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simulado 17 3 gabarito

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Questão 550488:
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Questão 550489:
O grupo de antimicrobianos classificados com ß-lactâmicos possui em comum no seu núcleo 
estrutural o anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida.Conforme a 
característica da cadeia lateral definem-se seu espectro de ação e suas propriedades 
farmacológicas. Pertencem a este grupo: Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenemicos e 
monobactans. Vamos às alternativas: - Letra A: Ceftriaxone é uma cefalosporina de terceira 
geração. São mais potentes contra bacilos gram negativos facultativos, e tem atividade 
antimicrobiana superior contra S. pneumoniae, S. pyogenes e outros estreptococos. - Letra 
B: Ceftarolina é uma cefalosporina de quinta geração. Aprovado para uso no Brasil em 2015, 
com atividade in vitro contra gram positivos (incluindo S. aureus resistente a meticilina 
e algumas bactérias gram negativas. - Letra C: Tigerciclina é classificada no grupo das 
glicilciclinas. Apresenta potente atividade in vitro contra cocos gram-positivos 
(incluindo estafilococos resistentes à oxacilina, enterococos resistentes à vancomicina e 
estreptococos resistentes às penicilinas ou cefalosporinas), bacilos gram-negativos 
(exceto P. aeruginosa e Proteus mirabilis) e a maioria dos anaeróbios de importância 
clínica e apresenta excelente atividade contra a grande maioria das enterobactérias, 
incluindo Klebsiella pneumoniae produtora de betalactamase de espectro estendido e contra 
alguns bacilos gram-negativos não fermentadores, como Acinetobacter spp. e 
Stenotrophomonas maltophilia, além da atividade contra bactérias anaeróbias, incluindo o 
grupo Bacteroides fragilis e o Clostridium difficile Letra D: Meropenem é um 
carbapenêmico, assim como o imipenem, apresentam amplo espectro de ação para uso em 
infecções sistêmicas e são estáveis à maioria das ß–lactamases. - Letra E: Oxacilina é uma 
penicilina, indicado para infecções estafilocócicas sensíveis à penicilina. O antibiótico 
que não faz parte da classe dos ß-lactâmicos é a Tigerciclina. Resposta: Letra C 
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Questão 550490:
O enunciado descreve um quadro clássico de tireoidite de Quervain (tireoidite subaguda 
granulomatosa). Trata-se de um processo inflamatório autolimitado que constitui a causa 
mais comum de dor na tireoide. Pode ocorrer em qualquer idade, mas acomete principalmente 
indivíduos entre a terceira e a quinta década de vida, com incidência 5x maior no sexo 
feminino. A principal hipótese é de que o quadro ocorra, de forma direta ou indireta, por 
uma infecção viral da glândula tireoidiana. Logo, é frequente que ela surja após uma 
infecção respiratória e a sua incidência é maior no verão. É provável que também exista 
algum mecanismo genético envolvido, uma vez que há associação frequente com antígenos de 
histocompatibilidade HLA-Bw35. O quadro tende a começar com uma fase prodrômica, 
caracterizada por astenia, mal-estar, artralgia, mialgia, faringite e febre baixa. 
Posteriormente, intensifica-se a febre (pode chegar a 40°C) e surge dor na região da 
tireoide, moderada ou intensa, que pode inicialmente comprometer apenas um dos lobos, ou 
já de início envolver toda a glândula. Ela se agrava com a tosse, a deglutição e a 
movimentação do pescoço. Além disso, pode irradiar-se para a região occipital, parte 
superior do pescoço, mandíbula, garganta ou ouvidos, o que leva alguns pacientes a 
procurar inicialmente um otorrinolaringologista. Pode, também, irradiar-se para a parte 
superior do tórax. Aproximadamente 50 a 60% dos pacientes apresentam sintomas e sinais de 
hipertireoidismo, porém a dor e a hipersensibilidade local são os aspectos dominantes da 
doença. Perceba que a presença de um abscesso retrofaríngeo não é capaz de justificar 
todos os achados, principalmente no que diz respeito ao hipertireoidismo. Por outro lado, 
tanto a doença de Graves quanto o Hashimoto podem cursar com hipertireoidismo, mas não 
esperamos que tais pacientes apresentem dor na topografia da tireoide. Com isso, resposta: 
letra C. 
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Questão 550491:
Boa questão sobre fraqueza muscular! Vamos analisar as alternativas: (A) Correta. É a 
melhor hipótese, embora a polimiosite seja mais comum em mulheres. Perceba que a fraqueza 
é proximal (compromete cinturas escapular e pélvica, além da musculatura do pescoço) e 
simétrica. A ausência de manifestações sensitivas e a preservação dos reflexos falam 
contra um “problema” neurológico, indicando que a doença é, na verdade, muscular. (B) 
Incorreta. Se apresenta como fraqueza muscular assimétrica que piora ao longo do dia 
(fatigabilidade). Geralmente, há comprometimento da musculatura ocular extrínseca, o que 
não foi relatado. (C) Incorreta. Nas doenças de neurônio motor (ex: AVE), os reflexos e/ou 
a sensibilidade costumam estar comprometidos. (D) Incorreta. Se comporta como 
polineuropatia distal ascendente de caráter agudo. Resposta: letra A. 
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Questão 550492:
A simples presença de hipertensão arterial de difícil controle em um paciente jovem já 
deve nos chamar atenção para a presença de uma etiologia secundária. Nesse sentido, ao 
analisar os dados expostos no enunciado, vemos que o autor da questão descreve a tríade 
clássica do feocromocitoma: sudorese, cefaleia e palpitação - sintomas que costumam se 
apresentar em paroxísmos. O diagnóstico pode ser confirmado com a dosagem de metanefrinas 
e/ou catecolaminas na urina de 24h ou com a dosagem de catecolaminas séricas (idealmente 
no momento exato dos sintomas). A conduta, nestes casos, é sempre cirúrgica! Por isso, o 
próximo passo é a realização de exames de imagem para a localização da doença e 
programação da cirurgia (idealmente adrenalectomia por video). Tudo bem, mas e as outras 
alternativas?- Letra B: Incorreta. A doença de Cushing nada mais é do que um adenoma 
produtor de cortisol. Logo, o paciente até pode apresentar hipertensão, mas outros 
sintomas de hipercortisolismo devem estar presentes (ex: miopatia proximal, estrias 
violáceas, obesidade centrípeta, etc).- Letras C e D: Incorretas. A doença de Addison 
representa uma insuficiência adrenal primária e costuma cursar com hipotensão, e não com 
hipertensão. Da mesma forma, os adenomas hipofisários não funcionantes (ACNF) também não 
são uma causa de hipertensão.- Letra E: Incorreta. É verdade que existem estudos 
associando o hiperparatireoidismo primário com a hipertensão arterial sistêmica mas, além 
de não ser uma etiologia comum de hipertensão secundária, o quadro clínico costuma ser 
marcado por outros achados, como hipercalcemia, osteoporose e/ou nefrolitíase. Ou seja, 
bem diferente do descrito pelo enunciado... Resposta: letra A. 
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Questão 550493:
No Brasil, ocorrem cerca de 30 mil acidentes ofídicos por ano, dentre os quais 85% são 
ocasionados por cobras peçonhentas, 4% por não peçonhentas e 11% por cobras não 
identificadas ou que o campo da ficha de notificação do SINAN foi deixado em branco 
(segundo as últimas estatísticas anuais divulgadas). A maioria dos casos foi registrada 
nas regiões Norte e Nordeste, sendo o Pará o estado com maior número de notificações. Mais 
de 80% dos acidentes ocorreram em área rural. Mais de dois terços dos acidentes ofídicos 
ocorrem nos pés e pernas, indicando que o uso de botas e perneiras ajudaria na redução do 
número de acidentes. Dentre os acidentes, o botrópico é responsável pela maioria dos casos 
(72,5%), seguido de longe pelo crotálico, laquético e elapídico. Resposta: letra C. 
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Questão 550494:
A decisão pela anticoagulação oral nafibrilação atrial não é baseada no tempo de evolução 
da doença, e sim da avaliação das comorbidades, principalmente pelo uso do escore clínico 
CHA2DS2-VASc. Pontuações maiores do que 1 no escore indicam anticoagulação oral por tempo 
indeterminado. (A INCORRETA). Uma vez que tomamos a decisão de anticoagular um paciente, 
devemos selecionar o método mais adequado. Para casos de próteses valvares mecânicas ou 
estenose mitral moderada a grave (chamdos de FA do tipo "valvar"), os DOACs estão 
contraindicados, devendo ser preferida a varfarina. (C INCORRETA) Uma outra grande 
limitação ao uso dos DOACs é a presença de insuficiência renal, pois todos os 
anticoagulantes diretos atuais tem metabolismo renal (embora alguns possam ser utilizados 
em taxas de filtração glomerular reduzida). Contudo, para insuficiência renal grave, a 
varfarina volta a ser uma preferência. (B INCORRETA) Resposta correta letra D 
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Questão 550495:
Nossa principal suspeita diagnóstica aqui é de dissecção aórtica: temos um paciente idoso 
e hipertenso com dor que irradia para dorso, sopro compátivel com insuficiência aórtica e 
hipertensão importante. Cuidado, pois essa emergência vascular também aumenta os níveis de 
d-dímero! Com isso em mente, vamos para as afirmativas: Afirmativa I: CORRETA - Para o 
controle da PA e da FC, empregamos betabloqueadores desde que não haja contraindicações. 
Podemos usar o propranolol intravenoso (1 a 10 mg de ataque seguido da dose de 3 mg/h), o 
labetalol (dose inicial de 20 mg, seguida de 20 a 80 mg a cada 10 minutos em um total de 
300 mg), o metoprolol ou o esmolol. O objetivo é uma FC em torno de 60 bpm e uma PA 
sistólica abaixo de 120 mmHg. Se o paciente mantiver níveis pressóricos elevados, podemos 
iniciar nitroprussiato. Afirmativa II: CORRETA - Com muita boa vontade, vamos tentar 
entender o que o autor quis dizer nesta afirmativa. O d-dímero realmente não apresenta uma 
especificidade boa, se elevando em diferentes condições, como infarto agudo do miocárdio, 
tromboembolismo pulmonar, a própria dissecção aórtica, sepse e muitas outras. Agora, se 
atendermos um paciente com um quadro atípico e inespecífico e pensarmos na possibilidade 
de TEP, solicitar o d-dímero de maneira criteriosa e crítica pode ser sim de grande valia. 
Se uma paciente qualquer de baixa probabilidade pré-teste para doença tromboembólica 
refere apenas uma dispneia subjetiva e mais nada, um d-dímero positivo pode voltar nossa 
atenção para a possibilidade de TEP. Ao mesmo tempo, um resultado negativo praticamente 
exlui o diagnóstico e volta nossa atenção para outras hipóteses. Afirmativa III: CORRETA - 
A TC helicoidal de tórax (angiotomografia helicoidal) é um exame de grande acurácia 
diagnóstica (sensibilidade de 96% e especificidade de 100%), sendo a imagem mais 
característica o sinal do duplo lúmen aórtico. Na prática, ecocardiograma transesofágico e 
TC são os métodos complementares solicitados com maior frequência para o diagnóstico. Na 
presença de estabilidade, deve ser realizado independentemente do resultado do d-dímero; 
Afirmativa IV: INCORRETA - O ecocardiograma transtorácico apresenta sensibilidade variável 
de 60 a 85%, não sendo geralmente o método de escolha, embora possa ser realizado. Os 
níveis de BNP também se elevam na dissecção aórtica, mas o significado diagnóstico desse 
dado é duvidoso. Resposta: letra D. 
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Questão 550496:
Dispneia e desconforto torácico agudo. Coisa boa geralmente não é... Pode ser ansiedade? 
Claro que pode, porém, não dá pra marcar a letra D porque a escala de Beck avalia 
depressão, e não ansiedade. Assim, ficamos apenas com a possibilidade de emergências 
graves. Dispneia com ausculta "limpa" nos faz pensar em TEP e fala contra disfunção 
cardíaca primária (nesta última haveria edema pulmonar). O ECG não mostra sinais 
isquêmicos, logo, o paciente não vai para a coronariografia a princípio (B errada)... Não 
há broncospasmo, logo, letra A também sem sentido... Enfim, pode ser um Tromboembolismo 
Pulmonar (TEP), e aqui o ECG deu uma pista importante: perceba a existência da famosa 
síndrome S1Q3T3 (onda S em D1, onda Q e inversão de T em D3)... A síndrome S1Q3T3 é um 
indício importante de sobrecarga aguda do ventrículo direito, tal como acontece no TEP! 
Logo, vamos solicitar o principal exame para o seu diagnóstico na prática (angio-TC de 
tórax) e, dada a probabilidade de TEP, já podemos iniciar de imediato seu principal 
tratamento que é a anticoagulação (inicialmente com heparina em dose plena 
anticoagulante). Resposta: C. 
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Questão 550497:
O diagnóstico do distúrbio acido-básico pela gasometria necessita apenas de três 
parâmetros: pH, PCO2 e HCO3. Como o pH plasmático depende diretamente da relação HCO3/CO2, 
a resposta compensatória de um distúrbio acido-básico visa manter esta relação o mais 
próxima possível do normal. A resposta compensatória é sempre no mesmo sentido do 
distúrbio primário: a redução do HCO3 (acidose metabólica) deve ser acompanhada de uma 
redução da PCO2; o aumento da PCO2 (acidose respiratória) deve ser acompanhado pelo 
aumento do HCO3; o aumento do HCO3 (alcalose metabólica) deve ser acompanhado pelo aumento 
da PCO2; a redução da PCO2 (alcalose respirató-ria) deve ser acompanhada pela redução do 
HCO3. Excetuando-se os distúrbios leves, podemos dizer que a resposta compensatória nunca 
é completa, isto é, ela não corrige o pH para a faixa normal. A resposta compensatória 
apenas evita que haja uma grande variação do pH plasmático, o que poderia ser fatal para o 
paciente. A forma de avaliar os distúrbios acidobásicos começa pela identificação do 
distúrbio predominante (para qual lado o pH se desviou). A partir daí olhamos para os 
níveis de HCO3 e pCO2, de modo a definir se o distúrbio predominante é metabólico ou 
respiratório, respectivamente. Feito isso, devemos sempre avaliar se houve “resposta 
compensatória”, aplicando fórmulas específicas para cada tipo de distúrbio. Ademais, é 
preciso avaliar também o ânion-gap (AG = [Na] - [HCO3 Cl]). Analisando a gasometria desse 
paciente (pH=7.23, HCO■= 10 mEq/l, pCO■=23 mmHg, pO■=85mmHg) vemos que ele tem um pH ácido 
e um bicarbonato baixo. Podemos dizer que esse paciente tem, no momento, um quadro de 
acidose metabólica. Para avaliar se o distúrbio é simples ou misto, vamos calcular a pCO2 
esperada. A pCO2 esperada frente a uma acidose metabólica é calculada pela fórmula (1,5 x 
[HCO3-]) 8 ± 2. Nesse caso, a pCO2 esperada é de 23 ± 2. A pCO2 do paciente é de 23mmHg. 
Logo, temos uma acidose metabólica simples. Para cálculo do ânion-gap (AG), usaremos a 
fórmula (AG = [Na] - [HCO3 Cl]). Nesse caso, temos um AG de 35mEq/L. Sabemos que o AG 
varia entre 8-12 mEq/L, com valor médio normal de 10 mEq/L. Valores muito acima da média 
indicam que um ou mais ânions encontram-se em excesso no plasma, o que comumente acontece 
nas acidoses metabólicas (que em sua maioria são acidoses de AG aumentado). Tais ânions 
podem fazer parte do conjunto de substâncias que compõem o AG normal (apresentando aumento 
em suas quantidades, como no caso de uma acidose láctica, por exemplo, onde o lactato 
aumenta seus níveis plasmáticos) ou serem substâncias não encontradas na fisiologia normal 
(isto é, surgiram e se acumularam de forma anômala, como toxinas exógenas, por exemplo). 
Uma das causas de acidose metabólica com AG aumentado é a intoxicação por álcoois. O 
grande detalhe acerca das intoxicações por esses álcoois é que eles são osmólitos 
potentes, isto é, uma vez ingeridos aumentam a osmolaridade plasmática. Assim, um gap 
osmolar aumentado (> 10-15 mOsm/L) indica que uma acidose metabólica com AG aumentado 
provavelmente está sendo causada por este tipo de intoxicação. Gap osmolar é a diferença 
entre a osmolaridadeplasmática medida diretamente com um osmômetro e a osmolaridade 
calculada. Lembre-se da fórmula para cálculo da osmolaridade plasmática: 2 x [Na ] 
[glicose]/18 [ureia]/6. No nosso caso, temos um paciente com osmolaridade plasmática 
calculada de 290 mOsm/L. Logo, temos um Gap osmolar de 104 mOsm/L. Na prova e na vida, a 
presença de acidose metabólica com AG aumentado e gap osmolar aumentado sugere intoxicação 
por etilenoglicol ou metanol. Se a história clínica for compatível, o tratamento deve ser 
iniciado imediatamente de forma empírica, isto é, não se deve aguardar a confirmação 
formal do diagnóstico com dosagem do nível sérico das referidas substâncias. Logo, 
trata-se de um paciente em coma por provável intoxicação por etilenoglicol ou metanol e o 
gabarito da questão é: acidose metabólica com hiato aniônico aumentado com gap osmolar. 
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Questão 550498:
O uso de antibióticos antes de determinado procedimento tem como objetivo prevenir 
infecções cujo risco pode estar aumentado pela manipulação. No caso de um paciente com 
doença valvar cardíaca, o maior risco é de endocardite infecciosa quando há manipulação da 
gengiva, da região periapical dos dentes, ou então quando a mucosa e■ perfurada (incluindo 
o trato respiratório). Nesse sentido, as indicações bem estabelecidas para profilaxia 
antimicrobiana são: presença de prótese valvar; episódio prévio de endocardite infecciosa; 
doença cardíaca congênita cianótica não operada; doença cardíaca congênita operada nos 
primeiros seis meses após o reparo; doença cardíaca congênita operada apenas parcialmente; 
valvopatia em receptor de transplante cardi■aco. Não há indicação de profilaxia apenas 
pela presença de estenose mitral reumática — D correta; A incorreta. A profilaxia também 
não é indicada para procedimentos com manipulação do trato geniturinário ou 
gastrointestinal (B e C incorretas). Resposta: letra D. 
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Questão 550499:
Leu “Kayser Fleischer” no enunciado, pensou em doença de Wilson, distúrbio metabólico 
hereditário que ocorre pelo excesso de cobre, provocando cirrose (eritema palmar, ascite) 
e manifestações neurológicas (agitação). As principais formas para se diagnosticar a 
doença de Wilson são através da dosagem da ceruloplasmina plasmática (proteína que 
transporta o cobre no sangue e que está tipicamente reduzida); dosagem de cobre urinário 
(valores > 100 mcg/24 horas corroboram o diagnóstico); e dosagem de cobre no tecido 
hepático através de biópsia (raramente necessária). Resposta: D. 
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Questão 550500:
O eletrocardiograma evidencia padrão de ritmo sinusoidal, típico da hipercalemia severa, 
em que há ondas T amplas (“em tenda”), redução das ondas P e alargamento do complexo QRS, 
com risco de evolução para arritmia maligna. Assim, a primeira medida a ser instituída é a 
administração de gluconato de cálcio por via intravenosa, para estabilização dos 
cardiomiócitos, enquanto são realizadas medidas para redução dos níveis séricos de 
potássio. Gabarito: Alternativa E. 
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Questão 550501:
Paciente adulto jovem com aumento discreto de bilirrubina indireta em exames de rotina, 
sem outras alterações significativas. Essa é a história clássica da síndrome de Gilbert! A 
eletroforese de hemoglobina tem um padrão compatível com traço falcêmico, tendo em vista a 
baixa produção de hemoglobina defeituosa (na anemia falciforme, os níveis de HbS chegam a 
80-90%). O anti-HAV IgG ( ) e anti-HBs ( ) indicam imunidade por vacina ou infecção 
prévia. O tratamento da síndrome de Gilbert é apenas orientar quanto à benignidade da 
condição e saber que condições de estresse (ex.: infecções, jejum prolongado, atividades 
físicas extenuantes) podem piorar a icterícia. O fenobarbital pode ser indicado pelo seu 
efeito indutor enzimático, apenas para fins estéticos. Na maioria dos casos, no entanto, a 
conduta é apenas expectante. Resposta: letra A. 
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Questão 550502:
É pra ligar o "sinal de alarme" para infarto ao encontrar um homem de meia-idade com um 
monte de fator de risco (como dislipidemia e diabetes) e dor torácica. Acontece que quando 
você analisa um pouco melhor, a dor não é tão típica assim. Aí o eletrocardiograma mostra 
um supradesnivelamento de ST, mas que é difuso e tem sua concavidade virada para cima. Nem 
todo supra de ST é síndrome coronariana aguda (LETRA A INCORRETA) e um diagnóstico 
diferencial importante de dor torácica é a pericardite. Nesse caso, a dor costuma mesmo 
ser aguda e intensa, tem localização retroesternal e precordial esquerda, sendo referida 
para pescoço, braços ou ombro esquerdo e pode ser do tipo pleurítica se houver inflamação 
pleural associada. Em geral, a dor é aliviada pela posição sentada ou inclinada para 
frente (posição genupeitoral), abraçando-se um travesseiro (posição de Blechman) e 
agravada pelo decúbito dorsal. O supradesnivelamento de ST, diferente do infarto, é 
difuso, poupa aVR e V1 e tem concavidade voltada para cima (aspecto presente somente na 
fase hiper-aguda dos infartos). Podemos observar ainda infradesnivelamento de PR, um 
achado mais específico que o supra. Laboratorialmente, é possível acharmos leucocitose, 
aumento do VHS, do PCR e ainda elevação dos marcadores de lesão miocárdica (como 
troponina) quando há injúria miocárdica por contiguidade, mas nesse caso, não há lesão 
coronariana alguma! Outros dados não mencionados na questão que ajudariam: pode ser 
identificável um quadro viral inespecífico recente e ruído de atrito pericárdico, audível 
em cerca de 85% dos pacientes, no exame físico. Quanto ao ecocardiograma, deve ser 
realizado em todos os casos suspeitos, pode evidenciar derrame pericárdico e diagnosticar 
tamponamento cardíaco em casos graves (LETRA C INCORRETA). O tratamento é feito com AINEs 
(sendo o Ibuprofeno o de escolha) e AAS em dose alta. A colchicina é bastante efetiva e 
também pode ser utilizada. Prednisona é reservada para casos refratários (LETRA D 
CORRETA). A letra B traz a conduta para o tromboembolismo pulmonar (LETRA B INCORRETA). 
Melhor resposta, letra D 
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Questão 550503:
Caso em que um paciente procura Unidade Básica de Saúde por tontura. Letra A: Exatamente! 
Perceba que esta alternativa contempla uma das condutas mais relacionadas a prevenção 
quaternária. Trata-se do combate a polifármacia. CORRETA Letra B: A manobra de 
Dix-Hallpicke negativa exclui Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB). Assim, uma 
boa conduta aqui seria o uso de reabilitação vestibular. CORRETA Letra C: O cloridrato de 
meclizina pode ser efetivo no tratamento da vertigem associada à doenças que afetam o 
sistema vestibular, como as labirintites e Doença de Menière. CORRETA Letra D: A 
Flunarizina é popularmente utilizada no tratamento de distúrbios circulatórios cerebrais e 
de equilíbrio, atuando como bloqueador de canais de cálcio com propriedades seletivas 
(vasodilatador). Não deve ser utilizada na fase aguda de um acidente vascular cerebral, e 
no caso apresentado não poderia ser prescrita após o evento do AVE. A tontura pode ter 
como base o AVE pregresso. INCORRETA Resposta: letra D. 
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Questão 550504:
A anemia falciforme (HbSS) é uma doença autossômica recessiva caracterizada pela herança 
homozigota da hemoglobina S (HbS). Clinicamente apresenta-se com anemia hemolítica e 
vaso-oclusão, decorrente da desoxigenação da hemoglobina. São várias as complicações 
agudas na doença falciforme: crises vaso-oclusivas,infecções por microorganismos 
encapsulados, principalmente do trato respiratório e sepse, síndrome torácica aguda, 
sequestro esplênico, priapismo, acidente vascular cerebral, embolia gordurosa e crise 
aplástica. As lesões ósseas e articulares são complicações frequentes da doença 
falciforme. Elas são decorrentes da falcização com isquemia e infarto da medula óssea e 
das estruturas ósseas adjacentes. A síndrome torácica aguda é a segunda causa de 
hospitalização e a principal causa de admissão em terapia intensiva de pacientes com 
anemia falciforme, caracterizando-se por sintomas respiratórios ou dor torácica associada 
a infiltrado pulmonar recente, podendo haver hipoxemia e infecção associada. Pacientes com 
Hb FAS possuem o diagnóstico de traço falcêmico. Considerando o caráter benigno e as raras 
manifestações do traço genético, a conduta médica deve ser de orientação e aconselhamento 
familiar genético. Gabarito: Alternativa B. 
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Questão 550505:
A cardiopatia chagásica é a principal causa de morte nos portadores de doença de Chagas. 
Entre os mecanismos de óbito estão, principalmente, as arritmias, insuficiência cardíaca 
progressiva e eventos tromboembólicos. Virtualmente, todos os tipos de arritmias atriais e 
ventriculares podem acometer os chagásicos. Vamos analisar este eletrocardiograma: temos 
intervalos P–P e R–R regulares com completa dissociação atrioventricular (algumas ondas P 
inclusive caem dentro do complexo QRS). Por definição, estes achados determinam o 
diagnóstico de bloqueio atrioventricular total ou de 3º grau. A letra D está correta. 
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Questão 550506:
A doença de von Willebrand é o distúrbio de sangramento hereditário mais comum, afetando 
até 1% da população, embora apenas cerca de 1% desses indivíduos sejam sensivelmente 
sintomáticos, caracterizada por mutações que levam a uma diminuição no nível ou 
comprometimento no fator de Willebrand. A maioria dos casos é transmitida como um traço 
autossômico dominante que afeta homens e mulheres igualmente. Há alteração da hemostasia 
primária, levando caracteristicamente a um tempo de sangramento aumentado, o que justifica 
a presença de anemia associada a um sangramento uterino aumentado e a presença de 
epistaxes frequentes. Quanto à hemofilia A, caracteriza-se por redução do fator VIII da 
coagulação, levando a alteração in vivo na hemostasia secundária, podendo provocar um 
quadro muito mais grave que o apresentado, incluindo hemartrose e hematomas, com tempo de 
sangramento normal e alteração pronunciada no PTT. Gabarito: alternativa A. 
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Questão 550507:
Um paciente que apresenta uma pontuação de acima de 6 no teste de Fagerström provavelmente 
irá desenvolver síndrome de abstinência ao deixar de fumar, o que pode ser controlado com 
a terapia medicamentosa. Essa, por sua vez, é indicada para os pacientes que estiverem 
MOTIVADOS a parar de fumar. Existem alguns estágios de mudança de comportamento sobre a 
interrupção do tabagismo que permitem definir essa motivação. Observe: Pré-contemplação: 
não há intenção de parar, nem mesmo uma crítica a respeito do conflito envolvendo o 
comportamento de fumar; Contemplação: há conscientização de que fumar é um problema. No 
entanto, há uma ambivalência quanto à perspectiva de mudança (é o caso descrito no 
enunciado); Preparação: o paciente aceita escolher uma estratégia para realizar a mudança 
de comportamento, preparando-se para parar de fumar; Ação: o paciente toma a atitude que 
leva a concretizar a mudança de comportamento; Manutenção: o paciente deve aprender 
estratégias para prevenir a recaída e consolidar os ganhos obtidos durante a fase de ação. 
Nesse estágio, pode ocorrer a finalização do processo de mudança ou a recaída; Nosso 
paciente até considera a possibilidade de interromper o tabagismo, mas ainda não se sente 
preparado. Como a terapia farmacológica é indicada aos pacientes verdadeiramente 
motivados, talvez não seja a melhor estratégia para ele, até porque para reposição de 
nicotina, o indivíduo não deve estar fumando. A terapia comportamental cognitiva, por 
outro lado, pode ser de grande ajuda e ser o "empurrão" que o paciente precisa para parar 
de fumar. Gabarito: A. 
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Questão 550508:
A radiografia mostra um traço de fratura através do colo femoral direito. O mecanismo mais 
comum dessa fratura é a queda da própria altura, como descrito no enunciado da questão. 
Esta fratura possui dois riscos importantes: instabilidade do foco de fratura já que a 
região recebe o peso do corpo de forma angulada (tendência ao desvio dos fragmentos); e 
necrose avascular da cabeça femoral, já que vasos que nutrem essa região são facilmente 
lesados durante o trauma. O exame físico tipicamente revela a postura em rotação externa 
(ou lateral) e encurtamento do membro afetado, além de impotência funcional do quadril. 
Resposta: letra B. VISÃO DA RÁDIO: Radiografia de bacia, de frente. Para reconhecer 
fratura, a dica é procurar descontinuidade óssea. No lado direito do paciente nota-se 
fratura longitudinal no colo do fêmur, com desalinhamento superolateral do segmento 
distal. Não houve extensão à articulação coxofemoral. Perceba onde está a cabeça (MARCADA 
EM ROSA) e onde foi parar a porção distal do colo (MARCADO EM VERMELHO). Para fins de 
comparação, destacamos o fêmur esquerdo, que está normal. Acompanhe: cabeça (MARCADA EM 
VERDE), colo (MARCADO EM AMARELO), trocânter maior (MARCADO EM AZUL) e trocânter menor 
(MARCADO EM LARANJA). 
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Questão 550509:
Suspensão prévia: Ácido acetilsalicílico: 7 a 10 dias antes. Clopidogrel: 5 a 7 dias 
antes. AINE: 1 a 3 dias antes. Anticoagulantes orais (warfarin): 4 a 5 dias antes (checar 
INR para liberar a cirurgia). Estrogênios e agentes antiosteoporose-: devem ser suspensos 
4 semanas antes da cirurgia. Suspensão no dia: Hipoglicemiantes orais (A meformina é 
suspensa 48h antes devido ao risco de acidose láctica) Antirretrovirais. Mantidas: 
Anti-hipertensivos e antianginosos. Anticonvulsivantes, antidepressivos e psicotrópicos. 
Drogas pulmonares, inaladas ou nebulizadas. Levotiroxina e antitireoidianos. Resposta: 
letra B. 
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Questão 550510:
Vamos aproveitar essa questão para relembrar um pouco esse tema? O limiar para indicação 
de intervenção cirúrgicaou endoscópica (limiar para alto risco de ruptura espontânea) 
corresponde a um diâmetro dos aneurisma de aorta abdominal de 5,5 cm. Pacientes que, a 
princípio, não necessitam de intervenção devem se submeter a uma nova USG. O momento desse 
novo exame varia de acordo com o diâmetro da aorta abdominal: Ainda nesse contexto, as 
indicações de intervenção eletiva nos aneurismas de aorta abdominal são: Gabarito: letra 
B. 
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Questão 550511:
Que questão maldosa... Até agora estou tentando entender qual foi o objetivo da banca ao 
exigir que os candidatos soubesse a diferença de um fio multifilamentar trançado para um 
torcido. Será mesmo que essa é a melhor forma de decidir quem é o candidato mais apto a 
assumir a vaga? De qualquer forma, vamos analisar as alternativas?a) Correta. O fio de 
seda é do tipo inabsorvível trançado, sendo composto por uma proteína orgânica animal 
chamada fibroína. Esta proteína é derivada de espécies domésticas de Bombix Mori (B. 
mori), da família Bombycidae (Bicho da seda).b) Incorreta. Uma decoreba absurda que o 
IAMSPE resolveu cobrar... A fio de algodão é do tipo não absorvível, estéril e compostapor um fio de algodão com alma de poliéster, multifilamentar, TORCIDO (e não trançado), 
constituído por fibras extraídas da planta Gossypum sp e fibras sintéticas de etileno.c) 
Incorreta. A polidioxanona (PDS®) é um fio sintético, monofilamentar e de absorção lenta. 
Ou seja, não é trançado.d) Incorreta. Os fios de ácido poligaláctico (vicryl®) são 
absorvíveis, multifilamentares, coloridos e causam reação inflamatória considerável, não 
sendo ideais para sutura cutânea. O ideal para pele são fios monofilamentares, inertes e 
de alta resistência (inabsorvíveis).e) Incorreta. Apesar do nome (Cat = gato Gut = 
intestino), o fio catgut não é feito a partir de intestino de gatos de laboratório. Suas 
fibras são originadas do intestino de ovinos, suínos e bovinos. E só para reforçar, é um 
fio do tipo absorvível, de origem animal, estéril e composto por tecido conectivo 
purificado (principalmente colágeno) ou camada da SUBMUCOSA fibrosa do intestino.Gabarito: 
letra A. 
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Questão 550512:
A questão traz paciente idoso, tabagista com quadro de icterícia e prurido, sugerindo uma 
síndrome colestática, que é confirmada pelos exames laboratoriais apresentando 
hiperbilirrubinemia e elevação das enzimas canaliculares. Ao exame físico, há o famoso 
sinal de Courvoisier-Terrier, que consiste na palpação da vesícula biliar distendida e 
palpável, porém indolor, o que nos indica obstrução da via biliar mais distal, geralmente 
por tumor periampular. Dentre os tumores periampulares, o mais comum é o câncer de 
pâncreas localizado na cabeça desse órgão (85% dos casos), porém outras etiologias incluem 
o colangiocarcinoma distal, o carcinoma da ampola de Vater e o carcinoma periampular de 
duodeno. Só com esse conhecimento, já acertaríamos a questão, pois o único tumor 
periampular presente nas alternativas é o colangiocarcinoma distal (LETRA A CORRETA). O 
câncer de vesícula é uma causa incomum de sinal de Courvoisier e geralmente vem 
acompanhado de fatores de risco para essa condição, como colelitíase (presente em 90% dos 
casos), vesícula em porcelana, cisto de colédoco, pólipo adenomatoso e colangite 
esclerosante primária. Além disso, o paciente não apresenta o principal sintoma de 
neoplasia da vesícula biliar que seria a presença de dor biliar. (LETRA B INCORRETA) O 
tumor de Klatskin é um colangiocarcinoma mais proximal (peri-hilar) e, portanto, 
estabelece uma obstrução acima da entrada do ducto cístico (que drena a vesícula), logo, 
não haverá dilatação do órgão - a vesícula se encontrará murcha (LETRA C INCORRETA). O 
hepatocarcinoma (ou carcinoma hepatocelular) é o tumor maligno primário mais comum do 
fígado, tendo como principal causa a cirrose. Esta neoplasia até poderia cursar com 
icterícia obstrutiva, entretanto, não justificaria o sinal de Courvoisier, visto que a 
obstrução ocorre de forma mais proximal, por compressão do ducto intra-hepático ou invasão 
da árvore biliar proximal (LETRA D INCORRETA). Resposta: letra A. 
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Questão 550513:
Questão direta e conceitual em relação à epidemiologia das hérnias da região da virilha e 
que volta e meia aparece em prova! A maior parte das hérnias de parede abdominal são 
INGUINAIS e ocorrem no sexo masculino. Dessas, 2/3 são INDIRETAS, independentemente do 
sexo. Vale lembrar ainda a epidemiologia das hérnias de parede abdominal: Resposta: letra 
D. 
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Questão 550514:
O sinal de Prehn positivo(alívio da dor após elevação mecânica manual do testículo) e o 
sinal de Angel negativo (ausência de horizontalização do eixo de testiculo acometido) 
sugerem o diagnóstico de epididimite (letra A correta). Classicamente, essa manobra é 
realizada para se fazer o diagnóstico diferencial com a torção testicular (letra C 
incorreta), apesar da exclusão da torção só poder ser realizada de forma acurada com o 
Doppler da bolsa escrotal. O diagnóstico de hematocele, quando não evidente clinicamente, 
pode ser sugerido através da transiluminação (letra D incorreta) e a hérnia através da 
manobra de Valsalva (letra B incorreta). Resposta: letra A. 
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Questão 550515:
Vamos avaliar as alternativas em relação à doença diverticular dos cólons, em busca da 
incorreta. Letra A: correta. Estes são os fatores relacionados ao surgimento dos 
divertículos. Letra B: correta. A entrada dos vasos retos no cólon propicia uma área de 
fraqueza, sendo geralmente o local onde surgem os divertículos. Letra C: incorreta. Um 
pseudodivertículo é aquele que envolve em sua protusão apenas as camadas mucosa e 
submucosa, sem envolvimento da camada muscular. Quando todas as camadas estão envolvidas, 
ele será chamado de um divertículo verdadeiro. Letra D: correta. Em virtude de diferentes 
fatores, com a alteração da pressão no cólon esquerdo e sigmoide, menor calibre destas 
porções e consistência das fezes nestes locais, estas são as regiões mais frequentemente 
acometidas por divertículos. Gabarito: letra C. 
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Questão 550516:
Estamos diante de um paciente vítima de atropelamento com fratura de pelve em livro aberto 
e com lençol amarrado em torno da pelve. Após reposição volêmica inicial, permanece com 
taquicardia e hipotensão arterial. Além disso, o FAST realizado na sala de emergência foi 
positivo. A questão deseja saber qual a próxima conduta a ser tomada mais adequada para o 
caso. Repare que estamos avaliando o item C do nosso ABCDE, que significa avaliação 
hemodinâmica (circulation) e controle da hemorragia. Uma máxima utilizada no trauma é que 
todo paciente, vítima de trauma, HIPOTENSO, até se prove o contrário, apresenta choque 
hemorrágico e hipovolêmico. Ou seja, o paciente está sangrando. A hemorragia é a principal 
causa de morte evitável em um cenário de trauma. Por isso, é fundamental a identificação 
rápida e o controle da hemorragia, bem como a reposição volêmica. Agora, de onde o 
paciente pode sangrar? No caso do paciente em questão, com as informações que foram dadas 
no enunciado, ficamos com dois possíveis focos do sangramento do paciente: pelve e abdome. 
Pelve porque foi nos dito que há fratura em livro aberto, que pode levar ao sangramento do 
plexo venoso pélvico (mas teoricamente o sangramento desse sítio está controlado com a 
amarrada com o lençol da pelve). Além disso, temos o abdome porque há relato de um FAST 
positivo! Ou seja, nosso paciente está hipotenso por conta de um sangramento intrabdominal 
e a nossa conduta deve ser a laparotomia exploradora para diagnóstico e controle da lesão. 
Na sequência (ou até mesmo simultaneamente em alguns serviços referência em trauma) a 
fixação cirúrgica da pelve deve ser realizada pela equipe da ortopedia. Resposta: letra E. 
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Questão 550517:
A síndrome de dumping é uma complicação esperada no pós-operatório de pacientes que 
realizam gastrectomias, causada pela passagem rápida de alimentos para o intestino delgado 
na ausência do piloro. Ocorre mais frequentemente na gastrectomia parcial com reconstrução 
a Billroth tipo II (LETRA B CORRETA), sendo também observado em até 50% dos casos das 
cirurgias bariátricas tipo bypass com reconstrução em Y-de-Roux. Ela pode ser dividida em 
sintomas iniciais (dumping precoce) e tardios (dumping tardio). Os sintomas do dumping 
precoce costumam ocorrer durante ou logo após uma refeição (em 15-30 minutos) e são 
geralmente gastrointestinais e vasomotores: náuseas, vômitos, diarreia explosiva, dor 
abdominal, rubor facial, tonteira, taquicardia e sudorese (LETRA A INCORRETA). A 
fisiopatologia é a seguinte: a “inundação” do delgadopelo conteúdo alimentar hiperosmolar 
leva ao desvio de líquido do plasma sanguíneo para o lúmen intestinal, causando contração 
do volume plasmático e distensão intestinal aguda. Já o dumping tardio ocorre de 1-3h após 
uma refeição e está relacionado principalmente à chegada de carboidratos no intestino 
proximal, que leva à uma hiperinsulinemia reativa à elevação rápida da glicemia, 
provocando sintomas de hipoglicemia (LETRA C INCORRETA). O tratamento consiste, sobretudo, 
em medias dietéticas não farmacológicas, como o fracionamento da dieta (LETRA D 
INCORRETA). Resposta: letra B. 
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Questão 550518:
Questão conceitual e direta sobre antibioticoprofilaxia. A questão deseja saber qual a 
recomendação de uso de antibioticoprofilaxia para uma paciente que será submetida a 
histerectomia eletiva por via transvaginal devido a mioma uterino. Lembre-se que o 
antibiótico profilático está indicado nas cirurgias contaminadas, potencialmente 
contaminadas e nas cirurgias limpas com a utilização de prótese. A histerectomia é 
considerada uma cirurgia potencialmente contaminada, pois penetra no trato geniturinário, 
sem extravasamento significativo de conteúdo. São exemplos de cirurgias potencialmente 
contaminadas: cirurgia orofaríngea, esôfago, jejunoileal, biliar, cólon-reto, urológica, 
histerectomia (tanto vaginal quanto transabdominal) e cesariana. A antibioticoprofilaxia 
deve ser feita de preferência imediatamente antes da incisão cirúrgica, mas pode ser feita 
até 60 minutos antes da incisão cirúrgica. E qual o antibiótico que deve ser utilizado 
nesse caso? O que cubra germes de pele (gram positivos), portanto, a cefazolina é uma boa 
opção.Resposta: letra C. 
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Questão 550519:
Diante de um paciente com apendicite aguda, independentemente da medicação que ele 
utiliza, qual deve ser a conduta? Sem dúvidas, cirurgia, o mais precoce possível. Devemos 
suspender o AAS 7–10 dias antes de um procedimento eletivo, não no contexto de um 
procedimento de urgência. Nesta situação, o cirurgião deve ter um cuidado redobrado em 
relação à hemostasia deste paciente. Portanto, a melhor conduta é a realização de cirurgia 
imediata. Lembre-se de que a via preferencial é a via videolaparoscópica, até mesmo porque 
esta abordagem minimiza os sangramentos provenientes da incisão na parede abdominal. 
Resposta: letra B. 
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Questão 550520:
Vamos avaliar as opções: Letra A: incorreta. O cisto de colédoco é uma anomalia congênita 
na qual uma ou mais porções da via biliar sofrem uma dilatação cística permanente. Na 
maioria das vezes, apresenta-se na infância, antes ou após os dois anos de vida. A tríade 
clássica consiste em icterícia, dor no QSD e massa palpável mas está presente na minoria 
dos casos (10%). A maioria dos pacientes se manifesta com dor biliar e icterícia 
flutuante, simulando uma coledocolitíase. A doença também pode se manifestar na fase 
adulta, sem massa palpável. Na USG temos uma dilatação de vias biliares sem cálculos. 
Letra B: incorreta A colangite cursa com a Tríade de Charcot (icterícia com colúria + dor 
biliar + febre alta com calafrios) ou Pêntade de Reynolds (tríade de Charcot + hipotensão 
+ estado confusional) na forma supurativa ou tóxica. Nosso paciente não apresenta febre. 
Geralmente a colangite ascendente é decorrente de cálculo intraluminal no colédoco. Letra 
C: incorreta. O quadro clínico é até sugestivo (dor aguda associada a náuseas e vômitos) e 
a maioria dos casos está associada ao alcoolismo ou cálculos biliares. Quase todos os 
pacientes com pancreatite aguda apresentam dor abdominal superior aguda no início. A dor é 
constante e pode estar no epigástrio médio, quadrante superior direito, difusa ou, 
raramente, confinada ao lado esquerdo. A cólica biliar, que pode anunciar ou progredir 
para pancreatite aguda, pode ocorrer pós-prandial. Na USG vemos um pâncreas hipoecoico 
difusamente aumentado. A pancreatite, porém, não é causada por compressão extrínseca, mas 
sim pela passagem intraluminal de cálculos ou microcálculos com obstrução. Letra D: 
correta. A síndrome de Mirizzi é a obstrução de ducto hepático comum por um cálculo 
impactado no infundíbulo da vesícula ou no ducto cístico. A compressão ocorre por dois 
fenômenos: efeito mecânico pela proximidade das estruturas e secundária à inflamação do 
ducto. Por se manifestar com síndrome colestática, esta condição faz diagnóstico 
diferencial com diversas outras entidades: coledocolitíase, estenose cicatricial de 
colédoco, colangite esclerosante, tumores que obstruem a via biliar etc. Resposta: letra 
D. 
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Questão 550521:
Vamos recapitular as principais indicações de toracotomia de urgência:- Hemotórax maciço, 
com drenagem imediata de 1.500 ml ou mais de sangute pelo dreno tubular de toracostomia ou 
saída de 200 ml/h nas primeiras duas a quatro horas iniciais;- Lesões penetrantes na 
parede torácica anterior com tamponamento cardíaco;- Feridas da caixa torácica de grandes 
dimensões;- Lesões de vasos nobres no tórax na presença de instabilidade hemodinâmica;- 
Lesões traqueobrônquicas extensas;- Evidência de perfuração esofagiana.Repara que na 
durante durante a drenagem torácica da nossa paciente houve saída de 1600 ml, ou seja, uma 
indicação clássica de toracotomia de urgência.Resposta: letra B. 
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Questão 550522:
Em relação ao câncer gástrico: A- Incorreta: O câncer gástrico acomete mais o sexo 
masculino, com mais de 60% dos casos novos e mortes ocorridas em homens. É uma doença de 
indivíduos idosos, com pico de incidência na sétima década de vida. B- Incorreta: A 
gastrite crônica atrófica é a condição precursora mais comum do câncer gástrico. Na 
maioria dos casos apresenta relação com H. pylori, sendo chamada de gastrite atrófica 
multifocal. A gastrite crônica atrófica pode ter outra etiologia, como a autoimune, 
condição encontrada em pacientes com anemia perniciosa. Nesses casos, observamos o 
envolvimento do corpo gástrico — gastrite corporal difusa. A associação de gastrite 
atrófica com o Ca de estômago ocorre com ou sem metaplasia intestinal. C- Correta: A 
maioria dos cânceres gástricos são esporádicos, no entanto, cerca de 10% dos casos podem 
apresentar uma relação familiar. Desses, o mais compreendido é o CÂNCER GÁSTRICO DIFUSO 
HEREDITÁRIO (CGDH). É uma forma peculiar de câncer gástrico do subtipo DIFUSO, sendo um 
tumor altamente invasivo e de mau prognóstico. A ocorrência do CGDH está relacionada à 
perda da expressão da molécula de adesão E-CADERINA. Apresenta característica autossômica 
dominante com alta penetrância, sendo indicada a gastrectomia profilática entre 20-30 anos 
para os casos assintomáticos, devido o risco de desenvolvimento do CA gástrico ao longo da 
vida. D- Incorreta: Uma dieta rica em sal e em alimentos defumados contendo nitritos ou 
compostos de nitrosamina é um fator de risco estabelecido. A colonização gástrica por 
micro-organismos, consequência de gastrite atrófica (acloridria) ou de antrectomia, 
acelera a conversão de nitritos da dieta em nitrosaminas. E- Incorreta: A anemia 
perniciosa leva a Gastrite atrófica autoimune, não estando relacionada a hipercloridria. 
Respsota: Letra C. 
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Questão 550523:
Estamos diante de uma paciente de 48 anos com história de perda de peso e disfagia 
progressiva há 2 anos. Traz esofagograma com afilamento distal do esôfago, famoso sinal do 
"bico de pássaro". Sem dúvidas, com este contexto, a nossa grande hipótese é a acalásia. 
Lembra que esta condição acontece por ausência derelaxamento do esfíncter esofagiano 
inferior. A manometria evidenciou relaxamento incompleto do esfíncter inferior, ausência 
de peristalse e atividade contrátil do corpo esofágico. A questão nos pede em qual grau da 
classificação de Chicago a nossa paciente se encontra. Esta classificação serve para 
analisar os distúrbios motores baseados nos achados da manometria. Vamos aproveitar para 
revisarmos a Classificação de Chicago na avaliação da acalásia: Tipo I — Esfíncter 
Esofágico Inferior (EEI): relaxamento incompleto/Corpo Esofágico (CE): ausência de 
pressurização esofágica, ou seja, ausência de peristalse e atividade contrátil do corpo 
esofágico. Tipo II — EEI: relaxamento incompleto/CE: aperistalse e pressurização 
panesofágica em no mínimo 20% das deglutições. Tipo III — EEI: relaxamento incompleto/CE: 
contrações prematuras (espásticas) com integral de contratilidade distal (DCI) > 450 
mmHg.s.cm em ≥ 20% das deglutições. Como os achados manométricos da nossa paciente foram 
relaxamento incompleto do esfíncter inferior, ausência de peristalse e atividade contrátil 
do corpo esofágico, sem dúvidas, estamos diante de uma acalásia tipo I da Classificação de 
Chicago. Resposta: letra B. 
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Questão 550524:
A Intubação de Sequência Rápida (ISR) é um procedimento que pode ser utilizado tanto em 
situações eletivas — como na anestesia de indivíduos com alto risco de broncoaspiração 
(obstrução intestinal, estenose pilórica, gestação, obesidade etc.) — quanto em 
emergências, como nas vítimas de lesões multissistêmicas que necessitam de acesso 
definitivo à via aérea... Vamos rever a ISR: após um preparo adequado e pré-oxigenação com 
O■ a 100%, administramos a indução venosa com um agente de ação rápida (propofol, por 
exemplo) e um bloqueador neuromuscular de curta ação, sendo a succinilcolina a droga 
comumente empregada. Por fim, ocorre a intubação, com o anestesista lançando mão da 
manobra de Sellick (compressão da cartilagem cricoide), o que evita a aspiração do 
conteúdo gástrico. Sendo assim, a opção C é a correta. Resposta: letra C. 
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Questão 550525:
A pancreatite aguda é uma doença potencialmente grave, devido ao processo inflamatório 
sistêmico resultante do acometimento desse órgão e das potenciais complicações locais. 
Assim, devemos avaliar a gravidade e prognóstico por exames laboratoriais e de imagem. Os 
primeiros permitem a estratificação pelos critérios de Ranson, constituídos por: Idade, 
contagem de leucócitos, LDH, AST (TGO), glicemia, queda do hematócrito, aumento do BUN, 
cálcio, PO2, déficit de bases, e perda de fluidos. Gabarito: Alternativa B. 
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Questão 550526:
Em primeiro lugar, vamos recordar alguns conceitos básicos. O enxerto consiste na 
transferência de um tecido de uma área, conhecida como doadora, para outra região, chamada 
de receptora. Este tecido não leva consigo sua vascularização original. Sendo assim, a 
nutrição do enxerto é determinada pela área receptora. O enxerto pode ser de pele (muito 
comum), gordura, cartilagem etc. Os retalhos são considerados transplantes pediculados de 
tecidos. Em outras palavras, na transferência de um tecido da área doadora para a 
receptora, este leva consigo sua vascularização original. Os retalhos são habitualmente 
empregados na cobertura de feridas complexas, com exposição óssea, de tendões e/ou de 
nervos; nas situações onde a área receptora tem leito vascular duvidoso, damos preferência 
para o retalho também. Agora, vamos às alternativas. Como vimos, na presença de exposição 
óssea, a melhor abordagem consiste no uso de retalhos, pois este tecido leva a sua 
vascularização e inicialmente “protege” com maior eficácia o osso exposto – opção A 
errada. O enxerto de pele parcial é formado pela epiderme e parte da derme. O fenômeno de 
contração do enxerto que ocorre na área receptora (a chamada contração secundária) se deve 
aos miofibroblastos dessa região; o enxerto de pele parcial fica mais propenso a se 
contrair. Contudo, no enxerto de pele total (epiderme e derme) a contração secundária é 
observada com menor frequência; devido à maior espessura da derme, o fenômeno de 
integração com área receptora é mais eficiente – opção B certa. Habitualmente, as 
queimaduras de segundo grau profundas e as de terceiro grau são abordadas com a excisão do 
tecido queimado seguida de enxertia; nesses casos, como não há exposição de estruturas 
nobres, os retalhos não são necessários – opção C errada. De acordo com o tipo de 
transferência, os retalhos são classificados como de avanço, de rotação, de transposição 
ou de interpolação. O retalho V-Y é de avanço; nesse procedimento, uma área de tecido 
saudável acima do defeito a ser recoberto é recortada em forma de V invertido e esse 
tecido é estendido para cobrir todo o defeito. Nesse contexto, o emprego de enxerto em 
área doadora é uma afirmação absurda – opção D errada. 
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Questão 550527:
As cirurgias puramente disabsortivas estão proibidas no Brasil. As opções de balão 
intragástrico (LETRA A), gastrectomia vertical (LETRA B) e banda gástrica ajustável (LETRA 
E) são procedimentos puramente restritivos, enquanto o by pass gástrico em Y-de-Roux, 
conhecido como Cirurgia de Capella (LETRA D) é uma técnica mista com predomínio de 
restrição. Desta forma, a derivação bileopancreática, que pode ser associada à 
gastrectomia vertical (switch duodenal) ou horizontal (Scopinaro), representa a opção com 
maior grau de disaborção disponível em nosso país. Resposta certa: LETRA C. 
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Questão 550528:
A questão descreve um episódio presenciado de aspiração de corpo estranho em que a criança 
está consciente, mas cianótica e sem conseguir emitir som ou choro. Nestes casos, devemos 
iniciar manobras que induzam uma "tosse artificial", aumentando a pressão intratorácica e 
desalojando o corpo estranho da via aérea. Em menores de um ano, está indicado que se 
realizem cinco golpes nas costas e cinco compressões torácicas até que ocorra a 
desobstrução, sinalizada por choro ou tosse efetiva ou até que o paciente fique 
inconsciente, quando deve se iniciar, então, a RCP. Em maiores de um ano está indicada a 
manobra de Heimlich (compressões abdominais na região entre a cicatriz umbilical e 
apêndice xifoide). Resposta: letra D. 
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Questão 550529:
Uma das triagens neonatais que integra o Programa Nacional de Triagem Neonatal é 
popularmente conhecida como teste da linguinha. A avaliação consiste em um protocolo 
padronizado que avalia características do frênulo lingual. Objetiva a identificação de 
alterações no frênulo lingual, ou seja, o diagnóstico precoce de anquiloglossia. Nos casos 
em que é identificada uma anquiloglossia severa, a frenotomia pode ser indicada antes 
mesmo da alta hospitalar. Resposta: letra B. 
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Questão 550530:
Aproveite esta questão para resgatar um conceito fundamental: a sinusite bacteriana aguda 
na infância é uma doença que deve ter o seu diagnóstico estabelecido a partir de critérios 
clínicos. Não há recomendação para a realização rotineira de exames de imagem (letra C 
errada). Os principais microrganismos são os indicados na letra B (Streptococcus 
pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis). A droga de escolha para o 
manejo das crianças continua sendo a amoxicilina (ainda que algumas sociedades já 
recomendem a terapia empírica inicial com amoxicilina-clavulanato). Lembre-se de que a 
sinusite agudaé aquela com duração inferior a 12 semanas; os quadros crônicos têm duração 
de 12 semanas ou mais (letra A correta). Existem diversas complicações descritas, tais 
como as indicadas na letra D (a celulite periorbitária e a celulite orbitária são 
complicações, principalmente, dos quadros de sinusite etmoidal). Resposta: letra C. 
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Questão 550531:
O termo enurese é usado para caracterizar a perda involuntária de urina após os cinco anos 
de idade durante o sono. O quadro pode ser primário ou secundário. Dizemos que a enurese é 
primária quando a criança nunca apresentou o controle miccional noturno; dizemos que o 
quadro é secundário quando houve o controle por pelo menos 6 meses. Além disso, o quadro 
pode ser classificado como sendo monossintomático ou não monosintomático. No quadro 
monossintomático, a única alteração encontrada é a própria enurese; já no quadro não 
monossintomático, encontramos outras alterações referentes ao trato urinário inferior, 
como sintomas de disfunção miccional. Os quadros monossintomáticos mais comumente são 
idiopáticos e parecem estar relacionados com predisposição genética, não sendo necessária 
a realização de qualquer investigação adicional na maioria das vezes. Já nos quadros não 
monossintomáticos, pode ser possível a investigação de alterações funcionais ou 
anatômicas. Veja cada uma das opções. Letra A: incorreta. Com o passar dos anos, a 
prevalência do quadro vai diminuindo, mas pode persistir mesmo após oito anos. Letra B: 
incorreta: na enurese monossintomática não há qualquer sintoma diurno, apenas a 
incontinência durante o sono. Letra C: incorreta. O termo enurese diurna não deve ser 
usado... Qualquer episódio de incontinência durante o sono é chamado de enurese. Letra D: 
correta. Nos quadros monossintomáticos não é esperada qualquer alteração orgânica 
subjacente. Letra E: incorreta. Basta o retorno após seis meses sem perdas urinárias para 
caracterizamos o quadro de enurese secundária. Resposta: letra D. 
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Questão 550532:
Lactente com febre de 39ºC e comprometimento do estado geral. Foi corretamente submetido a 
alguns exames, incluindo avaliação da urina que evidenciou bacilos Gram-negativos e 
leucocitúria. Diante disso, ainda não é possível confirmar o diagnóstico de infecção do 
trato urinário, confirmação essa que virá somente com a realização de Urinocultura (URC). 
Mesmo sem a certeza do diagnóstico, não se deve aguardar o resultado da URC para início do 
tratamento. Diante de um quadro de febre com um EAS sugestivo de ITU, deve-se colher a URC 
e iniciar imediatamente o tratamento com antibiótico, uma vez que a demora no início da 
antibioticoterapia pode fazer com que a criança evolua com cicatriz renal. No caso de um 
resultado negativo da cultura, o antibiótico pode ser suspenso. O tratamento do bebê em 
questão deve ser hospitalar: trata-se de uma criança de 29 dias de vida com 
comprometimento do estado geral, não havendo dúvidas de que o tratamento não poderá ser 
ambulatorial. Não existe um consenso em relação à idade mínima que indica a necessidade do 
tratamento hospitalar, sendo comum a descrição da internação de todos os menores de três 
meses; neste caso, como há estado geral comprometido, a internação seria mandatória de 
qualquer modo. Há vários esquemas possíveis, como o uso de cefuroxima, aminoglicosídeos e 
outras cefalosporinas. Resposta: letra C. 
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Questão 550533:
Ao exame físico desse adolescente de 12 anos, você identifica um problema que está 
afetando as vias aéreas inferiores: sibilos e estertores subcreptantes em bases 
pulmonares. O principal diagnóstico diferencial que devemos estabelecer é entre pneumonia 
bacteriana típica e pneumonia por microrganismos atípicos. Não há dúvidas de que o quadro 
apresentado não tem nada de típico. Além da evolução insidiosa, há uma riqueza de 
manifestações extrapulmonares que não costumam ser encontradas nas infecções 
pneumocócicas. O quadro é mais sugestivo de infecção pelo Mycoplasma pneumoniae. Na 
pneumonia por este agente, temos um quadro geralmente mais arrastado, com cefaleia, 
mal-estar, febre, odinofagia, evoluindo com manifestações de vias aéreas inferiores, como 
tosse e também rouquidão. Outra alteração bem sugestiva é a miringite bolhosa (isto pode 
estar presente em infecções virais, mas, neste contexto, reforça a suspeita de infecção 
pelo mycoplasma). O tratamento é feito com macrolídeos como a eritromicina, claritromicina 
ou azitromicina. Logo, gabarito letra E. 
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Questão 550534:
Qualquer criança com quadro de febre, pancitopenia e perda de peso deve ser investigada 
para leucemia aguda... Além disso, a presença de hepatoesplenomegalia com importante 
aumento do baço (leia-se esplenomegalia de grande monta) deve nos fazer lembrar, nesse 
contexto, da leishmaniose visceral. Anemia falciforme não é causa de pancitopenia (A 
errada). Mononucleose infecciosa leva a micropoliadenopatia associada à hepatoespleno (C 
errada) - no hemograma, observa-se linfocitose com atipia. Lúpus pode determinar qualquer 
quadro clínico, mas, além da pancitopenia, não há nada marcadamente associado a essa 
doença - não há relato de lesão renal, de acometimento de sistema nervoso central, serosas 
(D errada). Resposta: B. 
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Questão 550535:
As principais hipovitaminoses abordadas nas provas são justamente as que aparecem nas 
opções de resposta desta questão e é fundamental que você conheça as principais 
características de cada uma delas. O quadro descrito traz manifestações clássicas de 
raquitismo, tipicamente associado com a deficiência de vitamina D. O raquitismo se 
desenvolve por uma alteração na mineralização do osteoide de um osso em crescimento, 
especialmente no local da placa de crescimento (antes do fechamento epifisário). As 
principais manifestações clínicas encontradas incluem: craniotabes, atraso no fechamento 
das fontanelas e bossa frontal; alargamento de articulações (principalmente punhos e 
tornozelos); formação do rosário raquítico (pelo alargamento das junções costocondrais, 
descrito pela banca como nodosidades na parede torácica), presença do sulco de Harrison, 
além de deformidades angulares na coluna vertebral; e deformidades angulares nos membros. 
Lembre-se de que a deficiência de vitamina C leva ao quadro de escorbuto, que cursa com 
manifestações hemorrágicas (petéquias perifoliculares) e também com formação do rosário 
escorbútico. A deficiência de vitamina A pode ter várias manifestações, sendo que as mais 
peculiares são aquelas relacionadas aos olhos e função visual. E, por fim, a 
hipovitaminose E pode levar ao estabelecimento de manifestações neurológicas e, nos 
recém-nascidos prematuros, está associada com anemia hemolítica. Cabe indicar que o 
paciente do quadro apresenta uma condição que predispõe ao maior risco de hipovitaminose 
D, que é a fibrose cística (aumenta o risco para a deficiência das vitaminas 
lipossolúveis). Resposta: letra C. 
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Questão 550536:
Durante a reanimação cardiopulmonar, devemos, a cada dois minutos, fazer a verificação do 
ritmo do paciente pelo monitor cardíaco. Ao verificarmos que há um ritmo organizado, está 
indicada a verificação do pulso. Isso se faz necessário para determinarmos se houve o 
retorno da circulação, se o pulso estiver presente, ou se o paciente continua em parada 
cardiorrespiratória, se o pulso permanecer ausente (neste caso, se observado um ritmo 
sinusal, seria um quadro de Atividade Elétrica Sem Pulso – AESP). Caso esta última 
situaçãose configure, serão retomadas as manobras de reanimação (compressões torácicas, 
ventilação, administração de adrenalina a cada três ou cinco minutos, e avaliação e 
tratamento das causas reversíveis). Resposta: letra E. 
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Questão 550537:
O que ocorreu neste caso não é incomum na vida real! A ausência do “olho vermelho” na 
fotografia feita com flash pode sinalizar a presença de alguma doença subjacente — o olho 
vermelho na fotografia indica (da mesma forma que é feito na pesquisa do reflexo vermelho) 
que o eixo visual está transparente e que a coloração vermelho-alaranjada da retina está 
sendo visualizada pela pupila. Qualquer opacidade neste trajeto ou doença na retina pode 
levar à alteração descrita. Dentre as condições listadas, a única que causa leucocoria 
(reflexo pupilar branco) é o retinoblastoma. Esta é a neoplasia maligna intraocular mais 
comum da infância e a apresentação inicial mais comum é a do reflexo ocular branco, ou 
sinal do “olho do gato”. Outras manifestações incluem o estrabismo, o eritema conjuntival 
e a diminuição da acuidade visual. Resposta: letra C. 
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Questão 550538:
As alterações descritas que são bem típicas das encontradas na acantose nigricans, uma 
hiperpigmentação da pele que surge principalmente nas axilas e no pescoço, podem ser 
detectadas nos casos de obesidade com hiperinsulinismo. Nem precisamos saber qual o 
percentil de índice de massa corporal deste adolescente para termos a certeza de que é um 
indivíduo obeso. As lesões encontradas na acantose nigricans tipicamente consistem em 
placas simétricas, hiperceratóticas, hiperpigmentadas, com linhas acentuadas nas regiões 
intertriginosas. A região cervical posterior e as axilas são os locais mais comuns, mas 
outras regiões podem ser acometidas. O objetivo inicial no tratamento destes pacientes é a 
perda ponderal. Resposta: letra D. 
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Questão 550539:
Onfalocele é um defeito na parede abdominal, na inserção do cordão umbilical, com 
herniação de órgãos abdominais. O diagnóstico pré-natal baseia-se na demonstração do 
defeito na linha média da parede abdominal, com presença de saco herniário com conteúdo 
visceral no qual se insere o cordão umbilical. O defeito é caracterizado pela ausência dos 
músculos abdominais, fáscia e pele e é coberto por uma membrana avascular, o saco 
peritoneal. A migração das alças intestinais no cordão umbilical ocorre normalmente entre 
8 e 12 semanas de gestação e falha no retorno das alças intestinais para a cavidade 
abdominal resulta na formação da onfalocele. A gastrosquise, por sua vez, consiste em 
herniação de vísceras não coberta por membrana, geralmente à direita do cordão umbilical. 
Resposta correta: Letra B. 
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Questão 550540:
O tema saúde bucal cada vez mais aparece nas provas de pediatria e há uma razão para tal. 
Tais orientações são importantes e com frequência o pediatra acaba sendo o primeiro 
profissional de saúde a ter a oportunidade de dá-las. Até alguns anos, havia a 
recomendação de que a higienização não fosse feita com flúor nos primeiros anos de vida, 
mas isso mudou. A cárie dentária é a doença crônica mais comum na infância e sua presença 
tem impacto negativo na qualidade de vida da criança. Assim, um dos tópicos fundamentais a 
serem enfatizados é o efeito do fluoreto no controle da cárie. Com base na melhor 
evidência científica, os dentes devem ser regularmente higienizados com um dentifrício 
fluoretado. A recomendação é o uso de dentifrício fluoretado para todas as crianças a 
partir da irrupção do primeiro dente em uma quantidade de um grão de arroz até os 3 anos e 
um grão de ervilha a partir de então. Resposta: letra D. 
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Questão 550541:
Diante de uma pré-escolar de 3 anos com quadro de diarreia com sangue e muco, associado a 
quadro de anemia aguda grave com plaquetopenia e oligúria, deve-se pensar obrigatoriamente 
em síndrome hemolítico-urêmica, causa de anemia hemolítica microangiopática! Nesta 
patologia, a trombose dos glomérulos é a causa da destruição das hemácias, da 
plaquetopenia (consumo plaquetário) e da lesão renal aguda. Neste caso, para que as 
hemácias consigam passar pelos capilares trombosados, elas acabam sofrendo deformação 
excessiva, a ponto de se romperem. As evidências laboratoriais são elevação de 
reticulócitos, hiperbilirrubinemia indireta, aumento da LDH e presença de esquizócitos no 
esfregaço do sangue periférico. A conduta é suporte clínico. Com relação às demais 
alternativas: a glomerulonefrite difusa aguda cursa com hipertensão, diferentemente do que 
ocorreu com a pré-escolar (alternativa B errada); o lúpus eritematoso sistêmico juvenil 
apresenta quadro mais arrastado e com alterações clínicas diferentes das apresentadas, 
como a leucopenia; a clínica do paciente não é compatível com o diagnóstico de púrpura de 
Henoch-Schönlein (vasculite por IgA), pois faltou o quadro clínico de púrpura (alternativa 
D errada); por fim, a doença inflamatória intestinal não é causa de lesão renal aguda 
(alternativa E errada). Resposta: letra A. 
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Questão 550542:
Caso emblemático! Mesmo sem muitas informações, conseguimos identificar apresentação 
típica de uma das cardiopatias congênitas mais comuns da infância: a Comunicação 
Interatrial (CIA). A principal característica é presença de um desdobramento fixo da 
segunda bulha é tipicamente encontrada nesta condição e pode ser a única manifestação 
encontrada, não sendo incomum que ocorra exatamente o que aconteceu neste caso, o achado 
durante um exame de rotina em um a criança sem queixas. Entenda por qual razão isso 
ocorre: defeito no septo interatrial permite o desvio de sangue do átrio esquerdo para o 
átrio direito, o que leva ao aumento no volume diastólico do ventrículo direito e 
prolongamento do seu esvaziamento. Com isso, há o desdobramento fixo da segunda bulha (não 
ocorre a habitual variação na inspiração e expiração, que lava o desdobramento fisiológico 
da segunda bulha). Cabe lembrar que o sopro auscultado não surge pela passagem do fluxo 
sanguíneo através defeito, mas sim por uma estenose relativa da valva pulmonar (pelo 
aumento do volume de sangue que por aí passa). A comunicação interventricular não costuma 
levar a esta alteração porque, embora ocorra shunt do ventrículo esquerdo para o direito, 
não cursa com aumento do volume diastólico final do ventrículo direito, pois a passagem de 
sangue ocorre principalmente na sístole ventricular. Resposta: letra D. 
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Questão 550543:
A comunicação interventricular é uma cardiopatia congênita acianótica que cursa com 
hiperfluxo pulmonar. Uma das possíveis complicações desta cardiopatia é justamente o que 
nosso paciente está apresentando - uma insuficiência cardíaca, por conta dessa sobrecarga 
de volume. O achado de taquipneia, sibilância nas ausculta, rebaixamento de fígado indicam 
uma congestão sistêmica, que ocorre pela falha da bomba cardíaca. Uma anemia muito severa 
até pode causar insuficiência cardíaca (cor anêmico) e cursar com esses sinais e sintomas, 
mas essa não será nossa primeira hipótese em um paciente portador de cardiopatia. Cor 
pulmonale, por definição, é a falência cardíaca secundária a um problema pulmonar, como 
hipertensão pulmonar, por exemplo. Os portadores de CIV sem tratamento até podem evoluir 
para hipertensão pulmonar (Síndrome de Eisenmenger), mas essa complicação ocorre em 
pacientes mais velhos. A miocardite também é umacausa importante de insuficiência 
cardíaca na faixa etária pediátrica, mas o quadro tem apresentação mais aguda, não um 
quadro arrastado de um mês, além de cursar com sintomas decorrentes da infecção viral 
(febre, diarreia, vômitos). Resposta: letra A. 
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Questão 550544:
Vamos analisar cada afirmativa a respeito dos sopros cardíacos na infância. a) INCORRETA. 
Os sopros inocentes são bastante comuns na infância - cerca de 50 a 70% das crianças 
apresentarão sopro em algum momento, sendo a maioria em idade escolar. b) CORRETA. Esta é 
uma característica dos sopros inocentes - aparecem ou se agravam em estados 
hiperdinâmicos, como febre e anemia, por exemplo. c) INCORRETA. Não há nem margem para 
dúvidas! O que caracteriza um sopro inocente é a ausência de outras anormalidades ao exame 
físico e em exames complementares (que nem sempre precisarão ser solicitados). d) 
INCORRETA. O sopro inocente mais comum é o sopro de Still, ocasionado por áreas de 
estreitamento na via de saída do ventrículo esquerdo. e) INCORRETA. Nos pacientes sem 
outras anormalidades ao exame físico e sem outros dados que chamem a atenção na anamnese, 
realmente não será necessário prosseguir a investigação. Mas no caso por exemplo de um 
zumbido venoso, que é um sopro inocente, dificilmente conseguiremos distinguí-lo de uma 
fístula arterio venosa ou até de uma persistência do canal arterial sem que seja feita uma 
investigação complementar. Resposta: letra B. 
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Questão 550545:
O edema cerebral é uma das complicações mais temidas da cetoacidose diabética (CAD), 
principalmente em crianças. Ele ocorre em 0,8-0,9% dos casos e possui uma taxa de 
mortalidade de 21-24%. Em geral, a lesão cerebral ocorre nas primeiras 12h de tratamento. 
Sua fisiopatologia não está completamente elucidada, porém a principal hipótese é a teoria 
baseada na alteração osmótica. Entenda: na cetoacidose diabética, pela hiperglicemia, há 
um aumento da osmolaridade plasmática, fazendo com que os neurônios acumulem osmoles 
idiogênicos intracelulares para tentar manter um equilíbrio osmótico. Com o início do 
tratamento, a reposição de fluidos e a rápida correção de glicemia geram um declínio na 
osmolaridade intravascular, resultando em um movimento de água mediado osmoticamente para 
os neurônios (que estão “cheios” de osmoles idiogênicos). A consequência deste processo 
seria edema cerebral, com aumento da pressão intracraniana e lesão cerebral. Apesar de ser 
uma hipótese plausível, alguns estudos questionaram essa teoria como verdade única e 
absoluta. Teorias atuais também relacionam esse evento com algum grau de hipoperfusão 
cerebral e neuroinflamação. Dito isso, fica evidente que as afirmativas I, II e III estão 
corretas. Resposta: letra C. 
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Questão 550546:
As vacinas de agente vivos são aquelas compostas por micro-organismos atenuados, ou seja, 
nas quais as cepas selvagens são atenuadas através da passagem por sucessivos meios 
especiais de cultura. As vacinas de agentes vivos de nosso calendário são: BCG, vacina 
oral de rotavírus humano, vacina oral contra poliomielite, febre amarela, tríplice viral 
(sarampo, rubéola e caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e 
varicela. Os antígenos atenuados são inoculados no indivíduo, se multiplicam e provocam 
uma infecção que é semelhante à infecção natural no organismo, porém muito mais branda. 
Como ocorre a replicação dos micro-organismos, tais vacinas são capazes de causar a 
própria doença associada ao antígeno vacinal. Por isso, esse tipo de vacina, como regra 
geral, não deve ser administrado em imunossuprimidos (como aqueles com imunodeficiência 
congênita ou adquirida, em uso de tratamento imunossupressor ou de corticoterapia 
sistêmica em doses maiores ou iguais a 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente por um 
período maior que 14 dias), pacientes com neoplasias malignas ou gestantes. Além disso, 
recomenda-se que as mulheres não engravidem até 30 dias após terem recebido as vacinas de 
agentes vivos. Como qualquer outra vacina, também há contraindicação em caso de reação 
anafilática após a administração de dose prévia da vacina ou reação anafilática a 
componentes da vacina. Antecedente familiar de convulsão não constitui contraindicação à 
realização dessas vacinas – nem daquelas de agentes inativados. Resposta: letra A. 
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Questão 550547:
A vacina composta pelo BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), não costuma provocar reações 
gerais. Nos menores de um ano observa-se uma reação local da lesão que evolui entre seis e 
12 semanas. A evolução típica é a seguinte: após a administração, de três a quatro 
semanas: surge nódulo no local; entre quatro e cinco semanas: o nódulo evolui para uma 
pústula; em seguida: evolui para uma úlcera de 4 a 10 mm de diâmetro; entre seis a 12 
semanas: finalmente, forma-se uma crosta. Como você pode bem ver, a formação de uma úlcera 
é algo esperado, porém, sem ultrapassar 1 cm. Quando há formação de úlcera com diâmetro 
maior que 1 cm, sem cicatrização após 12 semanas, consideramos um evento supostamente 
atribuível à vacina e deve ser feita a notificação e o tratamento com isoniazida até a 
regressão da lesão. O ideal seria que tivesse sido informado há quanto tempo a lesão está 
presente, mas, ainda assim, há apenas uma resposta cabível. Resposta: letra A. 
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Questão 550548:
Estamos diante de uma paciente de 47 anos que apresenta diagnóstico citopatológico de 
células glandulares atípicas sem outras especificações (ACG-SOE). A classificação é dada 
quando existe dificuldade em especificar o sítio de origem das células atípicas. Vamos 
analisar as alternativas sobre a orientação mais adequada: Letra A: correta. Pacientes com 
diagnóstico citológico de AGC devem ser encaminhadas para a colposcopia, avaliando a 
necessidade de biópsia se achados anormais presentes. Além disso, é recomendável a 
avaliação endometrial com ultrassonografia transvaginal em pacientes acima de 35 anos e, 
caso anormal, estudo anatomopatológico do endométrio. Letra B: incorreta. A categoria 
atipias em células glandulares é considerada de alto risco, pois possui associação com NIC 
II/III e câncer em 15% a 56% dos casos. Sendo assim, o resultado é anormal. Letra C: 
incorreta. Não há indicação de cirurgia de alta frequência neste momento. Letra D: 
incorreta. A repetição da citologia em 12 meses é conduta inaceitável. A paciente deve ser 
encaminhada para a colposcopia. Resposta: letra A. 
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Questão 550549:
Temos uma paciente de 53 anos, com menopausa há 07 anos, sem uso de terapia hormonal, com 
queixa de perda urinária. Ao exame físico, possui prolapso de parede anterior grau 1 e sem 
perda urinária à manobra de Valsalva. O estudo urodinâmico revela presença de contrações 
não inibidas do músculo detrusor. Assim, estamos diante de diagnóstico urodinâmico de 
hiperatividade do detrusor, compatível com incontinência urinária de urgência e prolapso 
de parede anterior grau 1- o fato de ser dito grau do prolapso nos faz pensar no sistema 
de Baden-Walker, sendo o grau 1 o prolapso até metade da vagina. Sobre o tratamento 
adequado, vamos às alternativas. Letra A: incorreta. A colporrafia anterior, para correção 
do prolpaso de parede anterior é indicado, porém, não há prolapso uterino associado. Letra 
B: incorreta. A paciente em questão não apresenta sintomas climatéricos, como sintomas 
vasomotores, que indicam a terapia hormonal. Letra C: incorreta. A colpossacrofixação está 
indicada para correção do prolapso

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