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Física 5. Termologia ENSINO MÉDIO MODULAR Livro do Professor Luís Fernando Cordeiro Curitiba, 2021 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Angela Giordani / CRB 9-1262 / Curitiba, PR, Brasil) © 2020 PSD Educação S.A. C794 Cordeiro, Luís Fernando. Conquista : Solução Educacional : ensino médio modular : física 5, termologia / Luís Fernando Cordeiro. – Curitiba : PSD Educação, 2021. : il. ISBN 978-65-88127-07-0 (Livro do aluno) ISBN 978-65-88126-38-7 (Livro do professor) 1. Educação. 2. Ensino médio. 3. Física – Estudo e ensino. I. Título. CDD 370 Projeto Gráfico & Produção Editorial Diretor-Geral Daniel Gonçalves Manaia Moreira Diretor Editorial Joseph Razouk Junior Gerente Editorial Júlio Röcker Neto Gerente de Produção Editorial Cláudio Espósito Godoy Coordenação Editorial Jeferson Freitas Coordenação de Arte Elvira Fogaça Cilka Coordenação de Iconografia Susan R. de Oliveira Mileski Autoria do Livro Didático Luís Fernando Cordeiro Edição de Conteúdo Alysson R. Artuso Edição de Texto Melanie Baretta Ilustrações Divo, Marcos Gomes, Jack Art Pesquisa Iconográfica Ângela D. Barbara, Karine Ribeiro de Oliveira Engenharia de Produto Solange Szabelski Druszcz Todos os direitos reservados à PSD Educação S.A. Imagem projeto gráfico Corel Stock Photos Produção PSD Educação S.A. Av. Nossa Senhora Aparecida, 174 – Seminário 80440-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site: www.conquistaeducacao.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail: posigraf@positivo.com.br 2021 Contato contato@conquistaeducacao.com.br SUMÁRIO © Sh ut te rs to ck /P et er D ea n P. Im ag en s/ Pi th Capítulo 3: Dilatação dos líquidos 31 Dilatação aparente ............................................................................................ 32 Dilatação anômala da água .............................................................................. 35 Capítulo 4: Calorimetria 39 Temperatura e calor .......................................................................................... 40 Potência ............................................................................................................. 44 Capacidade térmica e calor específico ............................................................ 44 Equação fundamental da calorimetria ............................................................ 46 Capítulo 1: Termometria 6 Conceito de temperatura ................................................................................... 7 Conversões de escalas .................................................................................... 12 Capítulo 2: Dilatometria – dilatação dos sólidos 18 Dilatação linear ................................................................................................. 19 Dilatação superficial ......................................................................................... 26 Dilatação volumétrica ....................................................................................... 27 © Sh ut te rs to ck /S er gi o St ak hn yk Capítulo 6: Mudanças de fases 55 Calor latente ...................................................................................................... 56 Capítulo 7: Diagrama de fases 60 Relação entre pressão e temperatura ............................................................. 61 Capítulo 5: Trocas de calor 49 Equação das trocas de calor ............................................................................ 49 Capítulo 8: Transmissão de calor 67 Processos de transmissão de calor ................................................................. 67 Capítulo 11: 2a. lei da termodinâmica 102 Máquina térmica .......................................................................................... 103 2a. lei da termodinâmica ............................................................................... 104 Capítulo 10: 1a. lei da termodinâmica 90 1a. lei da termodinâmica ............................................................................... 91 Capítulo 9: Estudo dos gases 78 Características dos gases .................................................................................. 79 Teoria cinética dos gases .................................................................................. 83 Como um gás pode receber ou ceder energia? ............................................. 85 © Sh ut te rs to ck /P ic sf iv e P.I m ag en s/ Pi th Conceitos Centrais 1. Conceito de temperatura. 2. Conversões de escalas. Conceitos Centrais Uma das características do bom motorista é a de estar atento ao painel de controle de seu veículo, observando a velocidade, a quantidade de combustível disponível e, em especial, a temperatura, pois, caso ela aumente muito, o motor pode fundir, acarretando a interrupção imediata de seu funcionamento, além de outros prejuízos. Você sabe a razão de o termômetro clínico estar dimensionado para registrar apenas temperaturas entre 35 °C e 42 °C? Em diversos manuais de culinária, são encontradas as seguintes recomendações para assar bolos simples: asse-os à temperatura de, aproximadamente, 180 °C; acenda o forno por cerca de 15 minutos antes de colocar a massa para assar e, depois, só abra a porta quando perceber que está quase pronta, evitando choques térmicos, que podem levar o bolo a murchar diante de seus olhos. © Sh ut te rs to ck /T at ia na P op ov a © Sh ut te rs to ck /V ik to r1 © Sh ut te rs to ck /R eg ie n Pa as se n 6 Conquista Modular Termometria1 Conceito de temperatura A temperatura é uma das grandezas fundamentais do Sistema Internacional de Unidades. Essa grandeza é muito im- portante não apenas para assar um bolo ou zelar pelo bom funcionamento do motor de um automóvel. Mais que isso, ela permite entender melhor o comportamento da natureza tanto no mundo macro quanto no microscópico. Atualmente, as teorias científicas partem da premissa de que a matéria é composta de átomos e moléculas. Essas partículas estão em constante agitação e, por sua vez, esse movimento está associado à temperatura. No caso de gases, as partículas que os compõem podem possuir energia cinética translacional e rotacional, ou seja, possuem energia associada ao movimento. Seus átomos e suas moléculas deslocam-se na amostra gasosa e sua energia cinética é tanto maior quanto maior for a sua temperatura. Nos sólidos, as partículas que os compõem estão mais próximas e formam uma rede regular de átomos, fazendo com que existam forças de ligações que não lhes permitem rotacionar. Porém, eles podem oscilar (vibrar) em torno de pontos fixos e essa agitação térmica é tanto maior quanto maior for a temperatura. Temperatura está associada ao grau médio da agitação térmica das partículas de um corpo. Psicrômetro No Brasil, alguns segmentos do setor agrícola estão entre os mais produtivos do mundo e, além da geração de empre- gos, promovem a entrada de capital (dinheiro). A soja e o milho, por exemplo, são produtos vendidos para diversos países e, devido à sua importância econômica, agricultores que se especializam nesses tipos de grãos devem ser extremamente cuidadosos. Se, no passado, guiavam-se pelo instinto e por observações diretas das condições meteorológicas, hoje, utilizam tecnologias específicas para evitar desperdícios e maximizar seus lucros. A utilização de defensivos agrícolas, por exemplo, é mais eficaz quando a temperatura e a umidade relativa do ar são adequadas. Alguns desses produtos devem ser aplicados a uma temperatura menor do que 32 °C e com umidade relativa do ar acima de 55%, por exemplo. Esse percentual indica que, em cada unidade de volume de ar, há 55% de todo o vapor-d’água que esse mesmo volume poderia armazenar para que ficasse saturado (100% de umidade).Para medir com precisão o grau de umidade do ar, existe um instrumento de medida apropriado, chamado psicrômetro, constituído por dois termômetros, como mostra a ilustração. Diferença de temperatura TS 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 16 95 90 85 80 77 72 17 95 90 86 81 77 72 18 95 90 86 82 78 73 19 95 91 87 82 78 74 20 96 91 87 83 79 74 21 96 91 87 83 79 75 Como é possível observar, o termômetro da direita está acoplado a um tecido poroso e imerso em um recipiente com água, que será chamado de termômetro “úmido” (TU). A água presente no tecido umedecido vai evaporando lentamente, fazendo-o resfriar. Por isso, ele normalmente indica valores menores que os registrados no termômetro “seco” (TS). Anexa a eles, encontra-se disponível uma tabela que registra o valor da umidade relativa do ar em função da temperatura medida em TS e da diferença de temperatura entre TS e TU. Na primeira coluna, há possíveis temperaturas registradas pelo termômetro seco, enquanto, na primeira linha, há valores para as possíveis diferenças de temperaturas entre os dois termômetros. Suponha que, em determinado dia, a temperatura ambiente seja de 20 °C, registrada no TS. Se o TU indicar 18 °C, há uma diferença de 2 °C. Cruzando a linha referente a 20 °C com a coluna referente a uma diferença de 2 °C, tem-se que que a umidade relativa do ar será de 83%. 7Física Termologia 1. Como temperatura é representada por um valor associado ao grau de agitação das par- tículas que compõem o corpo, compare os corpos A e B a seguir e conclua qual deles possui maior temperatura: As informações a seguir referem-se às questões de 2 a 4. Nas figuras, há recipientes contendo amos- tras gasosas. As bolinhas representam partí- culas e, imediatamente abaixo de cada uma delas, há um número que representa sua energia cinética em uma unidade de medida qualquer. Para analisar cada caso, apresen- tam-se três informações importantes: I. Para as aplicações usuais, a energia interna (U) de um gás equivale à soma das energias cinéticas de todas as partículas da amostra. II. A energia cinética média (E CM ) é calculada pela razão entre a energia interna (U) e o núme- ro (n) de partículas que com- põem o gás. III. Temperatura é um número as- sociado à agitação térmica das partículas e, por isso, no caso de um gás, ela é proporcional à energia cinética média. a) b) c) d) e) f) 2. Observando cada figura do texto anterior, preencha os espaços referentes às energias interna e cinética média de cada gás: Gás A: Energia interna (U): _______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ Gás B: Energia interna (U): ______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ Gás C: Energia interna (U): ______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ Gás D: Energia interna (U): ______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ Gás E: Energia interna (U): ______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ Gás F: Energia interna (U): ______ Energia cinética média (E CM = U n ): _______ 3. Considerando que a temperatura é propor- cional à energia cinética média, escreva, em ordem crescente, as energias internas, energias cinéticas médias e as temperaturas das amostras: 4. Analise as figuras e os resultados obtidos nos cálculos e nas conclusões das atividades an- teriores e assinale V para as afirmações ver- dadeiras e F para as falsas: ( ) Quanto maior a energia interna, maior será a temperatura do corpo. ( ) Dois corpos possuem o mesmo número de partículas (A e E, por exemplo). O que possuir maior energia interna pos- suirá maior temperatura. ( ) Dois corpos possuem a mesma energia interna (C e E, por exemplo). O que pos- suir maior número de partículas terá menor temperatura. Para fazer 8 Conquista Modular ( ) Corpos que possuem maior energia inter- na (E e F, por exemplo) necessariamente também possuem maior temperatura. ( ) Admitindo dois corpos que estejam a uma mesma temperatura, pode-se concluir que eles possuem a mesma energia interna. 5. (UNIFOR – CE) O conceito de temperatura está diretamente ligado a uma de nossas per- cepções sensoriais. Tal sentido é: a) tato. b) visão. c) gustação. d) olfação. e) audição. 6. (UFRGS – RS) Um termômetro está à tem- peratura ambiente. O que ocorre com este termômetro quando ele é introduzido em um líquido com temperatura superior à do ambiente? a) Aumenta sua energia interna, mas sua temperatura permanece constante. b) Aumenta sua temperatura, mas sua ener- gia interna permanece constante. c) Sua energia interna e sua temperatura au- mentam. d) Aumenta sua temperatura, mas diminui sua energia interna. e) Aumenta o calor do termômetro, mas sua energia interna diminui. 7. (UFPR) Vários turistas frequentemente têm tido a oportunidade de viajar para países que utilizam a escala Fahrenheit como referência para medidas da temperatura. Consideran- do-se que quando um termômetro graduado na escala Fahrenheit assinala 32 ºF essa tem- peratura corresponde ao ponto de gelo, e quando assinala 212 ºF trata-se do ponto de vapor. Em um desses países, um turista ob- servou que um termômetro assinalava tem- peratura de 74,3 ºF Assinale a alternativa que apresenta a temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura observada pelo turista. a) 12,2 ºC b) 18,7 ºC c) 23,5 ºC d) 30 ºC e) 33,5 ºC Equilíbrio térmico Uma das técnicas existentes para mulheres que desejam engravidar ou evitar a gravidez é a de controlar sua temperatura basal. Temperatura basal é a medida aferida imediatamente após uma noite regular de sono, antes de levantar da cama e realizar qualquer atividade física. Deve-se fazer um controle diário, registrando-o em uma tabela ou um gráfico. Nos dias em que a mulher não estiver ovulando, a temperatura terá determinados valores, porém, quando estiver, a temperatura poderá aumentar alguns décimos de graus Celsius, permanecendo alterada por alguns dias. Como essa variação é muito pequena, aconselha-se a utilização de instrumentos mais sen- síveis, como um tipo de termômetro chamado basal. Esse instrumento, normalmente, mede temperaturas entre 36 °C e 38 °C e possui subdivisões que permitem detectar variações de até 0,05 °C. Para que a medida seja confiável, dois cuidados devem ser observados. O primei- ro é o de colocar o termômetro em contato com partes internas do corpo, como sob a língua. Isso se explica em razão de a pele humana possuir temperaturas inferiores às apresentadas pelas partes internas. O segundo cuidado é o de aguardar alguns minutos antes de retirar o termômetro de dentro da boca, pois essa espera garante que o aparelho entre em equilíbrio térmico com o corpo humano. Mas quando ocorre o equilíbrio térmico? O equilíbrio térmico ocorre quando dois ou mais corpos estão a uma mesma temperatura. 9Física Termologia Termômetros Termômetro é todo instrumento capaz de verificar a temperatura. O modelo mais tradicional é o ilustrado ao lado. Dentro do bulbo, é colocado um líquido, normalmente álcool ou mercúrio. Quan- do a temperatura do líquido aumenta, suas partículas vibram mais, por isso ocupam mais espaço, provocando um aumento em seu volume. Essa expansão faz com que a altura do líquido dentro da coluna aumente. Como a haste tem uma graduação im- pressa, é possível avaliar a temperatura comparando-a com a altura atingida. Quanto mais alta a coluna, maior a temperatura. Nesse caso, pode-se dizer que o volume é uma propriedade termométrica, ou seja, varia proporcionalmente à temperatura. O álcool ou o mercúrio são substâncias termométricas, ou seja, substâncias que têm propriedades que variam com a temperatura. Outros exemplos de propriedades termométricas são a cor do objeto, a resistência elétrica (que pode ser entendida como oposição à passagem de uma corrente elétrica) e a pressão. Lei zero da termodinâmica Se um corpo A estiver em equilíbrio térmico com um corpo B e este último comum corpo C, então, pode-se garantir que A e C também estejam em equilíbrio térmico. Para fazer 1. (UFLA – MG) Alguns corpos apresentam características físicas que va- riam com a temperatura, as quais são chamadas de propriedades ter- mométricas. Os termômetros se utilizam dessas propriedades para me- dir temperatura. Analise as proposições I, II e III a seguir: I. A pressão de um gás a volume constante é considerada uma proprie- dade termométrica. II. A resistência elétrica é considerada uma propriedade termométrica. III. A massa de um corpo é considerada uma propriedade termométrica. a) Apenas a proposição I está correta. b) As proposições I, II e III estão corretas. c) Apenas as proposições I e II estão corretas. d) Apenas a proposição II está correta. e) Apenas a proposição III está correta. 2. (UNIFESP) Um termômetro é encerrado dentro de um bulbo de vidro onde se faz vácuo. Suponha que o vácuo seja perfeito e que o termôme- tro esteja marcando a temperatura ambiente, 25 ºC. Depois de algum tempo, a temperatura ambiente se eleva a 30 ºC. Observa-se, então, que a marcação do termômetro: a) eleva-se também, e tende a atingir o equilíbrio térmico com o am- biente. b) mantém-se a 25 ºC, qualquer que seja a temperatura ambiente. c) tende a reduzir-se continuamente, independente da temperatura ambiente. d) vai se elevar, mas nunca atinge o equilíbrio térmico com o ambiente. e) tende a atingir o valor mínimo da escala do termômetro. 10 Conquista Modular 3. As opções a seguir podem ser classificadas como propriedades termo- métricas ou não? Explique. a) Altura de uma coluna líquida: b) Sensação ao toque: c) Cor do objeto: 4. Pesquise o motivo de a água não ser usada na construção de termôme- tros. Por que, normalmente, utiliza-se mercúrio ou álcool? 5. Pesquise os seguintes modelos de termômetros: a) termômetro clínico. Descubra, especialmente, a razão de possuírem um estrangulamento e a de registrarem apenas temperaturas entre 35 ºC e 42 ºC; b) termômetros de máxima e mínima. Usados para medirem a máxima e a mínima temperatura em determinado ambiente; c) escolha mais dois tipos de termômetros para pesquisar, entre estes: digital, bimetálico, infravermelho, de resistência, termopar, a gás, ou qualquer outro que você encontrar, explicando o seu funcionamento e as suas aplicações. 6. Pesquise o histórico das três principais escalas de temperatura (Celsius, Fahrenheit, Kelvin), dando ênfase às seguintes informações: quem as desenvolveu e quais foram os seus procedimentos. Escalas de temperatura Qualquer medida pressupõe uma comparação com algum padrão estabelecido. Por isso, os instrumentos de medidas de temperatura possuem escalas para que se possa efetuar a comparação desejada. Atualmente, a escala mais utilizada no mundo é a Celsius, seguida pela Fahrenheit, porém a escala Kelvin foi a escolhida para compor o Sistema Internacional de Unidades (SI). Para se construir uma escala, costuma-se tomar por referência dois pontos fixos: o pon- to do gelo (PG), temperatura de fusão do gelo sob pressão de 1 atm, e o ponto do vapor (PV), temperatura de ebulição da água sob pressão de 1 atm. Coloca-se o termômetro a ser graduado em um recipiente com gelo em processo de fusão (derretendo) e aguarda-se que o equilíbrio térmico seja atingido. Quando isso ocorre, marca-se o ponto equivalente à altura da coluna líquida, dentro do capilar, e atribui-se arbitrariamente um valor numérico para ela, ou seja, quem está elaborando a escala escolhe um valor, seguindo algum tipo de critério ou, simplesmente, definindo um valor a seu gosto. Repete-se a operação, colocando o mesmo termômetro a ser graduado em água fervente (ebulição). Em seguida, divide-se o espaço entre esses pontos fixos em tantas partes iguais quanto se queira. A distância entre dois riscos consecutivos da escala pode ser chamada de grau. Abaixo, há os valores dos pontos do gelo e do vapor para as escalas mais conhecidas, além do número de partes em que cada uma delas é dividida. Ilu st ra çõ es : J ac k Ar t. 20 11 . V et or . 11Física Termologia Conversões de escalas Variações de temperaturas medidas em quaisquer escalas termométricas sempre são proporcionais entre si. Por isso, é possível efetuar conversões de valores de temperatura entre uma escala e outra. Observe o exemplo a seguir: (UFRRJ) Aproveitando suas férias, um estudante viaja para uma longínqua cida- de do Oriente Médio. Ao descer no aeroporto, observa que o termômetro mede temperaturas numa escala em ºZ. Quando embarcou no Brasil, o termômetro local registrava a temperatura de 23 ºC. Considerando que a temperatura de fu- são e ebulição da água para o termômetro oriental vale, respectivamente, 20 ºZ e 130 ºZ, a temperatura de embarque, calculada nessa escala, será igual a: a) –10,2 ºZ b) 15,0 ºZ c) 27,4 ºZ d) 45,3 ºZ e) 51,2 ºZ Para efetuar a conversão da temperatura entre a escala Celsius e a escala arbitrária Z, deve- -se partir do princípio de que variações de temperaturas medidas em ambas são propor- cionais. Desenhando-se as duas escalas, lado a lado, destacam-se os pontos de correspondência que, pelo enunciado do exercício, sabe-se existir entre elas. Esses pontos são os do gelo e do vapor. Como variações medidas na primeira e na segunda escalas são proporcionais, tem-se: Z 20 130 20 23 0 100 0 � � � � � → Z 20 110 23 10 0 � � → 10Z – 200 = 253 10Z = 453 → Z = 45,3 °Z Observação: Pode-se usar o mesmo procedimento para comparar temperaturas em ou- tras escalas, sendo possível, inclusive, comparar temperaturas com grandezas termométricas que variam linearmente, tais como: altura, pressão, volume, entre outras. trabalho Meteorologista Quase todos os jornais apresentam “previsões do tempo”, boletins que estimam como estará a temperatura, qual a chance de chuva ou a umidade relativa do ar. Para fazer essas previsões, o meteorologista precisa compreen- der muito bem diversos conceitos físicos, como temperatu- ra, pressão, densidade e movimento dos fluidos, interpre- tar medidas de inúmeros instrumentos, utilizar imagens de satélites e radares e analisar gráficos e mapas. São seus estudos que podem prevenir catástrofes, como enchentes, maremotos ou tornados. Os meteorologistas também estão envolvidos em di- versas pesquisas relacionadas ao ambiente e às mudanças climáticas, em temas como efeito estufa, poluição e derre- timento das calotas polares. Outras áreas de atuação desse profissional são a agricultura, com o objetivo de auxiliar no cálculo de épocas de colheita e plantio e no dimensiona- mento do volume das safras; o tráfego de aviões e navios, analisando o comportamento dos ventos, da pressão atmos- férica, dos rios e mares; e o desenvolvimento e a operação de equipamentos de sensoriamento remoto, como radares e satélites. Mundo do 12 Conquista Modular 1. (UFPB) Durante uma temporada de férias na casa de praia, em certa noi- te, o filho caçula começa a apresentar um quadro febril preocupante. A mãe, para saber, com exatidão, a temperatura dele, usa um velho ter- mômetro de mercúrio, que não mais apresenta com nitidez os números referentes à escala de temperatura em graus Celsius. Para resolver esse problema e aferir com precisão a temperatura do filho, a mãe decide graduar novamente a escala do termômetro usando como pontos fixos as temperaturas do gelo e do vapor da água. Os valores que ela obtém são: 5 cm para o gelo e 25 cm para o vapor. Com essas aferições em mãos, a mãe coloca o termômetro no filho e observa que a coluna de mercúrio para de crescer quando atinge a marca de 13 cm. Com base nesse dado, a mãe conclui que a temperatura do filho é de: a) 40,0 ºC b) 39,5 ºC c) 39,0 ºC d) 38,5 ºC e) 38,0 ºC 2. Leia estas informações: Aquecendo um objeto, suas partículas vibram mais e, resfriando, elas vibram menos. Caso seja possível fornecer, de forma ininterrupta, ener- gia térmica para determinada massa, observa-seque a sua temperatura poderá aumentar indefinidamente, com as partículas do corpo vibran- do mais e mais. Na prática, não há limite máximo para a temperatura. No interior de estrelas, por exemplo, as temperaturas são altíssimas. No caso da estrela Sol, seu núcleo pode atingir 15 milhões de kelvin. Porém, se retirar energia de uma massa qualquer, sua temperatura di- minuirá e suas partículas vibrarão menos. Se continuar a retirar energia, sua temperatura diminuirá até que não haja mais energia para ser re- tirada. Nesse instante, terá sido atingida a temperatura de zero kelvin, o zero absoluto, uma espécie de limite mínimo imposto pela natureza. Lembrando que, na escala Kelvin, os pontos do gelo e do vapor correspon- dem, respectivamente, a 273 K e 373 K, calcule a mínima temperatura, teoricamente possível de ser medida (0 K), nas escalas Celsius e Fahrenheit: Para fazer 13Física Termologia 3. (PUCRS) Podemos caracterizar uma escala absoluta de temperatura quando: a) dividimos a escala em 100 partes iguais. b) associamos o zero da escala ao estado de energia cinética mínima das partículas de um sistema. c) associamos o zero da escala ao estado de energia cinética máxima das partículas de um sistema. d) associamos o zero da escala ao ponto de fusão do gelo. e) associamos o valor 100 da escala ao ponto de ebulição da água. 4. (FATEC – SP) Um cientista coloca um termômetro em um béquer conten- do água no estado líquido. Supondo que o béquer esteja num local ao nível do mar, a única leitura que pode ter sido feita pelo cientista é: a) –30 K b) 36 K c) 130 ºC d) 250 K e) 350 K 5. A primeira coluna da tabela traz variadas temperaturas em graus Cel- sius. Nessa escala termométrica, os pontos do gelo e do vapor são, res- pectivamente, 0 ºC e 100 ºC. Determine o valor correspondente, na segunda coluna da escala solicitada, sabendo que, nas terceira e quarta colunas, encontram-se os valores dos pontos de fusão e ebulição da água nas respectivas escalas: Temperatura em graus Celsius em determinadas situações Calcule a temperatura correspondente na escala: Ponto do gelo Ponto do vapor Temperatura aproximada do espaço sideral: –270 °C Kelvin Resultado: K 273 K 373 K Temperatura média na Terra: 15 °C Reaumur Resultado: °R 0 °R 80 °R Temperatura do corpo humano: 36 °C Fahrenheit Resultado: °F 32 °F 212 °F Temperatura na superfície do Sol: 5 500 °C Rankine Resultado: °Ra 492 °Ra 672 °Ra Equações de conversões A partir de duas escalas quaisquer de temperatura, é possível estabelecer uma equação de conversão de valores. Como exemplo, serão relacionadas as escalas Celsius e Fahrenheit. Partindo do pressuposto da proporcionalidade entre as escalas, tem-se que: C F� � � � � 0 100 0 32 212 32 Desenvolvendo as passagens matemáticas ade- quadas, pode-se chegar à seguinte equação de con- versão entre Celsius e Fahrenheit: C 5 F 32 9 � � ou, ainda: C F � �5 160 9 14 Conquista Modular Substituindo o valor da temperatura em uma das escalas, é possível determinar o valor correspondente na outra. Vale lembrar que memorizar equações como essas é dispensável, pois sempre se pode deduzi-las com base na proporcionalidade existente entre as escalas. Da mesma maneira que se deduz a equação de conversão entre Celsius e Fahrenheit, pode-se deduzir a equação de conversão entre quaisquer outras escalas, seja para tempera- turas, para variações de temperaturas. Confira o exemplo: (UFGD – MS) Um corpo sólido, que inicialmente estava a –40 ºC, foi aquecido até 100 ºC sem sofrer alteração no seu estado físico. É correto afirmar que essa variação de temperatura, na escala Fahrenheit, equivale a uma variação de: a) 50 ºF b) 140 ºF c) 212 ºF d) –40 ºF e) 252 ºF Em primeiro lugar, calcula-se a variação de temperatura na escala Celsius: ΔC = C – C0 → ΔC = 100 – (–40) = 100 + 40 → ΔC = 140 °C Entre os pontos fixos do gelo e vapor, quando Celsius varia 100 ºC, Fahrenheit varia 180 ºC. Simplificando ambos os valores por 20, tem-se que, quando Celsius varia 5 unidades, Fahrenheit varia 9. Como no caso do exercício apresentado, Celsius variou 140 ºC, Fahrenheit variará na mesma proporção em que 5 está para 9. Assim: � � � � C 5 F 9 5 F 9 F 252 F� � � � � � 140 Para fazer 1. Deduza uma equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin. Observação: Utilize-a para resolver o exercí- cio 2. 2. (UFTM – MG) Nas usinas de reciclagem, as latas de alumínio são derretidas e transfor- madas em blocos quando, no interior de for- nos de altas temperaturas, são aquecidas até aproximadamente 660 ºC. Em kelvin, essa temperatura corresponde a: a) 347 b) 638 c) 933 d) 1 112 e) 3 300 3. (UFTM – MG) Um casal de norte-americanos visitou a Bahia e experimentou o tradicional acarajé, aprendendo que lá, quente, além do que se espera para essa palavra, pode ser traduzido como muuuuito apimentado! De qualquer modo, gostaram dessa comida, gostaram tanto, que pediram a receita. Para a versão apimentada da palavra “quente”, não tiveram dificuldades para a tradução, entretanto, para expressar a temperatura de 200 ºC na qual os bolinhos eram fritos, tive- ram que realizar uma conversão, encontran- do o valor em Fahrenheit, correspondente a: a) 93 ºF b) 168 ºF c) 302 ºF d) 392 ºF e) 414 ºF 15Física Termologia 4. (FEPECS – DF) Observe a tabela: tRio2016 tc h (mm) Ponto de gelo –20 0 10 Ponto de vapor 120 100 210 Não satisfeito com as escalas termométricas existentes, um estudante resolveu adotar uma denominada Rio2016 para medir tem- peratura, obtendo a tabela acima. Nessa ta- bela estão representados os pontos de gelo e de vapor, os valores adotados para a escala Rio2016 (t Rio2016 ), os valores conhecidos da es- cala Celsius (t C ) e as alturas da coluna (h(mm)) do líquido termométrico de determinado ter- mômetro. A relação entre as temperaturas nas duas escalas, sendo t Rio2016 = f(t C ), é: a) t Rio2016 = 1,4t C – 10 b) t Rio2016 = 1,4t C + 20 c) t Rio2016 = 1,4t C – 20 d) t Rio2016 = 1,2t C – 20 e) t Rio2016 = 1,2t C + 20 5. (UESPI) Aquecer um determinado corpo de 45 K a 180 K (temperaturas medidas na esca- la Kelvin) equivale, na escala Celsius, a provo- car nesse corpo uma variação de temperatura igual a: a) 273 ºC b) 228 ºC c) 135 ºC d) 93 ºC e) 75 ºC 6. (UFAC) A temperatura em Rio Branco, em certo dia, sofreu uma variação de 15 ºC. Na escala Fahrenheit, essa variação corresponde a: a) 108 ºF b) 71 ºF c) 44 ºF d) 27 ºF e) 1 ºF 1. (ACAFE – SC) Nos noticiários, grande parte dos apresentadores da previsão do tempo expres- sam, erroneamente, a unidade de temperatura em graus centígrados. A maneira de expressar corretamente essa unidade é: a) Celsius, pois não se deve citar os graus. b) graus Kelvin, pois é a unidade do Sistema In- ternacional. c) centígrados, pois não se deve citar os graus. d) graus Celsius, pois existem outras escalas em graus centígrados. e) graus Fahrenheit, pois é a unidade do Siste- ma Internacional. 2. (UEPG – PR) A temperatura é uma das grande- zas físicas mais conhecidas dos leigos. Todos os dias boletins meteorológicos são divulgados anunciando as prováveis temperaturas máxima e mínima do período. A grande maioria da popu- lação conhece o termômetro e tem o seu próprio conceito sobre temperatura. Sobre temperatura e termômetros, assinale o que for correto: (01) A fixação de uma escala de temperatura deve estar associada a uma propriedade física que, em geral, varia arbitrariamente com a temperatura. (02) Grau arbitrário é a variação de temperatura que provoca na propriedade termométrica uma variação correspondente a uma unidade da variação que esta mesma propriedade so- fre quando o termômetro é levado do ponto de fusão até o ponto de ebulição da água. (04) Temperatura é uma medida da quantidade de calor de um corpo. (08) A água é uma excelente substânciatermo- métrica, dada a sua abundância no meio ambiente. (16) Dois ou mais sistemas físicos, colocados em contato e isolados de influências externas, tendem para um estado de equilíbrio térmi- co, que é caracterizado por uma uniformi- dade na temperatura dos sistemas. 3. (UFT – TO) Um estudante mediu a temperatura de um colega que estava com febre. Para tanto ele usou um termômetro de mercúrio cuja escala estava ilegível. Então, para determinar a tempe- ratura ele fez o seguinte procedimento: colocou o termômetro em um recipiente onde continha água e gelo e, após o equilíbrio, marcou a altura da coluna de mercúrio a partir do bulbo (5 cm). Em seguida colocou o termômetro em um reci- piente com água em ebulição e, após o equilí- brio, marcou a altura da coluna da mesma forma (15 cm). Por fim, colocou o termômetro em con- tato com a pele do colega e, após o equilíbrio, marcou a altura (8,8 cm). Qual a temperatura Atividades 16 Conquista Modular Guest Destacar Guest Destacar do colega? Considere que a água em ambos os casos era destilada e o experimento foi feito ao nível do mar. a) 40 ºC b) 39 ºC c) 41 ºC d) 38 ºC 4. (UFAM) O gráfico representa a relação entre a temperatura T X e T Y de duas escalas termométri- cas X e Y. Qual temperatura medida terá a mes- ma indicação nas duas escalas? a) –60 ºX b) –40 ºX c) –30 ºX d) –50 ºX e) –70 ºX 5. (UFRR) Segundo um modelo da NASA para a atmosfera terrestre, a porção entre 36 000 até 81 000 pés, região onde ocorrem muitos dos voos comerciais, a temperatura é constante e ne- gativa com valor –70 ºF. Esses valores em metros e graus Celsius são respectivamente (considere 1 pé igual a 30 cm): a) 120 000 até 270 000 m e 57 ºC b) 1 080 000 até 2 430 000 m e –57 ºC c) 1 080 000 até 2 430 000 m e 57 ºC d) 10 800 até 24 300 m e –57 ºC e) 120 000 até 270 000 m e –57 ºC 6. (UNIMONTES – MG) A indicação de uma tempe- ratura na escala Fahrenheit excede em 2 unida- des o dobro da correspondente na escala Cel- sius. Essa temperatura vale: a) 170 ºC c) 150 ºC b) 300 ºC d) 100 ºC 7. (UNIFOR – CE) A temperatura de determinada substância é 50 ºF. A temperatura absoluta dessa substância, em kelvins, é: a) 343 b) 323 c) 310 d) 283 e) 273 8. (MACKENZIE – SP) Um turista, ao descer no ae- roporto de Londres, observa que o valor da tem- peratura indicada por um termômetro graduado na escala Fahrenheit supera em 40 o valor da indicação de outro termômetro graduado na es- cala Celsius. A temperatura em Londres era de: a) 10 ºC b) 14 ºC c) 20 ºC d) 24 ºC e) 28 ºC 9. (PUC-Rio – RJ) Temperaturas podem ser medidas em graus Celsius (ºC) ou Fahrenheit (ºF). Elas têm uma proporção linear entre si. Temos: 32 ºF = 0 ºC; 20 ºC = 68 ºF. Qual a temperatura em que ambos os valores são iguais? a) 40 b) –20 c) 100 d) –40 e) 0 10. (UFRRJ) A temperatura do corpo humano é um excelente indicador do funcionamento do nosso organis- mo. Além de útil ao se planejar uma gravidez, esses dados metabólicos são importantes em qualquer situação de anomalia na saúde. Hoje em dia, vários médicos afirmam que disfunções hormonais, como, por exemplo, o hipotireoi- dismo, podem ser detectadas por alterações na temperatura basal (neste caso, temperaturas ba- sais mais baixas que o normal). CABRAL, Fernando; LAGO, Alexandre. Física. São Paulo: Harbra, 2004. p. 27. v. 2. Com base no gráfico, determine a maior varia- ção de temperatura observada no ciclo da mu- lher, em graus Fahrenheit. 17Física Termologia Guest Destacar Guest Destacar Guest Destacar Guest Destacar Guest Destacar Guest Destacar Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Dilatação linear. 2. Dilatação superficial. 3. Dilatação volumétrica. De acordo com a notícia, as pontes precisam ser constantemente monitoradas e um dos itens que necessita de especial atenção são as juntas de dilatação. Mas você sabe qual é a função das juntas de dilatação? Ponte Juscelino Kubitschek (JK) sobre o lago Paranoá em Brasília Novacap fará reparo emergencial e prepara reforma da Ponte JK A informação é do diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto. Segundo ele, o projeto está pronto, e a verba para a obra, liberada Após vistoria e monitoramento das pontes Honestino Guimarães e do Bra- gueto, o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Júlio Menegotto, informou que a JK passará por reforma completa nos próximos meses. Segundo ele, neste primeiro momento, serão feitos reparos nas juntas de di- latação. “Isso deve ocorrer até quinta-feira (15/2). Nada que traga preocupação, já fizemos em outras ocasiões”, disse Menegotto. A Ponte JK também já está sen- do monitorada. Algumas cordoalhas [cabos de aço] foram trocadas ainda no ano passado. MEDEIROS, Bruno. Novacap fará reparo emergencial e prepara reforma da Ponte JK. Disponível em: <https://www.metropoles. com/distrito-federal/novacap-fara-reparo-emergencial-e-prepara-reforma-da-ponte-jk>. Acesso em: 11 mar. 2018. © Sh ut te rs to ck /0 61 F ilm es 18 Conquista Modular Dilatometria – Dilatação dos Sólidos2 Por que razão, em construções de casas ou edifícios, os revestimentos de paredes e pisos são colocados a certa distância uns dos outros? O que são os pininhos brancos colocados entre as peças? Observe esta figura: © Sh ut te rs to ck /P et er D ea n Certamente, você já viu, em algum lugar, azulejos ou pisos que se soltaram. Uma das possíveis explicações é que, devido à dilatação térmica, criou-se tensão entre as peças que estavam lado a lado, fazendo-as se soltarem. Mas o que é dilatação térmica? Para responder é preciso recorrer à Dilatometria, parte da Física que estuda as dilatações provocadas por variações de temperatura. Se a temperatura aumenta, as partículas vibram mais. Se diminui, vibram menos. Por isso, parece lógico pensar que o aumento da agitação fará com que elas ocupem mais espaço e, assim, as dimensões do objeto aumentarão. Aumentando a temperatura, de 1 para 2, ocorre dilatação do corpo. Diminuindo a temperatura, de 2 para 1, ocorre contração do corpo. θ1 < θ2 Dilatação linear Os objetos são tridimensionais, porém, para facilitar o estudo da dilatação, em certos casos é possível desprezar algumas dimensões e tratar os corpos como se tivessem apenas uma ou duas dimensões. Essa opção é determinada pela necessidade da análise que estiver sendo feita. Se a intenção é avaliar, por exemplo, apenas a dilatação ocorrida na altura de um 19Física Termologia corpo ou, quando o comprimento for muito maior que a espessura e a largura, será possível tratar tal objeto como se fosse um corpo unidimensional. É o caso de fios e barras. Observe esta ilustração: Para fazer 1. Uma barra hipotética é constituída por três partículas, representadas por bolinhas, conforme de- senho colocado na segunda coluna da tabela. Cada par de aspas, posicionadas uma à esquerda e outra à direita de cada bolinha, representa aumento na vibração, provocado pelo acréscimo de 1 ºC. Com base nessas informações, preencha apenas a coluna referente à temperatura. A coluna seguinte, referente ao comprimento, será preenchida durante a resolução do exercício 2. Representação Temperatura (°C) Comprimento (u) Situação 1 θ1 = 10 °C L1 = 5 u Situação 2 θ2 = _____°C L2 = ______ u Situação 3 θ3 = _____°C L3 = ______ u Situação 4 θ4 = _____°C L4 = ______ u 2. Ainda em relação ao exercício 1, considere que cada par de aspas, posicionadas uma à esquerda e outra à direita de cada bolinha, também representa, em relação ao espaço ocupado por cada partícula, duas unidades de comprimento (2 u). Assim, dois pares de aspas indicam quatro unida- des (4 u) por partícula; três pares, seis unidades (6 u) e assim sucessivamente. Com essas informa- ções, preencha, na tabela do exercício anterior, a coluna referente ao comprimento. 3. Preencha a tabela, baseando-se nos dados da tabela do exercício1: Variação de comprimento L (u) Variação de temperatura θ (°C) Variação ocorrida entre as situações 1 e 2 Variação ocorrida entre as situações 1 e 3 Variação ocorrida entre as situações 1 e 4 Admitindo que, na situação final, a temperatura θ seja maior que a inicial θ0, as partículas do corpo vibram mais e ocupam mais espaço, explicando, assim, a dilatação linear ocorrida. Ja ck A rt. 2 01 1. V et or . L0 θ0 20 Conquista Modular 4. Observando as variações ocorridas entre as situações citadas anteriormente conclui-se que a varia- ção de comprimento e a respectiva variação de temperatura são grandezas ( ) diretamente proporcionais. ( ) inversamente proporcionais. ( ) que configuram outro tipo de relação. 5. Neste exercício, considere que cada par de aspas representa, em relação à temperatura, um aumen- to na vibração provocado por um acréscimo de uma unidade na temperatura (1 ºC) e, em relação ao espaço ocupado por cada partícula, duas unidades de comprimento (2 u). Corpo 1 Corpo 2 Corpo 3 θ1 = 10 °C Comprimento na temperatura inicial de 10 °C L0 = 5 u L0 = 10 u L0 = 15 u θ2 = 11 °C Corpo 1 Corpo 2 Corpo 3 Qual foi a variação (ΔL) de comprimento do corpo? Qual é o comprimento final do corpo na temperatura de 11 °C? L1 = L0 + ΔL L1 = ________ L1 = L0 + ΔL L1 = ___________ L1 = L0 + ΔL L1 = ___________________ 6. Agora, preencha a tabela, baseando-se nos dados da tabela do exercício 5: Comprimento inicial L0 (u) Variação de comprimento ΔL (u) Considerando que cada corpo sofreu as mesmas variações de temperatura e comparando as dilata- ções (ΔL) e seus respectivos comprimentos iniciais (L 0 ), conclui-se que a variação de comprimento e os respectivos comprimentos iniciais são grandezas ( ) diretamente proporcionais. ( ) inversamente proporcionais. ( ) outro tipo de relação. 21Física Termologia Equação da dilatação térmica linear Os exercícios da seção anterior permitem concluir que a dilatação térmica linear (ΔL), que ocorre em um corpo con- siderado unidimensional, é diretamente proporcional à sua variação de temperatura e ao seu comprimento inicial. Sob o ponto de vista matemático, grandezas diretamente proporcionais podem compor uma equação, desde que se saiba qual é a constante de proporcionalidade entre elas. Chamando essa constante de α, pode-se calcular a dilatação linear utilizando a seguinte equação: ΔL = α · L0 · Δθ Em que: ΔL → variação de comprimento, cuja unidade no SI é o metro (m). α → constante de proporcionalidade, denominada coeficiente de dilatação linear, cuja unidade no SI é o inverso do kelvin (K–1). L0 → comprimento inicial, cuja unidade no SI é o metro (m). Δθ → variação de temperatura, cuja unidade no SI é o kelvin (K). Uma variação de temperatura na escala Kelvin é igual a uma variação de temperatura na escala Celsius, por isso costuma-se utilizar a variação de temperatura com a unidade de grau Celsius (°C) e o coeficiente de dilatação com o inverso do grau Celsius (°C–1). Isso não altera nenhum dos valores nos problemas de dilatação e, por praticidade, serão essas as unidades apresentadas daqui em diante. Coeficiente de dilatação linear A Física dá suporte aos mais variados ramos de atividades. Quanto mais se conhece sobre o comportamento dos ma- teriais, entre muitas outras características, como os materiais se dilatam, mais aplicações podem ser dadas a eles, seja na área tecnológica, como na construção de um equipamento industrial; seja na área da saúde, como na implantação de um pino para reconstituição de um osso quebrado. Cada material tem uma intensidade de dilatação particular. Quanto mais unidas estiverem suas partículas, mais energia será necessária para provocar uma dilatação. Isso depende de cada material e é determinado pelo seu coeficiente de dilata- ção linear – grandeza cujo valor pode ser considerado constante. Esta tabela traz os valores do coeficiente de dilatação para alguns materiais: Substância em °C–1 Zinco 26 · 10–6 Alumínio 24 · 10–6 Latão 20 · 10–6 Prata 19 · 10–6 Bronze 18 · 10–6 Cobre 16 · 10–6 Ferro 13 · 10–6 Concreto 12 · 10–6 Platina 9 · 10–6 Vidro comum 8 · 10–6 Vidro pirex 4 · 10–6 Porcelana 3 · 10–6 22 Conquista Modular P.I m ag en s/ Pi th Chaves disjuntoras são dispositivos usados para proteção de circuitos elétricos residenciais, comerciais e industriais. Pode-se entender melhor o significado desse coeficiente, analisando a equação da dila- tação linear: ΔL = α · L0 · Δθ → α = ΔL L0 · Δθ Pela equação, é possível concluir que o coeficiente de dilatação linear expressa a dila- tação que pode ocorrer em cada unidade de comprimento, quando a temperatura do material varia em uma unidade. Assim, quando uma barra de bronze, por exemplo, cujo coeficiente é de 18 · 10–6 °C–1, varia sua temperatura em 1°C, há dilatação de 18 · 10–6 m (0,000018 m) para cada metro da barra. Quanto maior for o valor do coeficiente de dilatação, maior será a capacidade de o material se dilatar. Mas, independentemente de dilatar mais ou menos, todo material pode dilatar. Você sabia que até seus dentes dilatam e contraem, conforme você toma bebidas mais quentes ou mais frias? Agora, imagine que uma pessoa tenha uma restauração em um de seus dentes e que o coeficiente de dilatação do material usado seja diferente do coeficien- te de dilatação do dente. Certamente, ocorrerão problemas indesejáveis. É por isso que os técnicos especializados em desenvolver materiais odontológicos cuidam atentamente desse aspecto. As estruturas dentárias (esmalte e dentina) e os materiais usados nas restaurações precisam ter coeficiente de dilatação o mais próximo possível. Tecnologia Disjuntores e lâminas bimetálicas Você sabe o que é um disjuntor ou uma chave disjuntora? Alguns mo- delos utilizam lâminas bimetálicas, que nada mais são do que um conjunto de duas lâminas feitas com metais diferentes e “coladas” uma à outra, como mostra esta ilustração: Caso haja a passagem de corrente elétrica maior do que aquela para qual o circuito foi dimensionado, há um aquecimento excessivo devido a um fenômeno chamado efeito Joule, que será estudado pos- teriormente. Pode ocorrer curto-circuito e até incêndio. Com o aquecimento, a lâmina bimetálica se dilata e encurva, o circuito se abre e a corrente elétrica é interrompida antes que o aquecimen- to se torne excessivo o suficiente para provocar danos, conforme ilustrado ao lado. 23Física Termologia Por que a lâmina bimetálica se encurva? Para explicar, esta ilustração será usada como referência: Metal A Metal B Admitindo que o metal A tenha maior coeficiente de dilatação, ele dilatará mais que B, caso o conjunto seja aquecido. Como estão presos um ao outro, pelo fato de A ficar maior que B, a lâmina se curvará. Metal AMetal B Ilu st ra çõ es : Ja ck A rt. 20 11 . V et or . Para fazer 1. Analisando a tabela apresentada na página 22, com os valores dos coeficientes de dilata- ção linear para alguns materiais, responda: a) Qual, entre os materiais relacionados, possui maior capacidade de se dilatar? b) Qual, entre os materiais relacionados, possui menor capacidade de se dilatar? c) Qual o significado do coeficiente de dila- tação do latão? 2. Imagine que um profissional da área da Odontologia efetue uma restauração dentá- ria com determinado material. O que poderia ocorrer caso: a) o material usado possuísse coeficiente de dilatação maior que o coeficiente de dila- tação do dente? b) o material usado possuísse coeficiente de dilatação menor que o coeficiente de dila- tação do dente? 3. Uma barra feita de latão, com 2 m de compri- mento, é aquecida a 100 ºC. a) Calcule a variação de comprimento da barra: b) Calcule o comprimento final da barra: 24 Conquista Modular 4. Em relação ao exercício anterior, responda: a) Mantendo as demais condições, qual se- ria a variação de comprimento caso a va- riação de temperatura fosse o dobro, ou seja, 200 ºC?b) Mantendo as demais condições, qual seria a variação do comprimento caso o comprimento inicial fosse o dobro, ou seja, 4 m? c) Mantendo as demais condições, qual seria a variação de comprimento caso a barra fosse feita com material cujo coeficiente de dilatação fosse o dobro do coeficiente de dilatação do latão? 5. (UFRJ) Um incêndio ocorreu no lado direito de um dos andares intermediários de um edifício construído com estrutura metálica, como ilus- tra a figura 1. Em consequência do incêndio, que ficou restrito ao lado direito, o edifício so- freu uma deformação, como ilustra a figura 2: Com base em conhecimentos de Termologia, explique por que o edifício entorta para a es- querda e não para a direita. 6. (UFRR) Na construção civil para evitar ra- chaduras nas armações longas de concreto, como por exemplo, pontes, usa-se a cons- trução em blocos separados por pequenas distâncias preenchidas com material de gran- de dilatação térmica em relação ao concre- to, como o piche betuminoso. Uma barra de concreto, de coeficiente linear 1,9 ⋅ 10–5/ ºC e comprimento 100 metros a 30 ºC, sofrerá uma dilatação linear a 40 ºC de: a) 1,9 ⋅ 10–2 metros b) 1,5 ⋅ 10–3 metros c) 1,9 ⋅ 10–5 metros d) 1,7 ⋅ 10–1 metros e) 2,1 ⋅ 10–2 metros 7. (UEPG – PR) Uma lâmina bimetálica é consti- tuída por duas lâminas: uma de cobre (α Cu = 17 · 10–6 ºC–1) e outra de zinco (α Zn = 30 · 10–6 ºC–1), com as mesmas dimensões, a 0 ºC, soldadas entre si e fixadas a uma parede, como mostra a figura. A respeito desse assunto, assinale o que for correto: (01) A lâmina se curvará para cima se a tem- peratura for maior que 0 ºC. (02) A lâmina se curvará para baixo se a tem- peratura for maior que 0 ºC. (04) A lâmina se curvará para cima se a tem- peratura for menor que 0 ºC. (08) A lâmina se curvará para baixo se a tem- peratura for menor que 0 ºC. (16) A lâmina se curvará para baixo sempre que a temperatura for diferente de 0 ºC. 25Física Termologia Dilatação superficial Como foi visto, os objetos são tridimensionais. Porém, se quiser avaliar a dilatação ocor- rida em apenas duas das suas dimensões, o que define uma superfície, pode-se tratá-lo como se fosse bidimensional. Em casos em que duas das dimensões forem muito maiores que a terceira, também é possível considerar o objeto como se fosse bidimensional. Um exemplo é a chapa de madeira usada na construção de lousas. � 0 � A 0 �A A 0 A = A + A� 0 A equação usada para calcular esse tipo de dilatação é a seguinte: ΔA = β · A0 · Δθ Em que: ΔA → variação de área, cuja unidade no SI é o metro quadrado (m2). β → coeficiente de dilatação superficial, cuja unidade utilizada é o inverso do grau Celsius (°C–1). A0 → área inicial, cuja unidade no SI é o metro quadrado (m2). Δθ → variação de temperatura, cuja unidade utilizada é o grau Celsius (°C). Coeficiente de dilatação superficial β O coeficiente de dilatação superficial (β) é uma característica do material de que é feito o corpo. Cada material possui seu próprio coeficiente e, quanto maior é o seu valor, maior será a sua capacidade de dilatação. Para determinada substância, tem-se que o valor de β é o dobro do valor de seu α. Assim: β = 2 α Para fazer 1. (UESPI) O coeficiente de dilatação superficial de uma determinada substância tem valor denotado por X. Entre as alternativas listadas abaixo, qual é a que representa o coeficiente de dilatação linear de tal substância? a) X b) 2X c) 3X d) X/2 e) X/3 2. (UFU – MG) Um telescópio registra, sobre um detector quadrado de silício (denominado CCD) de 2,0 cm de lado, a imagem de uma parte de um conjunto de estrelas uniformemente distribuídas. Uma quantidade de 5 000 estrelas é focalizada no detector quando a temperatura deste é de 20 ºC. 26 Conquista Modular (Dado: considere que o coeficiente de dilata- ção linear do silício é igual a 5,0 · 10–6 ºC–1) Com base nessas informações, pode-se afir- mar que o número de estrelas detectado de- pois do resfriamento é de aproximadamente: a) 5 005 estrelas. b) 5 055 estrelas. c) 4 500 estrelas. d) 4 995 estrelas. 3. (UFS – SE) Uma chapa retangular de zinco, de dimensões 80 cm × 25 cm, sofre eleva- ção uniforme de 45 ºF em sua temperatura. Sabe-se que, sob pressão de 1,0 atmosfera, aos pontos de fusão do gelo e de ebulição da água correspondem os valores 32 e 212 graus Fahrenheit, respectivamente, e que o coeficiente de dilatação linear do zinco é de 25 · 10–6 ºC–1. Nesse aquecimento, o aumen- to da área da chapa é, em cm2: a) 1,0 b) 2,5 c) 4,0 d) 5,5 e) 8,0 4. (UNISC – RS) Em uma aula de Física Experi- mental, uma chapa metálica, com um orifí- cio circular no centro, é aquecida de 26 ºC para 52 ºC. Como consequência desse aque- cimento, podemos concluir que o diâmetro do orifício: a) duplica no seu tamanho. b) reduz-se à metade do seu tamanho inicial. c) não sofre variação alguma. d) aumenta um pouco no seu tamanho. e) diminui um pouco no seu tamanho. 5. Observe esta chapa ilustrada: O que ocorre com ela, caso seja aquecida? Sua área aumenta ou diminui? E a área do furo aumenta ou diminui após o aquecimento? 6. (UFPE) Em uma chapa metálica é feito um orifício circular do mesmo tamanho de uma moeda. O conjunto (chapa com a moeda no orifício), inicialmente a 25 ºC, é levado a um forno e aquecido até 225 ºC. Após o aque- cimento, verifica-se que o orifício na chapa ficou maior do que a moeda. Entre as afirma- tivas abaixo, indique a que está correta: a) O coeficiente de dilatação da moeda é maior do que o da chapa metálica. b) O coeficiente de dilatação da moeda é menor do que o da chapa metálica. c) O coeficiente de dilatação da moeda é igual ao da chapa metálica, mas o orifício se dilatou mais porque a chapa é maior que a moeda. d) O coeficiente de dilatação da moeda é igual ao da chapa metálica, mas o orifício se dila- tou mais porque o seu interior é vazio. e) Nada se pode afirmar sobre os coeficien- tes de dilatação da moeda e da chapa, pois não é dado o tamanho inicial da chapa. Dilatação volumétrica Chegou a vez de estudar a dilatação volumétrica, tratando os objetos como eles real- mente são: tridimensionais. O que será visto aqui aplica-se para sólidos, líquidos e gases sob pressão constante. ΔV = V – V0 = V0 ⋅ γ ⋅ Δθ A equação usada para calcular esse tipo de dilatação é a seguinte: ΔV = γ ⋅ V0 ⋅ Δθ 27Física Termologia Em que: ΔV → variação de volume, cuja unidade no SI é o metro cúbico (m3). γ → coeficiente de dilatação volumétrica, cuja unidade utilizada é o inverso do grau Celsius (°C–1). V0 → volume inicial, cuja unidade no SI é o metro cúbico (m3). Δθ → variação de temperatura, cuja unidade utilizada é o grau Celsius (°C). Coeficiente de dilatação volumétrica O coeficiente de dilatação volumétrica (γ) é uma característica do material de que é feito o corpo. Cada material possui seu próprio coeficiente e, quanto maior for seu valor, maior será a capacidade de ele se dilatar. Para determinada substância, tem-se que o valor de γ é o triplo do valor de seu α. Assim: γ = 3 α Para fazer 1. (OPF – SP) É muito comum acontecer de, quan- do copos iguais são empilhados, colocando-se um dentro do outro, dois deles ficarem em- perrados, tornando-se difícil separá-los. Con- siderando o efeito da dilatação térmica, pode- -se afirmar que é possível retirar um copo de dentro do outro se: a) copos emperrados forem mergulhados em água bem quente. b) no copo interno for despejada água quen- te e o copo externo for mergulhado em água bem fria. c) os copos emperrados forem mergulhados em água bem fria. d) no copo interno for despejada água fria e o copo externo for mergulhado em água bem quente. e) não é possível separar os dois copos em- perrados considerando o efeito de dilata- ção térmica. 2. (UNIMONTES – MG) Um posto de distribuição de combustível recebeu 5 000 L de gasolina num dia em que a temperatura era 35 ºC. Com a chegadade uma frente fria, a temperatura ambiente baixou para 15 ºC, assim permane- cendo até que toda a gasolina fosse vendida. Sabendo-se que o coeficiente de dilatação da gasolina é 1,1 · 10–3 ºC–1, o prejuízo, em litros, sofrido pelo dono do posto é igual a: a) 500 L b) 110 L c) 300 L d) 225 L 3. (ENEM) Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para enganar o consumidor. Durante o inverno, o respon- sável por um posto de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 ºC. Para revender o líquido aos moto- ristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível para aquecê-lo, para que atin- ja a temperatura de 35 ºC, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto compra 20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende. Com relação à situação hipotéti- ca descrita no texto e dado que o coeficien- te de dilatação volumétrica do álcool é de 1 · 10–3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do combus- tível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas es- taria entre: a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00 b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00 c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00 d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00 e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00 4. (ENEM) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatu- ra do ambiente leva a um aumento no volu- me da gasolina. Para diminuir os efeitos prá- ticos dessa variação, os tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos: 28 Conquista Modular I. você levaria vantagem ao abastecer o car- ro na hora mais quente do dia pois estaria comprando mais massa por litro de com- bustível. II. abastecendo com a temperatura mais bai- xa, você estaria comprando mais massa de combustível para cada litro. III. e se a gasolina fosse vendida por kg em vez de por litro, o problema comercial de- corrente da dilatação da gasolina estaria resolvido. Destas considerações, somente: a) I é correta. b) II é correta. c) III é correta. d) I e II são corretas. e) II e III são corretas. 5. (UFU – MG) A tabela apresenta o coeficien- te de dilatação volumétrica (γ) de algumas substâncias. Já as quatro retas (A, B, C e D) do gráfico representam o volume (V) de uma determinada substância (não necessaria- mente as substâncias da tabela) em função de sua temperatura (T). As retas B e C são paralelas. Substância γ (°C–1) Mercúrio 0,18 · 10–3 Glicerina 0,50 · 10–3 Álcool etílico 0,75 · 10–3 Substância γ (°C–1) Petróleo 0,90 · 10–3 Cruzando as informações fornecidas pela tabela e pelo gráfico, marque a alternativa correta: a) Se a reta D representar a glicerina, então a reta C pode representar o álcool etílico ou o petróleo. b) Se a reta B representar o álcool etílico, en- tão a reta C pode representar o mercúrio ou a glicerina. c) As retas C e D representam uma única substância. d) A reta A pode representar qualquer uma das substâncias da tabela. Atividades 1. (UESPI) Uma fenda de largura 2,002 cm precisa ser perfeitamente vedada por uma pequena barra quando a temperatura no local atingir 130 ºC. A barra possui comprimento de 2 cm à temperatura de 30 ºC, como ilustra a figura (os comprimentos mostrados não estão em escala). Considerando desprezível a alteração na largura da fenda com a temperatura, a barra apropriada para este fim deve ser feita de: a) chumbo, com coeficiente de dilatação linear α = 3 · 10–5 ºC–1 b) latão, com coeficiente de dilatação linear α = 2 · 10–5 ºC–1 c) aço, com coeficiente de dilatação linear α = 10–5 ºC–1 d) vidro pirex, com coeficiente de dilatação linear α = 3 · 10–6 ºC–1 e) invar, com coeficiente de dilatação linear α = 7 · 10–7 ºC–1 29Física Termologia 2. (UFJF – MG) O comprimento de uma barra de la- tão varia em função da temperatura, segundo a figura a seguir. O coeficiente de dilatação linear do latão, no intervalo de 0 ºC a 100 ºC, vale: a) 1,00 · 10–5/ ºC b) 5,00 · 10–5/ ºC c) 2,00 · 10–5/ ºC d) 2,00 · 10–4/ ºC e) 5,00 · 10–4/ ºC 3. (UFC – CE) Um triângulo retângulo isósceles é montado com arames de materiais distintos, de modo que nos catetos o material possui coe- ficiente de dilatação térmica linear A 2 ºC–1, enquanto na hipotenusa o material possui coe- ficiente de dilatação térmica linear 2 ºC–1 A . De- termine a variação de temperatura para que o triângulo torne-se equilátero. 4. (UFG – GO) Deseja-se acoplar um eixo cilíndrico a uma roda com um orifício circular. Entretanto, como a área da seção transversal do eixo é 2,0% maior que a do orifício, decide-se resfriar o eixo e aquecer a roda. O eixo e a roda estão inicial- mente à temperatura de 30 ºC. Resfriando-se o eixo para –20 ºC, calcule o acréscimo mínimo de temperatura da roda para que seja possível fazer o acoplamento. O eixo e a roda são de alumínio, que tem coeficiente de dilatação superficial de 5,0 ⋅ 10–5 ºC–1. 5. (UEMS) Na temperatura ambiente, dois cubos A e B possuem arestas iguais a L e coeficientes de dilatação volumétrica γ A e γ B , respectivamen- te, com γ A = (3/2)γ B . Supondo que os dois cubos sofram a mesma variação de volume, pode-se afirmar que a relação entre as variações de tem- peratura dos cubos A e B é: a) ΔT A = (1/4)ΔT B b) ΔT A = (1/3)ΔT B c) ΔT A = (1/2)ΔT B d) ΔT A = (2/3)ΔT B e) ΔT A = ΔT B 6. (UFG – GO) Por medida de economia e conser- vação da qualidade de alguns alimentos, um supermercado instalou um sistema de refrigera- ção que funciona da seguinte forma: ao atingir uma temperatura superior T s , ele é ligado e, ao ser reduzida para uma temperatura inferior T i , é desligado. Esse sistema, composto por um tubo cilíndrico fechado de área A 0 acoplado a um bul- bo em sua parte inferior, é preenchido com mer- cúrio e tem dois contatos metálicos separados por uma distância h, conforme a figura. Despre- zando a dilatação térmica do recipiente, calcule a temperatura T s quando o sistema é ligado. Dados: T i = 12 ºC h = 6,0 cm A 0 = 1,0 · 10–7 m2 α Hg = 40 · 10–6 ºC V 0 = 1,0 · 10–5 m3 30 Conquista Modular Conceitos Centrais 1. Dilatação aparente. 2. Dilatação anômala da água. Conceitos Centrais Os gases possuem coeficiente de dilatação maior que o dos líquidos e dos sólidos. E não pense que, na frase anterior, haja um erro de concor- dância, afinal afirmou-se que “os gases” (plural) possuem “coeficiente de dilatação maior” (singular). Acontece que os gases ideais possuem o mes- mo coeficiente de dilatação (γG = 3,66 · 10–3 °C nas CNTP), o que significa dizer que, sob pressão constante, qualquer gás se dilata da mesma forma. Porém, líquidos e sólidos, conforme o tipo de material, possuem diferentes valores para esses coeficientes: geralmente, os dos líquidos são maiores que os dos sólidos. Isso pode ser explicado pelo fato de que as forças entre as moléculas são mais intensas nos sólidos, o que dificulta afastá-las. Assim, pode-se concluir que gases dilatam mais que líquidos e estes mais que sólidos. γG > γL > γS → VG > VL > VS Quando um líquido é aquecido, em geral, ele está dentro de um recipien- te e, por isso, este também é aquecido. Observe, agora, um experimento fic- tício, como o representado a seguir, em que um corpo sólido, completamente cheio com determinado líquido, é aquecido pela chama de um fogão. Você já deve ter percebido que, se uma chaleira for levada ao fogo demasiadamente cheia, depois de algum tempo, a água começa a transbordar. Você sabe qual a razão? Esse carro foi abastecido nas primeiras horas do dia, período em que as temperaturas costumam ser mais baixas. Admitindo-se que o combustível não tenha sido consumido e que tenha ocorrido expressivo aquecimento do ambiente, a dilatação do líquido foi grande o suficiente para derramar um pouco do combustível pelo suspirodo tanque. Esse suspiro também é conhecido como “ladrão”. Mas e o tanque? Também esquentou? Se esquentou, dilatou? Se dilatou, por que não continuou a conter todo o combustível? © Sh ut te rs to ck /R ic k Lo rd 31Física Termologia 3 Dilatação dos Líquidos Com o aquecimento, ambos se dilatam, mas lembre-se: Assim, depois de algum tempo, tem-se: Cuidado com os exageros É óbvio que aquela porção líquida que se encontra exposta de forma inusitada, acima da boca do recipiente, nunca ficaria dessa maneira, pois, na prática, ela escorreria. Trata-se de exagero, na tentativa de dar destaque à maior dilatação do líquido. A ilustração também representa dilatações desproporcionais, muito maiores do que aquelas que realmente ocor- rem, com o objetivo de lhes dar visibilidade. Na prática, quando se coloca água em uma chaleira completamente cheia e ela é levada ao fogo, não se observa a chaleira aumentando de tamanho, embora essa dilatação ocorra. Mas é possível ver a água transbordando, afinal os líquidos se dilatam bem mais que os sólidos. Dilatação aparente A dilatação do líquido que ultrapassa a dilatação do recipiente é denominada dilatação aparente (ΔVA). Essa é a parte da dilatação do líquido possível de ser vista e por isso recebe esse nome. Porém, a dilatação real do líquido é aquela que se pode ver (aparente) somada à do recipiente, que dificilmente pode ser observada a olho nu. Assim, pode-se concluir que: VL = VR + VA A dilatação do líquido (ΔVL) é maior que a dilatação do recipiente sólido do qual o recipiente é feito (ΔVR). V 0 Volume inicial do recipiente e do líquido �V R �V A �V L (Variação de volume aparente) (Variação de volume do recipiente) (Variação de volume do líquido) Os líquidos se dilatam mais que os sólidos (ΔVL > ΔVR) 32 Conquista Modular Mas, γL · V0 · Δθ = γR · V0 · Δθ + γA · V0 ⋅ Δθ Simplificando, tem-se: γL = γR + γA Em que: γL → coeficiente de dilatação volumétrica do líquido (ºC–1). V0 → volume inicial tanto do recipiente quanto do líquido (m3). Δθ → variação de temperatura (ºC). γR → coeficiente de dilatação volumétrica do recipiente (ºC–1). γA → coeficiente de dilatação volumétrica aparente (ºC–1). 1. A seguir, há uma ilustração de um líquido que se encontra dentro de um recipiente, preen- chendo-o completamente (figura 1). O con- junto é aquecido e a situação final é indicada pela figura 2. Preencha, nos espaços desig- nados pelos números 1, 2 e 3, os respectivos dilatações: (ΔVR) (ΔVL) (ΔVA) Figura 1 Figura 2 2. - ficientes de dilatação linear (α), superficial (β) e volumétrico (γ), preencha os espaços a seguir: a) α = 5 ⋅ 10–6 ºC–1; β = ºC–1 γ = ºC–1 b) β = 4 ⋅ 10–5 ºC–1 α = ºC–1 γ = ºC–1 c) γ = 9 ⋅ 10–5 ºC–1 α = ºC–1 β = ºC–1 3. Um recipiente de vidro (γ = 0,27 ⋅ 10–4 ºC–1) de 300 cm3 de volume está completamente cheio de determinado líquido (γ = 2,77 ⋅ 10–4 ºC–1). - sam 5 cm3 do líquido. Determine a) a dilatação do recipiente: b) a dilatação real do líquido: c) a dilatação aparente do líquido: d) o coeficiente de dilatação aparente do lí- quido: Para fazer 33Física Termologia 4. Em relação ao exercício anterior, qual a razão de o coeficiente aparente ser diferente do coeficiente real do líquido? 5. Alguns tanques de combustível de automóveis são feitos de alumínio (α Al = 6,6 ⋅ 10–5 ºC–1). Admita um tanque de capacidade total de 60 litros (60 L), que esteja completamente cheio de álcool (γ A = 1,1 ⋅ 10–3 ºC–1). Responda: a) Se a temperatura ambiente subir 10 ºC, qual será a quantidade de combustível que poderá ser derramada? b) A quantidade que se pode ver derramar é a dilatação total do líquido? 6. (PUC Minas – MG) Um recipiente de vidro está completamente cheio de um determina- do líquido. O conjunto é aquecido fazendo com que transborde um pouco desse líquido. A quantidade de líquido transbordado repre- senta a dilatação: a) do líquido, apenas. b) do líquido menos a dilatação do recipiente. c) do recipiente, apenas. d) do recipiente mais a dilatação do líquido. 7. (UFG – GO) No verão, na cidade de Goiânia, há uma variação de temperatura entre o dia e a noite de aproximadamente 20 ºC. Um mora- dor da cidade aproveita a baixa temperatura da noite para abastecer seu automóvel, e o faz até completar o tanque de 50 litros. Esse automó- vel permanece desligado até as 12 horas do ou- tro dia quando a temperatura está alta. Sabe-se que a gasolina possui coeficiente de dilatação volumétrica de 1,0 ⋅ 10–3 ºC–1. Desprezando a dilatação do tanque de combustível e conside- rando as condições expostas, calcule o volume de gasolina que transbordará pelo suspiro do tanque do carro desse morador: 34 Conquista Modular Dilatação anômala da água Você já foi enganado pelo gelo dentro de forminhas em sua geladeira? Há situações em que, tanto olhando quanto tocando sua superfície, conclui-se que a água se encontra no estado sólido, porém, ao tentar retirar o gelo da forma, percebe-se que a parte de baixo ainda estava líquida. Por que o gelo congela de cima para baixo? Para entender esse comportamento da água, será analisa- da a dilatação térmica de um objeto constituído por uma subs- tância qualquer, cujo volume varia com a temperatura, de forma considerada normal. Classifica-se por normal a substância que dilata ao ser aquecida e contrai ao ser esfriada. Como essas variações de volume não são acompanhadas por variações na massa, ocorrem variações na densidade, dada por: d = m V Em que: d → densidade (kg/m3). m → massa (kg). V → volume (m3). Pela equação anterior, conclui-se que, para uma mesma massa, densidade e volume são grandezas inversamente pro- porcionais. Observe a tabela: Temperatura Volume Densidade Aumenta (↑) Aumenta (↑) Diminui (↓) Diminui (↓) Diminui (↓) Aumenta (↑) Representando graficamente o volume e a densidade em função da temperatura, observa-se que, conforme o volume aumenta, a densidade diminui. Volume V 0 Temperatura Densidade d 0 Temperatura Porém, algumas substâncias são exceções para temperaturas próximas ao seu ponto de fusão. Quando a temperatura aumenta, ao contrário do esperado, o volume diminui e, quando a temperatura diminui, o volume aumenta. Assim, tem-se: Temperatura Volume Densidade Aumenta (↑) Diminui (↓) Aumenta (↑) Diminui (↓) Aumenta (↑) Diminui (↓) Entre as raras exceções, a água merece destaque, principalmente pela sua importância para a vida neste planeta. Entre 0 ºC e 4 ºC, ela tem comportamento anômalo, mas, para temperaturas acima de 4 ºC, seu comportamento é normal. Observe os gráficos e compare com os anteriores: Volume Temperatura V0 4o 8o X Densidade Temperatura d0 4o 8o X © Sh ut te rs to ck /D en is P ep in Você sabe o que esse homem está fazendo? Ele está pescando. E não é peixe congelado. É peixe vivo. Abaixo do gelo, a água permanece líquida, garantindo vida em lugares cujo clima é hostil. 35Física Termologia Para fazer 1. Esboce qualitativamente, para um líquido cujo comportamento seja normal e para a água, os gráficos do volume e da densidade em função da temperatura, desde 0 ºC até uma temperatura qualquer, abai- xo do ponto de ebulição. Considere que, na situação inicial, seu volume seja V 0 e sua densidade d 0 : Líquido cujo comportamento é normal Água 2. (ENEM) De maneira geral, se a temperatura de um líquido comum aumenta, ele sofre dilatação. O mesmo não ocorre com a água, se ela estiver a uma temperatura próxima a de seu ponto de con- gelamento. O gráfico mostra como o volume específico (inverso da densidade) da água varia em função da temperatura, com uma aproximação na região entre 0 ºC e 10 ºC, ou seja, nas proximi- dades do ponto de congelamento da água. HALLIDAY & RESNICK. Fundamentos de Física: Gravitação, Ondas e Termodinâmica. v. 2. Rio de janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1991. Congelamento delagos e a vida marinha Admita que um lago ou rio, situado em uma região muito fria, esteja passando por um processo de resfriamento na transição do outono para o inverno. A partir de temperaturas maiores de 4 ºC, a água tem um comportamento normal, ou seja, quanto mais aquecida, maior será o seu volume e menor a sua densidade. Por isso, água mais quente permanece nas camadas de cima e mais frias, nas de baixo. Porém, quando a temperatura atinge valores abaixo de 4 ºC, o comportamento passa a ser anômalo e, consequentemente, ao resfriar de 4 ºC para 0 ºC, o volume aumenta e a densidade diminui. Assim, para essa faixa de temperatura, quanto mais fria for a água, menos densa ela será, permanecendo na par- te de cima do lago, enquanto a mais quente ficará na parte de baixo. É por essa razão que os rios e lagos de regiões frias começam a congelar de cima para baixo e, dependendo da espessura dessa camada de gelo, é possível que ela se torne isolante térmica, impedindo que a parte de baixo do lago se congele, mantendo, assim, o ecossistema de seu interior. 36 Conquista Modular A partir do gráfico, é correto concluir que o volume ocupado por certa massa de água: a) diminui em menos de 3% ao se resfriar de 100 ºC a 0 ºC. b) aumenta em mais de 0,4% ao se resfriar de 4 ºC a 0 ºC. c) diminui em menos de 0,04% ao se aque- cer de 0 ºC a 4 ºC. d) aumenta em mais de 4% ao se aquecer de 4 ºC a 9 ºC. e) aumenta em menos de 3% ao se aquecer de 0 ºC a 100 ºC. 3. (PUC Minas – MG) Quando aumentamos a temperatura dos sólidos e dos líquidos, nor- malmente seus volumes aumentam. Entre- tanto, algumas substâncias apresentam um comportamento anômalo, como é o caso da água, mostrado no gráfico a seguir. Assinale a afirmativa correta: a) O volume da água aumenta e sua densida- de diminui, quando ela é resfriada abaixo de 4 ºC. b) Entre 4 ºC e 0 ºC, a diminuição de tempe- ratura faz com que a água se torne mais densa. c) Quando a água é aquecida, a partir de 4 ºC sua densidade e seu volume aumentam. d) Quando a água está a 4 ºC, ela apresenta a sua menor densidade. 4. (UFPEL – RS) A água, substância fundamental para a vida no planeta, apresenta uma gran- de quantidade de comportamentos anôma- los. Suponha que um recipiente, feito com um determinado material hipotético, se en- contre completamente cheio de água a 4 ºC. De acordo com o gráfico e seus conhecimen- tos, é correto afirmar que: a) apenas a diminuição de temperatura fará com que a água transborde. b) tanto o aumento da temperatura quanto sua diminuição não provocarão o trans- bordamento da água. c) qualquer variação de temperatura fará com que a água transborde. d) a água transbordará apenas para tempe- raturas negativas. e) a água não transbordará com um aumento de temperatura, somente se o calor especí- fico da substância for menor que o da água. 1. (UFG) Num dia quente em Goiânia, 32 ºC, uma dona de casa coloca álcool em um recipiente de vidro graduado e lacra-o bem para evitar eva- poração. De madrugada, com o termômetro acusando 12 ºC, ela nota surpresa que, apesar do vidro estar bem fechado, o volume de álcool reduziu. Sabe-se que o seu espanto não se justi- fica, pois trata-se do fenômeno da dilatação tér- mica. A diminuição do volume foi de: (Considere o coeficiente de dilatação térmica vo- lumétrica do álcool: γálcool = 1,1 ⋅ 10–3 ºC–1 → γ) a) 1,1% b) 2,2% c) 3,3% d) 4,4% e) 6,6% 2. (ESPCEX – SP) Um estudante de Física, desejando medir o coeficiente de dilatação volumétrico de uma substância líquida, preenche completamen- te um recipiente de 400 cm3 de volume interno com a referida substância. O conjunto encon- tra-se inicialmente à temperatura de equilíbrio t 1 = 10 ºC e é aquecido até a temperatura de equilíbrio t 2 = 90 ºC. O coeficiente de dilatação volumétrica do recipiente é α = 4,0 ⋅ 10–5 ºC–1. Sabendo que houve um transbordamento de 20 cm3 do líquido, o coeficiente de dilatação da substância líquida é de: a) 2,25 ⋅ 10–4 ºC–1 b) 5,85 ⋅ 10–4 ºC–1 c) 6,25 ⋅ 10–4 ºC–1 d) 6,65 ⋅ 10–4 ºC–1 e) 1,03 ⋅ 10–3 ºC–1 Atividades 37Física Termologia 3. (FEI – SP) Um recipiente, cujo volume é de 1 000 cm3, a 0 ºC, contém 980 cm3 de um líquido à mesma temperatura. O conjunto é aquecido e, a partir de uma certa temperatura, o líquido começa a transbordar. Sabendo-se que o coe- ficiente de dilatação cúbica do recipiente vale 2,0 ⋅ 10–5 ºC–1 e o do líquido vale 1,0 ⋅ 10–3 ºC–1, determine a temperatura no início do transbor- damento do líquido. 4. (UERJ) Considere um recipiente R cujo volume interno encontra-se totalmente preenchido por um corpo maciço C e um determinado líquido L, conforme o esquema: A tabela indica os valores relevantes de duas das propriedades físicas dos elementos desse sistema: Elementos Coeficiente de dilatação γ (°C–1) Massa específica μ (103 kg/m3) Recipiente 8 · 10–5 — Líquido 20 · 10–5 2 Corpo maciço 4 · 10–5 6 Admita que o sistema seja submetido a variações de temperatura tais que os valores das proprie- dades físicas indicadas permaneçam constantes e que o líquido e o corpo continuem a preencher completamente o volume interno do recipiente. Calcule a razão que deve existir entre a massa MC do corpo e a massa ML do líquido para que isso ocorra. 5. (UNESP) Um tanque de gasolina de automóvel tem um volume máximo recomendado, a fim de evitar que, com o aumento da temperatura, vaze gasolina pelo “ladrão”. Considere que o tanque seja feito de aço inoxidável e tenha um volume máximo de 50 L. Calcule o volume de gasolina que sairia pelo “ladrão” caso o tanque estivesse to- talmente cheio e sua temperatura subisse 20 ºC. Use para os coeficientes de dilatação volumétrica da gasolina e linear do aço, respectivamente: γ gasolina = 1,1 ⋅ 10–3 ºC–1 e γ aço = 1,1 ⋅ 10–5 ºC–1 6. (UFOP – MG) As sentenças seguintes são verda- deiras, exceto: a) A água misturada à tinta vermelha pode ser utilizada para construir um termômetro de água colorida para medir temperaturas de 1 ºC até 60 ºC. b) O eixo e as rodas da locomotiva são fabrica- dos com aço. O eixo e as rodas são montados com mais facilidade se o eixo for resfriado e a roda mantida à temperatura ambiente. c) A área das placas de azulejo empregadas na construção civil aumenta com o aumento da temperatura. Essa é uma razão pela qual são deixados espaçamentos entre as placas para compensar a dilatação. d) O volume ocupado por uma massa de gelo a –10 ºC é maior que o volume ocupado pela mesma massa de água a 20 ºC. Isso é uma das causas da quebra de embalagens de vi- dro cheias de água quando colocadas em congelador. 7. (UFU - MG) Um frasco de capacidade para 10 litros está completamente cheio de glicerina e encontra-se à temperatura de 10 ºC. Aquecen- do-se o frasco com a glicerina até atingir 90 ºC, observa-se que 352 ml de glicerina transborda do frasco. Sabendo-se que o coeficiente de dila- tação volumétrica da glicerina é 5,0 · 10–4 ºC–1, o coeficiente de dilatação linear do frasco é, em ºC–1. a) 6,0 · 10–5 b) 2,0 · 10–5 c) 4,4 · 10–4 d) 1,5 · 10–4 e) 3,0 · 10–4 38 Conquista Modular Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Temperatura e calor. 2. Potência. 3. Capacidade térmica e calor específico. 4. Equação fundamental da calorimetria. P. Im ag en s/ Pi th Você já viu alguém apagando velas de ani- versário com os dedos? Mesmo que a tempera- tura da chama seja superior a 520 °C, não é pre- ciso ter muita coragem para fazê-lo. Basta, com as pontas dos dedos polegar e indicador, apertar e soltar rapidamente o pavio e a chama se apa- gará imediatamente. No entanto, deve-se tomar muito cuidado com panelas e chaleiras que con- tenham água fervendo, pois, mesmo essa água estando a no máximo 100 °C, o contato com esse líquido pode provocar queimaduras graves. Por que uma panela com água a 100 °C nos oferece mais perigo que uma vela a mais de 520 °C? Para dar uma resposta satisfatória,deve-se compreender que não é a temperatura que pro- voca queimaduras, mas, sim, a quantidade de energia térmica trocada entre os corpos e, nes- se caso, como os dedos tocam a base da chama por um curto intervalo de tempo, não há trans- ferência de energia suficiente para provocar do- res ou lesões. Essa quantidade de energia que transitou da vela para os dedos é denominada pela Física de calor. Dentro de uma panela aberta, a água em ebulição possui temperatura de no máximo 100 °C Em uma vela, a temperatura da chama pode variar de 520 °C até valores próximos de 1 200 °C. © S hu tte rs to ck /M at th ew B en oi t 39Física Termologia Calorimetria4 Calor no cotidiano As palavras “calor” e “tem- peratura” fazem parte tan- to da linguagem científica quanto da linguagem coti- diana. Certamente, conver- sando informalmente com amigos, você já ouviu frases, como “estou com calor”, “no último verão fez muito calor”, “aqui está calor”, entre outras. Normalmente, quando tais expressões são usadas, faz-se referência a uma temperatura ambiente elevada. É como se, no dia a dia, a palavra “calor” fos- se sinônimo de temperatura alta. Porém, para a Física, esses dois conceitos (calor e temperatura) possuem signi- ficados distintos. Temperatura e calor Muitas vezes, a Física empresta palavras de uso cotidiano para nomear conceitos ou fenômenos por ela estudados. Estas, que antes eram usadas para expressar apenas situações do dia a dia, passam a ter mais um significado, específico para tratar de temas ligados à Física. As palavras “calor” e “temperatura” são bons exemplos. Cientificamente, elas podem ser descritas assim: Temperatura é uma grandeza associada ao grau médio da agitação térmi- ca das partículas de um corpo. Calor é a energia térmica em trânsito, que passa espontaneamente do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Se determinada quantidade de energia é transferida de um corpo para outro, aquele que perde energia diminui sua temperatura e, por isso, as partículas que o compõem passam a vibrar menos; o que recebe a energia tem sua temperatura aumentada, consequentemente as partículas vibram mais. Quando a energia térmica está no corpo, ela é denominada ener- gia interna, mas quando a energia térmica está em trânsito, passando de um corpo para outro, ela é denominada calor. Assim, frases, como “estou com calor” ou “este corpo tem calor”, não devem ser usadas em textos de Física, pois, para essa ciência, o conceito de calor tem significado muito específico: calor é energia térmica em trânsito. Condição para que exista troca de calor Todos sabem que não se deve colocar as mãos em água fervendo, pois, por estar mais quente, ela cederia uma grande quantidade de calor, provocando queimaduras. Mas o que ocorre caso se toque em um líquido muito frio, como o nitrogênio líquido, a –196 °C, que é muito usado para conservar semens de bovinos destinados à inseminação artificial? A res- posta é: queimadura grave. Mas por quê? Será que o nitrogênio líquido também cederia calor para as mãos? Não. Pelo contrário, as mãos é que cederiam calor para ele, podendo provocar lesões tão dolorosas quanto as provocadas pela água quente. Ganhar ou perder muita energia térmica, em um curto intervalo de tempo, pode ser perigoso. Para que os corpos troquem calor, é necessário que estejam em diferentes temperaturas. O calor passa espontaneamente do corpo mais quente para o corpo mais frio e essa troca só cessa quando ambos entram em equilíbrio térmico, ou seja, quando atingem a mesma temperatura. Para fazer O texto a seguir refere-se às questões de 1 a 7. Nas figuras, há dois recipientes contendo amostras de um mesmo gás: As bolinhas representam partículas e, ime- diatamente abaixo de cada uma delas, há um número que indica sua energia ci- nética, em uma unidade de medida qual- quer. A seguir, definições que devem ser consideradas. I. Energia interna (U): equivale à soma das energias cinéticas de todas as partículas da amostra (∑E c ). II. Energia cinética média (E CM ): relação entre a energia interna (U) e o número (N) de partículas que compõem o gás. 40 Conquista Modular 1. Analise as amostras A e B: a) Calcule a energia interna inicial da amos- tra A (Ui A = ∑E c ): b) Qual o número de partículas da amostra A (N A )? c) Calcule a energia cinética média da amos- tra A E U NCM A i A A � � � � � � : d) Calcule a energia interna inicial da amos- tra B (Ui B = ∑E c ): e) Qual o número de partículas da amostra B (N B )? f) Calcule a energia cinética média da amos- tra B E U NCM B i B B � � � � � � : 2. Analisando os valores obtidos no exercício anterior, responda às questões: a) Qual das amostras possui a maior energia in- terna? b) Qual das amostras possui a maior energia ci- nética média? c) Lembrando que a temperatura é propor- cional à energia cinética média, qual das amostras possui a maior temperatura? d) O corpo que possui a maior temperatura é o que possui a maior energia interna ou é o que possui a maior energia cinética média? 3. Na natureza, ao se colocarem em contato corpos que estejam a temperaturas diferen- tes, os mais quentes esfriam e os mais frios esquentam, até atingirem a mesma tempe- ratura. Quando as temperaturas se igualam, diz-se que os corpos entraram em equilíbrio térmico. Imagine agora que as amostras ga- sosas do exercício 1 entrem em contato em um meio especial, que permita trocas de energia entre elas, porém sem permitir que as partículas de uma e outra se misturem. Quando atingirem o equilíbrio térmico, am- bas terão a mesma: ( ) energia interna. ( ) energia cinética média. ( ) velocidade. 4. Uma das leis mais importantes da Física é a lei da conservação da energia. Energia não se perde, não se cria, mas pode se transformar e se transferir de um sistema para outro. No caso de duas amostras que só trocam calor entre si e não realizam trabalho, a energia in- terna do conjunto (UA + UB) se conserva. No final, quando o sistema atingir o equilíbrio térmico, as duas amostras terão a mesma temperatura e, consequentemente, a mesma energia cinética média. Em outras palavras, é como se a energia interna total (UA + UB) ficasse igualmente distribuída entre todas as partículas que compõem as amostras (NA + NB). Assim: E (U U ) (N N )CM A B A B (A B) � Utilizando a equação anterior, calcule a ener- gia cinética média das partículas na situação de equilíbrio térmico: 41Física Termologia 5. A seguir, analise a amostra A após o equilí- brio térmico ser atingido, lembrando que não há transferência de matéria de uma amos- tra para outra. Há, apenas, transferência de energia e, devido a essa troca, admita que, no final, todas as partículas possuirão a mes- ma energia cinética média, calculada no exer- cício 4. a) Desenhe a amostra A e, embaixo de cada partícula, coloque sua respectiva energia cinética: b) Calcule a energia interna final da amostra A (Uf A = ∑E c ): c) Comparando a energia interna final com a inicial da amostra A, conclui-se que ela: ( ) ganhou energia. ( ) perdeu energia. d) Para calcular qual foi a variação de energia interna da amostra A, basta usar a seguin- te equação: ΔU A = Uf A – Ui A . Determine o valor dessa variação: e) Qual é o sinal da resposta? Positivo (+) ou negativo (–)? O que ele significa do ponto de vista da Física? 6. A seguir, analise a amostra B após o equilí- brio térmico ser atingido, lembrando que não há transferência de matéria de uma amostra para outra. Há apenas transferência de ener- gia e, devido a essa troca, admita que no final todas as partículas possuirão a mesma ener- gia cinética média, calculada no exercício 4. a) Desenhe a amostra B e, embaixo de cada partícula, coloque a sua respectiva ener- gia cinética: b) Calcule a energia interna final da amostra B (Uf B = ∑E c ): c) Comparando a energiainterna final com a inicial da amostra B, conclui-se que ela: ( ) ganhou energia. ( ) perdeu energia. d) Para calcular qual foi a variação de energia interna da amostra B, basta usar a seguin- te equação: ΔU B = Uf B – Ui B . Determine o valor dessa variação: e) Qual é o sinal da resposta? Positivo (+) ou negativo (–)? O que ele significa do ponto de vista da Física? 7. A que conclusão é possível chegar comparan- do o item d dos exercícios 5 e 6? 42 Conquista Modular Unidades de medida da grandeza física “calor” Como calor é energia (em trânsito), para medi-lo, pode-se usar qualquer unidade de energia. Existem várias unidades possíveis, porém as mais utilizadas são o joule (J), unida- de pertencente ao SI, e a caloria (cal), muito usada para avaliar a quantidade de energia em alimentos. Havendo necessidade de converter essas unidades, adote a seguinte relação: 1 cal = 4,18 J. Para fazer 1. (FATEC – SP) Na segunda metade do século XVIII, Joseph Black apresentou, com seus es- tudos, a distinção entre os conceitos de ca- lor e temperatura. Verificou que, quando se mistura água quente com água fria, não é a temperatura que passa da água quente para a fria, e sim o calor. Sobre esses conceitos, é correto afirmar que: a) calor é uma forma de energia que se atri- bui somente aos corpos quentes. b) temperatura é energia térmica trocada entre corpos em equilíbrio térmico. c) dois corpos com massas iguais apresen- tam quantidades de calor iguais. d) dois corpos em equilíbrio térmico apre- sentam a mesma temperatura. e) calor é uma forma de energia que não se apresenta em corpos frios. 2. (CEFET – PI) A British Thermal Unit (BTU) é uma unidade de energia bastante utilizada em manuais técnicos para exprimir as carac- terísticas de equipamentos e máquinas tér- micas, como o aparelho de ar-condicionado, fornos industriais, etc., é equivalente aproxi- madamente a 252,4 calorias. Sabendo-se que 1 cal = 4,18 J, 1 BTU equivale, aproximada- mente, a: a) 100 J b) 60,4 J c) 1 055 J d) 150 J e) 200 J 3. Calcule a potência, em W, de uma fonte térmica que fornece 500 J de calor em dois segundos: 4. Determinada fonte térmica tem potência de 1 000 W. O que isso significa? 5. Responda às perguntas a seguir: a) Qual é a potência de uma fonte térmica que fornece 4 180 cal de calor em dois mi- nutos? b) Qual é o significado físico do resultado obtido no item anterior? c) Qual é o valor dessa potência no Sistema Internacional? 6. O manual técnico de determinado modelo de aquecedor de água para residências, cuja fonte de energia é o gás, registra o seguinte dado: 32 465 kcal/h. a) Esse dado trata da grandeza física: ( ) calor ( ) potência ( ) energia interna b) O que significa esse valor? 43Física Termologia c) Qual é a quantidade de calor, em calorias, que esse aquecedor fornece por minuto? d) Converta o valor da grandeza apresentada no enunciado para a unidade correspon- dente do Sistema Internacional: Potência O conceito de potência expressa a relação entre a energia transformada ou transferida e o intervalo de tempo em que ocorre. Assim: P = En Δt Em que: P → potência, cuja unidade no SI é W (watt). En → energia transformada ou transferida, no caso o calor, cuja unidade no SI é J (joule). Δt → intervalo de tempo em que houve a transferência de energia, cuja unidade no SI é s (segundo). Capacidade térmica e calor específico Se for transferida uma mesma quantidade de calor para dois corpos diferentes, tais como um pequeno pedaço de ferro e um recipiente contendo dez litros de água, será que ambos terão uma mesma variação em suas temperaturas? Parece óbvio que não. Alguns cor- pos, devido às suas características físicas, ao receberem uma mesma quantidade de energia (calor), variam mais sua temperatura do que outros. Para avaliar o comportamento térmico de um corpo, pode-se usar uma grandeza chamada capacidade térmica. Capacidade térmica Define-se capacidade térmica (C) como a relação entre a quantidade de calor (Q) que determinado corpo troca e a consequente variação de temperatura que nele ocorre (Δθ). Assim: C = Q Δθ Em que: C → capacidade térmica, cuja unidade no SI é J/K (joule/kelvin), porém diversas outras unidades podem ser usadas e uma das mais frequentes é a cal/°C. 44 Conquista Modular Q → quantidade de calor trocada, cuja unidade no SI é J (joule), porém diversas outras unidades podem ser usadas e uma das mais frequentes é a cal. Δθ → variação de temperatura que ocorre no corpo, cuja unidade no SI é K (kelvin), porém diversas outras unidades podem ser usadas e uma das mais frequentes é o °C. Se a capacidade térmica de um objeto qualquer for de 10 cal/°C, significa que, para a tem- peratura desse corpo variar 1 °C, é necessário que ele troque uma quantidade de calor de 10 cal. Se ele ganhar 10 cal, a temperatura aumentará 1 °C e, se perder, diminuirá a mesma quantidade. Imagine que, em duas bocas iguais de um mesmo fogão, sejam colocados dois reci- pientes com água. O volume do primeiro é 1 litro; do segundo, 10 litros. Se as bocas forem acesas e apagadas simultaneamente, pode-se garantir que os dois recipientes receberão uma mesma quantidade de calor. Admitindo-se que a energia térmica transferida para as massas de água tenha provocado apenas variação de temperatura, qual delas estará mais quente no final? A de menor massa deve aquecer mais, certo? Isso significa que, embora as amostras tenham recebido uma mesma quantidade de calor, uma delas aqueceu mais, levando a crer que existe uma relação entre massa e capacidade térmica. Por isso, atualmente, elas são definidas como grandezas diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior a massa, maior será a capacidade térmica. Grandezas diretamente proporcionais podem compor uma equação do primeiro grau, desde que se saiba qual a constante de proporcionalidade entre elas. Assim: C = m ⋅ c Em que: C → capacidade térmica, cuja unidade no SI é J/K (joule/kelvin), porém diversas outras unidades podem ser usadas e uma das mais frequentes é a cal/°C. m → massa, cuja unidade no SI é kg (quilograma), porém diversas outras unidades po- dem ser usadas e uma das mais frequentes é o grama (g). c → constante de proporcionalidade chamada calor específico, cuja unidade no SI é J/(kg ⋅ K) – joule/(quilograma ⋅ kelvin). Diversas outras unidades podem ser usadas e uma das mais frequentes é a cal/(g ⋅ °C) – caloria/(grama ⋅ grau Celsius). Calor específico A constante de proporcionalidade c é denominada calor específico. Essa grandeza revela o comportamento térmico do material de que é feito o corpo. A água, por exemplo, tem calor específico de 1 cal/(g ⋅ °C). Isso significa que, para 1 g de água variar 1°C, é necessário que ele troque uma quantidade de calor de 1 cal. Cada material tem o seu calor específico e a tabela abaixo traz alguns exemplos: Substância Calor específico em cal/g °C Água 1,0 Álcool etílico 0,6 Gelo 0,5 Alumínio 0,2 Ferro 0,1 Observe que o calor específico da água é muito alto e, por isso, há uma tendência de ela absorver muito calor para que ocorra uma pequena variação de temperatura. Também, por essa razão, é aconselhável usá-la para resfriar superfícies queimadas. 45Física Termologia Para fazer 1. Escreva o que significam as informações dos itens a e b: a) A capacidade térmica de um corpo é igual a 50 cal/ºC: b) O calor específico de certa substância é 0,2 cal/(g ⋅ ºC): 2. (UNIMONTES – MG) Foi observado que, pela manhã, em regiões litorâneas, o mar está mais frio que a areia. A água demora mais para se aquecer, pois precisa de maior quan- tidade de calor para sofrer a mesma variação de temperatura sofrida pela areia. Isso indica que a água pode ter um(a): a) calor específico maior que o da areia. b) calor específico menor que o da areia. c) estado de agregação. d) capacidade térmica menor que a de uma mesma massa de areia. 3. (UEPG – PR) Quantoà transferência de ener- gia térmica, assinale o que for correto: (01) Corpos diferentes apresentarão tempe- raturas diferentes após recebimento de calor num determinado tempo. (02) A energia cinética média das partículas individuais está diretamente relacionada com a temperatura de uma substância. (04) Quanto maior o calor específico de uma substância, maior será a dificuldade em fazer variar a sua temperatura. (08) O calor específico é de maior valor nas substâncias sólidas do que nas substân- cias líquidas. 4. (MACKENZIE – SP) Um bloco metálico de ca- pacidade térmica 150 cal/ ºC é colocado no interior de um forno. Esse bloco atinge o equilíbrio térmico após receber 39 kcal, não variando seu estado de agregação. A varia- ção de temperatura sofrida por esse bloco, na escala Fahrenheit, é: a) 246 ºF b) 289 ºF c) 367 ºF d) 402 ºF e) 468 ºF Equação fundamental da calorimetria Para o cálculo da capacidade térmica de um corpo, são estudadas duas equações. São elas: C = Q Δθ C = m ⋅ c Como as duas equações calculam a mesma grandeza, é possível escrevê-las assim: Q Δθ = m ⋅ c Conclui-se, então, que: Q = m ⋅ c ⋅ Δθ A equação anterior permite o cálculo da quantidade de calor (Q) trocada por um corpo, quando nele ocorrer apenas variação em sua temperatura. Essa quantidade de calor costuma ser chamada de “calor sensível” e pode ser calculada pela multiplicação de sua massa (m), seu calor específico (c) e sua variação de temperatura (Δθ). 46 Conquista Modular Para fazer 1. (UCS – RS) Um grão de milho de massa igual a 2 gramas, calor específico de 0,6 cal/g ⋅ ºC e temperatura inicial de 20 ºC é colocado den- tro de uma panela com óleo fervente. Supo- nha que, no instante em que atingiu 100 ºC, o grão de milho tenha estourado e virado uma pipoca. Que quantidade de calor ele re- cebeu dentro da panela para isso acontecer? a) 126 calorias. b) 82 calorias. c) 72 calorias. d) 120 calorias. e) 96 calorias. 2. (PUC-Rio – RJ) Quanto calor precisa ser dado a uma placa de vidro de 0,3 kg para aumen- tar sua temperatura em 80 ºC? (Considere o calor específico do vidro como 70 J/kg ⋅ ºC) a) 1 060 J b) 1 567 J c) 1 680 J d) 1 867 J e) 1 976 J 3. (UNCISAL) A temperatura média da água do mar em uma praia de Alagoas é de 28 ºC no verão e de 18 ºC no inverno. Sendo a densi- dade da água do mar d = 1 030 kg/m3 e seu calor específico c = 4 180 J/(kg ⋅ K), a quanti- dade de calor cedida por m3 de água do mar em seu resfriamento entre o verão e o inver- no é, em joule, aproximadamente: a) 1,2 ⋅ 102 b) 2,1 ⋅ 103 c) 2,8 ⋅ 104 d) 3,6 ⋅ 106 e) 4,3 ⋅ 107 4. (UERJ) Um adulto, ao respirar durante um mi- nuto, inspira, em média, 8,0 litros de ar a 20 ºC, expelindo-os a 37 ºC. Admita que o calor específico e a densidade do ar sejam, res- pectivamente, iguais a 0,24 cal ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 e 1,2 g ⋅ L–1. Nessas condições, a energia míni- ma, em quilocalorias, gasta pelo organismo apenas no aquecimento do ar, durante 24 horas, é aproximadamente igual a: a) 15,4 b) 35,6 c) 56,4 d) 75,5 1. (UEPG – PR) A respeito de dois corpos de mes- ma massa (m 1 = m 2 ) e diferentes capacidades térmicas (C 1 2 ) que recebem quantidades iguais de calor (ΔQ 1 = ΔQ 2 ), assinale o que for correto: (01) O corpo de maior capacidade térmica expe- rimenta menor variação de temperatura. (02) O corpo de maior calor específico experi- menta menor variação de temperatura. (04) O corpo de menor capacidade térmica ex- perimenta maior variação de temperatura. (08) Os dois corpos experimentam a mesma variação de temperatura. 2. (UEG – GO) Dois corpos A e B são aquecidos me- diante a absorção de energia, como é mostrado no gráfico. No intervalo de temperatura mostra- do, é correto afirmar: a) A capacidade térmica do corpo B é igual a 2,5 cal/ ºC. b) O calor específico do corpo A é zero. c) A capacidade térmica do corpo A é 2 cal/ ºC. d) O corpo B precisa de mais energia que A para obter a mesma elevação de temperatura. Atividades 47Física Termologia 3. (ENEM) Com o objetivo de se testar a eficiência de fornos de micro-ondas, planejou-se o aque- cimento em 10 ºC de amostras de diferentes substâncias, cada uma com determinada massa, em cinco fornos de marcas distintas. Nesse teste, cada forno operou à potência máxima. O forno mais eficiente foi aquele que: a) forneceu a maior quantidade de energia às amostras. b) cedeu energia à amostra de maior massa em mais tempo. c) forneceu a maior quantidade de energia em menos tempo. d) cedeu energia à amostra de menor calor es- pecífico mais lentamente. e) forneceu a menor quantidade de energia às amostras em menos tempo. 4. (ENEM) O Sol representa uma fonte limpa e ines- gotável de energia para o nosso planeta. Essa energia pode ser captada por aquecedores sola- res, armazenada e convertida posteriormente em trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação – potência solar incidente na superfície da Terra – seja de 800 watts/m2. Uma usina ter- mossolar utiliza concentradores solares parabó- licos que chegam a dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior a 400 ºC. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica. Disponível em: <http://www.bassalo.com.br/blog/ wp-content/uploads/7.png>. Considerando que a distância entre a borda infe- rior e a borda superior da superfície refletora te- nha 6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e que o calor específico da água é 1 cal ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 = = 4 200 J ⋅ kg–1 ⋅ ºC–1, então o comprimento li- near do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 t) de água de 20 ºC para 100 ºC, em uma hora, estará entre: a) 15 m e 21 m. b) 22 m e 30 m. c) 105 m e 125 m. d) 680 m e 710 m. e) 6 700 m e 7 150 m. 5. (ENEM) As especificações de um chuveiro elétri- co são: potência de 4 000 W, consumo máximo mensal de 21,6 kWh e vazão máxima de 3 L/min. Em um mês, durante os banhos, esse chuveiro foi usado com vazão máxima, consumindo o valor máximo de energia especificado. O calor específico da água é de 4 200 J/(kg °C) e sua den- sidade é igual a 1 kg/L. A variação da temperatura da água usada nesses banhos foi mais próxima de a) 16 °C. b) 19 °C. c) 37 °C. d) 57 °C. e) 60 °C. 6. (PUCPR) No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1 410 W/m2 de intensidade de energia, medição feita numa superfície normal (em ân- gulo reto) com o Sol. Disso, aproximadamente 19% é absorvido pela atmosfera e 35% é refletido pelas nu- vens. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior par- te da energia solar está na forma de luz visível e luz ultravioleta. Fonte: (Adaptado) USINA ECOELÉTRICA. Energia Solar. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia /energia_solar/energia_solar.html>. Acesso em: 09 mar. 2017. Uma placa de aquecimento solar de eficiência 20% e 1 m2, funcionando por 1 h, é capaz de variar a temperatura de 3,6 litros de água em aproximadamente: Dado: calor específico da água c = 4,2 kJ/(kg · °C); densidade da água d = 1 kg/m3. a) 12 °C. b) 31 °C. c) 75 °C. d) 98 °C. e) 121 °C. 48 Conquista Modular Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Equação das trocas de calor. O leite in natura é um alimento bastante perecível. Para diminuir a possibilidade de transmissão de doenças, costuma-se usar um dos vários métodos existentes de pasteu- rização. Trata-se de um processo que consiste em aquecer e, em seguida, resfriar o leite, controlando tanto a temperatura quanto o tempo de cada etapa. Desde que devidamen- te executados, esses métodos per- mitemeliminar micro-organismos patogênicos sem que o sabor seja alterado e sem destruir significati- vamente a quantidade de nutrien- tes. No caso dos leites longa vida, utiliza-se o método Ultra High Tem- perature (UHT),, ou seja, tempera- tura ultraelevada) em que, por um período de poucos segundos, a tem- peratura do leite é elevada a valores próximos de 150 °C. Se um físico metódico, usando apenas termos técnicos, quisesse descrever o processo de pasteuriza- ção sob o ponto de vista da calori- metria, poderia dizer que: na pasteu- rização, a equação das trocas de calor permite calcular a quantidade de energia que o líquido ganha e que provoca significativo aumento tanto em sua energia interna quanto na energia cinética média de suas par- tículas. Em seguida, ao perder uma quantidade apropriada de calor, as energias interna e cinética média diminuem. Equação das trocas de calor Analisar trocas de calor pode ser uma tarefa difícil, pois, em situações reais, são muitos os detalhes que devem ser considerados. Assim, supõe-se uma situação idealizada em que os objetos que trocam energia estejam dentro de um recipiente isolado termicamente, ou seja, que não permita trocas de calor entre os meios interno e externo. Esses recipientes são chamados de calorímetro ideal ou também de vaso adiabático, que se constituem em “caixas” onde são colocados objetos que trocam determinada quantidade de calor entre si, mas sem permitir a entrada ou a saída de energia térmica. © P.I m ag en s/ Pi th Você já viu a sigla UHT em embalagens de leite longa vida? Ela indica o tipo de pasteurização que foi usado em sua fabricação. 49Física Termologia 5 Trocas de Calor Outra simplificação a ser feita, ao menos inicialmente, é a de desprezar as trocas de calor com o recipiente, considerando apenas aquelas ocorridas entre os objetos. Em tais si- tuações, pode-se dizer que o corpo mais quente perde calor para o corpo mais frio, até que seja atingido o equilíbrio térmico entre eles. Convencionando que calor perdido tenha sinal negativo (–) e que recebido tenha sinal positivo (+), pode-se escrever que: QR = – QC → QR + QC = 0 → ∑Q = 0 Essa equação mostra que a soma dos calores trocados entre os corpos é nula, ou seja, o calor que um perdeu o outro recebeu. Não se pode esquecer que o recipiente também pode trocar calor com os objetos que estão dentro dele e, nesse caso, ele deve ser encarado como mais um elemento a fazer parte da equação. 1. (PUC-Rio – RJ) Uma quantidade m de água a 90 ºC é misturada a 1,0 kg de água a 30 ºC. O resultado final em equilíbrio está a 45 ºC. A quantidade m, em kg, vale: a) 1,00 b) 2,00 c) 0,66 d) 0,33 e) 3,00 2. (UERJ) Uma dona de casa mistura, em uma garrafa térmica, 100 mL de água a 25 ºC com 200 mL de água a 40 ºC. A temperatura final dessa mistura, logo após atingir o equilíbrio térmico, é, em graus Celsius, aproximada- mente igual a: a) 29 b) 32 c) 35 d) 38 3. (UFES) Um vasilhame isolado termicamente con- tém 996,8 g de água a 20,00 ºC. Uma amos- tra metálica de 100,0 g de ouro, a 100,0 ºC, é inserida no vasilhame. Sabendo que o ca- lor específico do ouro é 0,03200 cal/g · ºC, calcule a temperatura de equilíbrio no interior do vasilhame. A resposta correta é: a) 10,26 ºC b) 20,26 ºC c) 30,26 ºC d) 40,26 ºC e) 50,26 ºC 4. (UESPI) Misturam-se duas quantidades de massas m 1 e m 2 de uma mesma substância, as quais se encontram respectivamente a temperaturas distintas T 1 e T 2 . Sabe-se tam- bém que m 1 2 e que as trocas de calor são restritas à própria mistura. Para tal situa- ção, a temperatura final de equilíbrio desta mistura é: a) (T 1 + T 2 )/2 b) (T 1 + T 2 )1/2 c) (m 1 ⋅ T 1 + m 2 ⋅ T 2 )/(2m 1 m 2 )1/2 d) 2T 1 T 2 / (T 1 + T 2 ) e) (m 1 ⋅ T 1 + m 2 ⋅ T 2 )/(m 1 + m 2 ) Para fazer 50 Conquista Modular 5. (UFAM) O gráfico representa a temperatura de dois corpos sólidos A e B de massas iguais, em função da quantidade de calor Q recebi- da. Colocando A a 20 ºC em contato com B a 100 ºC e admitindo que a troca de calor só ocorra entre eles, a temperatura final de equilíbrio em ºC é: a) 50 b) 80 c) 60 d) 70 e) 90 6. (FUVEST – SP) O processo de pasteurização do leite consiste em aquecê-lo a altas tempe- raturas, por alguns segundos, e resfriá-lo em seguida. Para isso, o leite percorre um siste- ma, em fluxo constante, passando por três etapas: I. O leite entra no sistema (através de A), a 5 ºC, sendo aquecido (no trocador de ca- lor B) pelo leite que já foi pasteurizado e está saindo do sistema. II. Em seguida, completa-se o aquecimento do leite, através da resistência R, até que ele atinja 80 ºC. Com essa temperatura, o leite retorna a B. III. Novamente, em B, o leite quente é resfria- do pelo leite frio que entra por A, saindo do sistema (através de C), a 20 ºC. Em condições de funcionamento estáveis, e supondo que o sistema seja bem isolado termicamente, pode-se afirmar que a tempe- ratura indicada pelo termômetro T, que mo- nitora a temperatura do leite na saída de B, é aproximadamente de: a) 20 ºC b) 25 ºC c) 60 ºC d) 65 ºC e) 75 ºC 7. (UNEMAT – MT) Um calorímetro de capa- cidade térmica desprezível contém em seu interior 400 gramas de água a 25 ºC. Foi introduzido no interior desse calorímetro um corpo sólido de massa igual a 100 g e à temperatura de 100 ºC. A temperatura de equilíbrio do sistema é de 30 ºC. Logo, com os dados acima, pode-se dizer que o calor específico da substância que constitui o sóli- do é: (Dado: c água = 1,0 cal/g ⋅ ºC) a) 0,189 cal/g ⋅ ºC b) 0,201 cal/g ⋅ ºC c) 0,198 cal/g ⋅ ºC d) 0,209 cal/g ⋅ ºC e) 0,285 cal/g ⋅ ºC 8. (UNCISAL) Um calorímetro contém 200 g de água a 25 ºC. É depositado, em seu inte- rior, um bloco metálico de 100 g de massa a 95 ºC, observando-se o equilíbrio térmico a 30 ºC. Considerando o sistema isolado do meio externo, 1,0 cal/(g ⋅ ºC) o calor específi- co da água e 0,20 cal/(g ⋅ ºC) o calor específi- co do metal, a capacidade térmica do calorí- metro vale, em cal/ ºC: a) zero b) 8,0 c) 60 d) 140 e) 280 51Física Termologia AtividadesAtividades 1. (UEPG – PR) Dois pequenos blocos de alumínio, de massas m 1 e m 2 , cujas temperaturas são, res- pectivamente, T 1 e T 2 , encontram-se inicialmente isolados um do outro. Considerando que m 1 > m 2 e que T 2 > T 1 , assinale o que for correto: (01) Sendo T 2 > T 1 e m 2 > m 1 , então o bloco m 2 possui maior quantidade de calor que o bloco m 1 . (02) Uma vez que os blocos são constituídos de um mesmo material, ambos possuem a mesma capacidade térmica. (04) Se os dois blocos forem colocados em con- tato, ocorrerá um fluxo de energia, na for- ma de calor, cujo sentido será do bloco m 2 para o bloco m 1 . (08) Se os dois blocos forem colocados em con- tato, o fluxo de calor entre eles cessará quando for atingido o equilíbrio térmico. (16) Se os dois blocos forem colocados em con- tato, após ser atingido o equilíbrio térmico a temperatura dos blocos será menor que T 2 e maior que T 1 . 2. (FFFCMPA – RS) Considere as seguintes afirma- ções sobre Termologia: I. O calor específico é uma propriedade das substâncias e a capacidade térmica é uma propriedade de determinado corpo. II. A capacidade térmica pode ser expressa em J/K, e calor específico pode ser expresso em J/(kg ⋅ K). III. Sabe-se que o calor específico do vidro é 0,20 cal/(g ⋅ ºC) e o do ouro é 0,031 cal/(g ⋅ ºC). Assim, se a mesma quantidade de água, a 50 ºC for colocada em dois recipientes de mes- ma massa, a 20 ºC, um de vidro e outro de ouro, a temperatura de equilíbrio térmico entre a água e os recipientes será maior no de ouro. Quais estão corretas? a) Apenas II. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 3. (UNIOESTE – PR) Sobre o conceito de temperatu- ra e os processos que envolvem transferênciade calor, é correto afirmar que: a) Se dois corpos a temperaturas diferentes são colocados em contato, ocorre transferência de calor entre eles até que o estado de equi- líbrio térmico seja atingido. Este estado de equilíbrio térmico ocorrerá quando os corpos contiverem a mesma quantidade de calor. b) Um corpo sólido possui uma capacidade tér- mica de 8 cal/ ºC. Para que sua temperatura varie 20 ºC, é necessário que lhe seja forne- cida uma quantidade mínima de calor igual a 160 joules. c) Recentemente uma intensa onda de calor atingiu os Estados Unidos. Um noticiário de televisão divulgou que a temperatura chegou a 113 graus Fahrenheit. Esta temperatura corresponde a 40 graus Celsius. d) Em um recipiente termodinamicamente isola- do, mistura-se 50 g de água a 0 ºC com 250 g de água a 90 ºC. A temperatura de equilíbrio será de 75 ºC. e) A temperatura expressa a quantidade de ca- lor contida em um objeto. 4. (UNIMONTES – MG) Uma moeda de cobre, cuja massa m c é 75 g, é aquecida em um forno de laboratório até uma temperatura T de 312 ºC. A moeda é então largada em um béquer de vidro contendo uma massa ma de 220 g de água. A capacidade térmica CB do béquer é de 45 cal/K. A temperatura inicial T i da água e do béquer é de 12 ºC. Supondo que a moeda, o béquer e a água sejam um sistema isolado e que a água não se evapore, a temperatura final T f do sistema em equilíbrio térmico é, aproximadamente: (Dados: calor específico da água = 1,000 cal/g ⋅ ºC e calor específico do cobre = 0,094 cal/g ⋅ ºC) a) T f = 30 ºC b) T f = 55 ºC c) T f = 60 ºC d) T f = 20 ºC 5. (UNIFESP) O gráfico mostra as curvas de quan- tidade de calor absorvido em função da tempe- ratura para dois corpos distintos: um bloco de metal e certa quantidade de líquido. O bloco de metal, a 115 ºC, foi colocado em con- tato com o líquido, a 10 ºC, em um recipiente ideal e isolado termicamente. Considerando que ocorreu troca de calor somente entre o bloco e o 52 Conquista Modular líquido, e que este não se evaporou, o equilíbrio térmico ocorrerá a: a) 70 ºC b) 60 ºC c) 55 ºC d) 50 ºC e) 40 ºC 6. (VUNESP) Num calorímetro ideal, são mistura- dos 300 g de um líquido a 80 ºC com 700 g do mesmo líquido a 20 ºC e, após alguns minutos, eles entram em equilíbrio térmico a uma tempe- ratura θ. Em seguida, o calorímetro é aberto, e o sistema passa a perder calor para o ambiente, que está a uma temperatura constante de 15 ºC, até entrar em equilíbrio térmico com ele. Sabendo que, desde a abertura do calorímetro até ser atingido o equilíbrio térmico com o am- biente, o sistema perdeu 18 400 cal, determine o calor específico do líquido, em cal/(g ⋅ ºC). 7. (UNESP) Uma cozinheira, moradora de uma ci- dade praiana, não dispunha de um termômetro e necessitava obter água a uma temperatura de 60 ºC. Resolveu, então, misturar água fervendo com água proveniente de um pedaço de gelo que estava derretendo. Considere o sistema iso- lado, ou seja, que a troca de calor só se estabele- ceu entre as quantidades de água misturadas e, ainda, que a cozinheira usou a mesma xícara nas suas medições. A cozinheira só chegaria ao seu objetivo se tivesse misturado uma xícara da água a 0 ºC com: a) três xícaras de água fervendo. b) duas xícaras e meia de água fervendo. c) duas xícaras de água fervendo. d) uma xícara e meia de água fervendo. e) meia xícara de água fervendo. 8. (UFSCAR – SP) Após ter estudado Calorimetria, um aluno decide construir um calorímetro usan- do uma lata de refrigerante e isopor. Da latinha de alumínio removeu parte da tampa superior. Em seguida, recortou anéis de isopor, de forma que estes se encaixassem na latinha recortada, envolvendo-a perfeitamente. Em seu livro didático, encontrou as seguintes informações: Material Calor específico J/(kg ⋅ °C) Alumínio 900 Água (massa específica 1 kg/L) 4 200 Ferro 450 a) Determine a capacidade térmica desse calorí- metro, sabendo que a massa da latinha após o recorte realizado era de 15 ⋅ 10–3 kg. b) Como a capacidade térmica do calorímetro era muito pequena, decidiu ignorar esse valor e então realizou uma previsão experimental para o seguinte problema: Determinar a temperatura que deve ter atingido um parafuso de ferro de 0,1 kg aquecido na cha- ma de um fogão. Dentro do calorímetro, despejou 0,2 L de água. Após alguns minutos, constatou que a tempe- ratura da água era de 19 ºC. Aqueceu então o parafuso, colocando-o em seguida no interior do calorímetro. Atingido o equilíbrio térmico, mediu a temperatura do interior do calorímetro, obtendo 40 ºC. Nessas condições, supondo que houvesse troca de calor apenas entre a água e o parafuso, determine aproximadamente a tempe- ratura que este deve ter atingido sob o calor da chama do fogão. 9. (UFAL) Um recipiente contém 1 kg de um líqui- do em equilíbrio térmico a uma temperatura de 30 ºC. Despejam-se nesse recipiente 2 kg desse mesmo líquido, a uma temperatura de 50 ºC. Quando o novo equilíbrio térmico é atingido, a temperatura final do sistema líquido + recipien- te é de 40 ºC. Sabendo que o calor específico do líquido vale 4 000 J/kg ⋅ ºC, pode-se concluir que a capacidade térmica do recipiente vale: a) 4 000 J/ ºC b) 4 190 J/ ºC c) 4 200 J/ ºC d) 4 800 J/ ºC e) 4 890 J/ ºC 53Física Termologia 10. (UFTM – MG) Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC para sua receita. Como não tem um termômetro, decide misturar água fria, que obtém de seu filtro, a 25 ºC, com água fervente. Só não sabe em que proporção deve fazer a mis- tura. Resolve, então, pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em Física. Após alguns cálculos, em que levou em conta o fato de morarem no litoral e em que desprezou todas as possíveis perdas de calor, ele orienta sua mãe a misturar um copo de 200 mL de água do filtro com uma quantidade de água fervente, em mL, igual a: a) 800 b) 750 c) 625 d) 600 e) 550 11. (UFRGS – RS) Uma mesma quantidade de calor Q é fornecida a massas iguais de dois líquidos di- ferentes, 1 e 2. Durante o aquecimento, os líqui- dos não alteram seu estado físico e seus calores específicos permanecem constantes, sendo tais que c 1 = 5c 2 . Na situação acima, os líquidos 1 e 2 sofrem, res- pectivamente, variações de temperatura ΔT 1 e ΔT 2 , tais que ΔT 1 é igual a: a) ΔT 2 /5 b) 2ΔT 2 /5 c) ΔT 2 d) 5ΔT 2 /2 e) 5ΔT 2 12. (UEFS – BA) Uma pessoa deseja tomar banho de banheira com água a temperatura de 30 °C, mis- turando água quente com água fria. Colocando 100,0 litros de água fria, a 20 °C, na banheira, de capacidade térmica desprezível, e considerando- -se o calor específico e a densidade da água, res- pectivamente, iguais a 1,0 cal/g°C e 1g/cm³, po- de-se afirmar que a quantidade de água quente, a 50 °C, que deve ser adicionada na banheira é igual, em litros, a a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50 13. (UESC) Para medir o calor específico de um de- terminado metal, foram colocados 80,0 g de um líquido de calor específico 0,25 cal/g °C a 22 °C no interior de um calorímetro de capacidade térmica 5,0 cal/ °C. Em seguida, uma amostra de 100,0 g do metal a 92 °C foi introduzida no calorímetro. Sabendo-se que o equilíbrio térmico se estabele- ceu a 42 °C, pode-se afirmar que o calor especí- fico do metal, em cal/g °C, é de: a) 0,10 b) 0,15 c) 0,20 d) 0,25 e) 0,30 14. (UFAM) Um calorímetro de capacidade térmica desprezível contém em seu interior m gramas de um líquido, de calor específico c, na temperatura estável de 20 °C. Despejamos, então, no calorí- metro, 4 m gramas de outro líquido, de calor específico 2 c, inicialmente a 60 °C. Admitindo uma troca de calor sem perdas, pode-se prever que o equilíbrio térmico será atingido na tempe- ratura aproximada de: a) 55 °C b) 58 °C c) 47 °C d) 35 °C e) 28 °C 15. (PUC-Rio – RJ) Uma quantidade de um líquido A, a uma temperatura de 40 °C, é misturada a uma outra quantidade de umlíquido B, a uma temperatura de 20 °C, em um calorímetro isola- do termicamente de sua vizinhança e de capa- cidade térmica desprezível. A temperatura final de equilíbrio do sistema é de 30 °C. Dado que o calor específico do líquido A é o dobro daquele do líquido B, calcule o valor aproximado da por- centagem de massa do líquido A na mistura. a) 100% b) 67% c) 50% d) 33% e) 0% 16. (UPF – RS) Dois blocos A e B, ambos do mesmo material, são colocados em contato no interior de um calorímetro ideal para que estejam iso- lados de influências externas. Considerando o calor específico do material (c), bem como con- siderando que a massa do bloco B (m B ) é igual ao dobro da massa do bloco A (m A ); que a tem- peratura inicial do bloco B (T B ) é igual ao triplo da temperatura inicial do bloco A (T A ) e que T A = 60 °C, pode-se afirmar que, quando alcançado o equilíbrio térmico do sistema, a temperatura de equilíbrio (Teq) será igual a a) 420 °C. b) 60 °C. c) 180 °C. d) 140 °C. e) 120 °C. 54 Conquista Modular Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Calor latente. Mais da metade de toda a energia elétrica mundial é produzida por algum tipo de usina termelétrica e, seja qual for a matriz energética que garanta o seu funcionamento, todas são muito parecidas, pois queimam algum tipo de combustível, como derivados de petróleo, resíduos agrícolas, carvão, entre outros. Durante a queima, é liberada uma grande quantidade de calor para a caldeira, provocando, na água que se encontra dentro dela, uma mudança de fase. Mudança de fase é a passagem de uma fase (sólida, líquida ou gasosa) para outra. No caso da caldeira, a água passa da fase líquida para a gasosa e, então, o vapor faz girar uma turbina acoplada a um gerador de eletricidade. Em seguida, ele volta ao estado líquido, pois perde calor ao passar pelo condensador, retornando para a caldeira e reiniciando o processo. Ja ck A rt. 2 01 1. V et or . Usinas termelétricas produzem energia elétrica com a queima de material combustível. Ética e cidadania Energia elétrica e resíduos A produção de energia elétrica é hoje um dos maiores problemas da humanidade. Procura-se apro- veitar energia de todas as formas possíveis. Algumas indústrias aproveitam seus resíduos para gerar calor e produzir energia em usinas termelétricas próprias. Há fábricas que não só são autossuficientes do ponto de vista energético, como ainda vendem o excedente para as distribuidoras regionais, aumentando seus lucros e gerando empregos. Entretanto, embora tais ações sejam importantes, elas não resolvem todas as necessidades nessa área. São necessárias muitas ações coordenadas para se conquistar um substancial equilíbrio entre oferta e demanda. Uma das ações que pode compor o rol de soluções é o aproveitamen- to do lixo para produzir eletricidade, afinal, dessa forma se- riam resolvidos dois problemas de uma só vez. Você conhece alguma iniciativa de aproveitamento dos resíduos industriais ou do lixo? Ética e cidadania Energia elétrica e resíduos A produção de energia elétrica é hoje um dos maiores problemas da humanidade. Procura-se apro- veitar energia de todas as formas possíveis. Algumas indústrias aproveitam seus resíduos para gerar calor e produzir energia em usinas termelétricas próprias. Há fábricas que não só são autossuficientes do ponto de vista energético, como ainda vendem o excedente para as distribuidoras regionais, aumentando seus lucros e gerando empregos. Entretanto, embora tais ações sejam importantes, elas não resolvem todas as necessidades nessa área. São necessárias muitas ações coordenadas para se conquistar um substancial equilíbrio entre oferta e demanda. Uma das ações que pode compor o rol de soluções é o aproveitamen- to do lixo para produzir eletricidade, afinal, dessa forma se- riam resolvidos dois problemas de uma só vez. Você conhece alguma iniciativa de aproveitamento dos resíduos industriais ou do lixo? 55Física Termologia 6 Mudanças de Fases As mudanças de fases Provavelmente, você já estudou, nas aulas de Química, as fases da matéria e as forças de ligação que mantêm as mo- léculas presas umas às outras. Para provocar uma mudança de fase, é necessário interferir nessas ligações e, para fazê-lo, deve-se ceder ou retirar energia das partículas. Os nomes das mudanças de fases são: Para provocar a passagem do sólido para o líquido ou do líquido para o gasoso, deve-se ceder energia para o mate- rial; para provocar a passagem do gasoso para o líquido ou do líquido para o sólido, deve-se retirar energia dele. Usando a água como exemplo, é interessante observar que, na passagem do líquido para o gasoso, gasta-se mais do que cinco vezes a quantidade de calor utilizada para aquecer a mesma massa de água desde 0 °C até 100 °C. Para calcu- lar a quantidade de energia envolvida nos processos de mudanças de fases, pode-se aplicar a equação do calor latente. Calor latente Considere uma situação em que determinada substância pura, sob pressão constante, recebe calor. Se ela aquecer, pode-se concluir que o calor é usado para aumentar a energia cinética média de suas partículas. Porém, se ocorrer mudança de fase, a energia por ela trocada interfere exclusivamente nas ligações entre as partículas. Dessa forma, mesmo que o material esteja ganhando ou perdendo energia ao mudar de fase, não ocorrerá variação da energia cinética média e, con- sequentemente, a temperatura permanecerá constante. Em tais condições, a equação que permite calcular a quantidade de energia envolvida no processo é: Q = m ⋅ L Em que: Q → quantidade de calor usada no processo de mudança de fase, cuja unidade no SI é o joule (J), porém também é muito usada a caloria (cal). m → massa do corpo da substância que muda de fase, cuja unidade no SI é o quilograma (kg), porém também é muito usado o grama (g). L → calor latente, constante do material, conforme mudança de fase que ocorre, cuja unidade no SI é o joule/quilograma (J/kg), porém também é muito usada a caloria/grama (cal/g). O que significa a constante “calor latente”? Cada material, ao sofrer determinada mudança de fase, necessita trocar (ganhar ou perder) quantidade apropriada de calor. Se a constante L for isolada na equação anterior, é possível, com a interpretação matemática, compreender melhor o seu significado. Q = m ⋅ L → L = Q m O calor latente de mudança de fase expressa a quantidade de energia necessária para cada unidade de massa da substância mudar de fase. Desse modo, como o calor latente de fusão da água é de 80 cal/g, significa que cada grama dessa substância, para passar da fase sólida para a líquida, necessita absorver 80 cal. No processo contrário, ou seja, 56 Conquista Modular na solidificação, é necessário que essa mesma massa perca igual quantidade de energia. Por isso, o latente de solidifi- cação da água é de –80 cal/g e ambos os processos (fusão e solidificação) ocorrem a uma mesma temperatura. Observações importantes: 1. Durante a mudança de fase de substâncias puras, sob pressão constante, a temperatura permanece constante durante todo o processo. 2. Cada substância muda de fase a uma determinada temperatura e, para uma mesma substância, fusão e vaporiza- ção ocorrem a temperaturas diferentes. 3. As temperaturas de fusão e solidificação de determinada substância são as mesmas. 4. As temperaturas de ebulição e condensação de determinada substância são as mesmas. 5. Os calores latentes de fusão e solidificação de determinada substância possuem os mesmos valores em módulo. A diferença está apenas no sinal, positivo para a fusão (material ganha energia) e negativo para solidificação (mate- rial perde energia). Isso também ocorre para os calores latentes de vaporização e condensação. Assim: LF = –LS LV = –LC 1. (UFPR) A água pode ser encontrada na na- tureza nos estados sólido, líquido ou ga- soso. Conforme as condições, a água pode passar de um estado para outro através deprocessos que recebem nomes específicos. Um desses casos é quando ela muda do es- tado gasoso para o líquido. Assinale a alter- nativa que apresenta o nome correto dessa transformação: a) Sublimação. b) Vaporização. c) Solidificação. d) Condensação. e) Fusão. 2. (ENEM) Por que o nível dos mares não sobe, mesmo recebendo continuamente as águas dos rios? Essa questão já foi formulada por sábios da Grécia Antiga. Hoje responderíamos que: a) a evaporação da água dos oceanos e o deslocamento do vapor e das nuvens compensam as águas dos rios que desá- guam no mar. b) a formação de geleiras com água dos oceanos, nos polos, contrabalança as águas dos rios que deságuam no mar. c) as águas dos rios provocam as marés, que as transferem para outras regiões mais ra- sas, durante a vazante. d) o volume de água dos rios é insignificante para os oceanos e a água doce diminui de volume ao receber sal marinho. e) as águas dos rios afundam no mar devido a sua maior densidade, onde são compri- midas pela enorme pressão resultante da coluna de água. 3. (UERJ) O calor específico da água é da ordem de 1,0 cal ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 e seu calor latente de fusão é igual a 80 cal ⋅ g–1. Para transformar 200 g de gelo a 0 ºC em água a 30 ºC, a quantidade de energia necessária, em quilo- calorias, equivale a: a) 8 b) 11 c) 22 d) 28 4. (UFRN) Segundo pesquisadores, o aqueci- mento global deve-se a fatores, tais como: o processo de decomposição natural de flores- tas, o aumento da atividade solar, as erup- ções vulcânicas, além das atividades huma- nas, os quais contribuem para as alterações climáticas, com consequente derretimento das calotas polares e aumento do nível mé- dio dos oceanos. Tentando simular o proces- so de derretimento das calotas polares em escala de laboratório, um estudante utilizou Para fazer 57Física Termologia um calorímetro contendo um bloco de 1,0 kg de gelo a –30 ºC, ao qual foi adicionada certa quantidade de calor. Dados: Quantidade de calor sensível recebido ou cedido por uma substância: Q = mcΔT Quantidade de calor latente recebido ou cedido por uma substância durante uma mudança de estado físico: Q = mL Calor específico do gelo: c g = 2,1 ⋅ 103 J/ kg ºC Calor latente de fusão do gelo: L fg = 3,3 ⋅ 105 J/kg A partir dessas informações: a) determine a quantidade de calor que deve ser adicionada ao calorímetro para elevar a temperatura do gelo de –30 ºC para 0 ºC; b) determine a quantidade de calor que deve ser adicionada ao calorímetro para trans- formar o gelo a 0 ºC em líquido a 0 ºC; c) considerando que, no norte da Groen- lândia, a temperatura média do gelo é cerca de –30 ºC e que a massa média de gelo derretida (entre 2003 e 2007) foi de 8,0 ⋅ 1013 kg/ano, determine a quantidade de calor necessária para realizar, anual- mente, o processo de transformação des- sa quantidade de gelo em água. 5. (UFAM) 60 gramas de gelo a 0 ºC absorvem calor do sol na taxa de X (cal/min) e se derre- tem completamente em 5 minutos. Pode-se afirmar que a quantidade de calorias por mi- nuto (X) que o gelo absorveu, em média, é: (Dado: calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g) a) 960 b) 400 c) 560 d) 24 000 e) 2 400 6. (UNESP) Considere o diagrama para uma de- terminada substância: Sabendo-se que a transformação ocorre no sentido de A para D, pode-se afirmar que no trecho: a) AB a substância está na fase líquida. b) BC está ocorrendo fusão ou vaporização. c) CD há apenas vapor. d) BC há uma mistura de líquido e vapor. e) CD está ocorrendo transição de fase. 7. (UNCISAL) A um bloco de gelo, inicialmente a 0 ºC, é fornecida certa quantidade de ca- lor até que sua massa seja totalmente con- vertida em água líquida. Essa quantidade de calor continua sendo fornecida, agora, à massa de água em estado líquido, até que esta atinja temperatura de 80 ºC. Pode-se afirmar que durante todo o processo a tem- peratura do gelo: a) permanece constante até que toda a mas- sa de gelo seja transformada em água e, em seguida, a temperatura da água au- menta continuamente até atingir 80 ºC. b) permanece constante a 0 ºC até que toda a massa de gelo seja derretida e, em se- guida, a temperatura da água permanece constante à temperatura de 80 ºC. c) aumenta durante a fusão de 0 ºC a 32 ºC e, em seguida, a água sofre uma variação de temperatura de 32 ºC para 80 ºC. d) aumenta continuamente até toda a massa de gelo ser transformada em água em es- tado líquido. e) e da água em estado líquido permanecem iguais ao longo de todo o período de for- necimento de calor. 8. (UFRRJ) Num dia de muito calor, a governan- ta de uma residência decide fazer um refresco para as crianças que realizam um estudo em grupo. Contudo, ao abrir a geladeira, percebe que as garrafas de água estão todas vazias, restando, no congelador, apenas uma garrafa cujo conteúdo encontra-se inteiramente sob a forma de gelo. Resolve, então, deixar a garra- fa exposta ao ambiente e aguardar um tempo até sua completa transformação em água. O gráfico a seguir ilustra esta mudança de fase: 58 Conquista Modular Considerando que o volume de água contido na garrafa é de 1 litro, e dado LF = 80 cal/g, c gelo = 0,5 cal/g ºC e c água = 1 cal/g ºC, pergunta-se: a) Qual foi a quantidade de calor recebida, em calorias, pelo sistema, durante a sua mudança de fase? b) Qual foi a quantidade de calor recebida, em calorias, pelo sistema, para que, ao final, tivéssemos água, na fase líquida, à temperatura ambiente de 30 ºC? 1. (UFRR) Uma quantidade de 500 g de água (líqui- do) é esfriada de 97 ºC para 25 ºC. A quantidade de calor perdida pela água seria suficiente para derreter quantos gramas de gelo (sólido) a 0 ºC? (Dados: calor específico da água igual a 1,0 cal/g ⋅ ºC; calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g) a) 400 g b) 350 g c) 450 g d) 500 g e) 550 g 2. (UFU – MG) Um pedaço de cobre sólido, de mas- sa 1 kg a 20 ºC é colocado em um recipiente que contém uma grande quantidade de nitro- gênio líquido a 77,3 K e 1 atm. Após um tem- po, o cobre entra em equilíbrio térmico com o nitrogênio. (Dados: calor latente de vaporização do nitrogê- nio é 48 cal/g; calor específico do cobre é 0,092 cal/g ⋅ ºC; temperatura de fusão da água a 1 atm é 273,3 K; temperatura de ebulição do ni- trogênio a 1 atm é 77,3 K) Com base nessas informações, pode-se afirmar que a massa de nitrogênio evaporada nesse pro- cesso é de aproximadamente: a) 82 g b) 0,41 kg c) 820 kg d) 41 g 3. (UFG – GO) A temperatura típica de uma tarde quente em Aruanã, cidade do estado de Goiás, situada às margens do Rio Araguaia, é de 37 ºC. Os banhistas, nas areias do Rio Araguaia, usam cubos de gelo para resfriar um refrigerante que se encontra à temperatura ambiente. Em um recipiente de isopor (isolante térmico de capacidade térmica desprezível) são adicionados 300 mL do refrigerante. Calcule qual deve ser a mínima quantidade de gelo a ser adicionada ao refrigerante para reduzir sua temperatura a 12 ºC. Considere que o calor específico e a den- sidade de massa do refrigerante sejam iguais aos da água. (Dados: c água = 1 cal/g ⋅ ºC; L gelo = 80 cal/g) 4. (UEMS) Em um calorímetro ideal misturam-se 200 gramas de água a uma temperatura de 58 ºC com M gramas de gelo a –10 ºC. Sabendo que a temperatura de equilíbrio dessa mistura será de 45 ºC, o valor da massa M do gelo em gramas é de: (calor específico da água: c água = 1,0 cal/g ⋅ ºC; calor específico do gelo: c gelo = 0,5 cal/g ⋅ ºC; calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g) a) 12 b) 15 c) 20 d) 25 e) 40 5. (UFMA) Maria e João estavam acampados numa praia de São Luís onde a temperatura ambien- te era de 35 ºC ao meio-dia. Nesse momento, verificaram que dois litros de água mineral es- tavam na temperatura ambiente. Resolveram en- tão baixar a temperatura da água, colocando-a num recipiente de isopor juntamente com200 g de gelo a –4 ºC. Após a fusão de todo o gelo, e estabelecido o equilíbrio térmico da mistura, a temperatura da água era aproximadamente: Dados: L gelo = 80 cal/g; c gelo = 0,5 cal/g ⋅ ºC; c água = 1,0 cal/g ⋅ ºC) a) 26,9 ºC b) 22,3 ºC c) 24,4 ºC d) 20,3 ºC e) 29,4 ºC Atividades 59Física Termologia Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Relação entre pressão e temperatura. © Sh ut te rs to ck /t es tin g P.I m ag en s/ Pi th O que você responderia caso alguém perguntasse em que fase está a água quando a sua temperatura é de 20 ºC? Sólida, líquida ou gasosa? É provável que você, assim como a maioria das pessoas, respondesse que ela está na fase líquida, pois é isso que a experiên- cia cotidiana ensina. Será que é sempre assim? A água passa de sólida para líquida a 0 ºC e de líquida para gasosa a 100 ºC. Porém, essa afirmação só será verdadeira se a pressão a que ela estiver submetida for igual a 1 atm. Quando su- jeita a diferentes pressões, as temperaturas de fusão e ebulição da água podem ser completamente diferentes desses valores citados. No radiador de um carro cuja pressão interna é maior que a atmos- férica, é possível ter água ainda líquida a 120 ºC. Em La Paz, na Bolívia, a água ferve a cerca de 85 ºC, porque a altitude dessa cidade faz com que a pressão atmosférica seja menor que 1 atm. A temperatura de ebulição da água é, portanto, bem diferente se for comparada a um local que esteja ao nível do mar (100 ºC). Por isso, em La Paz, sob pressão ambiente, a água a 90 ºC está na fase gasosa. Por que a naftalina sólida sublima, isto é, passa direto para a fase gasosa? Você sabe a razão de se formar um rastro de água líquida imediatamente após um patinador deslizar sobre o gelo? Sabia que, rapidamente, a água líquida volta para a fase sólida? 60 Conquista Modular Diagrama de Fases7 Relação entre pressão e temperatura O diagrama de fases é um gráfico que permite compreender se determinada subs- tância está na fase sólida, líquida ou gasosa. Ele relaciona duas grandezas físicas, que podem influenciar no processo de mudança de agregação das partículas: a pressão e a temperatura. Diagrama de fases da maioria das substâncias Para a maioria das substâncias, durante o processo de fusão (sólido → líquido), ocorre aumento de volume. Nesse caso, o diagrama de fases tem o seguinte formato: Fase sólida Fase líquida Fase gasosa P T As linhas que delimitam cada região representam as temperaturas e as suas pres- sões correspondentes em que ocorrem as mudanças de fase. Por isso, durante tais pro- cessos, há mais de uma fase coexistindo. Observe as pressões e as temperaturas nos gráficos a seguir: Ebulição da água Nas residências, é muito co- mum ferver água para varia- das aplicações, mas a prin- cipal delas relaciona-se ao cozimento de alimentos. Em Física, a palavra “ferver” tem um sinônimo: ebulição. Esse fenômeno ocorre quando um líquido atinge a temperatura apropriada e passa para o estado gasoso. Lembre-se de que, durante a mudança de fase de uma substância pura sob pressão constante, a temperatura também per- manece constante. Quando a água é aquecida em um fogão, situação em que o recipiente recebe calor pela parte de baixo, forma-se uma grande quantidade de gases na região inferior, em razão da mudança de fase. Por serem menos densos, os gases sobem, formando uma grande quantidade de bolhas. Comparando o tempo gasto no preparo de um alimento com uma panela convencio- nal e uma panela de pressão, é perceptível a diferença. Esta última caracteriza-se por permitir o aumento da pressão sobre o líquido exis- tente dentro dela. Esse fato é decorrente do aumento da quantidade de vapor contido na panela, provocado pela vaporização da água. O au- mento de pressão faz com que a temperatura de ebu- lição seja maior dentro da panela do que na condição ambiente, diminuindo o tem- po de preparo dos alimentos. Para uma mesma temperatura T, a substância poderá estar em fases diferentes, dependendo da pressão a que estiver submetida (P1, P2, P3) Para uma mesma pressão P, a substância poderá estar em fases diferentes, dependendo da temperatura a que estiver submetida (T1, T2, T3) 61Física Termologia Exceções Algumas substâncias possuem comportamento diferente se este for comparado ao da maioria. Quando se fundem, ocorre diminuição em seu volume e, por isso, são consideradas exceções. Comparando as exceções com a maioria das substâncias, há os seguintes diagra- mas de fases: A única diferença, em seus respectivos formatos, está na curva de fusão, destacada em vermelho. Substâncias que apresentam esse comportamento são a água, o bismuto, o ferro, a prata e o antimônio. Regelo Você sabia que, sem alterar a temperatura, é possível fazer com que a água sólida se funda e, em seguida, retorne para a fase sólida? Esse fenômeno é denominado regelo e só pode ocorrer com substâncias que se comportam como exceções. P T Exceções P T Maioria P T Exceções 1 2P 2 P 1 Ocorre regelo Quando a pressão sobre a água, na fase sólida (1), aumenta o suficiente, a água passa para a fase líquida (2). Se a pressão voltar ao valor inicial, a água também voltará para a fase sólida, ou seja, regela. Para a maioria das substâncias, não se observa tal fenômeno. 62 Conquista Modular 1. Neste gráfico, encontram-se destacados os pontos A, B e C: T A B C P Escreva os nomes das respectivas fases repre- sentadas pelos pontos: A: B: C: 2. Neste gráfico, foram colocadas setas que in- dicam mudanças de fase: T P 1 2 3 4 5 6 Escreva o nome das mudanças de fases, re- presentadas pelas respectivas setas 1: 2: 3: 4: 5: 6: 3. Neste gráfico, encontram-se destacados os pontos A, B, C e D, que indicam mudanças de fases ou situações de equilíbrio em que coexistem mais de uma fase: T P A B C D Escreva o nome das fases que coexistem du- rante as respectivas mudanças ou situações de equilíbrio: A: B: C: D: 4. Nestes gráficos, o ponto T é denominado ponto triplo ou tríplice, representando uma situação em que as três fases podem perma- necer em equilíbrio: Analise os gráficos e complete os espaços escolhendo a palavra dada entre parênteses, que corresponde à informação constante na frase: a) Para substâncias que estejam submetidas a pressões maiores que a do ponto trí- plice, certamente, não é possível ocorrer (fusão, vaporização, sublimação). b) Quando a água estiver submetida a temperaturas maiores que a do ponto tríplice, será possível ocorrer somente (fusão, vaporização, su- blimação). c) Quando uma substância, cujo comporta- mento coincide com o da maioria, estiver submetida a temperaturas menores que a do ponto tríplice, será possível ocorrer so- mente (fusão, vapori- zação, sublimação). d) A naftalina sublima em condições am- bientes, pois seu ponto tríplice tem valor de pressão (maior, menor) que o da pressão atmosférica no respecti- vo ambiente. Para fazer 63Física Termologia 5. Nestes diagramas de fases, compare as pressões e as temperaturas corresponden- tes às respectivas condições em que ocorre fusão: Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) Em relação à maioria das substâncias, pode-se concluir que, para ocorrer a fusão, quanto maior for a pressão, maior será a temperatura em que essa mudança de fase ocorre. b) ( ) Em relação à água, pode-se con- cluir que, para ocorrer fusão, quanto maior for a pressão, maior será a tem- peratura de fusão. c) ( ) Durante o processo de fusão, há, si- multaneamente, duas fases: sólida e líquida. d) ( ) Durante qualquer processo de mu- dança de fase, coexistem mais de uma fase. 6. Analisando a relação entre as variações de pressão e temperatura, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) Quanto maior for a pressão a que a substância estiver submetida, maior será a temperaturade ebulição. b) ( ) Quanto maior for a pressão a que a substância estiver submetida, menor será a temperatura de sublimação. c) ( ) Comparando o gráfico da maioria com o das exceções, pode-se concluir que, para a vaporização e a sublima- ção, aumentos na pressão implicam aumento nas respectivas temperatu- ras em que ocorrem tais processos. d) ( ) O rastro de água deixado por um patinador é explicado pelo aumento da pressão que o peso do seu corpo provoca sobre o gelo, levando para a fase líquida a superfície desse sólido que entrou em contato com a base dos patins. 1. (UFES) Sobre o diagrama de fases do CO 2 , apre- sentado a seguir, pode-se afirmar que: P (atm) 10,0 5,0 –80 –60 –40 –20 t ( C)o A B C a) à pressão de 8 atm e –40 ºC de temperatura, o CO 2 é um gás. b) no ponto A, há um equilíbrio sólido-líquido. c) à pressão de 1 atm e 25 ºC de temperatura o CO 2 sólido se sublima. d) o ponto B pode ser chamado de ponto de ebulição. e) o ponto C representa um sistema monofási- co. 2. (UNIFESP) A sonda Phoenix, lançada pela NASA, detectou em 2008 uma camada de gelo no fun- do de uma cratera na superfície de Marte. Nesse planeta, o gelo desaparece nas estações quentes e reaparece nas estações frias, mas a água nun- ca foi observada na fase líquida. Com auxílio do diagrama de fases da água, analise as três afir- mações seguintes: Atividades 64 Conquista Modular I. O desaparecimento e o reaparecimento do gelo, sem a presença da fase líquida, suge- rem a ocorrência de sublimação. II. Se o gelo sofre sublimação, a pressão atmos- férica local deve ser muito pequena, inferior à pressão do ponto triplo da água. III. O gelo não sofre fusão porque a temperatura no interior da cratera não ultrapassa a tem- peratura do ponto triplo da água. De acordo com o texto e com o diagrama de fases, pode-se afirmar que está correto o contido em: a) I, II e III. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, apenas. 3. (UEG – GO) Analise o gráfico seguir, o qual repre- senta o diagrama de fases da água, e julgue as afirmações posteriores: Temperatura A Pressão Líquido Sólido Vapor I. No ponto A, coexistem as fases sólida, líquida e gasosa da água. II. A posição do ponto triplo da água não sofrerá influência pela adição de um soluto não volátil. III. Espera-se que com o aquecimento, no vácuo, as partículas de gelo passem diretamente para a fase gasosa. Assinale a alternativa correta: a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. d) Todas as afirmações são verdadeiras. (ENEM) Texto para as questões 4 e 5: A panela de pressão permite que os alimen- tos sejam cozidos em água muito mais rapida- mente do que em panelas convencionais. Sua tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o vapor escapar, a não ser por um orifício central sobre o qual assenta um peso que controla a pressão. Quando em uso, de- senvolve-se uma pressão elevada no seu inte- rior. Para a sua operação segura, é necessário observar a limpeza do orifício central e a exis- tência de uma válvula de segurança, normal- mente situada na tampa. 4. (ENEM) O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são apresentados a seguir: A vantagem do uso de panela de pressão é a rapi- dez para o cozimento de alimentos e isto se deve: a) à pressão no seu interior, que é igual à pres- são externa. b) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de ebulição da água no local. c) à quantidade de calor adicional que é trans- ferida à panela. d) à quantidade de vapor que está sendo libera- da pela válvula. e) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns. 65Física Termologia 5. (ENEM) Se, por economia, abaixarmos o fogo sob uma panela de pressão logo que se inicia a saída de vapor pela válvula, de forma simplesmente a manter a fervura, o tempo de cozimento: a) será maior porque a panela “esfria”. b) será menor, pois diminui a perda de água. c) será maior, pois a pressão diminui. d) será maior, pois a evaporação diminui. e) não será alterado, pois a temperatura não varia. 6. Quanto maior for a temperatura utilizada para o preparo de determinado alimento, mais rapida- mente ele ficará pronto. No caso de panelas con- vencionais, o tempo de cozimento depende da altitude do local, pois, quanto maior, menor será a pressão e, consequentemente, menor a tem- peratura de ebulição, aumentando o tempo de cozimento. Em locais de menores altitudes, ní- vel do mar, por exemplo, como a pressão é de 1 atm, a água ferve a uma temperatura de 100 ºC e o alimento cozinha mais depressa. Mas, dentro de uma panela de pressão, como as pressões su- peram 1 atm, a água pode ferver a temperaturas maiores que 100 ºC e, assim, o alimento cozinha mais rapidamente. Com base nessas informações e nas apresen- tadas nos dois exercícios anteriores, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) Considerando fontes térmicas iguais, que aquecem massas iguais, colocadas em panelas convencionais também iguais, o alimento demora mais para cozinhar na cidade do Rio de Janeiro do que em uma cidade da Serra Gaúcha. b) ( ) Pelo gráfico do exercício 4, pode-se con- cluir que, quanto maior for a pressão, menor será a temperatura de ebulição da água. c) ( ) Como a água é uma exceção, quanto maior for a pressão, menor será sua tem- peratura de ebulição. d) ( ) Pelo gráfico do exercício 4, pode-se con- cluir que, sob pressão igual ao dobro da pressão atmosférica ao nível do mar, a temperatura de ebulição da água, em Celsius, é 20% maior que ao respectiva temperatura de ebulição a nível do mar. e) ( ) No Pico da Neblina, ponto culminante do Brasil, respeitadas iguais condições ini- ciais, a água ferverá antes, por exemplo, do que em Fortaleza. 7. (ENEM) Sob pressão normal (ao nível do mar) a água entra em ebulição à temperatura de 100 ºC. Tendo por base essa informação, um garoto re- sidente em uma cidade litorânea fez a seguinte experiência: Colocou uma caneca metálica contendo água no fogareiro do fogão da sua casa. Quando a água começou a ferver, encostou cuidadosamente a extremidade mais estrei- ta de uma seringa de injeção, desprovida de agulha, na superfície do líquido e, erguendo o êmbolo da seringa, aspirou certa quantida- de de água para seu interior, tampando-a em seguida. Verificando após alguns instantes que a água da seringa havia parado de ferver, ele ergueu o êmbolo da seringa, constatando, intrigado, que a água voltou a ferver após um pequeno deslocamento do êmbolo. Considerando o procedimento anterior, a água volta a ferver porque esse deslocamento: a) permite a entrada de calor do ambiente ex- terno para o interior da seringa. b) provoca, por atrito, um aquecimento da água contida na seringa. c) produz um aumento de volume que aumenta o ponto de ebulição da água. d) proporciona uma queda de pressão no inte- rior da seringa que diminui o ponto de ebuli- ção da água. e) possibilita uma diminuição da densidade da água que facilita sua ebulição. 8. (UEMA) Em uma sala existe uma vasilha com água no estado líquido, nas condições normais de temperatura e pressão. Em um certo instante é feito vácuo na sala. Nessas condições, pode-se afirmar que a água a) continua líquida, mas a temperatura aumenta. b) entra instantaneamente no estado de vapor. c) solidifica instantaneamente. d) evapora lentamente. e) continua líquida, mas a temperatura diminui. 66 Conquista Modular Conceitos CentraisConceitos Centrais 1. Processos de transmissão de calor. © Sh ut te rs to ck /a lte rfa lte r As informações constantes no texto acima estão absolutamente corretas, mas se um professor de Física fosse o autor, provavelmente, terminaria o trecho citado comesta frase: "Plano que envolve os processos de transmissão de calor". Processos de transmissão de calor O conforto oferecido pela vida moderna exige um dispêndio grande de eletricidade. Hoje, quase metade da energia elé- trica produzida no mundo vem de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, emitindo assim gases causadores do efeito estufa e, consequentemente, contribuindo com o aquecimento global. Ao evitar trocas térmicas entre os meios interno e externo, uma residência pode economizar muita energia. Quando, em determinado ambiente, não se quer a entrada ou a saída de calor, é necessário fazer um isolamento, evitando a sua transmis- são. Para tal, deve-se saber que o calor é uma forma de energia que se propaga de um corpo para outro quando há diferença de temperatura entre eles. Essa transferência pode ocorrer de três formas: por condução, por convecção e por irradiação. Parede com isolamento térmico Isolamento térmico e roupas com tecidos inteligentes protegem do frio Enquanto os brasileiros sofrem com as baixas temperaturas, britânicos contam com estrutura em casa e em locais públicos A Grã-Bretanha está longe de ser o local mais gelado da Europa, mas, por ser uma ilha, ter ventos impiedosos e muita chuva, aprendeu a se proteger das variações do tempo. Por lá, só passa frio quem quer. As novas construções, por exemplo, seguem regras rigorosas de isolamento térmico. É que o governo fez as contas: uma casa que gasta menos para se manter aquecida, polui menos. Ou seja, um imóvel bem protegido contra o frio, ajuda a proteger, também, o planeta. E isso é importante para atingir a ambiciosa meta de cortar pela metade a emissão de gases que causam o efeito estufa nos próximos 14 anos. É a redução mais drástica já proposta por um país desenvolvido. Plano que envolve a construção civil. [...] MALAN, Cecília. Isolamento térmico e roupas com tecidos inteligentes protegem do frio. Jornal Hoje, Rio de Janeiro, 28 jun. 2011. 67Física Termologia 8 Transmissão de Calor Ética e cidadaniaÉtica e cidadania Condução O processo de condução através de um objeto consiste em um fluxo de energia térmica de uma partícula para outra, sem que ocorra transporte de matéria. Esse fenômeno exige um meio material (sólido, líquido ou gasoso) entre os pontos de partida e chegada do calor. Conceito de fluxo de calor Define-se fluxo de calor (φ) como a razão entre a quantidade de energia térmica (Q) transportada através de uma seção transversal reta de um meio material e o respectivo intervalo de tempo (Δt). φ = Q Δt Sendo: φ → fluxo de calor, cuja unidade SI é o watt (W). Q → quantidade de calor, cuja unidade SI é o joule (J). Δt → intervalo de tempo, cuja unidade SI é o segundo (s). Para compreender melhor o fenômeno da condução, pense em uma haste homogênea cujas temperaturas em suas extremidades sejam diferentes e se mantenham constantes. Suponha que o fluxo de calor só ocorre ao longo da haste, que a temperatura diminua gradativamente entre a parte mais quente e a mais fria e se mantenha assim no decorrer do tempo. A ilustração a seguir representa essa situação. ( )(( ))((( )))(((( ))))((((( ))))) Fluxo de calor (da parte mais quente para a mais fria) � 1 � 2 � � 1 2 > Efeito estufa Você sabe o que é o efeito estufa? Trata-se do retorno à Terra de ondas do tipo infravermelho devido à sua re- flexão em uma espécie de espelho formado pelo acúmulo, na atmosfera, de gases como o CO2 e o metano, chamados de Gases do Efeito Estufa (GEE), impedindo que grandes quantidades de calor sejam dissipadas. Embora esse fenô- meno seja natural e sempre tenha existido na Terra, com a industrialização e o desmatamento, ele foi intensificado e tornou-se um problema. Em junho de 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como “Conferência de Cúpula da Terra”: a Eco-92. Um de seus pon- tos máximos foi o de chamar a atenção do mundo para as questões ambientais e, dentre elas, o efeito estufa. Essa conferência foi um marco na luta daqueles que têm por objetivo um planeta sustentável, que permita o crescimento e a geração de riquezas afetando minimamente a natureza. Vinte anos depois, a conferência Rio + 20 reforçou esse compromisso. As questões ecológicas, de uma forma ou outra, estão relacionadas a fatores econômicos e sociais. Por isso, resta a pergunta: como organizar um mundo mais justo do ponto de vista social, viável economicamente e ao mes- mo tempo sustentável? O conhecimento científico é uma importante ferramenta tanto para entender os problemas quanto para propor soluções. E a postura de cada um, ao exercer seu direito de zelar pelo ambiente, pode fazer a diferença para o mundo. 68 Conquista Modular Nesse caso, o fluxo de calor pode ser calculado pela lei de Fourier. φ = k ⋅ A ⋅ (θQ – θF) L Em que: φ → fluxo de calor, cuja unidade SI é o watt (W). θQ → temperatura da extremidade com maior temperatura, cuja unidade SI é o kelvin (K). θF → temperatura da extremidade com menor temperatura, cuja unidade SI é o kelvin (K). k → constante do material chamada de coeficiente de condutividade térmica, cuja unidade SI é watt metro ⋅ kelvin W m ⋅ K . A → área de secção transversal, cuja unidade SI é o metro quadrado (m2). L → comprimento do objeto, cuja unidade SI é o metro (m). Coeficiente de condutividade térmica Quando se toca a madeira de uma porta e o metal de seu trinco, as sensações térmicas são diferentes. O mesmo ocorre ao se pisar descalço no carpete e em um piso de cerâmica. Tanto o trinco de metal quanto o piso parecem mais frios que a porta de madeira e o carpete. Entretanto, estão no mesmo ambiente e, contanto que não haja fornecimento de calor exclu- sivamente para um deles, suas temperaturas permanecerão iguais (equilíbrio térmico). Logo, a resposta para essa sensação mais fria não está necessariamente na temperatura, mas no fluxo de calor. A sensação de frio é um indicativo de que a pessoa está perdendo energia térmica rapidamente. Isso pode ocorrer quando há grande diferença de temperatura entre as mãos e o objeto tocado, mas também quando este é bom condutor de calor (coeficiente alto de condutividade térmica), fazendo com que o fluxo térmico seja intenso das mãos para o objeto. É o que ocorre com o metal, que é um melhor condutor de calor do que a madeira, e com o piso, que possui coeficiente de conduti- vidade térmica maior do que o carpete. Assim, se você tocar dois objetos que estejam a temperaturas iguais, porém mais baixas que a temperatura de seu corpo, o fluxo de calor da sua mão será maior para o objeto que possuir maior coeficiente de condutividade, causando a falsa impressão de que ele está mais frio. A tabela a seguir traz alguns valores de coeficientes de condutividade. Quanto maiores forem esses valores, melhor condutor será o material; quanto menor, melhor isolante ele será. Se todos os materiais apresentados estivessem a uma mesma temperatura (inferior à da sua mão), ao encostá-la em cada um deles, qual pareceria mais frio? Coeficientes de condutibilidade térmica (k) de algumas substâncias Material Valor do k (kcal/h ∙ m ∙ ºC) Ar seco em repouso 0,022 Isopor 0,025 Lã 0,033 Algodão 0,047 Fibra de vidro 0,20 Tijolo furado 0,35 Água (parada) 0,50 Vidro comum 0,65 Tijolo maciço 0,70 Gelo 0,8 Telha de barro 1,14 Zinco 96 Alumínio 175 Ouro 267 Cobre 332 69Física Termologia 1. Consulte a tabela, apresentada na página anterior, e cite qual é o melhor condutor e o melhor isolante térmico entre os materiais listados. Justifique a sua escolha pelo coefi- ciente de condutibilidade térmica. 2. Complete as frases escolhendo a palavra dada entre parênteses que dá sentido à informação: a) Os valores de condutibilidade térmica suge- rem que os metais são (bons/ maus) condutores de calor. b) Alguns animais, durante o inverno, eri- çam seus pelos para reter ar, pois essa substância éum bom (iso- lante/condutor) térmico, haja vista a sua (alta/baixa) condutividade. 3. Uma reportagem apresentou um luxuoso ho- tel cujas paredes e todos os móveis, inclusive as camas, eram feitos de gelo. Os proprietá- rios garantiam que seus hóspedes passavam mais frio fora do que dentro do hotel. Com base nas informações da tabela, elabore uma justificativa física para esse fato. 4. Qual a razão de tijolos maciços apresenta- rem maior coeficiente de condutividade que tijolos feitos com o mesmo material, porém furados? 5. (ENEM) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de re- frigerante, são mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrigerador com as mãos des- protegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É correto afirmar que: a) a lata está realmente mais fria, pois a ca- pacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata. b) a lata está de fato menos fria que a garra- fa, pois o vidro possui condutividade tér- mica menor que o alumínio. c) a garrafa e a lata estão à mesma tempe- ratura, possuem a mesma condutividade térmica, e a sensação deve-se à diferença nos calores específicos. d) a garrafa e a lata estão à mesma tempe- ratura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica do alumínio ser maior que a do vidro. e) a garrafa e a lata estão à mesma tempe- ratura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica do vidro ser maior que a do alumínio. 6. (PUC Minas – MG) Ainda nos dias atuais, po- vos que vivem no deserto usam roupas de lã branca como parte de seu vestuário para se protegerem do intenso calor, já que a tempe- ratura ambiente pode chegar a 50 ºC durante o dia. Para nós, brasileiros, que utilizamos a lã principalmente no inverno, a atitude dos povos do deserto pode parecer estranha ou equivocada, contudo ela pode ser explicada pelo fato de que: a) a lã é um excelente isolante térmico, im- pedindo que o calor externo chegue aos corpos das pessoas e a cor branca absorve toda a luz evitando que ela aqueça ainda mais as pessoas. b) a lã é naturalmente quente e, num am- biente a 50 ºC, ela contribui para resfriar um pouco os corpos das pessoas. c) a lã é um excelente isolante térmico, im- pedindo que o calor externo chegue aos corpos das pessoas e a cor branca reflete toda a luz, diminuindo assim o aqueci- mento da própria lã. d) a lã é naturalmente quente, e o branco é uma “cor fria”. Esses fatos combinados contribuem para o resfriamento dos cor- pos daquelas pessoas. 7. (UFRGS – RS) Dois cubos metálicos com di- mensões idênticas, um de ouro (A), ou- tro de chumbo (B), estão sobre uma Para fazer 70 Conquista Modular placa aquecedora, inicialmente em temperatura ambiente. A tabela a seguir apresenta algumas das proprie- dades térmicas desses dois materiais: Propriedades térmicas A ouro B chumbo Condutividade térmica (W/m ⋅ K) 317 35 Coeficiente de dilatação linear (10–6/K) 15 29 Calor específico (J/kg ⋅ K) 130 130 Densidade/Massa específica (kg/m3) 19 600 11 400 Assinale a alternativa que preenche correta- mente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que aparecem: No topo de cada cubo é colocada uma ca- beça de fósforo que fica em contato direto com o cubo. Os dois cubos são aquecidos a uma temperatura final levemente superior à de ignição do fósforo. Com base nos dados da tabela, conclui-se que o fósforo acenderá primeiro no cubo ________ e que a aresta do cubo A será _________ do cubo B no estado de equilíbrio térmico. a) A – menor que a b) A – maior que a c) B – maior que a d) B – menor que a e) A – igual à Convecção As chaminés das indústrias devem facilitar a queima do material combustí- vel. Para tal, devem permitir a entrada de ar rico em oxigênio e a saída dos ga- ses provenientes da combustão já concluída. Por isso, é importante que elas se- jam largas o suficiente para que, simultaneamente, alguns gases subam e outros desçam. Esses deslocamentos podem ocorrer naturalmente graças ao fenômeno físico chamado convecção, processo que ocorre apenas em meios líquidos e gasosos. Observe o exemplo a seguir: Quando a massa de água é aquecida por uma chama, a parte de baixo é aquecida pri- meiramente. Isso provoca sua dilatação térmica e, devido ao aumento de volume, a densidade diminui. Assim: ↓d = m V↑ O processo de transmissão de energia térmica por convecção é caracterizado pelo fato de os fluidos mais quentes (menos densos) subirem enquanto os mais frios (mais densos) descem, implicando o transporte de matéria e calor concomitantemente. Di vo . 2 01 0. 3 D. Corrente de convecção que se forma quando um fuido é aquecido Você sabe a razão de as chaminés das indústrias serem altas e largas? © Ge tty Im ag es /H em er a 71Física Termologia 1. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) A convecção pode ocorrer em meios sólidos. b) ( ) A convecção pode ocorrer em meios líquidos. c) ( ) A convecção pode ocorrer em meios gasosos. d) ( ) A convecção pode ocorrer no vácuo. e) ( ) A condução pode ocorrer em meios sólidos. f) ( ) A condução pode ocorrer em meios líquidos. g) ( ) A condução pode ocorrer em meios gasosos. h) ( ) A condução pode ocorrer no vácuo. 2. Complete os espaços em branco com a palavra dada entre parênteses, que dá sentido às frases: a) Chamamos de fluido toda matéria que se encontra nas fases e (sólida/líquida/ gasosa). b) Quando um líquido ou um gás é aquecido, ele tende a (aumentar/diminuir) o seu volume e, consequentemen- te, a sua densidade (aumenta/diminui). Partes de um flui- do que sejam menos densas (subirão/descerão) e partes de um fluido que sejam mais densas (subirão/descerão). 3. (ENEM) Numa área de praia, a brisa marítima é uma consequência da dife- rença no tempo de aquecimento do solo e da água, apesar de ambos esta- rem submetidos às mesmas condições de irradiação solar. No local (solo), que se aquece mais rapidamente, o ar fica mais quente e sobe, deixando uma área de baixa pressão, provocando o deslocamento do ar da superfície que está mais fria (mar). Menor pressão Brisa marítima Menor temperatura Brisa terrestre Maior temperatura À noite, ocorre um processo inverso ao que se verifica durante o dia. Como a água leva mais tempo para esquentar (de dia), mas também leva mais tempo para esfriar (à noite), o fenômeno noturno (brisa terrestre) pode ser explicado da seguinte maneira: a) O ar que está sobre a água se aquece mais; ao subir, deixa uma área de baixa pressão, causando um deslocamento de ar do continente para o mar. b) O ar mais quente desce e se desloca do continente para a água, a qual não conseguiu reter calor durante o dia. c) O ar que está sobre o mar se esfria e dissolve-se na água; forma-se, as- sim, um centro de baixa pressão, que atrai o ar quente do continente. d) O ar que está sobre a água se esfria, criando um centro de alta pressão que atrai massas de ar continental. e) O ar sobre o solo, mais quente, é deslocado para o mar, equilibrando a baixa temperatura do ar que está sobre o mar. Para fazer 72 Conquista Modular Irradiação A irradiação é um processo de transmissão de calor que ocorre por meio de ondas ele- tromagnéticas. A luz que enxergamos, as micro-ondas emitidas por um forno, o infravermelho usado em aparelhos de fisioterapia e os raios X usados em radiografias são exemplos de ondas eletromagnéticas. Esse tipo de onda pode se propagar tanto em meios materiais (sóli- dos, líquidos e gasosos) quanto no vácuo. De todas as ondas eletromagnéticas que existem, o infravermelho é o principal responsável por transmitir calor e, por isso, em muitos livros de Física, ela é classificada como onda de calor. © Sh ut te rs to ck /V ib ra nt Im ag e St ud io 4. Há modelos de geladeiras que possuem o congelador na parte superior e suas prateleiras são vazadasenquanto outros modelos possuem pra- teleiras inteiriças e o freezer fica em um compartimento anexo. Pesquise sobre o assunto e responda como cada modelo faz uso das correntes de convecção. P.I m ag en s/ Vi m o- M oa ci r F ra nc is co Sabe-se que a condução exige algum meio material para se propagar e a convecção exige fluidos. Se entre o Sol e a Terra predomina o vácuo, como o calor pode se propagar entre eles? © Sh ut te rs to ck / pp ar t 73Física Termologia Mantas térmicas Por terem características físicas muito parecidas, fenômenos que ocorrem com a luz visível também aconte- cem com o infravermelho. Superfícies metálicas e polidas podem refletir essas ondas e, por isso, alguns modelos de fornos e churrasqueiras são espelhados em sua parte interna. O objetivo é impedir que o infravermelho que incide sobre as paredes saia do ambiente. Esse espelhamento faz com que tais ondas de calor sejam refletidas para o alimento que está sendo preparado, aumentando a quantidade de energia que ele recebe e diminuindo o tempo de preparo. Atualmente, diversas residências possuem, sob a sua co- bertura, uma manta térmica, feita com material espelhado. Nas regiões de clima mais quente, o objetivo de usá-las é facilitar a reflexão das ondas eletromagnéticas que entrariam na resi- dência e que, consequentemente, iriam aquecê-la. Em regiões frias, o objetivo da manta é evitar a perda de parte do calor emitido de dentro para fora. Pessoas criativas conseguem unir o útil ao agradável. A parte interna das caixas de leite longa vida são feitas com um material espelhado e produzem praticamente o mesmo efeito das mantas térmicas. Assim, ao utilizá-las, é possível melhorar o conforto térmico de residências, economizando energia elétrica, além de retirar, do meio ambiente, caixas que apenas aumentariam o volume do lixo nos aterros sanitários. 1. (PUC-Rio – RJ) O mecanismo através do qual ocorre a perda de calor de um objeto é de- pendente do meio no qual o objeto está in- serido. No vácuo, podemos dizer que a perda de calor se dá por: a) condução. b) convecção. c) radiação. d) condução e convecção. e) convecção e radiação. 2. (UFRGS – RS) Considere as afirmações a se- guir referentes aos três processos de transfe- rência de calor: I. A radiação pode ser refletida pelo objeto que a recebe. II. A condução ocorre pela propagação de oscilações dos constituintes de um meio material. III. A convecção ocorre apenas em fluidos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. Informações para as questões de 3 a 5: Todo corpo emite algum tipo de onda eletro- magnética e a intensidade dessa emissão (I) depende da temperatura absoluta (T). A lei de Stefan-Boltzmann expressa quantitativamente essa relação pela equação I = σ 4. O símbolo σ refere-se a uma constante denominada de constante de Stefan-Boltzmann. A radiação recebida por um corpo pode provocar aque- cimento; e a emitida, resfriamento. Conforme a cor de um corpo, haverá uma tendência de ele absorver e emitir mais energia na forma de radiação. Corpos negros, por exemplo, absor- vem e emitem mais que os brancos. 3. Complete os espaços com a palavra adequa- da, entre as que se encontram dentro dos parênteses: a) Pela equação de Stefan-Boltzmann, é possível concluir que a intensidade da radiação (I) emitida por um corpo é (diretamente/inversa- mente) proporcional à temperatura ab- soluta elevada à quarta potência. Assim, quanto mais (quente/frio) for um corpo, maior será a intensidade emitida. Para fazer P.I m ag en s/ Pi th Parte interna de caixas de leite longa vida Ética e cidadania Mantas térmicas Por terem características físicas muito parecidas, fenômenos que ocorrem com a luz visível também aconte- cem com o infravermelho. Superfícies metálicas e polidas podem refletir essas ondas e, por isso, alguns modelos de fornos e churrasqueiras são espelhados em sua parte interna. O objetivo é impedir que o infravermelho que incide sobre as paredes saia do ambiente. Esse espelhamento faz com que tais ondas de calor sejam refletidas para o alimento que está sendo preparado, aumentando a quantidade de energia que ele recebe e diminuindo o tempo de preparo. Atualmente, diversas residências possuem, sob a sua co- bertura, uma manta térmica, feita com material espelhado. Nas regiões de clima mais quente, o objetivo de usá-las é facilitar a reflexão das ondas eletromagnéticas que entrariam na resi- dência e que, consequentemente, iriam aquecê-la. Em regiões frias, o objetivo da manta é evitar a perda de parte do calor emitido de dentro para fora. Pessoas criativas conseguem unir o útil ao agradável. A parte interna das caixas de leite longa vida são feitas com um material espelhado e produzem praticamente o mesmo efeito das mantas térmicas. Assim, ao utilizá-las, é possível melhorar o conforto térmico de residências, economizando energia elétrica, além de retirar, do meio ambiente, caixas que apenas aumentariam o volume do lixo nos aterros sanitários. P.I m ag en s/ Pi th Parte interna de caixas de leite longa vida Ética e cidadania 74 Conquista Modular b) Quando uma pessoa se aquece por estar próxima a uma lareira, pode-se concluir que o calor se propaga até ela, principal- mente por (condu- ção/convecção/irradiação). 4. Em um ensolarado dia de verão, você vai sair com amigos para uma caminhada pela praia. De acordo com as informações apresenta- das, argumente sobre a cor de roupa mais adequada: 5. A garrafa térmica, também chamada de vaso de Dewar, tem a função de evitar transferên- cias de calor. Se, dentro dela, for colocado um líquido mais quente que o ambiente, espera- -se que ele não esfrie e, se colocado um líqui- do mais frio, espera-se que ele não esquente. Observe o esquema a seguir: Di vo . 2 00 3. D ig ita l. Entre suas várias características, dois aspec- tos devem ser destacados em relação a uma garrafa térmica. O primeiro é que ela possui paredes duplas, separadas por um espaço vazio, de onde foi retirado o ar e, por isso, tem-se, aproximadamente vácuo. O segundo é que suas superfícies, interna e externa, são espelhadas. Baseado nos conceitos de propa- gação de calor, explique a razão dessas duas características: 6. (UFPA) Um expressivo polo de ferro-gusa tem sido implantado ao longo da ferrovia de Ca- rajás, na região sudeste do Pará, o que ense- jou um aumento vertiginoso na produção de carvão, produzido normalmente com a uti- lização de fornos conhecidos como “rabos- -quentes”, que a foto a seguir ilustra. Além dos problemas ambientais causados por es- ses fornos, a questão relativa às condições altamente insalubres e desumanas a que os trabalhadores são submetidos é preocupan- te. A enorme temperatura a que chegam tais fornos propaga uma grande quantidade de calor para os corpos dos trabalhadores que exercem suas atividades no seu entorno. Com base nas informações referidas no texto apresentado, analise as seguintes afirmações: I. O gás carbônico (CO 2 ) emitido pelos for- nos é um dos agentes responsáveis pelo aumento do efeito estufa na atmosfera. II. Nas paredes do forno de argila, o calor se propaga pelo processo de convecção. III. O calor que atinge o trabalhador se pro- paga predominantemente através do pro- cesso de radiação. IV. O deslocamento das substâncias respon- sáveis pelo efeito estufa é consequência da propagação do calor por condução. Estão corretas somente: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) III e IV. e) II e IV. 75Física Termologia AtividadesAtividades 1. (UEPG – PR) Calor pode ser conceituado como sendo uma forma de energia que é transferida de um sistema físico para outro sistema físico devido, exclusivamente, à diferença de tempe- ratura existente entre os dois sistemas. Sobre o fenômeno da transferência de calor, assinale o que for correto: (01) A transmissãodo calor por convecção, em um meio, consiste essencialmente no des- locamento de moléculas de diferentes den- sidades, de uma região para outra desse meio. (02) A condução do calor pode ser atribuída à transmissão da energia através de colisões entre as moléculas constituintes de um cor- po. Por isso, os sólidos são melhores con- dutores de calor do que os líquidos e do que os gases. (04) Fluxo de calor corresponde à quantidade de calor que atravessa uma seção reta do cor- po que o conduz, na unidade de tempo. (08) O calor, espontaneamente, se propaga do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. (16) Quando dois corpos, em contato, estão em equilíbrio térmico, pode-se afirmar que o fluxo de calor entre eles é constante. 2. (PUCPR) Analise as afirmações referentes à trans- ferência de calor: I. As roupas de lã dificultam a perda de calor do corpo humano para o meio ambiente devido ao fato de o ar existente entre suas fibras ser um bom isolante térmico. II. Devido à condução térmica, uma barra de ferro mantém-se a uma temperatura inferior a um pedaço de madeira mantida no mesmo ambiente. III. O vácuo entre duas paredes de um recipiente serve para evitar a “perda de calor” por irra- diação. Marque a alternativa correta: a) Apenas II está correta. b) Apenas III está correta. c) Apenas I está correta. d) I, II e III estão corretas. e) I, II e III estão erradas. 3. (ENEM) O resultado da conversão direta de ener- gia solar é uma das várias formas de energia al- ternativa de que se dispõe. O aquecimento solar é obtido por uma placa escura coberta por vidro, pela qual passa um tubo contendo água. A água circula, conforme mostra o esquema a seguir: Radiação solar Vidro Coletor Placa escura Reservatório de água quente Reservatório de água fria Água quente para o consumo PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. São Paulo: Hemus, 1981. Adaptação. São feitas as seguintes afirmações quanto aos materiais utilizados no aquecedor solar: I. O reservatório de água quente deve ser metá- lico para conduzir melhor o calor. II. A cobertura de vidro tem como função reter melhor o calor, de forma semelhante à que ocorre em uma estufa. III. A placa utilizada é escura para absorver me- lhor a energia radiante do Sol, aquecendo a água com maior eficiência. Entre as afirmações acima, pode-se dizer que apenas está(ão) correta(s): a) I. b) I e II. c) II. d) I e III. e) II e III. 4. (ENEM) Em grandes metrópoles, devido a mu- danças na superfície terrestre – asfalto e concre- to em excesso, por exemplo – formam-se ilhas de calor. A resposta da atmosfera a esse fenô- meno é a precipitação convectiva. Isso explica a violência das chuvas em São Paulo, onde as ilhas de calor chegam a ter 2 a 3 graus centígrados de diferença em relação ao seu entorno. As características físicas, tanto do material como da estrutura projetada de uma edificação, são a base para compreensão de resposta daquela tecnologia construtiva em termos de conforto ambiental. Nas mesmas condições ambientais (temperatura, umidade e pressão), uma quadra terá melhor conforto térmico se: a) pavimentada com material de baixo calor es- pecífico, pois, quanto maior o calor específi- co de determinado material, menor será a va- riação térmica sofrida pelo mesmo ao receber determinada quantidade de calor. b) pavimentada com material de baixa capaci- dade térmica, pois, quanto menor a capaci- dade térmica de determinada estrutura, me- nor será a variação térmica sofrida por ela ao receber determinada quantidade de calor. 76 Conquista Modular c) pavimentada com material de alta capacida- de térmica, pois, quanto maior a capacida- de térmica de determinada estrutura, menor será a variação térmica sofrida por ela ao re- ceber determinada quantidade de calor. d) possuir sistema de vaporização, pois ambien- tes mais úmidos permitem uma mudança de temperatura lenta, já que o vapor-d’água possui a capacidade de armazenar calor sem grandes alterações térmicas, devido ao baixo calor específico da água (em relação à madei- ra, por exemplo). e) possuir um sistema de sucção do vapor- -d’água, pois ambientes mais secos permitem uma mudança de temperatura lenta, já que o vapor-d’água permite armazenar calor sem grandes alterações térmicas, devido ao baixo calor específico da água (em relação à madei- ra, por exemplo). 5. (UPE) Uma das extremidades de uma barra me- tálica isolada é mantida a 100 ºC, e a outra ex- tremidade é mantida a 0 ºC por uma mistura de gelo e água. A barra tem 60,0 cm de compri- mento e uma seção reta com área igual a 1,5 cm2. O calor conduzido pela barra produz a fu- são de 9,0 g de gelo em 10 minutos. A conduti- vidade térmica do metal vale em W/mK: (Dado: calor latente de fusão da água = 5 J/kg) 6. (UFC – CE) Uma barra cilíndrica reta metálica, homogênea, de comprimento L, com seção transversal A, isolada lateralmente a fim de evi- tar perda de calor para o ambiente, tem suas duas extremidades mantidas a temperaturas T 1 e T 2 , T 1 > T 2 . Considere que o regime estacionário tenha sido atingido. a) Escreva a expressão do fluxo de calor por condução, sabendo-se que esse fluxo é pro- porcional à área da seção transversal e à di- ferença de temperatura entre os extremos da região de interesse ao longo da direção do fluxo e inversamente proporcional à distância entre tais extremos. b) Determine a temperatura de um ponto da bar- ra localizado a uma distância L/3 da extremida- de de maior temperatura em função de T 1 e T 2 . 7. (UPE) Dois cilindros feitos de materiais A e B têm os mesmos comprimentos; os respectivos diâ- metros estão relacionados por d A = 2 d B . Quan- do se mantém a mesma diferença de temperatu- ra entre suas extremidades, eles conduzem calor à mesma taxa. As condutividades térmicas dos materiais estão relacionadas por: a) k A = k B /4 b) k A = k B /2 c) k A = k B d) k A = 2k B e) k A = 4k B 8. (UFG – GO) Um automóvel possui uma mistura aquosa em seu sistema de arrefecimento. Essa mistura é bombeada fazendo circular o calor do motor até o radiador, onde o calor é dissipado para o meio ambiente. Um motorista liga o mo- tor desse automóvel e parte para sua viagem. De- corridos 10 minutos, ele observa, no indicador de temperatura do painel, que a mistura chega ao radiador com 90 ºC e permanece em torno desse valor durante a viagem. Isso ocorre porque: a) o radiador dissipa mais calor do que o motor produz. b) o radiador dissipa mais calor quanto maior a temperatura da mistura aquosa. c) o motor libera menos calor quando aquecido acima dessa temperatura. d) o motor para de produzir calor acima dessa temperatura. e) o radiador dissipa menos calor acima dessa temperatura. 9. (UNESP) Um corpo I é colocado dentro de uma campânula de vidro transparente evacuada. Do lado externo, em ambiente à pressão atmosférica, um corpo II é colocado próximo à campânula, mas não em contato com ela, como mostra a figura: Vácuo I II As temperaturas dos corpos são diferentes e os pinos que os sustentam são isolantes térmicos. Considere as formas de transferência de calor entre esses corpos e aponte a alternativa correta: a) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque não estão em contato entre si. b) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque o ambiente no interior da campânula está evacuado. c) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque suas temperaturas são diferentes. d) Há troca de calor entre os corpos I e II e a transferência se dá por convecção. e) Há troca de calor entre os corpos I e II e a transferência se dá por meio de radiação ele- tromagnética. 77Física Termologia 1. Características dos gases. 2. Teoria cinética dos gases. 3. Como um gás pode receber ou ceder energia? Conceitos Centrais M ar co s Go m es . 2 01 2. D ig ita l. As usinas termelétricas movidasa carvão e a derivados de petróleo emitem gases que contribuem para o efeito estufa. Assim como as usinas nucleares, as termelétricas encontram-se na mira dos ecologistas. Entidades como o Greenpeace promovem movimentos pedindo a substituição dessas por outras que utilizem fontes de energia limpa, como a solar e a eólica. O gás nitrogênio é usado para remover e substituir o oxigênio em embalagens. Por ser inerte e evitar oxidações, o alimento se conserva por mais tempo. Conquista Modular78 Estudo dos Gases9 © Sh ut te rs to ck /o or ka Características dos gases ideais 1.ª) Possui muitas moléculas de massa m e de volume desprezível em relação ao volume do recipiente que as contém. 2.ª) Como todo gás, seu volume é determinado pelo recipiente que o contém e suas partículas estão distribuídas, ocupando todo o volume. A ilustração representa um mesmo gás (o mesmo número de partículas) ocupando todo o volume de recipientes diferentes 3.ª) Apresentam movimento aleatório regido pelas leis de Newton. 4.ª) A distância entre as moléculas é tão grande que não há forças de ligação entre elas, ou seja, elas estão livres. 5.ª) Choques entre partículas são do tipo perfeitamente elástico. P.I m ag en s/ Pi th Características dos gases Os gases podem ser classificados como fluidos e sempre ocupam todo o volume em que estiverem contidos. É relati- vamente fácil provocar expansões (aumento de volume) e compressões (diminuição de volume) em um gás. Por isso, eles são comprimidos e armazenados sob alta pressão em reforçados cilindros metálicos, para que possam ser comercializados. Muitas vezes, o grande aumento de pressão faz com que o gás passe para a fase líquida. Você se lembra dos diagramas de fases? Por isso, quando estão dentro desses cilindros, a substância pode se encontrar na fase líquida. Ao sair do recipien- te e submeter-se à pressão atmosférica, ela certamente estará na fase gasosa. O estudo aprofundado dos gases implica certa complexidade. Assim, para evitar dificuldade excessiva e permitir uma análise quantitativa com equações matemáticas menos complexas, serão estudados os gases ideais. Na carroceria do caminhão, observam-se cilindros de diversos gases. Cada cor corresponde a um tipo de gás, destinado a ramos de atividades que vão de oficinas mecânicas a UTIs de hospitais. O verde, por exemplo, armazena oxigênio hospitalar. Física Termologia 79 Lei geral dos gases ideais Os gases reais podem ser aproximados de gases ideais quando as suas temperaturas são altas e a sua pressão é baixa. Estudar gases sob o ponto de vista da Física implica analisar três variáveis de estado: pressão (p), volume (V) e temperatura absoluta (T). Existem duas equações que permitem um estudo quantitativo das variáveis de estado dos gases. São elas: p1 ⋅ V1 T1 p2 ⋅ V2 T2 = p ⋅ V = n ⋅ R ⋅ T Sendo: p → pressão, cuja unidade SI é o pascal (Pa). V → volume, cuja unidade SI é o metro cúbico (m3). T → temperatura absoluta, cuja unidade SI é o kelvin (K). n → número de mols (quantidade de matéria que apresenta o mesmo número de partículas que em 0,012 kg do isótopo -12 do carbono), cuja unidade SI é o mol (mol). R → constante universal dos gases ideais, cujo valor no SI é 8,31 joules/(mol ∙ kelvin) J mol ⋅ K . 1. (UFPB) Numa indústria de engarrafamento e liquefação de gases, um engenheiro lida, frequentemente, com variações na pressão e no volume de um gás devido a alterações de temperatura. Um gás ideal, sob pressão de 1 atm e temperatura ambiente (27 ºC), tem um para 327 ºC, o seu volume aumenta em 100%. Nessa situação, a pressão do gás, em atm, é: a) 0,5 b) 1,0 c) 1,5 d) 2,0 e) 2,5 2. (UFSM) Considere que a bola tenha um vo- –3 m3 e que a pressão do ar, 5 N/m2, quando a temperatura for de 27 ºC. Sabendo-se que o valor da constante universal dos gases é - gás ideal, a quantidade de ar dentro da bola, a) b) 1,25 c) d) e) 160 Para fazer 80 Conquista Modular 3. 3 quando a uma tempera- a) b) 1 245 Pa c) d) 12 450 Pa e) 4. cilindro munido de um êmbolo móvel de peso desprezível possui 1 litro de ar no seu interior. Ao levá-lo ao pé da montanha, cuja pressão é de 1 atmosfera, o volume do cilin- dro se reduz a 900 cm3 e sua temperatura se eleva em 6 ºC. A pressão no alto da monta- a) 0,66 b) 0,77 c) d) 0,99 e) 5. Determinada transformação gasosa mantém, durante todo o processo, a mesma pressão e, por isso, ela é denominada isobárica. a) - plifique a grandeza que permanece cons- tante e reescreva a fórmula, suprimindo o termo simplificado: b) Do ponto de vista matemático, como se relacionam as grandezas da equação ob- c) 6. Determinada transformação gasosa mantém, durante todo o processo, o volume constante e, por isso, ela é denominada isovolumétri- ca, também chamada de isométrica ou ainda isocórica. a) Na equação da lei geral dos gases, sim- plifique a grandeza que permanece cons- tante e reescreva a fórmula, suprimindo o termo simplificado: b) Do ponto de vista matemático, como se relacionam as grandezas da equação ob- 81Física Termologia c) 7. Determinada transformação gasosa mantém, durante todo o processo, a mesma tempera- tura e, por isso, é denominada isotérmica. a) Na equação da lei geral dos gases, sim- plifique a grandeza que permanece cons- tante e reescreva a fórmula, suprimindo o termo simplificado: b) Do ponto de vista matemático, como se relacionam as grandezas da equação ob- c) 8. gasosa do estado A para o estado B: a) Analise o gráfico e preencha os espaços com a palavra adequada entre as constan- tes nos parênteses: Do estado A para o estado B, a pres- são (aumentou/ diminuiu), o volume (aumentou/ diminuiu) e o pro- (aumentou/ diminuiu). b) Aplicando a lei geral dos gases, pode-se concluir que, de A para B, a temperatu- ra do gás (aumentou/ diminuiu). 82 Conquista Modular Teoria cinética dos gases Foi estudado anteriormente que as partículas que compõem os gases podem possuir energia cinética translacional e rotacional, ambas associadas ao movimento. Essa energia é denominada energia interna (U) do gás, sendo seu valor tanto maior quanto maior for a sua temperatura. Para calculá-la, pode-se utilizar a equação a seguir, válida para gases monoatô- micos (só possuem energia cinética de translação): 3 2 U = ⋅ n ⋅ R ⋅ T Sendo: U → energia interna, cuja unidade SI é o joule (J). n → número de mol, cuja unidade SI é o mol (mol). R → constante universal dos gases ideais, cujo valor no SI é 8,31 joules/(mol ∙ kelvin) J mol ⋅ K T → temperatura absoluta, cuja unidade SI é o kelvin (K). p → pressão, cuja unidade SI é o pascal (Pa). V → volume, cuja unidade SI é o metro cúbico (m3). A equação anterior mostra que a energia interna é diretamente proporcional à temperatura absoluta (T) e, como você deve estar lembrado, temperatura está associada ao grau médio da agitação térmica das partículas. Informações para as questões a seguir. Algumas definições são fundamentais para o estudo dos gases e das respectivas trocas de energia entre eles e o meio externo. A seguir, estão algumas dessas definições: I. Para as aplicações usuais, a energia interna (U) de um gás equivale à soma das energias cinéticas de todas as partículas da amostra. II. A energia cinética média (E CM ) é calculada pela relação entre a energia interna (U) e o número (n) de partículas que compõem o gás. III. Temperatura é uma grandeza associada à agitação térmica das partículas. Por isso, no caso de um gás, ela é proporcional à energia cinética média. 1. Esta tabela contém valores do número de mols e da temperatura de cinco amostras de gases: Gás 1 2 3 4 5 n (número de mols) 2 2 1 8 30 T (temperatura em K) 400 800 2 000 400 200 Calcule a energia interna de cada gás. (Dado: a constante universal dos gases tem valor igual a 8,31 J mol ⋅ K ). Para fazer 83Física Termologia 2. Baseado no texto e noscálculos efetuados no exercício 1, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) Comparando os gases 1 e 2, pode-se concluir que, para uma mesma quantidade de partí- culas, quanto maior for a temperatura, maior será a energia interna. b) ( ) Comparando os gases 1 e 4, pode-se concluir que, para uma mesma temperatura, quanto maior for a quantidade de partículas, maior será a energia interna. c) ( ) Comparando os gases 3 e 5, pode-se concluir que, quanto maior for a temperatura, maior será a energia interna. d) ( ) Comparando os gases 2 e 3, pode-se concluir que, quanto maior for a quantidade de partí- culas, maior será a energia interna. e) ( ) Por tudo o que foi analisado nesses exercícios, conclui-se que a energia interna depende da quantidade de partículas e da temperatura do gás. 3. Esta tabela possui os valores inicial (U 0 ) e final (U) da energia interna de quatro amostras de gases, os quais possuem uma mesma quantidade de partículas, ou seja, mesmo número de mols (n). Define-se a variação da energia interna como a diferença entre as energias final (U) e a inicial (U 0 ). Assim: ΔU = U – U 0 . Com base nessa definição, preencha a última coluna da tabela: Gás U0 U ΔU = U – U0 1 10 20 2 5 20 3 5 5 4 10 5 4. Qual o significado dos sinais positivo e negativo obtidos nos cálculos do exercício anterior? 5. Considerando as informações apresentadas e a tabela do exercício 3, complete os espaços em bran- co com uma das palavras que se encontra dentro dos parênteses: a) Se a energia interna de um gás aumenta (gás 1), pode-se afirmar que ele (rece- beu/cedeu) energia. Consequentemente, sua temperatura final é (maior que/ menor que/igual) a (à) temperatura inicial. b) Se a energia interna de um gás diminui, pode-se afirmar que ele (recebeu/cedeu) energia. Consequentemente, sua temperatura final é (maior que/menor que/ igual) a (à) temperatura inicial. c) Se a energia interna de um gás permanece constante, pode-se afirmar que, ou o gás (trocou/não trocou) energia ou então cedeu (mais/ menos/a mesma quantidade de) energia que recebeu. Consequentemente, sua temperatura fi- nal é (maior que/menor que/igual) a (à) temperatura inicial. 84 Conquista Modular 6. Considerando o texto e a tabela do exercício 3, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, lembrando que os gases possuem o mesmo número de mols: a) ( ) Na situação inicial, os gases 2 e 3 estavam em equilíbrio térmico. b) ( ) Na situação inicial, a temperatura do gás 1 é menor que a do gás 2. c) ( ) O gás 2 ganhou energia e o gás 4 perdeu. d) ( ) O gás 1 aqueceu e o gás 3 resfriou. e) ( ) O gás 2 aqueceu e o gás 4 resfriou. f) ( ) A temperatura inicial e final do gás 3 é a mesma. 7. A tabela abaixo permite tirar conclusões sobre as questões anteriores desta seção. Preencha-a. Quanto à energia trocada, se um gás a energia interna do gás aumenta ou diminui? a variação da energia interna é positiva ou negativa? a temperatura do gás aumenta ou diminui? recebe energia cede energia não troca energia recebe a mesma quantidade de energia que cede Como um gás pode receber ou ceder energia? Um gás pode trocar energia tanto na forma de calor quanto na forma de trabalho. Calor é energia térmica em trânsito, que passa espontaneamente de corpos de maior temperatu- ra para corpos de menor temperatura. Trabalho está associado à transferência de energia mecânica. O tema trocas de calor foi estudado em capítulos anteriores e foi visto que, quando um corpo ganha energia térmica, esse calor pode ser classificado como positivo e, quando perde, será negativo. Note que, às vezes, fala-se em ganhar e perder energia ao invés de receber e ceder. Na verdade, a energia é sempre transformada, não se ganha ou perde energia como se ela sur- gisse de repente, nunca mais pudesse ser usada ou não provocasse nenhuma consequência. Contudo, quando se compreende o contexto em que são aplicados os termos ganhar e perder, não necessariamente se trata de um erro, por isso essas variações foram empregadas no material e são encontradas nas questões de vestibular. Como um gás pode receber ou ceder energia na forma de trabalho será estudado na sequência. Trabalho de um gás Quando um gás estiver encerrado em um recipiente fechado e uma de suas paredes for um êmbolo, é possível que este se desloque. Nesse caso, haverá trabalho e, consequente- mente, transferência de energia, fazendo com que o gás receba ou ceda energia. São duas as situações a considerar. 85Física Termologia Expansão do gás Imagine que as colisões entre as partículas do gás e o êmbolo sejam intensas o suficiente para a parede se deslocar, aumentando o volume interno. Assim: Gás Situação inicial Situação final Gás Pode-se afirmar que o gás realizou um trabalho e ele cedeu energia para empurrar a parede. Dessa forma, se não há outra troca de energia com o exterior, a energia interna do gás diminui e ele resfria. Em tais situações, considere-se que o trabalho tem sinal positivo, pois o êmbolo se deslocou na mesma direção e sentido da resultante das forças aplicadas pelas partículas, durante os choques delas com a parede móvel. Compressão do gás Imagine agora que um agente externo empurre o êmbolo, comprimindo o gás, ou seja, diminuindo o seu volume. Assim: Situação inicial Situação final Gás Gás Ilu st ra çõ es : J ac k Ar t. 20 11 . V et or . Pode-se afirmar que o gás recebeu um trabalho e recebeu energia, pois a parede o empurrou. Dessa forma, se não há nenhuma outra troca de energia com o exterior, a energia interna do gás aumenta e ele aquece. Em tais situações, considere- -se que o trabalho tem sinal negativo, pois o êmbolo se deslocou no sentido contrário ao da resultante das forças aplicadas pelas partículas, durante os choques com a parede móvel. Cálculo do trabalho de um gás Existem várias maneiras de se calcular o trabalho de um gás. É possível usar equações específicas, método gráfico e as leis da termodinâmica (assunto que será estudado nos dois próximos capítulos). Transformação isobárica O trabalho ( ) realizado pela força (F) constante, exercida por um gás que provoca, sobre o êmbolo, um deslocamento (Δs), pode ser calculado pela expressão: = F ⋅ Δs (l) Como a força é constante, a pressão também o é e pode ser calculada pela equação: p = F A → F = p ⋅ A (Il) 86 Conquista Modular Substituindo a equação II em I, tem-se: = p ⋅ A ⋅ Δs Como o produto da área (A) pelo deslocamento (Δs) equivale ao volume (V), pode-se escrever a equação assim: = p ⋅ ΔV Sendo: → trabalho do gás, cuja unidade SI é o joule (J). p → pressão exercida pelo gás, cuja unidade SI é o pascal (Pa). ΔV → variação de volume, cuja unidade SI é o metro cúbico (m3). Transformação qualquer Para qualquer transformação, é possível calcular o trabalho pela área do diagrama da pressão em função do volume (p × V). Pressão V A 2 1 V 1 V 2 olume = N A Caso haja expansão, as forças que surgem das colisões das partículas do gás contra o êmbolo realizam trabalho. Usual- mente, diz-se que o gás realiza trabalho e este tem sinal positivo. Caso haja compressão, diz-se que o gás recebe trabalho e este tem sinal negativo. 1. Em uma transformação sem trocas de calor, ocorre um aumento no volume do gás: a) Houve expansão ou compressão da massa gasosa? b) Nesse caso, o gás empurrou a parede (de dentro para fora) realizando trabalho ou o meio exter- no empurrou a parede (de fora para dentro) e o gás recebeu trabalho? c) Como o trabalho corresponde à quantidade de energia transferida de um sistema para outro, pode-se afirmar que o gás recebeu ou cedeu energia com o trabalho? d) Nesse processo, o gás deve aumentar ou diminuir a sua energia interna? e) A temperatura do gás deve aumentar ou diminuir? f) Determine o sinal matemático do trabalho. 2. Em uma transformação sem trocas de calor, ocorre uma diminuição no volumedo gás. a) Houve expansão ou compressão da massa gasosa? b) Nesse caso, o gás empurrou a parede (de dentro para fora) realizando trabalho ou o meio exter- no empurrou a parede (de fora para dentro) e o gás recebeu trabalho? c) Como trabalho corresponde à quantidade de energia transferida de um sistema para outro, pode-se afirmar que o gás recebeu ou cedeu energia com o trabalho? d) Nesse processo, o gás deve aumentar ou diminuir a sua energia interna? e) A temperatura do gás deve aumentar ou diminuir? f) Determine o sinal matemático do trabalho. Para fazer 87Física Termologia 3. Calcule, para estes gráficos, o módulo do trabalho e atribua o sinal correspondente: a) b) c) d) 4. Esta tabela deve ser preenchida com sinais ou palavras que atendam à solicitação que se encontra na primeira linha (título da respectiva coluna): Forma como o gás trocou energia Representação da grandeza por meio de uma letra e o respectivo sinal (Q+; Q–; +; –) O gás recebe ou cede energia? A energia interna aumenta ou diminui? A variação da energia interna (ΔU = U – U0) é positiva ou negativa? A temperatura do gás aumenta ou diminui? Somente recebe calor Somente perde calor Somente realiza trabalho Somente recebe trabalho 88 Conquista Modular 1. sobre gases ideais: para todos os gases ideais. à mesma temperatura e pressão, contêm o mesmo número de moléculas. III. A energia cinética média das moléculas de um gás ideal é diretamente proporcional à temperatura absoluta do gás. a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 2. freezer, muitas vezes, é difí- cil repetir a abertura da porta, pouco tempo após ter sido fechado, devido à diminuição da pressão entra, à temperatura ambiente, é rapidamente resfriado até a temperatura de operação, em tor- freezer domés- 27 ºC e pressão atmosférica P 0 , a pressão interna poderia atingir o valor mínimo de: Considere que todo o ar no interior do freezer, no instante em que a porta é fechada, está à temperatura do ambiente. a) 35% de P 0 b) 50% de P 0 c) 67% de P 0 d) 0 e) 95% de P 0 3. - rica p o - gás passa por uma compressão isotérmica até a) 0,5 p 0 b) 1,0 p 0 c) 2,0 p 0 d) 5,0 p 0 e) 10,0 p 0 4. - 0 e encontra-se sob uma pressão p 0 . O gás passa por uma transformação isotérmica, ao fi- 0 /2. 0 . Deno- tando a temperatura absoluta inicial do gás por 0 , a sua temperatura absoluta ao final das duas transformações é igual a: a) 0 /4 b) 0 /2 c) 0 d) 0 e) 0 5. - –3 m3. O trabalho realizado pelo ar para encher essa be- pressão atmosférica, num lugar onde o seu valor 5, é no mínimo de: a) b) c) d) e) 6. por um processo a pressão constante (isobárico) 5 Pa. a) Calcule o volume inicial, sabendo que a mas- sa de gás afetada foi de 60 kg e a densidade do gás é de 1,2 kg/m3. b) Calcule o volume final e indique se o gás so- c) Calcule o trabalho realizado pelo gás. 7. fechado possui, inicialmente, volume de 2 m3 e está sob uma pressão de 105 N/m2, a uma tem- - ção isobárica, ao final da qual a sua temperatu- transformação é igual a: a) 1 m3 b) 2 m3 c) 3 m3 d) 4 m3 e) 5 m3 8. entra em uma rodovia, a temperatura do ar nos - lômetros de estrada, a temperatura do ar nos Considerando-se que o ar dentro dos pneus se comporta como um gás ideal e que o volume de cada pneu permanece inalterado, o valor que - são de ar final e a pressão de ar inicial de cada pneu é: a) 0,50 b) 0,94 c) 1,00 d) 1,07 e) 2,00 Atividades 89Física Termologia 1. 1ª. lei da termodinâmica. Conceitos Centrais Olhando para as pessoas, em especial para aque- las por quem se tem afeição, dificilmente faz-se rela- ção com máquinas. Porém, do ponto de vista das leis da Termodinâmica, não há problema em assim classificá-las, pois, no que diz respeito à energia, o seu “funcionamento” pode ser explicado pelos mesmos conceitos usados para entender um automóvel, por exemplo. Em um ser humano ou em uma geladeira, as trocas e transformações de ener- gia são calculadas pelas mesmas equações. Sob o aspec- to “quantidade de energia gasta”, um homem em repouso pode ser comparado a uma lâmpada cuja potência é de 100 watts, pois, mesmo dormindo, coração, rins, fígado e ou- tros órgãos continuam ativos, necessitando de energia para manter o seu funcionamento. Voltando à comparação “corpo humano × carro”, tam- bém há semelhança entre a gasolina (ou outro combustí- vel) e os alimentos, pois estes são a fonte da energia, que se transforma em energia útil para cumprir as funções que cada uma dessas “máquinas” propõe-se a realizar. Porém, nem toda a energia recebida é aproveitada; uma parte é cedida na forma de calor. São essas trocas energéticas o objeto de estudo das leis da termodinâmica. Qual a semelhança entre um carro e o corpo humano? © Sh ut te rs to ck /d ea n be rto nc el j © Sh ut te rs to ck /W av eb re ak m ed ia lt d 90 Conquista Modular a. Lei da termodinâmica10 1.a lei da termodinâmica A 1ª. Lei da Termodinâmica é, sem dúvida, uma das mais importantes leis da Física. Ela explica e quantifica as trocas de energia ocorridas em qualquer objeto, até mesmo em uma estrela longínqua. Mas, para entender essa lei e aplicá-la a qualquer sistema, considere um modelo simples. Tome por referência um gás preso em um recipiente em que uma de suas paredes é um êmbolo. Se esse modelo for compreendido, será possível entender melhor o funcionamento do Universo. Ja ck A rt. 2 01 1. V et or . Você já sabe que um gás pode receber ou ceder energia na forma de calor ou na forma de trabalho. Quando recebe mais do que cede, sua energia interna aumenta, causando o aquecimento da massa gasosa. Mas, se ele ceder mais energia do que receber, a energia interna diminuirá e, consequentemente, ocorrerá resfriamento. Caso o gás receba e ceda a mesma quantidade de energia, sua energia interna não variará e as temperaturas inicial e final serão as mesmas. Como não se perde nem se cria energia, mas se transforma ou se transfere de um sistema para outro, energias trocadas na forma de calor e trabalho provocam variação da energia interna. Enunciado e equação da 1 .a lei da termodinâmica A 1ª. lei da termodinâmica, que também pode ser entendida como a própria Lei da conservação da energia, é enunciada da seguinte maneira: A diferença entre as energias trocadas na forma de calor (Q) e as trocadas na forma de trabalho ( ) provoca variação da energia interna (ΔU). Usando uma linguagem matemática, pode-se escrever: U = Q – Para que essa equação seja utilizada de maneira a expressar adequadamente as trocas de energia ocorridas, é indis- pensável o uso adequado dos símbolos e sinais matemáticos estudados no capítulo anterior. No cotidiano, as pessoas em geral não mostram preocupação em quantificar os fenômenos físicos que as rodeiam, muito menos em simbolizá-los com letras e sinais. Mesmo assim, tais fenômenos acontecem e fazem parte de sua vida. Uma panela de pressão que esteja no fogo recebe calor (Q +) da chama. Esse calor fará com que a água que está dentro da panela seja aquecida até entrar em ebulição, transformando-se em vapor. Inicialmente, enquanto a válvula de segurança estiver fechada, esse vapor ficará aprisionado, acumulando-se entre a tampa e a água líquida. Assim, pode-se tratar a trans- formação gasosa como, aproximadamente, isovolumétrica e, considerando o vapor como um gás ideal, a equação da lei geral dos gases será escrita da seguinte maneira: p1 T1 = p2 T2 A equação acima mostra que, para os gases, pressão e temperatura são grandezas diretamente proporcionais. Mantido o volume constante, não há realização de trabalho ( = 0) e o aumento de temperatura implicará o aumento da energia inter- na (ΔU +), ou seja, a energia recebida pelo gás, na forma de calor, é totalmente convertida em energia interna. 91Física TermologiaNessa situação, pode-se escrever a 1ª. lei da termodinâmica da seguinte forma: ΔU = Q – → ΔU (+) = Q (+) Quando a pressão aumenta o suficiente para que a válvula da panela se abra, acontece uma expansão gasosa e, consequentemente, a realização de trabalho. Por isso, a transformação deixa de ser isovolumétrica. Para continuar a discussão a respeito da 1ª. lei da termodinâmica, vamos utilizar o exemplo dos sprays do tipo ae- rossol. Normalmente, o termo aerossol está associado às latas de spray, porém o seu significado é mais amplo. Aerossol são partículas sólidas ou líquidas suspensas em um gás. Na atmosfera, há muitas partículas como essas, por isso existem satélites destinados a estudá-los, pois sabe-se que exercem influência sobre o clima do planeta Terra. No que diz respeito aos sprays, a 1ª. lei da termodinâmica pode explicar a razão de sentirmos frio na ponta do dedo, quando apertamos o pino e liberamos o aerossol. Mas, para entender a razão desse fenômeno, antes precisamos saber que, dentro dessas latinhas, há um líquido (perfume, desodorante, óleo lubrificante, inseticida, entre outras opções) e muito gás comprimido (propano e butano, na maioria dos casos). Como o gás é colocado na latinha sob pressão maior que a atmosféri- ca, quando o pino é liberado, ele age como um propelente, deslocando-se para o meio externo e levando consigo partículas do líquido. Devido à grande diferença de pressão, o gás sai com alta velocidade pelo pequeno orifício, caracterizando uma rápida expansão (aumento de volume). Pelo fato de a transformação gasosa ocorrer em um curto intervalo de tempo, pode-se considerar que não há trocas de calor, por isso esse processo pode ser classificado como adiabático. O termo adiabático é usado para expressar transformações que ocorrem sem troca de calor, mas isso não significa que não ocorram trocas de energia. Lembre-se de que trabalho também é uma maneira de se trocar energia e provocar variação na energia interna e na temperatura. Analisando uma expansão adiabática sob o olhar da 1.ª lei da termodinâmica, pode-se escrever: ΔU = Q – → ΔU (–) = – (+) Observe que o sinal negativo que aparece do lado direito do sinal de igual e à esquerda do símbolo de trabalho ( ) vem da própria equação. O sinal positivo entre parênteses, que está do lado direito do símbolo de trabalho ( ), é o atribuído a essa grandeza, afinal trata-se de uma expansão. Como consequência matemática, o sinal da variação da energia interna (ΔU) será negativo, o que expressa satisfatoriamente o fenômeno físico ocorrido. Como o gás realiza trabalho sem trocar calor, ele perde energia no processo de expansão e, por isso, sua energia interna diminui (ΔU negativo). Assim, o gás resfria, causando uma sensação de frio na ponta do dedo de quem aperta o pino de uma lata de aerossol. © Sh ut te rs to ck /P ic sf iv e 92 Conquista Modular Para fazer 1. Em termodinâmica, as quantidades de energia trocadas são representadas por letras (ΔU, Q, ) e sinais (+ ou –), que simbolizam os fenô- menos ocorridos. Traduza, para a linguagem de sinais, os fenômenos descritos a seguir: a) O gás recebe calor: b) O gás perde calor: c) O gás realiza trabalho: d) O gás recebe trabalho: e) A energia interna do gás aumenta: f) A energia interna do gás diminui: 2. Um gás recebe 50 cal de energia na forma de calor e realiza um trabalho de 30 cal. a) Converta as informações acima para a lin- guagem de sinais da termodinâmica. b) O gás ganhou energia na forma de calor ou trabalho? c) O gás perdeu energia na forma de calor ou trabalho? d) O gás ganhou mais energia que perdeu ou perdeu mais energia que ganhou? e) Calcule a variação da energia interna do gás: f) O gás aqueceu ou resfriou? 3. Um gás recebe 30 cal de energia na forma de calor e recebe um trabalho de 10 cal. a) Converta as informações acima para a lin- guagem matemática da termodinâmica. b) O gás ganhou energia na forma de calor ou trabalho? c) O gás perdeu energia na forma de calor ou trabalho? d) O gás ganhou mais energia que perdeu ou perdeu mais energia que ganhou? e) Calcule a variação da energia interna do gás. f) O gás aqueceu ou resfriou? 4. Um gás perde 20 J de energia na forma de calor e realiza um trabalho de 30 J. a) Converta as informações acima para a lin- guagem de sinais da termodinâmica. b) O gás ganhou energia na forma de calor ou trabalho? c) O gás perdeu energia na forma de calor ou trabalho? d) O gás ganhou mais energia que perdeu ou perdeu mais energia do que ganhou? e) Calcule a variação da energia interna do gás. f) O gás aqueceu ou resfriou? 5. Um gás perde 20 J de energia na forma de calor e recebe um trabalho de 20 J. a) Converta as informações acima para a lin- guagem de sinais da termodinâmica. b) O gás ganhou energia na forma de calor ou trabalho? c) O gás perdeu energia na forma de calor ou trabalho? d) O gás ganhou mais energia do que perdeu ou perdeu mais energia do que ganhou? e) Calcule a variação da energia interna do gás. f) O gás aqueceu ou resfriou? 6. Esta tabela apresenta, na 1ª. coluna, os nomes de algumas transformações gasosas. Nas co- lunas seguintes, deverá ser feita uma análise dessas transformações com base na 1ª. lei da termodinâmica: Nome da transformação gasosa Variável de estado constante (p, V, T) Qual grandeza (Q, , U) é nula? Reescreva a equação da 1ª. lei, suprimindo, se houver, o termo nulo. Isovolumétrica (isométrica, isocórica) Isotérmica Isobárica 7. Um gás perde 50 cal na forma de calor e a transformação é do tipo isocórica. a) Determine o valor do trabalho no SI. b) O gás realiza trabalho sobre o meio ou re- cebe trabalho do meio? c) Devido ao trabalho, o gás recebe energia do meio ou cede energia para o meio? d) Calcule a variação da energia interna. e) Nessa situação, a temperatura do gás au- menta ou diminui? 8. Ao receber 100 cal de energia, na forma de calor, um gás sofre uma transformação iso- térmica. Uma transformação isotérmica é caracterizada por ser lenta, havendo, assim, tempo suficiente para que o gás troque calor com o meio externo e mantenha a tempera- tura constante. a) Calcule a variação da energia interna. 93Física Termologia b) Nessa situação, a temperatura do gás au- menta ou diminui? c) Determine o valor do trabalho no SI. d) O gás realiza trabalho sobre o meio ou re- cebe trabalho do meio? e) Devido ao trabalho, o gás recebe energia do meio ou cede energia para o meio? 9. Em uma transformação isobárica, cuja pres- são exercida pelo gás é de 10 N/m2, ocorre um aumento de volume de 0,5 m3. a) Determine o valor do trabalho no SI, lem- brando-se de que, para transformações isobáricas, o trabalho pode ser calculado pela equação ΔV. b) O gás realiza trabalho sobre o meio ou re- cebe trabalho do meio? c) Devido ao trabalho, o gás ganha energia do meio ou cede energia para o meio? d) Se, durante essa expansão, o gás recebeu 20 J de energia na forma de calor, qual a variação da energia interna? e) Nessa situação, a temperatura do gás au- menta ou diminui? 10. (UFPEL – RS) De acordo com seus conheci- mentos sobre Termodinâmica, analise as afir- mativas a seguir: I. Sempre que um corpo muda de fase, sob pressão constante, ele recebe ou cede ca- lor e a sua temperatura varia. II. Quando se tem uma transformação isobá- rica, de certa massa de um gás perfeito, o aumento da temperatura fará com que aconteça um aumento de volume. III. Certa massa de um gás perfeito pode re- ceber calor sem que a sua temperatura interna aumente. Isso ocorrerá se ele rea- lizar um trabalho igual à quantidade de calor que recebeu. IV. Em um processo de transformação isocó- rico, a temperatura de certa massa de um gás permanece constante. Dessas afirmativas, estão corretas apenas: a) I e III. b) I, II e III. c) II e III. d) II e IV. e) II, III e IV. 11. Um gás sofreu uma expansãoadiabática, ou seja, seu volume aumentou em um curto in- tervalo de tempo, não permitindo trocas de calor. Nesse processo, a energia trocada na forma de trabalho foi de 20 J. a) O gás realizou trabalho sobre o meio ou recebeu trabalho do meio? b) Devido ao trabalho, o gás recebeu energia do meio ou cedeu energia para o meio? c) Escreva, matematicamente, com símbolo e sinal adequados, o valor do trabalho. d) Qual foi a quantidade de calor trocada com o meio externo? Responda, usando a simbologia matemática apropriada. e) Calcule a variação da energia interna. f) Nessa situação, a temperatura do gás au- mentou ou diminuiu? g) Conclui-se, então, que uma expansão adiabática provoca aumento ou diminui- ção na temperatura de um gás? 12. Um gás sofre uma compressão adiabática, ou seja, o seu volume diminui em um curto in- tervalo de tempo, não permitindo trocas de calor. Nesse processo, a energia trocada na forma de trabalho foi de 30 J. a) O gás realizou trabalho sobre o meio ou recebeu trabalho do meio? b) Devido ao trabalho, o gás recebeu energia do meio ou cedeu energia para o meio? c) Escreva, matematicamente, com símbolo e sinal adequados, o valor do trabalho. d) Qual a quantidade de calor trocada com o meio externo? Responda, usando a sim- bologia matemática apropriada. e) Calcule a variação da energia interna. f) Nessa situação, a temperatura do gás au- mentou ou diminuiu? g) Conclui-se, então, que uma compressão adiabática provoca aumento ou diminui- ção na temperatura de um gás? 13. (FGV – SP) Entre as transformações realizadas por um gás ideal, é certo que: a) não há variação da energia interna nas transformações isobáricas. b) a temperatura se mantém constante, tan- to nas transformações isotérmicas quanto nas isométricas. c) nas transformações adiabáticas não há troca de calor entre o gás e o recipiente que o contém. d) não há realização de trabalho nas trans- formações isotérmicas, uma vez que nelas o volume não varia. e) tanto a pressão quanto o volume do gás se mantêm constantes nas transforma- ções isométricas. 14. (UFU – MG) Um botijão de cozinha con- tém gás sob alta pressão. Ao abrirmos esse 94 Conquista Modular botijão, percebemos que o gás escapa rapi- damente para a atmosfera. Como esse pro- cesso é muito rápido, podemos considerá-lo como um processo adiabático. Considerando que a 1.ª Lei da Termodinâ- mica é dada por ΔU = Q – W, onde ΔU é a variação da energia interna do gás, Q é a energia transferida na forma de calor e W é o trabalho realizado pelo gás, é correto afir- mar que: a) a pressão do gás aumentou e a tempera- tura diminuiu. b) o trabalho realizado pelo gás foi positivo e a temperatura do gás não variou. c) o trabalho realizado pelo gás foi positivo e a temperatura do gás diminuiu. d) a pressão do gás aumentou e o trabalho realizado foi negativo. 15. (UFSM – RS) Gás ideal Vácuo A figura representa um sistema formado por um recipiente rígido, isolado termicamente e dividido em dois compartimentos, um com gás ideal e outro com vácuo. Se a divisória interna do sistema é retirada: a) a vizinhança realiza trabalho sobre o siste- ma. b) o sistema realiza trabalho sobre a vizi- nhança. c) a energia interna do sistema permanece constante. d) a energia interna do sistema aumenta. e) parte da energia interna do sistema flui para a vizinhança. Transformações cíclicas Motores de automóveis ou caminhões, entre outros, são máquinas térmicas que obe- decem à 1ª. lei da termodinâmica. Os gases comprimidos dentro de seus cilindros empurram os pistões e fazem os veículos andarem. Quem adquire um carro, por exemplo, espera que o seu motor funcione por muito tempo, justificando o investimento. Inclusive, não se fabrica um motor para que ele realize trabalho apenas uma vez, de modo que todo motor deve operar ciclicamente. Mas o que é operar em ciclos? Para a Física, um ciclo é uma sequência de transforma- ções, que começam e terminam em um mesmo ponto, repetindo-se periodicamente. Em outras palavras, pode-se dizer que o seu estado final (p, V, T) coincide com o inicial (p0, V0, T0), por isso a variação da energia interna (ΔU) é nula. Isso se justifica pelo fato de a temperatura final ser igual à inicial, de modo que as energias internas inicial (U0) e final (U) também são iguais. Existem variadas maneiras de se representar um ciclo, porém uma das mais compactas e esclarecedoras é a forma gráfica. O diagrama da pressão em função do volume, apresentado a seguir, traz um exemplo: Os gráficos são uma forma de comunicação importante, pois permitem sintetizar in- formações, facilitando os cálculos e as conclusões. O diagrama p × V, que representa uma transformação gasosa, tem como uma de suas principais propriedades permitir o cálculo do trabalho por meio da área sob a curva. Para calcular o trabalho de um ciclo, pode-se tanto somar os trabalhos de cada eta- pa (AB, BC, CD, DA) quanto calcular a área interna da figura formada pela sequência de 95Física Termologia transformações. No exemplo anterior, a figura formada é um retângulo. Dependendo das su- cessivas transformações, variadas figuras podem ser formadas. Como expansões representam trabalho positivo e compressões, negativo, tem-se: ≅ +A ≅ –A É importante saber que cada tipo de transformação gasosa é representada por um gráfico característico. Identificar e relacionar a transformação respectivamente ao seu gráfico pode melhorar muito a compreensão das transformações cíclicas. A tabela a seguir traz os princi- pais tipos de transformação e seus respectivos diagramas. Nome da transformação gasosa O que há de diferente nessa transformação Diagrama p × V Isobárica A pressão permanece constante. Isovolumétrica (isométrica, isocórica) O volume permanece constante. Isotérmica A temperatura permanece constante. Essa transformação é lenta, permitindo as trocas de calor necessárias para que a temperatura não se altere. Adiabática O gás não troca calor. Essa transformação ocorre em situações em que o gás é expandido ou comprimido tão rapidamente que não há tempo para que ocorram trocas de calor ou quando as paredes do recipiente são perfeitamente isoladas. 96 Conquista Modular 1. Este diagrama da pressão (p), em função do volume (V), representa uma transformação gasosa AB. Analise o gráfico e responda às questões: a) A transformação gasosa AB é uma expan- são ou compressão? b) Como essa transformação pode ser classi- ficada? ( ) Isobárica. ( ) Isocórica. ( ) Isotérmica. ( ) Adiabática. c) Utilizando a Lei geral dos gases e as infor- mações extraídas do gráfico, identifique se a temperatura aumentou, diminuiu ou permaneceu constante. d) Nesse caso, a variação da energia interna (ΔU) é positiva, negativa ou nula? e) Analisando a transformação pelos respec- tivos sinais das grandezas envolvidas e pela equação da 1ª. lei da t ermodinâmica, conclui-se que o gás ganhou, perdeu ou não trocou calor? 2. Este diagrama da pressão (p), em função do volume (V), representa uma transformação gasosa AB. Analise o gráfico e responda às questões: a) A transformação gasosa AB é uma expan- são ou uma compressão? b) Como essa transformação pode ser classi- ficada? ( ) Isobárica. ( ) Isocórica. ( ) Isotérmica. ( ) Adiabática. c) Utilizando a lei geral dos gases e as infor- mações extraídas do gráfico, identifique se a temperatura aumentou, diminuiu ou permaneceu constante. d) Nesse caso, a variação da energia interna (ΔU) é positiva, negativa ou nula? e) Analisando a transformação pelos respec- tivos sinais das grandezas envolvidas e pela equação da 1ª. lei da termodinâmica, conclui-se que o gás ganhou, perdeu ou não trocou calor? 3. Este diagrama da pressão (p), em função do volume (V), representa uma transformação gasosa AB. Analise o gráfico e respondaàs questões: a) A transformação gasosa AB é uma expan- são ou compressão? b) Como essa transformação pode ser classi- ficada? ( ) Isobárica. ( ) Isocórica. ( ) Isotérmica. ( ) Adiabática. c) Utilizando a lei geral dos gases e as infor- mações extraídas do gráfico, identifique se a temperatura aumentou, diminuiu ou permaneceu constante. d) Nesse caso, a variação da energia interna (ΔU) é positiva, negativa ou nula? e) Analisando a transformação pelos respec- tivos sinais das grandezas envolvidas e pela equação da 1ª. lei da termodinâmica, conclui-se que o gás ganhou, perdeu ou não trocou calor? 4. Este diagrama da pressão (p), em função do volume (V), representa uma transformação gasosa AB. Analise o gráfico e responda às questões: Para fazer 97Física Termologia a) A transformação gasosa AB é uma expan- são ou compressão? b) Como essa transformação pode ser classi- ficada? ( ) Isobárica. ( ) Isocórica. ( ) Isotérmica. ( ) Adiabática. c) Utilizando a lei geral dos gases e as infor- mações extraídas do gráfico, identifique se a temperatura aumentou, diminuiu ou permaneceu constante. d) Nesse caso, a variação da energia interna (ΔU) é positiva, negativa ou nula? e) Analisando a transformação, conclui-se que o gás ganhou, perdeu ou não trocou calor? 5. (UFRGS – RS) O gráfico a seguir representa o ciclo de uma máquina térmica ideal: O trabalho total realizado em um ciclo é: a) 0 J b) 3,0 J c) 4,5 J d) 6,0 J e) 9,0 J 6. (UPE) O diagrama PV para uma determinada amostra de gás está representado na figura a seguir. Se o sistema é levado do estado a para o estado b, ao longo do percurso acb, fornece-se a ele uma quantidade de calor igual a 100 cal, e ele realiza um trabalho de 40 cal. Se, por meio do percurso adb, o calor fornecido é de 72 cal, então o trabalho realizado vale em cal: a) 28 b) 60 c) 12 d) 40 e) 24 7. (ITA – SP) Três processos compõem o ciclo ter- modinâmico ABCA mostrado no diagrama P × V da figura. O processo AB ocorre à tem- peratura constante. O processo BC ocorre a volume constante com decréscimo de 40 J de energia interna e, no processo CA, adiabáti- co, um trabalho de 40 J é efetuado sobre o sistema. Sabendo-se também que, em um ci- clo completo, o trabalho total realizado pelo sistema é de 30 J, calcule a quantidade de calor trocada durante o processo AB. 8. (PUCRS) O ciclo Otto é um ciclo termodinâmi- co constituído por dois processos adiabáticos e dois processos isovolumétricos, como mos- tra o gráfico que segue: Num motor que opera segundo este ciclo, um pistão inicialmente na posição corres- pondente ao máximo volume, estado 1, comprime o ar até que atinja o volume mí- nimo, estado 2. Então ocorre a combustão, resultando em um súbito aumento da pres- são enquanto o volume permanece cons- tante, levando o ar ao estado 3. O processo que segue é a ejeção de potência quando o ar expande adiabaticamente para o esta- do 4. No processo final, calor é transferido para a vizinhança e o ciclo é completado. A partir das informações obtidas pela análise do gráfico representativo do ciclo Otto e de acordo com as leis da Termodinâmica, é cor- reto afirmar que: a) o calor líquido trocado no ciclo é nulo, vis- to que a temperatura final é igual à tem- peratura inicial. b) o sistema realiza um trabalho líquido nulo durante o ciclo, pois o volume final é igual ao volume inicial. c) o trabalho realizado no processo de com- pressão adiabática é maior do que o reali- zado no processo de expansão adiabática. d) o sistema absorve calor durante a com- pressão adiabática e rejeita calor durante a expansão adiabática. e) a variação da energia interna no ciclo é zero, porque o estado final é igual ao es- tado inicial. 98 Conquista Modular 1. (UNESP) Um recipiente contendo um certo gás tem seu volume aumentado graças ao trabalho de 1 664 J realizado pelo gás. Neste processo, não houve troca de calor entre o gás, as paredes e o meio exterior. Considerando que o gás seja ideal, a energia de 1 mol desse gás e a sua tem- peratura obedecem à relação U = 20,8T, onde a temperatura T é medida em kelvin e a energia U em joule. Pode-se afirmar que nessa transforma- ção a variação de temperatura de um mol desse gás, em kelvin, foi de: a) 50 b) –60 c) –80 d) 100 e) 90 2. (UDESC) O gráfico a seguir apresenta dois pro- cessos termodinâmicos distintos, utilizados para levar uma massa gasosa de gás ideal de uma temperatura inicial T 0 até uma temperatura T x . O primeiro (A) é um processo isobárico e o segun- do (B) é um processo isocórico. Analise as afirmativas a seguir, relacionadas aos processos termodinâmicos descritos no gráfico: I. A variação de energia interna do gás foi a mesma nos dois processos. II. A quantidade de calor fornecida ao gás foi a mesma nos dois processos. III. A temperatura T x é maior do que a tempera- tura T 0 . Assinale a alternativa correta: a) Somente a afirmativa III é verdadeira. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa II é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 3. (UFRJ) Um gás ideal se encontra em um estado de equilíbrio termodinâmico A no qual tem vo- lume V 0 e pressão p 0 conhecidos. O gás é então comprimido lentamente até atingir um estado de equilíbrio termodinâmico B no qual seu volu- me é V 0 /3. Sabendo que o processo que leva o gás do esta- do A ao estado B é o indicado pelo segmento de reta do diagrama, e que os estados A e B estão em uma mesma isoterma, calcule o calor total Q AB cedido pelo gás nesse processo. 4. (UFV – MG) A figura a seguir ilustra um processo termodinâmico em um gás. Sabendo que duran- te o processo ABC a variação da energia interna do gás foi igual a U e que o trabalho realizado pelo gás no processo BC foi igual a W, então a quantidade de calor transferida ao gás no pro- cesso ABC foi: a) U + V A (P A – P C ) + W b) U + P A (V B – V A c) U + V C (P A – P C ) + W d) U + P A (V B – V A ) + W 5. (UFLA – MG) O Ciclo de Carnot é constituído de duas transformações isotérmicas a temperaturas T 1 e T 2 e duas transformações adiabáticas. Con- sidere o diagrama P × V a seguir e o sentido do ciclo ABCDA. É correto afirmar: a) As variações da energia interna ΔU nos pro- cessos BC e DA são nulas. b) As variações da energia interna ΔU nos pro- cessos AB e CD são nulas. c) A temperatura associada ao processo isotér- mico AB é menor do que a temperatura asso- ciada ao processo isotérmico CD. d) Ao final do ciclo ABCDA, o trabalho realizado é igual à variação da energia interna ΔU de ciclo. Atividades 99Física Termologia 6. (UECE) No diagrama P-V a seguir, quatro proces- sos termodinâmicos cíclicos executados por um gás, com seus respectivos estados iniciais, estão representados. O processo no qual o trabalho re- sultante, realizado pelo gás, é menor é o: a) I. b) J. c) K. d) L. 7. (UFSC) Admita uma máquina térmica hipotética e ideal que funcione de acordo com o ciclo re- presentado no gráfico de pressão versus volume (p × V) a seguir: Sabendo que a transformação CD é adiabática, com base na 1ª. Lei da Termodinâmica e no gráfi- co acima, assinale a(s) proposição(ões) correta(s): (01) A transformação BC é isotérmica. A ener- gia absorvida pelo gás na forma de calor é transformada parcialmente em trabalho. (02) Na transformação AB o gás sofre uma ex- pansão isobárica, realizando um trabalho de 1,6 kJ sobre a vizinhança. (04) Sabendo que a temperatura T 2 vale 900 K, podemos afirmar que a temperatura T 1 vale 1 260 K e a pressão no estado C vale aproxi- 5 Pa. (08) Na transformação cíclica – ABCDEA – apre- sentada, a variação da energia interna é zero, ou seja, a temperatura não varia du- rante todo o ciclo. (16) A transformação CD é uma compressão adiabática, onde a temperatura do gásdi- minui devido ao trabalho realizado sobre a vizinhança. (32) A transformação EA é isocórica. O aumento da temperatura do sistema, e consequen- temente o aumento da energia interna, se deve ao calor recebido da vizinhança. 8. (UFMS) A primeira figura mostra um êmbolo no interior de um cilindro que está contido no inte- rior de uma câmara. O cilindro está imerso em água com gelo, e a câmara isola termicamente todo o sistema das vizinhanças. O ar contido no interior do cilindro está em equilíbrio térmico com todo o sistema a 0 ºC e sua pressão é igual à pressão atmosférica externa. O cilindro pode trocar calor apenas com a água, o ar e o gelo. Em seguida, é colocado um tijolo bruscamente sobre o êmbolo, comprimindo rapidamente o ar no interior do cilindro. Após um certo tempo, todo o sistema água e gelo volta novamente ao equilíbrio térmico de 0 ºC, mas a pressão do ar, no interior do cilindro, fica maior que a pressão atmosférica. Com fundamentos na Termodinâ- mica e considerando que o ar é um gás ideal e que não há vazamentos, é correto afirmar: Ar Ar (01) O produto da pressão do ar pelo volume que ele ocupa é igual nas duas situações de equilíbrio. (02) Na situação representada pela segunda fi- gura, existe menos massa de gelo que na situação representada pela primeira figura. (04) A partir da situação representada pela pri- meira figura, até a situação representada pela segunda figura, a transformação so- frida pelo ar pode ser compreendida por dois processos termodinâmicos, o primeiro adiabático e o segundo isobárico. (08) A partir da situação representada pela pri- meira figura até a situação representada pela segunda figura, a temperatura do ar permaneceu sempre constante. (16) Não haverá troca de calor entre o cilindro e a água, mesmo depois de jogar o tijolo e esperar atingir o novo equilíbrio. 100 Conquista Modular 9. (UFRJ) Um gás ideal em equilíbrio termodinâ- 5 N/m2, volume de –3 m3 e temperatura de 300 K. O gás é aquecido lentamente à pressão constante re- cebendo uma quantidade de 375 J de calor até –3 m3, no qual per- manece em equilíbrio termodinâmico. a) Calcule a temperatura do gás em seu estado final de equilíbrio. b) Calcule a variação da energia interna do gás entre os estados inicial e final. 10. (UNIFESP) Em um trocador de calor fechado por paredes diatérmicas, inicialmente o gás monoa- tômico ideal é resfriado por um processo isocó- rico e depois tem seu volume expandido por um processo isobárico, como mostra o diagrama pressão versus volume: a) Indique a variação da pressão e do volume no processo isocórico e no processo isobárico e de- termine a relação entre a temperatura inicial, no estado termodinâmico a, e final, no estado termodinâmico c, do gás monoatômico ideal. b) Calcule a quantidade total de calor trocada em todo o processo termodinâmico abc. 11. (UPE) No diagrama PV, a seguir, está representa- da uma série de processos termodinâmicos. No processo ab, 250 J de calor são fornecidos ao sistema, e, no processo bd, 600 J de calor são fornecidos ao sistema. Analise as afirmações que se seguem: I. O trabalho realizado no processo ab é nulo. II. A variação de energia interna no processo ab é 320 J. III. A variação de energia interna no processo abd é 610 J. IV. A variação de energia interna no processo acd é 560 J. É correto afirmar que apenas as(a) afirmações(ão): a) II e IV estão corretas. b) IV está correta. c) I e III estão corretas. d) III e IV estão corretas. e) II e III estão corretas. 12. (UNIMONTES – MG) Numa compressão isotérmi- ca, o trabalho realizado sobre o gás é 800 J. O calor cedido pelo gás no processo e a variação da energia interna, em joules, são iguais, respec- tivamente, a a) 800, 800. b) c) zero, 800. d) 800, zero. 13. (UNIFAP) Com base nas leis termodinâmicas, a par- tir das condições e das definições de um sistema, determine se há trabalho realizado pelo sistema, sobre o sistema ou se nenhum trabalho é realizado. Encontre o(s) valor(es) numérico(s) associado(s) à(s) proposição(ões) correta(s). (01) Um balão expande enquanto um pequeno pedaço de gelo seco (CO 2 sólido) sublima dentro do balão (balão = sistema). Para este caso, o trabalho foi realizado pelo sistema. (02) As portas do compartimento de carga do trem espacial são abertas no espaço, li- berando um pouco da atmosfera residual (compartimento de carga = sistema). Para este caso, nenhum trabalho foi realizado. (04) O CHF 2 Cl, um gás refrigerante é comprimido no compressor do ar condicionado, para li- quefazê-lo (CHF 2 Cl = sistema). Para este caso, o trabalho foi realizado sobre o sistema. (08) Uma lata de tinta spray é descarregada (lata = sistema). Para este caso, nenhum trabalho foi realizado. (16) Uma lata de tinta spray é descarregada (tin- ta spray = sistema). Para este caso, o traba- lho foi realizado pelo sistema. 14. (UPE) Suponha que 1,00 g de água evapo- re isobaricamente à pressão atmosférica (1,0 ⋅ 105 Pa). Seu volume no estado líquido é VL = 1,00 cm3 e no estado de vapor é Vv = 1 671 cm3. Considerando o calor latente de vaporização da água, para essa pressão, como sendo Lv = 2,26 ⋅ 106 J/kg, quando a água se transforma em vapor, a variação de energia in- terna, em joules, vale: a) 2 500 b) 1 320 c) 3 200 d) 2 093 e) 2 403 101Física Termologia Conceitos Centrais 1. Máquina térmica. 2. 2ª. lei da termodinâmica. Basicamente, o motor de um automóvel é constituído por cilindros fechados por êm- bolos. Quando ar e vapores de combustível explodem, ocorrem rápidas expansões, por isso realizam trabalho. Parte dessa energia (trabalho) é convertida em energia cinética, fazendo o carro andar. A capacidade de um motor é designada pela soma dos volumes dos cilindros que o compõem. Carros populares, por exemplo, preferidos por pessoas que valorizam a economia de combustível, possuem especi- ficações, por exemplo, 1.0 ou 1 000. Esses números informam que a soma dos volumes dos cilindros equivale a 1,0 litro ou 1 000 cm3, respectivamente. Como a maioria dos carros possui quatro cilindros, cada um de- les tem 250 cm3. Quanto maior for o volu- me de cada cilindro, mais trabalho pode ser realizado, por isso maior será a potência do motor e, consequentemente, o seu consumo de combustível. Esquema de um cilindro de motor de automóvel que indica o momento em que gases se expandem e realizam trabalho, provocando o movimento do veículo. Quanto maior for o tamanho dos cilindros, mais trabalho ele pode realizar e mais potente será o motor. Você sabe o significado dos números 1.0, 1.4, 1.8, 2.0, entre outros, que normalmente aparecem estampados na traseira de veículos? Im ag en s: © P.I m ag en s/ Pi th Di vo . 2 01 0. 3 D. 102 Conquista Modular 11 a. Lei da Termodinâmica Máquina térmica A sociedade atual é dependente de energia. Transformar suas variadas formas em outras que sejam úteis tornou-se uma prática constante. A energia elétrica é necessária para alimentar os aparelhos eletroeletrônicos; a energia mecânica é fundamental para movimentar carros, aviões, tratores, caminhões etc. Para se obter energia elétrica, pode- -se aproveitar, por exemplo, a energia mecânica da água em uma usina hidrelétrica. Para se obter a energia mecânica necessária para mover um carro, pode-se aproveitar o calor (energia térmica) obtido na combustão da gasolina, do álcool ou do GNV. Motores de automóveis ou qualquer outro equipamento que promova transformação de energia térmica (calor – Q) em energia mecânica (trabalho – ) são chamados de má- quinas térmicas. Define-se máquina térmica como sendo toda máquina capaz de converter calor em trabalho. Perder para ganhar Imagine uma inusitada máquina cuja função seja a de levantar uma caixa da posição 1 para a posição 2, conforme apresentado na figura: Ja ck A rt. 2 01 1. V et or . Para que a caixa saia da posição 1 e chegue àposição 2, o gás contido no cilindro deve empurrar o êmbolo, realizando um trabalho. Para tal, a vela (fonte quente – FQ) cede para o gás uma quantidade de energia. Esta é responsável por aumentar a temperatura do gás (aumento de energia interna) e por realizar o trabalho de 1 até 2. Depois disso, a máquina precisará retornar à posição inicial para buscar a próxima caixa a ser levada de 1 para 2. Para que isso ocorra, ela precisará passar por um processo de compressão. Uma máquina, normalmente, não é construída para realizar uma única tarefa e depois ser descartada. Nesse exemplo, não seria conveniente que ela levasse apenas uma caixa, pa- rasse, deixasse de funcionar e fosse jogada fora. Por isso, ela deverá operar ciclicamente, ou seja, de modo contínuo, sendo necessário que ela perca calor para uma fonte fria (FF), representada pelos blocos de gelo (figura 3). Ao perder calor, ocorre compressão, o êmbo- lo volta à posição inicial e um novo ciclo se reinicia. Portanto, de toda a energia que ela recebe da fonte quente (Q1), uma parte é transformada em trabalho ( ) e outra é cedida para a fonte fria (Q2). Obviamente, quanto menos calor ela ceder e quanto mais energia for aproveitada na forma de trabalho, melhor será. Nos dicionários, é possível encontrar diversas definições para a palavra “perder”, tais como: “deixar de ter alguma coisa útil”, “sofrer prejuízo”, “não conseguir o que se deseja”, entre outras. Todas essas definições estão associadas a algo ruim. Mas, especifi- camente no caso de uma máquina térmica, perder calor, no sentido de cedê-lo à fonte fria, não é necessariamente algo ruim, pois faz parte de seu funcionamento cíclico. 103Física Termologia 2a. lei da termodinâmica Para que uma máquina térmica possa funcionar de modo contínuo (ciclicamente), é necessário que esteja entre duas fontes, sendo uma mais quente (TQ – temperatura da fonte quente, em kelvin) e outra mais fria (TF – temperatura da fonte fria, em kelvin). Ela deve repetir uma sequência de transformações, formando um ciclo. A palavra “ciclo” remete a uma transformação fechada, que se repete periodicamen- te. Retirar calor de uma fonte quente (Q1), converter parte desse calor em trabalho ( ) e perder o restante da energia para a fonte fria (Q2) são processos que se repetem e que garantem à máquina térmica um funcionamento contínuo. Diagrama de fluxo de uma máquina térmica Toda essa discussão é sintetizada na 2a. lei da termodinâmica, cujo enunciado pode ser escrito da seguinte maneira: É impossível construir uma máquina que, operando em ciclos, retire calor de uma fonte e o transforme integralmente em trabalho. Rendimento da máquina térmica Apesar de ser inevitável perder parte da energia obtida da fonte quente, é óbvio que o desperdício deve ser evitado e, por isso, sempre é necessário avaliar se determi- nada máquina aproveita a energia que recebe da melhor forma possível. Para efetuar tal verificação, usa-se um conceito físico chamado rendimento, que relaciona a energia útil (trabalho – ) e a energia total de entrada no sistema, cedida pela fonte quente (Q1). Quanto maior for o seu valor, mais econômica será a máquina, ou seja, mais energia útil será obtida da energia total gasta no ciclo. O rendimento pode ser calculado pela seguinte equação: η = Q1 Sendo: η → rendimento, grandeza adimensional que expressa o percentual de energia tér- mica que foi convertida em trabalho útil. → trabalho, cuja unidade SI é o joule (J). Q1→ calor recebido da fonte quente, cuja unidade SI é o joule (J). 104 Conquista Modular 1. Uma máquina térmica retira, a cada ciclo, 10 000 cal de energia térmica de uma fonte quente e perde 6 000 cal para uma fonte fria. a) Determine o trabalho realizado por ciclo, em unidades de SI. b) Calcule o rendimento dessa máquina. c) Qual o significado do resultado obtido no item anterior? 2. Na primeira coluna deste quadro, são colocados os rendimentos de algumas máquinas térmicas. Preencha as segunda e terceira colunas, respondendo às solicitações feitas: Rendimento da máquina térmica Significado do rendimento da coluna anterior O rendimento referente à primeira coluna é possível? 0,07 0,25 1 4 3. Uma máquina térmica possui rendimento de 30%. Admitindo-se que essa máquina receba 15 000 J por ciclo, calcule: a) o trabalho por ela realizado. b) a quantidade de calor perdida para a fonte fria. 4. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( ) Toda máquina operando em ciclos possui rendimento de 100%. b) ( ) Máquinas térmicas convertem calor em trabalho. c) ( ) Máquinas térmicas convertem variadas formas de energia em trabalho. d) ( ) O rendimento de determinada máquina é de 0,1. Isso expressa que ela perde para a fonte fria apenas 10% da energia que recebe. e) ( ) Se uma máquina realiza trabalho de 5 J e perde para a fonte fria 15 J, conclui-se que recebeu 20 J da fonte quente. trabalho Engenharia Mecânica O engenheiro mecânico utiliza conhecimentos de Ma- temática e Ciências, em especial da Física, para construir, analisar, manter e operar diversos sistemas e equipamen- tos. Exemplos das avançadas máquinas desenvolvidas por engenheiros mecânicos são as turbinas e os motores a combustão. Normalmente, esse profissional está interessado em gerar a maior potência possível com um motor, desperdiçando o mínimo de energia. Para isso, é fundamental que ele te- nha domínio das leis e grandezas da termodinâmica, como as transformações cíclicas e os rendimentos possíveis de serem extraídos delas. Nos motores térmicos, os dois ciclos mais empregados são os de Otto (utilizado no motor a gasolina, por exemplo) e diesel. Neles, combustíveis, como óleo diesel, gasolina, álcool etílico, óleos vegetais, álcool metílico, gás natural, biogás e GLP são usados para o seu funcionamento. Mundo do Para fazer 105Física Termologia 5. (UFSCAR – SP) Inglaterra, século XVIII. Hargreaves patenteia sua máquina de fiar; Arkwright inventa a fiandeira hidráulica; James Watt introduz a importantíssima máquina a vapor. Tempos modernos! ALENCAR, F.; C; RAMALHO, L. C.; RIBEIRO, M. V. T. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. As máquinas a vapor, sendo máquinas térmi- cas reais, operam em ciclos de acordo com a 2.ª Lei da Termodinâmica. Sobre estas máqui- nas, considere as três afirmações seguintes: I. Quando em funcionamento, rejeitam para a fonte fria parte do calor retirado da fon- te quente. II. No decorrer de um ciclo, a energia interna do vapor-d’água se mantém constante. III. Transformam em trabalho todo calor rece- bido da fonte quente. É correto o contido apenas em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 6. (UEG – GO) Uma máquina térmica percorre o ciclo descrito pelo gráfico a seguir. A máquina 5 J de energia térmica por ciclo. Responda ao que se pede: a) Qual é a variação na energia interna no ciclo ABCA? Justifique. b) Calcule o trabalho realizado pelo motor em um ciclo. c) Calcule a quantidade de energia térmica transmitida à fonte fria. d) Calcule o rendimento dessa máquina tér- mica. 7. (ENEM) A eficiência de um processo de con- versão de energia, definida como sendo a razão entre a quantidade de energia ou tra- balho útil e a quantidade de energia que en- tra no processo, é sempre menor que 100%, devido a limitações impostas por leis físicas. A tabela a seguir mostra a eficiência global de vários processos de conversão: EFICIÊNCIA DE ALGUNS SISTEMAS DE CONVERSÃO DE ENERGIA Sistema Eficiência Geradores elétricos 70 – 99% Motor elétrico 50 – 95% Fornalha a gás 70 – 95% Termelétrica a carvão 30 – 40% Usina nuclear 30 – 35% Lâmpada fluorescente 20% Lâmpada incandescente 5% Célula solar 5 – 28% HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (Adaptação). Se essas limitações não existissem, os siste- mas mostrados na tabela, quemais se bene- ficiariam de investimentos em pesquisa para terem suas eficiências aumentadas, seriam aqueles que envolvem as transformações de energia: a) mecânica ↔ energia elétrica. b) nuclear → energia elétrica. c) química ↔ energia elétrica. d) química → energia térmica. e) radiante → energia elétrica. 106 Conquista Modular Ciclo de Carnot Nicolas Sadi Carnot (1796-1832), físico francês, publicou em 1824 um livro que se tornou um marco na história da ciência: Reflexões sobre a potência motriz do fogo e sobre as máquinas próprias para desenvolver essa potência. Nesse livro, ele descreve uma máquina térmica ideal, sem atritos, que opera ciclicamente entre duas fontes cujas temperaturas são diferentes e constantes. Com estudos teóricos, ele concluiu que o máximo rendimento ocorria quando o ciclo era constituído por duas transforma- ções isotérmicas e duas adiabáticas, conforme o gráfico ao lado. Apesar de a máquina de Carnot oferecer o maior rendimento possível de ser atingido entre duas determinadas temperaturas (fonte quente e fonte fria), é importante ressaltar que esse ciclo é ideal e, na prática, não se consegue atingi-lo. Assim, nenhuma máquina térmica, operando em ciclos entre duas temperaturas, conseguirá rendimento igual ou maior que o de uma máquina de Carnot, cujo valor pode ser obtido pela seguinte equação: η = 1 – TF TQ Sendo: η → rendimento, grandeza admensional, que expressa o percentual de energia térmica que foi convertida em trabalho útil. TF → temperatura absoluta da fonte fria, cuja unidade SI é o kelvin (K). TQ → temperatura absoluta da fonte quente, cuja unidade SI é o kelvin (K). 1. Com base no gráfico que representa um ciclo de Carnot (encontrado logo acima nesta página), preencha as células do quadro, colocando uma das palavras que se encontra nos parênteses ime- diatamente após a pergunta feita na primeira linha de cada coluna. TRANSFORMAÇÕES GASOSAS O que ocorre com o volume? (Expansão, compressão, não varia) Qual a classificação de cada transformação? (Isotérmica, isocórica, isobárica, adiabática) O que ocorre com a temperatura? (Aumenta, diminui, permanece constante ) Qual o sinal da variação da energia interna? (ΔU +, ΔU –, ΔU = 0) AB BC CD DA 2. Toda transformação cíclica começa e termina em um mesmo ponto. Por isso, as temperaturas inicial e final são iguais. a) Qual deve ser a variação da energia interna ao término de um ciclo? b) Durante o ciclo, a energia interna permaneceu constante? 3. Determinada máquina térmica ideal opera entre as temperaturas de 127 ºC e –73 ºC. Responda: a) Qual o máximo rendimento possível para essa máquina? b) Considerando que ela seja uma máquina real, qual será o seu rendimento? Para fazer 107Física Termologia 4. para a ciência do século XIX foi a introdução, rendimento das máquinas térmicas, que veio a se transformar na lei que conhecemos hoje - são original, a afirmação de Carnot era: todas as máquinas térmicas reversíveis ideais, ope- rando entre duas temperaturas, uma maior e outra menor, têm a mesma eficiência, e ne- nhuma máquina operando entre essas tem- peraturas pode ter eficiência maior do que uma máquina térmica reversível ideal. Com tema, é correto afirmar: a) A afirmação, como formulada original- mente, vale somente para máquinas a va- época de Carnot. b) A afirmação de Carnot introduziu a ideia de Ciclo de Carnot, que é o ciclo em que operam, ainda hoje, nossas máquinas térmicas. c) A afirmação de Carnot sobre máquinas térmicas pode ser encarada como uma outra maneira de dizer que há limites para a possibilidade de aprimoramento técni- co, sendo impossível obter uma máquina com rendimento maior do que a de uma máquina térmica ideal. d) A afirmação de Carnot introduziu a ideia de Ciclo de Carnot, que veio a ser o ciclo em que operam, ainda hoje, nossos moto- res elétricos. e) Carnot viveu em uma época em que o pro- gresso técnico era muito lento, e sua afir- mação é hoje desprovida de sentido, pois o progresso técnico é ilimitado. 5. Neste quadro, são apresentadas três máqui- nas térmicas, operando em ciclos entre fon- Máquina Calor recebido da fonte quente em unidade SI Trabalho realizado em unidade SI A 10 000 10 000 B 12 000 6 000 C 8 000 3 000 6. - sui um rendimento de 50%. Uma máquina real, que opera sob as mesmas condições tér- micas desse ciclo, apresentará um rendimen- to térmico r, tal que: a) r ≤ 50%. b) r = 50%. c) r > 50%. d) r < 50%. Motores a combustão Os motores a combustão são máquinas térmicas que obedecem às leis da termodinâmica, pois retiram calor de uma fonte quente (queima do combustível), realizam trabalho (movimento do veículo, transporte de cargas) e perdem calor para uma fonte fria (escapamento, radiador, peças, ambiente). A maioria deles utiliza um ciclo composto de quatro tempos ou estágios e, para entendê-los, é importante conhecer as peças principais que compõem um motor a combustão interna. Ob- serve a figura ao lado e, depois, conheça melhor tais peças. Pistão Válvula de escape Virabrequim Cilindro Válvula de admissão Vela Ce sa r S ta ti. 2 01 1. V et or . 108 Conquista Modular Ilu st ra çõ es : D iv o. 2 01 0. 3 D. 1.o tempo – admissão e expansão No início dessa etapa, o pistão encontra-se na posição mais elevada possível, por isso o volume interno do cilindro é o menor de todo o ciclo. Ao descer, abre-se a válvula de admissão para que entre ar e vapores de combustível (gasolina, etanol ou GNV). No momento em que o pis- tão atinge o limite de seu curso, o volume interno do cilindro tem valor máximo e a válvula de admissão é fechada. Durante toda essa etapa, a temperatura está próxima à do ambiente, e a pressão é constante e igual à da atmosfera. 2.o tempo – compressão Com as válvulas de admissão e exaustão fechadas, o êmbolo sobe rapidamente, comprimindo adiabaticamente a mistura de ar e vapores de combustível. Nessa etapa, há aumento de pressão e aquecimento adiabático. Cilindro: local onde ocorre explosão, expansão e compressão dos gases. Vela: componente que libera uma fagulha para provocar explosão dos gases que se encontram dentro do cilindro. Válvula de admissão: dispositivo que funciona como uma porta, permitindo a entrada de gases que sofrerão combustão. Válvula de escape: dispositivo que funciona como uma porta, permitindo a saída de gases após sofrerem combustão. Pistão: êmbolo que, durante a expansão dos gases, empurra o virabrequim, fazendo a roda do carro girar. Na etapa final de um ciclo, o pistão empurra os gases queimados para fora do cilindro, fazendo-os saírem pela válvula de escape. 3 .o tempo – explosão e expansão O terceiro estágio começa com a liberação de uma fagulha produzida pela vela de ignição. Os gases presentes no cilindro são inflamáveis, portanto ocorre uma forte explosão. Como não há tempo de o pistão se mover, haverá um grande aumento da pressão e da temperatura, mas o volume permanecerá cons- tante. Em seguida, o gás queimado expande-se rapi- damente e o êmbolo é empurrado até que o cilindro atinja o volume máximo, realizando o trabalho que provoca o movi- mento do veículo. Como consequência da expansão adiabá- tica (rápida), a temperatura e a pressão interna diminuem. 4.o tempo – exaustão A válvula de escape se abre e, como o gás está sob pressão maior que a da atmosfera, parte dele sai rapidamente do cilindro, e a pressão interna diminui até um valor igual ao da atmos- fera. Em seguida, o pistão empurra o que sobrou da massa gasosa queimada, esvaziando o cilindro, e a válvula de escape se fecha para que um novo ciclo seja iniciado. 109Física Termologia Refrigerador Você sabia que as geladeiras são máquinas térmicas que operam às avessas? Para entender o seu funcionamento, é importante conhecer seus quatro componentes principais: o congelador ou evaporador (1), o compressor (2), o condensador ou radiador (3)e a válvula de expansão ou tubo capilar (4). O congelador (1) é constituído por uma serpentina (cano comprido cheio de dobras para ocupar menos espaço). Dentro dele, há um líquido sob baixa pressão e também a baixa tempera- tura, chamado fluido refrigerante, responsável por receber o calor dos alimentos. Ao receber esse calor, o fluido vaporiza (líquido para gasoso) e é sugado pelo compressor (2). Em seguida, o vapor é imediatamente empurrado para o condensador (3), o qual também pode ser denomina- do de radiador, pois tanto a sua aparência quanto a sua função são idênticas às de um radiador de automóvel. Ele é posicionado na parte traseira exter- na para que o gás possa trocar calor enquanto percorre a serpentina do radiador. Como o compressor executa uma compressão adiabática, a temperatura e a pressão do vapor são elevadas, por isso o fluido perde calor para o ambiente. Pelo fato de perder calor, ocorre conden- sação, ou seja, o vapor volta para a fase líquida. Mas, embora tenha perdido calor para o ambiente, o fluido re- frigerante ainda está aquecido e sob alta pressão. Para que volte a ficar frio e assim possa receber calor dos alimentos que estão dentro da geladeira, ele passa por uma estreita válvula de expansão (4) que comunica o condensador (3) com o congelador (1). Saindo da válvula e entrando no evaporador (congelador), há uma expan- são adiabática e, consequentemente, uma diminuição da temperatura e da pressão. Dessa forma, o processo se reinicia, caracterizando uma transformação cíclica, que também obedece às leis da termodinâmica. O calor é uma forma de energia que, espontaneamente, vai do corpo mais quente para o mais frio. Para que ocorra o contrário, ou seja, para o calor se propagar do mais frio para o mais quente, é necessário provocar tal fluxo. A máquina que realiza essa tarefa é chamada de bomba de calor, e aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores podem se enquadrar nessa classificação. Assim, comparando um refrigerador com uma máquina térmica, há os seguintes diagramas de fluxo: M ar co s Go m es . 2 01 1. D ig ita l. 1 4 2 3 Diagrama de fluxo de uma geladeira O refrigerador ideal é aquele que descreve um Ciclo de Carnot no sentido anti-horário e nenhum refrigerador pode ser mais eficiente que ele. 110 Conquista Modular Eficiência de um refrigerador A relação entre a energia útil, ou seja, o calor retirado da fonte fria (Q2) e a energia total de entrada no sistema (trabalho recebido: ), é denominada eficiência ou coeficiente de desempenho. e = Q2 Essa grandeza é similar àquela chamada de rendimento das máquinas térmicas, porém há uma diferença importante entre elas. Enquanto o rendimento é necessariamente menor que 1, ou seja, menor que 100%, a eficiência pode assumir valores menores, maiores ou mesmo iguais a 1. Se for maior, por exemplo, a eficiência indicará que a quantidade de energia retirada da fonte fria é maior do que o trabalho realizado para executar essa tarefa. Para fazer 1. Um refrigerador recebe, a cada ciclo, 100 J de calor da sua parte interna devido a um trabalho de 20 J que ela recebe. a) Determine a quantidade de energia descartada para o ambiente externo. b) Calcule a eficiência dessa máquina. c) Qual é o significado do resultado obtido no item anterior? 2. Na primeira coluna deste quadro, são colocadas as eficiências de algumas bombas de calor. Preen- cha a segunda e a terceira colunas, respondendo ao que se pede: Eficiência da bomba de calor Significado da eficiência da coluna anterior A eficiência referente à primeira coluna é possível ou impossível? 0,07 0,25 1 5 3. Uma geladeira possui coeficiente de desempenho igual a 4. Admitindo-se que essa máquina receba 100 J de trabalho por ciclo, calcule: a) a quantidade de calor retirada da fonte fria. b) a quantidade de calor perdida para a fonte quente. Atividades 1. (UFAL) A cada ciclo de funcionamento, o motor de um certo automóvel retira 40 kJ do compar- timento da fonte quente, onde se dá a quei- ma do combustível, e realiza 10 kJ de trabalho. Sabendo que parte do calor retirado da fonte quente é dispensado para o ambiente (fonte fria) a uma temperatura de 27 ºC, qual seria a temperatura no compartimento da fonte quente se esse motor operasse segundo o Ciclo de Carnot? (Dado: considere que as temperaturas em graus centígrados, T C , e kelvin, T K , se relacionam pela expressão T C = T K –273) a) 127 ºC b) 177 ºC c) 227 ºC d) 277 ºC e) 377 ºC 111Física Termologia 2. (ENEM) O esquema mostra um diagrama de bloco de uma estação geradora de eletricidade abastecida por combustível fóssil: Gases da combustão Vapor Caldeira Condensador Turbina Gerador Eletricidade Saída H O quente 2 Entrada H O fria 2 Bomba LíquidoCombustível + ar Lago HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (Adaptado). Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usina, que forneceria eletricidade para abastecer uma cidade, qual das seguintes ações poderia resultar em alguma economia de energia, sem afetar a capacidade de geração da usina? a) Reduzir a quantidade de combustível forneci- do à usina para ser queimado. b) Reduzir o volume de água do lago que circula no condensador de vapor. c) Reduzir o tamanho da bomba usada para de- volver a água líquida à caldeira. d) Melhorar a capacidade de os dutos com va- por conduzirem calor para o ambiente. e) Usar o calor liberado com os gases pela cha- miné para mover um outro gerador. 3. (PUC – SP) Um automóvel com motor 1.0 (volu- me de 1,0 litro), conhecido pelo seu menor con- sumo de combustível, opera com pressão média de 8 atm e 3 300 rpm (rotações por minuto), quando movido a gasolina. O rendimento des- se motor, que consome, nestas condições, 4,0 g/s (gramas por segundo) de combustível, é de aproximadamente: (Considere: calor de combustão da gasolina = 11 100 cal/g; 1 atm = 105 N/m2; 1 cal = 4 J; 1L = 10-3 m3; 1 rotação corresponde a 1 ciclo.) a) 18% b) 21% c) 25% d) 27% e) 30% 4. (UNICENTRO – PR) Assinale a alternativa correta. a) Uma máquina térmica não pode ter rendi- mento igual a 1 (um), principalmente porque há sempre troca de calor entre os componen- tes da máquina. b) O movimento incessante das moléculas de um gás foi admitido sem demonstração ex- perimental por parecer lógico e indemonstrá- vel por intermédio de experimentos. c) Temperatura de um corpo é a grandeza que indica a energia de agregação das moléculas. d) Enche-se uma garrafa completamente com água à temperatura de 4,0ºC. A seguir, sem tampar a garrafa, esfria-se o sistema até atin- gir 0ºC, sem congelamento. Neste processo o líquido não transborda. e) Acima da temperatura crítica um fluido não apresenta transição física alguma. 5. (UECE) Um aluno, estudando física térmica, fez as seguintes afirmações: ( ) A variação da energia interna de um siste- ma em um processo termodinâmico é a di- ferença entre o trabalho realizado e o calor trocado com o meio. ( ) O rendimento máximo de uma máquina térmica é 1. ( ) A energia do universo sempre se mantém constante. ( ) O calor sempre flui espontaneamente de um corpo quente para um corpo frio. Classifique as afirmações anteriores como verda- deiras (V) ou falsas (F), baseando-se, somente, no enunciado da Segunda Lei da Termodinâmi- ca, e assinale a opção que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) V, F, V, F b) V, F, V, V c) F, V, V, F d) F, F, F, V 6. (UECE) Imagine um sistema termicamente isola- do, composto por cilindros conectados por uma válvula, inicialmente fechada. Um dos cilindros contém um gás perfeito, mantido à pressão de 1 atm, e no outro, tem-se vácuo. Abrindo-se a válvula: a) o gás se expande e, assim, sua temperatura diminui. b) a entropia do sistema se mantém constante, pois não há troca de calor. c) a entropia do sistema aumenta, porque oprocesso é irreversível. d) a energia interna do gás diminui, porque sua pressão diminui. 112 Conquista Modular