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7 Cumprimento de sentença e execução de títulos extrajudicial – Sebastião Casimiro de Sousa Resumo Ava – Unidade 1 Introdução à tutela jurisdicional executiva Objetivos da unidade · Apresentar as características introdutórias referentes à tutela jurisdicional executiva e seus conceitos; · Analisar os aspectos práticos do título executivo e a participação das partes e de terceiros na execução; · Avaliar responsabilidade patrimonial e a competência para a execução; · Desenvolver e capacitar o aluno dentro da perspectiva da área do Direito; · Desenvolver o senso e análise crítica sobre os temas abordados; · Identificar os principais recursos de normatização da lei aplicada; · Contextualizar a sociedade, refletindo o papel desta ciência do direito; · Desenvolver a capacidade de raciocínio e espírito crítico. Introdução à tutela jurisdicional executiva A execução possui natureza jurisdicional porque um embate jurídico não acaba com a sentença do juiz. Além de determinar o direito concreto, são necessários outros atos para a efetivação da decisão judicial. O modelo de tutela adotado, conhecido como sincrético de tutelas, são elas as fases do processo; · Conhecimento da ação até a sentença: Fase cognitiva. · Fase do cumprimento de sentença: Execução · Fase intercalar de liquidação. Artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal: “XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” Ainda, o doutrinador Dinamarco, em Teoria Geral do Novo Processo Civil, publicado em 2018, indica outros meios não judiciais para solucionar conflitos sem contar com a intervenção do Estado, · Arbitragem; · Conciliação; · Mediação. A proteção para o inadimplemento de uma obrigação seja ela de fazer ou não fazer, essa proteção em questão é chamada de tutelas jurisdicional e podemos considerar que existem três espécie de tutelas jurisdicional; · Tutela Cognitiva; · Tutela provisória (tutela de urgência cautelar e antecipada) e tutela de evidência; · Tutela Executiva. Cognição e atividade executiva A tutela de cognição ocorre predominantemente na fase de conhecimento de processo, pode-se entender como fase intelectiva do magistrado, que analisa; · Alegações trazidas pelas partes; · Provas produzidas nos autos; Na fase cognitiva as incertezas são transformadas em certezas pois o juiz tem por função afirmar a: · Existência; · Validade; · Eficácia dos direitos. A fase de conhecimento; · Início – Proposição da ação · Encerra – Sentença do órgão jurisdicional Bueno avalia que a cognição jurisdicional “deve ser entendida como a quantidade e a qualidade de informações a serem apreciadas pelo magistrado para, exercendo a função jurisdicional, decidir” (BUENO, 2019, p. 140). Assim dispõe o Novo Código de Processo Civil, publicado em 2015: Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. (BRASIL, 2015). A sentença é uma tutela definitiva, obtida por uma cognição exauriente por parte do juiz, o magistrado ao tomar conhecimento de todas alegações, provas e demais informações contidas no processo, põe fim a esta fase com sua decisão sentencial de forma plena e completa. A cognição pode ser analisada em dois aspectos tutelares: · Sumária: O juízo de probabilidade funda essa tutela, pois o juiz não possui todas as referências para o convencimento sobre determinado direito; · Exauriente: Baseia-se no juízo de certeza com o convencimento completa do juiz. A Tutela Provisória pode ocorrer também em decisões interlocutórias e está de certa maneira atrelada à urgência, no Art. 311 do CPC – relação exemplificativa para concessão de quatro espécie de Tutelas Provisórias. Um juiz de direito no exercício de suas funções conhece todas as alegações, provas e demais informações do processo e, por intermédio de sua sentença, põe fim a essa fase do processo como uma decisão sentencial de forma plena e completa. Neste caso, houve uma tutela: Cognitiva. (x) Emergencial. Provisória. Natureza e Finalidade da execução A Lei n. 11.232/05 alterou o Código de Processo Civil e substituiu o processo de execução autônomo pelo cumprimento de sentença, o que ressalta o princípio do sincretismo, no qual as fases de conhecimento e execução caminham juntas na fase processual. o devedor responderá apenas com seus bens atuais e futuros, assim, a dívida jamais recai à pessoa do inadimplente. Dessa forma, são duas as ações no ordenamento jurídico brasileiro que servem para que o Estado promova a garantia jurisdicional: · Ações de conhecimento, que visam decidir um conflito, por intermédio de sentença ou acordão; · Ações de execução para cumprir as decisões. Com base no que foi visto, relacione as palavras com as sentenças que as complementam. Ação de conhecimento - Decide um conflito por intermédio de sentença ou acórdão. Ação de execução - Serve para cumprir as decisões. Jurisdicional - É a natureza jurídica a ação de execução. Execução autônoma e processo sincrético Sincretismo Sentença + Fase de conhecimento Mérito e coisa julgada na execução O juiz deverá também apreciar questões de mérito, como: · Prescrição do título alegada pelo devedor; · Realização de pagamento por parte do devedor; · Compensação de dívida solicitada pelo devedor. Ainda, não é porque a execução parte de um título executivo que não existe uma decisão de mérito. Nesse sentido, são dois tipos de juízos de procedimento: Admissibilidade Cabe ao órgão jurisdicional verificar o preenchimento dos pressupostos processuais (legitimidade de parte, título executivo válido, prazo prescricional, decadência e competência do juízo). Mérito Análise do pedido/objeto (realização/satisfação/prestação) e a causa de pedir (direito a uma prestação). Os dois juízos de procedimento são: Admissibilidade e mérito. (x) Conhecimento e cognição. Jurisdicional e amigável. Espécie de Execução No processo de execução há títulos específicos como para as partes: · Exequente: Credor; · Executado: Devedor. Títulos Executivo · Judicial: Cumprimento de Sentença · Advém de uma decisão judicial, desta maneira após a decisão judicial, a execução pode prosseguir nos próprios autos do processo no qual foi proposto o feito. Não pode ser considerado um processo autônomo, mais sincrético (Art.513-519 do Código de Processo Civil, cumprimento de sentença). · Extrajudicial: Processo de Execução · Tipos de títulos executivos previstos em lei e sua execução necessita de um processo autônomo, quando não adimplidos. As espécie de execução aparecem nos; · Art. 797 a 805 do CPC; · Art. 798 e 799: Instruções para petição inicial na execução e as incumbências para exequente. Ao propor a ação com o intuito de cumprimento de título extrajudicial, é necessário que o autor cumpra alguns requisitos dispostos no artigo 798 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. a) o título executivo extrajudicial; b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; e) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; f) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso; e g) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível, quando se trata de execução por quantia certa. (BRASIL, 2015) Existem dois procedimentos de execução: em comum, referente a créditos em geral; e especial, usado para créditos específicos, como execução fiscal e de alimentos. Princípios da Execução AutonomiaFase de cumprimento e Fase de execução Patrimonialidade Art.789 do CPC - O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. A execução recai sobre o patrimônio do devedor, sobre os seus bens já mais sobre a sua pessoa. Exceção: Dívidas / de alimentos (direitos das famílias). Exato adimplementos Art.497 do CPC- Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Obs: Se for pactuado 200 cabeças de gado tem que ser entregue as 200 cabeças de gado. Exceção: Tutelas específicas Show - Indenização Disponibilidade do processo pelo credor Art.775 do CPC O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. Obs: Ao credor é dado o direito de desistir da execução. De forma excepcional, a extinção da execução dependerá da concordância do executado quando este impugnar ou embargar alegando matéria não processual. Utilidade Art. 836 do CPC-Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. Menor Onerosidade Art. 805 do CPC- Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados. Competências e Partes: Judicial; Art. 516 do CPC - O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Extrajudicial; Art. 781 do CPC - A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. Das Partes · Polo Ativo Exequente: Art. 778 do CPC - Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. Polo Passivo: Art. 779 do CPC - A execução pode ser promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - o responsável tributário, assim definido em lei. Requisitos de execução · Títulos; · Judicial; · Extrajudicial. · Inadimplemento; Trata-se da ausência do cumprimento da obrigação; · Total: · Mora: Cumprimento da obrigação: · Forma; · Direita; · Indireta. · Lugar; · Quesível: Casa do Devedor. (Regra) · Portável: Casa do Credor. · Prazo para pagamento; Mora Formas de adimplemento: · Direto; Pagamento · Indireto: Art. 304 do CC · Consignação: consiste no ato de depósito da res debita. · Sub-rogação; esta consiste em uma troca real ou pessoal. · Novação; consiste em um novo negócio jurídico celebrado a fim de extinguir a obrigação anterior · Compensação; Consiste em um pagamento ficto, uma vez que este se dá pelo "encontro de contas", já que as partes são ao mesmo tempo credores e devedores uma das outras. · Remissa dívida; consiste em um ato de perdoar - abdicar ao direito de receber o crédito. · Doação em pagamento: é um acordo convencionado entre credor e devedor, onde o credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida · Confusão: consiste na hipótese de o credor e o devedor passarem a ser a mesma pessoa em uma mesma relação jurídica. Prazos · Prazo Mora · Ex. Ré. – É aquela cujo prazo consta do próprio título, estando em mora após o prazo de vencimento da dívida. Ex. Passou do dia juros. · Ex. Persona – É aquela que depende de notificação para constituição da mora. Ex. passou do dia da notificação juros. Título Executivo: O que é título executivo; · 1º Posição – O título executivo é documento que consubstancia (consolidam) uma dívida. Título=dívida (obrigação) Obs: Título não tem autonomia · 2º Posição – É um ato responsável pelo desenvolvimento da execução. É um ato. Obs: Título 100% autônomo (Existe independentemente da obrigação) · 3º Posição dominante – Trata-se de um instrumento híbrido, sendo, pois, ato e documento. Título é documento (obrigação) + Ato Obs: Tem existência própria, pois é responsável pela execução civil.
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