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controlo reprodutivo resumos - Copia

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Controlo Reprodutivo 
Portanto consoante isto nós temos de fazer todo um trabalho de planeamento, e esse 
planeamento nós temos de ter a noção de que se eu quero ter animais para vender no 
mês do março, eu tenho de fazer contas para trás, dependendo da espécie e até da 
raça se calhar, um animal para estar pronto para vender teve de nascer cerca de dois 
meses antes. Por exemplo, um aluno tinha uma exploração de ovino e a raça que ele 
tinha em 15 dias os animais atingiam o peso de abate, entre os 8kg e os 12 kg de peso 
vivo, enquanto normalmente nos nossos animais criados de forma tradicional, 2 meses. 
Quem é que quer abater um animal recém-nascido? Aquilo é osso basicamente, quase 
que não tem nada para tu comeres, normalmente temos de esperar algum tempo. Nós 
aqui no Norte, gostamos do borrego/cabrito de canastra, claro que ele já começa a partir 
dos 7-10 dias, começamos a colocar outro tipo de alimento para ele ir modificando o seu 
estômago, mas é um animal essencialmente alimentado com leite enquanto tu se fores 
vender para o Alentejo, eles já querem animais com 4/6 meses de idade, carcaças mais 
pesadas, se venderes para o Norte de África eles querem animais entre os 8meses/2 
anos. Consoante o mercado, nós não trabalhamos para nós, trabalhamos para o 
consumidor, temos de definir a quem vamos vender as coisas e fazer a produção tendo 
em conta isso. 
Março significa que o animal tem de ter nascido pelo menos em janeiro/dezembro e, 
portanto, tenho de fazer as contas para trás, qual é o período de gestação da fêmea, o 
que é necessário trabalhar antes a fêmea para que ela possa ficar gestante na altura 
certa. É evidente que eu sempre que faço este controlo reprodutivo vou gastar mais 
dinheiro, porque em princípio se eu fizer o controlo estreito (o que quero dizer com o 
controlo estreito? Significa que vou pegar no rebanho, e vou pôr todas as fêmeas 
a ovular, a fazer cio num prazo muito estreito de tempo, tipo do género de 1 
semana). Mas eu posso ter as fêmeas a fazer cio assim durante 1 mês e meio e então 
aí já não digo que o controlo reprodutivo que é estreito digo que é um controlo 
reprodutivo lacto (maior, mais estendido). 
Qual é que é melhor? Fazer um controlo reprodutivo estreito (pôr as fêmeas 
todas a parir num período muito curto, 4 dias ou 1 semana) ou fazer um controlo 
reprodutivo mais estendido/longo/lacto tipo 1 mês? 
Depende, do que? Vamos começar pelo longo, imaginar que as fêmeas vão a ser 
cobertas, num intervalo de 1 mês, isso significa que quando for a altura das parições 
também vão parir durante um mês, que consequências isso tem? E em que 
circunstancias isso pode funcionar? Se vocês tiverem 20/80 fêmeas, o que é que dá 
mais jeito elas venham a parir todas muito próximas umas das outras ou durante 1 mês? 
Eu não queria porque tenho de fazer a assistência aos partos, ou então vou ter de 
contratar alguém para ajudar a fazer as noites porque não vou conseguir fazer as noites, 
e não dormir. Ainda por cima elas têm aquela má mania de parir durante a noite de 
preferência, não está lá ninguém para as chatear e, portanto, elas vão tentar parir 
durante o período da noite. Não é que nós tenhamos de intervir em todos os partos, mas 
temos que estar vigilantes em todos os partos e portanto se eu tenho poucos animais 
o que eu vou querer é que de preferência elas venham a parir todas num período em 
que eu/mulher e ou os filhos possamos fazer um sistema de rotação e acompanhar os 
partos, reparem não é só o problema do parto em si mas também tem haver com o 
estabelecimento da relação entre a mãe e a cria, que é uma coisa que é muito 
importante. 
Agora se eu tiver 4 mil/ 6 mil fêmeas num rebanho, queremos que venham a parir num 
período de 3/4 dias ou uma semana? Não, claro que não, depende do número de 
animais. Queremos que venham a parir num período maior. Não depende só do número 
de animais, repara se tu vais fazer numa coisa dessas e se sabes que naquela altura 
do ano a mão de obra se tiveres de contratar alguém está muito cara, se calhar vais 
mudar para uma outra altura em que a mão de obra esteja mais barata. Tu para 
conseguires ter alguém que te vá ajudar a ti, ainda por cima fazendo as noites vais ter 
de pagar ainda mais. E, portanto, há uma serie de fatores reais que nos fazem tomar 
decisões e claro muito dependendo disto. 
Reparem 4 mil animais a parirem num intervalo de 1 semana, vejam o tamanho das 
instalações que devíamos ter porque vai haver ali um pico de animais a ocupar um 
espaço, vejam a quantidade de taxa de abandono das crias que vão acontecer porque 
a fêmea vai parir um aqui, depois outro ali, depois as fêmeas começam a roubar os 
filhos umas às outras, é a confusão geral e a certa altura obrigatoriamente vai haver 
animais que vão ser abandonados. Para além de darem muito mais trabalho, morrem 
muitos mais animais, a taxa de mortalidade na exploração também tende a aumentar. 
Quando são poucos animais para além de nos facilitar a concentração dos partos, a 
vida, também têm uma outra vantagem que é que as crias vão ser todas elas muito 
parecidas, com mais ou menos o mesmo tamanho e quem vai comprar, pelo menos no 
setor dos pequenos ruminantes, sempre que o grupo for muito homogéneo eles pagam 
bem, sempre que houver lá 2 ou 3 mais pequenos ou maiores eles vão aproveitar para 
baixar o preço. 
Aliás, quando às vezes os animais são mais pequeninos, eles compram-nos, mas 
pedem ao criador para ele ficar lá até atingirem o tamanho adequado para depois irem-
nos lá buscar. Esse problema depois com as explorações com aqueles milhares de 
animais, não, porque a capacidade de um camião de transporte de animais é limitada 
e, portanto, ele sempre que vai a uma exploração com 4/6 mil animais ele tem sempre 
animais com tamanho ideal para os levar, portanto não é uma preocupação numa 
grande exploração. 
Se estivermos a pensar também nas porcas, aqui a atividade reprodutiva é toda ela 
muito controlada ao milímetro, porque é que elas precisam de ser controladas muito 
ao milímetro (nas grandes explorações (carnes, enchidos esses produtos)? A 
indústria combina com os produtores e eles têm que lhe fornecer com uma determinada 
regularidade uma x quantidade de carne. Portanto ali a indústria é muito séria, com 
contratos e tu por exemplo ficas de entregar todos os meses 50 animais mais com 
300kg. Aqui tem de ser tudo muito programadinho e no dia que tu falhes a indústria corta 
rapidamente o contrato contigo, se for uma situação pontual tudo bem, mas se houver 
grandes falhas eles cortam contrato contigo e procuram outro criador. Quer ter garantida 
a saída do seu produto. 
Nós numa exploração ganhamos dinheiro de duas formas: garantem entrada de 
dinheiro, a reprodução e porque é a reprodução? Porque se temos crias para vender 
ou animais já adultos seja para carne ou genética (vendem desde sémen, embriões, 
ETC,) mas também relativamente à produção de leite porque uma fêmea para produzir 
leite tem de parir. Primeiro as fêmeas têm de parir e, portanto, tudo tem de ser 
organizado em função da reprodução. Reparem mesmo os planos sanitários devem ter 
em conta o estado fisiológico do animal, há vacinas, há tratamentos que não podem ser 
aplicados quando a fêmea está gestante e há outros que se forem aplicados durante a 
gestação é bom porque a imunidade que a mãe vai desenvolver vai passá-la através da 
placenta para as suas crias, e, portanto, de alguma maneira através da mãe estão a 
proteger a cria. 
A reprodução implica mais exigências na alimentação particularmente alimentares, mais 
uma vez não é tanto no macho, mas é na fêmea. Mas também podemos ter os machos 
malnutridos porque também já falamos nisso, que se os machos não tiverem bem a 
produção de sémen vai diminuir, a sua capacidade fertilizadora baixa e como um macho 
cobre ou produz sémen para inseminar várias fêmeas, se o macho falha estamos 
lixados. A maior preocupaçãoé a fêmea, é extremamente importante. 
Como a outra forma de ganhar dinheiro é poupar, tem haver essencialmente com o que? 
com aquilo que é o maior custo de produção que é a alimentação, então é preciso ser 
inteligente e saber gerir muito bem a nutrição e a reprodução, tem que estar muito bem 
pensado. 
Nota: Nem sempre, o controlo reprodutivo faz sentido. Exemplo: Um aluno veio 
perguntar, nas suas ovelhas, qual o tratamento que vou aplicar aos meus animais para 
controlar a reprodução? Não sei, não conheço a tua exploração. Numa exploração é 
um, noutra ao lado é outro tratamento, noutra ao lado já é outra, nós temos que estar 
nos sempre a adaptar a cada uma das circunstâncias. Basicamente o que ele me dizia 
é que tinha 30/40 animais sempre, fêmeas reprodutoras, normalmente tinha 3/4 machos, 
e que os partos aconteciam ao longo de todo o ano e ele vendia os animais aos vizinhos, 
e ainda por cima vendia os animais sempre ao mesmo preço, o que ele tem que fazer 
numa circunstância destas? Não fazer nada, é continuar a fazer como está a fazer, 
porque se ele concentrar os partos, os vizinhos não vão ter capacidade de comprar os 
animais naquele ponto que eles querem, com aquele x peso vivo, ele não vai ter vizinhos 
em número suficiente para lhes comprar todos e ainda por cima como vende ao mesmo 
preço, vale a pena investir? Porque nestas coisas é preciso meter dinheiro à frente, 
para depois não ir buscar um nenhum rendimento extra? Não faz sentido, isso é 
deitar dinheiro fora. Dependendo das circunstâncias podemos aconselhar uma 
coisa ou dizer fica quieto. 
Métodos Naturais 
Quais são os métodos naturais que podem ser aplicados? 
• Mexendo na alimentação; 
• Utilizar o efeito macho; 
• Utilizar tratamentos de luz/luminosos; 
• Brincar com o desmame das crias. 
Há gente que diz que estes tratamentos são baratos, não é bem assim. Por exemplo, 
isto é um ovil, que tem um corredor com 3 portas ao comprido do edifício e nessas 
salas não entra luz da rua, estão tão bloqueadas, não há entrada de luz, nem pelos 
sistema de ventilação que tem aberturas em cima, quer em baixo pelos sistemas de 
esgoto( tem uma série de curvas, tubos estão por dentro pintados de preto para não 
refletirem a luz) e por isso nós temos a certeza que dentro daquelas salas existe 
apenas a luz que nós queremos que exista, quer seja em termos de intensidade quer 
seja em termos de número de horas, que para nós é o mais importante. Depois, por 
outro lado tem sistemas automáticos de ventilação para que não haja acumulação dos 
gases e sistemas de ar condicionado que nos permitem ter temperaturas desde os 10º 
negativos até aos 40º graus. Um conjunto de salas destas custam muito dinheiro e 
como é obvio nenhum criador tem isto, não é só o custo de instalação, é o custo de 
manutenção/ de funcionamento. 
Eu quando trabalho com os meus animais e faço controlo reprodutivo baseado nas 
hormonas podem ter a certeza que tenho em conta tudo isto e faz uma diferença muito 
grande. 
Os espanhóis durante algum tempo trabalharam connosco porque queriam perceber 
porque é que nós tínhamos sucesso nas taxas de fertilidade. A resposta é muito 
simples, enquanto eles ,quando chegam a um criador, o criador diz assim “este é o 
meu rebanho, é para inseminar tudo” eles têm que utilizar todas as fêmeas que lá 
estão, eu não, eu quando vou escolher os meus animais se forem fêmeas com menos 
de 1 ano eu não insemino, fêmeas que pariram à menos de 45 dias eu não insemino, 
se a fêmea está doente eu não insemino, se a fêmea está caquética (pouco peso, 
animal pele e osso) eu não insemino, também fêmeas muito gordas eu não insemino 
até porque muitas das vezes nós não temos situações dessas, muitas vezes a fêmea 
que está muito gorda na exploração, é uma fêmea que tradicionalmente aborta e 
aborta muitas vezes por causa da brucelose, e então se é um animal doente eu não 
vou inseminar, não faz sentido. Agora todo este trabalho que eu faço antes, os colegas 
espanhóis não conseguem fazer juntos dos criadores, porque os criadores querem e 
se querem eles inseminam. O Ramiro também já fez inseminações para fora, mas ele 
faz questão de chegar aos criadores e dizer, mas dizer antes, este e esta e aquela 
fêmea não vão ficar gestantes, uma grande probabilidade de elas não ficarem 
gestantes, porque se eu não disser nada e elas a seguir não ficarem gestantes eu é 
que não sei o que estou a fazer mas se eu lhe disser que esta esta e esta fêmea não 
vão ficar gestantes e depois aquilo acontecer, ele vai dizer que “ afinal o gajo avisou-
me e sabe o que está a dizer”. Isto são detalhes da experiência do professor 
Ramiro. 
Eu, por exemplo, quando tenho os animais magros, eu vou mexer na sua 
alimentação. E quando nós brincamos com a alimentação dos animais, na preparação 
para a estação reprodutiva, para a estação de cobrições nós damos-lhe o nome de 
flushing. 
Flushing é uma técnica de maneio que consiste na melhoria do alimento dado aos 
animais. Essa melhoria, é essencialmente energética, mas não é só energia, tem que 
existir em todos os animais sempre um certo equilíbrio entre a energia e a proteína, 
estes dois alimentos têm que estar em equilíbrio. Mas se eu meter só energia e não 
proteína e vice-versa o animal está lixado porque não vai conseguir aproveitar a proteína 
porque falta a energia e não vai conseguir aproveitar a energia porque lhe falta a 
proteína. E depois, há também os micronutrientes, vitaminas e sais minerais, que 
também têm que estar devidamente balanceados na dieta. 
Por isso é que eu ponho os blocos de sais minerais, que também têm vitaminas, que 
estão permanentemente à disposição dos animais e eles fazem muitas vezes aquilo que 
fazem na natureza quando precisam de um mineral qualquer vão lamber terra, as cabras 
vão comer casca das árvores porque acumulam maior quantidade de minerais, etc, 
neste caso, aqui só têm que vir aos blocos de sais minerais lamber e depois têm os 
minerais e vitaminas incorporadas. 
NOTA: Não se pegam em blocos de sais minerais de vacas e dá-se às ovelhas, 
ou das ovelhas para dar as porcas. Os criadores vão comprar e vão comprar o 
que for mais barato, mas o que acontece é que as necessidades em minerais 
dos animais não são iguais em todas as espécies, nem dentro da mesma 
espécie. Por exemplo, uma fêmea que está a produzir leite, as suas 
necessidades em minerais não são iguais a uma fêmea que está gestante, a uma 
fêmea vazia. 
O que é uma fêmea vazia - fêmea que não está gestante, não está a amamentar, não 
está a fazer nada. 
Por exemplo, uma fêmea que durante a gestação está a ingerir cálcio a mais, é uma 
fêmea que na altura do parto vai sofrer de febre vitelar ou hipocalcemia. Porque? 
Durante a gestação, ela está a tomar cálcio a mais, então o seu organismo o que está 
a fazer? está a eliminar cálcio, e começa a produzir leite, precisa de cálcio e o que é 
que o organismo está a fazer? A eliminar cálcio. Então naqueles primeiros dias da 
produção de leite, a mãe vai buscar o cálcio que necessita porque o que vai do alimento 
é DEITA FORA DEITA FORA, vai buscá-lo aos ossos, então os ossos vão ficar 
descalcificados e a fêmea não se vai aguentar em pé e vai cair. Por isso temos que ter 
muito cuidado com isso. 
Outro exemplo, os blocos de sais minerais para as vacas normalmente têm níveis de 
cobre que esses mesmos níveis para as ovelhas matam-nas. Os ovinos toleram muito 
pouco o cobre, então nós não podemos colocar blocos de sais minerais das vacas 
porque elas têm necessidade em cobre que são importantes, nas ovelhas vamos mata-
las. 
Quando nós dizemos assim, o flushing implica melhorar quer seja em termos de 
quantidade quer seja de qualidade o alimento, isto para mim assusta-me, se eu 
fosse o criador dizia logo assim “eu vou gastar muito dinheiro, e eu não posso 
gastar muito dinheiro, quanto mais dinheiro eu gastar menos fica para mim”, o 
que normalmente eles associamuma melhoria da alimentação com o fornecimento de 
alimento concentrado comercial, ração que se dá ao animal. 
Nós conseguimos fazer o flushing sem gastarmos muito dinheiro. Tem que ser uma 
dieta muito bem já calibrada, para o Ramiro falha um bocado no milho. O grão vai 
funcionar muito bem nestes animais? Além de ser grande, a capacidade de o animal 
aproveitar o amido (açucares). O animal pode aproveitar se o grão não for duro porque 
se for muito duro estes animais não conseguem partir, uma vaca parte, estes não. E, 
portanto, o grão vai entrar por um lado e vai sair pelo outro inteiro, então não se 
aproveitou nada. Tinha que ser pelo menos partido. Porque é que eles às vezes não 
partem? Há uma serie de estudos que dizem que ele depois de partido, tem um período 
de pouco tempo em que ele mantém o valor nutricional. Por exemplo, quando eles estão 
a fazer o concentrado se o partirem, quando chega à exploração, passado umas 
semanas, e depois está lá vários até ser tudo comido pelos animais, já não vai ter valor 
nutricional. Mas então faz-se uma coisa, arranja-se grão não nesta fase dura, mas na 
fase leitosa, que é a fase mais inicial em que aí sim aí o animal pode morder e ele 
consegue partir o grão e aproveitar o que está lá. 
Mas fazer isto tem custos, mas eu posso fazer o tal efeito de flushing fazendo isto. O 
animal anda lá fora a pastorear, come o que a natureza lhe oferece e que nós sabemos 
que muitas vezes o animal está magro, e se está magro, sei que o que anda a comer lá 
fora não é o suficiente e então posso suplementar a sua dieta metendo feno de 
qualidade e este feno posso ter sido eu a produzi-lo. Posso por exemplo, dar palha aos 
animais, claro que a palha é menos nutritiva do que o feno. A palha de aveia é uma 
palha muito boa então se ela tiver grão melhor ainda. Ou seja, se eu tiver uma plantação 
de aveia e se eu cortar com o grão, eu vou ter uma palha de muito boa qualidade (OS 
ANIMAIS VÃO ADORAR) e se eu ainda tiver feito outra coisa, que é invés de colocar 
apenas aveia, se lhe meter ervilhaca que é uma leguminosa, eu estou a meter energia 
na aveia e estou a meter proteína na leguminosa. E, portanto, tenho uma palha de muito 
melhor qualidade do que muitos fenos. 
Há vários truques, há várias soluções e nós temos que procurar uma forma de ter 
alimento mais barato (para poupar). Reparem, eu digo assim, “faço palha e, portanto, 
vou cortar com o grão, mas enquanto a máquina está a cortar, o grão vai cair, vai se 
separar. Há algum desperdício, mas eu também posso compensar esse desperdício, 
depois de fazer a palha eu posso fazer os animais passarem por lá e eles vão comer o 
que resta, o que não é cortado pela máquina, e comem o grão que ficou no chão e não 
se desperdiça afinal assim tanto assim quanto isso. 
Outra forma de conseguirmos fazer um flushing baratinho, uma pastagem 
melhorada, de preferência ali nas proximidades do ovil/capril, ou seja, uma pastagem 
natural (plantas que nascem naturalmente) e depois temos uma pastagem que é de 
azevém, trevo, ervilhaca etc… e pronto e com isso eu semeio aquilo, os animais andam 
a pastorear no monte, e chegam ao fim do dia, passam ali naquela pastagem e reforçam 
o alimento, é outra forma económica. Depende se eu tenho água, se calhar faço mais 
uma pastagem, se não tenho tanta água se calhar vou fazer a produção de palha. 
A que animais eu aplico o flushing? 
Eu só devo/posso aplicar o flushing aos animais que têm uma baixa condição corporal, 
uma condição corporal abaixo daquilo que é definido como o ideal para que o macho e 
a fêmea se consigam reproduzir bem. O flushing só se aplica aos animais que estão 
magros. 
Uma fêmea que está bem ou está gorda, eu não lhe vou colocar mais comida à frente, 
estou a ser estupido, ela não vai rentabilizar esse acréscimo alimentar, bem pelo 
contrário, muitas vezes prejudica a reprodução. A reprodução de uma fêmea gorda é 
inferior, as taxas de fertilidade e de prolificidade, são inferiores à de uma fêmea com o 
peso ideal para a reprodução. Claro que isto varia de espécie para espécie. 
Por exemplo, a porca entre os 2,5/3kg. 3,5kg é um animal que andou a perder dinheiro. 
Produzir 1gr de gordura custa muito mais que 1gr de proteína e, portanto, eu tenho que 
dar 3 vezes mais alimento ao animal para, então não quero isso. O alimento é caro, para 
que estou a deitar fora? É estupido, portanto só reforço a alimentação destes animais 
1/2kg. 
NOTA: Se nós deixarmos alguns animais descer para uma condição corporal de 1, 
esqueçam, nunca mais o vamos recuperar para a reprodução, este animal vai tornar-se 
incapaz de se reproduzir. Ou então as suas taxas vão ser sempre baixinhas, mesmo 
que melhoremos a alimentação, isto acontece muito com as raças de ovinos francesas 
e inglesas. Os nossos animais conseguem andar para baixo e para cima com o seu 
peso, porque é que há esta diferença? Os animais franceses particularmente os 
próximos de paris e os ingleses (parte mais sul), são animais que foram desenvolvidos 
em zonas em que há erva todo o ano, chove e as temperaturas são mais amenas do 
que cá para baixo devido ao calor, ou mais para norte devido ao frio. Basicamente ali na 
zona à volta de paris, há ali 2 meses (meados de dezembros até meados de fevereiro) 
em que neva, e portanto a erva não cresce e mesmo que crescesse ficava tapada pela 
neve, e então no resto do ano como a alimentação é muito regular/constante, embora 
haja variações os animais evoluíram para ter o peso mais constante, os animais no sul 
da europa, é inverno- pouco alimento, perdem peso, primavera - chove mais e a 
temperatura começa a subir, mais horas de luz, erva começa a crescer, verão – calor a 
mais, não chove, menos alimento, outono – chove mais, temperaturas mais amenas, 
volta a aumentar a produção de alimento. Os nossos animais são uma harmonia 
autêntica, aguentam muito bem isso, uma ilne france por exemplo, que esteja na 
condição corporal 1, esqueçam que nunca a mais vão recuperar, portanto, as estratégias 
até do maneio alimentar têm que ter em conta esta informação extra sobre as 
características fisiológicas dos animais. 
Os nutrientes que o animal ingere, primeiro vão ser utilizados na manutenção, a 
manutenção tem haver com o normal funcionamento dos órgãos do individuo, com a 
sua capacidade de se movimentar (comer, beber, procurar um abrigo), mas também 
tem muito haver com a termorregulação e para um animal é mais difícil face ao calor 
do que fazer face ao frio particularmente nos ruminantes. 
Os ruminantes têm o rúmen, o que significa que têm um estômago que está dividido em 
4 cavidades diferentes, e no rúmen é o local onde se dá a fermentação dos alimentos 
e, portanto, todos os processos de fermentação produzem calor e, portanto, o animal, é 
como se tivesse um aquecedor dentro dele. Mas mesmo nos monogástricos, nas 
galinhas/porcos, são animais têm muita dificuldade a fazer face ao calor. 
Ainda assim se a quantidade de nutrientes que ingerem é superior às necessidades de 
manutenção, ele passa a ter energia, não só, e proteína e tem nutrientes suficientes 
para crescer, se for um animal que está em crescimento. Se não estiver em crescimento, 
não tem porque crescer. Se tiver em lactação é para aí que vão os nutrientes. Se a 
fêmea tiver gestante parte desses nutrientes vai para o crescimento do feto. E reparem 
onde está a reprodução, está lá muito em baixo, o que quer dizer que tudo o que está 
pelo caminho, tira energia, tira proteína para o processo reprodutivo, mas 
essencialmente a energia. 
A reprodução é um luxo, qualquer escassez de nutrientes, é muito fácil da reprodução 
ficar imediatamente bloqueada ou pelo menos não se vai dar corretamente. Mas nós 
dizemos assim “ainda assim a fêmea faz cio, e que ovula, e que o macho cobre, mas 
depois temos a morte do feto”, PERDA DE TEMPO. Se ele morre lá dentro com o 
tamanho maior, nem sequer vai ser desencadear o mecanismodo parto, é só chatices. 
A eficiência reprodutiva nós medimos através essencialmente de 3 parâmetros, a 
fertilidade, prolificidade e fecundidade, mas também tem haver com os períodos 
improdutivos, ou seja, uma fêmea que no 5ª mês de gestação perde a cria, ela depois 
para recuperar e melhor, vamos estar 7-8 meses em que ela esteve a comer, ocupar 
espaço, vacinada, SÓ CUSTOS CUSTOS, sem nos dar nada em troca. 
Por exemplo, cá em Portugal, faz sentido eu ter os animais sempre com a condição 
corporal 3? Não faz normalmente, então o que é que podemos fazer com os nossos 
animais em concreto? Se a fêmea não vai ainda ser colocada à cobrição eu vou deixá-
la perder peso porque vou poupar no alimento, mas vou deixá-la perder até um ponto, 
não posso deixar emagrecer em demasia e enquanto estou a fazer isso estou a poupar, 
não lhes dou tanto de comer (ela não precisa), mas depois o que eu tenho de fazer a 
seguir? A seguir quando eu a vou pôr à cobrição, eu vou melhorar a quantidade de 
alimento, mas eu poupei antes, portanto se calhar agora já tenho disponível JOGO 
ECONOMICO SEMPRE A FUNCIONAR. A fêmea fica gestante, durante o inicio da 
gestação eu tenho que apoiar nutricionalmente a fêmea, mas do meio da gestação até 
ao ultimo terço da gestação em que não preciso de ter o animal muito alimentado, vou 
voltar a poupar um bocado e só no último terço, que é quando as necessidades do 
crescimento do feto e, a mãe que também tem que começar a acumular gordura para 
depois do parto para amamentar(buscar gordura que acumula para utilizar, uma fêmea 
quando está em lactação por muita quantidade de alimento que consiga ingerir e por 
muita qualidade que tenha alimento ela nunca vai conseguir tirar energia do alimento 
necessária para a produção do leite, por isso é que ela tem que ir às reservas corporais, 
por isso é que nós temos mais tendência para ficarmos mais gordinhas que os meninos 
porque vamos necessitar disso para amamentação das crias). 
ATENÇÃO: A condição corporal só por si não justifica tudo. Eu posso ter 2 fêmeas com 
uma condição corporal 3, e, no entanto, tenho uma que responde bem ou uma que 
responde menos bem/pior, porque? Porque uma fêmea que está com uma condição 
corporal regular ela vai responder bem do ponto de vista reprodutivo, mas uma fêmea 
que tem uma condição corporal, mas está a perder peso porque está a comer menos, 
estando em 3, mas estando em balanço energético negativo isso vai prejudicar a 
reprodução. A que está a perder peso vai funcionar mal do ponto de vista reprodutivo. 
• Fêmea com condição corporal estabilizada- Balanço energético positivo: 
beneficiar a reprodução 
• fêmea com condição corporal perder peso - Balanço energético negativo: 
prejudicar a reprodução 
Sempre que eu aumento o fornecimento de energia eu vou ter um efeito/resposta 
imediato. Digo assim “Eu normalmente começo a fazer a administração alimentar na 
fêmea, 3-7 dias antes de fazer as cobrições ou de inseminar, mas há situações em que 
pode ser interessante fazer de 6-10 dias, em que situações?” – Mas pode ter haver com 
a qualidade do alimento que tenho disponível para dar ao animal, se eu tiver uma palha 
foleira, eu se calhar vou precisar mais disto. Se tiver mais alimento concentrado, um 
bom feno, uma boa palha, aqueles alimentos mais energéticos eu faço apenas 3 a 7 
dias, basicamente 1 semana antes da fêmea ser colocada à cobrição. E o que é que 
esse boom energético vai fazer? Vai fazer com que o animal ganhe peso, a fêmea 
aumente a secreção de GnRH e LH (hormonas essenciais para meter o ovário a 
funcionar e vai aumentar a produção de folículos e aumentar a taxa ovulatória até 30%, 
é muito). Este efeito é mais espetacular quanto menos peso tinham as fêmeas antes, 
numa fêmea que tem condição corporal 3 eu fazer isto não vou ter nada disto, uma 
fêmea que tem uma condição corporal de 1,5 ou 2 ela vai me responder de forma 
explosiva, basta 3 dias de alimento e de repente tudo dentro da fêmea dispara e passa 
a funcionar. 
Como faço o flushing no macho? 
Quando eu melhorar o alimento, se o macho está com pouco peso, com baixa condição 
corporal, se eu melhorar o alimento ele também vai crescer no peso, vai aumentar a 
produção de GnRH/FSH/LH, mas vai ter consequências, se aumenta a produção 
daquelas hormonas, o que significa? Quando é que começo o tratamento 
nutricional? 3-7 dias como no caso da fêmea? O macho, a espermatogénese demora 
30-60 dias, eu tenho que fazer nos pequenos ruminantes, eu tenho que ter começado 
50/60 dias antes, para que naquela altura que os vou utilizar para cobrir as fêmeas para 
estarem nas melhores condições. 
A fêmea (nós já temos tudo pronto) é rápida a responder, o macho é lento (primeiro vai 
fazer o testículo crescer, depois produzir sémen demora tempo), SIMPLES. 
Os bovinos talvez, 61/62 dias. O porco tem 35 dias. Estão nas tabelas, temos é que 
saber que temos que contar esse tempo. 
A seguir, este é um efeito, mas o flushing tem outro efeito, e não é por acaso que ele é 
mantido durante pelo menos mais 2/3 semanas depois da cobrição. Mais vale jogar pelo 
seguro, do que a probabilidade é de 50% fazer asneira. Porque é que eu vou deixar 2 
a 3 semanas? O embrião até à implantação (nidação, até se fixar à parede do útero da 
mãe), ele vai ser alimentado pelo leite uterino (o que é o leite uterino? São secreções 
do trato genital feminino, portanto, ele vai ser alimentado pelas secreções que a mãe 
produz naturalmente no útero) 
A qualidade e quantidade do leite uterino depende da alimentação da mãe. Portanto se 
nós dermos uma alimentação mais rica, em nutrientes, a mãe vai produzir um leite 
uterino também mais rico em nutrientes. E é aqui que há muita morte de embriões, neste 
período, com ligeiras variações entre espécies, normalmente a implantação dá-se 15-
17 dias após fecundação, dai termos 2-3 semanas. 
Eu faço 1 semana antes da cobrição e depois prolongo por mais 2-3 semanas, no final 
vão ser 4 semanas de melhorar a alimentação. 
Flushing melhora as taxas ovulatórias e a sobrevivência dos embriões. 
E depois da implantação pode-se reduzir na quantidade de nutrientes fornecidos ao 
animal, porque? O que acontece essencialmente na primeira fase da gestação? Divisão 
celular, aquela fase em que o embrião se começa a multiplicar, crescer e essencialmente 
a se diferenciar (começam a aparecer a cabeça, as patinhas, rabo, etc), fase em que as 
necessidades nutricionais não são tão elevadas. Enquanto no final da gestação, o feto 
está a crescer muito rapidamente, aí precisa de muita energia, muita proteína. 
Outra forma natural de condicionar a reprodução: 
O flushing não me permite fazer uma sincronização estreitas dos cios, das ovulações e 
do parto no final não se consegue, o efeito macho também normalmente não me permite 
uma sincronização dos cios estreita, ou seja, em 4 dias - 1 semana ter todas as fêmeas 
a fazer cio, a serem cobertas e a ficarem gestantes. Mas há aqui uma diferença, 
QUANDO O PROFESSOR DIZ SINCRONIZAR, SEMPRE QUE NUM TESTE OU NUMA 
COISA QUALQUER VIRMOS ESTA PALAVRA, significa que a fêmea está na estação 
reprodutiva, é o mesmo que chegarmos aqui a sala e nós estamos em fases diferentes 
do nosso ciclo e não estamos todas sincronizadas, a sincronização é eu chegar aqui à 
sala e através de várias técnicas conseguir-nos pôr todas a ciclarem de forma igual. O 
efeito macho não me permite fazer uma sincronização estreita, no entanto eu posso ter 
respostas sincronizadas, que nós damos o nosso de indução. Qual é a diferença 
entre sincronizar e induzir? É fácil, sala, cada uma em fases diferentes, pôr tudo na 
mesma fase – sincronizar, induzir- fêmeas estão sexualmente paradas e eu vou pô-las 
a funcionar (em simultâneo). Como normalmente entre a mesma espécie, a duração da 
fase folicular é a mesma, nós vamos todas ovular com pouco tempo de diferença. 
Sincronizar com o efeito macho, não consigo uma grandesincronização, mas porque 
as fêmeas estão paradas e eu aplico o efeito macho e eu vou fazer com que as fêmeas 
ovulem de forma sincronizada, em poucos dias, todas elas vão ovular, mas foram 
induzidas. 
Efeito macho 
O que é o efeito macho? 
É uma técnica de maneio. Pego nos machos e separo-os das fêmeas, essa separação 
deve ser o mais completa possível, porque eles não se podem ver, ouvir, cheirar, tocar 
muito menos. Muitas vezes as pessoas dizem que isto é um método muito económico, 
mas não percebo porque dizem isto porque isto implica ter duas instalações diferentes, 
se eu duplico as instalações não sei onde está o mais económico. Ao fim de um mês, 
mínimo, junta-se os machos às fêmeas e vira a festa total e absoluta. 
NOTA: O número de machos que vamos por fêmeas é muito importante. Eu não 
posso ter 100 fêmeas e meter lá 1 macho e estar à espera de ter uma grande 
resposta, um macho não é suficiente. Eu preciso de ter entre 3 a 5 machos por 
cada 100 fêmeas. O efeito macho depende da qualidade do macho, da 
quantidade de feromonas que é capaz de produzir, a capacidade de ele interagir 
com as fêmeas. São fatores muito importantes. 
Atenção ao número de machos e ao vigor/interesse que os machos manifestam 
pela fêmea. 
Nós dizemos que o efeito macho é androgénio dependente (depende da produção de 
testosterona), ou seja, se tivermos um macho castrado, é evidente que não podemos 
utiliza-los. Se nós tivermos um macho que foi esterilizado, que foi feito vasectomia 
(que se cortou um bocado do canal deferente), ele não consegue ejacular então este 
macho pode ser utilizado porque os testículos continuam lá, a produção de 
testosterona continua a ser feita e, portanto, este macho continua a ter os odores 
típicos do macho e continua a ter interesse nas fêmeas, porque embora o efeito seja 
essencialmente androgénio dependente, o que é certo é que a vista também conta 
(efeito voyer- uma fêmea ver uma fêmea a ser cortejada e montada, isso também 
estimula o seu comportamento sexual, e no macho também funciona). 
Outro aspeto importante relativamente ao efeito macho, é perceber que os carneiros 
afetam as ovelhas, mas também afetam as cabras, assim como os bodes também 
afetam as cabras, mas também as ovelhas. O que significa o seguinte: Imagina que 
temos uma cabrada e o vizinho passa lá com o seu rebanho de ovelhas com os 
carneiros no meio, e nós pensamos que estamos a conseguir um efeito macho, e não 
está a efetivamente a acontecer porque a passagem ali dos machos e o facto de eles 
se roçarem e muitas vezes urinarem ali próximo do sitio das fêmeas, vai estragar esse 
efeito que nós queremos, que é de não haver contacto nenhum para quando 
juntarmos a festa ser maior. Ainda falando do conceito clássico do efeito macho. 
Nos colocamos no macho um arnês marcador, é um colete que colocamos no animal 
e que aqui tem um sabão colorido, que sempre que ele montar a fêmea vai ficar 
besuntada e sabemos que estás fêmeas foram todas cobertas. 
Mas há outra coisa que acontece frequentemente, por exemplo como o alimento 
concentrado é só distribuído de manhã e/ou fim da tarde, os funcionários metem o 
alimento concentrado, o macho mete a cabeça na manjedoura e ele limpa aquilo tudo à 
volta dele, depois de comer vai procurar outro sítio na manjedoura onde possa comer 
mais qualquer coisa, os machos têm maiores necessidades alimentares. Como as 
fêmeas estão na frente, o que é que o gajo faz para elas saírem da frente? Monta-as, 
saltam para cima delas. Fica assim o espaço livre para ele comer. 
Outro aspeto importante relativamente ao efeito macho, hoje em dia, nós sabemos que 
o efeito macho não necessita desta separação tão marcada e tão longa como se 
pensava inicialmente. Hoje sabemos que podemos obter o efeito macho mantendo os 
machos e as fêmeas dentro da mesma instalação. Já não precisamos de instalações 
afastadas. 
Muitas vezes nem precisamos de ter lá o macho, precisamos é de ter o odor do macho 
(p. exemplo caso dos ovinos - pedaço de lã, basta lá por um pedaço de lã). ( p. exemplo 
nas porcas, spray que simula os odores do varrasco, de x em x horas). Enquanto o 
cheiro tiver ativo está a influenciar a fêmea. 
Há quem diga assim, tenho os machos de um lado, tenho as fêmeas do outro dentro 
das instalações. Depois há outros autores que dizem “Não, mas eles podem estar em 
compartimentos ao lado uns dos outros, não é preciso criar ali uma separação”. E mais 
recentemente, nós sabemos que os machos podem estar dentro do compartimento onde 
estão as fêmeas, e conseguimos o efeito macho. Os machos se tiverem muito tempo 
juntos das mesmas fêmeas, começam a não se interessar por elas, mas eu aqui não 
estou tão preocupado com o interesse dos machos, interessa-me mais ao contrário. O 
que é que eu tenho que fazer? Se tenho os machos misturados junto com as 
fêmeas e quero ter o efeito macho, o que tenho que fazer? Tiro os machos que estão 
com as fêmeas já há algum tempo e meto lá outros machos para substituir. Nem sequer 
têm que ser machos jovens até porque muitas vezes estes não produzem tantas 
feromonas, nem correm tanto atrás das fêmeas, particularmente os inexperientes, falta 
de experiência nota-se muito nisto. Têm que ser machos novidade. 
Deixamo-los lá ficar uns dias e depois se for preciso voltamos a trocar os machos, até 
podemos pôr os que tinham estado lá antes. Desde que xixa vá trocando está tranqui. 
Os machos, o simples facto de os tirarem de lá, e muitas vezes se for preciso estão no 
compartimento ao lado a ver os outros montar, deixa-os pior que estragados. 
Outra coisa que se discute, durante quanto tempo se devem deixar os machos 
juntos das fêmeas para se conseguir o tal efeito macho? Há quem diga umas horas, 
mas não, deixem-nos lá ficar durante 3-4 dias junto das fêmeas e depois se for preciso 
troquem-nos (consegues melhores resultados). 
O que é que o efeito macho faz? Aumenta a secreção de GnRH/LH. 
O que é que o flushing faz? Do ponto de vista hormonal? Aumenta a secreção de 
GnRH/LH. 
Ou seja, são dois métodos diferentes que usam circuitos nervosos diferentes, mas que 
no fundo, ambos vão estimular a produção de GnRH/LH. Quando nós juntamos vários 
métodos, estamos a aumentar a probabilidade de que funcionem, portanto, se eu 
melhorar a alimentação e simultaneamente meter os machos ou substituir os machos 
por outros, eu vou ter uma melhor taxa ovulatória. 
O Ramiro não falou no efeito fêmea, porque nos pequenos ruminantes funciona mal. O 
efeito fêmea, eram 20% das respostas, baixíssimo enquanto que no outro é 60 e tal%. 
O efeito fêmea é introduzir no grupo fêmeas em cio. A produção de feromonas 
de umas fêmeas condiciona as outras fêmeas. E também o efeito voyer, o facto 
daquela fêmea estar a ser montada pelo macho também ajuda a que as outras 
fêmeas segreguem mais GnRH/LH. Mas volto a dizer que normalmente não se 
obtêm grandes resultados. 
??Efeito fêmea: colocar várias fêmeas com cio vai estimular a sincronização de cios.?? 
Tratamentos luminosos 
Essencialmente grandes pavilhões onde se fazem a criação/produção de 
aves/porcos/coelhos, todos eles são animais reprodutores de dias longos, o que 
significa que nestes animais nós aumentamos o número de horas de luz e vamos com 
isso estimular a reprodução, aumentamos os animais a reproduzir-se. 
Nas aves isso é uma indústria tremenda, nós sabemos que as aves vêm muito melhor 
que nós, inclusive na gama do ultravioleta, e então neste momento há muitos estudos a 
procurar quais as luzes que melhor afetam a reprodução, se são as cores amarelo e 
vermelho ou o azul e verde. Afetam de forma diferente o comportamento dos animais, 
em termos de ingestão, do ponto de vista da reprodução, etc. É aumentar o número de 
horas de luz. 
Podíamos fazer estes mesmos tratamentos por exemplo numa vacaria, porque também 
respondem aos dias longos, portanto se neste momento temos 8 horas de luz 
aumentamos paramais 4 a 6 horas de lâmpadas florescentes dentro da vacaria ligadas 
e vamos fazer o animal pensar que está na primavera/verão e começa-se a reproduzir 
Claro que temos que ter noção da quantidade de luxes que temos que ter, nos pequenos 
ruminantes normalmente 200/300 lux, ou seja, muita pouca luz para um animal ainda 
assim responder. Nas aves é parecido. Uma luzinha ténue é suficiente. 
Qual é o problema cá em Portugal de utilizarmos os tratamentos luminosos em 
pequenos ruminantes? Primeiro lugar, são reprodutores de dias curtos, o que significa 
que se eu quiser estimular a reprodução, o que tenho que fazer? Fazer diminuir o 
número de horas de luz. Como é que eu cá em Portugal consigo diminuir o número 
de horas de luz? Eu tenho que estimular os animais para a reprodução, na 
primavera/verão, seria a altura que eu iria supostamente fazer esses tratamentos, mas 
então nessa altura ao metê-los lá fora como é que eu escureço a instalação? Não é 
só escurecer, se 100/200 lux é suficiente, um bocado de luz do exterior estraga-me tudo, 
não é fácil no nosso país de fazer isso. 
Por exemplo nas zonas tropicais, eu já posso fazer um bocado isso. O que é que eu 
faço primeiro? Nas regiões tropicais os dias têm uma duração próxima das 12 horas. 
Se eu quero preparar os animais, para daqui a uns tempos pô-los à cobrição, vou 
primeiro sujeita-los a mais horas de luz, portanto se a duração é de 12 horas, eu vou-
lhes espetar com mais 4-6 horas de luz antes, e, portanto, aquilo para o animal vai 
passar a ser dias longos e quando de repente desligar essas luzes, como passa de 16-
18 horas para 12 horas, o animal vai entender aquilo como tendo havido um 
encurtamento do fotoperíodo e o animal responde entrando em reprodução. Primeiro 
fazendo o tal imprinting de um estímulo negativo/inibidor que são os dias longos e depois 
retiro esses dias longos e o animal responde entrando em reprodução. 
Cá em Portugal há um sítio onde se usa um truque destes, na zona do Gerês. Os truques 
são os seguintes: 
- A partir do dia 21 ou 23 de dezembro, depois do solstício de inverno, os dias começam 
a crescer, o que é que os criadores fazem? Porque os animais deixam de se reproduzir, 
por vários fatores, 1º porque as temperaturas são baixas, por outro lado, os animais 
tornam-se foto refratários aos dias curtos e, portanto, a partir do dia de solstício, eles 
durante 1 mês sujeitam os animais a 16 horas de luz, para além da natural eles acendem 
as luzes, e ao fim de 1 mês eles desligam as luzes e mais uma vez passam de 16 horas 
para cerca de 12 horas de luz apenas. E assim os animais são enganados e respondem, 
mas é nestas condições particulares da serra do Gerês, por causa do frio, porque não 
há tanto alimento, os criadores normalmente não suplementam os animais e por isso 
mesmo eles param a sua reprodução. 
Tratamentos luminosos demoram tempo a fazer efeito, os animais demoram a 
responder entre 40- 60 dias. Ou seja, aqui as fêmeas não conseguem responder rápido. 
Mais uma vez se percebe que isto não dá uma sincronização estreita dos cios/ovulações 
das fêmeas, não conseguimos que fiquem cobertas em poucos dias. Portanto isto é um 
processo que tanto na fêmea como no macho é demorado. 
Desmame (SÓ NOS PORCOS) 
Uma técnica natural com a qual nós conseguimos que, é um bocado variável, mas, 
60/60 e tal % das fêmeas fiquem sincronizadas. Primeiro lugar, não é um método que 
possa ser utilizado com fêmeas que nunca pariram porque se nunca pariram não estão 
a produzir leite, se não estar a produzir leite não fazemos o desmame. 
Aqueles boxes são muito importantes, porque permitem a mãe deitar-se, mas não as 
deixam esmagar as crias, que é um problema muito grande na suinicultura. Deita-se em 
cima dos leitões sem se aperceber e mata-os. 
Fisiológica: nas suiniculturas, são pavilhões com centenas de fêmeas para parir num 
determinado período de tempo e depois são transferidos para outro para amamentar e 
são transferidos para outro lado para serem cobertas. O que é que acontece? 
Enquanto a cria tiver a mamar, a mãe produz grandes quantidades de prolactina (tem 
haver com a secreção de leite). A prolactina inibe a secreção de GnRH/LH e por isso 
enquanto a mãe estiver a amamentar, não consegue reproduzir-se (fica em anestro de 
lactação). Anestro significa que a fêmea não tem atividade ovárica completa, a fêmea 
tem sempre atividade, mas não ovula. Não consegue ovular porque está a amamentar 
e a prolactina não deixa que ocorra o processo de ovulação. 
Desmamava GnRH/LH, em grandes quantidades, e em 4-6 dias a fêmea volta a ovular, 
faz cio e o macho monta ou nós inseminamos. E, portanto, basta isto, num pavilhão 
inteiro naquele dia tiramos de lá os leitões, 4-6 dias depois estão prontas a ser 
inseminadas. 
Não tentem fazem fazer isto, nem em vacas/ovelhas/nós/cão. Funciona muito bem 
aqui(suínos). Nas coelhas por exemplo, a coisa ainda é pior, nas lebres ainda não 
pariram uma ninhada, já estão prenhas de outra. Nos coelhos temos que ter muito 
cuidado, nós podemos meter uma coelha a parir e passado poucos dias estamos a 
cobri-la outra vez, só que vamos rebentar com a fêmea num instante. Qualquer fêmea, 
cadelas/nós, o desgaste reprodutivo na fêmea é grande, no macho não, é produzir 
espermatozoides e chatear as fêmeas para as convencer. 
Sempre que aumentamos muito o ritmo reprodutivo temos que aumentar também a taxa 
de substituição, tirar aquelas fêmeas que envelhecem/desgastam rápido, substituir por 
novas. Sempre que intensificas a reprodução, vais ter uma fatura a pagar, que é 
substituir as fêmeas. 
Na questão da luz, o que está por trás? Quando a luz é favorável aumenta a secreção 
de GnRH/LH. E no desmame quando tiramos aquilo, diminui a produção de prolactina 
e aumenta a secreção de GnRH/LH. É sempre sempre a mesma coisa, os circuitos são 
diferentes mas a resposta é sempre sempre a mesma.

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