada, no 
processo decisório de empreendimentos potencialmente poluidores e a associação de impactos 
ambientais de diferentes aspectos (Dias e Sánchez, 2001). 
30 
 
A Resolução CONAMA nº 001/1986 compõe a AIA nas seguintes etapas tradicionais 
que devem ser seguidas em qualquer processo: 
1) Triagem dos empreendimentos com significativo potencial de degradação do meio 
ambiente; a definição do escopo do EIA; 
2) Composição e análise técnica do EIA; 
3) Participação pública, para certificar de que o público diretamente afetado esteja 
envolvido no processo e exponha suas considerações para que tenham relevância no 
processo de tomada de decisão; a decisão propriamente dita acerca do projeto; 
4) Gestão ambiental do projeto para assegurar a boa implementação das medidas 
planejadas relativas à redução, eliminação ou compensação dos impactos ambientais 
negativos; o acompanhamento das atividades realizadas pós-decisão e a documentação 
de todas essas fases. 
A AIA brasileira foi estipulado pela Resolução CONAMA nº 001/1986 como a junção 
do EIA e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), inseridos dentro do contexto de 
licenciamento para ambiental com incumbência de aprovação dos órgãos ambientais 
competentes. 
A ata da audiência pública e anexos, a qual se refere à participação pública servirá de 
base, juntamente com o RIMA, para parecer final do órgão ambiental licenciador quanto à 
aprovação positiva ou negativa do projeto proposto (Brasil, 1987). Entretanto, a decisão final 
de deferimento de viabilidade do empreendimento cabe exclusivamente ao órgão ambiental, 
independentemente da opinião pública. 
Apesar da posterior promulgação de outros regulamentos e resoluções no âmbito 
federal, estadual e municipal, e de algumas particularidades dependendo da jurisdição, o 
processo de AIA ainda permanece seguindo os elementos principais da Resolução CONAMA 
nº 001/1986. 
Como o licenciamento ambiental no Brasil é primariamente de competência estadual e 
a AIA está vinculada ao processo deste, a condução do processo de AIA no país é 
essencialmente feita pelos órgãos estaduais de meio ambiente, exceto nos casos previstos no 
art. 4º da Resolução CONAMA nº 237/1997, que então compete ao Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente (IBAMA) o licenciamento (Brasil, 1997). 
O EIA é o documento mais significativo de todo o processo de AIA. É com apoio nele 
que serão definidas as decisões mais importantes relacionadas a viabilidade ambiental de um 
projeto, demanda de medidas mitigadoras ou compensatórias e o tipo e a abrangência dessas 
medidas (Sánchez, 2013b). 
31 
 
Milaré (2021) afirma que o objetivo do EIA é impedir que uma obra ou atividade, sob 
justificativa econômica ou relacionada aos interesses de seu proponente, aflore posteriormente 
consequências nefastas ou trágicas para o meio ambiente. 
A Constituição Federal de 1988 tornou o EIA um instrumento ambiental constitucional, 
através da publicação do Art. 225 – inciso IV: “exigir na forma da lei, para instalação de obra 
ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo 
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”. 
A Resolução CONAMA nº 001/1986 define como conteúdo mínimo do EIA (Brasil, 
1986): 
I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e 
análise dos recursos ambientais e suas interações de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando o 
meio físico, biológico e socioeconômico; 
II. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas; 
III. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos; 
IV. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
positivos e negativos. 
As principais etapas do EIA estão ilustradas na Figura 4. 
 
 
 
 
32 
 
 
Figura 4. Principais etapas no planejamento e execução do EIA 
Fonte: Sánchez (2013b, p. 288) 
 
3.2.2 Avaliação de Impacto Ambiental no Paraná 
 
O primeiro registro de órgão ambiental no Paraná foi em 1973 com a criação da 
Administração de Recursos Hídricos (ARH) através do Decreto Estadual nº 3209/1973, que 
possuía competências, entre outras, de estabelecer a política de uso de recursos hídricos e 
desenvolver estudos e pesquisas relacionadas a tratamento de águas, controle de poluição de 
cursos d’água e resíduos industriais (Paraná, 1973). 
Em 1978 a ARH se transformou na Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio 
Ambiente (SUREHMA) (Paraná, 1978). A SUREHMA era um órgão mais robusto que os 
33 
 
anteriores, com normas e legislações que transmitiam conceitos de meio ambiente e atividades 
poluidoras bemdefinidos, além de pioneirismo nas atividades de avaliação de impactos 
ambientais, licenciamento ambiental e fiscalização ambiental. 
Era atribuído à SUREHMA segundo o Art. 6º do Decreto Estadual nº 857/1979: “avaliar 
impactos ecológicos decorrentes de obras públicas ou privadas, objetivando estudos e 
disciplinamentos” e “autorizar a instalação, construção, ampliação, bem como operação ou 
funcionamento das fontes de poluição definidas neste Regulamento”, entre outras funções 
(Paraná, 1979). Nessa época se deu início a emissão de licenças ambientais prévias para 
instalação, funcionamento e ampliação de qualquer atividade considerada poluidora. 
O EIA no Paraná foi instituído oficialmente em 1989 através da Constituição Estadual 
do Paraná e em 1992 foi criado o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), autarquia vinculada à 
Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), a qual foi fruto da fusão da SUREHMA com 
o Instituto de Terras Cartografia e Florestas – ITCF (Paraná, 1992). 
O IAP estabeleceu critérios, diretrizes, legislações e procedimentos administrativos de 
extrema relevância para o processo de AIA, dentre eles se destacam a Resolução CEMA nº 065 
de 2008, que ficou vigente até 2019, período que compreendeu o processo de entrega do 
EIA/RIMA e emissões das licenças ambientais da Unidade Puma da Klabin S.A. 
 A Resolução CEMA nº 065/2008 traz o rol de atividades sujeitas ao EIA/RIMA 
conforme tipo, porte e localização do empreendimento (Paraná, 2008), sem grandes mudanças 
quando comparado ao pela Resolução CONAMA nº 01/1986 (Paraná, 2008). 
Em 2019, foi fundado o Instituto Água e Terra, que surgiu através da incorporação do 
IAP com o Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná (ITCG) pela Lei Estadual nº 
20.070/2019 (Paraná, 2019). 
No Paraná, atualmente a AIA é regida pela Resolução CEMA nº 107/2020, que 
substituiu a Resolução CEMA nº 105/2019 que revogou a Resolução CEMA nº 065/208, na 
qual define os critérios e definições, além do enquadramento das atividades sujeitas ao 
EIA/RIMA. A AIA insere-se dentro do processo de Licença Prévia, no qual o Termo de 
Referência do EIA é emitido pelo Instituto Água e Terra após avaliação das características do 
empreendimento e da sua localização (Paraná, 2020). 
O processo é obrigatoriamente sucedido de Audiência Pública (Paraná, 2020) e o 
EIA/RIMA juntamente o edital do processo são disponibilizados para livre acesso no website 
do Instituto. 
 
34 
 
3.3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
 
Depois da Conferência de Estocolmo, os diálogos sobre sustentabilidade e 
desenvolvimento sustentável se sucederam em 1992, no Rio de Janeiro com a Rio – 92, que 
além de resultar na Declaração o do Rio sobre o Meio Ambiente com promoção de seus 27 
princípios, também trouxe a Agenda 21. A Agenda 21 proporcionou a sinergia necessária para 
a mobilização internacional nos anos posteriores para a implantação de um novo padrão de 
desenvolvimento para o século XXI (Dias, 2016). 
No ano de 2000 surgiram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), Figura 
5, através da Declaração do Milênio das Nações Unidas, na qual propunha 8 objetivos e 21 
metas, que foram adotados pelos 191 estados membros, incluindo o Brasil (Campello, 2018). 
 
 
 
Figura 5. Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) 
Fonte: ONU, 2019. 
 
Os ODM propunham fazer com que o mundo progredisse rapidamente rumo à 
eliminação da extrema pobreza e da fome do planeta, fatores que afetavam especialmente as 
populações mais pobres, dos países menos desenvolvidos (Roma, 2019). 
A partir dos ODM, surgiram discussões e negociações que culminaram em setembro de 
2015 os ODS, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 
Diferente dos ODM, que eram relevantes somente aos países de baixa e média renda, os 
ODS são aplicáveis a todos os países (IAIA, 2019). Os ODS representam um conjunto de 
objetivos econômicos, sociais e ambientais mundiais para serem alcançados até 2030, descritos 
como “a coisa mais próxima de uma estratégia para o planeta Terra nos próximos 15 anos que 
35 
 
a humanidade já criou” pelo Cambridge Institute for Sustainability Leadership (CISL, 2016, p. 
10). 
A Agenda 2030 é estruturada em dezessete objetivos, Figura 6, 169 metas, inseridas no 
Anexo A, e em 231 indicadores únicos globais. 
 
 
Figura 6. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
Fonte: Organização das Nações Unidas [ONU], 2022 
 
Os indicadores globais dos ODS, conhecidos internacionalmente como KPIs (Key 
Performance Indicators) dos ODS, foram desenvolvidos pela Inter-Agency e pelo Expert 
Group on SDG Indicators, e aprovados na 48ª sessão da Comissão Estatística das Nações 
Unidas sediada em março de 2017. Esses indicadores estão disponíveis no site da ONU nos 
idiomas arábico, chinês, inglês, espanhol, francês e russo (UN, 2022). 
Os indicadores possuem refinamento anual, com propostas de mudanças sujeitas à 
aprovação das Comissões Estatísticas. Apesar de o número total de indicadores listados nos 
indicadores globais serem 248, trinta e três indicadores se repetem entre dois ou três metas 
diferentes, resultando em 231 indicadores únicos (UN, 2022). 
Silva (2018) menciona o obstáculo na análise dos ODS de forma independente um do 
outro, pois há uma correlação forte entre eles, além da premissa comum sobre o princípio da 
indivisibilidade dos direitos humanos, que promove o conceito de que nenhum direito humano 
pode ser integralmente efetivado sem que os outros direitos também o sejam. Por exemplo, um 
indivíduo não obterá seu direito à saúde sem o acesso a uma alimentação apropriada 
(insegurança alimentar). 
36 
 
Apesar de o ideal ser que o alcance do desenvolvimento sustentável demande o 
cumprimento de todos os objetivos de forma integrada e complementar ao mesmo tempo, tal 
complexidade não isenta os países de explorar profundamente cada um dos ODS e de realizar 
o monitoramento de suas metas (Silva, 2018). 
Para a concretização da Agenda 2030, o ODS de número 17 traz a importância das 
parcerias globais para o desenvolvimento sustentável, no qual é proposto a iniciativa de 
realização de parcerias multissetoriais que impulsionem e compartilhem conhecimento, 
expertise, tecnologia e recursos. 
Essa parceria é de extrema importância pois alguns dos ODS não conseguem se 
materializar somente com ações isoladas dos governos, como por exemplo o ODS nº 13 que 
trata sobre mudanças climáticas, Vieira (2016b, p. 89) salienta que “é consenso que são as 
empresas, mais do que governos, que terão de protagonizar os esforços de mitigação e 
adaptação às mudanças climáticas”. 
Ainda dentro do contexto de parcerias, a agenda está recebendo bastante atenção do 
setor privado. CISL (2016) menciona que os ODS representam uma oportunidade única para 
os negócios por possibilitarem: uma estrutura global com um conjunto visível de resultados 
endossada pelo governo, sociedade e ramo empresarial; um rumo de longo termo que permite 
direcionamento para políticas, investimentos e ações inovadoras; além firmar uma linguagem 
comum para os problemas sociais, ambientais e econômicos que possibilita melhor 
comunicação, coordenação e colaboração para tomada de ações. 
A Klabin é signatária dos ODS desde 2016, a qual após a adesão voluntária incorporou 
um item dedicado na Política de Sustentabilidade vigente na época: 
10. Observar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações 
Unidas (ONU) e orientar suas ações e seus investimentos para o fortalecimento dessa agenda, 
agindo de modo afirmativo em favor do desenvolvimento socioambiental positivo dos locais 
onde atua (Klabin, 2020c). 
 
Em 2020, a companhia acentuou seu comprometimento e lançou os Objetivos Klabin 
para o Desenvolvimento Sustentável (KODS), baseada na metodologia do SDG Compass. Os 
KODs representam um conjunto de metas de curto (2021), médio (2025) e longo prazo(2030), 
organizados em quatro pilares e 23 temas materiais (Klabin, 2021c), possíveis de ver na Figura 
7. 
 
37 
 
 
Figura 7. Organização dos KODS 
Fonte: Klabin (2021c) 
 
Foram aderidos pela companhia os ODS de nº 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 16, 
com detalhamento de descrição e metas no Anexo B. 
 
3.3.1 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e Avaliação de Impacto Ambiental 
 
Os ODS têm sido direcionadores para os países no lançamento de suas políticas públicas 
de desenvolvimento, programas e projetos, conforme elencado por IAIA (2019). Como o AIA 
é instrumento já consolidado em muitos países, ele se encontra em uma posição única para 
abordar proativamente muitos dos ODS em vários níveis diferentes e incorporar objetivos e 
metas relevantes nos Planos de Gestão Ambiental e Social (Walmsley e Ofosu-Koranteng, 
2017). 
A AIA é um instrumento amplamente utilizado por governos no mundo todo para 
análise de implantação de empreendimentos potencialmente poluidores. Estudos tem indicado 
38 
 
que há inúmeras vantagens no uso desse poderoso instrumento alinhado ao pacto voluntário dos 
ODS, que possuem o objetivo em comum de promoção do desenvolvimento sustentável. 
A inserção dos ODS nos estudos de impacto é capaz de trazer tangibilidade e 
assertividade nas estruturas dos ODS, como por exemplo o acompanhamento de indicadores e 
cumprimento de metas dos ODS através do monitoramento dos programas e planos ambientais, 
sociais e de saúde exigidos pelo EIA (IAIA, 2019). 
Boess et al (2021a) mencionam que a integração dos ODS nos estudos ambientais pode 
apontar caminhos para os projetos e planos, trazendo foco e perspectiva de opções e alternativas 
que auxiliam na contribuição para alcance dos ODS. Os ODS quando incorporados a AIA são 
capazes de aperfeiçoar o escopo e aumentar a qualidade do processo por meio incremento de 
parâmetros adicionais. 
Embora ainda não seja comum o uso de estudos de impacto explicitamente em apoio 
aos ODS, apesar da crescente adesão de governos e do setor privado na Agenda 2030, Hacking 
(2018) afirma que o principal motivo seria porque os estudos de impactos relacionados à 
sustentabilidade no nível de projeto geralmente foram elaborados antecedendo ao lançamento 
dos ODS. 
Entretanto, se os ODS estão sendo aceitos como os impulsionadores da agenda de 
sustentabilidade, e o objetivo dos estudos ambientais é a tomada de decisão em torno da 
sustentabilidade, seria natural alinhar o propósito em comum de ambos Hacking (2018). 
A análise teórica elaborada por Hacking (2018) explorou o potencial do 
desenvolvimento de avaliações de sustentabilidade com foco nos ODS através de um estudo de 
caso sobre o Banco Asiático de Desenvolvimento. No estudo foi revelado um ciclo potencial 
efetivo entre os ODS e as Avaliações da Sustentabilidade (AS): enquanto os ODS são capazes 
de determinar os aspectos a serem utilizados nas AS, as AS têm o forte potencial de otimizar o 
cumprimento dos ODS. 
A AS é definida por Bond, Morrison-Saunders e Pope (2012) como qualquer processo 
que direciona na tomada de decisão em torno da sustentabilidade e, segundo Pope, Bond, Hugé 
e Morrison-Saunders (2017) engloba uma vasta gama de tomadas de decisão a partir da escolha 
de indivíduos na vida cotidiana por meio de projetos, planos, programas e políticas mais 
direcionados a avaliação de impacto, como o EIA e a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). 
Os resultados de Hacking (2018), sintetizados no Quadro 2, foram mostrados conforme 
a distinção das características da AS, em graus de: i) ‘Abrangência’ (temas de sustentabilidade 
são cobertos); ii) ‘integração’ (os temas cobertos são conectados e/ou comparados) e iii) 
‘estratégia’ (aspiração e conexão para um contexto mais amplo). 
39 
 
Quadro 2. Principais descobertas de Hacking (2018) 
 
 Teoria: ODS e AS Prática: Políticas do Banco Asiático 
de Desenvolvimento 
i) Abrangência Os ODS deram forte ênfase nos temas 
sociais, que possuiu menor abrangência 
nas avaliações de impacto quando 
comparada aos temas biofísicos. 
Exigiu consideração de um amplo 
espectro de temas sociais, e 
desenvolveu um número substancial 
de documentos-guia para auxiliar 
nessa inclusão. 
Onde as avaliações de nível de projeto 
consideraram mudanças climáticas, a 
ênfase tendeu a ser na mitigação, através 
da redução nas emissões de Gases de 
Efeito Estufa (GEE), e pouca ou 
nenhuma cobertura foi dada aos impactos 
das mudanças climáticas e adaptação 
Os requisitos atuais enfatizaram a 
abordagem das emissões de GEE; no 
entanto, a adaptação é proeminente de 
publicações recentes, sugerindo que 
futuras revisões de políticas são 
susceptíveis de incluir requisitos 
reforçados. 
ii) Integração Como os ODS definem o destino global 
geral, eles não fornecem orientação sobre 
como gerenciar trade-offs associados a 
projetos individuais; portanto AS podem 
desempenhar um papel crucial ao 
apresentar a “imagem completa” de 
impactos positivos e negativos, e 
explorar interconexões. 
Foi constatado ambiguidade no grau 
de ênfase que deve ser colocado nos 
impactos positivos. 
Aparentemente não houve nenhum 
requisito explícito para explorar 
compensações como parte das 
avaliações de impacto em nível de 
projeto, mas a AAE foi sinalizada 
como uma técnica apropriada para 
fazê-lo. 
iii) Estratégia Os ODS podem solidificar e aumentar a 
ambição da AS ao esclarecer o que se 
entende por sustentabilidade e elevando 
sua proeminência. 
Não foi encontrada nenhuma 
evidência de que os ODS já tenham 
sido incorporados na estrutura de 
avaliação de projetos; Contudo houve 
a detecção de expressões de respaldo 
aos ODS, sugerindo que pode haver 
mudanças nas próximas avaliações a 
serem realizadas. 
Os ODS podem ser usados para gerar 
objetivos que servem como critérios de 
O uso de objetivos aspiracionais 
como critérios não foi promovido 
40 
 
avaliação nos AS, seja por cascateamento 
através de um sistema de planejamento 
em camadas, ou como estrutura para 
informar a companhia. 
no nível do projeto, mas foi descrito 
como uma característica da AAE. 
Fonte: Tradução nossa de Hacking (2018) 
 
Para o setor privado, a utilização da estrutura dos ODS nos estudos de impacto dos 
empreendimentos pode trazer grandes contribuições para gerenciamento dos riscos 
corporativos e obrigações (IAIA, 2019). Além de traçar um plano de vida para o 
empreendimento já alinhado aos ODS. 
O EIA foi qualificado por Boess, Lyhne, Davila, Jantzen, Kjellerup e Kørnøv (2021b) 
como um método de medição de efetividade de contribuição do desenvolvimento do projeto 
para alcance dos ODS. O estudo identificou que existem ainda lacunas consideráveis nos EIAs 
analisados quando relacionados aos ODS, mas que essas lacunas devem ser vistas como 
oportunidades para utilização dos ODS como molde e refino de quais características de 
desenvolvimento sustentável serão incorporadas na execução de futuros projetos. 
Boess et al (2021b) analisou cinco EIAs na Dinamarca e correlacionou metas ODS com 
parâmetros de EIA, de forma a explorar como a prática dos estudos ambientais no nível de 
projeto podem utilizar os ODS para desenvolver seu escopo. 
 A correção iniciou primeiramente na eliminação de metas ODS que não seriam 
aplicáveis no contexto de EIA, um estudo ambiental em nível de projeto e Dinamarca, seguindo 
os seguintes critérios (Boess et al, 2021b): 
a) Metas que requerem unicamente ação estratégica do Estado foram eliminadas. 
Isso se referiu às metas que determinam quais recursos estratégicos, como planos e políticas 
públicas, devem ser implementados pelos governos dos países para cumprimento dos objetivos. 
b) Metas não aplicáveis ao contexto dinamarquês foram eliminadas; 
c) Metas referentes a operações da companhia sem implicações físicas foram 
eliminadas. 
 O processo de eliminação das metas dos ODS considerando as regras

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