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Questão 550488: ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550489: O grupo de antimicrobianos classificados com ß-lactâmicos possui em comum no seu núcleo estrutural o anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida.Conforme a característica da cadeia lateral definem-se seu espectro de ação e suas propriedades farmacológicas. Pertencem a este grupo: Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenemicos e monobactans. Vamos às alternativas: - Letra A: Ceftriaxone é uma cefalosporina de terceira geração. São mais potentes contra bacilos gram negativos facultativos, e tem atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae, S. pyogenes e outros estreptococos. - Letra B: Ceftarolina é uma cefalosporina de quinta geração. Aprovado para uso no Brasil em 2015, com atividade in vitro contra gram positivos (incluindo S. aureus resistente a meticilina e algumas bactérias gram negativas. - Letra C: Tigerciclina é classificada no grupo das glicilciclinas. Apresenta potente atividade in vitro contra cocos gram-positivos (incluindo estafilococos resistentes à oxacilina, enterococos resistentes à vancomicina e estreptococos resistentes às penicilinas ou cefalosporinas), bacilos gram-negativos (exceto P. aeruginosa e Proteus mirabilis) e a maioria dos anaeróbios de importância clínica e apresenta excelente atividade contra a grande maioria das enterobactérias, incluindo Klebsiella pneumoniae produtora de betalactamase de espectro estendido e contra alguns bacilos gram-negativos não fermentadores, como Acinetobacter spp. e Stenotrophomonas maltophilia, além da atividade contra bactérias anaeróbias, incluindo o grupo Bacteroides fragilis e o Clostridium difficile Letra D: Meropenem é um carbapenêmico, assim como o imipenem, apresentam amplo espectro de ação para uso em infecções sistêmicas e são estáveis à maioria das ß–lactamases. - Letra E: Oxacilina é uma penicilina, indicado para infecções estafilocócicas sensíveis à penicilina. O antibiótico que não faz parte da classe dos ß-lactâmicos é a Tigerciclina. Resposta: Letra C ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550490: O enunciado descreve um quadro clássico de tireoidite de Quervain (tireoidite subaguda granulomatosa). Trata-se de um processo inflamatório autolimitado que constitui a causa mais comum de dor na tireoide. Pode ocorrer em qualquer idade, mas acomete principalmente indivíduos entre a terceira e a quinta década de vida, com incidência 5x maior no sexo feminino. A principal hipótese é de que o quadro ocorra, de forma direta ou indireta, por uma infecção viral da glândula tireoidiana. Logo, é frequente que ela surja após uma infecção respiratória e a sua incidência é maior no verão. É provável que também exista algum mecanismo genético envolvido, uma vez que há associação frequente com antígenos de histocompatibilidade HLA-Bw35. O quadro tende a começar com uma fase prodrômica, caracterizada por astenia, mal-estar, artralgia, mialgia, faringite e febre baixa. Posteriormente, intensifica-se a febre (pode chegar a 40°C) e surge dor na região da tireoide, moderada ou intensa, que pode inicialmente comprometer apenas um dos lobos, ou já de início envolver toda a glândula. Ela se agrava com a tosse, a deglutição e a movimentação do pescoço. Além disso, pode irradiar-se para a região occipital, parte superior do pescoço, mandíbula, garganta ou ouvidos, o que leva alguns pacientes a procurar inicialmente um otorrinolaringologista. Pode, também, irradiar-se para a parte superior do tórax. Aproximadamente 50 a 60% dos pacientes apresentam sintomas e sinais de hipertireoidismo, porém a dor e a hipersensibilidade local são os aspectos dominantes da doença. Perceba que a presença de um abscesso retrofaríngeo não é capaz de justificar todos os achados, principalmente no que diz respeito ao hipertireoidismo. Por outro lado, tanto a doença de Graves quanto o Hashimoto podem cursar com hipertireoidismo, mas não esperamos que tais pacientes apresentem dor na topografia da tireoide. Com isso, resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550491: Boa questão sobre fraqueza muscular! Vamos analisar as alternativas: (A) Correta. É a melhor hipótese, embora a polimiosite seja mais comum em mulheres. Perceba que a fraqueza é proximal (compromete cinturas escapular e pélvica, além da musculatura do pescoço) e simétrica. A ausência de manifestações sensitivas e a preservação dos reflexos falam contra um “problema” neurológico, indicando que a doença é, na verdade, muscular. (B) Incorreta. Se apresenta como fraqueza muscular assimétrica que piora ao longo do dia (fatigabilidade). Geralmente, há comprometimento da musculatura ocular extrínseca, o que não foi relatado. (C) Incorreta. Nas doenças de neurônio motor (ex: AVE), os reflexos e/ou a sensibilidade costumam estar comprometidos. (D) Incorreta. Se comporta como polineuropatia distal ascendente de caráter agudo. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550492: A simples presença de hipertensão arterial de difícil controle em um paciente jovem já deve nos chamar atenção para a presença de uma etiologia secundária. Nesse sentido, ao analisar os dados expostos no enunciado, vemos que o autor da questão descreve a tríade clássica do feocromocitoma: sudorese, cefaleia e palpitação - sintomas que costumam se apresentar em paroxísmos. O diagnóstico pode ser confirmado com a dosagem de metanefrinas e/ou catecolaminas na urina de 24h ou com a dosagem de catecolaminas séricas (idealmente no momento exato dos sintomas). A conduta, nestes casos, é sempre cirúrgica! Por isso, o próximo passo é a realização de exames de imagem para a localização da doença e programação da cirurgia (idealmente adrenalectomia por video). Tudo bem, mas e as outras alternativas?- Letra B: Incorreta. A doença de Cushing nada mais é do que um adenoma produtor de cortisol. Logo, o paciente até pode apresentar hipertensão, mas outros sintomas de hipercortisolismo devem estar presentes (ex: miopatia proximal, estrias violáceas, obesidade centrípeta, etc).- Letras C e D: Incorretas. A doença de Addison representa uma insuficiência adrenal primária e costuma cursar com hipotensão, e não com hipertensão. Da mesma forma, os adenomas hipofisários não funcionantes (ACNF) também não são uma causa de hipertensão.- Letra E: Incorreta. É verdade que existem estudos associando o hiperparatireoidismo primário com a hipertensão arterial sistêmica mas, além de não ser uma etiologia comum de hipertensão secundária, o quadro clínico costuma ser marcado por outros achados, como hipercalcemia, osteoporose e/ou nefrolitíase. Ou seja, bem diferente do descrito pelo enunciado... Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550493: No Brasil, ocorrem cerca de 30 mil acidentes ofídicos por ano, dentre os quais 85% são ocasionados por cobras peçonhentas, 4% por não peçonhentas e 11% por cobras não identificadas ou que o campo da ficha de notificação do SINAN foi deixado em branco (segundo as últimas estatísticas anuais divulgadas). A maioria dos casos foi registrada nas regiões Norte e Nordeste, sendo o Pará o estado com maior número de notificações. Mais de 80% dos acidentes ocorreram em área rural. Mais de dois terços dos acidentes ofídicos ocorrem nos pés e pernas, indicando que o uso de botas e perneiras ajudaria na redução do número de acidentes. Dentre os acidentes, o botrópico é responsável pela maioria dos casos (72,5%), seguido de longe pelo crotálico, laquético e elapídico. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550494: A decisão pela anticoagulação oral nafibrilação atrial não é baseada no tempo de evolução da doença, e sim da avaliação das comorbidades, principalmente pelo uso do escore clínico CHA2DS2-VASc. Pontuações maiores do que 1 no escore indicam anticoagulação oral por tempo indeterminado. (A INCORRETA). Uma vez que tomamos a decisão de anticoagular um paciente, devemos selecionar o método mais adequado. Para casos de próteses valvares mecânicas ou estenose mitral moderada a grave (chamdos de FA do tipo "valvar"), os DOACs estão contraindicados, devendo ser preferida a varfarina. (C INCORRETA) Uma outra grande limitação ao uso dos DOACs é a presença de insuficiência renal, pois todos os anticoagulantes diretos atuais tem metabolismo renal (embora alguns possam ser utilizados em taxas de filtração glomerular reduzida). Contudo, para insuficiência renal grave, a varfarina volta a ser uma preferência. (B INCORRETA) Resposta correta letra D ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550495: Nossa principal suspeita diagnóstica aqui é de dissecção aórtica: temos um paciente idoso e hipertenso com dor que irradia para dorso, sopro compátivel com insuficiência aórtica e hipertensão importante. Cuidado, pois essa emergência vascular também aumenta os níveis de d-dímero! Com isso em mente, vamos para as afirmativas: Afirmativa I: CORRETA - Para o controle da PA e da FC, empregamos betabloqueadores desde que não haja contraindicações. Podemos usar o propranolol intravenoso (1 a 10 mg de ataque seguido da dose de 3 mg/h), o labetalol (dose inicial de 20 mg, seguida de 20 a 80 mg a cada 10 minutos em um total de 300 mg), o metoprolol ou o esmolol. O objetivo é uma FC em torno de 60 bpm e uma PA sistólica abaixo de 120 mmHg. Se o paciente mantiver níveis pressóricos elevados, podemos iniciar nitroprussiato. Afirmativa II: CORRETA - Com muita boa vontade, vamos tentar entender o que o autor quis dizer nesta afirmativa. O d-dímero realmente não apresenta uma especificidade boa, se elevando em diferentes condições, como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo pulmonar, a própria dissecção aórtica, sepse e muitas outras. Agora, se atendermos um paciente com um quadro atípico e inespecífico e pensarmos na possibilidade de TEP, solicitar o d-dímero de maneira criteriosa e crítica pode ser sim de grande valia. Se uma paciente qualquer de baixa probabilidade pré-teste para doença tromboembólica refere apenas uma dispneia subjetiva e mais nada, um d-dímero positivo pode voltar nossa atenção para a possibilidade de TEP. Ao mesmo tempo, um resultado negativo praticamente exlui o diagnóstico e volta nossa atenção para outras hipóteses. Afirmativa III: CORRETA - A TC helicoidal de tórax (angiotomografia helicoidal) é um exame de grande acurácia diagnóstica (sensibilidade de 96% e especificidade de 100%), sendo a imagem mais característica o sinal do duplo lúmen aórtico. Na prática, ecocardiograma transesofágico e TC são os métodos complementares solicitados com maior frequência para o diagnóstico. Na presença de estabilidade, deve ser realizado independentemente do resultado do d-dímero; Afirmativa IV: INCORRETA - O ecocardiograma transtorácico apresenta sensibilidade variável de 60 a 85%, não sendo geralmente o método de escolha, embora possa ser realizado. Os níveis de BNP também se elevam na dissecção aórtica, mas o significado diagnóstico desse dado é duvidoso. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550496: Dispneia e desconforto torácico agudo. Coisa boa geralmente não é... Pode ser ansiedade? Claro que pode, porém, não dá pra marcar a letra D porque a escala de Beck avalia depressão, e não ansiedade. Assim, ficamos apenas com a possibilidade de emergências graves. Dispneia com ausculta "limpa" nos faz pensar em TEP e fala contra disfunção cardíaca primária (nesta última haveria edema pulmonar). O ECG não mostra sinais isquêmicos, logo, o paciente não vai para a coronariografia a princípio (B errada)... Não há broncospasmo, logo, letra A também sem sentido... Enfim, pode ser um Tromboembolismo Pulmonar (TEP), e aqui o ECG deu uma pista importante: perceba a existência da famosa síndrome S1Q3T3 (onda S em D1, onda Q e inversão de T em D3)... A síndrome S1Q3T3 é um indício importante de sobrecarga aguda do ventrículo direito, tal como acontece no TEP! Logo, vamos solicitar o principal exame para o seu diagnóstico na prática (angio-TC de tórax) e, dada a probabilidade de TEP, já podemos iniciar de imediato seu principal tratamento que é a anticoagulação (inicialmente com heparina em dose plena anticoagulante). Resposta: C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550497: O diagnóstico do distúrbio acido-básico pela gasometria necessita apenas de três parâmetros: pH, PCO2 e HCO3. Como o pH plasmático depende diretamente da relação HCO3/CO2, a resposta compensatória de um distúrbio acido-básico visa manter esta relação o mais próxima possível do normal. A resposta compensatória é sempre no mesmo sentido do distúrbio primário: a redução do HCO3 (acidose metabólica) deve ser acompanhada de uma redução da PCO2; o aumento da PCO2 (acidose respiratória) deve ser acompanhado pelo aumento do HCO3; o aumento do HCO3 (alcalose metabólica) deve ser acompanhado pelo aumento da PCO2; a redução da PCO2 (alcalose respirató-ria) deve ser acompanhada pela redução do HCO3. Excetuando-se os distúrbios leves, podemos dizer que a resposta compensatória nunca é completa, isto é, ela não corrige o pH para a faixa normal. A resposta compensatória apenas evita que haja uma grande variação do pH plasmático, o que poderia ser fatal para o paciente. A forma de avaliar os distúrbios acidobásicos começa pela identificação do distúrbio predominante (para qual lado o pH se desviou). A partir daí olhamos para os níveis de HCO3 e pCO2, de modo a definir se o distúrbio predominante é metabólico ou respiratório, respectivamente. Feito isso, devemos sempre avaliar se houve “resposta compensatória”, aplicando fórmulas específicas para cada tipo de distúrbio. Ademais, é preciso avaliar também o ânion-gap (AG = [Na] - [HCO3 Cl]). Analisando a gasometria desse paciente (pH=7.23, HCO■= 10 mEq/l, pCO■=23 mmHg, pO■=85mmHg) vemos que ele tem um pH ácido e um bicarbonato baixo. Podemos dizer que esse paciente tem, no momento, um quadro de acidose metabólica. Para avaliar se o distúrbio é simples ou misto, vamos calcular a pCO2 esperada. A pCO2 esperada frente a uma acidose metabólica é calculada pela fórmula (1,5 x [HCO3-]) 8 ± 2. Nesse caso, a pCO2 esperada é de 23 ± 2. A pCO2 do paciente é de 23mmHg. Logo, temos uma acidose metabólica simples. Para cálculo do ânion-gap (AG), usaremos a fórmula (AG = [Na] - [HCO3 Cl]). Nesse caso, temos um AG de 35mEq/L. Sabemos que o AG varia entre 8-12 mEq/L, com valor médio normal de 10 mEq/L. Valores muito acima da média indicam que um ou mais ânions encontram-se em excesso no plasma, o que comumente acontece nas acidoses metabólicas (que em sua maioria são acidoses de AG aumentado). Tais ânions podem fazer parte do conjunto de substâncias que compõem o AG normal (apresentando aumento em suas quantidades, como no caso de uma acidose láctica, por exemplo, onde o lactato aumenta seus níveis plasmáticos) ou serem substâncias não encontradas na fisiologia normal (isto é, surgiram e se acumularam de forma anômala, como toxinas exógenas, por exemplo). Uma das causas de acidose metabólica com AG aumentado é a intoxicação por álcoois. O grande detalhe acerca das intoxicações por esses álcoois é que eles são osmólitos potentes, isto é, uma vez ingeridos aumentam a osmolaridade plasmática. Assim, um gap osmolar aumentado (> 10-15 mOsm/L) indica que uma acidose metabólica com AG aumentado provavelmente está sendo causada por este tipo de intoxicação. Gap osmolar é a diferença entre a osmolaridadeplasmática medida diretamente com um osmômetro e a osmolaridade calculada. Lembre-se da fórmula para cálculo da osmolaridade plasmática: 2 x [Na ] [glicose]/18 [ureia]/6. No nosso caso, temos um paciente com osmolaridade plasmática calculada de 290 mOsm/L. Logo, temos um Gap osmolar de 104 mOsm/L. Na prova e na vida, a presença de acidose metabólica com AG aumentado e gap osmolar aumentado sugere intoxicação por etilenoglicol ou metanol. Se a história clínica for compatível, o tratamento deve ser iniciado imediatamente de forma empírica, isto é, não se deve aguardar a confirmação formal do diagnóstico com dosagem do nível sérico das referidas substâncias. Logo, trata-se de um paciente em coma por provável intoxicação por etilenoglicol ou metanol e o gabarito da questão é: acidose metabólica com hiato aniônico aumentado com gap osmolar. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550498: O uso de antibióticos antes de determinado procedimento tem como objetivo prevenir infecções cujo risco pode estar aumentado pela manipulação. No caso de um paciente com doença valvar cardíaca, o maior risco é de endocardite infecciosa quando há manipulação da gengiva, da região periapical dos dentes, ou então quando a mucosa e■ perfurada (incluindo o trato respiratório). Nesse sentido, as indicações bem estabelecidas para profilaxia antimicrobiana são: presença de prótese valvar; episódio prévio de endocardite infecciosa; doença cardíaca congênita cianótica não operada; doença cardíaca congênita operada nos primeiros seis meses após o reparo; doença cardíaca congênita operada apenas parcialmente; valvopatia em receptor de transplante cardi■aco. Não há indicação de profilaxia apenas pela presença de estenose mitral reumática — D correta; A incorreta. A profilaxia também não é indicada para procedimentos com manipulação do trato geniturinário ou gastrointestinal (B e C incorretas). Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550499: Leu “Kayser Fleischer” no enunciado, pensou em doença de Wilson, distúrbio metabólico hereditário que ocorre pelo excesso de cobre, provocando cirrose (eritema palmar, ascite) e manifestações neurológicas (agitação). As principais formas para se diagnosticar a doença de Wilson são através da dosagem da ceruloplasmina plasmática (proteína que transporta o cobre no sangue e que está tipicamente reduzida); dosagem de cobre urinário (valores > 100 mcg/24 horas corroboram o diagnóstico); e dosagem de cobre no tecido hepático através de biópsia (raramente necessária). Resposta: D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550500: O eletrocardiograma evidencia padrão de ritmo sinusoidal, típico da hipercalemia severa, em que há ondas T amplas (“em tenda”), redução das ondas P e alargamento do complexo QRS, com risco de evolução para arritmia maligna. Assim, a primeira medida a ser instituída é a administração de gluconato de cálcio por via intravenosa, para estabilização dos cardiomiócitos, enquanto são realizadas medidas para redução dos níveis séricos de potássio. Gabarito: Alternativa E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550501: Paciente adulto jovem com aumento discreto de bilirrubina indireta em exames de rotina, sem outras alterações significativas. Essa é a história clássica da síndrome de Gilbert! A eletroforese de hemoglobina tem um padrão compatível com traço falcêmico, tendo em vista a baixa produção de hemoglobina defeituosa (na anemia falciforme, os níveis de HbS chegam a 80-90%). O anti-HAV IgG ( ) e anti-HBs ( ) indicam imunidade por vacina ou infecção prévia. O tratamento da síndrome de Gilbert é apenas orientar quanto à benignidade da condição e saber que condições de estresse (ex.: infecções, jejum prolongado, atividades físicas extenuantes) podem piorar a icterícia. O fenobarbital pode ser indicado pelo seu efeito indutor enzimático, apenas para fins estéticos. Na maioria dos casos, no entanto, a conduta é apenas expectante. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550502: É pra ligar o "sinal de alarme" para infarto ao encontrar um homem de meia-idade com um monte de fator de risco (como dislipidemia e diabetes) e dor torácica. Acontece que quando você analisa um pouco melhor, a dor não é tão típica assim. Aí o eletrocardiograma mostra um supradesnivelamento de ST, mas que é difuso e tem sua concavidade virada para cima. Nem todo supra de ST é síndrome coronariana aguda (LETRA A INCORRETA) e um diagnóstico diferencial importante de dor torácica é a pericardite. Nesse caso, a dor costuma mesmo ser aguda e intensa, tem localização retroesternal e precordial esquerda, sendo referida para pescoço, braços ou ombro esquerdo e pode ser do tipo pleurítica se houver inflamação pleural associada. Em geral, a dor é aliviada pela posição sentada ou inclinada para frente (posição genupeitoral), abraçando-se um travesseiro (posição de Blechman) e agravada pelo decúbito dorsal. O supradesnivelamento de ST, diferente do infarto, é difuso, poupa aVR e V1 e tem concavidade voltada para cima (aspecto presente somente na fase hiper-aguda dos infartos). Podemos observar ainda infradesnivelamento de PR, um achado mais específico que o supra. Laboratorialmente, é possível acharmos leucocitose, aumento do VHS, do PCR e ainda elevação dos marcadores de lesão miocárdica (como troponina) quando há injúria miocárdica por contiguidade, mas nesse caso, não há lesão coronariana alguma! Outros dados não mencionados na questão que ajudariam: pode ser identificável um quadro viral inespecífico recente e ruído de atrito pericárdico, audível em cerca de 85% dos pacientes, no exame físico. Quanto ao ecocardiograma, deve ser realizado em todos os casos suspeitos, pode evidenciar derrame pericárdico e diagnosticar tamponamento cardíaco em casos graves (LETRA C INCORRETA). O tratamento é feito com AINEs (sendo o Ibuprofeno o de escolha) e AAS em dose alta. A colchicina é bastante efetiva e também pode ser utilizada. Prednisona é reservada para casos refratários (LETRA D CORRETA). A letra B traz a conduta para o tromboembolismo pulmonar (LETRA B INCORRETA). Melhor resposta, letra D ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550503: Caso em que um paciente procura Unidade Básica de Saúde por tontura. Letra A: Exatamente! Perceba que esta alternativa contempla uma das condutas mais relacionadas a prevenção quaternária. Trata-se do combate a polifármacia. CORRETA Letra B: A manobra de Dix-Hallpicke negativa exclui Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). Assim, uma boa conduta aqui seria o uso de reabilitação vestibular. CORRETA Letra C: O cloridrato de meclizina pode ser efetivo no tratamento da vertigem associada à doenças que afetam o sistema vestibular, como as labirintites e Doença de Menière. CORRETA Letra D: A Flunarizina é popularmente utilizada no tratamento de distúrbios circulatórios cerebrais e de equilíbrio, atuando como bloqueador de canais de cálcio com propriedades seletivas (vasodilatador). Não deve ser utilizada na fase aguda de um acidente vascular cerebral, e no caso apresentado não poderia ser prescrita após o evento do AVE. A tontura pode ter como base o AVE pregresso. INCORRETA Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550504: A anemia falciforme (HbSS) é uma doença autossômica recessiva caracterizada pela herança homozigota da hemoglobina S (HbS). Clinicamente apresenta-se com anemia hemolítica e vaso-oclusão, decorrente da desoxigenação da hemoglobina. São várias as complicações agudas na doença falciforme: crises vaso-oclusivas,infecções por microorganismos encapsulados, principalmente do trato respiratório e sepse, síndrome torácica aguda, sequestro esplênico, priapismo, acidente vascular cerebral, embolia gordurosa e crise aplástica. As lesões ósseas e articulares são complicações frequentes da doença falciforme. Elas são decorrentes da falcização com isquemia e infarto da medula óssea e das estruturas ósseas adjacentes. A síndrome torácica aguda é a segunda causa de hospitalização e a principal causa de admissão em terapia intensiva de pacientes com anemia falciforme, caracterizando-se por sintomas respiratórios ou dor torácica associada a infiltrado pulmonar recente, podendo haver hipoxemia e infecção associada. Pacientes com Hb FAS possuem o diagnóstico de traço falcêmico. Considerando o caráter benigno e as raras manifestações do traço genético, a conduta médica deve ser de orientação e aconselhamento familiar genético. Gabarito: Alternativa B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550505: A cardiopatia chagásica é a principal causa de morte nos portadores de doença de Chagas. Entre os mecanismos de óbito estão, principalmente, as arritmias, insuficiência cardíaca progressiva e eventos tromboembólicos. Virtualmente, todos os tipos de arritmias atriais e ventriculares podem acometer os chagásicos. Vamos analisar este eletrocardiograma: temos intervalos P–P e R–R regulares com completa dissociação atrioventricular (algumas ondas P inclusive caem dentro do complexo QRS). Por definição, estes achados determinam o diagnóstico de bloqueio atrioventricular total ou de 3º grau. A letra D está correta. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550506: A doença de von Willebrand é o distúrbio de sangramento hereditário mais comum, afetando até 1% da população, embora apenas cerca de 1% desses indivíduos sejam sensivelmente sintomáticos, caracterizada por mutações que levam a uma diminuição no nível ou comprometimento no fator de Willebrand. A maioria dos casos é transmitida como um traço autossômico dominante que afeta homens e mulheres igualmente. Há alteração da hemostasia primária, levando caracteristicamente a um tempo de sangramento aumentado, o que justifica a presença de anemia associada a um sangramento uterino aumentado e a presença de epistaxes frequentes. Quanto à hemofilia A, caracteriza-se por redução do fator VIII da coagulação, levando a alteração in vivo na hemostasia secundária, podendo provocar um quadro muito mais grave que o apresentado, incluindo hemartrose e hematomas, com tempo de sangramento normal e alteração pronunciada no PTT. Gabarito: alternativa A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550507: Um paciente que apresenta uma pontuação de acima de 6 no teste de Fagerström provavelmente irá desenvolver síndrome de abstinência ao deixar de fumar, o que pode ser controlado com a terapia medicamentosa. Essa, por sua vez, é indicada para os pacientes que estiverem MOTIVADOS a parar de fumar. Existem alguns estágios de mudança de comportamento sobre a interrupção do tabagismo que permitem definir essa motivação. Observe: Pré-contemplação: não há intenção de parar, nem mesmo uma crítica a respeito do conflito envolvendo o comportamento de fumar; Contemplação: há conscientização de que fumar é um problema. No entanto, há uma ambivalência quanto à perspectiva de mudança (é o caso descrito no enunciado); Preparação: o paciente aceita escolher uma estratégia para realizar a mudança de comportamento, preparando-se para parar de fumar; Ação: o paciente toma a atitude que leva a concretizar a mudança de comportamento; Manutenção: o paciente deve aprender estratégias para prevenir a recaída e consolidar os ganhos obtidos durante a fase de ação. Nesse estágio, pode ocorrer a finalização do processo de mudança ou a recaída; Nosso paciente até considera a possibilidade de interromper o tabagismo, mas ainda não se sente preparado. Como a terapia farmacológica é indicada aos pacientes verdadeiramente motivados, talvez não seja a melhor estratégia para ele, até porque para reposição de nicotina, o indivíduo não deve estar fumando. A terapia comportamental cognitiva, por outro lado, pode ser de grande ajuda e ser o "empurrão" que o paciente precisa para parar de fumar. Gabarito: A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550508: A radiografia mostra um traço de fratura através do colo femoral direito. O mecanismo mais comum dessa fratura é a queda da própria altura, como descrito no enunciado da questão. Esta fratura possui dois riscos importantes: instabilidade do foco de fratura já que a região recebe o peso do corpo de forma angulada (tendência ao desvio dos fragmentos); e necrose avascular da cabeça femoral, já que vasos que nutrem essa região são facilmente lesados durante o trauma. O exame físico tipicamente revela a postura em rotação externa (ou lateral) e encurtamento do membro afetado, além de impotência funcional do quadril. Resposta: letra B. VISÃO DA RÁDIO: Radiografia de bacia, de frente. Para reconhecer fratura, a dica é procurar descontinuidade óssea. No lado direito do paciente nota-se fratura longitudinal no colo do fêmur, com desalinhamento superolateral do segmento distal. Não houve extensão à articulação coxofemoral. Perceba onde está a cabeça (MARCADA EM ROSA) e onde foi parar a porção distal do colo (MARCADO EM VERMELHO). Para fins de comparação, destacamos o fêmur esquerdo, que está normal. Acompanhe: cabeça (MARCADA EM VERDE), colo (MARCADO EM AMARELO), trocânter maior (MARCADO EM AZUL) e trocânter menor (MARCADO EM LARANJA). ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550509: Suspensão prévia: Ácido acetilsalicílico: 7 a 10 dias antes. Clopidogrel: 5 a 7 dias antes. AINE: 1 a 3 dias antes. Anticoagulantes orais (warfarin): 4 a 5 dias antes (checar INR para liberar a cirurgia). Estrogênios e agentes antiosteoporose-: devem ser suspensos 4 semanas antes da cirurgia. Suspensão no dia: Hipoglicemiantes orais (A meformina é suspensa 48h antes devido ao risco de acidose láctica) Antirretrovirais. Mantidas: Anti-hipertensivos e antianginosos. Anticonvulsivantes, antidepressivos e psicotrópicos. Drogas pulmonares, inaladas ou nebulizadas. Levotiroxina e antitireoidianos. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550510: Vamos aproveitar essa questão para relembrar um pouco esse tema? O limiar para indicação de intervenção cirúrgicaou endoscópica (limiar para alto risco de ruptura espontânea) corresponde a um diâmetro dos aneurisma de aorta abdominal de 5,5 cm. Pacientes que, a princípio, não necessitam de intervenção devem se submeter a uma nova USG. O momento desse novo exame varia de acordo com o diâmetro da aorta abdominal: Ainda nesse contexto, as indicações de intervenção eletiva nos aneurismas de aorta abdominal são: Gabarito: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550511: Que questão maldosa... Até agora estou tentando entender qual foi o objetivo da banca ao exigir que os candidatos soubesse a diferença de um fio multifilamentar trançado para um torcido. Será mesmo que essa é a melhor forma de decidir quem é o candidato mais apto a assumir a vaga? De qualquer forma, vamos analisar as alternativas?a) Correta. O fio de seda é do tipo inabsorvível trançado, sendo composto por uma proteína orgânica animal chamada fibroína. Esta proteína é derivada de espécies domésticas de Bombix Mori (B. mori), da família Bombycidae (Bicho da seda).b) Incorreta. Uma decoreba absurda que o IAMSPE resolveu cobrar... A fio de algodão é do tipo não absorvível, estéril e compostapor um fio de algodão com alma de poliéster, multifilamentar, TORCIDO (e não trançado), constituído por fibras extraídas da planta Gossypum sp e fibras sintéticas de etileno.c) Incorreta. A polidioxanona (PDS®) é um fio sintético, monofilamentar e de absorção lenta. Ou seja, não é trançado.d) Incorreta. Os fios de ácido poligaláctico (vicryl®) são absorvíveis, multifilamentares, coloridos e causam reação inflamatória considerável, não sendo ideais para sutura cutânea. O ideal para pele são fios monofilamentares, inertes e de alta resistência (inabsorvíveis).e) Incorreta. Apesar do nome (Cat = gato Gut = intestino), o fio catgut não é feito a partir de intestino de gatos de laboratório. Suas fibras são originadas do intestino de ovinos, suínos e bovinos. E só para reforçar, é um fio do tipo absorvível, de origem animal, estéril e composto por tecido conectivo purificado (principalmente colágeno) ou camada da SUBMUCOSA fibrosa do intestino.Gabarito: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550512: A questão traz paciente idoso, tabagista com quadro de icterícia e prurido, sugerindo uma síndrome colestática, que é confirmada pelos exames laboratoriais apresentando hiperbilirrubinemia e elevação das enzimas canaliculares. Ao exame físico, há o famoso sinal de Courvoisier-Terrier, que consiste na palpação da vesícula biliar distendida e palpável, porém indolor, o que nos indica obstrução da via biliar mais distal, geralmente por tumor periampular. Dentre os tumores periampulares, o mais comum é o câncer de pâncreas localizado na cabeça desse órgão (85% dos casos), porém outras etiologias incluem o colangiocarcinoma distal, o carcinoma da ampola de Vater e o carcinoma periampular de duodeno. Só com esse conhecimento, já acertaríamos a questão, pois o único tumor periampular presente nas alternativas é o colangiocarcinoma distal (LETRA A CORRETA). O câncer de vesícula é uma causa incomum de sinal de Courvoisier e geralmente vem acompanhado de fatores de risco para essa condição, como colelitíase (presente em 90% dos casos), vesícula em porcelana, cisto de colédoco, pólipo adenomatoso e colangite esclerosante primária. Além disso, o paciente não apresenta o principal sintoma de neoplasia da vesícula biliar que seria a presença de dor biliar. (LETRA B INCORRETA) O tumor de Klatskin é um colangiocarcinoma mais proximal (peri-hilar) e, portanto, estabelece uma obstrução acima da entrada do ducto cístico (que drena a vesícula), logo, não haverá dilatação do órgão - a vesícula se encontrará murcha (LETRA C INCORRETA). O hepatocarcinoma (ou carcinoma hepatocelular) é o tumor maligno primário mais comum do fígado, tendo como principal causa a cirrose. Esta neoplasia até poderia cursar com icterícia obstrutiva, entretanto, não justificaria o sinal de Courvoisier, visto que a obstrução ocorre de forma mais proximal, por compressão do ducto intra-hepático ou invasão da árvore biliar proximal (LETRA D INCORRETA). Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550513: Questão direta e conceitual em relação à epidemiologia das hérnias da região da virilha e que volta e meia aparece em prova! A maior parte das hérnias de parede abdominal são INGUINAIS e ocorrem no sexo masculino. Dessas, 2/3 são INDIRETAS, independentemente do sexo. Vale lembrar ainda a epidemiologia das hérnias de parede abdominal: Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550514: O sinal de Prehn positivo(alívio da dor após elevação mecânica manual do testículo) e o sinal de Angel negativo (ausência de horizontalização do eixo de testiculo acometido) sugerem o diagnóstico de epididimite (letra A correta). Classicamente, essa manobra é realizada para se fazer o diagnóstico diferencial com a torção testicular (letra C incorreta), apesar da exclusão da torção só poder ser realizada de forma acurada com o Doppler da bolsa escrotal. O diagnóstico de hematocele, quando não evidente clinicamente, pode ser sugerido através da transiluminação (letra D incorreta) e a hérnia através da manobra de Valsalva (letra B incorreta). Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550515: Vamos avaliar as alternativas em relação à doença diverticular dos cólons, em busca da incorreta. Letra A: correta. Estes são os fatores relacionados ao surgimento dos divertículos. Letra B: correta. A entrada dos vasos retos no cólon propicia uma área de fraqueza, sendo geralmente o local onde surgem os divertículos. Letra C: incorreta. Um pseudodivertículo é aquele que envolve em sua protusão apenas as camadas mucosa e submucosa, sem envolvimento da camada muscular. Quando todas as camadas estão envolvidas, ele será chamado de um divertículo verdadeiro. Letra D: correta. Em virtude de diferentes fatores, com a alteração da pressão no cólon esquerdo e sigmoide, menor calibre destas porções e consistência das fezes nestes locais, estas são as regiões mais frequentemente acometidas por divertículos. Gabarito: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550516: Estamos diante de um paciente vítima de atropelamento com fratura de pelve em livro aberto e com lençol amarrado em torno da pelve. Após reposição volêmica inicial, permanece com taquicardia e hipotensão arterial. Além disso, o FAST realizado na sala de emergência foi positivo. A questão deseja saber qual a próxima conduta a ser tomada mais adequada para o caso. Repare que estamos avaliando o item C do nosso ABCDE, que significa avaliação hemodinâmica (circulation) e controle da hemorragia. Uma máxima utilizada no trauma é que todo paciente, vítima de trauma, HIPOTENSO, até se prove o contrário, apresenta choque hemorrágico e hipovolêmico. Ou seja, o paciente está sangrando. A hemorragia é a principal causa de morte evitável em um cenário de trauma. Por isso, é fundamental a identificação rápida e o controle da hemorragia, bem como a reposição volêmica. Agora, de onde o paciente pode sangrar? No caso do paciente em questão, com as informações que foram dadas no enunciado, ficamos com dois possíveis focos do sangramento do paciente: pelve e abdome. Pelve porque foi nos dito que há fratura em livro aberto, que pode levar ao sangramento do plexo venoso pélvico (mas teoricamente o sangramento desse sítio está controlado com a amarrada com o lençol da pelve). Além disso, temos o abdome porque há relato de um FAST positivo! Ou seja, nosso paciente está hipotenso por conta de um sangramento intrabdominal e a nossa conduta deve ser a laparotomia exploradora para diagnóstico e controle da lesão. Na sequência (ou até mesmo simultaneamente em alguns serviços referência em trauma) a fixação cirúrgica da pelve deve ser realizada pela equipe da ortopedia. Resposta: letra E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550517: A síndrome de dumping é uma complicação esperada no pós-operatório de pacientes que realizam gastrectomias, causada pela passagem rápida de alimentos para o intestino delgado na ausência do piloro. Ocorre mais frequentemente na gastrectomia parcial com reconstrução a Billroth tipo II (LETRA B CORRETA), sendo também observado em até 50% dos casos das cirurgias bariátricas tipo bypass com reconstrução em Y-de-Roux. Ela pode ser dividida em sintomas iniciais (dumping precoce) e tardios (dumping tardio). Os sintomas do dumping precoce costumam ocorrer durante ou logo após uma refeição (em 15-30 minutos) e são geralmente gastrointestinais e vasomotores: náuseas, vômitos, diarreia explosiva, dor abdominal, rubor facial, tonteira, taquicardia e sudorese (LETRA A INCORRETA). A fisiopatologia é a seguinte: a “inundação” do delgadopelo conteúdo alimentar hiperosmolar leva ao desvio de líquido do plasma sanguíneo para o lúmen intestinal, causando contração do volume plasmático e distensão intestinal aguda. Já o dumping tardio ocorre de 1-3h após uma refeição e está relacionado principalmente à chegada de carboidratos no intestino proximal, que leva à uma hiperinsulinemia reativa à elevação rápida da glicemia, provocando sintomas de hipoglicemia (LETRA C INCORRETA). O tratamento consiste, sobretudo, em medias dietéticas não farmacológicas, como o fracionamento da dieta (LETRA D INCORRETA). Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550518: Questão conceitual e direta sobre antibioticoprofilaxia. A questão deseja saber qual a recomendação de uso de antibioticoprofilaxia para uma paciente que será submetida a histerectomia eletiva por via transvaginal devido a mioma uterino. Lembre-se que o antibiótico profilático está indicado nas cirurgias contaminadas, potencialmente contaminadas e nas cirurgias limpas com a utilização de prótese. A histerectomia é considerada uma cirurgia potencialmente contaminada, pois penetra no trato geniturinário, sem extravasamento significativo de conteúdo. São exemplos de cirurgias potencialmente contaminadas: cirurgia orofaríngea, esôfago, jejunoileal, biliar, cólon-reto, urológica, histerectomia (tanto vaginal quanto transabdominal) e cesariana. A antibioticoprofilaxia deve ser feita de preferência imediatamente antes da incisão cirúrgica, mas pode ser feita até 60 minutos antes da incisão cirúrgica. E qual o antibiótico que deve ser utilizado nesse caso? O que cubra germes de pele (gram positivos), portanto, a cefazolina é uma boa opção.Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550519: Diante de um paciente com apendicite aguda, independentemente da medicação que ele utiliza, qual deve ser a conduta? Sem dúvidas, cirurgia, o mais precoce possível. Devemos suspender o AAS 7–10 dias antes de um procedimento eletivo, não no contexto de um procedimento de urgência. Nesta situação, o cirurgião deve ter um cuidado redobrado em relação à hemostasia deste paciente. Portanto, a melhor conduta é a realização de cirurgia imediata. Lembre-se de que a via preferencial é a via videolaparoscópica, até mesmo porque esta abordagem minimiza os sangramentos provenientes da incisão na parede abdominal. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550520: Vamos avaliar as opções: Letra A: incorreta. O cisto de colédoco é uma anomalia congênita na qual uma ou mais porções da via biliar sofrem uma dilatação cística permanente. Na maioria das vezes, apresenta-se na infância, antes ou após os dois anos de vida. A tríade clássica consiste em icterícia, dor no QSD e massa palpável mas está presente na minoria dos casos (10%). A maioria dos pacientes se manifesta com dor biliar e icterícia flutuante, simulando uma coledocolitíase. A doença também pode se manifestar na fase adulta, sem massa palpável. Na USG temos uma dilatação de vias biliares sem cálculos. Letra B: incorreta A colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor biliar + febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão + estado confusional) na forma supurativa ou tóxica. Nosso paciente não apresenta febre. Geralmente a colangite ascendente é decorrente de cálculo intraluminal no colédoco. Letra C: incorreta. O quadro clínico é até sugestivo (dor aguda associada a náuseas e vômitos) e a maioria dos casos está associada ao alcoolismo ou cálculos biliares. Quase todos os pacientes com pancreatite aguda apresentam dor abdominal superior aguda no início. A dor é constante e pode estar no epigástrio médio, quadrante superior direito, difusa ou, raramente, confinada ao lado esquerdo. A cólica biliar, que pode anunciar ou progredir para pancreatite aguda, pode ocorrer pós-prandial. Na USG vemos um pâncreas hipoecoico difusamente aumentado. A pancreatite, porém, não é causada por compressão extrínseca, mas sim pela passagem intraluminal de cálculos ou microcálculos com obstrução. Letra D: correta. A síndrome de Mirizzi é a obstrução de ducto hepático comum por um cálculo impactado no infundíbulo da vesícula ou no ducto cístico. A compressão ocorre por dois fenômenos: efeito mecânico pela proximidade das estruturas e secundária à inflamação do ducto. Por se manifestar com síndrome colestática, esta condição faz diagnóstico diferencial com diversas outras entidades: coledocolitíase, estenose cicatricial de colédoco, colangite esclerosante, tumores que obstruem a via biliar etc. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550521: Vamos recapitular as principais indicações de toracotomia de urgência:- Hemotórax maciço, com drenagem imediata de 1.500 ml ou mais de sangute pelo dreno tubular de toracostomia ou saída de 200 ml/h nas primeiras duas a quatro horas iniciais;- Lesões penetrantes na parede torácica anterior com tamponamento cardíaco;- Feridas da caixa torácica de grandes dimensões;- Lesões de vasos nobres no tórax na presença de instabilidade hemodinâmica;- Lesões traqueobrônquicas extensas;- Evidência de perfuração esofagiana.Repara que na durante durante a drenagem torácica da nossa paciente houve saída de 1600 ml, ou seja, uma indicação clássica de toracotomia de urgência.Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550522: Em relação ao câncer gástrico: A- Incorreta: O câncer gástrico acomete mais o sexo masculino, com mais de 60% dos casos novos e mortes ocorridas em homens. É uma doença de indivíduos idosos, com pico de incidência na sétima década de vida. B- Incorreta: A gastrite crônica atrófica é a condição precursora mais comum do câncer gástrico. Na maioria dos casos apresenta relação com H. pylori, sendo chamada de gastrite atrófica multifocal. A gastrite crônica atrófica pode ter outra etiologia, como a autoimune, condição encontrada em pacientes com anemia perniciosa. Nesses casos, observamos o envolvimento do corpo gástrico — gastrite corporal difusa. A associação de gastrite atrófica com o Ca de estômago ocorre com ou sem metaplasia intestinal. C- Correta: A maioria dos cânceres gástricos são esporádicos, no entanto, cerca de 10% dos casos podem apresentar uma relação familiar. Desses, o mais compreendido é o CÂNCER GÁSTRICO DIFUSO HEREDITÁRIO (CGDH). É uma forma peculiar de câncer gástrico do subtipo DIFUSO, sendo um tumor altamente invasivo e de mau prognóstico. A ocorrência do CGDH está relacionada à perda da expressão da molécula de adesão E-CADERINA. Apresenta característica autossômica dominante com alta penetrância, sendo indicada a gastrectomia profilática entre 20-30 anos para os casos assintomáticos, devido o risco de desenvolvimento do CA gástrico ao longo da vida. D- Incorreta: Uma dieta rica em sal e em alimentos defumados contendo nitritos ou compostos de nitrosamina é um fator de risco estabelecido. A colonização gástrica por micro-organismos, consequência de gastrite atrófica (acloridria) ou de antrectomia, acelera a conversão de nitritos da dieta em nitrosaminas. E- Incorreta: A anemia perniciosa leva a Gastrite atrófica autoimune, não estando relacionada a hipercloridria. Respsota: Letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550523: Estamos diante de uma paciente de 48 anos com história de perda de peso e disfagia progressiva há 2 anos. Traz esofagograma com afilamento distal do esôfago, famoso sinal do "bico de pássaro". Sem dúvidas, com este contexto, a nossa grande hipótese é a acalásia. Lembra que esta condição acontece por ausência derelaxamento do esfíncter esofagiano inferior. A manometria evidenciou relaxamento incompleto do esfíncter inferior, ausência de peristalse e atividade contrátil do corpo esofágico. A questão nos pede em qual grau da classificação de Chicago a nossa paciente se encontra. Esta classificação serve para analisar os distúrbios motores baseados nos achados da manometria. Vamos aproveitar para revisarmos a Classificação de Chicago na avaliação da acalásia: Tipo I — Esfíncter Esofágico Inferior (EEI): relaxamento incompleto/Corpo Esofágico (CE): ausência de pressurização esofágica, ou seja, ausência de peristalse e atividade contrátil do corpo esofágico. Tipo II — EEI: relaxamento incompleto/CE: aperistalse e pressurização panesofágica em no mínimo 20% das deglutições. Tipo III — EEI: relaxamento incompleto/CE: contrações prematuras (espásticas) com integral de contratilidade distal (DCI) > 450 mmHg.s.cm em ≥ 20% das deglutições. Como os achados manométricos da nossa paciente foram relaxamento incompleto do esfíncter inferior, ausência de peristalse e atividade contrátil do corpo esofágico, sem dúvidas, estamos diante de uma acalásia tipo I da Classificação de Chicago. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550524: A Intubação de Sequência Rápida (ISR) é um procedimento que pode ser utilizado tanto em situações eletivas — como na anestesia de indivíduos com alto risco de broncoaspiração (obstrução intestinal, estenose pilórica, gestação, obesidade etc.) — quanto em emergências, como nas vítimas de lesões multissistêmicas que necessitam de acesso definitivo à via aérea... Vamos rever a ISR: após um preparo adequado e pré-oxigenação com O■ a 100%, administramos a indução venosa com um agente de ação rápida (propofol, por exemplo) e um bloqueador neuromuscular de curta ação, sendo a succinilcolina a droga comumente empregada. Por fim, ocorre a intubação, com o anestesista lançando mão da manobra de Sellick (compressão da cartilagem cricoide), o que evita a aspiração do conteúdo gástrico. Sendo assim, a opção C é a correta. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550525: A pancreatite aguda é uma doença potencialmente grave, devido ao processo inflamatório sistêmico resultante do acometimento desse órgão e das potenciais complicações locais. Assim, devemos avaliar a gravidade e prognóstico por exames laboratoriais e de imagem. Os primeiros permitem a estratificação pelos critérios de Ranson, constituídos por: Idade, contagem de leucócitos, LDH, AST (TGO), glicemia, queda do hematócrito, aumento do BUN, cálcio, PO2, déficit de bases, e perda de fluidos. Gabarito: Alternativa B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550526: Em primeiro lugar, vamos recordar alguns conceitos básicos. O enxerto consiste na transferência de um tecido de uma área, conhecida como doadora, para outra região, chamada de receptora. Este tecido não leva consigo sua vascularização original. Sendo assim, a nutrição do enxerto é determinada pela área receptora. O enxerto pode ser de pele (muito comum), gordura, cartilagem etc. Os retalhos são considerados transplantes pediculados de tecidos. Em outras palavras, na transferência de um tecido da área doadora para a receptora, este leva consigo sua vascularização original. Os retalhos são habitualmente empregados na cobertura de feridas complexas, com exposição óssea, de tendões e/ou de nervos; nas situações onde a área receptora tem leito vascular duvidoso, damos preferência para o retalho também. Agora, vamos às alternativas. Como vimos, na presença de exposição óssea, a melhor abordagem consiste no uso de retalhos, pois este tecido leva a sua vascularização e inicialmente “protege” com maior eficácia o osso exposto – opção A errada. O enxerto de pele parcial é formado pela epiderme e parte da derme. O fenômeno de contração do enxerto que ocorre na área receptora (a chamada contração secundária) se deve aos miofibroblastos dessa região; o enxerto de pele parcial fica mais propenso a se contrair. Contudo, no enxerto de pele total (epiderme e derme) a contração secundária é observada com menor frequência; devido à maior espessura da derme, o fenômeno de integração com área receptora é mais eficiente – opção B certa. Habitualmente, as queimaduras de segundo grau profundas e as de terceiro grau são abordadas com a excisão do tecido queimado seguida de enxertia; nesses casos, como não há exposição de estruturas nobres, os retalhos não são necessários – opção C errada. De acordo com o tipo de transferência, os retalhos são classificados como de avanço, de rotação, de transposição ou de interpolação. O retalho V-Y é de avanço; nesse procedimento, uma área de tecido saudável acima do defeito a ser recoberto é recortada em forma de V invertido e esse tecido é estendido para cobrir todo o defeito. Nesse contexto, o emprego de enxerto em área doadora é uma afirmação absurda – opção D errada. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550527: As cirurgias puramente disabsortivas estão proibidas no Brasil. As opções de balão intragástrico (LETRA A), gastrectomia vertical (LETRA B) e banda gástrica ajustável (LETRA E) são procedimentos puramente restritivos, enquanto o by pass gástrico em Y-de-Roux, conhecido como Cirurgia de Capella (LETRA D) é uma técnica mista com predomínio de restrição. Desta forma, a derivação bileopancreática, que pode ser associada à gastrectomia vertical (switch duodenal) ou horizontal (Scopinaro), representa a opção com maior grau de disaborção disponível em nosso país. Resposta certa: LETRA C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550528: A questão descreve um episódio presenciado de aspiração de corpo estranho em que a criança está consciente, mas cianótica e sem conseguir emitir som ou choro. Nestes casos, devemos iniciar manobras que induzam uma "tosse artificial", aumentando a pressão intratorácica e desalojando o corpo estranho da via aérea. Em menores de um ano, está indicado que se realizem cinco golpes nas costas e cinco compressões torácicas até que ocorra a desobstrução, sinalizada por choro ou tosse efetiva ou até que o paciente fique inconsciente, quando deve se iniciar, então, a RCP. Em maiores de um ano está indicada a manobra de Heimlich (compressões abdominais na região entre a cicatriz umbilical e apêndice xifoide). Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550529: Uma das triagens neonatais que integra o Programa Nacional de Triagem Neonatal é popularmente conhecida como teste da linguinha. A avaliação consiste em um protocolo padronizado que avalia características do frênulo lingual. Objetiva a identificação de alterações no frênulo lingual, ou seja, o diagnóstico precoce de anquiloglossia. Nos casos em que é identificada uma anquiloglossia severa, a frenotomia pode ser indicada antes mesmo da alta hospitalar. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550530: Aproveite esta questão para resgatar um conceito fundamental: a sinusite bacteriana aguda na infância é uma doença que deve ter o seu diagnóstico estabelecido a partir de critérios clínicos. Não há recomendação para a realização rotineira de exames de imagem (letra C errada). Os principais microrganismos são os indicados na letra B (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis). A droga de escolha para o manejo das crianças continua sendo a amoxicilina (ainda que algumas sociedades já recomendem a terapia empírica inicial com amoxicilina-clavulanato). Lembre-se de que a sinusite agudaé aquela com duração inferior a 12 semanas; os quadros crônicos têm duração de 12 semanas ou mais (letra A correta). Existem diversas complicações descritas, tais como as indicadas na letra D (a celulite periorbitária e a celulite orbitária são complicações, principalmente, dos quadros de sinusite etmoidal). Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550531: O termo enurese é usado para caracterizar a perda involuntária de urina após os cinco anos de idade durante o sono. O quadro pode ser primário ou secundário. Dizemos que a enurese é primária quando a criança nunca apresentou o controle miccional noturno; dizemos que o quadro é secundário quando houve o controle por pelo menos 6 meses. Além disso, o quadro pode ser classificado como sendo monossintomático ou não monosintomático. No quadro monossintomático, a única alteração encontrada é a própria enurese; já no quadro não monossintomático, encontramos outras alterações referentes ao trato urinário inferior, como sintomas de disfunção miccional. Os quadros monossintomáticos mais comumente são idiopáticos e parecem estar relacionados com predisposição genética, não sendo necessária a realização de qualquer investigação adicional na maioria das vezes. Já nos quadros não monossintomáticos, pode ser possível a investigação de alterações funcionais ou anatômicas. Veja cada uma das opções. Letra A: incorreta. Com o passar dos anos, a prevalência do quadro vai diminuindo, mas pode persistir mesmo após oito anos. Letra B: incorreta: na enurese monossintomática não há qualquer sintoma diurno, apenas a incontinência durante o sono. Letra C: incorreta. O termo enurese diurna não deve ser usado... Qualquer episódio de incontinência durante o sono é chamado de enurese. Letra D: correta. Nos quadros monossintomáticos não é esperada qualquer alteração orgânica subjacente. Letra E: incorreta. Basta o retorno após seis meses sem perdas urinárias para caracterizamos o quadro de enurese secundária. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550532: Lactente com febre de 39ºC e comprometimento do estado geral. Foi corretamente submetido a alguns exames, incluindo avaliação da urina que evidenciou bacilos Gram-negativos e leucocitúria. Diante disso, ainda não é possível confirmar o diagnóstico de infecção do trato urinário, confirmação essa que virá somente com a realização de Urinocultura (URC). Mesmo sem a certeza do diagnóstico, não se deve aguardar o resultado da URC para início do tratamento. Diante de um quadro de febre com um EAS sugestivo de ITU, deve-se colher a URC e iniciar imediatamente o tratamento com antibiótico, uma vez que a demora no início da antibioticoterapia pode fazer com que a criança evolua com cicatriz renal. No caso de um resultado negativo da cultura, o antibiótico pode ser suspenso. O tratamento do bebê em questão deve ser hospitalar: trata-se de uma criança de 29 dias de vida com comprometimento do estado geral, não havendo dúvidas de que o tratamento não poderá ser ambulatorial. Não existe um consenso em relação à idade mínima que indica a necessidade do tratamento hospitalar, sendo comum a descrição da internação de todos os menores de três meses; neste caso, como há estado geral comprometido, a internação seria mandatória de qualquer modo. Há vários esquemas possíveis, como o uso de cefuroxima, aminoglicosídeos e outras cefalosporinas. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550533: Ao exame físico desse adolescente de 12 anos, você identifica um problema que está afetando as vias aéreas inferiores: sibilos e estertores subcreptantes em bases pulmonares. O principal diagnóstico diferencial que devemos estabelecer é entre pneumonia bacteriana típica e pneumonia por microrganismos atípicos. Não há dúvidas de que o quadro apresentado não tem nada de típico. Além da evolução insidiosa, há uma riqueza de manifestações extrapulmonares que não costumam ser encontradas nas infecções pneumocócicas. O quadro é mais sugestivo de infecção pelo Mycoplasma pneumoniae. Na pneumonia por este agente, temos um quadro geralmente mais arrastado, com cefaleia, mal-estar, febre, odinofagia, evoluindo com manifestações de vias aéreas inferiores, como tosse e também rouquidão. Outra alteração bem sugestiva é a miringite bolhosa (isto pode estar presente em infecções virais, mas, neste contexto, reforça a suspeita de infecção pelo mycoplasma). O tratamento é feito com macrolídeos como a eritromicina, claritromicina ou azitromicina. Logo, gabarito letra E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550534: Qualquer criança com quadro de febre, pancitopenia e perda de peso deve ser investigada para leucemia aguda... Além disso, a presença de hepatoesplenomegalia com importante aumento do baço (leia-se esplenomegalia de grande monta) deve nos fazer lembrar, nesse contexto, da leishmaniose visceral. Anemia falciforme não é causa de pancitopenia (A errada). Mononucleose infecciosa leva a micropoliadenopatia associada à hepatoespleno (C errada) - no hemograma, observa-se linfocitose com atipia. Lúpus pode determinar qualquer quadro clínico, mas, além da pancitopenia, não há nada marcadamente associado a essa doença - não há relato de lesão renal, de acometimento de sistema nervoso central, serosas (D errada). Resposta: B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550535: As principais hipovitaminoses abordadas nas provas são justamente as que aparecem nas opções de resposta desta questão e é fundamental que você conheça as principais características de cada uma delas. O quadro descrito traz manifestações clássicas de raquitismo, tipicamente associado com a deficiência de vitamina D. O raquitismo se desenvolve por uma alteração na mineralização do osteoide de um osso em crescimento, especialmente no local da placa de crescimento (antes do fechamento epifisário). As principais manifestações clínicas encontradas incluem: craniotabes, atraso no fechamento das fontanelas e bossa frontal; alargamento de articulações (principalmente punhos e tornozelos); formação do rosário raquítico (pelo alargamento das junções costocondrais, descrito pela banca como nodosidades na parede torácica), presença do sulco de Harrison, além de deformidades angulares na coluna vertebral; e deformidades angulares nos membros. Lembre-se de que a deficiência de vitamina C leva ao quadro de escorbuto, que cursa com manifestações hemorrágicas (petéquias perifoliculares) e também com formação do rosário escorbútico. A deficiência de vitamina A pode ter várias manifestações, sendo que as mais peculiares são aquelas relacionadas aos olhos e função visual. E, por fim, a hipovitaminose E pode levar ao estabelecimento de manifestações neurológicas e, nos recém-nascidos prematuros, está associada com anemia hemolítica. Cabe indicar que o paciente do quadro apresenta uma condição que predispõe ao maior risco de hipovitaminose D, que é a fibrose cística (aumenta o risco para a deficiência das vitaminas lipossolúveis). Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550536: Durante a reanimação cardiopulmonar, devemos, a cada dois minutos, fazer a verificação do ritmo do paciente pelo monitor cardíaco. Ao verificarmos que há um ritmo organizado, está indicada a verificação do pulso. Isso se faz necessário para determinarmos se houve o retorno da circulação, se o pulso estiver presente, ou se o paciente continua em parada cardiorrespiratória, se o pulso permanecer ausente (neste caso, se observado um ritmo sinusal, seria um quadro de Atividade Elétrica Sem Pulso – AESP). Caso esta última situaçãose configure, serão retomadas as manobras de reanimação (compressões torácicas, ventilação, administração de adrenalina a cada três ou cinco minutos, e avaliação e tratamento das causas reversíveis). Resposta: letra E. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550537: O que ocorreu neste caso não é incomum na vida real! A ausência do “olho vermelho” na fotografia feita com flash pode sinalizar a presença de alguma doença subjacente — o olho vermelho na fotografia indica (da mesma forma que é feito na pesquisa do reflexo vermelho) que o eixo visual está transparente e que a coloração vermelho-alaranjada da retina está sendo visualizada pela pupila. Qualquer opacidade neste trajeto ou doença na retina pode levar à alteração descrita. Dentre as condições listadas, a única que causa leucocoria (reflexo pupilar branco) é o retinoblastoma. Esta é a neoplasia maligna intraocular mais comum da infância e a apresentação inicial mais comum é a do reflexo ocular branco, ou sinal do “olho do gato”. Outras manifestações incluem o estrabismo, o eritema conjuntival e a diminuição da acuidade visual. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550538: As alterações descritas que são bem típicas das encontradas na acantose nigricans, uma hiperpigmentação da pele que surge principalmente nas axilas e no pescoço, podem ser detectadas nos casos de obesidade com hiperinsulinismo. Nem precisamos saber qual o percentil de índice de massa corporal deste adolescente para termos a certeza de que é um indivíduo obeso. As lesões encontradas na acantose nigricans tipicamente consistem em placas simétricas, hiperceratóticas, hiperpigmentadas, com linhas acentuadas nas regiões intertriginosas. A região cervical posterior e as axilas são os locais mais comuns, mas outras regiões podem ser acometidas. O objetivo inicial no tratamento destes pacientes é a perda ponderal. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550539: Onfalocele é um defeito na parede abdominal, na inserção do cordão umbilical, com herniação de órgãos abdominais. O diagnóstico pré-natal baseia-se na demonstração do defeito na linha média da parede abdominal, com presença de saco herniário com conteúdo visceral no qual se insere o cordão umbilical. O defeito é caracterizado pela ausência dos músculos abdominais, fáscia e pele e é coberto por uma membrana avascular, o saco peritoneal. A migração das alças intestinais no cordão umbilical ocorre normalmente entre 8 e 12 semanas de gestação e falha no retorno das alças intestinais para a cavidade abdominal resulta na formação da onfalocele. A gastrosquise, por sua vez, consiste em herniação de vísceras não coberta por membrana, geralmente à direita do cordão umbilical. Resposta correta: Letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550540: O tema saúde bucal cada vez mais aparece nas provas de pediatria e há uma razão para tal. Tais orientações são importantes e com frequência o pediatra acaba sendo o primeiro profissional de saúde a ter a oportunidade de dá-las. Até alguns anos, havia a recomendação de que a higienização não fosse feita com flúor nos primeiros anos de vida, mas isso mudou. A cárie dentária é a doença crônica mais comum na infância e sua presença tem impacto negativo na qualidade de vida da criança. Assim, um dos tópicos fundamentais a serem enfatizados é o efeito do fluoreto no controle da cárie. Com base na melhor evidência científica, os dentes devem ser regularmente higienizados com um dentifrício fluoretado. A recomendação é o uso de dentifrício fluoretado para todas as crianças a partir da irrupção do primeiro dente em uma quantidade de um grão de arroz até os 3 anos e um grão de ervilha a partir de então. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550541: Diante de uma pré-escolar de 3 anos com quadro de diarreia com sangue e muco, associado a quadro de anemia aguda grave com plaquetopenia e oligúria, deve-se pensar obrigatoriamente em síndrome hemolítico-urêmica, causa de anemia hemolítica microangiopática! Nesta patologia, a trombose dos glomérulos é a causa da destruição das hemácias, da plaquetopenia (consumo plaquetário) e da lesão renal aguda. Neste caso, para que as hemácias consigam passar pelos capilares trombosados, elas acabam sofrendo deformação excessiva, a ponto de se romperem. As evidências laboratoriais são elevação de reticulócitos, hiperbilirrubinemia indireta, aumento da LDH e presença de esquizócitos no esfregaço do sangue periférico. A conduta é suporte clínico. Com relação às demais alternativas: a glomerulonefrite difusa aguda cursa com hipertensão, diferentemente do que ocorreu com a pré-escolar (alternativa B errada); o lúpus eritematoso sistêmico juvenil apresenta quadro mais arrastado e com alterações clínicas diferentes das apresentadas, como a leucopenia; a clínica do paciente não é compatível com o diagnóstico de púrpura de Henoch-Schönlein (vasculite por IgA), pois faltou o quadro clínico de púrpura (alternativa D errada); por fim, a doença inflamatória intestinal não é causa de lesão renal aguda (alternativa E errada). Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550542: Caso emblemático! Mesmo sem muitas informações, conseguimos identificar apresentação típica de uma das cardiopatias congênitas mais comuns da infância: a Comunicação Interatrial (CIA). A principal característica é presença de um desdobramento fixo da segunda bulha é tipicamente encontrada nesta condição e pode ser a única manifestação encontrada, não sendo incomum que ocorra exatamente o que aconteceu neste caso, o achado durante um exame de rotina em um a criança sem queixas. Entenda por qual razão isso ocorre: defeito no septo interatrial permite o desvio de sangue do átrio esquerdo para o átrio direito, o que leva ao aumento no volume diastólico do ventrículo direito e prolongamento do seu esvaziamento. Com isso, há o desdobramento fixo da segunda bulha (não ocorre a habitual variação na inspiração e expiração, que lava o desdobramento fisiológico da segunda bulha). Cabe lembrar que o sopro auscultado não surge pela passagem do fluxo sanguíneo através defeito, mas sim por uma estenose relativa da valva pulmonar (pelo aumento do volume de sangue que por aí passa). A comunicação interventricular não costuma levar a esta alteração porque, embora ocorra shunt do ventrículo esquerdo para o direito, não cursa com aumento do volume diastólico final do ventrículo direito, pois a passagem de sangue ocorre principalmente na sístole ventricular. Resposta: letra D. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550543: A comunicação interventricular é uma cardiopatia congênita acianótica que cursa com hiperfluxo pulmonar. Uma das possíveis complicações desta cardiopatia é justamente o que nosso paciente está apresentando - uma insuficiência cardíaca, por conta dessa sobrecarga de volume. O achado de taquipneia, sibilância nas ausculta, rebaixamento de fígado indicam uma congestão sistêmica, que ocorre pela falha da bomba cardíaca. Uma anemia muito severa até pode causar insuficiência cardíaca (cor anêmico) e cursar com esses sinais e sintomas, mas essa não será nossa primeira hipótese em um paciente portador de cardiopatia. Cor pulmonale, por definição, é a falência cardíaca secundária a um problema pulmonar, como hipertensão pulmonar, por exemplo. Os portadores de CIV sem tratamento até podem evoluir para hipertensão pulmonar (Síndrome de Eisenmenger), mas essa complicação ocorre em pacientes mais velhos. A miocardite também é umacausa importante de insuficiência cardíaca na faixa etária pediátrica, mas o quadro tem apresentação mais aguda, não um quadro arrastado de um mês, além de cursar com sintomas decorrentes da infecção viral (febre, diarreia, vômitos). Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550544: Vamos analisar cada afirmativa a respeito dos sopros cardíacos na infância. a) INCORRETA. Os sopros inocentes são bastante comuns na infância - cerca de 50 a 70% das crianças apresentarão sopro em algum momento, sendo a maioria em idade escolar. b) CORRETA. Esta é uma característica dos sopros inocentes - aparecem ou se agravam em estados hiperdinâmicos, como febre e anemia, por exemplo. c) INCORRETA. Não há nem margem para dúvidas! O que caracteriza um sopro inocente é a ausência de outras anormalidades ao exame físico e em exames complementares (que nem sempre precisarão ser solicitados). d) INCORRETA. O sopro inocente mais comum é o sopro de Still, ocasionado por áreas de estreitamento na via de saída do ventrículo esquerdo. e) INCORRETA. Nos pacientes sem outras anormalidades ao exame físico e sem outros dados que chamem a atenção na anamnese, realmente não será necessário prosseguir a investigação. Mas no caso por exemplo de um zumbido venoso, que é um sopro inocente, dificilmente conseguiremos distinguí-lo de uma fístula arterio venosa ou até de uma persistência do canal arterial sem que seja feita uma investigação complementar. Resposta: letra B. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550545: O edema cerebral é uma das complicações mais temidas da cetoacidose diabética (CAD), principalmente em crianças. Ele ocorre em 0,8-0,9% dos casos e possui uma taxa de mortalidade de 21-24%. Em geral, a lesão cerebral ocorre nas primeiras 12h de tratamento. Sua fisiopatologia não está completamente elucidada, porém a principal hipótese é a teoria baseada na alteração osmótica. Entenda: na cetoacidose diabética, pela hiperglicemia, há um aumento da osmolaridade plasmática, fazendo com que os neurônios acumulem osmoles idiogênicos intracelulares para tentar manter um equilíbrio osmótico. Com o início do tratamento, a reposição de fluidos e a rápida correção de glicemia geram um declínio na osmolaridade intravascular, resultando em um movimento de água mediado osmoticamente para os neurônios (que estão “cheios” de osmoles idiogênicos). A consequência deste processo seria edema cerebral, com aumento da pressão intracraniana e lesão cerebral. Apesar de ser uma hipótese plausível, alguns estudos questionaram essa teoria como verdade única e absoluta. Teorias atuais também relacionam esse evento com algum grau de hipoperfusão cerebral e neuroinflamação. Dito isso, fica evidente que as afirmativas I, II e III estão corretas. Resposta: letra C. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550546: As vacinas de agente vivos são aquelas compostas por micro-organismos atenuados, ou seja, nas quais as cepas selvagens são atenuadas através da passagem por sucessivos meios especiais de cultura. As vacinas de agentes vivos de nosso calendário são: BCG, vacina oral de rotavírus humano, vacina oral contra poliomielite, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e varicela. Os antígenos atenuados são inoculados no indivíduo, se multiplicam e provocam uma infecção que é semelhante à infecção natural no organismo, porém muito mais branda. Como ocorre a replicação dos micro-organismos, tais vacinas são capazes de causar a própria doença associada ao antígeno vacinal. Por isso, esse tipo de vacina, como regra geral, não deve ser administrado em imunossuprimidos (como aqueles com imunodeficiência congênita ou adquirida, em uso de tratamento imunossupressor ou de corticoterapia sistêmica em doses maiores ou iguais a 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente por um período maior que 14 dias), pacientes com neoplasias malignas ou gestantes. Além disso, recomenda-se que as mulheres não engravidem até 30 dias após terem recebido as vacinas de agentes vivos. Como qualquer outra vacina, também há contraindicação em caso de reação anafilática após a administração de dose prévia da vacina ou reação anafilática a componentes da vacina. Antecedente familiar de convulsão não constitui contraindicação à realização dessas vacinas – nem daquelas de agentes inativados. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550547: A vacina composta pelo BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), não costuma provocar reações gerais. Nos menores de um ano observa-se uma reação local da lesão que evolui entre seis e 12 semanas. A evolução típica é a seguinte: após a administração, de três a quatro semanas: surge nódulo no local; entre quatro e cinco semanas: o nódulo evolui para uma pústula; em seguida: evolui para uma úlcera de 4 a 10 mm de diâmetro; entre seis a 12 semanas: finalmente, forma-se uma crosta. Como você pode bem ver, a formação de uma úlcera é algo esperado, porém, sem ultrapassar 1 cm. Quando há formação de úlcera com diâmetro maior que 1 cm, sem cicatrização após 12 semanas, consideramos um evento supostamente atribuível à vacina e deve ser feita a notificação e o tratamento com isoniazida até a regressão da lesão. O ideal seria que tivesse sido informado há quanto tempo a lesão está presente, mas, ainda assim, há apenas uma resposta cabível. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550548: Estamos diante de uma paciente de 47 anos que apresenta diagnóstico citopatológico de células glandulares atípicas sem outras especificações (ACG-SOE). A classificação é dada quando existe dificuldade em especificar o sítio de origem das células atípicas. Vamos analisar as alternativas sobre a orientação mais adequada: Letra A: correta. Pacientes com diagnóstico citológico de AGC devem ser encaminhadas para a colposcopia, avaliando a necessidade de biópsia se achados anormais presentes. Além disso, é recomendável a avaliação endometrial com ultrassonografia transvaginal em pacientes acima de 35 anos e, caso anormal, estudo anatomopatológico do endométrio. Letra B: incorreta. A categoria atipias em células glandulares é considerada de alto risco, pois possui associação com NIC II/III e câncer em 15% a 56% dos casos. Sendo assim, o resultado é anormal. Letra C: incorreta. Não há indicação de cirurgia de alta frequência neste momento. Letra D: incorreta. A repetição da citologia em 12 meses é conduta inaceitável. A paciente deve ser encaminhada para a colposcopia. Resposta: letra A. ht tp s: //t .c o/ X dN kd th oJ b pr oi bi da v en da m ed ic in a liv re Questão 550549: Temos uma paciente de 53 anos, com menopausa há 07 anos, sem uso de terapia hormonal, com queixa de perda urinária. Ao exame físico, possui prolapso de parede anterior grau 1 e sem perda urinária à manobra de Valsalva. O estudo urodinâmico revela presença de contrações não inibidas do músculo detrusor. Assim, estamos diante de diagnóstico urodinâmico de hiperatividade do detrusor, compatível com incontinência urinária de urgência e prolapso de parede anterior grau 1- o fato de ser dito grau do prolapso nos faz pensar no sistema de Baden-Walker, sendo o grau 1 o prolapso até metade da vagina. Sobre o tratamento adequado, vamos às alternativas. Letra A: incorreta. A colporrafia anterior, para correção do prolpaso de parede anterior é indicado, porém, não há prolapso uterino associado. Letra B: incorreta. A paciente em questão não apresenta sintomas climatéricos, como sintomas vasomotores, que indicam a terapia hormonal. Letra C: incorreta. A colpossacrofixação está indicada para correção do prolapso
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