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ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 1 Física Prof. Henrique Goulart Aula 08 – Termologia e Calor estretegiavestibulares.com.br vestibulares.estrategia.com 2024 Exasi u ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 1) TERMOMETRIA E ESCALAS TERMOMÉTRICAS 5 1.1. Escalas Celsius e Kelvin 6 1.2. Escala Fahrenheit 8 1.3. Conversões entre Escalas 9 2) DILATAÇÃO TÉRMICA 16 2.1. Dilatação Linear 18 2.1.1. Lâminas Bimetálicas 22 2.2. Dilatação Superficial 24 2.2.1. Dilatação do Vazio 25 2.3. Dilatação Volumétrica 28 2.3.1. Anel de Gravesande 29 2.3.2. Dilatação dos Líquidos e a Dilatação Aparente 30 2.3.3. Dilatação Anômala da Água 33 3) CALORIMETRIA 35 3.1. O Calor e sua Propagação 37 3.1.1. Propagação de Energia por Condução 37 3.1.2. Propagação de Energia por Convecção 38 3.1.3. Propagação de Energia por Irradiação 38 3.1.4. Aplicações e Garrafas Térmicas 39 3.2. Calor, Trabalho e Energia Interna 44 3.2.1. Estados Físicos da Matéria 45 3.2.2. Aquecimento de Substância Pura 49 3.3. Quantidade da Calor Sensível 56 3.3.1. Calor Específico de uma Substância 58 3.3.2. Capacidade Térmica de um Corpo 64 3.4. Quantidade da Calor Latente 66 3.4.1. Calor Latente de uma Substância 66 3.5. Misturas Térmicas 73 3.6. Fluxo de Energia na Forma de Calor por Condução 79 4) RESUMO DA AULA 85 5) LISTA DE EXERCÍCIOS 97 Gabarito 120 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 3 6) LISTA DE EXERCÍCIOS RESOLVIDA E COMENTADA 121 CONSIDERAÇÕES FINAIS 164 VERSÕES DA AULA 165 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 165 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 4 INTRODUÇÃO Faaaaala, guerreira! Faaaaala, guerreiro! Tudo bem contigo?! Eu sou o Professor Henrique Goulart, um dos professores de Física aqui do Estratégia Vestibulares. Seja muito bem-vindo à nossa Aula 08 do Curso de Física! Estou muito feliz em ver que você conseguiu vencer todos os tópicos da aula anterior com sucesso! Nesta aula, vamos falar sobre Termologia. Dentro desta área, abordaremos os tópicos de escalas termométricas, o fenômeno da Dilatação Térmica, o conceito de Calor e seus modos de propagação, além de Misturas Térmicas. Minha guerreira, meu guerreiro, não esqueça que ao mesmo tempo que você tem este livro digital, em PDF, você também pode conferir a videoaula! Ah, também não esqueça que qualquer dúvida pode ser tirada diretamente pelo fórum de dúvidas! Ao finalizar esta aula, é esperado que você tenha desenvolvido e adquirido todas as ferramentas teóricas e práticas e seja capaz de resolver os exercícios específicos da banca da sua prova de vestibular. Prepara o café e o chocolate e vem comigo! ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 5 1) TERMOMETRIA E ESCALAS TERMOMÉTRICAS Termometria significa medidas de temperatura. Os equipamentos que medem esta grandeza se chamam termômetros. Um termômetro é um instrumento capaz de medir a temperatura de um sistema por comparação, indicando um valor em uma determinada escala para comparação. O conceito de Temperatura pode ter várias definições dependendo da área e do grau de profundidade a que se quer discutir. Por agora, podemos considerar a grandeza Temperatura, que é escalar, como uma propriedade associada ao grau de agitação das moléculas de um corpo, de forma que, quanto maior a temperatura, maior é esse grau de agitação. Todas as escalas de temperatura são formuladas a partir da comparação do grau de agitação de uma substância de referência em condições bem definidas, geralmente nos pontos de fusão e ebulição ao nível do mar. As escalas que podem aparecer em nossas provas são a Celsius, a Kelvin e a Fahrenheit. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 6 1.1. Escalas Celsius e Kelvin A escala Celsius tem como referência os pontos de fusão e ebulição da água ao nível do mar. O zero da escala é colocado no ponto de fusão e o 100 da escala é colocado no ponto de ebulição. Assim, podemos graduar e calibrar um termômetro nesta escala ao submeter o equipamento a estas duas condições, de modo que o 0°C e o 100°C possibilitem a comparação de temperaturas. Não há qualquer lei física que limite um valor superior de temperatura, mas valor mínimo tem. Como veremos na próxima aula, de Termodinâmica, existe um valor mínimo de temperatura possível na natureza. Este valor está associado ao menor padrão de agitação térmica dos constituintes de um material (não significa que eles param de vibrar). Esta temperatura é chamada de Zero Absoluto. A escala Kelvin é a escala Celsius absoluta, ou seja, é a mesma escala Celsius, mas com o zero deslocado para o zero absoluto, que fica 273 valores abaixo do 0°C. Esta é a escala absoluta de temperaturas do Sistema Internacional padrão de unidades. A escala Kelvin é a escala Celsius absoluta, ou seja, é a mesma escala Celsius, mas com o zero deslocado para o zero absoluto, que fica 273 valores abaixo do 0°C. Esta é a escala absoluta de temperaturas do Sistema Internacional padrão de unidades. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 7 Assim, os pontos de fusão e ebulição da água, ao nível do mar, na escala Kelvin ficam os valores 273K e 373K, respectivamente. A equação que relaciona estas duas escalas e possibilita o cálculo de valores equivalentes de uma escala a outra é a seguinte: Relação entre as escalas Celsius e Kelvin 𝐾 = °𝐶 + 273 A temperatura na escala Kelvin corresponde ao valor na escala Celsius somado de 273. OBS: Uma temperatura na escala Kelvin é indicada com o valor seguindo do símbolo “K” maiúsculo, sem o símbolo de grau “°”. Já na escala Celsius, o valor deve ser seguido de “°C”. Além disso, enquanto se diz “graus célsius”, os valores da escala Kelvin não se dizem “graus kelvin”, mas somente “kelvin” ou “kelvins” no plural. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 8 1.2. Escala Fahrenheit A escala Fahrenheit tem os valores de 32°F e 212°F nos respectivos pontos de fusão e ebulição da água ao nível do mar. Assim, um termômetro pode ser graduado e calibrado nesta escala ao submeter o equipamento a estas duas condições. Existe uma escala absoluta para a Fahrenheit. A escala Rankine é a escala Fahrenheit absoluta, ou seja, é a mesma escala Fahrenheit, mas com o zero deslocado para o zero absoluto, que fica 459 valores abaixo do 0°F: −459°𝐹 = 0𝑅. A escala Rankine não é cobrada em provas, bem como outras diversas escalas que existem. A escala Celsius é utilizada como escala oficial na maioria dos países do mundo, como no Brasil, por exemplo. Alguns países de língua inglesa utilizam a escala Fahrenheit como oficial, o que pode causar um pouco de confusão para viajantes em países como Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo. Assim, onde temos o valor de 0° a escala Fahrenheit marca 32°F, enquanto que o valor de 100°C corresponde ao 212°C. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 9 A equação que relaciona estas duas escalas e possibilita o cálculo de valores equivalentes de uma escala a outra é a seguinte: Relação entre as escalas Celsius e Fahrenheit °𝐶 5 = °𝐹 − 32 9 1.3. Conversões entre Escalas Uma relação que converte o valor de uma escala para outra pode ser obtida ao se conhecer, pelo menos, dois valores correspondentes entre as escalas. Com estes valores, podemos fazer uma operação de interpolação linear, associando variações correspondentes entre as escalas. Para encontrar a relação entre duas escalas, devemos fazer a interpolação linear entre elas a partir de dois valores equivalentes. A interpolação linear é uma regra de três simples, mas com intervalos de valores. Jamais utilize uma regra de três simplespara encontrar o valor correspondente de uma escala para outra! Muito cuidado!!! Jamais utilize uma regra de três simples para encontrar o valor correspondente de uma escala para outra! Para encontrar a relação entre duas escalas, devemos fazer a interpolação linear entre elas a partir de dois valores equivalentes. A interpolação linear é uma regra de três simples, mas com intervalos de valores. Ao se fazer a interpolação entre as escalas Celsius e Kelvin, temos que uma variação de temperaturas em cada escala estão relacionadas da seguinte forma: ∆°𝐶 = ∆𝐾 Como uma variação de 100°C corresponde a uma variação de 100K, então podemos escrever o que segue: ∆°𝐶 100 = ∆𝐾 100 Assim, a diferença entre uma temperatura na escala Celsius e o 0°C corresponde à diferença entre a temperatura equivalente na escala Kelvin e o 273K, da mesma forma que a diferença (100°𝐶 − 0°𝐶) está para (373𝐾 − 273𝐾). Assim, temos: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 10 °𝐶 − 0 100 − 0 = 𝐾 − 273 373 − 273 °𝐶 100 = 𝐾 − 273 100 °𝐶 = 𝐾 − 273 𝐾 = °𝐶 + 273 Claro, estas são as relações que nós já vimos. O importante aqui é que você entenda como encontrar a relação entre quaisquer escalas ao saber dois valores equivalentes entre elas. Então, vamos lá! Ao aplicarmos esta mesma ideia para as escalas Celsius e Fahrenheit, já que o 0°C equivale a 32°F e 100°C equivale a 212°F, então podemos escrever uma regra de três com as respectivas variações, onde uma variação ∆°𝐶 está para ∆°𝐹, assim como (100°𝐶 − 0°𝐶) está para (212°𝐹 − 32𝐹). Assim, temos: ∆°𝐶 100 − 0 = ∆°𝐹 212 − 32 ∆°𝐶 100 = ∆°𝐹 180 Veja que, enquanto na escala Celsius temos uma variação de 100 valores, na escala Fahrenheit temos a variação de 180 valores. Isto significa que a escala Fahrenheit é mais subdividida, com intervalos menores entre os valores. Se simplificarmos, temos: ∆°𝐶 10 = ∆°𝐹 18 ∆°𝐶 5 = ∆°𝐹 9 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 11 Ao simplificarmos o denominador, temos que para cada variação de 10 valores na escala Celsius, teremos uma variação de 18 valores na Fahrenheit. Da mesma forma, uma variação de 5 valores em graus celsius correspondem a uma variação de 9 valores em graus fahrenheit. Assim, a diferença entre uma temperatura na escala Celsius e o 0°C corresponde à diferença entre a temperatura equivalente na escala Fahrenheit e o 32K, da mesma forma que a diferença (100°𝐶 − 0°𝐶) está para (212°𝐹 − 32°𝐹). Assim, temos: C − 0 100 − 0 = F − 32 212 − 32 °𝐶 − 0 5 = °𝐹 − 32 9 °𝐶 5 = °𝐹 − 32 9 Viu só! Agora espero que você tenha entendido de onde que sai estas equações que relacionam escalas! Ah, e muito mais importante que decorar estas equações, é você entender como aplicar a interpolação, assim, sabendo dois valores equivalentes, você será capaz de montar a relação para quaisquer escalas. Podemos inventar uma escala chamada de Uh, que é o barulho que as corujas fazem ao chirriarem, em homenagem à nossa mascote do Estratégia Vestibulares (Bah! Viajei nessa... Hahaha). Nesta escala, o ponto de fusão marca −20°𝑈 e o ponto de ebulição marca 200°𝑈. Assim, podemos escrever a equação que relaciona esta escala com qualquer outra. ∆°𝐶 100 = ∆𝐾 100 = ∆°𝐹 180 = ∆°𝑈 220 ∆°𝐶 10 = ∆𝐾 10 = ∆°𝐹 18 = ∆°𝑈 22 °𝑈 𝑈 200 −20 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 12 A relação entre as variações de temperatura nas escalas fica: ∆°𝐶 10 = ∆𝐾 10 = ∆°𝐹 18 = ∆°𝑈 22 E a relação entre os valores correspondentes e equivalentes entre as escalas fica: °𝐶 − 0 100 − 0 = 𝐾 − 273 373 − 273 = °𝐹 − 32 212 − 32 = °𝑈 − (−20) 200 − (−20) °𝐶 100 = 𝐾 − 273 100 = °𝐹 − 32 180 = °𝑈 + 20 220 °𝐶 10 = 𝐾 − 273 10 = °𝐹 − 32 18 = °𝑈 + 20 22 °𝐶 5 = 𝐾 − 273 5 = °𝐹 − 32 9 = °𝑈 + 20 11 Exemplo: PUC SP 2016 O Slide, nome dado ao skate futurista, usa levitação magnética para se manter longe do chão e ainda ser capaz de carregar o peso de uma pessoa. É o mesmo princípio utilizado, por exemplo, pelos trens ultrarrápidos japoneses. Para operar, o Slide deve ter a sua estrutura metálica interna resfriada a temperaturas baixíssimas, alcançadas com nitrogênio líquido. Daí a “fumaça” que se vê nas imagens, que, na verdade, é o nitrogênio vaporizando novamente devido à temperatura ambiente e que, para permanecer no estado líquido, deve ser mantido a aproximadamente – 200 graus Celsius. Então, quando o nitrogênio acaba, o skate para de “voar”. Fumaça que aparenta sair do skate, na verdade, é nitrogênio em gaseificação (Foto: Divulgação/Lexus) Fonte: www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/07/comofunciona-o-skate-voador- inspirado-no-filme-de-volta-para-o-futuro-2.html. Consultado em: 03/07/2015 Com relação ao texto, a temperatura do nitrogênio líquido, – 200 ℃, que resfria a estrutura metálica interna do Slide, quando convertida para as escalas Fahrenheit e Kelvin, seria respectivamente: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 13 A) -328 e 73 B) -392 e 73 C) -392 e -473 D) -328 e -73 Comentários Para converter o −200°𝐶 para seus respectivos equivalentes nas escalas Kelvin e Fahrenheit, precisamos da relação entre estas escalas, que pode ser obtida a partir dos respectivos valores dos pontos de fusão e ebulição da água ao nível do mar: 0°𝐶 = 273𝐾 = 32°𝐹 e 100°𝐶 = 373𝐾 = 212°𝐹. °𝐶 − 0 100 − 0 = 𝐾 − 273 373 − 273 = °𝐹 − 32 212 − 32 °𝐶 5 = 𝐾 − 273 5 = °𝐹 − 32 9 O valor de −200°𝐶 em Kelvin, fica: °𝐶 5 = 𝐾 − 273 5 °𝐶 = 𝐾 − 273 −200 = 𝐾 − 273 𝐾 = −200 + 273 𝐾 = 73 O valor de −200°𝐶 em Fahrenheit, fica: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 14 °𝐶 5 = °𝐹 − 32 9 −200 5 = °𝐹 − 32 9 −200 ⋅ 9 5 = °𝐹 − 32 −40 ⋅ 9 = °𝐹 − 32 −360 = °𝐹 − 32 −360 + 32 = °𝐹 𝐹 = −328 Assim, temos: −200°𝐶 = 73𝐾 = −328°𝐹 Gabarito: “A”. Exemplo: MACKENZIE 2017 Uma escala termométrica A adota para a temperatura da água em ebulição à pressão normal, de 70 °A, e para a temperatura de fusão do gelo à pressão normal, de 20° A. Outra escala termométrica B adota para a temperatura da água em ebulição à pressão normal, de 90 °B, e para a temperatura de fusão do gelo à pressão normal, de 10 °B. A expressão que relaciona a temperatura das escalas A (𝜃𝐴) e B (𝜃𝐵) é A) 𝜃𝐵 = 2,6 ∙ 𝜃𝐴 − 42 B) 𝜃𝐵 = 2,6 ∙ 𝜃𝐴 − 22 C) 𝜃𝐵 = 1,6 ∙ 𝜃𝐴 − 22 D) 𝜃𝐴 = 1,6 ∙ 𝜃𝐵 + 22 Comentários Para encontrar a relação entre duas escalas, devemos fazer a interpolação linear entre elas a partir de dois valores equivalentes. A interpolação linear é uma regra de três simples, mas com intervalos de valores. Jamais utilize uma regra de três simples para encontrar o valor correspondente de uma escala para outra! Ao se fazer a interpolação entre as escalas A e B, temos: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 15 θA − 20 70 − 20 = θ𝐵 − 10 90 − 10 θA − 20 50 = θ𝐵 − 10 80 80 ∙ (θA − 20) = 50 ∙ (θ𝐵 − 10) 8 ∙ θA − 8 ∙ 20 = 5 ∙ θ𝐵 − 5 ∙ 10 8 ∙ θA − 160 = 5 ∙ θ𝐵 − 50 8 ∙ θA − 160 + 50 = 5 ∙ θ𝐵 Ao isolar o 𝜃𝐵, fica: 8 ∙ θA − 110 = 5 ∙ θ𝐵 5 ∙ θ𝐵 = 8 ∙ θA − 110 θ𝐵 = 8 ∙ θA − 110 5 = 8 ∙ θA 5 − 110 5 θ𝐵 = 1,6 ∙ θA − 22 Gabarito: “C”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 16 2) DILATAÇÃO TÉRMICA A dilatação térmica é a mudança nas dimensões, nos tamanhos, de um corpo devido às mudanças de temperatura. Em geral, aumentos de temperatura causam aumento dos tamanhos dos corpos, assim como reduções de temperatura causam redução dos tamanhos. Em muito contextos cotidianos podemos evidenciar este fenômeno, embora ele seja imperceptível para a grande maioria das pessoas.Em projetos de engenharia, como na construção de máquinas, pontes, viadutos, pisos e linhas férreas, por exemplo, os efeitos de dilatação se tornam muito relevantes. Como os corpos mudam de tamanho com a mudança de temperatura, folgas entre peças de motores, bem como espaçamentos entre as vigas em linhas férreas, entre as peças de um piso cerâmico e entre colunas e bases em viadutos e pontes devem ser projetados e previamente calculados. Veja as figuras a seguir. Figura 1: Espaçamento entre vigas de um trilho de trem (esquerda) e o espaçamento entre as estruturas de um viaduto (direita) Estes espaçamentos geralmente são cobertos ou preenchidos por uma junta de dilatação, capaz de absorver as mudanças de tamanho das junções, deixando as frestas menos perceptíveis. A imagem que segue apresenta dois exemplos: uma junta de dilatação em um viaduto e o de um piso, preenchido com rejunte. Figura 2: Juntas de dilatação em um viaduto e em um piso cerâmico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 17 Esta mudança de tamanho é um reflexo do afastamento entre os constituintes (átomos e moléculas) dos corpos que, com o aumento da temperatura, tende a aumentar o afastamento devido ao aumento da amplitude de vibração das partículas, que ficam com maior grau de agitação e se afastam. Assim, podemos escrever uma regra geral: Regra Geral: - Dilatação Térmica: Temperatura aumenta, tamanho aumenta. - Contração Térmica: Temperatura diminui, tamanho diminui. Esta regra geral tem exceções para algumas substâncias que, em determinadas etapas de aquecimento, modificam suas estruturas moleculares e dilatam de forma anômala, podendo sofrer uma contração térmica ao aumentarem de temperatura, como ocorre com a água líquida ao aquecer de zero até 4°C, como veremos mais adiante. As variações de tamanho devido ao fenômeno da dilatação térmica dependem de três fatores: são tão maiores quanto maiores os corpos forem inicialmente, maiores forem as variações de temperatura que sofrerem e maiores para corpos feitos de materiais com maiores coeficientes de dilatação. Existem três tipos de dilatação térmica: a linear, a superficial e a volumétrica. A primeira é aplicada em casos de fios ou barras, onde a dilatação é relevante apenas em uma dimensão. Já a segunda, é aplicada em chapas e placas de pequena espessura, onde a dilatação é relevante em duas dimensões. Por fim, a dilatação volumétrica é aplicada nos casos restantes, quando as três dimensões de um corpo são relevantes. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 18 A dilatação térmica é um fenômeno tridimensional. Ou seja, todos os corpos, sólidos ou líquidos, dilatam tridimensionalmente, em todas as direções. O cálculo da dilatação linear é utilizado para a estimativa da dilatação de uma das três dimensões de um corpo que dilatou volumetricamente. Da mesma forma, o cálculo da dilatação superficial é utilizado para a estimativa da dilatação de duas das três dimensões de um corpo que dilatou e a dilatação volumétrica estima a variação do volume de um corpo devido à variação de temperatura. 2.1. Dilatação Linear O cálculo da dilatação linear é utilizado para a estimativa da dilatação de uma das três dimensões de um corpo que dilata volumetricamente. Como vimos, a variação de uma das medidas dimensionais de um corpo é diretamente proporcional ao comprimento inicial, ao coeficiente de dilatação linear do material e à variação de temperatura. Ou seja, quanto maior for o comprimento inicial, maior o coeficiente de dilatação do material e maior for a variação de temperatura, maior será a mudança do comprimento. Uma viga ou uma barra com um comprimento 𝐿0 em uma determinada temperatura, irá dilatar termicamente ao sofrer uma elevação em sua temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 19 Quando aumentar a temperatura dessa barra, ela irá aumentar também seu comprimento e sua espessura. Podemos utilizar a equação da dilatação térmica linear para calcular a mudança de tamanho de uma medida unidimensional. Em que ∆𝐿 é a variação no comprimento, 𝐿0 o comprimento inicial do corpo, 𝛼 o coeficiente de dilatação linear e ∆𝑇 a variação de temperatura. Os coeficientes de dilatação dos materiais são bem pequenos, de forma que as variações de tamanho acabam sendo bem sutis. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 20 Exemplo: MACKENZIE Se uma haste de prata varia seu comprimento de acordo com o gráfico dado, o coeficiente de dilatação linear desse material vale: A) 4,0 ⋅ 10−5 °𝐶−1 B) 3,0 ⋅ 10−5 °𝐶−1 C) 2,0 ⋅ 10−5 °𝐶−1 D) 1,5 ⋅ 10−5 °𝐶−1 E) 1,0 ⋅ 10−5 °𝐶−1 Comentários Podemos utilizar a equação da dilatação térmica linear para calcular a mudança de tamanho de uma medida unidimensional, conforme a equação que segue. ∆𝐿 = 𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ ∆𝑇 (𝐿𝑓 − 𝐿0) = 𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇0) Como o comprimento da haste foi de 20,00cm a 0°C para 20,04cm a 10°C, então temos: (20,04 − 20,00) = 20,00 ⋅ 𝛼 ⋅ (100 − 0) 0,04 = 20,00 ⋅ 𝛼 ⋅ 100 0,04 20,00 ⋅ 100 = 𝛼 𝛼 = 0,04 20,00 ⋅ 100 = 4 ⋅ 10−2 2 ⋅ 103 = 2 ⋅ 10−5 °𝐶−1 Gabarito: “C”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 21 Exemplo: UEL PR O coeficiente de dilatação linear do aço é 1,1 ⋅ 10−5 °𝐶−1. Os trilhos de uma via férrea têm 12m cada um na temperatura de 0°C. Sabendo-se que a temperatura máxima na região onde se encontra a estrada é 40°C, o espaçamento mínimo entre dois trilhos consecutivos deve ser, aproximadamente, de: A) 0,40 cm B) 0,44 cm C) 0,46 cm D) 0,48 cm E) 0,53 cm Comentários Podemos utilizar a equação da dilatação térmica linear para calcular a mudança de tamanho de uma medida unidimensional, conforme a equação que segue. ∆𝐿 = 𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ ∆𝑇 O espaçamento de dilatação entre um trilho e outro deve ser suficiente para suprir a mudança de tamanho causada pela dilatação térmica de cada viga. ∆𝐿 = 𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇0) Como o comprimento da viga vale 12m a 0°C e pode atingir uma temperatura máxima de 40°C, então a variação de tamanho ∆𝐿 fica: ∆𝐿 = 12 ⋅ 1,1 ⋅ 10−5 ⋅ (40 − 0) ∆𝐿 = 12 ⋅ 1,1 ⋅ 10−5 ⋅ 40 ∆𝐿 = 528 ⋅ 10−5 𝑚 ∆𝐿 = 5,28 ⋅ 10−3 𝑚 ∆𝐿 = 0,528 ⋅ 10−2 𝑚 ∆𝐿 = 0,528 𝑐𝑚 ∆𝐿 ≅ 0,53 𝑐𝑚 Gabarito: “E”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 22 2.1.1. Lâminas Bimetálicas Lâminas Bimetálicas são dispositivos compostos de dois materiais diferentes, cada um com seu respectivo coeficiente de dilatação. Existem diversas aplicações para estes componentes, principalmente em termostatos (dispositivos acionados por temperatura) em equipamentos eletrônicos e em sistemas de segurança. Podemos considerar uma lâmina bimetálica feita de dois componentes com iguais comprimentos, mas materiais diferentes, que sofrerão a mesma variação de temperatura. O componente da lâmina que tiver maior coeficiente de dilatação linear, irá sofrer maior variação de tamanho com a variação de temperatura, conforme a figura a seguir. Se a lâmina sofrer um aumento de temperatura, o componente inferior irá aumentar mais de tamanho que o de cima, de forma que a lâmina irá se curvar para cima. De forma semelhante, se a lâmina sofrer uma redução na temperatura, ela irá se curvar para baixo, pois o componente com maior coeficiente de dilatação irá reduzir mais de tamanho que o outro. Por exemplo, te tivermos uma lâmina bimetálica cuja parte inferior é de zinco e a superior de aço, já que o 𝛼𝑍𝑖𝑛𝑐𝑜 > 𝛼𝐴ç𝑜, teremos a seguinte configuração: Logo, aquele material que tem maior coeficiente de dilatação varia mais de tamanho que o outro, crescendo mais em caso de aquecimento, ou contraindo mais em caso de redução da temperatura. Exemplo: FATEC 2017 Numa aula de laboratório do curso de Soldagem da FATEC, um dos exercícios era construir um dispositivo eletromecânico utilizandoduas lâminas retilíneas de metais distintos, de mesmo comprimento e soldadas entre si, formando o que é chamado de “lâmina bimetálica”. Para isso, os alunos fixaram de maneira firme uma das extremidades enquanto deixaram a outra livre, conforme a figura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 23 Considere que ambas as lâminas estão inicialmente sujeitas à mesma temperatura 𝑇0, e que a relação entre os coeficientes de dilatação linear seja 𝛼𝐴 > 𝛼𝐵 . Ao aumentar a temperatura da lâmina bimetálica, é correto afirmar que A) a lâmina A e a lâmina B continuam se dilatando de forma retilínea conjuntamente. B) a lâmina A se curva para baixo, enquanto a lâmina B se curva para cima. C) a lâmina A se curva para cima, enquanto a lâmina B se curva para baixo. D) tanto a lâmina A como a lâmina B se curvam para baixo. E) tanto a lâmina A como a lâmina B se curvam para cima. Comentários Estando as duas lâminas a mesma temperatura inicial, a variação de temperatura será semelhante para as duas. O comprimento inicial das duas também é semelhante, isso é garantido durante a fabricação da lâmina bimetálica. A única diferença reside no coeficiente de dilatação linear 𝛼: quanto maior for, maior será a dilatação sofrida pela barra. Podemos considerar uma lâmina bimetálica feita de dois componentes com iguais comprimentos, mas materiais diferentes, que sofrerão a mesma variação de temperatura. O componente da lâmina que tiver maior coeficiente de dilatação linear, irá sofrer maior variação de tamanho com a variação de temperatura, conforme a figura a seguir. Sendo 𝛼𝐴 > 𝛼𝐵, a barra A sofrerá uma dilatação maior que a barra B. Contudo, como elas estão unidas, o resultado é uma curvatura para baixo, a barra de menor coeficiente de dilatação dificulta a dilatação da maior, sendo o resultado parecido com o ilustrado abaixo. Gabarito: “D”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 24 2.2. Dilatação Superficial O cálculo da dilatação superficial é utilizado para a estimativa da dilatação de duas das três dimensões de um corpo que dilata volumetricamente. A dilatação superficial é diretamente proporcional à área inicial, ao coeficiente de dilatação superficial do material e à variação de temperatura. Ou seja, quanto maior for a área inicial, maior o coeficiente de dilatação do material e maior for a variação de temperatura, maior será a mudança da área. Uma placa com uma área 𝐴0 em uma determinada temperatura, irá dilatar termicamente ao sofrer uma elevação em sua temperatura. Quando aumentar a temperatura da placa, ela irá aumentar também sua área e sua espessura. Podemos utilizar a equação da dilatação térmica superficial para calcular a mudança de tamanho da área dessa superfície. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 25 Em que ∆𝐴 é a variação da área, 𝐴0 a área inicial da superfície, 𝛽 o coeficiente de dilatação superficial e ∆𝑇 a variação de temperatura. O coeficiente de dilatação superficial pode ser obtido a partir do coeficiente linear, conforme a seguinte relação: 2.2.1. Dilatação do Vazio Imagine que a placa acima tem um furo. Se a placa sofrer um aumento de temperatura, o tamanho desse furo irá aumentar junto com a placa? Ou, como a placa se dilata para todos os lados, o furo deve reduzir de tamanho? Ou, ainda, a placa se dilata e o efeito da dilatação acaba não causando variação no tamanho do furo? O efeito da dilatação térmica resulta de uma mudança no distanciamento das partículas constituintes dos materiais. Assim, se a temperatura aumentar, toda a placa aumenta de tamanho, aumentando todas as suas dimensões, de forma que furos, orifícios, trincas, falhas, descontinuidades, bolhas, rasgos e espaços vazios também aumentam. Pense que as partículas da borda do furo também devem se afastar (ou se aproximar) em um aumento (ou redução) de temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 26 Portanto, aí vai a resposta: os vazios se dilatam como se estivessem preenchidos com o material à sua volta! Assim, inclusive, podemos calcular a dilatação de um orifício com a mesma equação da dilatação térmica superficial, com as dimensões iniciais do furo e utilizando o coeficiente de dilatação térmica superficial do material ao redor desse furo. Dilatação do “Vazio” 𝛥𝐴𝐹𝑢𝑟𝑜 = 𝐴𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐹𝑢𝑟𝑜 ⋅ 𝛽𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑎𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟 ⋅ 𝛥𝑇 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 27 Exemplo: UDESC 2016 Uma placa de alumínio com um furo circular no centro foi utilizada para testes de dilatação térmica. Em um dos testes realizados, inseriu-se no furo da placa um cilindro maciço de aço. À temperatura ambiente, o cilindro ficou preso à placa, ajustando-se perfeitamente ao furo, conforme ilustra a figura abaixo. O valor do coeficiente de dilatação do alumínio é, aproximadamente, duas vezes o valor do coeficiente de dilatação térmica do aço. Aquecendo-se o conjunto a 200°C, é correto afirmar que: A) o cilindro de aço ficará ainda mais fixado à placa de alumínio, pois, o diâmetro do furo da placa diminuirá e o diâmetro do cilindro aumentará. B) o cilindro de aço soltar-se-á da placa de alumínio, pois, em decorrência do aumento de temperatura, o diâmetro do furo aumentará mais que o diâmetro do cilindro. C) não ocorrerá nenhuma mudança, pois, o conjunto foi submetido à mesma variação de temperatura. D) o cilindro soltar-se-á da placa porque sofrerá uma dilatação linear e, em função da conservação de massa, ocorrerá uma diminuição no diâmetro do cilindro. E) não é possível afirmar o que acontecerá, pois, as dimensões iniciais da placa e do cilindro são desconhecidas. Comentários O efeito da dilatação térmica resulta de uma mudança no distanciamento das partículas constituintes dos materiais, fazendo-os mudarem seus tamanhos com as mudanças de temperatura. As variações de tamanho devido ao fenômeno da dilatação térmica dependem de três fatores: são tão maiores quanto maiores os corpos forem inicialmente, maiores forem as variações de temperatura que sofrerem e maiores para corpos feitos de materiais com maiores coeficientes de dilatação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 28 Assim, ao esquentar o conjunto cilindro de aço e placa de alumínio a 200°C, ambos irão sofrer uma dilatação térmica, aumentando seus tamanhos. No caso do orifício na placa, como toda a placa aumenta de tamanho, aumentando todas as suas dimensões, furos, orifícios, trincas, falhas, descontinuidades, bolhas, rasgos e espaços vazios também acabam aumentando de tamanho. Pense que as partículas da borda do furo também devem se afastar (ou se aproximar) em um aumento (ou redução) de temperatura. Ou seja, espaços vazios se dilatam como se estivessem preenchidos com o material à sua volta. Como o alumínio tem coeficiente de dilatação maior que o coeficiente de dilatação do aço, o diâmetro do furo aumentará mais que o diâmetro do cilindro, soltando-o. Gabarito: “B”. 2.3. Dilatação Volumétrica O cálculo da dilatação volumétrica é utilizado para a estimativa da dilatação das três dimensões de um corpo que dilata. A dilatação volumétrica é diretamente proporcional ao volume inicial, ao coeficiente de dilatação volumétrico do material e à variação de temperatura. Ou seja, quanto maior for o volume inicial, maior o coeficiente de dilatação do material e maior for a variação de temperatura, maior será a mudança do volume. Um corpo com volume 𝑉0 em uma determinada temperatura, irá dilatar termicamente ao sofrer uma elevação em sua temperatura. T Quando aumentar a temperatura do corpo, ela irá aumentar também todo o volume que ele ocupa, dilatando tridimensionalmente. Podemos utilizar a equação da dilatação térmica volumétrica para calcular a mudança de tamanho desse volume.ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 29 Em que ∆𝑉 é a variação do volume, 𝑉0 o volume inicial do corpo, 𝛾 o coeficiente de dilatação volumétrico e ∆𝑇 a variação de temperatura. O coeficiente de dilatação volumétrico pode ser obtido a partir do coeficiente linear, conforme a seguinte relação: Assim, a relação entre os três coeficientes, fica: 𝛾 3 = 𝛽 2 = 𝛼 1 2.3.1. Anel de Gravesande Um experimento demonstrativo da dilatação térmica é o do Anel de Gravesande. Este experimento consiste em uma esfera que tem diâmetro quase igual ao de um anel, por onde ela passa bem justa, a temperatura ambiente. Então, ao submeter a esfera a um aquecimento, elevando sua temperatura, percebe-se que ela não mais consegue passar pelo mesmo orifício, ficando emperrada. Veja a figura abaixo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 30 Figura 3: Anel de Gravesande. Ao se esperar um tempo, conforme a esfera vai resfriando e voltando à temperatura ambiente, ela vai se contraindo termicamente e, de repente, ela passa pelo anel, tanto pela redução de sua temperatura, que diminui seu tamanho, quanto pelo leve aquecimento do anel, que se dilata. Portanto, o experimento demonstrativo do Anel de Gravesande é uma evidência concreta da variação do tamanho de um corpo devido à variação de temperatura. 2.3.2. Dilatação dos Líquidos e a Dilatação Aparente Assim como todos os materiais, os líquidos se dilatam volumetricamente. Quando líquidos dentro de recipientes são aquecidos, eles se dilatam, tendo suas variações volumétricas podendo serem calculadas pela equação da dilatação térmica volumétrica. Porém, junto com o líquido, o recipiente também sofrerá os efeitos da dilatação, de forma que o espaço interno do recipiente também varia seu volume conforme a equação da dilatação do “vazio”, como vimos na seção 2.2.1. Assim, temos que a percepção da dilatação de um líquido no interior de um recipiente se dará pela diferença entre as duas dilatações: a do recipiente menos a do líquido. Se o recipiente dilatar mais que o líquido, perceberemos que o líquido irá ocupar menos espaço dentro do recipiente. Se o recipiente se dilatar menos que o líquido, perceberemos o líquido preenchendo o recipiente, reduzindo o espaço vazio. E, se o recipiente e o líquido se dilatarem igualmente, não perceberemos diferenças no espaço ocupado pelo líquido no recipiente. Dilatação dos líquidos = Dilatação Volumétrica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 31 A diferença entre as dilatações do líquido e do recipiente chamamos de dilatação aparente. Dilatação Aparente Se substituirmos as relações das dilatações volumétricas, para o caso de um recipiente totalmente preenchido com um líquido, teremos: ∆𝑉𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = ∆𝑉𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − ∆𝑉𝑅𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑉0𝐿𝑖𝑞 ⋅ 𝛾𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⋅ ∆𝑇 = 𝑉0𝐿𝑖𝑞 ⋅ 𝛾𝐿í𝑞 ⋅ ∆𝑇 − 𝑉0𝑅𝑒𝑐 ⋅ 𝛾𝑅𝑒𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝛾𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝛾𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − 𝛾𝑅𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 cipienteLíquidoAparente Re −= Assim, podemos calcular a quantidade de líquido que extravasa de um recipiente quando todo o conjunto for aquecido a partir da seguinte relação: ∆𝑉𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑉0 ⋅ γAparente ⋅ ∆𝑇 A dilatação aparente é bastante relevante em termômetros, por exemplo, pois o espaço ocupado pelo fluido termométrico e a escala do termômetro registrada no recipiente dependem da diferença de dilatação entre o líquido e o invólucro. Além disso, nunca devemos aquecer um líquido que, inicialmente, esteja preenchendo o recipiente “até a boca”, pois, como, geralmente, os líquidos possuem coeficientes de dilatação maiores que dos materiais metálicos e cerâmicos, ao ser aquecido, o líquido irá transbordar. 𝛥𝑉𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝛥𝑉𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − 𝛥𝑉𝑅𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 32 Exemplo: ENEM 2009 Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de combustível compra álcool por 𝑅$ 0,50/𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜, a uma temperatura de 5 °𝐶. Para revender o líquido aos motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °𝐶, sendo o litro de álcool revendido a 𝑅$ 1,60. Diariamente o posto compra 20 mil litros de álcool a 5 °𝐶 e os revende. Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de 1 ⋅ 10−3 °𝐶−1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do combustível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas estaria entre A) 𝑅$ 500.00 𝑒 𝑅$ 1.000.00. B) 𝑅$ 1050,00 𝑒 𝑅$ 1250,00. C) 𝑅$ 4000,00 𝑒 𝑅$ 5000,00. D) 𝑅$ 6.000,00 𝑒 𝑅$ 6900,00. E) $ 7000,00 𝑒 𝑅$ 7950,00. Comentários O volume de álcool vendido por semana pelo posto é: 𝑉0 = 7 ⋅ 20000 = 140000 𝑙 Ao aquecer esse volume de álcool, a dilatação volumétrica equivale a: ∆𝑉 = 𝑉0 ⋅ 𝛾 ⋅ ∆𝑇 ∆𝑉 = 140000 ⋅ 1 ⋅ 10−3 ⋅ (35 − 5) (𝑙) ∆𝑉 = 4200 𝑙 Aqui, observamos que esse volume de 4200 𝑙 não foi comprado, pois ele é resultado da dilatação volumétrica devido ao aquecimento, consequentemente, o posto não pagou por ele. Assim, ele volume “adicional” corresponde ao ganho financeiro provindo do golpe: Dito isso: 𝐺𝐹 = 4200 ⋅ 1,6 𝐺𝐹 = 𝑅$ 6720,00 Gabarito: “D”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 33 2.3.3. Dilatação Anômala da Água Como é possível que haja água líquida sob as camadas de gelo, em um lago congelado? A explicação disso decorre da dilatação anômala da água. Ao diminuir a temperatura de um líquido, esse tem o seu volume diminuído. Isso não é diferente para a água, contudo, durante o pequeno intervalo entre 𝟒 ℃ e 𝟎 ℃ a água, ao diminuir a sua temperatura, experimenta um aumento de volume. A explicação para esse fenômeno decorre do fato de que as ligações de hidrogênio competem com as forças de agitação do próprio líquido, à medida que a temperatura cai, a agitação diminui, e as interações entre os polos das moléculas de água aumenta. O arranjo espacial dessas interações cria vazios, o que aumenta o volume do fluido, e diminui a sua massa específica. Figura 4: Estrutura da água no estado líquido e no estado gasoso. Sabemos que a massa específica de um corpo é inversamente proporcional ao seu volume, e que em uma mistura, o corpo de menor massa específica tende a ocupar a posição superior, por esse motivo, as camadas de gelo, de menor massa específica que a água líquida, se deslocam para a superfície. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 34 Enquanto isso, a água líquida, a uma temperatura próxima de 4 ℃ se acumula no interior do lago. Esse fenômeno possibilita a sobrevivência da vida aquática em lagos que tem a superfície congelada durante os invernos rigorosos. Figura 5: Faixas de temperatura para um mesmo lago no verão e no inverno. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 35 3) CALORIMETRIA Cotidianamente, associamos o termo “Calor” a sensação térmica, quando sentimos frio ou calor. Entretanto, o termo Calor, na Física, tem outro significado, definido pela Lei Fundamental do Calor, também conhecida como Lei Zero da Termodinâmica ou, ainda, como Lei do Equilíbrio Térmico. Esta lei diz que: “É espontâneo o fluxo de energia na forma de Calor de um corpo com maior Temperatura para outro com Temperatura mais baixa. Este fluxo cessa naturalmente quando os corpos atingem o Equilíbrio Térmico.” Assim, Calor não é sensação térmica. Calor é um processo de transferência de energia! É a forma que se chama a energia que está fluindo de um sistema para outro. Calor é uma forma de energia. Alémdisso, não é proibido a energia na forma de Calor fluir de um corpo de menor temperatura para outro de maior, mas isto não ocorre de forma espontânea. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 36 Exemplo: ENEM 2016 Nos dias frios, é comum ouvir expressões como: “Esta roupa é quentinha” ou então “Feche a janela para o frio não entrar”. As expressões do senso comum utilizadas estão em desacordo com o conceito de calor da termodinâmica. A roupa não é “quentinha”, muito menos o frio “entra” pela janela. A utilização das expressões “roupa é quentinha” e “para o frio não entrar” é inadequada, pois o(a) A) roupa absorve a temperatura do corpo da pessoa, e o frio não entra pela janela, o calor é que sai por ela. B) roupa não fornece calor por ser um isolante térmico, e o frio não entra pela janela, pois é a temperatura da sala que sai por ela. C) roupa não é uma fonte de temperatura, e o frio não pode entrar pela janela, pois o calor está contido na sala, logo o calor é que sai por ela. D) calor não está contido num corpo, sendo uma forma de energia em trânsito de um corpo de maior temperatura para outro de menor temperatura. E) calor está contido no corpo da pessoa, e não na roupa, sendo uma forma de temperatura em trânsito de um corpo mais quente para um corpo mais frio. Comentários Calor é uma forma de energia. A energia na forma de Calor flui espontaneamente entre regiões com diferentes temperaturas. A energia contida em um corpo se denomina Energia Interna. Calor é utilizado para a energia que transita entre corpos. Logo, não é correto se afirmar que um corpo tem ou contém Calor. Corpos podem receber ou perder energia na forma de Calor. Corpos podem trocar energia na forma de Calor, mas nunca ter ou conter Calor. Temperatura é uma propriedade Física do corpo. Corpos podem reduzir, aumentar ou manter suas temperaturas. Não é correto dizer que um corpo perde ou ganha temperatura. Como ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 37 vimos, corpos aumentam ou reduzem sua temperatura, aumentando ou reduzindo suas energias internas, recebendo ou perdendo energia na forma de Calor. Quente e frio são sensações, que podem estar associadas às taxas de trocas de energia na forma de calor com um objeto ou com o ambiente. Roupas e cobertores, por exemplo, são materiais capazes de reduzir a taxa de transferência de energia na forma de Calor através deles, favorecendo o isolamento térmico entre ambientes. Gabarito: “D”. 3.1. O Calor e sua Propagação O calor tende a se propagar de uma região de maior temperatura para outra de menor temperatura. Essa propagação pode acontecer de três maneiras distintas: por condução, por convecção e por radiação (ou irradiação). A condução é mais comum a corpos densos, como sólidos. A convecção é típica de fluidos e ocorre na forma de correntes. A radiação é a transferência de energia por meio de ondas eletromagnéticas e, por esse motivo, é a única que não precisa de um meio físico para se propagar. Isso significa que a energia do Sol chega até a Terra, exclusivamente, através da radiação térmica. 3.1.1. Propagação de Energia por Condução A Condução ocorre, principalmente, em sólidos, mas também ocorre em líquidos e gases. Os átomos vibram mais intensamente quando expostos a uma fonte de calor e propagam essa energia devido às colisões com as partículas vizinhas. Uma panela exposta a uma chama tem o seu fundo esquentado, e o seu cabo se aquece devido à condução de calor que ocorre em sua direção. A condução é caracterizada pelo contato físico direto das espécies envolvidas na troca térmica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 38 Em geral, os corpos metálicos são considerados bons condutores (ou simplesmente condutores) de energia na forma de calor por facilitarem a sua transferência. Todos os outros corpos são considerados isolantes térmicos por não serem tão bons condutores quanto os metais. 3.1.2. Propagação de Energia por Convecção A Convecção é mais comum em fluidos. Nesse tipo de transferência de calor as moléculas mais aquecidas têm o seu volume aumentado, o que faz com que a sua massa específica diminua, e essas tendam a ir para a parte superior do fluido, ao mesmo tempo, as moléculas menos quentes, e de maior massa específica, migram para o fundo do fluido, criando assim as correntes de convecção. A chama de uma fogueira, ou a de um fogão, são exemplos de correntes de convecção. Essas correntes são importantes na formação global do clima, além de serem essenciais para pilotos de asa-delta, ultraleves e algumas espécies de pássaros. 3.1.3. Propagação de Energia por Irradiação A Irradiação, ou simplesmente Radiação é um processo de transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas são comummente chamadas de radiação térmica. Ao se aproximar de um forno você sente o seu corpo ser aquecido pelo calor irradiado pela chama. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 39 3.1.4. Aplicações e Garrafas Térmicas Para o caso de uma chaleira com água que é colocada ao fogo, podemos identificar as três formas de propagação de Energia na forma de Calor. Veja a figura abaixo. Como a energia irá fluir da região de maior para a menor temperatura, ou seja, do fogo para o ambiente, passando, parcialmente, pela chaleira e a água, temos a seguinte configuração: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 40 - A Energia na forma de Calor é conduzida através do material sólido da chaleira, principalmente pelas partes metálicas, melhores condutoras. - A Energia na forma de Calor é conveccionada a partir dos movimentos convectivos dos gases atmosféricos para cima da chama, bem como conveccionado no movimento do líquido no interior da chaleira. - A Energia na forma de Calor é irradiada pela luz emitida pela chama que, em parte é visível, mas se dá quase que totalmente na faixa do Infravermelho. Em uma fogueira, geralmente colocamos nossas mãos sobre o fogo, pois, assim, ela recebe energia tanto pela luz irradiada quanto pela convecção dos gases aquecidos, que tendem a subir. Pelo mesmo motivo que, em um churrasco, a maneira mais rápida de assar a carne é a colocando acima do fogo. Figura 6: Um churrasco geralmente é feito com a carne acima do fogo, recebendo energia na forma de calor por irradiação e por convecção. Entretanto, é possível assar um bom churrasco com a carne ao lado do fogo, pois a carne recebe energia por Irradiação. Inclusive, o melhor churrasco do mundo é do Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul: o famoso Costelão 12h. Ele leva 12h para ficar pronto e é assado ao lado do fogo. Os churrasqueiros gaúchos espetam uma costela inteira na vertical, deixando um dos lados virado para o fogo por 6h e, depois, a costela é virada e fica mais 6h com seu outro lado exposto ao fogo. Assim, com o cozimento lento, a carne fica extremamente macia, soltando do osso e agradando os que gostam de um bom churrasco tradicional. Figura 7: Churrasco tradicional do Rio Grande do Sul, o famoso Costelão 12h, considerado o melhor churrasco do mundo. Veja que a carne é assada ao lado do fogo, recebendo energia por irradiação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 41 Garrafas Térmicas são dispositivos que tem por finalidade manter a temperatura do seu conteúdo evitando ao máximo a entrada ou saída de energia na forma de Calor. Para evitar os três processos, estas garrafas são envolvidas com um material isolante e possuem uma ampola de material espelhado, com paredes duplas e esvaziadas. Figura 8: Garrafas Térmicas. As paredes duplas servem para separar a região interna da externa, evitando a condução. O esvaziamento da região entre as paredes duplas evita a condução e a convecção. O espelhamento das paredes evita que a energia na forma de calor entreou saia por irradiação, refletindo a luz. Garrafas Térmicas ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 42 Exemplo: UNICAMP 2016 Um isolamento térmico eficiente é um constante desafio a ser superado para que o homem possa viver em condições extremas de temperatura. Para isso, o entendimento completo dos mecanismos de troca de calor é imprescindível. Em cada uma das situações descritas a seguir, você deve reconhecer o processo de troca de calor envolvido. I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades vazadas, para facilitar fluxo de energia térmica até o congelador por _________________. II. O único processo de troca de calor que pode ocorrer no vácuo é por_________________. III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo entre as paredes duplas de vidro para evitar que o calor saia ou entre por_________________. Na ordem, os processos de troca de calor utilizados para preencher as lacunas corretamente são: A) condução, convecção e radiação. B) condução, radiação e convecção. C) convecção, condução e radiação. D) convecção, radiação e condução. Comentários I. Convecção. Como a convecção é a transferência de calor pelo movimento do próprio fluido, e sabendo que quando o ar está mais frio ele aumenta sua densidade e desce, se as prateleiras não fossem vazadas não haveria a troca de ar por convecção. II. Radiação. A radiação é um processo de transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas, que são comumente chamadas de radiação térmica. Como tanto a convecção e a condução precisam de um meio, a radiação é o único processo de troca de calor que pode ocorrer no vácuo. III. Condução. Como a condução ocorre pela colisão dos átomos vizinhos, portanto, necessitando de um meio. Para evitar a condução e diminuir a troca de calor, é mantido vácuo entre as paredes duplas. Gabarito: “D”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 43 Exemplo: UFRGS Analise cada uma das afirmações e indique se é verdadeira (V) ou falsa (F): ( ) A irradiação térmica é o único modo de propagação de calor no vácuo. ( ) Na condução de calor, a energia propaga-se de átomo (ou molécula) para átomo (ou molécula). ( ) A convecção é um processo de propagação de calor que ocorre em qualquer estado da matéria. Quais são, pela ordem, as indicações corretas? A) V - F - F. B) F - V - F. C) F - F - V. D) F - V - V. E) V- V - F. Comentários O calor tende a se propagar de uma região de maior temperatura para outra de menor temperatura. Essa propagação pode acontecer de três maneiras distintas: por condução, por convecção e por radiação (ou irradiação). A condução é mais comum a corpos densos, como sólidos. A convecção é típica de fluidos e ocorre na forma de correntes. A radiação é a transferência de energia por meio de ondas eletromagnéticas e, por esse motivo, é a única que não precisa de um meio físico para se propagar. Isso significa que a energia do Sol chega até a Terra, exclusivamente, através da radiação térmica. (VERDADEIRA) A irradiação térmica é o único modo de propagação de calor no vácuo. A Irradiação, ou simplesmente Radiação é um processo de transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas são comummente chamadas de radiação térmica. Ao se aproximar de um forno você sente o seu corpo ser aquecido pelo calor irradiado pela chama. (VERDADEIRO) Na condução de calor, a energia propaga-se de átomo (ou molécula) para átomo (ou molécula). A Condução ocorre, principalmente, em sólidos, mas também ocorre em líquidos e gases. Os átomos vibram mais intensamente quando expostos a uma fonte de calor e propagam essa energia devido às colisões com as partículas vizinhas. Uma panela exposta a uma chama tem o seu fundo esquentado, e o seu cabo se aquece devido à condução de calor que ocorre em sua direção. A condução é caracterizada pelo contato físico direto das espécies envolvidas na troca térmica. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 44 (FALSO) A convecção é um processo de propagação de calor que ocorre em qualquer estado da matéria. A Convecção é mais comum em fluidos. Nesse tipo de transferência de calor as moléculas mais aquecidas têm o seu volume aumentado, o que faz com que a sua massa específica diminua, e essas tendam a ir para a parte superior do fluido, ao mesmo tempo, as moléculas menos quentes, e de maior massa específica, migram para o fundo do fluido, criando assim as correntes de convecção. Gabarito: “E”. 3.2. Calor, Trabalho e Energia Interna Na Natureza, a Física classifica e organiza em duas formas todos os processos de trocas de Energia na fora de Calor na natureza: Calor e Trabalho. Dois sistemas podem trocar energia na forma de Calor ou na forma de Trabalho. Assim, Calor pode ser entendido com um processo no qual a energia pode ser transferida ou trocada. Quando um sistema troca forças com outro e se deslocam entre si, temos a transferência de energia na forma de Trabalho. Quando um sistema conduz, convecciona ou irradia energia, temos a transferência de energia na forma de Calor. A energia que está contida, que pertence a um sistema ou corpo, chamamos de Energia Interna. Esta Energia Interna pode, então, aumentar ou diminuir a partir do Trabalho e do Calor, que são processos independentes, podendo ocorrer somente um deles, ambos ou nenhum. Estudaremos melhor estes processos na próxima aula, sobre Termodinâmica. Aqui na Calorimetria, estudaremos somente as trocas de energia na forma de Calor. Assim, as consequências de um corpo receber ou perder energia na forma de Calor serão as de aumentar ou reduzir sua Energia Interna, aumentando ou reduzindo sua temperatura, ou trocando de estado físico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 45 Além disso, existe uma convenção de sinais para o Calor. Uma quantidade de energia na forma de Calor recebida, aumentando a Energia Interna, é positiva, enquanto que uma quantidade de energia na forma de Calor perdida é negativa, reduzindo a Energia Interna. 3.2.1. Estados Físicos da Matéria Todos os materiais podem se apresentar na forma de três estados físicos: sólido, líquido ou gasoso. Veja a Figura abaixo. A transição de sólido para líquido se chama Fusão. De líquido para gasoso se chama Vaporização. De gasoso para líquido, Condensação ou Liquefação. De líquido para sólido, Solidificação. E de sólido para gasoso ou de gasoso para sólido, Sublimação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 46 Figura 9: Estados físicos da matéria e suas transições. Um determinado material se apresentar no estado sólido, líquido ou gasoso depende das condições termodinâmicas de Pressão e Temperatura na qual ele está submetido. Assim, cada material, em determinada Pressão, terá valores bem definidos de Temperaturas para os pontos de Fusão e Ebulição. Opa, ainda não falamos de Ebulição, né! Vamos lá! O processo de Vaporização pode se dar de duas formas: por Evaporação ou por Ebulição. A Evaporação ocorre em um líquido que, aos poucos, vai vaporizando em temperaturas abaixo do ponto de Ebulição. Assim, a Ebulição é a Vaporização que ocorre quando a temperatura da substância atinge um limite em que ocorre a formação de bolhas de vapor em seu interior. Ebulição se caracteriza pelo borbulhamento da substância ao atingir a temperatura crítica. As poças de água, as roupas no varal, superfícies molhadas, bem como nosso suor, secam por Evaporação, virando vapor sem precisar chegar na temperatura de Ebulição que, no caso da água ao nível do mar, é de 100°C. A Ebulição acontece, por exemplo, quando colocamos uma panela com água ao fogo e a deixamos até a água ficar borbulhando, podendo cozinhar grãos, como arroz, ou vegetais, por exemplo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 47 Quanto maior for a superfície expostae menor for a quantidade de vapor dissolvido no ambiente, e mais próxima da temperatura de Ebulição estiver a substância, maior será a Evaporação. Além disso, o vento também acelera o processo, pois carrega as partículas de vapor para longe da superfície líquida. Assim como os líquidos evaporam, os sólidos também podem vaporizar por Sublimação. A Sublimação faz com que um sólido vá se transformando em vapor sem passar pela fase líquida. Este processo ocorre em qualquer temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 48 Exemplo: UFSM-RS Assinale falso (F) ou verdadeiro (V) em cada afirmativa. ( ) A água pode evaporar a uma temperatura menor do que 100°C. ( ) A sensação de frio ocasionada pela evaporação da água sobre a pele deve-se à absorção de energia da pele pelo líquido. ( ) A velocidade de evaporação da água não depende da pressão externa. A sequência correta é A) V - V – F. B) F - F – V. C) F - F – F. D) V - F – F. E) V - V – V. Comentários (V) A água pode evaporar a uma temperatura menor do que 100°C. As poças de água, as roupas no varal, superfícies molhadas, bem como nosso suor, secam por Evaporação, virando vapor sem precisar chegar na temperatura de Ebulição que, no caso da água ao nível do mar, é de 100°C. A Ebulição acontece, por exemplo, quando colocamos uma panela com água ao fogo e a deixamos até a água ficar borbulhando, podendo cozinhar grãos, como arroz, ou vegetais, por exemplo. (V) A sensação de frio ocasionada pela evaporação da água sobre a pele deve-se à absorção de energia da pele pelo líquido. Ao evaporar, o líquido retira energia da superfície. Quando estamos com nossa pele molhada, quanto maior for a taxa de evaporação, maior será nossa sensação de resfriamento na pele, pois mais rapidamente o líquido retira energia da pele para evaporar. (F) A velocidade de evaporação da água não depende da pressão externa. Quanto maior for a superfície exposta e menor for a quantidade de vapor dissolvido no ambiente, e mais próxima da temperatura de Ebulição estiver a substância, maior será a Evaporação. Além disso, o vento também acelera o processo, pois carrega as partículas de vapor para longe da superfície líquida. Assim, quanto menor a pressão no ambiente, maior tende a ser a taxa de evaporação, pois a redução da pressão reduz, também, a temperatura de ebulição. Gabarito: “A”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 49 Exemplo: ENEM 2009 O ciclo da água é fundamental para a preservação da vida no planeta. As condições climáticas da Terra permitem que a água sofra mudanças de fase, e a compreensão dessas transformações é fundamental para se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudanças, a água ou a umidade da terra absorve o calor do sol e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficiente, algumas das moléculas do líquido podem ter energia necessária para começar a subir para a atmosfera. A transformação mencionada no texto é a: A) fusão. B) liquefação. C) evaporação. D) solidificação. E) condensação. Comentários As poças de água, as roupas no varal, superfícies molhadas, bem como nosso suor, secam por Evaporação, virando vapor sem precisar chegar na temperatura de Ebulição que, no caso da água ao nível do mar, é de 100°C. A Ebulição acontece, por exemplo, quando colocamos uma panela com água ao fogo e a deixamos até a água ficar borbulhando, podendo cozinhar grãos, como arroz, ou vegetais, por exemplo. Ao evaporar, o líquido retira energia da superfície. Quando estamos com nossa pele molhada, quanto maior for a taxa de evaporação, maior será nossa sensação de resfriamento na pele, pois mais rapidamente o líquido retira energia da pele para evaporar. Quanto maior for a superfície exposta e menor for a quantidade de vapor dissolvido no ambiente, e mais próxima da temperatura de Ebulição estiver a substância, maior será a Evaporação. Além disso, o vento também acelera o processo, pois carrega as partículas de vapor para longe da superfície líquida. Assim, quanto menor a pressão no ambiente, maior tende a ser a taxa de evaporação, pois a redução da pressão reduz, também, a temperatura de ebulição. Gabarito: “C”. 3.2.2. Aquecimento de Substância Pura Uma substância no estado solido, ao receber energia na forma de Calor, irá elevar sua temperatura até atingir o ponto de fusão, onde ela não mais consegue manter sua estrutura sólida e passará por uma desagregação molecular de forma a trocar de estado físico, passando para o estado líquido. Durante a transição de fase sólido para líquido, a substância não modifica sua temperatura, mudando, somente, seu estado de agregação. Quando toda substância atinge o estado líquido, daí sim, ao continuar recebendo energia, aumentará sua temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 50 Uma substância no estado líquido, ao receber energia na forma de Calor, irá elevar sua temperatura até atingir o ponto de ebulição, onde não mais consegue manter sua estrutura líquida e passará um processo de desagregação molecular trocando de estado físico, vaporizando. Durante a ebulição, a substância não eleva sua temperatura. Somente depois que toda substância virou vapor é que este vapor pode, se receber energia, aumentar de temperatura. Vamos ver um exemplo. Para o caso da água, podemos considerar um bloco de gelo a - 10°C, em um ambiente ao nível do mar (pressão de 1 atm), que receberá, constantemente, energia na forma de Calor de uma fonte. Durante todo o aquecimento, iremos desprezar as evaporações. Então, temos que um bloco de gelo de água (água no estado sólido), está a -10°C e recebe energia na forma de Calor de uma fonte próxima. Ente bloco, inicialmente, não irá derreter. A água sólida somente pode derreter se estiver no ponto de fusão, a 0°C. Assim, o bloco irá ter sua primeira etapa de aquecimento, elevando sua temperatura até 0°C. Agora sim, a 0°C, a água no estado sólido irá fundir, passando para o estado líquido. Durante o derretimento, a substância estará parcialmente sólida e parcialmente líquida. Porém, ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 51 ambas partes estarão à mesma temperatura. Ou seja, tanto a parte sólida que está derretendo quanto a parte líquida já derretida se encontram na temperatura de fusão da substância. Assim que toda a porção sólida ficar totalmente derretida, daí sim a substância poderá aumentar a temperatura. No caso da água, que tem ponto de fusão a 0°C ao nível do mar, somente quando todo o gelo derreter é que a água poderá começar a elevar sua temperatura. Já no estado líquido, a água, recebendo energia na forma de calor, irá elevar sua temperatura. Ao nível do mar, o limite para este aumento está no ponto de ebulição, que está na temperatura de 100°C. Assim que a substância atinge o ponto de ebulição, toda a energia recebida acaba por desfazer as ligações intermoleculares que a mantinham líquida, iniciando o processo de vaporização. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 52 Ao atingir o ponto de ebulição, bolhas de vapor começam a se formar no interior do líquido e acabam emergindo. A ebulição se caracteriza justamente pelo borbulhamento da substância. Estas bolhas são liberadas na superfície livre do líquido. Tanto o líquido quanto o vapor estão na mesma temperatura. Neste caso da água, a 100°C. Enquanto tiver substância no estado líquido, ela estará na temperatura de ebulição. Somente quando toda a substância passar para o estado gasoso é que ela poderá elevar sua temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 53 Assim que toda a água vaporizou, temos uma nuvem de vapor que, ao recebe energia na forma de calor, poderá elevar sua temperatura até a temperatura final de aquecimento. Se representarmos todo este processo deaquecimento que fizemos com a água, desde a fase sólida, passando pela fase líquida, até obtermos vapor de água numa temperatura final, termos a seguinte representação: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 54 No eixo vertical temos a indicação da temperatura e no eixo horizontal, temos as quantidades de energia na forma de Calor. Assim, conforme a linha do gráfico avança para a direita, no sentido do crescimento do eixo do Calor, a substância estará recebendo energia. Sempre que a linha subir (ou descer), teremos uma elevação (redução) na temperatura. Veja que temos duas etapas em que a linha do gráfico avança horizontalmente, indicando um recebimento de energia na forma de Calor, mas não apresentando variação na temperatura, que são mantidas tanto no ponto de fusão, a 0°C, quanto no ponto de ebulição, a 100°C. Gráficos completos de aquecimentos para substâncias puras apresentarão este mesmo padrão: três etapas com variações de temperaturas intercaladas com duas etapas de trocas de estados físicos, onde as temperaturas são mantidas, respectivamente, nos pontos de fusão e ebulição. Exemplo: UFRGS 2011 Uma amostra de uma substância encontra-se, inicialmente, no estado sólido na temperatura T0. Passa, então, a receber calor até atingir a temperatura final T f, quando toda a amostra já se transformou em vapor. O gráfico abaixo representa a variação da temperatura T da amostra em função da quantidade de calor Q por ela recebida. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 55 Considere as seguintes afirmações, referentes ao gráfico. I - T1 e T2 são, respectivamente, as temperaturas de fusão e de vaporização da substância. II - No intervalo X, coexistem os estados sólido e líquido da substância. III - No intervalo Y, coexistem os estados sólido, líquido e gasoso da substância. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III. Comentários I – CORRETA. No eixo vertical temos a indicação da temperatura e no eixo horizontal, temos as quantidades de energia na forma de Calor. Assim, conforme a linha do gráfico avança para a direita, no sentido do crescimento do eixo do Calor, a substância estará recebendo energia. Sempre que a linha subir (ou descer), teremos uma elevação (redução) na temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 56 Veja que temos duas etapas em que a linha do gráfico avança horizontalmente, indicando um recebimento de energia na forma de Calor, mas não apresentando variação na temperatura, que são mantidas tanto no ponto de fusão, a 0°C, quanto no ponto de ebulição, a 100°C. Gráficos completos de aquecimentos para substâncias puras apresentarão este mesmo padrão: três etapas com variações de temperaturas intercaladas com duas etapas de trocas de estados físicos, onde as temperaturas são mantidas, respectivamente, nos pontos de fusão e ebulição. Assim, as temperaturas T1 e T2 indicam respectivamente as temperaturas dos pontos de fusão e ebulição da substância. II – CORRETA. No intervalo X, a substância está fundindo, sofrendo uma transição de fase do estado sólido para o estado líquido. Assim, durante esta transição, a substância se apresenta parcialmente sólida e parcialmente líquida. III – INCORRETA. No intervalo Y, a substância está vaporizando, estando em um processo de ebulição, passando do estado líquido para o gasoso. Assim, temos a substância parcialmente no estado líquido e no estado gasoso, não apresentando qualquer porção no estado sólido. Gabarito: “D”. 3.3. Quantidade da Calor Sensível Como vimos, quando um corpo recebe (ou perde) energia na forma de Calor, sua Energia Interna aumenta (ou diminui), desconsiderando as trocas de Energia na forma de Trabalho. As consequências de um corpo receber ou perder energia na forma de Calor serão as de aumentar ou reduzir sua Energia Interna, aumentando ou reduzindo sua temperatura, ou trocando de estado físico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 57 Não podemos esquecer da convenção de sinais para o Calor. Uma quantidade de energia na forma de Calor recebida, que aumenta a Energia Interna, é positiva, enquanto que uma quantidade de energia na forma de Calor perdida é negativa, reduzindo a Energia Interna. A quantidade de Energia na forma de Calor envolvida em um processo de variação de temperatura para uma substância pode ser calculada pelo produto da massa, pelo Calor Específico da substância e pela variação da temperatura. Esta equação é chamada de Quantidade de Calor Sensível, como apresentado a seguir. Quanto mais massa, maior o calor específico e maior a variação de temperatura, maior é a quantidade de energia na forma de calor envolvida no processo. Ou seja, a quantidade de energia na forma de Calor Sensível para uma substância é diretamente proporcional à massa, ao calor específico e à variação de temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 58 No SI, a massa é dada em kg, e as variações de temperaturas devem ser em kelvin. Porém, como as variações de temperatura em kelvin são iguais às respectivas variações em graus celsius, então, para os cálculos, podemos usar as variações de temperaturas em K ou em °C. Como a energia é dada em joules, teremos que a unidade de medida do Calor Específico da substância fica: [𝑄] = [𝑚] ⋅ [𝑐] ⋅ [∆𝑇] 𝐽 = 𝑘𝑔 ⋅ [𝑐] ⋅ 𝐾 𝐽 𝑘𝑔 ⋅ 𝐾 = [𝑐] Além das unidades no SI, existem outras unidades que são bastante utilizadas: energia em caloria (𝑐𝑎𝑙), massa em gramas (𝑔) e variação de temperatura em graus celsius (°𝐶). Assim, a unidade de medida do Calor Específico fica: [𝑄] = [𝑚] ⋅ [𝑐] ⋅ [∆𝑇] 𝑐𝑎𝑙 = 𝑔 ⋅ [𝑐] ⋅ °𝐶 𝑐𝑎𝑙 𝑔 ⋅ °𝐶 = [𝑐] Veja que a unidade de medida do Calor Específico de uma substância é igual à unidade de energia por unidade de massa e unidade de variação de temperatura. Esta unidade de medida para energia, chamada de caloria, cujo símbolo é o 𝑐𝑎𝑙, tem uma equivalência com a unidade joule 𝐽, de forma que 1cal se equivale a, aproximadamente, 4,2J. 3.3.1. Calor Específico de uma Substância O calor específico é uma propriedade intrínseca a uma substância e equivale à quantidade de energia necessária para elevar, em um grau celsius, um grama dessa substância, num determinado estado físico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 59 Quanto maior o Calor Específico de uma substância, maior é a quantidade de energia necessária para variar uma unidade de massa dessa substância em um grau celsius. Esta grandeza diferencia o fato de que cada grama de substância, em cada estado físico, absorve quantidades diferentes de energia na forma de calor até variar de temperatura. Assim, cada substância acaba tendo três calores específicos, um para cada estado físico. Veja alguns exemplos na tabela. Tabela 1: Calores específicos para algumas substâncias. Substância Calor Específico (𝒄𝒂𝒍/ 𝒈°𝑪) Água (líquida) 1,00 Água sólida (gelo) 0,50 Vapor de Água (vapor) 0,45 Alumínio (sólido) 0,22 Ferro (sólido) 0,11 Prata (sólido) 0,06 Ouro (sólido) 0,03 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 60 Exemplo: UNESP 2014 O gráfico representa, aproximadamente, como varia a temperatura ambiente no período de um dia, em determinada época do ano, no deserto do Saara. Nessa região a maior parte da superfície do solo é coberta por areia e a umidade relativa do ar é baixíssima. A grande amplitude térmica diária observada no gráfico pode, dentre outros fatores, ser explicada pelo fato de que A) a água líquida apresenta calor específico menor do que o da areia sólida e, assim, devido a maior presença de areia do que de água na região, a retenção de calor no ambiente torna-se difícil, causando a drástica queda de temperaturana madrugada. B) o calor específico da areia é baixo e, por isso, ela esquenta rapidamente quando ganha calor e esfria rapidamente quando perde. A baixa umidade do ar não retém o calor perdido pela areia quando ela esfria, explicando a queda de temperatura na madrugada. C) a falta de água e, consequentemente, de nuvens no ambiente do Saara intensifica o efeito estufa, o que contribui para uma maior retenção de energia térmica na região. D) o calor se propaga facilmente na região por condução, uma vez que o ar seco é um excelente condutor de calor. Dessa forma, a energia retida pela areia durante o dia se dissipa pelo ambiente à noite, causando a queda de temperatura. E) da grande massa de areia existente na região do Saara apresenta grande mobilidade, causando a dissipação do calor absorvido durante o dia e a drástica queda de temperatura à noite. Comentários O calor específico de uma substância indica a quantidade de energia necessária para que um grama varie sua temperatura em um grau célsius. Assim, quanto maior o calor específico de uma substância, mais energia é necessária para cada grama modificar sua temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 61 A grande amplitude térmica apresentada no gráfico para as areias desérticas pode ser explicada pelo fato de a areia ser composta por substâncias de baixo calor específico, de forma que, ao receber um pouco de energia na forma de calor pela irradiação solar, a areia sofra uma rápida variação de temperatura. Da mesma forma, à noite, sem a incidência da irradiação solar, a areia reduz rapidamente sua temperatura ao irradiar energia para atmosfera. A água líquida tem um dos maiores calores específicos na natureza, que vale 1cal/g°C, maior que o calor específico médio da areia, que fica entre 0,2cal/g°C e 0,7cal°C. A umidade do ar retém e espalha a energia na forma de calor no ambiente (efeito estufa). Logo, a baixa umidade na região desértica facilita as trocas de energia entre a areia e o ambiente, favorecendo as amplitudes térmicas. O ar seco não é bom condutor de calor, sendo, na verdade, um excelente isolante térmico. Porém, como o ar é transparente à irradiação, as trocas de energia entre a areia e o ambiente se dá, principalmente por irradiação térmica. Gabarito: “B”. Exemplo: UFRGS 2011 Uma mesma quantidade de calor Q é fornecida a massas iguais de dois líquidos diferentes, 1 e 2. Durante o aquecimento, os líquidos não alteram seu estado físico e seus calores específicos permanecem constantes, sendo tais que c1 = 5 c2. Na situação acima, os líquidos 1 e 2 sofrem, respectivamente, variações de temperatura Δ𝑇1 e Δ𝑇2, tais que Δ𝑇1 é igual a A) Δ𝑇2/5 B) 2Δ𝑇2/5 C) Δ𝑇2 D) 5Δ𝑇2/2 E) 5Δ𝑇2 Comentários Os dois líquidos receberam a mesma quantidade de calor, isso significa que: 𝑄1 = 𝑄2 Como sabemos que: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 Podemos igualar os calores sensíveis: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 62 𝑚1 ⋅ 𝑐1 ⋅ Δ𝑇1 = 𝑚2 ⋅ 𝑐2 ⋅ Δ𝑇2 Como c1=5c2, substituímos na equação acima: 𝑚1 ⋅ 5𝑐2 ⋅ Δ𝑇1 = 𝑚2 ⋅ 𝑐2 ⋅ Δ𝑇2 Podemos simplificar a equação acima uma vez que as massas são iguais: 5𝑐2 ⋅ Δ𝑇1 = 𝑐2 ⋅ Δ𝑇2 Simplificando o 𝑐2: 5Δ𝑇1 = Δ𝑇2 Δ𝑇1 = Δ𝑇2 5 Gabarito: “A”. Exemplo: UERJ 2020 Para aquecer a quantidade de massa m de uma substância, foram consumidas 1450 calorias. A variação de seu calor específico c, em função da temperatura θ, está indicada no gráfico. O valor de m, em gramas, equivale a: A) 50 B) 100 C) 150 D) 300 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 63 Comentários O calor é definido como a energia transferida entre substâncias ou corpos devido a uma diferença de temperatura entre eles. Porém, essa transferência de energia pode ocasionar um de dois efeitos sobre uma substância ou corpo. Receber ou perder energia na forma de calor pode causar uma mudança de temperatura ou uma mudança entre as fases sólida, líquida e gasosa. O calor sensível de uma substância está relacionado às mudanças de temperatura que esta sofre. É importante notar que, enquanto uma substância muda de temperatura, sua fase permanece inalterada. A quantidade de calor sensível é dada pelo produto da massa da substância, seu calor específico e a variação de temperatura sofrida por esta. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 O calor específico de uma substância corresponde à quantidade de energia necessária para alterar 1°C da temperatura da substância para cada grama desta. Para situações, como a apresentada na questão, em que o calor específico é variável, podemos obter a quantidade de calor fornecida à substância para alterar sua temperatura pela área do gráfico multiplicada por sua massa. 𝑄 = 𝑚 ⋅ [Á𝑟𝑒𝑎] 𝑄 = 𝑚 ⋅ [A1 + 𝐴2 + 𝐴3] 1450 = 𝑚 ⋅ [ 20 ⋅ 0,05 2 + 20 ⋅ 0,2 + 40 ⋅ 0,25] 1450 = 𝑚 ⋅ [0,5 + 4 + 10] 1450 = 𝑚 ⋅ 14,5 𝑚 = 1450 14,5 = 100 𝑔 Gabarito: “B”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 64 3.3.2. Capacidade Térmica de um Corpo A Capacidade Térmica 𝐶, também chamada de Capacidade Calorífica de um corpo é definida pela razão entre a quantidade de calor que ele recebe ou fornece, e a correspondente variação de temperatura. Se um corpo é composto por muitas substâncias diferentes com, por exemplo, uma cadeira, que pode ser composta por diferentes metais, tecidos, madeiras e plásticos, qual calor específico usaríamos? Teríamos que calcular um calor específico médio ponderado pelas quantidades de massa para cada uma das substâncias. Enfim, o problema para os cálculos de energias envolvidas nas mudanças de temperaturas desta cadeira se tornaria muito complexo e, até mesmo, inviável. Podemos definir uma Capacidade Calorífica para esta cadeira, que irá indicar a quantidade de energia necessária para modificar a temperatura total da cadeira em um grau celsius, com todas suas partes integradas. Ao se fazer uma análise dimensional da Capacidade Térmica, ficamos, no SI: [𝐶] = [𝑄] [∆𝑇] [𝐶] = 𝐽 𝐾 Com as unidades usuais, a unidade fica: [𝐶] = [𝑄] [∆𝑇] [𝐶] = 𝑐𝑎𝑙 °𝐶 Ao compararmos a Capacidade Térmica de um corpo com o Calor Específico de uma substância, teremos que a Capacidade Calorífica de um corpo composto por uma substância pura fica igual ao produto da massa deste corpo pelo Calor Específico da substância que o compõe. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 65 Assim, podemos calcular a quantidade de energia na forma de Calor Sensível envolvida em um processo de mudança de temperatura de um corpo pela seguinte relação: Exemplo: FUVEST 1989 Dois corpos A e B, inicialmente às temperaturas 𝑡𝐴 = 90°𝐶 e 𝑡𝐵 = 20 °𝐶, são postos em contacto e isolados termicamente do meio ambiente. Eles atingem o equilíbrio térmico à temperatura de 45°C. Nestas condições, podemos afirmar que o corpo A A) cedeu uma quantidade de calor maior do que a absorvida por B. B) tem uma capacidade térmica menor do que a de B. C) tem calor específico menor do que o de B. D) tem massa menor que a de B. E) cedeu metade da quantidade de calor que possuía para B. Comentários Dizer que os corpos atingem o equilíbrio térmico na temperatura de 45°C significa que esta é a temperatura final para os dois. Ou seja, o corpo A variou sua temperatura de 90°C para 45°C enquanto que o corpo B variou de 20°C para 45°C. Um ambiente termicamente isolado significa que a energia que um corpo perdeu foi exatamente igual à que o outro recebeu. Neste caso, como o corpo A reduziu sua temperatura, então podemos inferir que ele perdeu energia na forma de calor. Esta energia foi recebida pelo corpo B, que elevou sua temperatura. Como não sabemos as substâncias que compõem os corpos, nada podemos afirmar sobre seus calores específicos, nem sobre as quantidades de massa. Porém, como o corpo A teve maior variação de temperatura,então podemos afirmar que este corpo tem menor Capacidade Térmica que o corpo B, pois, para uma mesma quantidade de energia perdida ou recebida, aquele corpo que tem maior variação de temperatura tem menor Capacidade Calorífica. A Capacidade Térmica ou Capacidade Calorífica é definida pela razão entre a quantidade de calor que um corpo recebe ou fornece, e a correspondente variação de temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 66 𝐶 = 𝑄 Δ𝑇 Assim, podemos escrever, para os corpos A e B, a seguinte relação: 𝐶𝐴 ⋅ ∆𝑇𝐴 = 𝐶𝐵 ⋅ ∆𝑇𝐵 Como ∆𝑇𝐴, em módulo, é maior que ∆𝑇𝐵, então 𝐶𝐴 < 𝐶𝐵. Gabarito: “B”. 3.4. Quantidade da Calor Latente A quantidade de Energia na forma de Calor envolvida em um processo de troca de estado físico para uma substância pode ser calculada pelo produto da massa, pelo Calor Latente da substância. Esta equação é chamada de Quantidade de Calor Latente, como apresentado a seguir. Como vimos, durante uma troca de estado físico, uma substância não modifica sua temperatura, de forma que toda a energia envolvida no processo é direcionada para modificar as ligações químicas responsáveis por manter um determinado estado físico. 3.4.1. Calor Latente de uma Substância O Calor Latente de uma substância indica a quantidade de energia necessária para que uma unidade de massa dessa substância mude de estado físico. Assim, cada substância tem dois calores latentes, uma para a transição sólido-líquido, e outro para a transição líquido-gasoso. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 67 Quanto maior o Calor Latente de uma substância, maior é a quantidade de energia necessária para que uma unidade de massa dessa substância troque de estado físico. Se fizermos uma análise dimensional, temos que a unidade do Calor Latente fica: [𝑄] = [𝑚] ⋅ [𝐿] 𝐽 = 𝑘𝑔 ⋅ [𝐿] 𝐽 𝑘𝑔 = [𝐿] Ou, nas unidades usuais, temos: [𝑄] = [𝑚] ⋅ [𝐿] 𝑐𝑎𝑙 = 𝑔 ⋅ [𝐿] 𝑐𝑎𝑙 𝑔 = [𝐿] Por exemplo, a água tem um Calor Latente de Fusão igual a 80cal/g e um Calor Latente de Vaporização igual a 540cal/g. Isto significa que um 1g de água a 0°C tem 80cal a mais de energia que 1g de gelo nesta mesma temperatura, pois, para que 1g de gelo a 0°C derreta, virando 1g de água líquida a 0°C, ele precisa receber 80cal de energia na forma de calor. Da mesma forma, para que 1g de água congele, no ponto de fusão, é necessário que se retire 80cal dela. Neste mesmo caso, como o Calor Latente de Vaporização da água é 540cal/g, então temos que 1g de vapor de água a 100°C tem 540cal a mais de energia interna que 1g de água a 100°C. Da mesma forma, se 1g de vapor de água, na temperatura de ebulição, perder 540cal, ele se condensa, virando água líquida na mesma temperatura. Veja que 540 é quase 7 vezes maior que 80. Ou seja, o processo de vaporização ou condensação da água envolve quase 7 vezes mais energia que o processo de fusão ou solidificação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 68 Assim, o gráfico completo de aquecimento para uma substância pura fica com todos os seus intervalos calculáveis, com as equações de quantidades de Calor Sensível e de quantidades de Calor Latente intercaladas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 69 Exemplo: ENEM 2009 Na natureza, a água, por meio de processos físicos, passa pelas fases líquida, gasosa e sólida perfazendo o ciclo hidrológico. A distribuição da água na Terra é condicionada por esse ciclo, e as mudanças na temperatura do planeta poderão influenciar as proporções de água nas diferentes fases desse ciclo. O diagrama abaixo mostra as transformações de fase pelas quais a água passa, ao ser aquecida com o fornecimento de energia a uma taxa constante. Considerando-se o diagrama de mudanças de fases da água e sabendo-se que os calores latentes de fusão e de vaporização da água valem, respectivamente, 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 540 𝑐𝑎𝑙/𝑔, conclui-se que A) a temperatura da água permanece constante durante os processos de mudança de fase. B) a energia necessária para fundir 10 𝑔 de gelo é maior que a necessária para evaporar a mesma massa de água. C) a água, para mudar de fase, libera energia a uma taxa de 540 𝑐𝑎𝑙/𝑔 quando a temperatura aumenta de 0 °𝐶 até 100 °𝐶. D) a temperatura da água varia proporcionalmente à energia que ela recebe, ou seja, 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 durante o processo de fusão. E) a temperatura da água varia durante o processo de vaporização porque ela está recebendo uma quantidade de energia constante. Comentários Como vimos, durante uma troca de estado físico, uma substância não modifica sua temperatura, de forma que toda a energia envolvida no processo é direcionada para modificar as ligações químicas responsáveis por manter um determinado estado físico. A água tem um Calor Latente de Fusão igual a 80cal/g e um Calor Latente de Vaporização igual a 540cal/g. Isto significa que um 1g de água a 0°C tem 80cal a mais de energia que 1g de gelo nesta mesma temperatura, pois, para que 1g de gelo a 0°C derreta, virando 1g de água líquida a 0°C, ele precisa receber 80cal de energia na forma de calor. Da mesma forma, para que 1g de água congele, no ponto de fusão, é necessário que se retire 80cal dela. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 70 Como o Calor Latente de Vaporização da água é 540cal/g, então temos que 1g de vapor de água a 100°C tem 540cal a mais de energia interna que 1g de água a 100°C. Da mesma forma, se 1g de vapor de água, na temperatura de ebulição, perder 540cal, ele se condensa, virando água líquida na mesma temperatura. Veja que 540 é quase 7 vezes maior que 80. Ou seja, o processo de vaporização ou condensação da água envolve quase 7 vezes mais energia que o processo de fusão ou solidificação. Gabarito: “A”. Exemplo: UFRGS 2011 Qual a quantidade de calor necessária para transformar 10 g de gelo à temperatura de 0 °C em vapor à temperatura de 100 °C? (Considere que o calor específico da água é ca = 4,2 J/g.°C, o calor de fusão do gelo é Lg = 336 J/g e o calor de vaporização da água é Lv = 2.268 J/g.) A) 4.200 J. B) 7.560 J. C) 22.680 J. D) 26.040 J. E) 30.240 J. Comentários Para transformar o gelo em vapor devemos fornecer energia em forma de calor. Primeiramente, precisamos calcular a energia para derreter o gelo. Para isso, utilizamos a equação do calor latente: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿 Dados: 𝑚 = 10 𝑔 𝐿𝑔 = 336 𝐽/𝑔 Portanto, para derreter 10g de gelo é necessário de: 𝑄1 = 10 ⋅ 336 𝑄1 = 3360 𝐽 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 71 Assim, essa é a energia necessária para derreter as 10 gramas de gelo. Agora, precisamos da quantidade de calor para aquecer a água até 100°C. Sabemos que o calor necessário é dado pelo calor sensível: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 Dados: 𝑚 = 10𝑔 𝑐𝑎 = 4,2𝐽/𝑔 ⋅ °𝐶 Δ𝑇 = 100°𝐶 Substituindo na equação acima: 𝑄2 = 10 ⋅ 4,2 ⋅ 100 𝑄2 = 4200𝐽 Agora, temos que obter a água líquida em vapor. Dessa forma, utilizamos o calor sensível novamente: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝑉 Dados: 𝑚 = 10 𝑔 𝐿𝑉 = 2268𝐽/𝑔 Substituindo: 𝑄3 = 10 ⋅ 2268 𝑄3 = 22680 𝐽 Assim, a quantidade de calor necessária é o calor total, ou seja, a soma de todos esses processos: 𝑄𝑇 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 𝑄𝑇 = 3360 + 4200 + 22680 𝑄𝑇 = 30240 𝐽 Gabarito: “E”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 72 Exemplo: ENEM 2011 O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação — potência solar incidente na superfície da Terra — seja de 800 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠/𝑚2. Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a dezenas de quilômetrosde extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior a 400 °𝐶. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica. Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora tenha 6 𝑚 de largura e que focaliza no receptor os 800 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠/𝑚2 de radiação provenientes do Sol, e que o calor específico da água é 1 𝑐𝑎𝑙 𝑔−1 °𝐶−1 = 4.200 𝐽 𝑘𝑔−1 °𝐶−1, então o comprimento linear do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 𝑚3 (equivalente a 1 𝑡) de água de 20 °𝐶 para 100 °𝐶, em uma hora, estará entre A) 15 𝑚 𝑒 21 𝑚. B) 22 𝑚 𝑒 30 𝑚. C) 105 𝑚 𝑒 125 𝑚. D) 680 𝑚 𝑒 710 𝑚. E) 6700 𝑚 𝑒 7150 𝑚. Comentários A energia necessária para realizar o aquecimento proposto pode ser obtido pela equação da quantidade de Energia na forma de Calor Sensível: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 Como 1ton=1000kg de água será aquecida de 20°C para 100°C, a energia fica: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 73 𝑄 = 1000 ⋅ 4200 ⋅ 80 𝑄 = 336 ⋅ 106 𝐽 A taxa de transferência de energia é definida pela Potência: 𝑃 = 𝑄 ∆𝑡 No tempo de 1h, temos: 𝑃 = 336 ⋅ 106 𝐽 3600 𝑠 = 9,3 ⋅ 104 𝑊 O concentrador solar tem uma largura de 6m. Logo, sua área pode ser dada pelo produto da largura pelo comprimento 𝑥: 𝐴 = 6 ⋅ 𝑥 Como a Intensidade da radiação solar captada pelo concentrador vale 800𝑊/𝑚2, então podemos escrever: 800 𝑊 − − − − − − − 1 𝑚2 9,3 ⋅ 104 𝑊 − − − − − −6𝑥 𝑚2 6𝑥 = 9,3 ⋅ 104 800 𝑥 ≅ 19 𝑚 Gabarito: “A”. 3.5. Misturas Térmicas Dois ou mais corpos em um sistema isolado, sem trocas de energia com o ambiente, trocam energia na forma de calor entre si até atingirem o equilíbrio térmico, ficando com iguais temperaturas, de forma que os corpos com maiores temperaturas cedem energia para os de menor temperatura. Por conservação de energia, em um sistema isolado, as energias perdidas pelos corpos com maiores temperaturas são iguais às energias recebidas pelos corpos de menores temperaturas. Assim, a soma destas parcelas (lembre-se que calores recebidos são positivos e calores perdidos são negativos) deve dar zero. Para resolver problemas de misturas térmicas e trocas de calor, utilizamos a seguinte relação: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 74 Exemplo: UFJF 2018 Em um laboratório de física é encontrado um frasco opaco contendo 100 𝑔 de um líquido desconhecido, armazenado na geladeira do laboratório a uma temperatura de 6 graus Celsius. Um estudante deseja identificar o líquido sem abrir o frasco, usando um calorímetro ideal. No calorímetro, o estudante insere 100 𝑚𝑙 de água pura, a 20 graus Celsius, e em seguida insere o frasco contendo o líquido. Após certo tempo, o frasco com o líquido desconhecido entra em equilíbrio térmico com a água, que passa a ter uma temperatura de 16 graus Celsius. Vamos supor que não há trocas de calor do conteúdo do calorímetro com o ambiente, e que a massa do frasco seja desprezível. O calor específico da água é de aproximadamente 4,2 𝐽 𝑔−1𝐾−1 e sua densidade é 1,0 𝑔/𝑚𝑙. A tabela abaixo tem a informação do calor específico de uma variedade de líquidos. Qual deles deve ser o líquido desconhecido? ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 75 A) Parafina. B) Glicerina. C) Acetona. D) Azeite. E) Tolueno. Comentários Já que toda a energia cedida pela água é absorvida pelo líquido recebido, devido ao fato do sistema estar termicamente isolado, pois não há trocas de energia na forma de calor com o recipiente (calorímetro) e o ambiente, então podemos escrever a seguinte relação: 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎 á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 0 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇 + 𝑚𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ ∆𝑇𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 0 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 − 𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 á𝑔𝑢𝑎) + 𝑚𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ (𝑇𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 − 𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜) = 0 Como o calor específico foi dado em 𝐽 𝑔−1𝐾−1, temos que utilizar a massa em gramas, e as variações de temperatura em Kelvin, que são iguais às variações em graus Celsius. Além disso, como a massa específica da água é de 1 𝑔/𝑐𝑚3 e 1 𝑐𝑚3 = 1 𝑚𝑙, temos que 100 𝑚𝑙 á𝑔𝑢𝑎 = 100 𝑔 á𝑔𝑢𝑎. 100 ∙ 4,2 ∙ (16 − 20) + 100 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ (16 − 6) = 0 100 ∙ 4,2 ∙ (−4) + 100 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ (10) = 0 1 ∙ 4,2 ∙ (−4) + 1 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ (10) = 0 −16,8 + 10 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 0 10 ∙ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 16,8 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 16,8 10 = 1,68 𝐽 𝑔−1𝐾−1 Dessa forma, pela comparação com os calores específicos fornecidos na tabela, temos que o líquido misterioso é o azeite. Gabarito: “D”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 76 Exemplo: ENEM 2013 Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-se misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se encontra a 25°C. Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho ã temperatura ideal? A) 0,111. B) 0,125. C) 0,357. D) 0,428. E) 0,833. Comentários A temperatura final do banho é a temperatura de equilíbrio da mistura de água quente com água fria. Já que toda a energia cedida pela água quente é absorvida pela porção de água fria, devido ao fato de o sistema estar termicamente isolado, então podemos escrever a seguinte relação: 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0 𝑄 𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 á𝑔𝑢𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝑄 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 = 0 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇𝑓𝑟𝑖𝑎 = 0 Como a temperatura final da mistura, a temperatura de equilíbrio, deve ser de 30°C, e o calor específico é o mesmo para as duas porções de água líquida, então a razão entre as massas de água quente e fria fica: 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (30 − 70) + 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (30 − 25) = 0 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 ∙ (−40) + 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 ∙ (+5) = 0 −40 ⋅ 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 + 5 ⋅ 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 = 0 −40 ⋅ 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = −5 ⋅ 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 = −5 −40 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 = 1 8 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 77 𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 = 0,125 Assim, para cada uma porção de água quente, inicialmente a 70°C, devemos misturar oito porções de água fria, inicialmente a 25°C, para se obter água a 30°C para o banho. Gabarito: “B”. Exemplo: FUVEST 2019 Em uma garrafa térmica, são colocados 200 𝑔 de água à temperatura de 30 ℃ e uma pedra de gelo de 50 𝑔, à temperatura de – 10 ℃. Após o equilíbrio térmico, A) todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 7 ℃. B) todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 0,4 ℃. C) todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 20 ℃. D) nem todo o gelo derreteu e a temperatura de equilíbrio é 0 ℃. E) o gelo não derreteu e a temperatura de equilíbrio é – 2 ℃. Note e adote: Calor latente de fusão do gelo = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔; Calor específico do gelo = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃; Calor específico da água = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃. Comentários Sendo a mistura colocada em uma garrafa térmica, devemos ignorar as perdas energéticas para o ambiente, adotando que toda a energia cedida pela água à temperatura de 30 ℃ será absorvida pelo gelo, à temperatura de – 10 ℃. A água tem o dobro do calor específico do gelo, além de ter massa 4 vezes superior à da pedra de gelo. Assim, é provável que a temperatura finalde equilíbrio seja mais próxima da temperatura da água. Dito isso, devemos calcular o máximo de energia que a água pode fornecer até chegar a temperatura de 0 ℃, e comparar esse valor à quantidade de energia necessária para que se tenha o gelo a 0 ℃, e posteriormente para que todo o gelo derreta e se torne água líquida a 0 ℃. Para determinarmos o máximo de energia que a água pode fornecer até chegar à sua temperatura de congelamento, devemos usar a equação fundamental da calorimetria, visto que não temos mudanças de estado físico envolvidas. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 78 Substituindo os valores em questão: Qmáx água = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇𝑎𝑡é 𝑐𝑜𝑛𝑔𝑒𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 Qmáx água = 200 ∙ 1 ∙ 30 Qmáx água = 6000 𝑐𝑎𝑙 A energia necessária para que o gelo chegue até o ponto de fusão fica: Qgelo até fusão = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∙ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ∙ ∆𝑇𝑎𝑡é 𝑓𝑢𝑠ã𝑜 Qgelo até fusão = 50 ∙ 0,5 ∙ 10 Qgelo até fusão = 250 𝑐𝑎𝑙 A energia necessária para que o gelo se transforme em água líquida é calculada através do calor latente, visto que envolve uma mudança de estado físico. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿 Qfusão do gelo = 50 ∙ 80 = 4000 𝑐𝑎𝑙 Qfusão do gelo = 4000 𝑐𝑎𝑙 Isso nos permite concluir que a água pode fornecer uma energia superior (6000 𝑐𝑎𝑙) à energia necessária para que o gelo chegue até 0 ℃ e se liquefaça por completo (4000 + 250 = 4250 𝑐𝑎𝑙), portanto, a temperatura de equilíbrio será superior a 0℃. A temperatura final da mistura, já que toda a energia cedida pela água quente é absorvida pela porção de gelo, devido ao fato de o sistema estar termicamente isolado, pode ser dada pela seguinte relação: 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0 Enquanto que a água líquida reduz sua temperatura, o bloco de gelo aquece, derrete e aquece novamente. Assim, podemos escrever: Qgelo até fusão + Qfusão do gelo + Qgelo até 𝑇𝑒𝑞 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑎𝑡é 𝑇𝑒𝑞 = 0 250 + 4000 + Qgelo até 𝜃𝑒𝑞 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑎𝑡é 𝜃𝑒𝑞 = 0 Tenha cuidado, pois a água não fornecerá energia até ter a sua temperatura igual a zero. Aquela foi a situação limite, por nós estudada. Os valores substituídos aparecem com sinal positivo pois refletem energia recebida pelo gelo. A energia do gelo até a temperatura de equilíbrio deve ser calculada tendo como base a massa de gelo, que não se altera com a fusão, e com o calor específico da água, visto que ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 79 ocorreu a fusão. A sua temperatura inicial será dada como a temperatura de fusão, visto que o gelo se converteu em água, e esse processo ocorre em temperatura constante. 4250 + mgelo ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑓𝑢𝑠ã𝑜) + mágua ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) = 0 4250 + mgelo ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 0) + mágua ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 30) = 0 4250 + 50 ∙ 1 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 0) + 200 ∙ 1 ∙ (𝑇𝑒𝑞 − 30) = 0 4250 + 50 ∙ 𝑇𝑒𝑞 + 200 ∙ 𝑇𝑒𝑞 − 200 ∙ 30 = 0 50 ∙ 𝑇𝑒𝑞 + 200 ∙ 𝑇𝑒𝑞 = 200 ∙ 30 − 4250 250 ∙ 𝑇𝑒𝑞 = 6000 − 4250 250 ∙ 𝑇𝑒𝑞 = 1750 𝑇𝑒𝑞 = 1750 250 = 175 25 = 7 ℃ Gabarito: “A”. 3.6. Fluxo de Energia na Forma de Calor por Condução Nós vimos que o processo de transferência de Energia na Forma de Calor por Condução ocorre, principalmente, em sólidos. Este processo transfere energia de uma partícula para a imediatamente ao lado. Assim, sempre que um material sólido ficar submetido a uma diferença de temperatura, teremos um fluxo de energia através do material. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 80 A taxa de energia na forma de Calor transferida através de uma região é chamada de Fluxo de Calor, dada pela Lei de Fourier. Esta taxa depende diretamente da diferença de temperatura, da área frontal (transversal ao fluxo), da condutividade térmica do meio material por onde o fluxo de energia é conduzida, mas é inversamente proporcional à espessura atravessada. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 81 Lei de Fourier ΦCalor = 𝑘 ⋅ 𝐴 ⋅ ∆𝑇 𝑒 𝑘: 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑇é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 ( 𝑊 𝑚𝐾 ) 𝐴: Á𝑟𝑒𝑎 𝐹𝑟𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝑚2) ∆𝑇: 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝐾) 𝑒: 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (𝑚) Exemplo: ENEM 2016 Num experimento, um professor deixa duas bandejas de mesma massa, uma de plástico e outra de alumínio, sobre a mesa do laboratório. Após algumas horas, ele pede aos alunos que avaliem a temperatura das duas bandejas, usando para isso o tato. Seus alunos afirmam, categoricamente, que a bandeja de alumínio encontra-se numa temperatura mais baixa. Intrigado, ele propõe uma segunda atividade, em que coloca um cubo de gelo sobre cada uma das bandejas, que estão em equilíbrio térmico com o ambiente, e os questiona em qual delas a taxa de derretimento do gelo será maior. O aluno que responder corretamente ao questionamento do professor dirá que o derretimento ocorrerá A) mais rapidamente na bandeja de alumínio, pois ela tem uma maior condutividade térmica que a de plástico. B) mais rapidamente na bandeja de plástico, pois ela tem inicialmente uma temperatura mais alta que a de alumínio. C) mais rapidamente na bandeja de plástico, pois ela tem uma maior capacidade térmica que a de alumínio. D) mais rapidamente na bandeja de alumínio, pois ela tem um calor específico menor que a de plástico. E) com a mesma rapidez nas duas bandejas, pois apresentarão a mesma variação de temperatura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 82 Comentários A taxa de energia na forma de Calor transferida através de uma região é chamada de Fluxo de Calor, dada pela Lei de Fourier. ΦCalor = 𝑘 ⋅ 𝐴 ⋅ ∆𝑇 𝑒 𝑘: 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑇é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 ( 𝑊 𝑚𝐾 ) 𝐴: Á𝑟𝑒𝑎 𝐹𝑟𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝑚2) ∆𝑇: 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝐾) 𝑒: 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (𝑚) Esta taxa depende diretamente da diferença de temperatura, da área frontal (transversal ao fluxo), da condutividade térmica do meio material por onde o fluxo de energia é conduzida, mas é inversamente proporcional à espessura atravessada. Como o alumínio tem maior condutividade térmica que o plástico, então o gelo terá uma taxa de transferência de energia maior na face em contato com a bandeja metálica, derretendo mais rapidamente. Gabarito: “A”. Exemplo: UNICAMP 2019 Drones vêm sendo utilizados por empresas americanas para monitorar o ambiente subaquático. Esses drones podem substituir mergulhadores, sendo capazes de realizar mergulhos de até cinquenta metros de profundidade e operar por até duas horas e meia. Frequentemente esses drones são usados para medir a temperatura da água (𝑇) em função da profundidade (𝑑), a partir da superfície (𝑑 = 0), como no caso ilustrado no gráfico a seguir (dados adaptados). ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 83 Leve em conta os dados mostrados no gráfico, referentes à temperatura da água (𝑇) em função da profundidade (𝑑). Considere um volume cilíndrico de água cuja base tem área 𝐴 = 2 𝑚2, a face superior está na superfície a uma temperatura constante 𝑇𝐴 e a face inferior está a uma profundidade 𝑑 a uma temperatura constante 𝑇𝐵, como mostra a figura a seguir. Na situação estacionária, nas proximidades da superfície, a temperatura da água decai linearmente em função de 𝑑, de forma que a taxa de transferência de calor por unidade de tempo (Φ), por condução da face superior para a face inferior, é aproximadamente constante e dada por Φ = 𝑘 ∙ 𝐴 ∙ 𝑇𝐴−𝑇𝐵 𝑑 , em que 𝑘 = 0,6 𝑊/(𝑚 ∙ ℃) é a condutividade térmica da água. Assim, a razão 𝑇𝐴−𝑇𝐵 𝑑 é constante para todos os pontos da região de queda linear da temperatura da água mostrados no gráfico apresentado. Utilizando as temperaturas da água na superfície e na profundidaded do gráfico e a fórmula fornecida, conclui-se que, na região de queda linear da temperatura da água em função de 𝑑, Φ é igual a A) 0,03 W. B) 0,05 W. C) 0,40 W. D) 1,20 W. Comentários Da parte linear do gráfico, podemos extrair a seguinte relação entre a variação de temperatura e a distância 𝑑, que funciona como a espessura na relação do fluxo. 𝑇𝐴 − 𝑇𝐵 |𝑑| = 19,30 − 19,225 |0 − 3| = 0,075 3 = 0,025 ℃/𝑚 Note que usamos a distância em módulo. Podemos calcular o fluxo usando a relação fornecida: Φ = 𝑘 ∙ 𝐴 ∙ 𝑇𝐴 − 𝑇𝐵 𝑑 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 84 Substituindo as informações fornecidas: Φ = 0,6 ∙ 2 ∙ 0,025 Φ = 0,6 ∙ 0,050 Φ = 6,0 ∙ 10−1 ∙ 5,0 ∙ 10−2 Φ = 30 ∙ 10−3 Φ = 3 ∙ 10−2 𝑊 Φ = 0,03 𝑊 Gabarito: “A”. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 85 4) RESUMO DA AULA ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 86 ∆°𝐶 10 = ∆𝐾 10 = ∆°𝐹 18 °𝐶 5 = 𝐾 − 273 5 = °𝐹 − 32 9 Dilatação Térmica Regra Geral: - Dilatação Térmica: Temperatura aumenta, tamanho aumenta. - Contração Térmica: Temperatura diminui, tamanho diminui. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 87 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 88 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 89 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 90 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 91 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 92 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 93 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 94 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 95 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 96 Fluxo de Energia na Forma de Calor por Condução Lei de Fourier ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 97 5) LISTA DE EXERCÍCIOS 1. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Sobre os processos de transferência de calor, selecione a alternativa correta. a) O processo de convecção se dá pela propagação de ondas eletromagnéticas, capazes de se propagarem pelo vácuo. b) O processo de convecção se caracteriza pela propagação de energia no interior de materiais sólidos. c) O processo de condução pode transportar energia na forma de calor pelo vácuo. d) O processo de irradiação está associado com a propagação de ondas eletromagnéticas, transferindo energia na forma de calor através do vácuo. e) O processo de condução somente ocorre em meios sólidos. 2. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em uma noite onde ocorreram pontos sem energia elétrica em sua cidade, uma pessoa decidiu acender uma vela para iluminar um determinado local de sua casa. Colocando a mão ao lado do fogo, ela tem uma sensação de que a mão está morna, mas ao colocar a mão acima da chama, sem a tocar, a sensação é de que sua mão está queimando e ela a retira rapidamente. Qual(is) é(são) o(s) principal(ais) processo(s) de transporte de energia envolvido(s) nas duas situações? A) Irradiação. B) Irradiação e convecção. C) Irradiação e condução. D) Condução e convecção. E) Convecção. 3. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo metálico, durante um processo de tratamento térmico, é retirado de um forno com temperatura de 800°C e colocado sobre uma mesa para resfriar ao ambiente, que está a 20°C. Sobre esta situação, pode-se afirmar corretamente que A) o corpo metálico está recebendo energia do ambiente na forma de Calor por condução e convecção. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 98 B) o corpo metálico está recebendo energia do seu entorno na forma de Calor por convecção e irradiação. C) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno somente por irradiação e convecção. D) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno por condução, convecção e irradiação. E) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno somente por convecção. 4. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Quando acendemos uma vela, o calor gerado pela queima da parafina líquida é propagado em todas as direções. Contudo, ao posicionar a mão a uma mesma distância da chama, aos lados da vela e acima da mesma, percebemos que a região acima da chama se encontra com maior temperatura. Tal fato decorre de que fenômeno? A) Da convecção, devido ao ar aquecido pela chama realizar um movimento ascendente. B) Da irradiação, que é mais eficaz em maiores altitudes. C) Da fusão da parafina, que retira calor preferencialmente do meio ao seu redor. D) Da convecção, devido ao ar frio realizar um movimento descendente ao lado da chama. E) Do calor específico do meio que é diferente para diferentes para as diferentes regiões ao redor da vela. 5. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma garrafa térmica é feita de tal forma que tenta evitar as trocas de energia na forma de Calor entre seu conteúdo e o ambiente externo. Em cada uma das situações descritas a seguir, você deve reconhecer o processo de troca de Calor envolvido. I – As ampolas nas garrafas térmicas são espelhadas para evitar a transferência de anergia por _________________. II – As ampolas nas garrafas térmicas possuem paredes duplas para evitar a transferência de energia por _________________. III – Se faz vácuo entre as paredes duplas em ampolas de garrafas térmicas para evitar a transferência de energia por _________________ e ________________. Na ordem que aparecem, os processos que preenchem as lacunas corretamente são: a) Irradiação, condução, condução e irradiação. b) Condução, irradiação, convecção e irradiação. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 99 c) Condução, irradiação, convecção e condução. d) Irradiação, condução, condução e convecção. 6. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um anel precisa ser encaixado internamente numa biela de forma que, após o encaixe, não exista qualquer folga. O anel tem diâmetro de 5mm e o orifício tem 4,9mm. Selecione a alternativa abaixo que descreve uma maneira viável de se fazer o encaixe. a) Aquecer o anel. b) Aquecer o orifício e o anel juntos. c) Esfriar o orifício e aquecer o anel. d) Esfriar o anel. e) Esfriar o orifício. 7. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma placa quadrada de lado L tem um orifício, de diâmetro D, em seu centro, conforme apresentado na figura abaixo. Ao ser aquecida uniformemente, toda a placa sofre uma elevação de temperatura, fazendo com que A) o diâmetro D do orifício aumente de tamanho. B) o diâmetro D do orifício reduza de tamanho. C) o diâmetro D do orifício permaneça inalterado. D) o diâmetro D do orifício se dilate mais que o lado L. E) o lado L da placa se dilate mais que a diagonal D da placa. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 100 8. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma substância pura recebeu energia na forma de calor de uma fonte e sofreu um aquecimento que foi registrado no gráfico abaixo. Pode-se afirmar que A) durante a etapa A, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, aumentando sua temperatura média. B) durante a etapa B, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, mantendo sua temperatura média inalterada. C) durante a etapa C, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, aumentando sua temperatura média. D) durantea etapa D, a substância coexiste nas fases sólida, líquida e gasosa, mantendo sua temperatura média inalterada. 9. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um laboratório de Física, um experimento de termologia indicou uma temperatura de 200°C em um termômetro que estava descalibrado. A temperatura correta foi indicada em outro termômetro que marcou 593K. Assim, pode-se afirmar que o termômetro em °C está indicando uma diferença de A) 120°C B) 20°C C) 220°C D) 320°C E) 80°C 10. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um estudante faz uma viagem de intercâmbio do Brasil para o Canadá e, ao descer no aeroporto na cidade de Toronto, observa que o termômetro do aeroporto estava indicando a temperatura de - 4°F. Na escala Celsius, esta temperatura é equivalente a ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 101 a) 20 b) -20 c) 253 d) -253 11. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A temperatura na superfície de Vênus atinge 462°C, principalmente devido ao efeito estufa. Assinale a alternativa correta. A) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 832°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). B) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 864°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). C) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 864°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). D) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 735°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). E) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 735°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). 12. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Duas barras, 1 e 2, feitas de mesmo material, tem iguais espessuras e estão a temperatura ambiente, de 20°C. A barra 1 é 50% maior que a barra 2. Ao serem aquecidas uniformemente até uma temperatura de 450°C, pode-se afirmar que, após o aquecimento, A) a barra 1 continuará sendo 50% maior que a barra 2. B) a barra 1 será mais que 50% maior que a barra 2. C) a barra 1 será menos que 50% maior que a barra 2. D) a barra 1 teve exatamente o mesmo aumento de tamanho que a barra 2. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 102 13. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um sistema termossolar de aquecimento de água residencial conseguiu elevar a temperatura de 500 litros de água de 25°C para 55°C durante um dia de insolação. Esta água ficou armazenada num reservatório para ser utilizada pelas pessoas da casa durante a noite. Sabendo que a densidade da água vale 1g/cm³ e tem calor específico igual a 1cal/g°C, a quantidade de energia na forma de calor que efetivamente foi absorvida para causar tal aquecimento foi de aproximadamente a) 1,5.1010kcal b) 1,5.109kcal c) 1,5.104cal d) 1,5.104kcal e) 1,5.107kcal 14. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um Trocador de Calor é um dispositivo que tem a finalidade de transferir, da forma mais eficiente possível, energia na forma de calor de um meio para outro. Um exemplo desse dispositivo é o radiador em veículos automotores, como carros e caminhões. Os radiadores automotivos servem para transferir energia do sistema do motor para o ambiente, evitando sobreaquecimentos. O fluido arrefecedor de motores automotivos circula por cavidades do motor, absorvendo energia, e chega, por dutos, ao radiador, para transferir essa energia ao ambiente. Suponha que o fluido que circula num sistema motor-radiador é água, cujo Calor Específico vale 1 cal/g °C. Quando 1kg de vapor de água (calor específico 0,5 cal/g °C) a 100°C condensar ao passar pelo trocador de calor, voltando a ser líquido a 90°C, terá cedido para o ambiente uma quantidade e energia na forma de calor que vale (Considere o Calor Latente de Vaporização da Água igual a 540 cal/g) a) 540 kcal b) 550 kcal c) 540 cal d) 550 cal e) 1500 cal 15. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um banho de ducha de 15 min, com o registro meio aberto, uma pessoa consome, em média, 120 L de água. Durante o inverno, esta pessoa utiliza um chuveiro elétrico que aquece a água elevando sua temperatura de 15°C para 35°C. A quantidade de energia transferida para a água neste aquecimento vale ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 103 Dados: 𝒄á𝒈𝒖𝒂 = 𝟒𝟐𝟎𝟎𝑱/𝒌𝒈°𝑪 ; 𝒅á𝒈𝒖𝒂 = 𝟏𝒌𝒈/𝑳. a) 5040 kJ b) 7560 kJ c) 9600 kJ d) 10080 kJ 16. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma barra de alumínio de 3kg é colocada em um forno industrial, que acaba elevando sua temperatura média até 1200°C. Ao ser retirada do forno, foi rapidamente mergulhada na água de uma piscina de 90000L, fazendo com que a barra atinja, após alguns minutos, a temperatura ambiente de 20°C. Como o calor específico do alumínio vale 𝟗𝟐𝟒 𝑱 𝒌𝒈°𝑪 , a quantidade de energia na forma de calor transferida da barra de alumínio para a água foi de, aproximadamente, A) 780 kcal. B) 3200 kcal. C) 13700 kcal. D) 13,7 kcal 17. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo de massa igual a 2kg recebe uma quantidade Q de energia na forma de Calor, elevando sua temperatura em 20°C, sem trocar de estado físico. Sua Capacidade Calorífica vale A) 40/Q B) 20/Q C) Q/10 D) Q/40 E) Q/20 18. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um calorímetro ideal, duas massas iguais de água foram adicionadas e atingem o equilíbrio térmico. Enquanto uma das massas estava a 20°C, a outra estava a 80°C. Despreze perdas térmicas para o ambiente. A temperatura de equilíbrio foi de A) 10°C B) 20°C C) 30°C D) 40°C ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 104 E) 50°C 19. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um bloco de gelo com 500g se desprende de uma geleira e cai de uma altura de 5m em queda livre com g=10m/s². Tanto o bloco quanto o ambiente estão à temperatura de 0°C e ao nível do mar. A massa de gelo que pode fundir devido a essa queda vale Dados: LFusão=80cal/g e 1cal=4,2J. A) 0,3125 g B) 75 kg C) 25 g D) 6 g E) 0,075 g 20. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um calorímetro de capacidade térmica desprezível contém 2 litros de água a 25°C. Adicionaram-se 350g de gelo a 0°C. Se o calor específico da água vale 1cal/g°C, o calor latente de fusão do gelo é 80cal/g e a massa específica da água vale 1kg/L, então a temperatura de equilíbrio da mistura no interior do calorímetro estará mais próxima de A) 3°C B) 6°C C) 9°C D) 13°C E) 16°C 21. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma barra de 2kg de alumínio, a temperatura ambiente, deve ser completamente fundida para a conformação de uma peça para a montagem de um automóvel. A energia necessária para tal serviço vale Dados: cAl=0,22cal/g°C ; Tambiente=20°C ; Tfusão=660°C ; Lfusão=93cal/g. A) 186,0 cal B) 281,6 cal C) 467,6 cal D) 4676 cal E) 467,6 kcal ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 105 22. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof.Henrique Goulart) O gráfico abaixo apresenta informações sobre o aquecimento de 20g de uma substância desconhecida, inicialmente no estado líquido, que vaporiza completamente ao final do processo. O calor específico no estado líquido e o calor latente de vaporização dessa substância a) 3,0cal/g°C e 35cal/g b) 3,0cal/g°C e 50cal/g c) 0,3cal/g°C e 50cal/g d) 0,3cal/g°C e 35cal/g 23. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um sistema solar de aquecimento transfere energia na forma de calor e aquece 3000g de água de um reservatório. A temperatura média da substância sofreu uma elevação, que foi registrada no gráfico abaixo. Como o calor específico da água no estado líquido vale 1cal/g°C, a potência desenvolvida pelo sistema vale A) 4000cal/s B) 400cal/s C) 400cal/min D) 4000cal/min ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 106 24. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível, são colocadas duas quantidades de água líquida, uma a temperatura de 74°C e outra a temperatura de 8°C. Se a massa da quantidade de água fria é três vezes maior que a de água quente, a temperatura de equilíbrio da mistura, em °C, é igual a A) 24,5°C B) 41,0°C C) 20,5°C D) 12,25°C 25. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo A recebeu uma quantidade Q de energia na forma de calor e sofreu uma variação de temperatura igual a 20°C, sem variar seu estado físico. Sabe-se que o corpo B tem metade da massa e o dobro do calor específico do corpo A. Ao receber a mesma quantidade Q de energia e sem sofrer mudança de estado físico, pode-se afirmar que este corpo sofreu uma variação de temperatura igual a a) 10°C b) 20°C c) 30°C d) 40°C e) 50°C 26. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A quantidade de energia na forma de Calor que, ao nível do mar, deve ser retirada de uma porção de 500g água a 0°C para que ela se solidifique completamente é igual à quantidade de energia que deve ser fornecida para aquecer esta mesma quantidade de água líquida de 0°C até uma temperatura de [Dados: cágua = 1cal/g°C, LFusão = 80cal/g.] A) 40°C B) 80°C C) 100°C D) 10°C E) 20°C ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 107 27. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Num recipiente isolado, um bloco com 500g de alumínio, é misturado com outro bloco de 1kg de ferro. Inicialmente, o bloco de alumínio estava a 20°C e o de ferro a 60°C. Ao se atingir o equilíbrio térmico a 40°C, a razão entre os calores específicos do Ferro e do Alumínio vale a) 2 b) 1/2 c) 1/4 d) 4 e) 500 28. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A radiação solar incide sobre um painel de um aquecedor solar de 8m². Este sistema transfere energia para a água com rendimento de 0,4. O tempo necessário para que este sistema aqueça de 20°C para 70°C toda a água de um reservatório com 2000 litros será Dados: Incidência solar = 600J/m²s ; dágua=1g/cm³ ; cágua=1cal/g°C ; 1cal=4J. A) de quase 50h. B) de quase 60h C) menos de 30h. D) mais de 60h. E) de quase 30h. 29. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A busca por geração de energia limpa vem crescendo no Brasil e no mundo nas últimas décadas. No Brasil, por exemplo, foram construídas as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, responsáveis por 3% da energia consumida no país, com o objetivo de recorrer a um processo de geração de energia elétrica que não emita gases poluentes na atmosfera. Usinas nucleares utilizam urânio enriquecido para aquecer a água no interior do reator, transformá-la em vapor e movimentar as turbinas de um gerador elétrico, porém essa água precisa se resfriar em um condensador para seguir seu ciclo dentro do sistema secundário da usina. A água utilizada no sistema secundário é refrigerada por outro circuito de água oriunda de um rio, lago ou mar. A água utilizada na refrigeração do condensador, por sua vez, retorna com uma temperatura de 8 a 17°C mais quente causando uma elevação na temperatura da sua fonte. Considere que uma usina nuclear utiliza a água de um rio no seu sistema de refrigeração. A água do rio encontra-se, inicialmente, a uma temperatura de 26°C. A usina drena 76% dessa água para a refrigeração, que retorna à fonte com uma ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 108 temperatura de 38°C. Admitindo que as massas de água misturadas pertençam a um sistema isolado, qual a variação de temperatura verificada na fonte após o retorno? A) 2,0°C B) 2,3°C C) 2,5°C D) 2,8°C E) 3,0°C 30. (ESTRATÉGIA VESTIBULARES 2021/ Prof. Henrique Goulart) "Patos deslizavam sobre as águas congeladas dos lagos de São Joaquim, na serra catarinense, na manhã desta quarta-feira (15). A temperatura negativa, que chegou a -8°C nas estações da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), pintou de branco os campos cobertos pela geada e criou "pingentes" de gelo em árvores. — O frio foi intenso. Foi possível ver patos deslizando nos lagos. Não é como na Europa, onde é possível caminhar sobre o gelo. Mas, para um lago congelar dessa forma, necessita fazer frio — conta Marcelo Cruz de Liz, gerente da Estação Experimental da Epagri da cidade." Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2020/07/temperatura- negativa-congela-lagos-e-atrai-visitantes-a-serra-catarinense-veja-imagens- ckcnpoxnn002o01hl8n2tvpme.html A diminuição da temperatura durante o inverno causa diversas mudanças na agricultura e nos biomas dessas regiões mais afetadas pelo ar frio. O lago congelado na cidade de São Joaquim mostra uma das tantas propriedades anômalas da água, que faz com que o gelo se forme na parte superior do lago, pois A) há uma queda no volume da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. B) há um aumento na massa da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. C) há uma queda na massa da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. D) há um aumento na densidade da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. E) há uma queda na densidade da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. 31. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Garrafas térmicas são recipientes que tem a função de manter a temperatura do líquido em seu interior com o mínimo de troca de energia térmica para o ambiente, seja por condução, convecção ou irradiação. Garrafas térmicas comuns apresentam uma capacidade térmica por volta de 𝟐𝟎 𝒄𝒂𝒍/°𝑪. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 109 Uma pessoa adicionou 140g de água a uma temperatura de 65°C a uma garrafa térmica comum, à temperatura ambiente de 25°C. Contudo, depois de um determinado intervalo de tempo, relembrou que a água entraria em equilíbrio térmico com a garrafa diminuindo sua temperatura. Após o esse tempo e com a finalidade de atingir um equilíbrio térmico final de 65°C, foi adicionada uma nova massa de 50g de água a uma temperatura inicial de: OBS: desconsidere as trocas de energia na forma de calor do conteúdo da garrafa e o ambiente e assuma o calor específico da água igual a 1cal/g°C. A) 70°C B) 73°C C) 77°C D) 79°C E) 81°C. 32. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) No canal do Youtube chamado Manual do Mundo, Iberê Thenório realiza diversos experimentos e mostra na prática uma forma interessante de se aprender ciência. Em um de seus vídeos, o dono do canal fez três medidas da temperatura de ebulição da água em três locais diferentes, sempre levando em consideração as possíveis margens de erro nas medições, utilizando a mesma massa de água à mesma temperatura inicial e o mesmo maçarico. Em São Paulo, a 725m de altitude, a água atinge uma temperatura de ebulição de97,9°C. Ao nível do mar a água atinge 99,8°C e no topo de uma montanha, a 1900m de altitude, atinge uma temperatura de 94,1°C. Conhecendo a influência da pressão atmosférica na temperatura de ebulição da água, é correto afirmar que A) Ao nível do mar, a água tem maior ponto de ebulição, pois a temperatura de ebulição tende a aumentar com o aumento da pressão atmosférica. B) No topo da montanha, a quantidade de energia necessária para fazer a água ebulir é maior que em São Paulo. C) A pressão atmosférica em São Paulo é maior que a pressão atmosférica a nível do mar, por isso a temperatura de ebulição é maior. D) No topo da montanha a água aquece mais rápido que ao nível do mar, por isso a temperatura de ebulição é menor. E) O peso da coluna de ar é menor em São Paulo do que no topo da montanha, por isso a temperatura de ebulição em São Paulo é maior que no topo da Montanha. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 110 33. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) Um recipiente de capacidade térmica desprezível contém 150g de água que tem sua temperatura elevada em 20°C recebendo energia na forma de calor a uma taxa de 100J/s. Essa massa de água teve sua temperatura elevada num intervalo mínimo de Use 𝒄á𝒈𝒖𝒂= 4kJ/(kg.°C) A) 0,2 s B) 12 s C) 30 s D) 1 min E) 2 min 34. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) "A locomotiva a vapor possui um motor que é composto por três partes principais: a caldeira (que produz o vapor), a máquina térmica (que transforma a energia liberada pelo vapor em energia mecânica) e a carroçaria (o que efetivamente carrega todo o resto). Além disso, existe uma quarta parte denominada "tênder", que é onde ficam armazenados água e combustível. De forma simples, o combustível é queimado na fornalha, o calor da queima passa para a caldeira onde está a água; ao ser fervida, gera vapor, que quando acumulado no Domo, cria uma pressão. Essa pressão é liberada e com sua força é capaz de movimentar os cilindros, fazendo a máquina andar." Fonte: https://amantesdaferrovia.com.br/blog/maria-fumaca-um-passeio-de-volta-ao- passado Considere que 10kg de carvão de calor específico igual a 0,24 cal/(g°C) são postos na fornalha de uma locomotiva a uma temperatura inicial de 20°C. A energia recebida pelo carvão para aquecer até uma temperatura T é igual à energia necessária para fazer 1000g de água a 100°C ebulirem completamente. Considere que o calor latente de vaporização da água é 540cal/g, a temperatura T corresponde a: A) 200°C B) 225°C C) 245°C D) 250C E) 265°C ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 111 35. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Energia na forma de calor é fornecida para 500g de água, inicialmente a -40°C, no estado sólido, até que vire vapor aquecido a 140°C. O gráfico abaixo apresenta algumas informações sobre esse processo. A energia total necessária para realizar esse processo foi de Dados: cgelo=2J/g°C ; Lfusão=330cal/g ; cágua=4J/g°C ; Lvap=540cal/g ; cvapor=0,5cal/g°C ; dágua=1g/cm³ ; 1cal=4J. A) 175kcal B) 225kcal C) 505kcal D) 495kcal E) 715kcal 36. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) Ao aquecer uma superfície metálica quadrada e variar sua temperatura em 16°C, percebe-se que seu perímetro aumentou 10%. Com uma tabela que relaciona o metal e suas propriedades de dilatação, é possível determinar de qual metal a superfície é composta. Para tanto, é necessário descobrir seu coeficiente de dilatação superficial e comparar os valores na tabela. O valor a ser pesquisado na tabela deve ser o de A) 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 °𝑪−𝟏 B 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 °𝑪−𝟏 C) 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟐 °𝑪−𝟏 D) 𝟔, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 °𝑪−𝟏 E) 𝟔, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 °𝑪−𝟏 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 112 37. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Durante uma aula experimental, um professor necessita de água a 30°C para uma atividade. Entretanto, ele apenas dispõe de água à temperatura ambiente de 20°C. O professor decide aquecer, durante meio minuto, 400ml de água utilizando um ebulidor de 1000W de potência em um calorímetro ideal. Contudo, como a eficiência do ebulidor é de 80%, a temperatura atingida foi maior do que a necessária para a atividade. O professor, então, decide adicionar gelo a 0°C na água, de modo a obter a água na temperatura desejada. A densidade da água é de 1g/ml, seu calor específico é de 1cal/g°C e seu calor latente de fusão 80cal/g. Considere que 1cal = 4J. Qual, aproximadamente, a massa de gelo que deve ser adicionada à água para que a temperatura final corresponda aos 30 °C? A) 18 g. B) 25 g. C) 32 g. D) 43 g. E) 67 g. 38. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A intensidade média de energia solar devido à insolação em um local onde será instalada uma mini usina termoelétrica é de 240W/m². Para iniciar seu ciclo de funcionamento e geração de energia elétrica, o sistema de concentradores solares, que se encontra em uma altitude de 4100m acima do nível do mar e tem área total de 1000m², precisa vaporizar 1ton de água inicialmente a 20°C. O gráfico 1 mostra a variação da pressão atmosférica em função da altitude e o gráfico 2 a relação entre a pressão atmosférica e a temperatura de ebulição da água. Dados: cágua=4J/g°C ; Lvap=540cal/g ; dágua=1g/cm³ ; 1cal=4J. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 113 Pode-se afirmar que o tempo mínimo necessário para que o primeiro ciclo se inicie deve ser de A) 1h e 8min B) 10h e 8min C) 10h e 48min D) 2h e 48min E) 2h e 8min 39. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Lucas Costa) Em um mesmo ano, a Alemanha atingiu 𝟒𝟐, 𝟔 ℃ no dia 25 de julho, e −𝟏𝟖 ℃, em 22 de janeiro. As ondas de frio e de calor parecem que são opostas e uma novidade, mas sempre existiram no planeta e são resultado de fenômenos parecidos. O que muda com o aquecimento global é a intensidade e a frequência. Um estudo publicado nesta segunda-feira (19) pela "Nature Climate Change", liderado por cientistas da Universidade Humboldt de Berlim, usou análise estatística para prever um cenário 2°C acima da temperatura média registrada nos anos pré-industriais. Teremos mais calor, mais seca e mais chuvas...” https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/aquecimento-global-causara-ondas- de-calor-ainda-mais-intensas-do-que-as-vistas-neste-verao-europeu-diz-estudo.ghtml O calor que seria liberado caso 100 g de um material sólido com uma temperatura inicial igual a temperatura marcada no dia 22 de janeiro na Alemanha fosse aquecida até líquido com a temperatura marcada no dia 25 de julho na Alemanha é próxima de Dados: O calor específico da substância citada é de 5,0 cal/g °F quando líquida, e 2,0 cal/g °F quando sólida, seu ponto de fusão é de 0°C nas condições do problema e o seu calor latente de fusão é de 90 cal/g. A) 𝟔, 𝟎 𝒌𝒄𝒂𝒍 B) 𝟑, 𝟎 𝒌𝒄𝒂𝒍 C) 𝟓, 𝟏 𝒌𝒄𝒂𝒍 D) 𝟏𝟑 𝒌𝒄𝒂𝒍 E) 𝟓𝟒 𝒌𝒄𝒂𝒍 40. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Henrique Goulart) O aumento do preço dos combustíveis causou uma disseminação de notícias de automóveis movidos a água. Os autodeclarados “inventores” dizem que conseguem facilmente converter qualquer veículo que funcione a álcool ou gasolina num veículo que utiliza água como combustível, conseguindo uma economia de mais de 30% comparado com veículos a gasolina. Um desses “gênios” afirmou que com seu sistema adaptado para veículos é ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 114 possível percorrer incríveis 1000km com apenas 1 litro de água, enquanto percorrem somente cerca de 15km com um litro de gasolina. Na verdade, o combustível utilizado para o funcionamento de motores com esses “kits mágicos”é o Hidrogênio, produzido a partir de processos de Eletrólise com a água. A utilização do Hidrogênio como fonte de energia para motores não é nenhuma novidade e já é conhecido e usado há décadas, fazendo desses “kits mágicos” mera empulhação. Sabe-se que com um litro de água se pode produzir, a partir de um processo de eletrólise completa, cerca de 110g de Hidrogênio, que tem poder calorífico de 28700cal/g. Um litro de gasolina, que tem densidade igual a 75% da densidade da água, tem poder calorífico de 9600cal/g. As energias liberadas pelas combustões completas do Hidrogênio produzido a partir de 1 litro de água e de 1 litro de gasolina seriam suficientes para aquecer de 0°C a 100°C volumes de água que valem, respectivamente [Dados: Calor Específico da água igual 1cal/g°C.] [Densidade da água igual 1g /cm³] a) 31570 e 72000 litros. b) 31570 e 72000 gramas. c) 31,6 e 72,0 litros. d) 31,6 e 72,0 gramas. e) 31,6 e 72,0 centímetros cúbicos. 41. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A energia necessária para aquecer um cubo de gelo de 2kg de -10°C a 0°C é igual à energia dissipada pela ação da força de atrito sobre um carro de 2 toneladas que se move com uma velocidade V e derrapa até reduzir sua velocidade para 5 m/s. Sabendo que o calor específico do gelo é 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪 e que 𝟏 𝒄𝒂𝒍 equivale a 𝟒, 𝟐 𝑱, a velocidade V que o corpo se move inicialmente está entre A) 5m/s e 6m/s. B) 6m/s e 7m/s. C) 7m/s e 8m/s. D) 8m/s e 9m/s. E) 9m/s e 10m/s. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 115 42. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) "O clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenças climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a massa tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica. A maior temperatura registrada oficialmente no Brasil foi 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020 [...]. Já a menor temperatura registrada foi de −17,8°C no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996 (registro extraoficial)." Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Clima_do_Brasil Considere que um cubo de gelo de 50g, ao nível do mar, é aquecido com um aparelho elétrico de 1000W de potência e varia a temperatura do cubo de acordo com os extremos já registrados no Brasil, da menor para a maior temperatura registrada. Se a energia recebida pelo cubo de gelo é de 70% da energia desenvolvida pelo aparelho, o tempo necessário para o aquecimento foi de, aproximadamente, Dados: Desconsidere possíveis perdas de massa por evaporação ou vazamentos, bem como trocas de energia do cubo de gelo com o ambiente. 𝟏 𝒄𝒂𝒍 = 𝟒 𝑱. 𝒄á𝒈𝒖𝒂 = 𝟏 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪. 𝒄𝒈𝒆𝒍𝒐 = 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪. 𝑳𝒇𝒖𝒔ã𝒐 = 𝟖𝟎 𝒄𝒂𝒍/𝒈. A) 10s B) 30s C) 40s D) 1min E) 1min e 20s 43. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Henrique Goulart) Uma amostra de 290ml de água em uma panela, inicialmente a 17°C, é aquecida a uma taxa constante por três aquecedores elétricos diferentes: um de 130W, outro de 66W e outro de 40W. O objetivo é o de aquecer a água até a temperatura de ebulição. Os dados experimentais foram registrados no gráfico abaixo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 116 Fonte: https://www.if.ufrgs.br/novocref/?contact-pergunta=curvas-reais-de-aquecimento-da- agua A curva vermelha indica os valores esperados de um aquecimento ideal, com os efeitos de evaporação desprezados. Selecione a alternativa correta. a) Quanto maior a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 0,8min. b) Quanto maior a potência do aquecedor, menor tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 0,8min. c) Quanto menor a potência do aquecedor, menor tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 13min e 30s. d) Quanto menor a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 13min e 30s. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 117 e) Quanto menor a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 2,6min. Note e Adote Massa específica da água igual a 1g/cm³. Experimento foi realizado ao nível do mar. Calor Específico da água 1cal/g°C = 4,2J/g°C. Calor Latente de Vaporização da água 80cal/g. 44. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Para salvar a festa de aniversário de um amigo, um professor de Física aceitou o desafio de gelar rapidamente três latas com 350ml de cerveja, inicialmente a 30°C, fazendo o seguinte: - Colocou 2kg de gelo a -4°C e 500ml de água da torneira, a 30°C dentro de uma panela de pressão. - Imergiu as três latas de cerveja a temperatura ambiente. - Fechou a panela para não ocorrer vazamentos. - Agitou durante 1 minuto a panela com as latas de cerveja no interior da mistura de gelo e água. Ao abrir a panela e medir a temperatura das latas de cerveja, verificou que o conteúdo delas havia baixado para 5°C, o que deixou seu amigo aniversariante muito feliz! Supondo a panela um sistema adiabático, que o local estava ao nível do mar, que a cerveja tem as mesmas propriedades térmicas que a água, e que a temperatura foi medida logo após a agitação da mistura, pode-se afirmar que a temperatura de equilíbrio da mistura gelo e água adicionados inicialmente e a taxa média aproximada de transferência de energia de cada lata de cerveja no processo foram, respectivamente, Dados: cágua=4J/g°C ; cgelo=2J/g°C ; Lfusão=330J/g ; dágua=1g/cm³. A) 5°C e 60W. B) 30°C e 580W. C) 30°C e 1000W. D) 0°C e 1800W. E) 0°C e 600W. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 118 45. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um estudante gosta de tomar café com leite a temperatura ambiente, com metade café e metade leite, ou seja, uma mistura com iguais quantidades de leite e café. Em um dia com temperatura ambiente de 25°C, ele dispõe de três xícaras cilíndricas metálicas idênticas: uma com 150ml de café recém passado, a 92°C, outra com 150ml de leite frio a 8°C e outra para fazer a mistura. Para obter seu café a temperatura ambiente mais rapidamente, ele pensou em duas possibilidades: 1) Esperar até que o café quente e o leite frio cheguem à temperatura ambiente e, depois, misturá-los parar tomar seu café com leite. 2) Misturar logo o café quentecom o leite frio e esperar até que a mistura chegue à temperatura ambiente. Suponha que o café e o leite têm iguais calores específicos. Selecione a alternativa correta. A) Ambas possibilidades resultarão no café com leite na mistura e temperatura desejada ao mesmo tempo. B) O estudante deve escolher a possibilidade 1, pois o leite e o café separados atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que misturados devido ao fato do calor se transferir mais rapidamente do ambiente para o leite frio que para o café quente pelas canecas serem metálicas. C) O estudante deve escolher a possibilidade 1, pois o leite e o café separados atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que misturados devido ao fato de a energia na forma de calor ser trocada mais rapidamente quanto maior a área de interface e quanto maior a diferença entre as temperaturas. D) O estudante deve escolher a possibilidade 2, pois o leite e o café juntos atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que separados devido ao fato do calor se transferir mais rapidamente da mistura para o ambiente através de uma caneca metálica. E) O estudante deve escolher a possibilidade 2, pois o leite e o café juntos atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que separados devido ao fato de a energia na forma de calor ser trocada mais rapidamente quanto maior a área de interface e quanto menor a diferença entre as temperaturas. 46. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Para minimizar a troca de calor de um recipiente fechado com o ambiente externo, é necessário que se utilize um material com baixa condutividade térmica. Pensando nisso, foi construída uma sala de concreto com dimensões 20m x 10m x 10m com paredes de 10cm de espessura onde será instalado um aquecedor capaz de variar a temperatura ambiente em 30°C. Sabendo que a condutividade térmica do concreto é 0,8W/m.K, o fluxo térmico da sala com o ambiente externo, em J/s, é A) 2,4.106 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 119 B) 2,4.105 C) 2,1.104 D) 2,4.10-6 E) 2,1.10-4 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 120 Gabarito 1) D 2) B 3) D 4) A 5) D 6) D 7) A 8) B 9) A 10) B 11) B 12) B 13) D 14) B 15) D 16) A 17) E 18) E 19) E 20) C 21) C 22) D 23) D 24) A 25) B 26) B 27) B 28) B 29) D 30) E 31) E 32) A 33) E 34) C 35) C 36) C 37) A 38) D 39) E 40) C 41) D 42) C 43) D 44) E 45) C 46) B ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 121 6) LISTA DE EXERCÍCIOS RESOLVIDA E COMENTADA 1. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Sobre os processos de transferência de calor, selecione a alternativa correta. a) O processo de convecção se dá pela propagação de ondas eletromagnéticas, capazes de se propagarem pelo vácuo. b) O processo de convecção se caracteriza pela propagação de energia no interior de materiais sólidos. c) O processo de condução pode transportar energia na forma de calor pelo vácuo. d) O processo de irradiação está associado com a propagação de ondas eletromagnéticas, transferindo energia na forma de calor através do vácuo. e) O processo de condução somente ocorre em meios sólidos. Comentários O processo de transferência de energia na forma de calor por irradiação, ou simplesmente radiação, se dá pela propagação de ondas eletromagnéticas, capazes de se propagarem no vácuo. O processo de condução ocorre principalmente em meios sólidos, mas, também ocorre em meios fluidos, como líquidos e gases. O processo de convecção ocorre em fluidos, caracterizando-se pela geração de correntes de movimentos convectivos. Gabarito: “D” 2. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em uma noite onde ocorreram pontos sem energia elétrica em sua cidade, uma pessoa decidiu acender uma vela para iluminar um determinado local de sua casa. Colocando a mão ao lado do fogo, ela tem uma sensação de que a mão está morna, mas ao colocar a mão acima da chama, sem a tocar, a sensação é de que sua mão está queimando e ela a retira rapidamente. Qual(is) é(são) o(s) principal(ais) processo(s) de transporte de energia envolvido(s) nas duas situações? A) Irradiação. B) Irradiação e convecção. C) Irradiação e condução. D) Condução e convecção. E) Convecção. Comentários Ao colocar a mão ao lado da chama, a energia recebida pela mão é transportada por irradiação, devido à falta de contato direta com a chama ou com o ar quente proveniente do fogo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 122 Quando a mão é colocada acima da chama, além de receber energia por irradiação, a mão entra em contato com o ar quente que tem um movimento convectivo ascendente. Por isso, o transporte da energia da chama até a mão se dá por irradiação e pelas correntes de convecção. Gabarito: “B” 3. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo metálico, durante um processo de tratamento térmico, é retirado de um forno com temperatura de 800°C e colocado sobre uma mesa para resfriar ao ambiente, que está a 20°C. Sobre esta situação, pode-se afirmar corretamente que A) o corpo metálico está recebendo energia do ambiente na forma de Calor por condução e convecção. B) o corpo metálico está recebendo energia do seu entorno na forma de Calor por convecção e irradiação. C) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno somente por irradiação e convecção. D) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno por condução, convecção e irradiação. E) o corpo metálico está perdendo energia na forma de Calor para seu entorno somente por convecção. Comentários Como o corpo metálico está com temperatura bem maior que o seu entorno, ele está perdendo energia na forma de Calor para o ambiente por condução, convecção e irradiação. O processo de condução se caracteriza por transferir energia através de sua superfície com a mesa e com as moléculas de ar próximas. O processo de convecção ocorre pelo surgimento de correntes de ar que acabam por ascender as massas de ar aquecido e fazer passar mais ar ambiente (ainda não aquecida) pelo corpo, retirando energia dele e ascendendo. O processo de irradiação nada mais e que a emissão de ondas eletromagnéticas, principalmente na faixa do Infravermelho, que “ilumina” seu entorno. Gabarito: “D”. 4. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Quando acendemos uma vela, o calor gerado pela queima da parafina líquida é propagado em todas as direções. Contudo, ao posicionar a mão a uma mesma distância da chama, aos lados da vela e acima da mesma, percebemos que a região acima da chama se encontra com maior temperatura. Tal fato decorre de que fenômeno? A) Da convecção, devido ao ar aquecido pela chama realizar um movimento ascendente. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 123 B) Da irradiação, que é mais eficaz em maiores altitudes. C) Da fusão da parafina, que retira calor preferencialmente do meio ao seu redor. D) Da convecção, devido ao ar frio realizar um movimento descendente ao lado da chama. E) Do calor específico do meio que é diferente para diferentes para as diferentes regiões ao redor da vela. Comentários: A queima da parafina pela vela causa o aquecimento do ar ao seu redor, o ar aquecido pela chama sofre dilatação, aumentando de volume e diminuindo sua densidade. O ar menos denso ascende tornando a região acima da vela mais quente. Gabarito: “A” 5. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma garrafa térmica é feita de tal forma que tenta evitar as trocas de energia na forma de Calor entre seu conteúdo e o ambiente externo. Em cada uma das situações descritas a seguir, você deve reconhecer o processo de troca de Calor envolvido. I – As ampolas nas garrafastérmicas são espelhadas para evitar a transferência de anergia por _________________. II – As ampolas nas garrafas térmicas possuem paredes duplas para evitar a transferência de energia por _________________. III – Se faz vácuo entre as paredes duplas em ampolas de garrafas térmicas para evitar a transferência de energia por _________________ e ________________. Na ordem que aparecem, os processos que preenchem as lacunas corretamente são: a) Irradiação, condução, condução e irradiação. b) Condução, irradiação, convecção e irradiação. c) Condução, irradiação, convecção e condução. d) Irradiação, condução, condução e convecção. Comentários O espelhamento nas superfícies serva para evitar a transferência por Irradiação. As paredes duplas nas ampolas de garrafas térmicas evitam a transferência de energia por Condução. O espaço entre essas paredes duplas é evacuado para evitar a transferência por Condução e Convecção. Gabarito: “D” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 124 6. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um anel precisa ser encaixado internamente numa biela de forma que, após o encaixe, não exista qualquer folga. O anel tem diâmetro de 5mm e o orifício tem 4,9mm. Selecione a alternativa abaixo que descreve uma maneira viável de se fazer o encaixe. a) Aquecer o anel. b) Aquecer o orifício e o anel juntos. c) Esfriar o orifício e aquecer o anel. d) Esfriar o anel. e) Esfriar o orifício. Comentários Devido à Dilatação Térmica, o esfriamento (redução da temperatura) do anel causará uma contração térmica no material, causando uma redução em todas as suas dimensões, incluindo seu diâmetro, e possibilitando seu encaixe na peça. Gabarito: “D” 7. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma placa quadrada de lado L tem um orifício, de diâmetro D, em seu centro, conforme apresentado na figura abaixo. Ao ser aquecida uniformemente, toda a placa sofre uma elevação de temperatura, fazendo com que A) o diâmetro D do orifício aumente de tamanho. B) o diâmetro D do orifício reduza de tamanho. C) o diâmetro D do orifício permaneça inalterado. D) o diâmetro D do orifício se dilate mais que o lado L. E) o lado L da placa se dilate mais que a diagonal D da placa. Comentários Como a placa é aquecida, devido ao fenômeno da dilatação térmica, toda a placa se dilata, aumentando todas as suas dimensões: largura, altura e espessura. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 125 Este efeito de dilatação faz com que todas as dimensões de orifícios, falhas ou fendas, também dilatem juntos à placa, como se estivessem preenchidos de material da placa. Portanto, o diâmetro D do orifício aumenta de tamanho, assim como toda a placa. Como a dilatação térmica é proporcional ao tamanho inicial, a diagonal da placa se dilata mais que seu lado L, que se dilata mais que o diâmetro D do orifício. Gabarito: “A”. 8. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma substância pura recebeu energia na forma de calor de uma fonte e sofreu um aquecimento que foi registrado no gráfico abaixo. Pode-se afirmar que A) durante a etapa A, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, aumentando sua temperatura média. B) durante a etapa B, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, mantendo sua temperatura média inalterada. C) durante a etapa C, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, aumentando sua temperatura média. D) durante a etapa D, a substância coexiste nas fases sólida, líquida e gasosa, mantendo sua temperatura média inalterada. Comentários Durante a etapa A, a substância está na sua fase sólida, elevando sua temperatura. Durante a etapa B, a substância coexiste nas fases sólida e líquida, mantendo sua temperatura média inalterada. Durante a etapa C, a substância sofre uma elevação de temperatura durante sua fase líquida. E, durante a etapa D, a substância coexiste em suas fases líquida e gasosa sem alterar sua temperatura média. Gabarito: “B” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 126 9. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um laboratório de Física, um experimento de termologia indicou uma temperatura de 200°C em um termômetro que estava descalibrado. A temperatura correta foi indicada em outro termômetro que marcou 593K. Assim, pode-se afirmar que o termômetro em °C está indicando uma diferença de A) 120°C B) 20°C C) 220°C D) 320°C E) 80°C Comentários A escala Kelvin é a escala Célsius absoluta, ou seja, com o zero deslocado para o zero absoluto. Assim, a escala Kelvin apresenta 273 de diferença fixa em relação aos valores da escala Célsius, conforme a relação que segue: 𝐾 = °𝐶 + 273 Assim, 593K corresponde na escala Célsius a: 593 = °𝐶 + 273 °𝐶 = 593 − 273 = 320°𝐶 Portanto, como o termômetro descalibrado estava indicando 200°C, a diferença fica: 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 = 320 − 200 = 120°𝐶 Gabarito: “A” 10. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um estudante faz uma viagem de intercâmbio do Brasil para o Canadá e, ao descer no aeroporto na cidade de Toronto, observa que o termômetro do aeroporto estava indicando a temperatura de - 4°F. Na escala Celsius, esta temperatura é equivalente a a) 20 b) -20 c) 253 d) -253 Comentários A relação entre as escalas Celsius e Fahrenheit pode ser dada pela equação abaixo: °𝐶 10 = °𝐹 − 32 18 °𝐶 10 = −4 − 32 18 18 ⋅ °𝐶 = −36 ⋅ 10 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 127 °𝐶 = −360 18 °𝐶 = −20 Gabarito: “B” 11. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A temperatura na superfície de Vênus atinge 462°C, principalmente devido ao efeito estufa. Assinale a alternativa correta. A) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 832°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). B) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 864°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). C) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 864°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). D) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 735°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). E) A temperatura de 462°C se equivale a, aproximadamente, 735°F. Além disso, o efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (C2O) e metano (C4H). Comentários A temperatura de 462°C tem um equivalente na escala Fahrenheit que pode ser obtido a partir da equação abaixo: °𝐶 5 = °𝐹 − 32 9 462 5 = 𝐹 − 32 9 𝐹 = 9 ⋅ 462 5 + 32 = 863,6°𝐹 O efeito estufa é um fenômeno de retenção de energia proveniente do Sol por gases atmosféricos, principalmente vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). Gabarito: “B” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 128 12. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Duas barras, 1 e 2, feitas de mesmo material, tem iguais espessuras e estão a temperatura ambiente, de 20°C. A barra 1 é 50% maior que a barra 2. Ao serem aquecidas uniformemente até uma temperatura de 450°C, pode-se afirmar que, após o aquecimento, A) abarra 1 continuará sendo 50% maior que a barra 2. B) a barra 1 será mais que 50% maior que a barra 2. C) a barra 1 será menos que 50% maior que a barra 2. D) a barra 1 teve exatamente o mesmo aumento de tamanho que a barra 2. Comentários Em geral, conforme o fenômeno da dilatação térmica, um corpo, ao ser aquecido, tem todas suas dimensões aumentadas. Assim, ambas barras, após terem sido aquecidas, aumentaram seus tamanhos. A variação de tamanho de um corpo é tão maior quanto maior seu tamanho inicial, maior seu coeficiente de dilatação e maior for a variação de temperatura. Como as duas barras são feitas de mesmo material, os coeficientes de dilatação são os mesmos. Porém, ao sofrerem a mesma variação de temperatura, a barra 1, que inicialmente era 50% maior que a barra 2, se dilata mais, terminando com um tamanho maior que 50% do tamanho final da barra 2. Isso ocorre porque corpos inicialmente maiores mudam mais de tamanho que corpos menores, no caso de serem de mesmo material e sofrerem a mesma variação de temperatura. Gabarito: “B” 13. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um sistema termossolar de aquecimento de água residencial conseguiu elevar a temperatura de 500 litros de água de 25°C para 55°C durante um dia de insolação. Esta água ficou armazenada num reservatório para ser utilizada pelas pessoas da casa durante a noite. Sabendo que a densidade da água vale 1g/cm³ e tem calor específico igual a 1cal/g°C, a quantidade de energia na forma de calor que efetivamente foi absorvida para causar tal aquecimento foi de aproximadamente a) 1,5.1010kcal b) 1,5.109kcal c) 1,5.104cal d) 1,5.104kcal e) 1,5.107kcal Comentários Como a água simplesmente teve uma elevação de temperatura sem trocar de estado físico, podemos calcular a quantidade de energia na forma de calor pela equação do Calor Sensível: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 129 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Dados: m=500kg=500000g c=1cal/g°C ∆T=55-25=30°C 𝑄𝑆 = 5 ⋅ 10 5 ⋅ 1 ⋅ 30 = 150 ⋅ 105 = 1,5 ⋅ 107𝑐𝑎𝑙 = 1,5 ⋅ 104𝑘𝑐𝑎𝑙 Gabarito: “D” 14. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um Trocador de Calor é um dispositivo que tem a finalidade de transferir, da forma mais eficiente possível, energia na forma de calor de um meio para outro. Um exemplo desse dispositivo é o radiador em veículos automotores, como carros e caminhões. Os radiadores automotivos servem para transferir energia do sistema do motor para o ambiente, evitando sobreaquecimentos. O fluido arrefecedor de motores automotivos circula por cavidades do motor, absorvendo energia, e chega, por dutos, ao radiador, para transferir essa energia ao ambiente. Suponha que o fluido que circula num sistema motor-radiador é água, cujo Calor Específico vale 1 cal/g °C. Quando 1kg de vapor de água (calor específico 0,5 cal/g °C) a 100°C condensar ao passar pelo trocador de calor, voltando a ser líquido a 90°C, terá cedido para o ambiente uma quantidade e energia na forma de calor que vale (Considere o Calor Latente de Vaporização da Água igual a 540 cal/g) a) 540 kcal b) 550 kcal c) 540 cal d) 550 cal e) 1500 cal Comentários A energia necessária para condensar 1kg de vapor de água pode ser calculada pela equação abaixo: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝑉𝑎𝑝 𝑄𝐿 = 1000 ⋅ (−540) 𝑄𝐿 = −540000 𝑐𝑎𝑙 A energia para, já na fase líquida, reduzir a temperatura da água de 100°C para 90°C é dada pela equação: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇 𝑄𝑆 = 1000 ⋅ 1 ⋅ (90 − 100) 𝑄𝐿 = −10000 𝑐𝑎𝑙 Assim, a energia total envolvida no processo foi de: 𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝐿 + 𝑄𝑆 = 540000 + 10000 = 550000 𝑐𝑎𝑙 = 350𝑘𝑐𝑎𝑙 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 130 Gabarito: “B” 15. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um banho de ducha de 15 min, com o registro meio aberto, uma pessoa consome, em média, 120 L de água. Durante o inverno, esta pessoa utiliza um chuveiro elétrico que aquece a água elevando sua temperatura de 15°C para 35°C. A quantidade de energia transferida para a água neste aquecimento vale Dados: 𝒄á𝒈𝒖𝒂 = 𝟒𝟐𝟎𝟎𝑱/𝒌𝒈°𝑪 ; 𝒅á𝒈𝒖𝒂 = 𝟏𝒌𝒈/𝑳. a) 5040 kJ b) 7560 kJ c) 9600 kJ d) 10080 kJ Comentários Quando um corpo de substância pura recebe energia, ele pode sofrer uma mudança de estado físico ou variar sua temperatura. Para calcular a quantidade de energia recebida, utilizamos a equação a seguir: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 A densidade da água nos indica que 120L de água contém 120kg. Com essa informação podemos substituir os valores. 𝑄 = 120 ⋅ 4200 ⋅ (35 − 15) 𝑄 = 10 080 𝑘𝐽 Gabarito: “D” 16. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma barra de alumínio de 3kg é colocada em um forno industrial, que acaba elevando sua temperatura média até 1200°C. Ao ser retirada do forno, foi rapidamente mergulhada na água de uma piscina de 90000L, fazendo com que a barra atinja, após alguns minutos, a temperatura ambiente de 20°C. Como o calor específico do alumínio vale 𝟗𝟐𝟒 𝑱 𝒌𝒈°𝑪 , a quantidade de energia na forma de calor transferida da barra de alumínio para a água foi de, aproximadamente, A) 780 kcal. B) 3200 kcal. C) 13700 kcal. D) 13,7 kcal ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 131 Comentários A quantidade de energia na forma de calor que um corpo recebe ou perde resultando em uma mudança em sua temperatura pode ser estimada a partir da equação da quantidade de calor sensível: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 A barra de 3kg de alumínio, que tem um calor específico de 924J/kg°C, teve sua temperatura reduzida de 1200°C para 20°C. Assim, a energia fica: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄 = 3 ⋅ 924 ⋅ (20 − 1200) 𝑄 = 3 270 960 𝐽 Como 1cal = 4,2J, então temos: 𝑄 = 3270960 4,2 = 778800 𝑐𝑎𝑙 = 778,8 𝑘𝑐𝑎𝑙 ≅ 780 𝑘𝑐𝑎𝑙 Gabarito: “A” 17. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo de massa igual a 2kg recebe uma quantidade Q de energia na forma de Calor, elevando sua temperatura em 20°C, sem trocar de estado físico. Sua Capacidade Calorífica vale A) 40/Q B) 20/Q C) Q/10 D) Q/40 E) Q/20 Comentários A Capacidade Calorífica, ou Capacidade Térmica, de um corpo indica a quantidade de energia necessária para fazer este corpo variar sua temperatura em 1°C, conforme a definição abaixo: 𝐶 = 𝑄 ∆𝑇 Como a variação de temperatura do corpo foi de 20°C, temos que sua Capacidade Calorífica fica: 𝐶 = 𝑄 20 Veja que a Capacidade Térmica de um corpo não depende de sua massa. Gabarito: “E” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 132 18. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um calorímetro ideal, duas massas iguais de água foram adicionadas e atingem o equilíbrio térmico. Enquanto uma das massas estava a 20°C, a outra estava a 80°C. Despreze perdas térmicas para o ambiente. A temperatura de equilíbrio foi de A) 10°C B) 20°C C) 30°C D) 40°C E) 50°C Comentários Como a mistura térmica é feita em um calorímetro ideal, então somente é relevante a troca de energia entre as duas porções de água. São duas porções de água com massas iguais. Assim, podemos escrever: 𝑄á𝑔𝑢𝑎1 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎2 = 0 𝑚1 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇1 + 𝑚2 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇2 = 0 As massas e os calores específicos são iguais. Assim, podemos simplificar: ∆𝑇1 + ∆𝑇2 = 0 (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑖1) + (𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑖2) = 0 2 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 = 𝑇𝑖1 + 𝑇𝑖2 2 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 = 20 + 80 2 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 = 100 𝑇𝑒𝑞 = 100 2 = 50°𝐶 Gabarito: “E” 19. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um bloco de gelo com 500g se desprende de uma geleira e cai de uma altura de 5m em queda livre com g=10m/s². Tanto o bloco quanto o ambiente estão à temperatura de 0°C e ao nível do mar. A massa de gelo que pode fundir devido a essa queda vale Dados:LFusão=80cal/g e 1cal=4,2J. A) 0,3125 g B) 75 kg C) 25 g D) 6 g E) 0,075 g ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 133 Comentários A energia para fundir parte do gelo está associada à Energia Mecânica que o bloco tem ao chegar no solo que pode se transformar em Energia Interna, derretendo parte do gelo. Ao supor um movimento de Queda Livre, somente sob ação da gravidade, então a Energia Mecânica é conservada durante a queda, transformando a Energia Potencial Gravitacional no início da queda em Energia Cinética ao chegar no solo. Assim, a Energia Mecânica vale: 𝐸𝑝𝑔 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ ℎ Dados: m=500g=0,5kg g=10m/s² h=5m 𝐸𝑝𝑔 = 0,5 ⋅ 10 ⋅ 5 = 25 𝐽 Esta energia em joules pode ser convertida em caloria, onde: 1 𝑐𝑎𝑙 − − − − − − 4,2 𝐽 𝑥 𝑐𝑎𝑙 − − − − − − 25 𝐽 𝑥 𝑐𝑎𝑙 = 5,9 𝑐𝑎𝑙 ≈ 6 𝑐𝑎𝑙 Esta quantidade de Energia Mecânica pode se transformar em Energia Interna na colisão com o solo, causando um aumento na Energia Interna do gelo. Este incremento de Energia Interna pode derreter uma quantidade de gelo que pode ser calculada pela equação da Quantidade de Energia na Forma de Calor Latente: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝐹𝑢𝑠ã𝑜 6 = 𝑚𝑑𝑒𝑟𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 ⋅ 80 𝑚𝑑𝑒𝑟𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 = 0,075 𝑔 Gabarito: “E” 20. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um calorímetro de capacidade térmica desprezível contém 2 litros de água a 25°C. Adicionaram-se 350g de gelo a 0°C. Se o calor específico da água vale 1cal/g°C, o calor latente de fusão do gelo é 80cal/g e a massa específica da água vale 1kg/L, então a temperatura de equilíbrio da mistura no interior do calorímetro estará mais próxima de A) 3°C B) 6°C C) 9°C D) 13°C E) 16°C Comentários Como o calorímetro é ideal, podemos escrever para a mistura térmica: 𝑄á𝑔𝑢𝑎1 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎2 = 0 𝑚1 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇1 + 𝑚2 ⋅ 𝐿𝑓𝑢𝑠ã𝑜 + 𝑚2 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇2 = 0 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 134 A água 1 é a água que já estava no calorímetro. A água 2 é a quantidade de gelo que derreteu. A água 1 cederá energia na forma de calor para o gelo que irá derreter, virando a água 2, e esquentará até atingir a mesma temperatura de equilíbrio Teq que a água 1. Dados: m1=2000g cágua=1cal/g°C T1i=25°C T2i=0°C m2=350g Lfusão=80cal/g 2000 ⋅ 1 ⋅ (𝑇𝑒𝑞 − 25) + 350 ⋅ 80 + 350 ⋅ 1 ⋅ (𝑇𝑒𝑞 − 0) = 0 2000 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 − 50000 + 28000 + 350 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 = 0 2350 ⋅ 𝑇𝑒𝑞 = 22000 𝑇𝑒𝑞 = 22000 2350 = 9,36°𝐶 Gabarito: “C” 21. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Uma barra de 2kg de alumínio, a temperatura ambiente, deve ser completamente fundida para a conformação de uma peça para a montagem de um automóvel. A energia necessária para tal serviço vale Dados: cAl=0,22cal/g°C ; Tambiente=20°C ; Tfusão=660°C ; Lfusão=93cal/g. A) 186,0 cal B) 281,6 cal C) 467,6 cal D) 4676 cal E) 467,6 kcal Comentários O cálculo deve ser feito em duas etapas: a da quantidade de calor sensível para elevar a temperatura da barra até a temperatura de fusão e a da quantidade de calor latente para derreter toda barra. A quantidade de energia na forma de calor sensível suficiente para aquecer a barra vale: 𝑄𝑠 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Dados: m=2kg=2000g cAl=0,22cal/g°C Ti=20°C Tf=660°C 𝑄𝑠 = 2000 ⋅ 0,22 ⋅ (660 − 20) = 281600 𝑐𝑎𝑙 = 281,6 𝑘𝑐𝑎𝑙 A quantidade de energia na forma de calor latente suficiente para derreter a barra vale: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ L Dados: m=2kg=2000g Lfusão=93cal/g 𝑄𝐿 = 2000 ⋅ 93 = 186000 𝑐𝑎𝑙 = 186,0 𝑘𝑐𝑎𝑙 Assim, a energia total fica: 𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝑠 + 𝑄𝐿 = 281,6 + 186,0 = 467,6 𝑘𝑐𝑎𝑙 Gabarito: “C” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 135 22. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) O gráfico abaixo apresenta informações sobre o aquecimento de 20g de uma substância desconhecida, inicialmente no estado líquido, que vaporiza completamente ao final do processo. O calor específico no estado líquido e o calor latente de vaporização dessa substância a) 3,0cal/g°C e 35cal/g b) 3,0cal/g°C e 50cal/g c) 0,3cal/g°C e 50cal/g d) 0,3cal/g°C e 35cal/g Comentários O Calor Específico no estado líquido pode ser calculado a partir da equação do Calor Sensível: 𝑄𝑠 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 A partir do gráfico, a substância eleva sua temperatura de zero a 50°C, enquanto absorve 300cal de energia na forma de Calor. Dados: Qs=300cal m=20g Ti=0°C Tf=50°C 300 = 20 ⋅ 𝑐𝑙í𝑞 ⋅ (50 − 0) 𝑐𝑙í𝑞 = 300 1000 = 0,3 𝑐𝑎𝑙 𝑔°𝐶 O Calor Latente de vaporização pode ser calculado a partir da equação do Calor Latente: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿 A partir do gráfico, a substância absorve 700cal de energia na forma de Calor. Dados: QL=700cal m=20g 700 = 20 ⋅ 𝐿𝑉𝑎𝑝 𝐿𝑉𝑎𝑝 = 700 20 = 35 𝑐𝑎𝑙 𝑔 Gabarito: “D” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 136 23. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um sistema solar de aquecimento transfere energia na forma de calor e aquece 3000g de água de um reservatório. A temperatura média da substância sofreu uma elevação, que foi registrada no gráfico abaixo. Como o calor específico da água no estado líquido vale 1cal/g°C, a potência desenvolvida pelo sistema vale A) 4000cal/s B) 400cal/s C) 400cal/min D) 4000cal/min Comentários A quantidade de energia na forma de calor que foi fornecida para a água pode ser determinada pela equação do Calor Sensível: 𝑄𝑠 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 A partir do gráfico, a substância eleva sua temperatura de 10°C para 50°C. Dados: cágua=1cal/g°C m=3000g Ti=10°C Tf=50°C 𝑄𝑆 = 3000 ⋅ 1 ⋅ (50 − 10) 𝑄𝑆 = 120000 𝑐𝑎𝑙 A Potência é calculada pela razão da Energia pelo Tempo: 𝑃 = 𝑄𝑠 𝑡 Dados: QS=120000cal t=30min 𝑃 = 120000 30 = 4000 𝑐𝑎𝑙 𝑚𝑖𝑛 Gabarito: “D” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 137 24. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível, são colocadas duas quantidades de água líquida, uma a temperatura de 74°C e outra a temperatura de 8°C. Se a massa da quantidade de água fria é três vezes maior que a de água quente, a temperatura de equilíbrio da mistura, em °C, é igual a A) 24,5°C B) 41,0°C C) 20,5°C D) 12,25°C Comentários Quando duas ou mais substâncias a temperaturas diferentes são postas em contato térmico, elas trocam energia na forma de calor entre si de forma que uma substância perde calor e a outra recebe calor até que entrem em equilíbrio térmico. Como a energia total do sistema é constante, a equação fundamental da calorimetria nos diz que a soma dos calores ganhos e cedidos pelas substâncias do sistema é nula. 𝑄𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝐶𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 = 0 A água é uma substância que apenas altera seu estado físico quando sua temperatura atinge 0°C ou 100°C para uma pressão de 1 atm sobre a amostra. Assim, de acordo com as informações dadas, as águas não alteraram seu estado físico durante as trocas de calor. Em situações em que a energia na forma de calor apenas altera a temperatura de uma substância, temos o calor sensível envolvido. Logo: (𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇)á𝑔𝑢𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 + (𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇)á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 = 0 𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝑇𝑒𝑞 − 74) + 3𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝑇𝐸𝑞 − 8) = 0 (𝑇𝑒𝑞 − 74) + 3 ⋅ (𝑇𝐸𝑞 − 8) = 0 𝑇𝑒𝑞 − 74 + 3𝑇𝐸𝑞 − 24 = 0 4𝑇𝐸𝑞 = 98 𝑇𝐸𝑞 = 24,5°𝐶 Gabarito: “A” 25. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um corpo A recebeu uma quantidade Q de energia na forma de calor e sofreu uma variação de temperatura igual a 20°C, sem variar seu estado físico. Sabe-se queo corpo B tem metade da massa e o dobro do calor específico do corpo A. Ao receber a mesma quantidade Q de energia e sem sofrer mudança de estado físico, pode-se afirmar que este corpo sofreu uma variação de temperatura igual a a) 10°C b) 20°C c) 30°C d) 40°C ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 138 e) 50°C Comentários A Quantidade de Calor Sensível recebida por um corpo resultando em sua variação de temperatura é dada pela relação abaixo: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Como ambos corpos, A e B, receberam a mesma quantidade de energia, podemos escrever: 𝑄𝐴 = 𝑄𝐵 𝑚𝐴 ⋅ 𝑐𝐴 ⋅ ∆𝑇𝐴 = 𝑚𝐵 ⋅ 𝑐𝐵 ⋅ ∆𝑇𝐵 Como mB=mA/2 e cB=2.cA, temos que 𝑚𝐴 ⋅ 𝑐𝐴 ⋅ ∆𝑇𝐴 = 𝑚𝐴 2 ⋅ 2 ⋅ 𝑐𝐴 ⋅ ∆𝑇𝐵 ∆𝑇𝐴 = ∆𝑇𝐵 20°𝐶 = ∆𝑇𝐵 Assim, a variação de temperatura do corpo B é a mesma variação sofrida pelo corpo A. Gabarito: “B” 26. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A quantidade de energia na forma de Calor que, ao nível do mar, deve ser retirada de uma porção de 500g água a 0°C para que ela se solidifique completamente é igual à quantidade de energia que deve ser fornecida para aquecer esta mesma quantidade de água líquida de 0°C até uma temperatura de [Dados: cágua = 1cal/g°C, LFusão = 80cal/g.] A) 40°C B) 80°C C) 100°C D) 10°C E) 20°C Comentários Como a quantidade de energia na forma de Calor para congelar completamente a água que já está no ponto de fusão, deve ser igual à energia para aquecer esta água de 0°C até uma temperatura Tfinal, então podemos escrever: 𝑄𝐿𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑄𝑆𝑒𝑛𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑚 ⋅ 𝐿𝐹𝑢𝑠ã𝑜 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑙í𝑞 ⋅ ∆𝑇 Como o Calor Latente de Fusão é igual, em módulo, ao Calor Latente de Solidificação e as massas de água são as mesmas, podemos cortar o “m” dos dois lados da equação e substituir os dados: LFusão=80cal/g cágua=1cal/g°C Tinicial=0°C Tfinal=? 𝐿𝐹𝑢𝑠ã𝑜 = 𝑐𝑙í𝑞 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖) ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 139 80 = 1 ⋅ (𝑇𝑓 − 0) 𝑇𝑓 = 80°𝐶 Gabarito: “B”. 27. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Num recipiente isolado, um bloco com 500g de alumínio, é misturado com outro bloco de 1kg de ferro. Inicialmente, o bloco de alumínio estava a 20°C e o de ferro a 60°C. Ao se atingir o equilíbrio térmico a 40°C, a razão entre os calores específicos do Ferro e do Alumínio vale a) 2 b) 1/2 c) 1/4 d) 4 e) 500 Comentários Como os dois blocos estão num sistema isolado, a energia na forma de calor que saiu de um foi recebida pelo outro, conforme o Princípio de Conservação de Energia. Assim, podemos escrever que o somatório de todas as quantidades de calores trocados deve ser igual a zero: ∑𝑄𝑛 = 0 𝑄𝐴𝑙 + 𝑄𝐹𝑒 = 0 Como as respectivas variações de temperaturas não causaram mudanças de estados físicos para ambos blocos, então podemos aplicar a equação do Calor Sensível: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Assim, temos: 𝑚𝐴𝑙 ⋅ 𝑐𝐴𝑙 ⋅ Δ𝑇𝐴𝑙 + 𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ Δ𝑇𝐹𝑒 = 0 500 ⋅ 𝑐𝐴𝑙 ⋅ (+20) + 1000 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ (−20) = 0 𝑐𝐴𝑙 = 2 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 𝑐𝐴𝑙 𝑐𝐹𝑒 = 2 𝑐𝐹𝑒 𝑐𝐴𝑙 = 1 2 Gabarito: “B” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 140 28. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A radiação solar incide sobre um painel de um aquecedor solar de 8m². Este sistema transfere energia para a água com rendimento de 0,4. O tempo necessário para que este sistema aqueça de 20°C para 70°C toda a água de um reservatório com 2000 litros será Dados: Incidência solar = 600J/m²s ; dágua=1g/cm³ ; cágua=1cal/g°C ; 1cal=4J. A) de quase 50h. B) de quase 60h C) menos de 30h. D) mais de 60h. E) de quase 30h. Comentários O primeiro passo é calcular a quantidade de energia na forma de Calor necessária para aquecer toda a água do reservatório de 2000 litros, equivalente a 2000kg, de 20°C para 70°C. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Q = 2000000 ⋅ 1 ⋅ (70 − 20) = 1 ⋅ 108 𝑐𝑎𝑙 Como 1cal se equivale a 4J, temos que a Energia fica: Q = 1 ⋅ 108 𝑐𝑎𝑙 = 4 ⋅ 108 𝐽 Como o sistema tem um rendimento energético de apenas 0,4, o que significa que somente 40% da energia da incidência solar é transferida do sistema para a água, podemos escrever a seguinte relação: 𝐸𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 á𝑔𝑢𝑎 = 0,4 ⋅ 𝐸𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 4 ⋅ 108 = 0,4 ⋅ 𝐸𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 𝐸𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 = 4 ⋅ 108 0,4 = 1 ⋅ 109 𝐽 Para o sistema transferir 4.108J de energia para a água do reservatório, é necessário que o painel recebe uma energia total de 1.109J do Sol. Como o painel tem 8m² e a radiação do Sol tem intensidade de 600J/m²s, temos que o painel recebe uma energia a uma taxa de 4800J por segundo. Assim, temos que: 4800 = 1 ⋅ 109 𝑡 𝑡 = 1 ⋅ 109 4800 = 208333,3 𝑠 = 3472,2 𝑚𝑖𝑛 = 57,87 ℎ Gabarito: “B” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 141 29. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A busca por geração de energia limpa vem crescendo no Brasil e no mundo nas últimas décadas. No Brasil, por exemplo, foram construídas as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, responsáveis por 3% da energia consumida no país, com o objetivo de recorrer a um processo de geração de energia elétrica que não emita gases poluentes na atmosfera. Usinas nucleares utilizam urânio enriquecido para aquecer a água no interior do reator, transformá-la em vapor e movimentar as turbinas de um gerador elétrico, porém essa água precisa se resfriar em um condensador para seguir seu ciclo dentro do sistema secundário da usina. A água utilizada no sistema secundário é refrigerada por outro circuito de água oriunda de um rio, lago ou mar. A água utilizada na refrigeração do condensador, por sua vez, retorna com uma temperatura de 8 a 17°C mais quente causando uma elevação na temperatura da sua fonte. Considere que uma usina nuclear utiliza a água de um rio no seu sistema de refrigeração. A água do rio encontra-se, inicialmente, a uma temperatura de 26°C. A usina drena 76% dessa água para a refrigeração, que retorna à fonte com uma temperatura de 38°C. Admitindo que as massas de água misturadas pertençam a um sistema isolado, qual a variação de temperatura verificada na fonte após o retorno? A) 2,0°C B) 2,3°C C) 2,5°C D) 2,8°C E) 3,0°C Comentários Duas massas de água serão misturadas ao final do processo, de forma que 76% da água do rio que entrou no sistema ganhou energia e aumentou sua temperatura, enquanto que o restante, 24% da massa de água que foi usada na refrigeração, perdeu energia e reduziu sua temperatura. Pela lei da conservação de energia, temos que: 𝑄76% + 𝑄24% = 0 A equação utilizada para calcular a quantidade de energia recebida ou perdida nesse processo é a mesma para as duas quantidades, visto que elas apenas variam sua temperatura sem mudar de estado físico. Dessa forma: 𝑄 = 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝑇 𝑄76% = 0,76 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇76% 𝑄24% = 0,24 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇24% Os 24% da massa total de água é igual a 0,24∙m, assim como 76% é equivalente a 0,76∙m. 0,76 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇76% + 0,24 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ ∆𝑇24% = 0 0,76 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇 − 26) + 0,24 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ (𝑇 − 38) = 0 0,76 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . 𝑇 − 19,7 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 + 0,24 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ∙ 𝑇 − 9,1 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 0 Adicionando todos os termos semelhantes, temos: ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 142 1 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . 𝑇 − 28,8 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 0 1 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . 𝑇 = 28,8 ∙ 𝑚 ∙ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑇 = 28,8°𝐶 A variação da temperatura da fonte foi de: ∆𝑇 = 28,8°𝐶 − 26°𝐶 = 2,8°𝐶 Gabarito: “D” 30. (ESTRATÉGIA VESTIBULARES 2021/ Prof. Henrique Goulart) "Patos deslizavam sobre as águas congeladas dos lagos de São Joaquim, na serra catarinense, na manhã desta quarta-feira (15). A temperatura negativa, que chegou a -8°C nas estaçõesda Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), pintou de branco os campos cobertos pela geada e criou "pingentes" de gelo em árvores. — O frio foi intenso. Foi possível ver patos deslizando nos lagos. Não é como na Europa, onde é possível caminhar sobre o gelo. Mas, para um lago congelar dessa forma, necessita fazer frio — conta Marcelo Cruz de Liz, gerente da Estação Experimental da Epagri da cidade." Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2020/07/temperatura- negativa-congela-lagos-e-atrai-visitantes-a-serra-catarinense-veja-imagens- ckcnpoxnn002o01hl8n2tvpme.html A diminuição da temperatura durante o inverno causa diversas mudanças na agricultura e nos biomas dessas regiões mais afetadas pelo ar frio. O lago congelado na cidade de São Joaquim mostra uma das tantas propriedades anômalas da água, que faz com que o gelo se forme na parte superior do lago, pois A) há uma queda no volume da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. B) há um aumento na massa da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. C) há uma queda na massa da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. D) há um aumento na densidade da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. E) há uma queda na densidade da água quando sua temperatura reduz de 4°C para zero. Comentários A água apresenta diversas anomalias, dentre elas está a diminuição na sua densidade quando resfriada de 4°C a 0°C, ilustrado no gráfico abaixo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 143 Fonte: Compreendendo a Física, Vol.2. Alberto Gaspar Quando a água do lago resfria nessa faixa de temperatura e se torna menos densa que o restante da água líquida, essa massa de água ascende e congela, se tornando um ótimo isolante térmico e mantendo a temperatura do lago maior que a exterior. Como a água mais densa se acumula ao fundo do lago, devido à convecção, lagos tendem a congelar pela superfície, formando uma camada de gelo superficial e mantendo água líquida a 4°C abaixo desta camada. Gabarito: “E” 31. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Garrafas térmicas são recipientes que tem a função de manter a temperatura do líquido em seu interior com o mínimo de troca de energia térmica para o ambiente, seja por condução, convecção ou irradiação. Garrafas térmicas comuns apresentam uma capacidade térmica por volta de 𝟐𝟎 𝒄𝒂𝒍/°𝑪. Uma pessoa adicionou 140g de água a uma temperatura de 65°C a uma garrafa térmica comum, à temperatura ambiente de 25°C. Contudo, depois de um determinado intervalo de tempo, relembrou que a água entraria em equilíbrio térmico com a garrafa diminuindo sua temperatura. Após o esse tempo e com a finalidade de atingir um equilíbrio térmico final de 65°C, foi adicionada uma nova massa de 50g de água a uma temperatura inicial de: OBS: desconsidere as trocas de energia na forma de calor do conteúdo da garrafa e o ambiente e assuma o calor específico da água igual a 1cal/g°C. A) 70°C B) 73°C C) 77°C D) 79°C E) 81°C. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 144 Comentários A energia térmica recebida pela garrafa é igual a energia térmica cedida pela água: 𝑄𝑔𝑎𝑟𝑟𝑎𝑓𝑎 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 0 Para calcular a energia recebida pela garrafa térmica, podemos utilizar o conceito de capacidade térmica: 𝑄 = 𝐶 ⋅ ∆𝑇 Para calcular a energia cedida pela água, devemos nos recordar da equação do calor sensível: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Assim: 𝐶 ⋅ ∆𝑇𝑔𝑎𝑟𝑟𝑎𝑓𝑎 + 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 0 Substituindo os valores, encontramos a temperatura de equilíbrio do sistema: 20 ⋅ (𝑇1 − 25) + 140 ⋅ 1 ⋅ (𝑇1 − 65) = 0 20 ⋅ 𝑇1 − 500 + 140 ⋅ 𝑇1 − 9100 = 0 160 ⋅ 𝑇1 = 9600 𝑇1 = 60°𝐶 Quando a pessoa percebe que a água resfriou, ela decide adicionar 50g de água para atingir a temperatura de equilíbrio desejada de 65°C. Devemos levar em consideração, novamente, as energias recebidas pela garrafa térmica e pela água, já que estavam no recipiente. Assim, podemos escrever: 𝑄𝑔𝑎𝑟𝑟𝑎𝑓𝑎 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑎 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0 𝐶 ⋅ ∆𝑇𝑔𝑎𝑟𝑟𝑎𝑓𝑎 + 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑎 + 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑛𝑜𝑣𝑎 = 0 A temperatura inicial da garrafa e da água “antiga” é, agora, de 60°C e a temperatura de equilíbrio é 65°C, então: 20 ⋅ (65 − 60) + 140 ⋅ 1 ⋅ (65 − 60) + 50 ⋅ 1 ⋅ (65 − 𝑇) = 0 100 + 700 + 3250 − 50 ⋅ 𝑇 = 0 50 ⋅ 𝑇 = 4050 𝑇 = 81°𝐶 Portanto, a nova massa de 50g de água deve ser adicionada a 81°C para que o sistema entre em equilíbrio térmico a 65°C. Gabarito: “E” 32. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) No canal do Youtube chamado Manual do Mundo, Iberê Thenório realiza diversos experimentos e mostra na prática uma forma interessante de se aprender ciência. Em um de seus vídeos, o dono do canal fez três medidas da temperatura de ebulição da água em três locais diferentes, sempre levando em consideração as possíveis margens de erro nas medições, utilizando a mesma massa de água à mesma temperatura inicial e o mesmo maçarico. Em São Paulo, a 725m de altitude, a água atinge uma temperatura de ebulição de ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 145 97,9°C. Ao nível do mar a água atinge 99,8°C e no topo de uma montanha, a 1900m de altitude, atinge uma temperatura de 94,1°C. Conhecendo a influência da pressão atmosférica na temperatura de ebulição da água, é correto afirmar que A) Ao nível do mar, a água tem maior ponto de ebulição, pois a temperatura de ebulição tende a aumentar com o aumento da pressão atmosférica. B) No topo da montanha, a quantidade de energia necessária para fazer a água ebulir é maior que em São Paulo. C) A pressão atmosférica em São Paulo é maior que a pressão atmosférica a nível do mar, por isso a temperatura de ebulição é maior. D) No topo da montanha a água aquece mais rápido que ao nível do mar, por isso a temperatura de ebulição é menor. E) O peso da coluna de ar é menor em São Paulo do que no topo da montanha, por isso a temperatura de ebulição em São Paulo é maior que no topo da Montanha. Comentários Quanto menor a altitude, maior a pressão atmosférica e maior a temperatura necessária para a água entrar em ebulição. Se em todas as medições a quantidade de água foi a mesma, quer dizer que, pela equação do calor sensível, a quantidade de energia recebida pela água para atingir o ponto de ebulição é diretamente proporcional à sua variação de temperatura. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄 ∝ ∆𝑇 Assim, a água recebe energia na mesma taxa em qualquer uma das três situações e recebe menos energia quando tem uma variação de temperatura menor. Assim, a quantidade de energia envolvida no processo não dependerá somente da pressão atmosférica e da altitude, mas, também de outros fatores. Gabarito: “A” 33. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) Um recipiente de capacidade térmica desprezível contém 150g de água que tem sua temperatura elevada em 20°C recebendo energia na forma de calor a uma taxa de 100J/s. Essa massa de água teve sua temperatura elevada num intervalo mínimo de Use 𝒄á𝒈𝒖𝒂= 4kJ/(kg.°C) A) 0,2 s B) 12 s C) 30 s D) 1 min E) 2 min ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 146 Comentários A equação que calcula quantidade de energia recebida pela massa de água para variar sua temperatura é: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 Utilizando a massa em kg para estar condizente com as unidades das outras grandezas, temos: 𝑄 = 0,15 𝑘𝑔 ⋅ 4 𝑘𝐽 𝑘𝑔 ⋅ °𝐶 ⋅ 20°𝐶 𝑄 = 12 𝑘𝐽 = 12.000 𝐽 Se a água recebe essa energia a uma taxa de 100J/s, basta realizar uma regra de três para determinarmos o tempo que levou para variar sua temperatura em 20°C. 100 𝐽 − − − 1𝑠 12000𝐽 − − − 𝑋 100 ⋅ 𝑋 = 12.000 𝑋 = 120𝑠 = 2 𝑚𝑖𝑛 Gabarito: “E” 34. (ESTRATEGIAVESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) "A locomotiva a vapor possui um motor que é composto por três partes principais: a caldeira (que produz o vapor), a máquina térmica (que transforma a energia liberada pelo vapor em energia mecânica) e a carroçaria (o que efetivamente carrega todo o resto). Além disso, existe uma quarta parte denominada "tênder", que é onde ficam armazenados água e combustível. De forma simples, o combustível é queimado na fornalha, o calor da queima passa para a caldeira onde está a água; ao ser fervida, gera vapor, que quando acumulado no Domo, cria uma pressão. Essa pressão é liberada e com sua força é capaz de movimentar os cilindros, fazendo a máquina andar." Fonte: https://amantesdaferrovia.com.br/blog/maria-fumaca-um-passeio-de-volta-ao- passado Considere que 10kg de carvão de calor específico igual a 0,24 cal/(g°C) são postos na fornalha de uma locomotiva a uma temperatura inicial de 20°C. A energia recebida pelo carvão para aquecer até uma temperatura T é igual à energia necessária para fazer 1000g de água a 100°C ebulirem completamente. Considere que o calor latente de vaporização da água é 540cal/g, a temperatura T corresponde a: A) 200°C B) 225°C C) 245°C D) 250C E) 265°C ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 147 Comentários A quantidade de energia ganha recebida pelo carvão ao aumentar sua temperatura de 20°C até uma temperatura T é igual à energia necessária para ebulir 1000g de água a 100°C. 𝑄𝐶𝑎𝑟𝑣ã𝑜 = 𝑄Á𝑔𝑢𝑎 Como o carvão sofre uma variação de temperatura, a equação que deve ser utilizada é: 𝑄𝐶 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 A água, que apenas mudará seu estado físico, também deverá receber energia que pode ser calculada por: 𝑄Á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝐿𝑉𝑎𝑝 Com a informação da massa do carvão de 10kg = 10000g, temos: 𝑚𝐶 ⋅ 𝑐𝐶 ⋅ ∆𝑇 = 𝑚𝐴 ⋅ 𝐿𝑣𝑎𝑝 10000 ⋅ 0,24 ⋅ (𝑇 − 20) = 1000 ⋅ 540 2400 ⋅ (𝑇 − 20) = 540000 𝑇 − 20 = 540000 2400 𝑇 = 225 + 20 = 245 °𝐶 Gabarito: “C” 35. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Energia na forma de calor é fornecida para 500g de água, inicialmente a -40°C, no estado sólido, até que vire vapor aquecido a 140°C. O gráfico abaixo apresenta algumas informações sobre esse processo. A energia total necessária para realizar esse processo foi de Dados: cgelo=2J/g°C ; Lfusão=330cal/g ; cágua=4J/g°C ; Lvap=540cal/g ; cvapor=0,5cal/g°C ; dágua=1g/cm³ ; 1cal=4J. A) 175kcal B) 225kcal C) 505kcal D) 495kcal E) 715kcal ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 148 Comentários A água, inicialmente no estado sólido, ao receber energia na forma de calor, eleva sua temperatura até o ponto de fusão, a 0°C. Neste ponto, ao receber energia, a água passa para o estado sólido para líquido, ainda a 0°C. Depois que todo gelo se liquefez, a porção de água líquida, ao receber energia, eleva sua temperatura até seu ponto de vaporização, a 100°C. Neste ponto, ao receber energia, a água vaporiza. Quando toda água líquida virou vapor de água, a 100°C, esta porção de vapor, ao receber mais energia, pode elevar sua temperatura acima dos 100°C até sua temperatura final Assim, os cálculos devem ser feitos por etapas: 1) Aquecimento do gelo, 2) Fusão, 3) Aquecimento da água, 4) Vaporização e 5) Aquecimento do vapor. 1) Aquecimento do gelo: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄1 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (𝑇𝑓𝑢𝑠ã𝑜 − 𝑇𝑖) Dados: m=500g cgelo=2J/g°C=0,5cal/g°C Ti=-40°C Tfus=0°C 𝑄1 = 500 ⋅ 0,5 ⋅ (0 − (−40)) = 10000𝑐𝑎𝑙 = 10𝑘𝑐𝑎𝑙 2) Fusão - derretimento do gelo: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿 𝑄2 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝑓𝑢𝑠ã𝑜 Dados: m=500g Lfusão=330cal/g 𝑄2 = 500 ⋅ 330 = 165000𝑐𝑎𝑙 = 165𝑘𝑐𝑎𝑙 3) Aquecimento da água: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄3 = 𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝑇𝑣𝑎𝑝 − 𝑇𝑖) Dados: m=500g cágua=4J/g°C=1cal/g°C Ti=0°C Tvap=100°C 𝑄3 = 500 ⋅ 1 ⋅ (100 − 0) = 50000𝑐𝑎𝑙 = 50𝑘𝑐𝑎𝑙 4) Vaporização da água: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿 𝑄4 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝑣𝑎𝑝 Dados: m=500g Lvap=540cal/g 𝑄4 = 500 ⋅ 540 = 270000𝑐𝑎𝑙 = 270𝑘𝑐𝑎𝑙 5) Aquecimento do vapor: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄5 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 ⋅ (𝑇𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑇𝑣𝑎𝑝) Dados: m=500g cvapor=2J/g°C=0,5cal/g°C Ti=100°C Tfinal=140°C 𝑄5 = 500 ⋅ 0,5 ⋅ (140 − 100) = 10000𝑐𝑎𝑙 = 10𝑘𝑐𝑎𝑙 A Energia total fica: 𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 + 𝑄5 𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 10 + 165 + 50 + 270 + 10 = 505𝑘𝑐𝑎𝑙 Gabarito: “C” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 149 36. (ESTRATEGIA VESTIBULARES 2021 - Prof. Henrique Goulart) Ao aquecer uma superfície metálica quadrada e variar sua temperatura em 16°C, percebe-se que seu perímetro aumentou 10%. Com uma tabela que relaciona o metal e suas propriedades de dilatação, é possível determinar de qual metal a superfície é composta. Para tanto, é necessário descobrir seu coeficiente de dilatação superficial e comparar os valores na tabela. O valor a ser pesquisado na tabela deve ser o de A) 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 °𝑪−𝟏 B 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 °𝑪−𝟏 C) 𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟐 °𝑪−𝟏 D) 𝟔, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 °𝑪−𝟏 E) 𝟔, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 °𝑪−𝟏 Comentários A superfície é quadrada e isso indica que todos os lados medem o mesmo comprimento. 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 = 𝐿 + 𝐿 + 𝐿 + 𝐿 = 4𝐿 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑜𝑣𝑜 = 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 + 10% 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑜𝑣𝑜 = 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 + 0,1 ⋅ 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 = 1,1 ⋅ 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑜𝑣𝑜 = 1,1 ⋅ (𝐿 + 𝐿 + 𝐿 + 𝐿) 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑜𝑣𝑜 = 1,1𝐿 + 1,1𝐿 + 1,1𝐿 + 1,1𝐿 = 4,4𝐿 Assim, se o perímetro, que é correspondente à soma dos comprimentos de todos os lados, aumentou 10%, cada lado também teve seu comprimento aumentado em 10%. ∆𝐿 = 10% 𝑑𝑒 𝐿 = 0,1𝐿 Com a informação do aumento de comprimento, podemos utilizar a equação da Dilatação Linear que nos fornecerá o Coeficiente de Dilatação Linear. Sendo L o comprimento inicial, tem-se: ∆𝐿 = 𝐿0 ⋅ 𝛼 ⋅ ∆𝑇 0,1𝐿 = 𝐿 ⋅ 𝛼 ⋅ 16 𝛼 = 0,1 16 = 0,00625 = 6,25 ⋅ 10−3 °𝐶−1 O Coeficiente de Dilatação Superficial é o dobro do Coeficiente de Dilatação Linear, portanto: 𝛽 = 2 ⋅ 6,25 ⋅ 10−3 𝛽 = 0,0125 = 1,25 ⋅ 10−2 °𝐶−1 Gabarito: “C” 37. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Durante uma aula experimental, um professor necessita de água a 30°C para uma atividade. Entretanto, ele apenas dispõe de água à temperatura ambiente de 20°C. O professor decide aquecer, durante meio minuto, 400ml de água utilizando um ebulidor de 1000W de potência em um calorímetro ideal. Contudo, como a eficiência do ebulidor é de 80%, a temperatura atingida foi maior do que a necessária para a atividade. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 150 O professor, então, decide adicionar gelo a 0°C na água, de modo a obter a água na temperatura desejada. A densidade da água é de 1g/ml, seu calor específico é de 1cal/g°C e seu calor latente de fusão 80cal/g. Considere que 1cal = 4J. Qual, aproximadamente, a massa de gelo que deve ser adicionada à água para que a temperatura final corresponda aos 30 °C? A) 18 g. B) 25 g. C) 32 g. D) 43 g. E) 67 g. Comentários Primeiro é necessário calcular a potência útil do ebulidor. 𝑃ú𝑡𝑖𝑙 = 𝜂 ∙ 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃ú𝑡𝑖𝑙 = 0,8 ∙ 1000 𝑃ú𝑡𝑖𝑙 = 800 𝑊 Em seguida, calculamos a quantidade de calor fornecida pelo ebulidor durante os 30 s de aquecimento. 𝑄 = 𝑃ú𝑡𝑖𝑙 ∙ ∆𝑡 𝑄 = 800 ∙ 30 𝑄 = 24000 𝐽 Convertemos o valor em calorias. 𝑄 = 24000 𝐽 4 𝑄 = 6000 𝑐𝑎𝑙 Calculamos a temperatura final da água após o aquecimento efetuado pelo ebulidor. Note que a massa de água corresponde a 400 g. 𝑄 = 𝑚𝑐∆𝑇 6000 = 400 ∙ 1 ∙ (𝑇 − 20) 6000 400= 𝑇 − 20 15 = 𝑇 − 20 𝑇 = 15 + 20 𝑇 = 35 °𝐶 Em seguida efetuamos a equação geral da calorimetria, levando em conta que o gelo sofre fusão e a água vinda do gelo aquece até atingir 30 °C. 𝑄𝑓𝑢𝑠ã𝑜 + 𝑄𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑠𝑓𝑟𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 = 0 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜𝐿 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜𝑐∆𝑇𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎𝑐∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 0 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜(𝐿 + 𝑐∆𝑇𝑔𝑒𝑙𝑜) + 𝑚á𝑔𝑢𝑎𝑐∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 0 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜(80 + 1 ∙ (30 − 0)) + 400 ∙ 1 ∙ (30 − 35) = 0 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜(110) − 2000 = 0 110𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 2000 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 151 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 2000 110 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ≅ 18,2 𝑔 Gabarito: “A” 38. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A intensidade média de energia solar devido à insolação em um local onde será instalada uma mini usina termoelétrica é de 240W/m². Para iniciar seu ciclo de funcionamento e geração de energia elétrica, o sistema de concentradores solares, que se encontra em uma altitude de 4100m acima do nível do mar e tem área total de 1000m², precisa vaporizar 1ton de água inicialmente a 20°C. O gráfico 1 mostra a variação da pressão atmosférica em função da altitude e o gráfico 2 a relação entre a pressão atmosférica e a temperatura de ebulição da água. Dados: cágua=4J/g°C ; Lvap=540cal/g ; dágua=1g/cm³ ; 1cal=4J. Pode-se afirmar que o tempo mínimo necessário para que o primeiro ciclo se inicie deve ser de A) 1h e 8min B) 10h e 8min C) 10h e 48min D) 2h e 48min E) 2h e 8min Comentários A energia necessária para aquecer 1ton de água, inicialmente a 20°C até a temperatura de ebulição e, após, vaporizar toda a água, pode ser obtida pelas relações abaixo: 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝑠𝑒𝑛𝑠í𝑣𝑒𝑙 + 𝑄𝑙𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 + 𝑚 ⋅ 𝐿𝑣𝑎𝑝 Dados: mágua=1ton=1000kg=1000000g=106g ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 152 cágua=4J/g°C Lvap=540cal/g=2160J/g Tinicial=20°C 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 10 6 ⋅ 4 ⋅ (𝑇𝑒𝑏𝑢𝑙𝑖çã𝑜 − 20) + 10 6 ⋅ 2160 Para finalizar cálculo, precisamos conferir a temperatura de ebulição, a partir dos gráficos. Para a altitude de 4100m, temos que a pressão atmosférica será cerca de 0,6atm, conforme o Gráfico 1. Com este valor, podemos consultar no Gráfico 2 que a temperatura de ebulição da água será de 87°C. Assim, temos: 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 10 6 ⋅ 4 ⋅ (87 − 20) + 106 ⋅ 2160 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 268 ⋅ 10 6 + 2160 ⋅ 106 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2428 ⋅ 10 6 ≅ 2,4 ⋅ 109 𝐽 Com uma incidência solar de 240W/m² e uma área de captação dos painéis igual a 1000m², a potência média de captação de energia fica: 𝐼 = 𝑃 𝐴 240 = 𝑃 1000 𝑃 = 240000 = 2,4 ⋅ 105 𝑊 Com esta potência, podemos calcular o tempo necessário para a captação da energia equivalente à quantidade de calor total para aquecer e vaporizar a água. 𝑃 = 𝐸 𝑡 𝑃 = 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∆𝑡 ∆𝑡 = 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃 = 2,4 ⋅ 109 2,4 ⋅ 105 ∆𝑡 = 1 ⋅ 104 = 10000 𝑠 ∆𝑡 = 10000 3600 ≅ 2,8 ℎ = 2ℎ 𝑒 48𝑚𝑖𝑛 Gabarito: “D” 39. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Lucas Costa) Em um mesmo ano, a Alemanha atingiu 𝟒𝟐, 𝟔 ℃ no dia 25 de julho, e −𝟏𝟖 ℃, em 22 de janeiro. As ondas de frio e de calor parecem que são opostas e uma novidade, mas sempre existiram no planeta e são resultado de fenômenos parecidos. O que muda com o aquecimento global é a intensidade e a frequência. Um estudo publicado nesta segunda-feira (19) pela "Nature Climate Change", liderado por cientistas da Universidade Humboldt de Berlim, usou análise estatística para prever um cenário 2°C acima da temperatura média registrada nos anos pré-industriais. Teremos mais calor, mais seca e mais chuvas...” https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/aquecimento-global-causara-ondas- de-calor-ainda-mais-intensas-do-que-as-vistas-neste-verao-europeu-diz-estudo.ghtml ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 153 O calor que seria liberado caso 100 g de um material sólido com uma temperatura inicial igual a temperatura marcada no dia 22 de janeiro na Alemanha fosse aquecida até líquido com a temperatura marcada no dia 25 de julho na Alemanha é próxima de Dados: O calor específico da substância citada é de 5,0 cal/g °F quando líquida, e 2,0 cal/g °F quando sólida, seu ponto de fusão é de 0°C nas condições do problema e o seu calor latente de fusão é de 90 cal/g. A) 𝟔, 𝟎 𝒌𝒄𝒂𝒍 B) 𝟑, 𝟎 𝒌𝒄𝒂𝒍 C) 𝟓, 𝟏 𝒌𝒄𝒂𝒍 D) 𝟏𝟑 𝒌𝒄𝒂𝒍 E) 𝟓𝟒 𝒌𝒄𝒂𝒍 Comentários Temos um aquecimento do sólido de -18°C para 0°C e, após isso, o processo mudança de estado físico do sólido para o líquido a 0°C. Após esse processo, teremos o aquecimento do líquido de uma temperatura inicial de 0°C para uma temperatura final de 42,6°C. Dessa forma, o calor absorvido corresponde a: 𝑄 = 𝑄𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜→𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 ⋅ Δ𝑇 + 𝑚 ⋅ 𝐿𝑓𝑢𝑠ã𝑜 + 𝑚 ⋅ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⋅ Δ𝑇 A variação de temperatura é dada em fahrenheit e, por isso, é necessário calcular a variação da temperatura em fahrenheit: Δ𝑇𝐹 9 = Δ𝑇𝐶 5 Com isso: Δ𝑇𝐹1 9 = 0 − (−18) 5 ⇒ Δ𝑇𝐹1 = 32,4 °𝐹 Δ𝑇𝐹2 9 = 42,6 − 0 5 ⇒ Δ𝑇𝐹2 = 76,68 °𝐹 Substituindo os valores dados no enunciado: 𝑄 = 100 ⋅ 2 ⋅ 32,4 + 100 ⋅ 90 + 100 ⋅ 5 ⋅ 76,68 𝑄 = 100 ⋅ 64,8 + 100 ⋅ 90 + 100 ⋅ 383,4 𝑄 = 6480 + 9000 + 383400 = 53820 𝑐𝑎𝑙 Portanto, há uma absorção de 53820 cal para a realização do processo. Gabarito: “E” 40. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Henrique Goulart) O aumento do preço dos combustíveis causou uma disseminação de notícias de automóveis movidos a água. Os autodeclarados “inventores” dizem que conseguem facilmente converter qualquer veículo que funcione a álcool ou gasolina num veículo que utiliza água como combustível, conseguindo uma economia de mais de 30% comparado com veículos a gasolina. Um desses “gênios” afirmou que com seu sistema adaptado para veículos é ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 154 possível percorrer incríveis 1000km com apenas 1 litro de água, enquanto percorrem somente cerca de 15km com um litro de gasolina. Na verdade, o combustível utilizado para o funcionamento de motores com esses “kits mágicos” é o Hidrogênio, produzido a partir de processos de Eletrólise com a água. A utilização do Hidrogênio como fonte de energia para motores não é nenhuma novidade e já é conhecido e usado há décadas, fazendo desses “kits mágicos” mera empulhação. Sabe-se que com um litro de água se pode produzir, a partir de um processo de eletrólise completa, cerca de 110g de Hidrogênio, que tem poder calorífico de 28700cal/g. Um litro de gasolina, que tem densidade igual a 75% da densidade da água, tem poder calorífico de 9600cal/g. As energias liberadas pelas combustões completas do Hidrogênio produzido a partir de 1 litro de água e de 1 litro de gasolina seriam suficientes para aquecer de 0°C a 100°C volumes de água que valem, respectivamente [Dados: Calor Específico da água igual 1cal/g°C.] [Densidade da água igual 1g /cm³] a) 31570 e 72000 litros. b) 31570 e 72000 gramas. c) 31,6 e 72,0 litros. d) 31,6 e 72,0 gramas. e) 31,6 e 72,0 centímetros cúbicos. Comentários Como o Hidrogênio tem poder calorífico de 28700cal/g, podemos calcular a quantidade de energia liberada na queima completa dos 110g de Hidrogênio obtido a partir de 1L de água: 1g --------------------28700cal 110g -------------------X cal 1.X = 28700.110 X = 3157000 cal = 3157 kcal A quantidade de água que se pode aquecer de zero a 100°C pode ser calculada com a equação da Quantidade de Calor Sensível: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐Á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇 3157000 = 𝑚 ⋅ 1 ⋅ (100 − 0) 𝑚 = 3157000 100 = 31570 𝑔 Para o cálculo da gasolina, precisamos calcular a massa de gasolina contida em 1L de combustível. Como adensidade da gasolina é de 75% da densidade da água, então a gasolina tem densidade igual a 0,75 g/cm³. Dados: Vgasol= 1 L = 10³ cm³ ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 155 𝑑 = 𝑚 𝑉 𝑚 = 𝑑 ⋅ 𝑉 = 0,75 ⋅ 103 = 750𝑔 A energia obtida a partir da queima completa dessa massa de gasolina fica: 1g --------------------9600cal 750g -------------------X cal 1.X = 9600.750 X = 7200000 cal = 7200 kcal A quantidade de água que se pode aquecer de zero a 100°C pode ser calculada com a equação da Quantidade de Calor Sensível: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐Á𝑔𝑢𝑎 ⋅ ∆𝑇 7200000 = 𝑚 ⋅ 1 ⋅ (100 − 0) 𝑚 = 7200000 100 = 72000 𝑔 Portanto, a queima do Hidrogênio libera energia suficiente para aquecer 31570g de água de zero a 100°C, que é cerca de 31,6kg. Como a água tem densidade igual a 1g/cm³, 31,6kg de água equivalem a 31,6 litros. Já a queima de 1 L de gasolina possibilita o aquecimento de 72L de água. Gabarito: “C”. 41. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) A energia necessária para aquecer um cubo de gelo de 2kg de -10°C a 0°C é igual à energia dissipada pela ação da força de atrito sobre um carro de 2 toneladas que se move com uma velocidade V e derrapa até reduzir sua velocidade para 5 m/s. Sabendo que o calor específico do gelo é 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪 e que 𝟏 𝒄𝒂𝒍 equivale a 𝟒, 𝟐 𝑱, a velocidade V que o corpo se move inicialmente está entre A) 5m/s e 6m/s. B) 6m/s e 7m/s. C) 7m/s e 8m/s. D) 8m/s e 9m/s. E) 9m/s e 10m/s. Comentários A energia cedida ao gelo para aumentar sua temperatura é dada pela equação: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 Como o calor específico está indicado com a unidade cal/g°C, então devemos utilizar a massa de 2kg em gramas, que se equivale a 2000g. 𝑄 = 2000 ⋅ 0,5 ⋅ [0 − (−10)] = 10000 𝑐𝑎𝑙 Quando se trata de energia, a unidade no SI é dada em joules. Para isso, utilizamos uma simples regra de três estabelecendo a relação de calorias e joules: 1 𝑐𝑎𝑙 – 4,2 𝐽 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 156 10000 𝑐𝑎𝑙 − 𝑥 Como 10000 𝑐𝑎𝑙 = 42000 𝐽, então podemos determinar que essa energia é igual à energia dissipada pelo Trabalho da Força de Atrito durante a derrapagem do carro. 𝑊𝐹𝑎𝑡 = −42000 𝐽 O Teorema Trabalho-Energia nos informa a relação entre a Variação de Energia Cinética do veículo e o Trabalho realizado sobre ele. Δ𝐸𝑐 = 𝑊𝐹𝑎𝑡 𝑚 ⋅ 𝑣𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ² 2 − 𝑚 ⋅ 𝑉2 2 = 𝑊𝐹𝑎𝑡 Uma massa de 2 toneladas = 2000 kg. Substituindo os valores na equação, obtemos: 2000 ⋅ 5² 2 − 2000 ⋅ 𝑉2 2 = −42000 25000 − 1000 ⋅ 𝑉2 = −42000 −1000 ⋅ 𝑉2 = −67000 𝑉2 = 67 𝑉 = √67 ≅ 8,2 𝑚/𝑠 A velocidade inicial V está entre 8 m/s e 9m/s. Gabarito: “D” 42. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) "O clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenças climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a massa tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica. A maior temperatura registrada oficialmente no Brasil foi 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020 [...]. Já a menor temperatura registrada foi de −17,8°C no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996 (registro extraoficial)." Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Clima_do_Brasil Considere que um cubo de gelo de 50g, ao nível do mar, é aquecido com um aparelho elétrico de 1000W de potência e varia a temperatura do cubo de acordo com os extremos já registrados no Brasil, da menor para a maior temperatura registrada. Se a energia recebida pelo cubo de gelo é de 70% da energia desenvolvida pelo aparelho, o tempo necessário para o aquecimento foi de, aproximadamente, Dados: Desconsidere possíveis perdas de massa por evaporação ou vazamentos, bem como trocas de energia do cubo de gelo com o ambiente. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 157 𝟏 𝒄𝒂𝒍 = 𝟒 𝑱. 𝒄á𝒈𝒖𝒂 = 𝟏 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪. 𝒄𝒈𝒆𝒍𝒐 = 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍/𝒈°𝑪. 𝑳𝒇𝒖𝒔ã𝒐 = 𝟖𝟎 𝒄𝒂𝒍/𝒈. A) 10s B) 30s C) 40s D) 1min E) 1min e 20s Comentários Primeiramente, o cubo de gelo a -17,8°C deve esquentar até atingir a temperatura de 0°C. Nessa temperatura, o gelo passa pelo processo de fusão, onde deve se transformar integralmente em água líquida sem modificar sua temperatura. Após essa mudança de estado físico, a água é aquecida até a temperatura de 44,8°C. Por se tratar de uma mudança de temperatura, a equação utilizada para calcular a quantidade de energia recebida pelo cubo de gelo é: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ Δ𝑇 𝑄 = 50 ⋅ 0,5 ⋅ (0 − (−17,8)) 𝑄 = 445 𝑐𝑎𝑙 A equação que relaciona a quantidade de energia necessária para um corpo mudar seu estado físico é: 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿 𝑄 = 50 ⋅ 80 = 4000 𝑐𝑎𝑙 Podemos determinar a energia necessária para a água líquida esquentar de 0°C até 44,8°C com a relação abaixo. 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇 𝑄 = 50 ⋅ 1 ⋅ (44,8 − 0) 𝑄 = 2240 𝑐𝑎𝑙 A energia total necessária é a soma das energias recebidas nas três etapas. 𝑄 = 445 + 4000 + 2240 = 6685 𝑐𝑎𝑙 O enunciado determina que a energia seja encontrada em joules: 1 𝑐𝑎𝑙 − − − 4 𝐽 6685 𝑐𝑎𝑙 − − − 𝑥 𝑥 = 26740 𝐽 Essa energia é equivalente a 70% do total de energia gasta pelo aparelho elétrico. Assim: 26740 𝐽 − − − 70% 𝑦 − − − 100% 𝑦 = 38200 𝐽 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 158 Por fim, para determinar o tempo necessário para aquecer o cubo de gelo devemos utilizar a equação abaixo. 𝑃 = 𝐸 ∆𝑡 ∆𝑡 = 𝐸 𝑃 = 38200 1000 = 38,2𝑠 ≅ 40𝑠 Chegaríamos neste mesmo resultado se considerássemos a energia efetivamente recebida pelo gelo e 70% da potência do aquecedor. ∆𝑡 = 𝑄 70% ⋅ 𝑃 = 26740 0,7 ⋅ 1000 = 38,2𝑠 ≅ 40𝑠 Gabarito: “C” 43. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/ Prof. Henrique Goulart) Uma amostra de 290ml de água em uma panela, inicialmente a 17°C, é aquecida a uma taxa constante por três aquecedores elétricos diferentes: um de 130W, outro de 66W e outro de 40W. O objetivo é o de aquecer a água até a temperatura de ebulição. Os dados experimentais foram registrados no gráfico abaixo. Fonte: https://www.if.ufrgs.br/novocref/?contact-pergunta=curvas-reais-de- aquecimento-da-agua A curva vermelha indica os valores esperados de um aquecimento ideal, com os efeitos de evaporação desprezados. Selecione a alternativa correta. a) Quanto maior a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 159 necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 0,8min. b) Quanto maior a potência do aquecedor, menor tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 0,8min. c) Quanto menor a potência do aquecedor, menor tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 13min e 30s. d) Quanto menor a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de águaevaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 13min e 30s. e) Quanto menor a potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Além disso, caso a evaporação fosse desprezada, o menor tempo necessário para se atingir a temperatura de ebulição seria de, aproximadamente, 2,6min. Note e Adote Massa específica da água igual a 1g/cm³. Experimento foi realizado ao nível do mar. Calor Específico da água 1cal/g°C = 4,2J/g°C. Calor Latente de Vaporização da água 80cal/g. Comentários A partir dos dados apresentados no gráfico, a curva obtida com o aquecedor de menor potência (40W) tende a manter a água em um patamar com temperatura próxima de 85°C. Isto ocorre porque a evaporação é tão intensa que a energia fornecida acaba sendo despendida para evaporar a água ainda abaixo da temperatura de ebulição. Então, quanto menor potência do aquecedor, maior tende a ser a quantidade de água evaporada antes de atingir a temperatura de ebulição, que pode, inclusive, nem ser atingida, neste caso. Pelo mesmo motivo, o aquecedor de potência igual a 66W tende a manter a água em temperatura máxima pouco acima de 96°C. Já o aquecedor de maior potência (130W) consegue fornecer energia que supera a taxa de perda por evaporação, conseguindo fazer a água atingir a temperatura de ebulição, os 100°C. ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 160 Com a evaporação desprezada, curva vermelha, a água recebe energia na forma de calor e somente começa a vaporização por ebulição ao atingir os 100°C, que ocorre após o recebimento de algo em torno de 105kJ=105000J, conforme a escala horizontal no gráfico. O menor tempo para atingir esta condição se daria com o aquecedor disponível de maior potência, o de 130W. Assim, esse tempo seria: 𝐸 = 𝑃 ⋅ ∆𝑡 105000 = 130 ⋅ ∆𝑡 ∆𝑡 = 105000 130 ≅ 807,7 𝑠 ≅ 13,5 𝑚𝑖𝑛 = 13 min 𝑒 30𝑠 Gabarito: “D” 44. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Para salvar a festa de aniversário de um amigo, um professor de Física aceitou o desafio de gelar rapidamente três latas com 350ml de cerveja, inicialmente a 30°C, fazendo o seguinte: - Colocou 2kg de gelo a -4°C e 500ml de água da torneira, a 30°C dentro de uma panela de pressão. - Imergiu as três latas de cerveja a temperatura ambiente. - Fechou a panela para não ocorrer vazamentos. - Agitou durante 1 minuto a panela com as latas de cerveja no interior da mistura de gelo e água. Ao abrir a panela e medir a temperatura das latas de cerveja, verificou que o conteúdo delas havia baixado para 5°C, o que deixou seu amigo aniversariante muito feliz! Supondo a panela um sistema adiabático, que o local estava ao nível do mar, que a cerveja tem as mesmas propriedades térmicas que a água, e que a temperatura foi medida logo após a agitação da mistura, pode-se afirmar que a temperatura de equilíbrio da mistura gelo e água adicionados inicialmente e a taxa média aproximada de transferência de energia de cada lata de cerveja no processo foram, respectivamente, Dados: cágua=4J/g°C ; cgelo=2J/g°C ; Lfusão=330J/g ; dágua=1g/cm³. A) 5°C e 60W. B) 30°C e 580W. C) 30°C e 1000W. D) 0°C e 1800W. E) 0°C e 600W. Comentários A quantidade de energia para o gelo atingir a temperatura de fusão foi de: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 161 𝑄𝑆 = 2000 ⋅ 2 ⋅ 4 = 16000 𝐽 A quantidade de energia para a água atingir a temperatura de fusão foi de: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄𝑆 = 500 ⋅ 4 ⋅ (−30) = −60000 𝐽 A quantidade de energia necessária para derreter todo o gelo fundente vele: 𝑄𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝐿 𝑄𝐿 = 2000 ⋅ 330 = 660000 𝐽 Como a quantidade de energia que a água líquida cedeu ao gelo até atingir a temperatura de 0°C é suficiente para aquecer o gelo até a temperatura de fusão, mas não é suficiente para derreter todo gelo, a temperatura final do conjunto é de 0°C. Enquanto existir gelo na panela, a temperatura da mistura água e gelo continuará a 0°C. A taxa média de transferência de energia para cada lata é calculada pela Potência: 𝑃 = 𝑄 𝑡 A quantidade de energia envolvida no resfriamento de uma das latas de cerveja de 30°C para 5°C foi de: 𝑄𝑆 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ ∆𝑇 𝑄𝑆 = 350 ⋅ 4 ⋅ (5 − 30) = −35000 𝐽 A Potência desenvolvida durante o intervalo de 1 minuto (60 segundos), foi de: 𝑃 = 35000 60 = 583,3 𝑊 ≈ 600 𝑊 Gabarito: “E” 45. (2020/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Um estudante gosta de tomar café com leite a temperatura ambiente, com metade café e metade leite, ou seja, uma mistura com iguais quantidades de leite e café. Em um dia com temperatura ambiente de 25°C, ele dispõe de três xícaras cilíndricas metálicas idênticas: uma com 150ml de café recém passado, a 92°C, outra com 150ml de leite frio a 8°C e outra para fazer a mistura. Para obter seu café a temperatura ambiente mais rapidamente, ele pensou em duas possibilidades: 1) Esperar até que o café quente e o leite frio cheguem à temperatura ambiente e, depois, misturá-los parar tomar seu café com leite. 2) Misturar logo o café quente com o leite frio e esperar até que a mistura chegue à temperatura ambiente. Suponha que o café e o leite têm iguais calores específicos. Selecione a alternativa correta. A) Ambas possibilidades resultarão no café com leite na mistura e temperatura desejada ao mesmo tempo. B) O estudante deve escolher a possibilidade 1, pois o leite e o café separados atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que misturados devido ao fato do calor se ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 162 transferir mais rapidamente do ambiente para o leite frio que para o café quente pelas canecas serem metálicas. C) O estudante deve escolher a possibilidade 1, pois o leite e o café separados atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que misturados devido ao fato de a energia na forma de calor ser trocada mais rapidamente quanto maior a área de interface e quanto maior a diferença entre as temperaturas. D) O estudante deve escolher a possibilidade 2, pois o leite e o café juntos atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que separados devido ao fato do calor se transferir mais rapidamente da mistura para o ambiente através de uma caneca metálica. E) O estudante deve escolher a possibilidade 2, pois o leite e o café juntos atingem a temperatura ambiente mais rapidamente que separados devido ao fato de a energia na forma de calor ser trocada mais rapidamente quanto maior a área de interface e quanto menor a diferença entre as temperaturas. Comentários Se as metades de café a 92°C e leite a 8°C forem misturados, a mistura terminará a 50°C, pois têm iguais calores específicos e serão misturados em iguais quantidades. Assim, o estudante ainda deve esperar a mistura reduzir sua temperatura até a temperatura ambiente de 25°C. Conforme a Lei de Fourier, a taxa de transferência de energia na forma de calor de um corpo para o ambiente é tão maior quanto maior for a área da interface do corpo exposta ao ambiente e maior for a diferença de temperatura entre o corpo e o ambiente. Então, se o estudante esperar as metades atingirem a temperatura ambiente para depois misturá-las, ele terá seu café mais rápido. Portanto, ele deve escolher a opção 1) esperar até que o café quente e o leite frio cheguem à temperatura ambiente e, depois, misturá-los parar tomar seu café com leite. Gabarito: “C” 46. (2021/ESTRATÉGIA VESTIBULARES/Prof. Henrique Goulart) Para minimizar a troca de calor de um recipiente fechado com o ambiente externo, é necessárioque se utilize um material com baixa condutividade térmica. Pensando nisso, foi construída uma sala de concreto com dimensões 20m x 10m x 10m com paredes de 10cm de espessura onde será instalado um aquecedor capaz de variar a temperatura ambiente em 30°C. Sabendo que a condutividade térmica do concreto é 0,8W/m.K, o fluxo térmico da sala com o ambiente externo, em J/s, é A) 2,4.106 B) 2,4.105 C) 2,1.104 D) 2,4.10-6 E) 2,1.10-4 ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 163 Comentários A quantidade de calor que flui por condução entre dois corpos durante certo intervalo de tempo é definida como fluxo de calor e é dada pela equação abaixo: 𝜙 = 𝑘 ⋅ 𝐴 ⋅ ∆𝑇 𝑒 Antes de substituir os valores na equação, devemos ajustar suas unidades para o SI. 𝑒 = 10𝑐𝑚 = 0,1𝑚 ∆𝑇 = 30°𝐶 = 30 𝐾 As dimensões dadas da sala nos informam que ela tem formato retangular. Quatro faces dessa figura, retangulares, possuem dimensões 20m x 10m e as outras duas faces, quadradas, possuem dimensões 10m x 10m. A área total é encontrada por: 𝐴 = 𝑏𝑎𝑠𝑒 ⋅ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4 ⋅ 𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 + 2 ⋅ 𝐴𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜 𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 20 ⋅ 10 = 200𝑚² 𝐴𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜 = 10 ⋅ 10 = 100𝑚² 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4 ⋅ 200 + 2 ⋅ 100 = 1000𝑚² Com todas as informações escritas da forma correta, podemos encontrar o fluxo de calor com a equação inicial. 𝜙 = 0,8 ⋅ 1000 ⋅ 30 0,1 𝜙 = 24000 0,1 = 240000 𝐽/𝑠 𝜙 = 2,4 ⋅ 105 𝐽/𝑠 Gabarito: “B” ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 164 CONSIDERAÇÕES FINAIS Faaaaala, guerreira! Faaaaala, guerreiro! Você acabou de finalizar mais uma aula do nosso curso! Lembre-se que, além desse Livro Digital em PDF, você tem disponíveis todos os outros recursos oferecidos pelo Estratégia Vestibulares, como as Videoaulas, o Fórum de Dúvidas, as Salas VIP, os Resumos Estratégicos, os Mapas Mentais, os conteúdos de Reta Final, além das Aulas ao Vivo e Webinários. Tudo isso para proporcionar a melhor preparação para a aprovação imediata! Não esqueça que estarei sempre à disposição, principalmente via redes sociais, para trilhar com você o caminho até a aprovação! Prepara o café e o chocolate e até a próxima! Super abraço do Prof. Henrique Goulart. Prepara o café e o chocolate e até a próxima! ESTRATÉGIA VESTIBULARES FÍSICA – PROF. HENRIQUE GOULART 165 VERSÕES DA AULA Caro aluno! Para garantir que o curso esteja atualizado, sempre que alguma modificação ou correção no conteúdo da aula for necessária, uma nova versão será disponibilizada. • Versão 1: 30/03/2023. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 13.ed. Tradução de Trieste Ricci. Porto Alegre: Bookman, 2002. • HEWITT, Paul G. Fundamentos de Física Conceitual. 1.ed. Tradução de Trieste Ricci. Porto Alegre: Bookman. • GASPAR, Alberto. Física. 2.ed. São Paulo: Editora Ática, 2009, Todos os Volumes. • MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. 5.ed. São Paulo: Scipione, 2000, Todos os Volumes. • RESNICK, HALLIDAY, Jearl Walker. Fundamentos de Física. 10ª ed. LTC. Todos os Volumes.