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Classificação das práticas de enfermagem em saúde Coletiva no Brasil

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NO TA PRÉ VIA 
CLASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ENFERMAGEM EM SAÚDE 
COLETIVA NO BRASIL 
ClASSI�ICATION O� NURS"ING PRACTICES" IN COLLECTI\lE HEALTH IN BRAZIL. 
Maria José Morais Antunes 1 
Isília Aparecida Silva 2 
Emiko Yoshikawa Egry 3 
Roseni Rosângela Chompré 4 
Em 1 99 1 , o Conselho I nternacional de Enfermeiras (C I E ) i n iciou um processo 
no qua
'
l a questão centra l g i rava em torno do estabelecimento de um s istema de 
comu n icação ( loca l , reg ional e i nternaciona l ) a part ir de nomenclaturas 
específicas que dessem conta de descrever as mais d istintas práticas da 
enfermagem no m undo. Desencadeou este processo a constatação de que o 
trabalho da enfermagem , na enorme gama de ações constru ídas desde sua 
gênese - na moderna acepção, cont inua invis ib i l izada ainda, decorrente , entre 
outras causas, da inexistência de dados que expressem - no coletivo e no 
ind ividual - claramente os Objetos de trabalho com os q uais se defronta . 
Albergando esta preocu pação e sustentada na necessidade real de se 
apreender as d istintas práticas de enfermagem em saúde coletiva no cenário 
brasi le i ro , a Associação Brasi le i ra de Enfermagem, enquanto uma entidade 
profissional que tem "o compromisso ético , pol ítico e técn ico de propor e 
defender pol íticas e programas que visem a melhoria da qua l idade de vida da 
popu lação . . . " (ABEn , 1 994) constitu i u , em 1 996 , o Projeto de Classificação das 
Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva no Brasil, cujos pressupostos e 
propósitos centra is serão a segu i r descritos. 
Consideradas a h istoricidade e a d inâmica das transformações no setor 
saúde, decorrentes das transformações sociais mais amplas (modo de produção 
da sociedade brasi le i ra) , o presente projeto tem como Objetivo Gera l contribuir 
para a transformação das práticas de enfermagem em saúde coletiva no 
Brasil , tendo por referência os pressupostos da Reforma Sanitária 
1 Enfermeira , Mestre em Enfermagem pela UFMG. Doutoranda da EEUSP, Diretora de Assuntos 
Profissionais da ABEn , gestão 95/98. Coordenadora Geral do Projeto. 
2 Enfermeira . Mestra em Enfermagem pela EEUSP. Doutora em Enfermagem pela EEUSP. 
Professor Doutor do Departamento de Enfermagem Materno-Infanti l e Psiquiátrica da EEUSP. 
Diretora do CEPEN (Centro de Estudos e Pesquisa em Enfermagem da ABEn), gestão 95/98. 
Coordenadora Geral Adjunta do Projeto. 
3 Enfermeira, Mestra em Enfermagem pela EEUSP. Doutora em Saúde Pública pela FSP-USP. 
Livre-docente em Enfermagem em Saúde Coletiva pela EEUSP. Professora Titular em 
Enfermagem em Saúde Coletiva da EEUSP. Coordenadora Técnica do Projeto. 
4 Enfermeira . Mestra em Veterinária (Área de Epidemiologia) pela UFMG. Doutora em 
Enfermagem pela EEUSP. Professora Adjunta da .Escola de Enfermagem da UFMG. Consultora 
da Fundação W.K. Kellogg para a América Latina e Caribe. Coordenadora de Aval iação do 
Projeto. 
R. Bras. Enferm. , Brasíl ia , v. 50, n. 1 " p. 1 4 1 - 1 42 , jan .lmar. 1 997 1 4 1 
A NTUNES, Maria José Morais cf ai 
Brasi le i ra , os perfis de saúde-doença da população e a i nscrição 
constitutiva da enfermagem no processo de prod ução de saúde. 
O alcance deste objetivo hercú leo , para além da requerida estratég ia 
operacional efetiva e do r igor metodológ ico , apoia-se na premissa de que todo o 
conhecimento verdadeiramente impactante no sentido de superação das 
contrad ições da prática deve exist i r e ser produzido n u m contexto de com partida 
e reflexão conju nta do saber. Ass im , o desenvolvimento do Projeto levará em 
conta tanto o processo quanto o produto, pr inc ipa lmente no que se refere á 
qua l ificação e requa l ificação da força de trabalho em enfermagem , privi leg iando­
se neste caso o saber i nstrumenta l . 
Os propósitos centra is do projeto são: a) estabelecer mecan ismos de 
cooperação para a classificação da prática de enfermagem em saúde coletiva no 
Pa ís ; b) revis itar as práticas de enfermagem em saúde coletiva no País , 
contextual izadas no processo de produção em saúde, d iante da implantação do 
Sistema Ú n ico de Saúde; c) constru i r um sistema de informação das práticas de 
enfermagem em saúde colet iva que permita a sua class ificação, troca de 
experiências e i nterlocução nos n íve is nacional e internaciona l . 
Subord inados a estes propós itos centra is , foram constitu ídos os objetivos 
específicos que se encontram descritos no Projeto . 
O marco teórico-metodológ ico adotado configu rou as categorias ana l íticas -
momento ínvestígatívo - e as categorias i nterpretativas - momento ínterventívo -
apresentando-se neste estudo ta l como se segue : trabalho (elementos 
constitutivos do processo de traba lho , formas de organ ização, infra-estrutura e 
recu rsos h umanos) ; força de traba lho (composição, estrutu ração, organ ização , 
programas e estratég ias de operaciona l ização e s istemas de qua l ificação e 
requa l ificação) ; educação (organ ização i nterna e art icu lação com as i nstitu ições 
de ens ino e pesqu isa) ; modelo ass istencia l (propostas teóricas de 
concretização e obstácu los para a implantação do SUS) ; enfermagem (teorias e 
marcos teóricos que embasam a prática , concretização da prática , obstáculos 
para a expansão das ações de enfermagem, parâmetros de aval iação da 
qua l idade do trabalho e ind icadores de ava l iação e produção e reprodução de 
con hecimentos) ; e perfis epidem iológ icos da popu lação adscrita no Distrito 
San itário (processos de produção e reprodução socia l , i nd icadores 
demográficos , perfis de morbidade e morta l idade, mapeamento de g rupos 
homogêneos) . 
O desenvolvimento do presente projeto contará com o apoio financeiro da 
F u ndação W. K. Kel log g , assentado em base operativa das ABEns-seção, 
com partidas com a Academia e o Serviço , mon itorados por supervisão reg ional 
(Núcleos A, B , C, D, E e F) e coordenados pela equ ipe de Coordenação Gera l do 
Projeto , com cronog rama i n ic ia l de três anos, de 1 997 ao ano 2000. 
1 42 R . Bras. Enferm. , Brasí l ia , v. 50, n . 1 , p . 1 4 1 - 1 42 , jan .lmar. 1 997

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