Buscar

AULA_12_-_AGRÁRIA


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 12 
Profª. Priscila Lima 
28 DE JUNHO DE 2021 
Nesta aula estudaremos as relações políticas, econômicas e socias no 
campo 
 
 
UNESP
 
Exasiu 
Exasiu 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
2 
Sumário 
INTRODUÇÃO 3 
PEQUENO PASSEIO HISTÓRICO 4 
CONCEITOS IMPORTANTES: SISTEMAS DE PRODUÇÃO 6 
REVOLUÇÃO VERDE 10 
ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO (OGM) 11 
AGRICULTURA ALTERNATIVA 12 
PECUÁRIA 13 
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA: MUNDO 14 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 16 
EUROPA 16 
ISRAEL E O VALE DO JORDÃO 17 
CHINA 17 
BRASIL: CENÁRIO GERAL 18 
A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA 20 
PRODUÇÃO AGRÁRIA E A ECONOMIA GLOBAL 22 
ÊXODO RURAL 25 
BRASIL: DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL 26 
AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA 31 
SOJA 33 
PECUÁRIA DE CORTE 38 
EXPORTAÇÕES E O PREÇO DOS ALIMENTOS 41 
QUESTÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL 42 
AS RESISTÊNCIAS NO CAMPO 45 
CONHECENDO SUA BANCA 46 
GABARITO 50 
CONHECENDO SUA BANCA - COMENTÁRIOS 50 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES 56 
GABARITO 70 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES COMENTADAS 70 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 95 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 95 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
3 
INTRODUÇÃO 
Na aulas anteriores... 
Após as aulas de Cartografia e Geografia Física, começamos a entender as dinâmica econômicas, 
políticas e sociais oriundas da relação desarmônica entre o ser humano e a natureza. Para tanto, 
entendemos o cenário mundial ao estudarmos Globalização e Geopolítica, e, em seguida vimos como o 
ser humano passou a produzir (industrialização) e consequentemente alterar o seu espaço (urbanização) 
criando padrões demográficos (população). 
 
E quais os novos passos? Nesta aula... 
Nosso objetivo nesta aula é entender a importância da agropecuária desde a formação da 
sociedade até as atividades econômicas mais complexas que se desenham no mundo atual. 
Aqui estudaremos: 
▪ A evolução histórica da produção agropecuária; 
▪ Conceitos e sistemas de produção típicos da agricultura e da pecuária; 
▪ A capitalização da produção agrária e consequente industrialização no campo; 
▪ A Revolução Verde e formas alternativas de produção; 
▪ A produção agrária em alguns países que se destacam; 
▪ A evolução histórica e a importância econômica da agropecuária no Brasil; e por fim 
▪ A questão fundiária brasileira. 
 
Muito carinho e atenção com esta aula! Trataremos de muitos temas recorrentes em 
provas e de vários conceitos que podem ser utilizados em redações a depender da 
proposta. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
4 
PEQUENO PASSEIO HISTÓRICO 
A dependência da coleta e da caça fez do homo sapiens um ser nômade durante muito tempo, o 
que entrou em declínio com a Revolução Agrícola (Revolução Neolítica), que pode ser analisada também 
como um ponto de partida para a formação de uma sociedade mais complexa: 
O desenvolvimento da agricultura possibilitou o sedentarismo e por consequência o aumento 
da complexidade social, ou seja, a vida em sociedade 
Quando você estuda a Antiguidade 
lá em História, se depara uma tal de 
Mesopotâmia, ou seja, as entre rios – no 
caso entre o Tigre e o Eufrates -, e é ali que 
tivemos o início de uma configuração de 
sociedade. Mas por que isso foi possível? 
Bom, entre tantos outros fatores, 
podemos definir a Revolução Agrícola 
como uma das principais, afinal, quando o 
ser humano passou a cultivar o seu 
próprio alimento, a necessidade de ser 
nômade diminuiu e a sedentarização 
facilitou o convívio entre mais pessoas, 
aumentando a complexidade das 
relações. 
No Crescente Fértil (atual porção do 
Oriente Médio: entre a Jordânia, Líbano, Síria, 
Egito, Israel, Palestina, Irã, Iraque e parte da 
Turquia) havia cevada e trigo. Além disso, em 
virtude dos alimentos e da água dos rios, a 
população começou a domesticar animais, tais 
como ovinos, suínos e bovinos. 
Animais selvagens passaram a ser 
domesticados para fornecer carne, leite, couro, 
lã e serviam como tração para arar a terra. Com 
o passar do tempo, outras civilizações como a 
chinesa, a japonesa, a inca e a maia começaram 
a utilizar técnicas de irrigação e adubação. 
Figura 02 – Crescente Fértil 
Figura 01 – Mesopotâmia 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
5 
Entretanto, tal Revolução também trouxe impactos negativos, entre os principais é a diminuição 
na variedade de alimentos consumidos (tendência essa que se intensifica com o passar do tempo). 
Pense aqui comigo: se antes de dominar práticas agrícolas, o ser humano se alimentava com aquilo 
que encontrava no seu caminho (e esse “caminho” não costumava ser o mesmo todos os dias, né? 
Dependia muito da estação e condições climáticas), o padrão não era comer a mesma coisa sempre, mas 
com a sedentarização, passou-se a consumir principalmente o que era produzido ali (que não mudaria do 
dia para a noite). 
 
Durante a Idade Média, a terra era considerada uma fonte de poder, mas é claro que o solo pelo 
solo não significaria tanto se não houvesse um uso, não é? Por isso, foi com a decadência do feudalismo 
e ascensão do Capitalismo que as relações no campo ganharam novos rumos, afinal, nesse momento a 
terra passava a ser uma propriedade privada e os processos de modernização se tornaram mais intensos. 
Sendo assim, a partir do século XVIII, durante a I Revolução Industrial, houve um aperfeiçoamento 
das técnicas agropecuárias graças à utilização de instrumentos feitos de aço e a máquina a vapor. 
Entretanto, a mudança radical ocorreu somente na segunda metade do século XX, com a Revolução Verde 
(II Revolução Agrícola), implantando máquinas (tratores, plantadeiras, colheitadeiras etc.), produtos 
químicos (adubos, fertilizantes, agrotóxicos, entre outros) e técnicas de irrigação para auxiliar a 
agricultura, fazendo com que a produtividade aumentasse. 
Apesar dos avanços tecnológicos, a qualidade pedológica e as condições climáticas são 
determinantes para a produção de certos tipos de culturas. No geral, clima muito frio e/ou 
seco, pouca luminosidade e topografia muito acidentada não são propícios para a prática 
agropecuarista. 
A modernização da agricultura e da pecuária caracteriza-se pela intensidade do uso de insumos. 
Atualmente, a agropecuária está diretamente ligada ao setor secundário (indústria de laticínios, óleo 
vegetal, entre outras), terciário (comercialização nacional ou internacional, logística etc.) e quaternário 
(engenheiros agronômicos, laboratórios, centros de pesquisa etc.) da economia, fazendo com que a 
expressão agroindústria e agronegócio sejam muito utilizados. 
Poucas multinacionais atuam no agronegócio, formando um oligopólio, elas controlam desde o 
fornecimento de insumos até a venda e a distribuição da produção, podendo ainda prestar serviços pós-
venda, como atendimento ao cliente. Dessa maneira, estabelecem o preço que quiserem, fazendo com 
“A Revolução Agrícola certamente aumentou o total de alimentos à disposição da humanidade, 
mas os alimentos extras não se traduziram em uma dieta melhor ou em mais lazer.” 
(HARARI, Yuri N. Sapiens: Uma breve história da humanidade. 2018) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
6 
que os consumidores se tornem “reféns” e faz com que o pequeno produtor não tenha a muitas chances 
de competir nesse mercado. 
Essas multinacionais também dominam a tecnologia no campo, utilizando agricultura de precisão 
(uso dos satélites para auxiliar a produção, seja na meteorologia, reconhecimento do terreno etc.), 
colheitadeiras informatizadas que possuem GPS, ordenhadeiras mecânicas, adubação e plantio 
automatizados,irrigações programadas, aceleradores químicos, aplicação de pesticida por meio do avião 
ou drone, entre outras técnicas. Vale destacar que atualmente a produção agropecuária possui cotação 
na bolsa de valores. Assim, algumas sementes podem ser chamadas de commodities. 
Hoje, cerca de 15% do solo mundial é utilizado pela agropecuária, mas essa distribuição não é igualitária. 
 
Figura 03 – O espaço agropecuário mundial 
CONCEITOS IMPORTANTES: SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
O sistema agrícola é a forma ou modelo de produção agropecuária praticado em determinada 
propriedade rural, depende de capital, terra e trabalho. Esse modelo permitirá a construção de arranjos 
produtivos. Os sistemas agrícolas podem ser: 
• Tradicionais: técnicas simples, com baixo nível de exploração da terra e pouca produtividade 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
7 
minifúndios, policultura, produção voltada para subsistência e sistemas extensivos. 
• Modernos: tecnologia avançada e mão de obra qualificada (agrônomos, veterinários etc). 
Latifúndios, mecanização, produção em larga escala, relação com o mercado financeiro, maior 
integração entre agricultura e pecuária (complexos com cadeias produtivas robustas). 
sistemas intensivos 
 
A seguir, serão descritos alguns sistemas de produção: 
▪ Agricultura tradicional de subsistência: a principal característica é o minifúndio e a produção 
familiar voltada para consumo próprio (subsistência). O excedente, ou seja, a parcela da produção não 
consumida, é vendido nos mercados locais. As técnicas utilizadas são rudimentares e práticas agrícolas 
não visam a conservação ambiental. 
▪ Agricultura itinerante: também conhecida como roça no Brasil. A mão de obra empregada é 
familiar e usa técnicas rudimentares. Essas práticas degradam o solo e comprometem a fertilidade com 
o passar dos anos e, por isso, o agricultor abandona a região e busca uma nova área para plantar, daí o 
nome itinerante; 
▪ Plantation: introduzido por europeus e praticado durante a colonização na América, África e Ásia 
latifúndio + monocultura + mão de obra barata + foco no mercado externo (exportação) 
A plantation, na contemporaneidade, está presente em países da América Latina, Ásia e África, os 
gêneros mais cultivados são café, cana-de-açúcar, chá, algodão, fumo e borracha; 
Agricultura Extensiva
• Uso de "queimadas"
• Esgotamento dos solos
• Desmatamento
• Rotação de terras
• Produção familiar
• Mão de obra não qualificada
Agricultura Intensiva
• Uso permanente do solo
• Rotação de culturas
• Uso de fertilizantes químicos
• Seleção de sementes
• Mecanização
• Grande Rendimento
• Mão de obra qualificada
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
8 
▪ Agricultura de jardinagem: esse modelo é mais difundido 
na Ásia, especialmente no cultivo de arroz (rizicultura). É 
um sistema de produção agrícola intensivo, praticado em 
médias e pequenas propriedades com mão de obra 
familiar ou comunal. Essas lavouras ocorrem em áreas 
densamente povoadas e o espaço é aproveitado ao 
máximo. Um exemplo são as regiões montanhosas que 
são praticadas o terraceamento (técnica de construção de 
terraços aplainados em degraus e em curvas de nível que 
protegem o solo da ação erosiva das chuvas) e em 
planícies inundáveis são feitos canais de irrigação. 
 
▪ Pastoreio nômade (transumante): pecuária tradicional de regiões áridas e semiáridas. Destaque: 
Sahel (borda sul do deserto do Saara), Oriente Médio e Ásia Central. As criações que são mais utilizadas 
nesse sistema são rebanhos de ovelhas, cabras, camelos e vacas. É uma agricultura extensiva, de 
subsistência e com excedente destinado ao mercado; 
▪ Agricultura Comercial (Patronal): Aplicada em vastas propriedades (latifúndio), quando intensiva, 
usa moderno maquinário agrícola, biotecnologia voltada ao campo, mão de obra qualificada e diversos 
tipos de insumos (produção em larga escala). Em países subdesenvolvidos, geralmente a produção é 
direcionada ao mercado externo. Já a agricultura comercial extensiva é caracterizada por técnicas de 
produção tradicionais e de baixa mecanização, onde a mão de obra humana é predominante e o 
investimento financeiro é baixo; 
▪ Agricultura Orgânica: a agricultura orgânica dispensa o uso de produtos químicos no cultivo, 
usufruindo apenas dos próprios insumos naturais para a produção — ou seja, são dois sistemas 
alternativos que priorizam a sustentabilidade na produção de alimentos. 
Além desses sistemas de produção agrícola, temos as práticas adotadas: 
• Rotação de Culturas: a rotação de culturas é uma técnica que consiste em alternar as espécies 
vegetais cultivadas para um efeito positivo no solo. As espécies alternadas devem possuir sistemas 
radiculares diferentes (gênero que tenha uma raiz diferente do anterior). As leguminosas são ideais para 
esse processo, pois a raiz dessa espécie contém bactérias fixadoras de nitrogênio, fazendo uma adubação 
natural do solo, repondo nutrientes; 
• Agricultura em curva de nível: nessa técnica, a semeadura é feita sobre as linhas que ligam pontos 
de mesma altimetria. Estabelece-se, assim, fileiras de plantas que permitem que a água escorra mais 
lentamente, o que preserva o solo; 
Figura 04 – Agricultura feita nos degraus (terraceamento) em 
Machu Pichu, Peru - Fonte: TAKAMI, Saulo Teruo 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
9 
• Afolhamento: o terreno é dividido em três partes. Enquanto duas partes são cultivadas, a terceira 
permanece em repouso (por um ou dois anos) para que as partes retiradas com as sucessivas colheitas 
sejam recuperadas; 
• Coivara: é uma técnica rudimentar que consiste em atirar fogo nos galhos para fazer com que as 
cinzas sirvam de adubo, utilizada por indígenas, caiçaras e comunidades quilombolas. 
Queimadas são prejudiciais para a vegetação, mas as cinzas podem nutrir o solo 
• Pousio Agrícola: essa é uma técnica que consiste em repousar a terra, durante a entressafra o solo 
descansa para recompor os nutrientes que perdeu. É uma prática que respeita as condições naturais e 
impede o desgaste do solo; 
• Sequeiro: é uma forma de cultivo que realiza o plantio durante o período de chuvas, é arriscado 
pois podem ocorrer fases de estiagem durante o desenvolvimento da safra e comprometer a qualidade. 
Essa técnica é empregada em locais de baixa pluviosidade; 
• Plantio Direto (solo não revolvido): não se utiliza as etapas convencionais de arar o solo. O 
benefício dessa técnica é a baixa degradação do solo e o rendimento das culturas, pois como o solo não 
é “preparado” como é feito no plantio convencional, cobre-se o solo por plantas em desenvolvimento e 
resíduos vegetais e essa cobertura gera uma proteção extra; 
• Plantio Convencional: o plantio convencional utiliza técnicas tradicionais de preparo do solo como 
remoção da vegetação nativa, aração, gradagem, semeadura, adubação mineral, capinas e controle 
fitossanitário (aplicação de defensivos agrícolas) para, somente depois, efetuar o plantio. 
 
 Os trabalhadores rurais são classificados da seguinte forma: 
Pequenos proprietários: agricultura familiar com poucos empregados, atendem às 
necessidades da própria família e abastece um pequeno mercado local; 
Ocupantes ou posseiros: apossam e se instalam, de forma ilegal, em terras 
desocupadas, praticando uma agricultura de subsistência; 
Parceiros: são trabalhadores rurais que trabalham em terras de terceiros, com 
quem dividem a produção. Quando a divisão é de 50% são chamados de meeiros; 
Arrendatários: são trabalhadores rurais que pagam aluguel pelo uso da terra; 
Assalariados: há os permanentes e os temporários; 
Grileiro: falsificador de escritura 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
10 
REVOLUÇÃO VERDE 
A Revolução Verde começou por volta de 1950 (apesar da expressãoter sido cunhada em 1966) 
em um contexto de discussão sobre o crescimento da população mundial, pois havia um medo do mundo 
passar por uma crise de fome. Esse intenso debate, que envolveu diversos países e a ONU mostrava uma 
preocupação com três tópicos: 
 
A modernização das práticas agrícolas introduzidas pela Revolução Verde consistia na utilização 
de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes híbridas e mecanização das etapas de preparação, 
cultivo e colheita. Esse pacote foi defendido como a solução para aumento da produtividade e os EUA, 
com ajuda financeira de grandes grupos econômicos, introduziu essas técnicas no México e, depois, em 
países asiáticos. Os resultados do México foram bem-sucedidos e o país, que antes importava trigo, 
passou a ser autossuficiente na produção (resultado crucial para adesão de outros países ao conjunto de 
técnicas propostas). 
Os recursos tecnológicos promoveram, realmente, um salto 
na produção mundial de alimentos, mas os resultados da Revolução 
Verde são questionados, pois a fome no mundo permanece. Claro 
que é comprovado a redução da fome e subnutrição nos países que 
implantaram as técnicas, entretanto, Por que nem todos os países 
implantaram? O que impediu, por exemplo, que a África 
participasse da revolução? 
A atual produção de alimentos é maior que a população do planeta e, mesmo assim, há países 
sofrendo com a fome e subnutrição enquanto outros desperdiçam a produção. A fome não se resume à 
disposição de alimentos, mas sim a questões políticas, sociais e econômicas (distribuição). 
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
•A produção de alimentos não seria suficiente para acompanhar o crescimento populacional.
•Somente o desenvolvimento de tecnologias permitiria um aumento da produção de alimentos
REDUÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS
•O pacote tecnológico não poderia ser voltado somente para aumento da produção, era
necessário desenvolver meios para lidar com o problema fundamental da economia: os recursos
são finitos e escassos.
AUMENTO DA POBREZA
•Se não fosse feito algo sobre o crescimento populacional e a produção de alimentos, o mundo 
viveria uma crise de miséria e fome. 
O discurso da Revolução Verde pode ser 
visto como uma forma de expansão dos 
negócios de empresas multinacionais 
do setor agrícola dos EUA? Pense e 
formule uma argumentação sobre isso 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
11 
Outras críticas foram tecidas à Revolução Verde, dentre 
elas, o espaço perdido pelos pequenos e médios proprietários 
que não conseguiram se manter competitivos e ocorreu um 
movimento de concentração fundiária. Do ponto de vista 
ambiental, a Revolução Verde trouxe os impactos negativos 
como a proliferação de pragas que se tornam cada vez mais 
resistentes aos agrotóxicos, contaminação do solo e das águas 
pelos fertilizantes e adubos químicos, esgotamento do solo pelo 
uso de máquinas pesadas e contaminação residual dos alimentos pelo excesso de adubos químicos e 
agrotóxicos. 
Consequências da Revolução Verde 
● Aumento da produção e redução dos preços; 
● Desemprego estrutural no campo e aumento do êxodo rural; 
● Aumento da concentração de terras 
● Poluição de recursos hídricos e do solo (uso intenso: fungicidas, pesticidas e 
herbicidas) 
ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO (OGM) 
Decorrentes da Revolução Verde, os organismos geneticamente modificados (OGMs) podem ser 
definidos como organismos (isto é, plantas, animais ou microrganismos) nos quais o material genético 
(DNA) foi alterado de uma maneira que não ocorre naturalmente por acasalamento e/ou recombinação 
natural. Os alimentos produzidos que usam organismos geneticamente modificados são chamados de 
alimentos transgênicos. 
 
Pontos positivos dos transgênicos
•Ampliação do conhecimento cientfífico e avanço
de pesquisas genéticas.
•Produção de alimentos mais nutritivos.
•Maior resistência a pragas.
•Redução do uso de agrotóxicos.
•Redução dos custos de produção e, dessa forma,
baratemaneto dos produtos.
Pontos negativos dos transgênicos
•Consequências de longo prazo para meio
ambiente e saúde ainda não são totalmente
compreendidas.
•Contribui apenas para grandes produtos, os
pequenos e médios não acessam a tecnologia
com mesma facilidade.
•Aumento dos casos de alergia nos alimentos.
•Pode gerar insetos cada vez mais resistentes.
•Possível perda de biodiversidade.
•Surgimento de ervas daninhas mais resistentes.
•Venda Casada: a mesma empresa que
desenvolve o transgênico vende também o
herbicida ao qual ele é resistente.
Monocultura e o aumento de pragas 
Na policultura, há competitividade entre as 
espécies animais invasoras contribuindo 
para que não haja a disseminação de uma 
praga 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
12 
Por um lado, os transgênicos eliminam pragas, se adaptam a diversos ambientes, os frutos são 
maiores, mais bonitos, mais saborosos e mais nutritivos. Por outro lado, eles causam perda da 
variabilidade genética (erosão genética) e, talvez, prejudique a saúde humana. Além disso, as sementes 
possuem um componente chamado terminator, que gera plantas estéreis, fazendo com que os 
agricultores dependam dos oligopólios para conseguir novas sementes para o próximo plantio. Apesar 
disso, o aumento da produtividade reduziu o preço dos produtos agrícolas. 
Entre os maiores produtores de OGM estão os EUA, o Brasil, a Argentina, a Índia e o Canadá. Esse 
setor do agronegócio movimenta bilhões de dólares, envolvendo poucas empresas (oligopólio), com 
destaque para a Bayer, Monsanto, Du Pont e Syngenta. 
 
O Protocolo de Cartagena, em vigor desde 2003, disciplina a movimentação, o 
manejo e a utilização dos OGMs, com o objetivo de evitar impactos ambientais 
negativos e controle sobre o comércio. No entanto, nem todos os países 
assinaram esse acordo internacional. 
 
AGRICULTURA ALTERNATIVA 
Esse é um modelo que visa minimizar os impactos ambientais e sociais com a diminuição dos 
agrotóxicos encontrados nos alimentos, através de uma harmonia com a natureza, logo usa-se adubos 
orgânicos como estercos, palhas, folhagens restos de vegetais; o controle biológico é feito por meio de 
predadores naturais como fungos, larvas, vespas e besouros. 
As propriedades que adotam a agricultura alternativa são pequenas e médias e, no geral, fazem 
o cultivo de várias espécies (policultura). Como exige um trabalho mais manual e menos mecanizado, são 
propriedades que promovem um aumento de oferta para trabalhadores rurais. No mundo, a maioria dos 
países pratica a agricultura orgânica sendo o Brasil um destaque nessa área, exportando para o Japão, os 
EUA e a União Europeia. O movimento da sociedade em prol do consumo de orgânicos tem contribuído 
para o crescimento desse mercado. 
Apesar do benefício ao bem-estar, os orgânicos são mais caros por causa do elevado custo para 
cultivar, haja vista que a produtividade é menor e a perda nas colheitas é maior. Vale ressaltar que essa 
produção não é livre de impactos ambientais negativos, eles são menores, mas existem. 
Além da agricultura orgânica, temos a agricultura biodinâmica que também não utiliza adubos 
químicos, agrotóxicos, OGM, antibiótico ou hormônio. A diferença é que essa faz o uso intensivo de 
técnicas geológicas, químicas e astronômicas que trabalham em conjunto. A permacultura é considerada 
uma ciência holística e de cunho socioambiental, que congrega o saber científico com o tradicional 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
13 
popular e visa a nossa permanência como espécie na Terra. A agroecologia é uma forma de conhecimento 
que pretende superar os danos causados à biodiversidade e à sociedade como um todo pela prática da 
monocultura, do emprego dos transgênicos, dos fertilizantes industriais e dos agrotóxicos. 
PECUÁRIA 
A pecuária intensiva visa produzir (produzir seriao mesmo que criar) a maior quantidade de 
animais, no menor tempo e no menor espaço possível, utilizando um alto grau de tecnologia. 
Na pecuária extensiva o gado fica solto nos pastos e são criados sem muita tecnologia, se 
alimentando da vegetação rasteira (herbácea). Apesar de ser típico de países subdesenvolvidos, ela 
também ocorre em países desenvolvidos, como nas pradarias no Oeste dos EUA. 
Existe ainda a pecuária semiextensiva, durante os meses chuvosos, o rebanho é mantido nos 
pastos, na época da seca, o gado é recolhido e alimentado com ração e silagem (capim, milho, feno ou 
farelo de soja são alimentos consumidos por animais que serão abatidos). 
Os principais animais criados em nível mundial são os bovinos (bois e vacas), os suínos (porcos), os 
caprinos (bodes e cabras), os ovinos (ovelhas) e as aves (frango, peru, codorna etc.). Atenção! Gado (ou 
plantel) significa um conjunto de animais que foi criado pelo homem e não sinônimo de bovino: gado de 
corte (carnes serão comercializadas) e gado leiteiro (produção de leite). 
Não confunda extrativismo com pecuária. 
Ex: criar peixes para vender = pecuária / Pesca em alto-mar = extrativismo. 
Assim como, plantar e cortar é agricultura. Todavia, apenas cortar é extrativismo. 
Os ovinos fornecem carne, lã e leite, a produção concentra-se nas áreas de média latitude, com 
destaque para China, Austrália e Índia. Nas regiões mais remotas, a criação é bem rudimentar, feita por 
meio do pastoreiro, pessoas cuidam de grandes rebanhos, percorrendo enormes distâncias em busca de 
pastos. 
A criação de suínos propagou-se por vários continentes, uma vez que a carne é mais barata 
comparada com a bovina. No entanto, algumas religiões, como o Judaísmo, consideram imprópria para o 
consumo, uma vez que porco sempre está em contato com a sujeira, possibilitando que o consumidor 
contraia alguma doença. Estados Unidos, Brasil e China são os maiores produtores. 
 A criação de frango também merece ser destacada por ser uma proteína mais saudável e mais 
barata comparada com a carne bovina. Estados Unidos, Brasil e China são os maiores produtores dessa 
carne branca. 
O Brasil é responsável por 20% da exportação mundial de carne bovina, atendendo mais de 180 
países. O valor bruto da carne e do leite é estimado em R$ 70 bilhões por ano. O Pará responde por 39% 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
14 
do rebanho nacional de búfalo. Essa criação encontra-se em expansão, uma vez que o leite possui mais 
gordura, assim o rendimento na fabricação dos derivados aumenta e a carne contém mais proteína e 
minerais e menos gordura. 
O nosso país lucra, aproximadamente, R$ 1 bilhão por ano com a exportação de carne suína. A 
produção anual de lã alcança 11 milhões de toneladas por ano. A ovinocultura leiteira apresenta potencial 
para a produção de queijos finos. 
 
Figura 05 – Participação dos principais rebanhos, em porcentagem, por região do Brasil, em 2013 
Fonte: IBGE 
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA: MUNDO 
Atividades agropecuárias são importantes no comércio mundial, de 2000 a 2008, o comércio 
internacional de produtos agrícolas passou por uma forte expansão e, desde 2009, o crescimento tem 
sido mais lento. Os países emergentes são um grande destaque desse comércio internacional, pois o 
desenvolvimento econômico levou a um aumento da renda per capita e, consequentemente, aumento 
do consumo de diversos produtos, dentre eles, os gêneros alimentícios. 
 
Para as economias emergentes, a agricultura tem sido um excelente negócio, por exemplo, no 
caso do Brasil, o valor agregado da agricultura, por trabalhador, praticamente quadruplicou entre 2000 
até 2015. No caso dos países mais atrasados no desenvolvimento econômico, a agricultura chega de 30 a 
60 por cento do PIB (Produto Interno Bruto). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
15 
Há clara diferença entre a agricultura dos países mais desenvolvidos para os menos desenvolvidos, pois 
esses não conseguem investir em tecnologia agrícola, dependendo da produção mais condizentes com suas 
condições naturais, 
 
Os países mais pobres são caracterizados pela agricultura de plantation, dificuldade em 
armazenar (silos) a produção, falta de crédito, dependência tecnológica, custo elevado do transporte e 
maquinário agrícola antiquado, comprometendo a produtividade. 
Nos países desenvolvidos, a agropecuária é mais moderna e avançada tecnologicamente. Devido 
ao alto grau de mecanização, não emprega uma parcela tão grande da população quanto os países mais 
pobres. A produtividade (em médias e grandes propriedade) dos países desenvolvidos é alta para 
produção contemplar o mercado interno e externo. Devido à alta produtividade no setor agropecuário, os 
países desenvolvidos possuem a capacidade de afetar a cotação das commodities agrícolas no caso de 
uma perda de safra, por exemplo 
 
Figura 06 – Países com as maiores áreas agricultáveis, em hectare, no mundo 
Fonte: FAO 
Figura 08 – Percentual da População Empregada na Agropecuária 
Fonte: FAO 
Figura 07 – Percentual de terra agricultável por 
continente 
Fonte: FAO 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
16 
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 
A organização do espaço agrário dos países desenvolvidos difere bastante uns dos outros, nos EUA 
os cinturões agrícolas (belts) são famosos e especializados em determinado tipo de produção. Pode 
haver, nesses cinturões, o cultivo intercalado ou combinado de outras culturas e pecuária. 
As culturas produzidas nos belts têm origem históricas e práticas. O Sul produz algodão desde o 
século XIX, onde o clima é mais quente, o que também favorece o cultivo de frutas cítricas. A região que 
tem mais planícies, que é a central, é marcada pelo cultivo dos cereais como trigo e milho. O cinturão 
pecuário (criação extensiva de gado) do lado oeste, está localizado nessa área por causa das formações 
rochosas (ruim para a agricultura) e clima mais árido. Cabe destacar que em algumas áreas a criação é 
intensiva e em outras é semiextensiva. 
EUROPA 
Enquanto os EUA têm esses cinturões agrícolas especializados, a Europa é extremamente plural 
no que diz respeito a agricultura. Além disso, predomina pequenos e médios agricultores, mas não são 
Figura 09 – Cinturões Agrícolas dos EUA 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
17 
familiares ou de subsistência, a produção é voltada para atender o mercado interno e externo entre as 
nações europeias. A França e a Alemanha adotaram o circuito curto (modo de comercialização dos 
produtos agrícolas que está associada a proximidade geográfica entre produtores e consumidores, sendo 
benéfico ao meio ambiente e apoia a economia local). 
Durante a União Soviética, a península balcânica e Rússia, tinham os Kolkozes, fazendas 
comunitárias, nas quais as famílias trabalhavam e destinavam parte da produção ao Estado e os Solvkozes, 
fazendas estatais, ou seja, os trabalhadores eram empregados do Estado como em qualquer atividade 
econômica existente. 
Leste da Europa: solo Tchernoziom, que é um solo extremamente fértil 
O Sul da Europa, que recebe influência do Mar Mediterrâneo e está mais próximo do Trópico de 
Câncer e o clima da região é mais seco e quente, apresentando uma produção voltada para vinhos e 
azeite, mas também há cultivo de trigo adaptado. A região Norte é próxima ou está no Círculo Polar Ártico 
e, por isso, é uma região predominantemente fria e com poucos meses disponíveis para agricultura, em 
torno de três a quatro meses. 
Política Agrícola Comum (PAC) Europeia: visa assegurar o abastecimento de alimentos, valorizar 
os recursos naturais, criar de um mercado único para os produtos (livre circulação), tarifar os produtos 
importados, subsidiar (financiar), entre outras medidas. 
ISRAEL E O VALE DO JORDÃO 
Em Israel,as condições áridas forçaram desenvolvimento de uma irrigação com baixíssimos 
desperdício, conhecida como gotejamento, isto é, o alimento recebe gotas d’água necessária para 
crescer. Além disso, esse país do Oriente Médio é marcado pelo Moshav (cooperativas privadas) e Kibutz 
(o lucro da produção é dividido igualmente entre os membros da comunidade). 
 
CHINA 
Mao Tsé-Tung achava que a velha tradição da produção familiar no campo chinês era um obstáculo 
para o aumento da produtividade. A saída seria acabar com o esquema vigente até então, criando grandes 
colônias agrícolas nas quais não havia separação dos trabalhadores. Eram as comunas populares. Lá 
viviam de 10 a 15 mil pessoas. Além de praticarem agricultura e pecuária, essas fazendas possuíam 
pequenos ambulatórios, escolas, fábricas de sapatos e de confecções. A China responde por 33% de toda 
a produção mundial de arroz. O que coloca o país como o maior produtor. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASIL: CENÁRIO GERAL 
Pensando a espacialização geral da agricultura no Brasil, Milton Santos, definiu no início dos anos 
2000 três grandes complexos, mas como o dinamismo da produção agropecuária é considerável, algumas 
alterações já se desenham: 
• Economia extrativista e agricultura de subsistência (destaque: Amazônia): definido por Milton 
Santos como uma região de predomínio do meio natural, logo destaca-se a extração de madeira, 
cupuaçu, açaí, látex, pesca etc. e a agricultura de subsistência com forte influência indígena. 
Hoje vivenciamos uma expansão da fronteira agrícola em direção à Amazônia. Tal movimento 
teve início com a pecuária, mas hoje já podemos destacar a produção de grãos, com destaque 
para a soja. 
Figura 10 – Cinturões Agrícolas dos EUA 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
19 
• Agropecuária extensiva (destaque: Nordeste e parte do Pantanal): para além do padrão extensivo 
já abordado anteriormente (baixa tecnologia e produtividade), destaca-se algumas ilhas de 
modernidade como a fruticultura irrigada no São Francisco, a sojicultura no Oeste baiano e a Zona 
da Mata com focos de desenvolvimento; e, também a agricultura familiar no Agreste (e em alguns 
pontos do Sertão). 
• Agropecuária intensiva: (destaque: Centro-Sul): a aplicação da ciência com o objetivo de melhorar 
as técnicas com um alto fluxo de informação (meio técnico-científico informacional) possibilitou 
uma maior produtividade, criando os complexos agroindustriais. 
O setor agropecuário esteve presente na história econômica brasileira desde o seu início, já que a 
chegada dos colonizadores (e consequente ingresso na Divisão Internacional do Trabalho) impôs a 
transição de uma produção de subsistência para uma economia agroexportadora. 
 
*A somatória totalizou 99% porque o IBGGE considerou apenas umas casa após a vírgula 
** Naturais:10,9%; plantadas:1,0%; plantadas com lavouras ou pastagens associadas: 1,6% 
Entretanto, a produção agrária/pecuária colonial é diferente dos modelos que temos em expansão 
no Brasil atual, onde a cadeia de produção se tornou mais complexa e envolta de aparatos tecnológicos 
desenvolvidos para aumentar a produtividade. 
Pastagens
18,60%
Matas no interior dos 
estabelecimentos**
13,50%
Lavouras
7,40%
Outros usos no interior 
dos establecimentos
1,50%
Formações vegetais, áreas 
urbanas, represas etc.
58,90%
Brasil: uso da terra* - 2017
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
20 
A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA 
"O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da História. Entre 
as década de 1950 e 1980, a monocultura e a mecanização foram estimuladas e 
consideradas modelo de desenvolvimento e crescimento econômico em sucessivos 
governos. Enquanto isso a agricultura familiar ficou relegada a segundo plano na 
formulação de políticas agrícolas” 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
663) 
A economia brasileira esteve atrelada à produção agrária desde colonização. Destacamos também 
que boa parte da história do nosso país foi construída sob um modelo agroexportador, entretanto, com 
a modernização econômica, a agropecuária foi subordinada às necessidades do capital urbano-
industrial. 
Dessa maneira, se antes da Revolução Verde o campo, em tese, se limitava à produtos primários, 
hoje ele também é responsável pelo beneficiamento (setor secundário) e, por vezes, pelo comércio (setor 
terciário). Isso garante, por um lado, a redução dos custos e aumento dos lucros, mas também um 
desemprego estrutural e a criação de monopólios nos campo (o que intensifica o êxodo rural). 
Então, na prática nós tínhamos uma produção no espaço rural limitada ao plantio ou à pecuária. 
Os “resultados” eram encaminhados para os centros urbanos, onde as indústrias se concentravam, e ali 
passavam pelo beneficiamento (processo de transformação). Entretanto, esse modelo exigia um tempo 
maior, uma vez que vários deslocamentos eram feitos. 
Com a ascensão dos complexos 
agroindustriais (que nada mais é do que a conjunção 
de setores, ou seja, no mesmo espaço é feita a 
atividade primária e secundária), o campo passou a 
ser o local da produção da matéria-prima e também 
das transformações, além das especulações, uma vez 
que o capital financeiro também se fez presente e 
estabeleceu a lógica de commodities. 
"Os velhos complexos rurais do modelo agroexportador foram substituídos pelos 
complexos agroindustriais, fortemente integrados com a indústria e o como setor 
financeiro. Os complexos agroindustriais organizam-se em cadeias produtivas que 
envolvem, além do plantio e da colheita, o beneficiamento e a distribuição do produto” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 316) 
COMMODITIES 
Que em inglês significa “mercadorias”, são 
produtos em estado bruto (geralmente 
agrícolas e minerais) de qualidade uniforme e 
produção em larga escala cujos preços são 
determinados pela oferta/procura no mercado 
mundial 
(MAGNOLI, Demétrio. 2012. P. 274) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
21 
 
Exemplo: muitos canaviais contam maquinário que 
transformam essa cultura em etanol. Então o que 
passa a ser vendido pelo produtor rural não é apenas 
a matéria-prima, mas também o produto final. 
 
"as modernas propriedades rurais passam a integrar cadeias produtivas extremamente 
complexas, que envolvem uma rede de estabelecimentos, como cooperativas, indústrias 
e centro de distribuição. Assim, a matéria-prima animal ou vegetal transforma-se em 
produtos de maior valor agregado.” 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015.p. 253) 
 
COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS 
(...) fazendas onde se obtém a produção e os 
agronegócios, que envolvem todas as atividades 
primárias, secundárias e terciárias que fazem parte 
da cadeia produtiva 
(SENE, Eustáquio, 2018, p. 650) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
22 
Esse é um cenário que o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira chama de industrialização da 
agricultura, que segundo ele, aumenta as possibilidades de concentração de terras (que no Brasil já era 
uma realidade de cunho histórico – desde a colonização e as capitanias hereditárias). 
"A modernização da agricultura manifestou-se pela contínua intensificação do capital 
empregado na produção rural, sob a forma de máquinas, fertilizantes, defensivos, 
sementes selecionadas, irrigação, serviços veterinários e meteorológicos e assessoria 
financeira. Em consequênciaocorreu a expansão permanente da produtividade do 
trabalho e da terra. O êxodo rural representa um dos efeitos desse processo.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 316) 
PRODUÇÃO AGRÁRIA E A ECONOMIA GLOBAL 
"Os produtos da agricultura ocupam posição estratégica na inserção do Brasil na 
economia globalizada. Atualmente, o Brasil é uma grande potência agrícola (...) e figura 
entre os principais exportadores de uma série de commodities agrícolas. Soja, açúcar e 
álcool, carnes, celulose, café e fumo estão entre os principais produtos de exportação do 
país.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 317 e 318) 
Quando o Brasil (e outros países emergentes) passam a integrar um cenário global onde os avanços 
tecnológicos possibilitaram o aumento da produção, entretanto, quanto maior a oferta, o preço tende a 
cair. Nesse sentido, qual é a melhor alternativa para a manutenção de lucros elevados? Bom, se o preço 
é baixo, o volume exportado deve ser maior. 
Conseguiu acompanhar o raciocínio? É necessário vender muito e para isso: produzir muito 
 É nesse momento que é importante destacarmos o conceito de produtividade, ou seja, produzir 
o máximo possível utilizando o menor número de terras (mas isso não significa que há uma redução na 
concentração de terra, ok?) . Vamos desenhar? 
 
 
 
 
 
 
Situação A Situação B 
Produção: 
10 000 ton 
Produção: 
10 000 ton 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
23 
"A agricultura moderna está submetida à 
lógica do mercado, que exige o contínuo 
aumento da produtividade. Os produtores 
devem utilizar cultivares de alto rendimento, 
que geralmente dependem da aplicação de 
grandes quantidades de pesticidas e herbicidas 
produzidas pela indústria química.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, 
Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 317 e 318) 
 Note que a produção é a mesma, entretanto, na situação A o espaço necessário foi menor, isso 
indica que as técnicas aplicadas foram mais intensas. E o que torna uma prática com uma maior 
produtividade? Modificações nas sementes, melhoramento do solo, uso de maquinários e diversos 
insumos químicos, entretanto, é muito importante destacar aqui o uso de agrotóxicos. 
 
 
Figura 11 – Predomínio de uso de agrotóxicos entre os estabelecimentos agropecuários no Brasil por município (2017) 
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2017 
CULTIVARES 
(...) qualquer variedade de planta produzida 
por meio de técnicas de cultivo, que, em geral, 
não são encontradas em estado silvestre. Por 
exemplo, há diversos cultivares de milho 
diferentes, e a escolha de certo tipo pode 
afetar o sucesso da lavoura. 
(MAGNOLI, Demétrio. 2012. P. 318) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
24 
Os usos de agrotóxicos levantam diversas polêmicas, afinal como tantas outras tecnologia, há 
pontos positivos e negativos quanto à aplicação. Por exemplo, há quem defenda que sem o uso desses 
insumos seria necessário ampliar ainda mais as áreas de produção. Mas também há correntes contrárias 
que destacam que o tal mecanismo aumenta o número de pragas, pode poluir o solo e as águas e são 
danosos à saúde. 
"Os cultivares de alto rendimento substituem as variedades tradicionais, que estão mais 
bem adaptadas aos diferentes ecossistemas e são mais resistentes às pragas. O uso 
intensivo de agrotóxicos constitui importante problema ambiental – e também uma 
questão de saúde pública. Os resíduos desses produtos figuram entre as principais fontes 
de poluição de rios, lagos e lençóis subterrâneos. Além disso, afetam a saúde dos 
trabalhadores rurais em contato direto com volumes crescentes de veneno e, 
indiretamente podem trazer prejuízos à saúde dos consumidores.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 318) 
Além dos agrotóxicos, podemos destacar os Organismos Geneticamente Modificados (OMGs), 
também chamados de transgênicos. Esses foram desenvolvidos em meados da década de 1990, graças às 
evoluções em um dos ramos da biotecnologia – a pesquisa genômica. Assim, esses são cultivares de alto 
rendimento que permitem o aumento da produtividade e o controle de pragas e doenças, e, na prática, 
apresentam pontos positivos e negativos: 
▪ Pontos positivos: aumento da produtividade, redução do uso de agrotóxicos, adaptação à 
diferentes ambientes, melhorias nutricionais; 
▪ Pontos negativos: falta de conclusões confiáveis sobre os impactos sobre o meio ambiente e 
para a saúde humana, dependência de grandes indústrias agroquímicas no fornecimento de 
sementes, risco na redução da diversidade de plantas cultivadas (erosão genética) 
No Brasil, o cultivo da soja lidera o uso de transgênicos, mas é preciso destacar o milho e o algodão 
 
Que o Brasil é uma grande potência agrícola não temos dúvida, mas quando o assunto o comércio 
exterior há fatores internos e externos que ditam o volume de exportação e os ganhos através delas. 
Nosso país e outros em desenvolvimento enfrentam restrições que os impedem de expandir ainda 
mais o volume de exportações, já que existe um protecionismo de países mais ricos, assim, além de 
concederem elevados subsídios aos agricultores locais, países desenvolvidos aplicam de forma conjunta 
ou isolada diversas medidas, tais como: 
▪ Barreiras tarifárias: aumento de impostos sobre produtos importados (encarecendo o produto 
externo); 
▪ Barreiras não tarifárias: que são argumentos para restringir importações. São elas: 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
25 
o Barreiras fitozoossanitárias: alegam que os produtos agropecuários correm risco de 
contaminação; 
o Cláusulas trabalhistas: sobretaxa ou proibição de importação de produtos oriundos de 
países com poucas leis trabalhistas, baixos salários ou mão de obra escrava/semiescrava; 
o Cláusulas ambientais: : sobretaxa ou proibição de importação de produtos oriundos de 
países com problemas de ordem ambiental/sustentável no processo de produção; 
o Embargo: proibição de importação de qualquer produto por diferentes motivos políticos 
(governos ditatoriais, com grupos terroristas, práticas de tortura, com perseguição política 
ou religiosa) e que não respeite a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU; 
o Cotas para importação: limitação da quantidade de produtos que entra no país. 
Entretanto, além das causas externas, há fatores internos que diminuem a competitividade e a 
capacidade de crescimento da agropecuária brasileira, tais como: 
▪ Aumentos dos custos operacionais devido às deficiências no setor de transporte e 
armazenagem; 
▪ Elevada carga tributária; 
▪ Baixa disponibilidade de crédito e financiamentos – principalmente para pequenos produtores; 
▪ Falta de incentivo à formação de cooperativas; 
▪ Baixa abrangência de eletricidade em zonas rurais, dificultando o processo de irrigação, 
armazenagem, entre outros. 
ÊXODO RURAL 
Antes de tudo, quando falamos de êxodo rural, nos referimos a saída da população do campo em 
direção ao espaço urbano. Tal deslocamento pode acontecer por diferentes motivos, mas são duas as 
forças principais: atrativas, ou seja, pelos benefícios que a cidade apresenta, e as repulsivas, pelos 
problemas que o campo impõe. 
No Brasil, os fatores repulsivos foram os mais importantes no processo de êxodo rural 
Pensando a trajetória da produção agrária no Brasil, podemos identificar o domínio da grande 
propriedade. Mas entre as décadas de 1950 e 1980 houve um estímulo ainda maior à monocultura e 
mecanização, o que intensificou a concentração de terras. 
Pense aqui comigo: quem conseguiria comprar grandes terras e investir em maquinários e insumos 
variados? Empresas e proprietários com maior poder aquisitivo,né? Então, na prática, o pequeno 
produtor encontrou maiores dificuldades para se manter no campo, já que terras concentradas formam 
uma grande barreira para a agricultura familiar (ainda que muitas famílias continuem no campo 
produzindo em terras devolutas ou improdutivas) e essas pessoas dificilmente estariam capacitadas para 
trabalhar com os maquinários que chegaram no campo e substituíram grande parte da mão de obra. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
26 
 
 
 
 
 
 
O êxodo rural marcado por tamanha repulsão, levou às cidades brasileiras muitas pessoas, que em 
busca de melhores condições de vida se esbarraram com um cenário de empregos mal remunerados, 
assim não conseguiam manter condições de moradia, alimentação e transporte – e muitas vezes, o salário 
não era o suficiente para outras necessidades cotidianas básicas. 
"No Brasil, os fatores de repulsão (concentração de terras, baixos salários, desemprego, 
etc.) foram os que mais contribuíram para explicar o movimento migratório rural-
urbano. É impossível entender as grandes desigualdades sociais do Brasil, que apresenta 
uma das maiores concentrações de renda do mundo, sem considerar esse fato. A opção 
pelo fortalecimento da agricultura familiar e a realização da reforma agrária, sobretudo 
nas décadas em que a população era predominantemente rural, poderiam ter 
proporcionado melhores condições de vida a milhões de famílias caso tivessem sido 
efetivadas.” 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
663) 
 
BRASIL: DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL 
"O Brasil conheceu uma modernização agrícola 
desigual do ponto de vista espacial. Os complexos 
agroindustriais desenvolveram-se principalmente no 
Centro-Sul. Como reflexo disso, quase dois terços do 
valor total da produção agropecuária derivam dos 
estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, 
Minas Gerais e Mato Grosso.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume 
Único São Paulo: Atual, 2012.p. 320) 
CAMPO 
REPULSÃO 
▪ Terras concentradas 
▪ Mecanização (desemprego estrutural) 
CIDADE 
CONDIÇÕES 
▪ Baixos salários 
▪ Dificuldade em manter condições 
básicas 
ÊXODO RURAL 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
27 
 
Figura 12 – Organização espacial da agropecuária no Brasil 
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli in: MAGNOLI, Demétrio, 2012 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
28 
 
Gráfico 01 Distribuição da área/quantidade de estabelecimentos rurais - Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 
Pelo Centro-Sul do Brasil se estendem zonas agropecuárias diversificadas, coexistindo a agricultura 
empresarial, a agricultura familiar especializada e a pecuária moderna. É nessa porção do país, por 
exemplo, que temos a concentração de maquinários agrícolas, como tratores, o que também indica a 
utilização de outras tecnologias e serviços avançados (seleção de sementes, irrigação, assistência técnica 
especializada e, até mesmo, o uso de imagens de satélite e drones). 
Os complexos agroindustriais do Centro-Sul concentram a produção de importantes culturas 
comerciais, tais como: soja, cana-de-açúcar, café, laranja, arroz e fumo 
A maior produção de cana-de-açúcar acontece 
em São Paulo, extrapolando para porções do norte e 
oeste do Paraná, bem como para Minas Gerais. Ainda 
encontramos tal cultivo marcando a paisagem da 
Zona da Mata nordestina, entretanto, um novo ciclo 
de aumento de produção impulsionado pelos 
biocombustíveis, tem expandido a agroindústria 
canavieira para o Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso 
do Sul – ou seja, nos cerrados. 
A produtividade da cana-de-açúcar no Centro-
Sul é maior do que no Nordeste 
16,40%
13,80%
12,60%
12,10% 12,00%
7,60%
4,90% 4,80%
3,40%
2,50%
São Paulo Mato
Grosso
Paraná Rio Grande
do Sul
Minas
Gerais
Goiás Bahia Mato
Grosso do
Sul
Santa
Catarina
Pará
Brasil: os 10 estados com as maiores participações no valor total 
da produção agrícola - 2016
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
29 
 
Quando o assunto é a produção de laranja o destaque também deve 
ser dado à São Paulo, estado com a maior produção de tal fruta. Tal produto 
é cultivado por pequenos e médios produtores familiares. Assim entre o 
estado paulista e Minas Gerais temos o cinturão citrícola do país, com 
destaque para cidades como Araraquara, São José do Rio Preto e Tabatinga. 
 
Quando falamos do café é comum 
associar a produção ao estado de São Paulo, que historicamente 
concentrou tala cultura que deu base para a industrialização do país – 
deslocando-se entre o Vale do Paraíba e o Norte do Paraná. Atualmente, 
a maior produção se dá em Minas Gerais e no Espírito Santo. 
Há a produção de café em outras porções do Brasil, como nos cerrados 
da Bahia e em Rondônia 
O Rio Grande do Sul é responsável pela maior produção de arroz – 
especialmente nas terras inundáveis do vale do rio Jacuí (na Campanha Gaúcha). 
Também encontramos a produção de arroz em outras porções do Brasil, especialmente o arroz de 
sequeiro, que é tolerante à estiagem, por isso se expande para os cerrados do MT e GO. 
Contudo, a principal cultura do Centro-Sul (e do Brasil) é a soja. Inicialmente concentrada no Rio 
Grande do Sul e em Santa Catarina, tal produção se expandiu até o noroeste do Paraná, e, após 
adaptações, adentrou os cerrados do Brasil Central. 
Pensando o Nordeste do país, há um predomínio de práticas agrícolas tradicionais, entretanto tal 
cenário não impossibilitou a existência de zonas de modernização e diversificação. Quanto à essas zonas, 
podermos destacar o Vale do rio São Francisco, onde encontramos os polos de fruticultura irrigada, 
comandadas por Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). 
Além da fruticultura irrigada, temos uma agricultura moderna no oeste baiano, onde a introdução 
da soja modificou a paisagem e estimulou outras atividades, como a avicultura e a suinocultura. Tal 
produto agrário também vem alterando a dinâmica territorial e econômica dos cerrados do sul do 
Maranhão e do Piauí. 
"Um nítido sintoma da marcha da modernização é a tendência à redução da área dos 
estabelecimentos agrícolas e da área de lavouras. Essa tendência manifesta-se desde o 
início da década de 1990 em quase todo o território, com a exceção já destacada das 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
30 
zonas (...) que vivem o avanço da soja, e reflete o aumento da produtividade da terra, 
que resulta de introdução de práticas modernas, e também dos usos não agrícolas do 
solo, que decorre do crescimento das cidades e das atividades voltadas para o lazer e o 
turismo (como hotéis-fazenda, pesqueiros e chácaras de fim de semana). 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) 
Assim, temos tal cenário: 
 
Figura 13 – Brasil: espaço geográfico 
Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos, 2018 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
31 
AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA 
 Além dos interesses internos de integração territorial, o agronegócio encontrou maiores chances 
de crescimento também pelo cenário internacional onde a necessidade de produtos primários cresceu, 
ou seja, o mercado consumidor passou a ser maior. Além disso, estamos falando de um mundo que já 
vinha se globalizando, logo, a maior integração entre os espaços mundiais facilitaram as exportações de 
commodities e importação de insumos. 
Assim, com a chegada/ascensão de grandes empresas, o Brasil passou a possuir grandes culturas 
comerciais conhecidas como “estrelas do agronegócio”. Dessa maneira, nosso país se destaca na 
produção de soja, cana-de-açúcar, café, laranja,algodão, milho e feijão. Entretanto, quando somados à 
produção familiar, temos o seguinte cenário: 
 
 
*Nas lavouras permanentes, como laranjais ou cafezais, as plantas produzem frutos todos os anos; nas 
lavouras temporárias, como as de milho, soja e feijão há apenas uma colheita por plantio. 
 
 
 
 
 
33%
16,30%
11,90%
6,70%
3,20% 3,10% 2,70% 2,60% 2,60% 2,20%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
BRASIL: participação dos dez principais produtos no valor da produção* - 2016
Gráfico 02 – Participação dos principais produtos no valor da produção 
Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos, 2018 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
32 
● Soja: Utilizada na fabricação de rações animais (crescendo na alimentação humana) e é uma alternativa para 
fabricação de biodiesel. Cultivada especialmente no Centro-Oeste e Sul. (Complexo da soja, diz respeito ao 
grão, óleo e farelo de soja). 
 
● Cana-de-açúcar: Produção de açúcar e etanol. Cultivada especialmente no noroeste paulista, onde o solo 
(“terra roxa”)e o clima (a pluviosidade, a temperatura e iluminação) são favoráveis. 
 
● Milho: Utilizado na produção de rações para animais. Quando pensamos os grãos, os maiores produtores 
são, respectivamente: Mato Grosso, Paraná, Goiás 
 
● Café (maior exportador e o segundo maior consumidor): A variedade climática, altimétrica e dos tipos de 
solo geram uma diversificação nas espécies, entre elas, arábica e robusta. Destaque: Centro-Sul de Minas 
Gerais. 
 
● Mandioca: é uma exceção à regra de concentração geográfica da produção. Os maiores produtores são 
Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná – sendo disseminada por praticamente todo o país e cultivada por pequenos 
agricultores familiares. O destino de tal cultivo é o prioritariamente a subsistência dos próprios produtores e 
a comercialização em mercados locais/regionais. 
 
● Feijão: (maior produtor mundial): O Paraná o maior produtor estadual. 
 
● Arroz: apesar da grande produção, o país ainda depende de importação devido o elevado consumo. O estado 
com maior produção é o Rio Grande do Sul 
 
● Laranja: é utilizada para fabricar suco, óleos essenciais, líquidos aromáticos e o bagaço para alimentação 
animal. Cultivada principalmente no estado de São Paulo. 
 
● Banana: o Brasil é um dos maiores produtores de tal fruta (em 2021, o 4º, atrás de Índia, China e Indonésia) 
 
● Algodão (o Brasil é um grande exportador): Cultivado no Centro-Oeste, Bahia, Maranhão e Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
33 
Além dessa produções, é importante destacar a silvicultura, ou seja, o cultivo de florestas através 
do manejo agrícola (“agricultura de floresta”), com o objetivo de produzir madeiras e outros derivados 
para atender as necessidades do mercado. Exemplo: plantação de eucalipto para a indústria de papel e 
celulose. 
"De modo geral, as culturas comerciais caracterizam-se pela tendência à concentração 
geográfica, com a formação de zonas produtoras especializadas. Os produtores de uva 
concentram-se na serra Gaúcha, as fazendas cacaueiras predominam no sul da Bahia, o 
trigo é cultivado principalmente no oeste do Rio Grande do Sul e do Paraná, o sisal se 
destaca no Agreste da Bahia, o caju ocupa uma faixa litorânea do Piauí e do oeste do 
Ceará e a pimenta-do-reino caracteriza a agricultura do leste do Pará.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) 
 
 
Como você deve ter percebido até aqui, a produção agrária do país é diversificada, entretanto, há 
um cultivo que chama a atenção em termos espaciais e econômicos: a soja. Por isso, vamos aprofundar 
nossos estudos quanto à essa produção e destacar a pecuária nacional. 
Bora lá 
SOJA 
As origens da soja remontam à China, em especial a região da Manchúria nas margens do rio 
Yangtze (rio Azul), há mais de 5 mil anos, sendo considerada um dos cinco grãos sagrados pelos antigos 
imperadores chineses. Então, seguindo um caminho parecido com a cana-de-açúcar, a soja surge na Ásia, 
é levada para o norte da África, e, em contato com o Mar Mediterrâneo chega na Europa (sendo certos 
países europeus responsáveis por expandir tal cultivo em suas colônias), e, em escala comercial, a soja 
começou a ser produzida nos Estados Unidos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
34 
"A soja foi introduzida no Brasil pelos imigrantes que se instalaram no Rio Grande do Sul 
no início do século XX, mas a expansão comercial do cultivo ocorreu apenas na década 
de 1960, devido ao interesse crescente da indústria de óleos vegetais e ao aumento da 
demanda internacional pelo farelo de soja usado na alimentação de rebanhos.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) 
Na década de 1950, as geadas no Norte do Paraná expuseram uma dificuldade para a produção de 
café, uma vez que esse cultivo é permanente, então na prática, significa que não é possível deixar de 
produzir quando as temperaturas caíssem demais. Qual seria uma possível solução? A introdução de uma 
cultura temporária, que pudesse “dar uma pausa” nos momentos de condições atmosféricas mais 
extremas, e, é aí que a soja “caiu como uma luva”, afinal, esse é um cultivo típico de climas 
temperados/subtropicais. 
Observe: o mercado consumidor externo, nos meados do século XX, era favorável para a soja 
e as condições internas também direcionaram para tal cultivo. 
"No início da expansão, a produção baseava-se em variedades técnicas importadas dos 
Estados Unidos, adaptadas aos climas temperados, e se concentrava na região Sul.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) 
Na década de 1960, a produção de soja foi intensificada no Brasil por 2 grandes motivos internos: 
▪ Revezamento com o trigo: o trigo é um cultivo relacionado aos climas mais frios, por isso, se 
estabeleceu inicialmente na região Sul do Brasil. Entretanto, durante o verão, no clima subtropical, 
as temperaturas ficam mais elevadas, dificultando/impedindo tal produção, por isso, a soja 
começou a ser pensada como uma alternativa. 
No inverno produziria trigo, no verão, a produção seria de soja 
▪ Aumento na produção pecuária: com o aumento dos rebanhos, há necessidade de maior 
produção de ração animal, e, aqui a soja é um cultivo muito importante. 
Atualmente, a produção da ração animal é o principal destino da soja 
Mas além dos fatores internos, durante as décadas de 
1960 e 1970, o cenário internacional era favorável à produção 
de soja no Brasil, afinal, o principal produtor naquele período 
era os Estados Unidos, e, como essa cultura é temporária e 
nosso país está no hemisfério sul (enquanto os EUA, no 
Posteriormente, os preços dessa 
commodity começaram a baixar, já 
que nas décadas de 1970/1980, a 
demanda continuava praticamente a 
mesma, mas houve um aumento 
significativo na produção. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
35 
hemisfério norte), as estações são opostas, então, na prática temos: quando um colhe (safra), o outro 
está na entressafra. 
Em resumo: entre as décadas de 1960 e 1970, havia um aumento do preço no cenário mundial quando o 
maior produtor estava na entressafra, que justamente o memento que o Brasil tem sua safra. 
Se as exportações estavam “bombando”, qual era o caminho mais óbvio? Aumentar a produção. 
Então foi nesse cenário econômico (e lembre-se que também havia o desejo político de integração 
territorial) que a soja começou a se expandir em direção ao Centro-Oeste. Mas você se lembra que 
falamos “a soja é uma cultura típica de clima mais amenos (temperado/subtropical)”? Pois é! Mas a 
realidade do Brasil Central é outra, e, é aqui que a EMBRAPA (Empresa Brasileirade Pesquisa 
Agropecuária) foi fundamental ao fazer a correção do solo (tipicamente ácido) e tropicalizar a semente. 
"Até o início da década de 1970, a produção brasileira de soja era concentrada na região 
Sul, que reunia as condições naturas para esse tipo de lavoura. Nessa época, porém, a 
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) – órgão governamental criado 
com o objetivo de melhorar as condições de plantio e a seleção de novas espécies 
adaptadas aos solos brasileiros – desenvolveu a primeira semente de soja adaptada às 
condições tropicais, ao mesmo tempo que criava um produto à base de calcário capaz de 
neutralizar a acidez natural do solo dos Cerrados.” 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015.p. 254) 
Hoje, a soja se espalha em direção ao 
oeste baiano e direção às porções do 
Maranhão, Tocantins, Piauí, o chamado 
MATOPIBA, em um cenário de clima mais 
quente do que o original (temperado) e relevo 
plano, o que facilita o uso de maquinários. 
"Em anos mais recentes, o avanço do cultivo por todas as regiões tem garantido a 
manutenção da soja no topo da lisa da produção de grãos pela agricultura brasileira. 
Especialmente, a região denominada Matopiba. Localizada entre o Maranhão, o 
Tocantins, o Piauí e a Bahia, tem sido considerada uma nova fronteira agrícola (...) 
ocupando áreas de Cerrado e sobrepondo-se às áreas de cultivo de milho e outras 
culturas agrícolas.” 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015, p. 255) 
 
 
MATOPIBA 
Ou Mapitoba é uma região que abrange o sul do 
Maranhão, o leste do Tocantins, o sudoeste do Piauí e o 
extremo oeste da Bahia que vem se destacando na 
produção de grãos, especialmente de soja. 
(TERRA, Lygia, 2015, p. 255) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPANSÃO DA SOJA - BRASIL 
REGIÃO 
SUL 
Concentração: até a década de 
1970 
Destaque: condições naturais 
 
Atenção: PR e RS permanecem 
como grandes produtores 
REGIÃO 
CENTRO-OESTE 
Destaque: modificações 
▪ Semente: tropicalização 
▪ Solo: controle da acidez (calagem) 
 
Atenção: havia o interesse em integrar 
o Brasil Central , por isso o Estado criou 
incentivos 
MT | MS | GO : terras baratas (nova 
fronteira agrícola) 
 
MATOPIBA 
 
Destaque: relevo plano 
MAranhão 
TOcantins 
PIauí 
BAhia 
 
Figura 04 – Brasil: espaço geográfico 
Fonte: TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges, 2012 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
37 
A produção de soja no Brasil é feita em grande escala pelo 
agronegócio, através de grandes empresas, em latifúndios e se 
utilizando de técnicas muitas vezes avançadas, mas uma pequena 
parte da produção está associada às cooperativas. 
 
Atenção: um dos grandes “problemas” enfrentados pela sojicultura brasileira é a logística para a 
exportação. Afinal, a maior produção se encontra no Brasil Central e precisa ser levada até o litoral. 
Os problemas de infraestrutura afetam negativamente os preços, tornando a soja brasileira mais cara 
do que poderia ser, afetando na competitividade. 
Nesse sentido, uma nova tendência vem se desenhando no país: a exportação através de portos na 
porção setentrional do Brasil. 
 
COOPERATIVAS 
Médias e pequenas produtores que se 
associam para a produzir 
Figura 05 – Brasil: Cadeia produtiva da soja 
Fonte: TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges, 2015 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
38 
PECUÁRIA DE CORTE 
A pecuária no Brasil se desenvolveu sob a lógica de sistemas extensivos, sendo fundamental para a 
expansão e interiorização das atividades agropecuárias – o que na prática garantiu um maior ocupação 
do interior do país e ampliou o desmatamento para o avanço da fronteira agrícola. 
Nosso foco aqui será na pecuária bovina de corte, mas antes de aprofundarmos nesse tema, é 
fundamental esclarecer que o termo rebanho não diz respeito apenas à “bois e vacas”, mas sim a um 
grande número de animais da mesma espécie que são agrupados e controlados pelo ser humano. Ok? É 
importante que você saiba isso porque o maior rebanho brasileiro é de galináceos. 
“Em relação à criação de animais, as aves, sobre tudo os galináceos, compõem o maior 
número; em 2016, a região Sudeste abrigava cerca de 42% da produção de ovos do país, 
enquanto a região Sul concentrava mais de 50% das aves que seriam abatidas (...) O 
segundo maior rebanho do país era o de bovinos.” 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
674) 
Assim, destacamos que a produção de carne de aves e suína, que também se destacam no cenário 
global, concentram-se na região Sul, em estabelecimentos familiares que fornecem a matéria-prima para 
grandes empresas de processamento, como a BRF Brasil Foods (que surgiu em 2009, a partir da fusão 
entre a Sadia e a Perdigão). 
Mas pensando na pecuária bovina, podemos inferir que há uma mudança na estrutura produtiva 
desde a década de 1980 (ou seja, vem deixando de ser predominantemente extensiva). Dentre os sinais 
prático de tal mudança destacamos a maior frequência na seleção de raças e a vacinação do gado 
(alimentado com pastos cultivados durante períodos de chuva e com ração durante a seca). 
Tais mudanças também são evidenciadas em porções onde predominava a pecuária extensiva, 
como o Sertão nordestino, o Centro-Oeste e na periferia da Amazônia. 
“O crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e norte do país vem sendo 
registrada desde o fim da década de 1980, superando áreas tradicionais de pecuária 
bovina, como o Sul. Os maiores rebanhos bovinos estão localizados nos estados do Mato 
grosso, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.” 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
674) 
Além de uma produção efetiva, a garantia de uma maior exportação agropecuária perpassa acordos 
de ordem supranacional e ambiental tais como a “moratória dos grãos” (2006) e a “moratória da carne” 
(2009), que são acordos 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
39 
“efetivados entre distribuidores, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos 
Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), grandes 
frigoríficos, cadeias de supermercados e ONGs (...), cujas cláusulas definem o 
comprometimento de não comercializar produtos agropecuários de áreas desmatadas após 
2006.” 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 674) 
Assim, pensando a produção agropecuária do Brasil e a exportação, temos o seguinte uso das terras: 
 
Figura 05 – Brasil: Uso da terra 
Fonte: Atlas - SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos, 2018 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
40 
O Código Florestal Brasileiro estabelece que, na ocupação agropecuária da Amazônia, o agricultor e o 
pecuarista têm de preservar ou manter 80% da floresta. No entanto, segundo levantamentos realizados 
por satélites artificiais, mostram o avanço do desmatamento em tal porção do território, o que acarreta 
desequilíbrios ecológicos, destruição de ecossistemas e alterações climáticas. Além da Amazônia, o 
Cerrado também é muito desmatado para dar lugar à agropecuária, a derrubada a partir do Sul em direção 
ao Centro-Oeste e Norte ficou designada como “expansão da fronteira agrícola”. 
O Programa Agricultura de Baixo Carbono(ABC), criado em 2010 pelo Governo Federal, dá incentivos e 
recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis. A ideia é que a produção 
agrícola e pecuária garanta mais renda ao produtor, mais alimentos para a população e aumente a 
proteção ao meio ambiente. Por outro lado, existe o Convênio 100, medida que reduz ou isenta cobrança 
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na comercialização interestadual de 
insumos agropecuários. 
A produção de soja no Brasil é feita em grande escala pelo 
agronegócio, através de grandes empresas, em latifúndios e se 
utilizando de técnicas muitas vezes avançadas, mas uma pequena 
parte da produção está associada às cooperativas. 
 
Atenção: um dos grandes “problemas” enfrentados pela sojicultura brasileira é a logística para a 
exportação. Afinal, a maior produção se encontra no Brasil Central e precisa ser levada até o litoral. 
Os problemas de infraestrutura afetam negativamente os preços, tornando a soja brasileira mais cara 
do que poderia ser, afetando na competitividade. 
Nesse sentido, uma nova tendência vem se desenhando no país: a exportação através de portos na 
porção setentrional do Brasil. 
SAFRA 2019/2020 (SOJA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cooperativas 
Médias e pequenas produtores 
que se associam para a produção 
Soja no mundo 
Produção: 337,298 milhões de ton. 
Área plantada: 122,647 milhões de ha 
Fonte: USDA ( 28/09/2020) 
Brasil (maior produtor mundial) 
Produção: 124,845 milhões de toneladas; 
Área plantada: 36,950 milhões de hectares 
Produtividade: 3.379 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de setembro) 
EUA (segundo produtor mundial) 
Produção: 96,676 milhões de toneladas 
Área plantada: 30,332 milhões de hectares 
Produtividade: 3.187 kg/ha 
Fonte: USDA (10/08/2020) 
Mato Grosso (maior produtor brasileiro) 
Produção: 35,885 milhões de ton 
Área plantada: 10,004 milhões de ha 
Produtividade: 3.587 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de setembro) 
Paraná (2º maior produtor brasileiro) 
Produção: 21,598 milhões de ton 
Área plantada: 5,503 milhões de ha 
Produtividade: 3.925 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de setembro) 
Goiás 
Produção: 13,159 milhões de ton 
Área plantada: 3,545 milhões de ha 
Produtividade: 3.712 Kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de setembro) 
Rio Grande do Sul 
Produção: 11,444 milhões de ton 
Área plantada: 5,902 milhões de ha 
Produtividade: 1.939 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de setembro) 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
41 
EXPORTAÇÕES E O PREÇO DOS ALIMENTOS 
Antes de tudo é importante que você se recorde da importância do dólar 
O dólar passou a ser adotado como padrão para o comércio internacional com o declínio do padrão-
ouro em um contexto de reafirmação estadunidense no cenário geopolítico. Até então, a libra esterlina 
era considerada a moeda veículo, refletindo a hegemonia inglesa no mundo antes da 1ª Guerra Mundial. 
O dólar também é uma moeda de reserva internacional: vários países utilizam o dólar de diferentes de 
formas inclusive na composição de suas reservas, ou seja, os bancos centrais pelo mundo (com exceção 
do FED – até porque esse é o sistema de reserva Federal dos EUA - logo ele emite a sua própria reserva 
internacional) alocam seus ativos em dólar, principalmente. 
 
Taxa de câmbio: para cada dólar, quantos reais você precisa ter? 
 
 
 
E como a desvalorização do real influencia no preço dos alimentos? 
Para respondermos à essa questão é necessário quebrarmos alguns pontos defendidos no senso 
comum: primeiro, mesmo sendo um grande produtor de gêneros alimentícios, o Brasil precisa importar 
alimentos como o arroz, que apesar da alta produção, tem um consumo maior (é um item básico da dieta 
dos brasileiros); segundo: com os valores interessantes para a exportação também da soja, há menor 
produção de ração animal, logo, a carne fica mais cara também. 
Sendo assim, aquela parte que é importada fica mais caro, afinal com a moeda desvalorizada é 
necessário “muitos reais para fazer um dólar” e o comércio internacional é feito nessa moeda. 
E aqui cabe ressaltar um detalhe: o Brasil importa arroz, principalmente, da Tailândia e do Vietnã, países 
esses que no cenário de Pandemia limitaram o volume de alimentos que poderiam sair de suas fronteiras – 
na lógica de um estoque regulatório. O Brasil, nos embalos da recessão de 2014/2015, começou a vender 
seu estoque regulatório no cenário internacional e não houve reposição, logo, em 2020 o Brasil não tem 
estoque regulatório de grãos, ou seja, estamos muito dependentes do cenário mundial. 
Agora vamos pensar por um outro lado sobre essa situação: se você é um produtor e o real está 
desvalorizado, vender para o mercado externo se torna vantajoso, afinal eles pagarão em dólar, e quando 
for convertido para real, o valores aumentarão. Bom... esse foi o pensamento de muitos produtores de 
soja e arroz, por exemplo, afinal os insumos que eles precisam para produzir também se tornam mais caro 
com o real desvalorizado (já que são importados) e essa é uma ótima maneira de garantir maiores lucros. 
 
Variável 
Quanto mais você precisar, maior a desvalorização 
O que sobe não é o dólar, mas 
o preço do dólar em reais 
Constante 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – AGROPECUÁRIA 
 
 
 AULA 12 – Agropecuária 
 
42 
QUESTÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL 
"A terra é o meio de produção fundamental na agropecuária. A concentra da 
propriedade da terra é um dos traços marcantes da economia rural brasileira, cujas 
origens remotas encontram-se no modelo de colonização aplicado à América 
portuguesa. Esse padrão concentrados serviu de base para a configuração da agricultura 
moderna brasileira, que exibe nítida dicotomia entre grandes e pequenos 
estabelecimentos rurais.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 324) 
As capitanias hereditárias (1534-1549) deram origem ao latifúndio e, consequentemente, à 
desigualdade social. Desde o início da colonização, o espaço agrário brasileiro foi transformado para 
atender ao mercado internacional. A implantação da cana-de-açúcar no Nordeste implicou a doação de 
sesmarias (terras para exploração, desde o século XVI até 1822). Nessa época, os poucos trabalhadores 
livres estavam vinculados aos engenhos. Surgiram também os posseiros, pessoas que se apossavam das 
terras que não foram dadas pela Coroa Portuguesa, sendo considerada ilegal. 
"O sistema das sesmarias originou a concentração fundiária. Na época colonial, surgiram 
dois personagens básicos da economia rural do país: de um lado o latifundiário 
(sesmeiro), que detinha vasta extensão de terras e empregava numeroso contingente de 
escravos para a produção de gêneros tropicais exportáveis; de outro, o posseiro, que 
ocupava terras devolutas, dedicando-se à produção de subsistência e também a culturas 
alimentares consumidas nos latifúndios.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 325) 
 Em 1850 foi estabelecida a Lei de Terras, que constituía a compra como única forma de acesso à 
terra. Quem já estava nela, recebia o título de proprietário, no entanto, deveria residir e produzir no solo 
em que se encontrava. Essa medida favoreceu especialmente os barões do café que estavam interessados 
em desenvolver a plantation e concentrar o poder político em suas mãos. 
"A Lei de Terras foi o ponto de partida para o surgimento de um mercado de compra e 
venda da propriedade fundiária. Desse modo, a terra adquiriu a condição de mercadoria: 
tornou-se patrimônio do fazendeiro e veículo para a imobilização e proteção do capital. 
A legislação fundiária, que preparou a extinção do trabalho escravo quase 
concomitantemente com a Lei Eusébio de Queirós, excluiu os pobres do acesso à terra.” 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.

Continue navegando